Revista Dom Bosco ED 01

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Em 2017, para crianças de 2 a 10 anos PERÍODO INTEGRAL e SEMI-INTEGRAL

ANÚNCIO

IDIOMAS . ESPORTES . CULTURA . CIÊNCIAS Experiências que estimulam a criança a olhar e ver, pensar e falar, tocar e sentir, conhecer e aprofundar.


Minimaternal Sua crianรงa de 1 ano merece desenvolver todo seu potencial

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REVISTA DOM BOSCO Nº 1 - 2016

Editorial Temos percebido o mundo mudando muito rápido e ninguém pediu licença. De vez em quando, temos um momento de nostalgia e até nos questionamos se era melhor naquele tempo. Será que o mundo mudou bem na nossa vez? Inovação não é privilégio dos nossos tempos. A história conta como os incomodados modificaram o ambiente ao seu redor. Quando olhamos para trás, percebemos que participar da evolução não é mais uma questão de opção. Inovamos, reinventamos ou rapidamente nos tornamos obsoletos como um aparelho de fax. Hoje, quando os noticiários nos dão uma carga diária de desesperança, pensamos: é nas salas de aula que encontramos pessoas genuinamente interessadas em transformar o mundo.

Expediente

Esta primeira Revista do Grupo Dom Bosco nasceu de alguns incômodos e de muita vontade de evoluir. Há mais de 20 anos, fazemos os Informativos anuais da escola e da faculdade – uma forma de apresentar a essência do nosso trabalho, por meio de fotos e textos sintéticos sobre os principais momentos do ano.

Grupo Educacional Dom Bosco Maria Izabel Rodrigues Diretora Presidente Emérita Elizabeth Rodrigues Presidente do Conselho de Administração Ceres Murad Reitora Rebeca Murad Diretora Geral de Gestão Isabella Rodrigues Diretora Geral Educacional Raissa Murad Diretora Pedagógica

Neste novo projeto, pudemos contar com a contribuição de alguns profissionais nacionalmente reconhecidos em suas áreas de atuação, que recentemente estiveram no Dom Bosco e na UNDB: o Ministro do STF, Teori Zavascki; o engenheiro referência na área de planejamento e orçamento de obras, Aldo Mattos; o premiado escritor, João Carrascoza; os membros do Conselho de Administração do Grupo Dom Bosco; o médico e neuropedagogo especialista em metodologias ativas, Ryon Braga; e o engenheiro obcecado por resultados, Marcelo Favieiro. Nas próximas páginas, são discutidos temas relacionados à formação de crianças, adolescentes e profissionais e o modo como o Grupo Dom Bosco atua nas transformações pelas quais a educação vem passando. Diversas matérias tratam da Educação 3.0, da maneira como são propostas soluções para problemas inéditos, de forma colaborativa e com apoio da tecnologia. Se podemos nos comunicar, fazer compras, pedir táxi ou assistir à TV de forma diferente, imagine o que podemos fazer com a aula, os conteúdos, a lição de casa, os livros, as avaliações e todas as relações entre professor, aluno, família, escola, facul-

Evandro Rodrigues Diretor de Mercado e Tecnologia Graciana Cordeiro Diretora Acadêmica Fábio Geremias Diretor do Centro de Serviços Compartilhados Editora Responsável Nathalia Ramos Sekeff Revisão Ceres Murad, Marineis Merçon e Rebeca Murad Direção de Arte e Design Motta Júnior, Carliane Sousa e Pedro Veras

dade, comunidade e o mundo. E estamos só começando. Mas não só de tecnologia são feitas as escolas inovadoras. Ensinar o aluno a pensar, incentivar a autonomia, abrir espaço para a defesa de ideias e orientar para o respeito aos diferentes pontos de vista são algumas ações para o desenvolvimento de habilidades e competências dos nossos alunos no Dom Bosco e na UNDB. O mundo está mudando. Convidamos você a ver um pouco de como estamos transformando a realidade em nossas salas de aula e fora delas.

