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Figura 26: Catedral Metropolitana de Vitória

Nos anos 1970, com a construção do mercado da Vila Rubim, o Mercado Capixaba foi sendo desocupado e abandonado. Alguns diferentes usos foram propostos e ocuparam a edificação, porém após um incêndio em 2002, o mercado se encontrou mais uma vez abandonado (HERMANNY, 2009).

Em Vitória, o neoclassicismo foi rapidamente substituído por edifícios ecléticos variados. Outra característica importante que contribuiu para a popularidade e crescimento do estilo foi a utilização de técnicas construtivas mais rápidas e baratas do que as tradicionais. Para reproduzir cúpulas, colunatas, mansardas e torreões, eram erguidas estruturas de aço, revestidas de argamassas industriais imitando granito e mármore. O concreto armado era utilizado para a construção de catedrais neogóticas, e as estátuas e colunas eram feitas de cimento ou ferro mediante o uso de maquinário mecânico e a vapor (RIBEIRO, 2018).

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A Catedral Metropolitana de Vitória (Figura 26) é também uma representante deste período. Construída inicialmente no século XVI, sob o nome de Igreja Nossa Senhora da Vitória, a igreja passou por diversas reformas até o ano de 1918, quando foi totalmente demolida e substituída pela atual construção de caráter neogótico (SANTOS, 2014).

Figura 26: Catedral Metropolitana de Vitória.

Fonte: Ipatrimonio. s.d.

A reconstrução da Catedral, comandada pelo profissional autodidata André Carloni, apresenta estilo neogótico em cruz latina e duas torres sineiras. As obras permearam por décadas, sendo sua conclusão no final dos anos 1960 e seu tombamento pelo Conselho Estadual da Cultura em 1984 (SANTOS, 2014).

No Brasil e na cidade de Vitória, as modernizações após a Primeira República (1889-1930) não cessaram, e em 1930, João Punaro Bley assume o governo como interventor (1930-1943). Como dito por DE PAULA FILHO (2017) “A arquitetura se transformou em um instrumento da ideologia política autoritária”, ou seja, no Brasil, o Estado Novo utilizava da monumentalidade e serenidade dos edifícios públicos para representar a presença do governo.

Nesse período, o Art Déco foi muito utilizado, principalmente em edifícios públicos institucionais, principalmente por sua funcionalidade, eficiência e economia, além de sua estética europeia, originada na França.

O termo “Art Déco" surgiu em 1925 na Exposition Internationale des Arts Décoratifs et Industriels Moderne (tradução livre do francês como “Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas”), porém só nos anos 1960 que foi designada para caracterizar tais produções. Ainda sobre a nomenclatura, Farias (2019), aponta:

Alguns autores entendem (entendiam) que os termos protomoderno e art déco referem-se a mesma arquitetura; outros, entretanto, distinguem as construções protomodernas que “deslocam” a ornamentação das fachadas para a volumetria, configurando composições compostas. (FARIAS, 2019, p.4)

As características do estilo englobam o uso de formas geométricas puras, simetria e ritmo constante, hierarquização dos elementos de esquadrias e coroamento, valorização dos acessos e portarias, e revestimentos bem definidos, destacados por seus contrastes. A arquitetura civil se apossou das mesmas formas do Art Déco encontradas nos edifícios públicos institucionais, e apesar de algumas descaracterizações, contribuíam para um visual em harmonia (DE PAULA FILHO, 2017).

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