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Figura 4: Reprografia colorida do Theatro Melpômene, 1906

Figura 4: Reprografia colorida do Theatro Melpômene, 1906.

Fonte: Coleções Especiais da Biblioteca Central da UFES, Acervo Fotográfico (Mário Aristides Freire, p.20, Foto 297).

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Inaugurado em vinte e um de maio de 1896, o Teatro Melpômene, um dos principais cartões postais da época, foi construído todo em madeira pinho de Riga. Com a ascensão do cinema em nível mundial, o teatro passa por adaptações e funciona como cineteatro. “O aspecto era belíssimo e, internamente, satisfazia perfeitamente, com belas decorações e ótimas instalações” (DANTAS, 2017). As galerias e camarotes repousavam em colunas de ferro. Cobertura de telhas francesas. No estilo neo-renascentista, sua lotação era de 1.200 lugares. O edifício ocupava um papel de destaque na cidade, porém, durante uma sessão de cinema, um incêndio se inicia no teatro, instaurando o caos para o público. Após o episódio, o edifício foi interditado e em 1925 foi desmontado (OLIVEIRA, 2008).

O mandato de Muniz Freire, terminou com o estado extremamente endividado, porém com uma surpreendentemente popularidade positiva para o Presidente de Estado.

Graciano dos Santos Neves foi o sucessor de Muniz Freire como Governador. Em 1896, recebeu o Estado em situação problemática, o café vivenciava uma grande queda de preço, afligindo o comércio e a economia capixaba (OLIVEIRA, 2008). O novo presidente suspendeu as obras que seu antecessor

havia planejado, com exceção do projeto da viação férrea. Graciano renunciou em seguida e o governo passou pelas mãos de Constante Sodré e José Marcelino Pessoa de Vasconcelos até as eleições de 1900 (OLIVEIRA, 2008).

Entre os anos de 1896 e 1900, Muniz Freire viaja à Paris, como representante do governo do estado do Espírito Santo, com o objetivo de negociar o empréstimo realizado em seu governo, e também adquirir fundos para a finalização da construção da Estrada de Ferro Sul do estado. Já que a conexão da capital Vitória com a cidade de Cachoeiro de Itapemirim, proposta pela Estrada de Ferro, era de grande importância econômica, pois a cidade de Cachoeiro se destacava na região polarizada produtora de café.

Em 1900, o segundo mandato de Muniz Freire tem início. O estado continua em uma séria crise cafeeira e entra em um período de seca. Com o colapso econômico, acaba tendo que solicitar moratória aos credores estrangeiros (OLIVEIRA, 2008).

Apesar disso, o projeto de estradas de ferro continua, e as obras para conectar Vitória e Diamantina por via férrea começam (MOREIRA, 2008). Muniz Freire queixava-se a respeito da situação do estado, que o impedia de empreender qualquer obra pública:

Os Estados brasileiros que têm a sua fortuna pública fundada em um valor que, de ano a ano, mais se afunda, e para o qual nenhuma salvação parece próxima, como é atualmente a lavoura do café [...] (Mensagem apresentada ao Congresso Legislativo na abertura da terceira sessão da quarta legislatura pelo presidente do Estado, em vinte e dois de setembro de 1903. Vitória –1903) (OLIVEIRA, 2008, p. 462).

Ao deixar a presidência do estado do Espírito Santo, em 1904, assume o cargo de Senador no Rio de Janeiro, na época sede da República do Brasil, e permanece nessa função até ser derrotado nas eleições de 1915.

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