Rebeca Murad Diretora Geral de Gestão do Grupo Educacional Dom Bosco

Fotos Danielle Vieira, Dennis Mantovanni, Guilherme Gomes e Meireles Jr. Impressão Unigraf A Revista Dom Bosco e a Revista UNDB são publicações do Grupo Educacional Dom Bosco. Conceitos e opiniões expressos em artigos assinados são de responsabilidade dos autores. Comercial: comercial@dbosco.com.br comercial@undb.edu.br Mais informações: www.dbosco.com.br | www.undb.edu.br Av. Colares Moreira, 443, Renascença. CEP: 65075-441. São Luís – MA. (98) 4009-7070 | 4009-7090


Metodologia especializada em crianças e adolescentes Mais de 45 anos de experiência Maior carga horária do segmento, com 4 horas semanais Inglês na prática em atividades e eventos Desenvolvimento do inglês e de habilidades para a vida Mais de 90% de aprovação nos exames de Cambridge

redballoon.com.br (98) 4009.7070


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ARTIGO

POR QUE PRECISAMOS DE UM NOVO MODELO EDUCACIONAL?

Nos últimos anos vêm se

dizagem. Ambos são exemplos de pes-

intensificando as discussões sobre

quisadores que apresentaram o resul-

a qualidade do aprendizado obtido

tado de suas pesquisas na década de

pelo ensino formal nas universidades

80, com forte impacto no conhecimen-

contemporâneas.

contexto,

to educacional da época, mas até hoje

nos chamam a atenção as evidências

com grande resistência à aplicabilida-

referentes aos altos índices de eva-

de prática de suas propostas.

Neste

são e insatisfação do estudante, bem

RYON BRAGA É diretor-presidente da Faculdade Uniamérica e membro do Conselho de Administração do Grupo Dom Bosco. É uma das maiores autoridades do segmento de ensino superior brasileiro, tendo assessorado diversas instituições de ensino em todo o Brasil nos últimos 20 anos. Graduado em Medicina pela UFPR, com pósgraduação em Neuropedagogia pela PUC-PR. Autor de diversos livros no setor educacional.

como a percepção sobre a possível irrelevância de boa parte dos conteúdos que são ministrados, além das lacunas de competências na formação deste estudante, tanto na educação básica, quanto na superior.

Desde a década de 80

que as pesquisas das neurociências aplicadas à educação já mostram um grande e crescente descompasso entre o que a ciência sabe sobre ensino e aprendizagem e o que as escolas e universidades praticam em seus campi. Howard Gardner em Harvard, redefinindo as teorias da inteligência e suas metodologias de desenvolvimento, e Philippe Perrenoud na Universidade de Genebra, consolidaram o modelo de competências na apren-

Ser capaz de responder corretamente questões em uma prova não garante a capacidade de realizar algo com aquele conhecimento. O abismo entre a compreensão teórica e a competência de utilizar efetivamente este conhecimento, deu origem ao termo “Aprendizado Efetivo”, que veio para se contrapor ao conceito simplista de aprendizado oriundo do desempenho adequado em uma avaliação escrita ou teste padronizado.”


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Nesta era do conhecimento e da incerteza, o que interessa são pessoas capazes de entender a complexidade dos problemas cotidianos e traçar estratégias adequadas para lidar com eles.”

partir delas e, ainda, manter a fixação

Precisamos rever todos os elementos

mnemônica deste aprendizado pelo

que constituem o processo educacio-

resto da vida. Sem isto não se pode

nal, entre eles: (a) o que se ensina; (b)

afirmar que o aprendizado ocorreu.

para quê se ensina; (c) como se ensina e; (d) como se relaciona com seus

O aprendizado deve ser

visto como um processo ativo de

atores. Estes modificações podem ser exemplificadas pelos seguintes itens:

dar sentido à informação, aplicando, comparando, analisando, avaliando,

a) O conteúdo a ser aprendido é revis-

descrevendo, debatendo, criticando,

to em função do seu significado e do

contextualizando e transformando a

seu contexto.

informação recebida. Em síntese, agindo.

b) O propósito de se estar ali também é revisto e integrado aos objetivos do

Nesta era do conhecimen-

estudante e da sociedade, dentro de

to e da incerteza, o que interessa são

um contexto de maior transformação

Ser capaz de responder

pessoas capazes de entender a com-

social.

corretamente questões em uma pro-

plexidade dos problemas cotidianos

va não garante a capacidade de reali-

e traçar estratégias adequadas para

c) O método é alterado para processos

zar algo com aquele conhecimento. O

lidar com eles, adaptando-se constan-

mais ativos de aprendizagem, onde

abismo entre a compreensão teórica

temente às mudanças tecnológicas em

o aluno possa ser o protagonista da

e a competência de utilizar efetiva-

geral e ao crescimento exponencial da

construção do seu conhecimento e de

mente este conhecimento deu ori-

informação.

suas competências.

que veio para se contrapor ao concei-

A busca de mais efetividade

d) A relação com alunos e professores

to simplista de aprendizado oriundo

nos resultados da aprendizagem obti-

se modifica em função de elementos

do desempenho adequado em uma

da pelos estudantes tem levado edu-

de maior interatividade e colaboração.

