TFG Luiza Cesario Arquitetura e Urbanismo

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Ao dissertar sobre o espaço público e o vazio contemporâneo, inevitavelmente fazemos uma associação aos jardins, parques, praças, canteiros, e demais espaços verdes da cidade. Ao propor o trabalho que prima pela relação articuladora com uma Praça, é necessário entender a relação deste elemento com a paisagem urbana. O estabelecimento da ideia de paraíso – jardim na mente de nosso primeiro antepassado – Pode coincidir com a primeira manifestação da Divindade por ele recebida. Espaço limitado e mesmo cercado, foi o paraíso terrestre. Paraíso, ou ‘pairidaeza’ em persa, assim quer significar “jardim” como “espaço cercado”. As raízes indo-germânicas de palavra “jardim” gards, geard, garde, s ignificam também cerrado, espaço cercado. (...) o primitivo cameleiro do deserto, como o atual, sofria da falta e escassez de vegetação, da secura espantosa do solo, de uma espécie de verão dominante a que estava, e está submetido. A cena paradisíaca, para ele, se transforma: Já não aspira um “claro no bosque” ou uma suspensão do inverno, mas deseja um “Oasis”, verde e primaveril, situado no meio das areias e das pedras, que interrompa o clima canicular. O oásis é o paraíso do nômade meridional, do beduíno, do homem das rotas terríveis, entre um sol branco e a areia tórrida. A emoção paradisíaca do paleolítico subsiste, mas com uma mudança de sistema de referências que revoluciona seu ser.37

A compreensão do espaço ajardinado assim como o espaço arquitetônico, sofreu diversas reinterpretações e análises ao longo do tempo. A história do jardim/espaço verde está relacionada à história do cultivo da terra, da produção que ocorre neste terreno. Ao longo dos séculos o cultivo deu lugar à noção de domesticação da natureza e ao deleite que este espaço oferece.

37. Rubiò i Tudurí, Nicolau Maria, Del paraíso al jardin latino.

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