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Figura 28: Vista da Praça João Clímaco em direção à Rua Pedro Palácios

marcam a degradação da área seja pela sua monofuncionalidade, seja pelo aspecto estético austero e pouco convidativo.

Na Praça João Clímaco (Figura 28) é notável a disparidade entre os edifícios históricos de baixo gabarito e os mais recentes e verticalizados. Sendo a maior concentração deles na Rua Pedro Palácios, os altos edifícios desencadeiam em um sombreamento excessivo, que somado a falta de escala humana e térreo ativo, geram a sensação de insegurança para os cidadãos e contribuem para uma cidade de vitalidade comprometida.

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Figura 28: Vista da Praça João Clímaco em direção à Rua Pedro Palácios.

Fonte: Google Street View.

Além disso, essas novas construções, que não se preocupam em criar uma conexão com a identidade local, acabam por esconder e encobrir os visuais da baía, morros e da paisagem cultural, dificultando a valorização dos edifícios históricos remanescentes.

2.5 DEGRADAÇÃO E ABANDONO

Os centros urbanos, se configuram originalmente como núcleo das atividades das cidades, abrigando grande fluxo de pessoas, automóveis, mercadorias e serviços. Assim, o Centro de Vitória, até os anos 1970, se apresentou como um espaço repleto de vitalidade urbana. Até aquele momento, o governo do Estado do Espírito Santo ainda priorizava o bairro com a maior parte de seus investimentos (BOTELHO, 2005).

Porém, nos anos subsequentes, com o demasiado crescimento populacional, o Centro apresentou uma saturação funcional, fazendo com que o governo expandisse tanto a malha urbana, quanto seus investimentos para outros bairros da cidade de Vitória. Em função destas ações e da especulação imobiliária, a cidade passou por um processo de descentralização, fazendo com que a importância do Centro fosse dissipada.

A população não encontrava mais funcionalidade, nem segurança no bairro, e a classe de maior poder aquisitivo se deslocou para bairros como Praia do Canto, Jardim da Penha, Mata da Praia e Ilhas do Boi e do Frade. Como consequência, com a população se transferindo para bairros adjacentes, o Centro de Vitória passou por um processo de abandono e desvalorização.

Enquanto o Centro da cidade se encontrava em desvalorização, um novo bairro, oriundo de aterros situado na zona leste da cidade, a Enseada do Suá, ganhava maior destaque com seu adensamento. O bairro começa a receber os principais edifícios empresariais e institucionais públicos do estado a partir de 1987.

Já na década de 1980, houve uma tentativa do poder municipal de revitalizar o Centro, através de investimentos, e assim, retornar com as atividades culturais, institucionais públicas e projetos de valorização do patrimônio histórico (BOTELHO, 2005). Infelizmente, a proposta não se concretizou, fazendo com que principalmente os edifícios institucionais públicos se

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