avaliação escrita ou teste padroniza-

cadores a olharem com mais atenção

do.

para um conjunto de metodologias de

aprendizagem que ofereçam oportu-

um novo modelo educacional porque

gem ao termo “Aprendizado Efetivo”,

Em síntese, precisamos de

Se um aluno tirou boas

nidades para o estudante de exercer

o atual não responde mais aos anseios

notas e passou de ano, costuma-se

maior protagonismo sobre este pro-

dos estudantes e da sociedade, em

dizer que ele aprendeu. No entanto,

cesso. As chamadas metodologias

função da sua baixa efetividade e pou-

isto costuma não ser verdadeiro. O

ativas de aprendizagem se referem a

ca relevância. Os meios e instrumentos

Aprendizado Efetivo diz respeito ao

processos de aprendizagem centrados

para efetivar a mudança já estão à dis-

desenvolvimento da capacidade de

no estudante, com objetivo de este se

posição dos educadores. O que falta

agir, a partir do conhecimento e ha-

tornar protagonista na construção de

agora é disposição para mudar.

bilidades adquiridas, colocá-las em

seu próprio conhecimento, a partir da

prática em diferentes contextos e si-

vivência de situações reais ou simula-

tuações e gerar resultados efetivos a

das da prática profissional.

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EDUCAÇÃO 3.0

Fonte: com informações do Geekie | info.geekie.com.br, startup na área da Educação.

TECNOLOGIA EM SALA DE AULA

Conheça algumas estratégias de aprendizagem que usam a tecnologia em sala de aula para engajar alunos e ampliar o seu protagonismo.

O uso de tecnologia em sala de aula não se limita a copiar conteúdo em um tablet, em vez de um caderno, ou trocar o quadro-negro pela lousa digital. Para alunos do século 21, a tecnologia está na base de suas interações diárias, é uma linguagem comum que permeia todas as suas ações, comportamentos, formas de pensar e aprender. Portanto, a escola que consegue conferir à tecnologia em sala de aula uma intencionalidade pedagógica está um passo a frente quando se trata de tornar o ambiente escolar significativo para os jovens. O que quer dizer, afinal, olhar para a intencionalidade? Significa conhecer, refletir e selecionar ferramentas digitais que ampliem

e complementem o processo de aprendizagem, que acrescentem experiências que não seriam possíveis sem a tecnologia em sala de aula. Essa não é uma tarefa simples, a começar pelo fato de que nem todo educador tem acesso a uma formação que contemple o uso de ferramentas digitais em todo seu potencial. Em segundo lugar, porque a realidade das escolas brasileiras frequentemente carece de uma infraestrutura apta à inovação tecnológica – conectividade, equipamento, espaços organizados para o trabalho criativo e colaborativo. Por fim, porque há ainda poucos espaços de troca em que educadores possam compartilhar práticas inovadoras, discutir suas falhas e suas experiências bem-sucedidas, elaborar

Para alunos do século 21, a tecnologia está na base de suas interações diárias, é uma linguagem comum que permeia todas as suas ações, comportamentos, formas de pensar e aprender.

hipóteses e soluções em conjunto. É nessa rede de apoio que reside o poder de transformação da sala de aula tradicional. Para contribuir com esse último tópico, reunimos histórias reais realizadas no Colégio Dom Bosco, com educadores que deixaram sua zona de conforto, dispostos a inovar para ir ao encontro das necessidades de seus alunos. Conheça alguns casos em que a tecnologia em sala de aula trouxe resultados positivos – seja melhorando o desempenho dos estudantes, seja criando uma cultura de autonomia e protagonismo.


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CRIANÇAS ESTUDAM LÓGICA DE PROGRAMAÇÃO DE GAMES ‘‘Todas as pessoas deveriam aprender a programar, porque isso ensina a pensar’’, Steve Jobs. Pensando nisso, a escola trouxe o Curso de Lógica de Programação de Games, no qual crianças de 7 a 13 anos aprendem conceitos básicos de programação para criação de um game. Ao final do curso, cada criança desenvolve seu próprio jogo, utilizando o ambiente de programação Scratch, desenvolvido no Media Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

MOSAICO DE IPADS Durante a Semana de Arte e Literatura da escola, famosas obras de artistas plásticos foram expostas em um mosaico de iPads interativo. Os alunos e visitantes eram desafiados a montar um quebra-cabeça com as imagens das obras.

CIRCUITO DE LÓGICA No campeonato de jogos de lógica, os professores utilizaram QR CODES e enigmas de lógica para montar um circuito. Os alunos e suas famílias passavam por vários obstáculos para resolver, por meio dos QR CODES, oito problemas. O circuito deveria ser percorrido oito vezes, estimulando a atividade física e o raciocínio lógico. Nessa atividade foram utilizados iPads e aplicativos de raciocínio lógico.

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LINGUAGEM, ARTES E TECNOLOGIA O Dom Bosco é a primeira escola do Maranhão a lançar e-books interativos na Apple Store Alunos do Fundamental Anos Iniciais, no estudo da Língua Portuguesa e das Artes, criam contos com enredos de suspense, aventura, ficção científica e fantásticos. Durante o trabalho, as crianças aprimoraram a linguagem e a escrita, a comunicação e a capacidade investigativa. Nas oficinas de arte, os alunos estudaram artistas como Joan Miró, Salvador Dalí, Edvard Munch e Roy Liechtenstein e, de acordo com a técnica empregada por cada artista,

produziram desenhos para ilustrar a ambientação das suas histórias. Os alunos também se caracterizaram como os personagens e criaram seu avatar (protótipos em tamanho real). A coletânea deste material foi apresentada em um e-book interativo, disponibilizado na Ibooks Store às famílias. Na Feira do Conhecimento, tradicional feira de apresentação dos projetos da escola, os alunos lançaram o material, inédito no estado.

Alunos escrevem contos e dão vida aos seus personagens. Histórias são reunidas e lançadas em e-book interativo

Baixe aqui os e-books produzidos pelos alunos do Dom Bosco:


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Na Feira do Conhecimento, evento que reúne as apresentações dos projetos desenvolvidos ao longo do ano pelos alunos, leitura, escrita, arte e tecnologia estiveram reunidos.

Os alunos Saul Rebouças e Yasmin Farias, do 2º ano do Fundamental, mostram o e-book produzido pela turma.

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ARTES

ARTE: PORTA DE ENTRADA PARA O DESENVOLVIMENTO DA INTELIGÊNCIA

As expressões artísticas, em todas as suas nuances, são importantes instrumentos de desenvolvimento integral de crianças e adolescentes

A arte e seus elementos estão presentes no dia a dia das crianças e adolescentes desde muito cedo. Seja nas cores ou grafismos de uma parede, em um quadro ou até mesmo nos objetos, a todo momento as crianças estão expostas à arte. Pintar, desenhar, modelar, construir, cantar ou representar são formas genuínas de contato com a arte, que é porta de entrada para o desenvolvimento do pensamento e da inteligência da criança. Experimentar e apreciar a arte estimula o desenvolvimento do pensar, apoiado na aprendizagem e na reflexão, que evoca conexões e provoca questionamentos. “O trabalho em Artes Plásticas, que envolve os alunos do Minimaternal ao Ensino Médio, usa a apreciação e a releitura de obras de artistas locais, nacionais e estrangeiros para aprimorar a percepção e o pensamento crítico das crianças e adolescentes. A associação com atividades de matemática, linguagem, ciências sociais e naturais com os temas das obras de arte exploradas, sob a supervisão dos professores, dá amplitude a esse trabalho”, pontua Raíssa Murad, diretora pedagógica do Colégio Dom Bosco.

ARTES PLÁSTICAS E LITERATURA No Ensino Fundamental e no Ensino Médio, os alunos também são altamente estimulados por meio das artes. Um dos projetos mais bem sucedidos do Dom Bosco, a Semana de Arte e Literatura, é uma mostra da produção dos estudantes, em que declamam poesias escritas por eles, expõem telas que pintaram ao longo do semestre e lançam livros que produziram com os mais variados gêneros textuais. “O objetivo desse evento é propiciar o contato com as Artes Plásticas, Cênicas e a Literatura, por meio das diferentes linguagens - através das atividades interdisciplinares desenvolvidas os alunos percebem

que os textos são capazes de dialogar entre si. Vive-se a arte, a cultura, a literatura de forma ampla, saindo das quatro paredes da sala de aula”, pontua a coordenadora geral do projeto, Marineis Merçon. Outra idealização da escola é uma exposição anual com trabalhos artísticos elaborados pelos alunos. A mais recente vernissage organizada foi inspirada na obra de Vik Muniz, através da mesma técnica utilizada pelo artista brasileiro, que usa matérias-primas insólitas, como geleia, chocolate, açúcar, materiais recicláveis, fios de cabelo, diamante, gel, refeições, entre outros, para produzir suas obras.

A diretora geral educacional do Grupo Dom Bosco, Isabella Rodrigues, com alunas da escola que apresentaram obras na Vernissage.


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A Mostra Fotográfica “Personalidades”, apresentou obras de personalidades nacionais e internacionais reproduzidas pelos alunos do Ensino Fundamental e Médio, a partir da técnica utilizada por Vik Muniz.

Achei muito legal a iniciativa da escola ao organizar essa exposição de arte e também achei fantástico os alunos trabalharem com as obras de Vik Muniz. A minha filha chegava em casa muito empolgada em ver como os materiais recicláveis resultavam em obras de arte” – Maria José Sousa Alves, mãe de Maria Cecília Alves e de Isadora Alves.

Enquanto desenha, pinta e faz colagem, a criança está liberando suas emoções, suas fantasias, estabelecendo uma troca consigo mesma, com o outro e com o mundo. O professor deve estimular e criar um ambiente que possibilite à criança vivenciar cada atividade e refletir sobre as suas intervenções.

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TEATRO A descoberta de talentos ocorre também no campo das artes cênicas. Anualmente, os alunos apresentam um grande espetáculo teatral. “As artes cênicas propiciam a sensibilização, desinibição, desenvolvimento da capacidade criativa, da comunicação e expressão, a diminuição da ansiedade, flexibilidade, espontaneidade, a capacidade de raciocínio lógico, o contato com a cultura e a história”, acrescenta a diretora geral educacional, Isabella Rodrigues.

Esse foi meu primeiro espetáculo e não esperava que fosse tão bom. Gostei das cenas, da arte, das músicas e das letras” – David Oliveira, 11 anos, que interpretou o personagem Bruce.

Em 2015, o musical da Brodway Matilda foi adaptado em uma grande produção, estrelada pelos próprios alunos da escola. O espetáculo conta a história da jovem e seus pais desastrosos, que não entendem a paixão de sua filha “gênio” pela leitura e sua curiosidade natural. “Ao mesmo tempo em que diverte, esse musical traz muitas reflexões e mensagens importantes referentes à relação pais e filhos. Trata-se de um espetáculo que emociona pessoas de todas as idades”, disse Tamie Panet, a jovem aluna do Ensino Médio que interpretou a protagonista do espetáculo.

A adaptação foi feita com muito esmero, tudo preparado com atenção aos mínimos detalhes. Vimos crianças e jovens muito talentosos, dando um show de interpretação” – Ademar Danilo, pai do aluno Pedro Danilo.


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DOM BOSCO APRESENTA MUSICAL ‘‘MATILDA’’ Adaptado da obra de Roald Dahl, Matilda marcou a programação cultural do Colégio Dom Bosco e ganhou uma produção de alta qualidade. Todo o espetáculo foi adaptado do musical de mesmo nome da Broadway.

Sempre fui apaixonada pelo filme e adorei interpretar Matilda. Aqui no Dom Bosco, desde os primeiros períodos, os estudantes são acostumados a vivenciar experiências artísticas. O teatro me proporcionou um excelente ganho em aprendizagem e concentração nas aulas” – Tamie Panet, aluna que deu vida e voz à personagem Matilda, tema do musical encenado pela escola em 2015.

O Dom Bosco foi responsável pela primeira adaptação brasileira de Matilda. A tradução dos textos foi feita pela professora de inglês da escola, Kassandra Lima, com apoio das alunas Laís Guimarães e Tamie Panet.

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ALFABETIZAÇÃO

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Como educadora, esse projeto é uma meta pessoal e profissional, que visa alfabetizar com qualidade e garantir aos alunos um forte alicerce: a capacidade de ler e interpretar o mundo com suas próprias palavras”, – Ceres Murad, autora do projeto. 2


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MÚSICA, ALFABETIZAÇÃO E PEQUENOS ESCRITORES Criado há 19 anos, o projeto Ópera para Todos alfabetiza crianças da Educação Infantil a partir de um recurso ousado e inovador: a ópera.

1 - O cenário das óperas ganha uma suntuosa produção, desenhado e executado sob a direção do engenheiro Roosevelt Murad. 2 - Uma das etapas do projeto de alfabetização Ópera para Todos é a produção dos desenhos, em que as crianças retratam os personagens da ópera que está sendo estudada a partir da observação e do próprio entendimento que elas têm da obra. 3 - Os alunos ensaiam a apresentação, regidos por professores de música e dança.

A alfabetização é um marco na infância das crianças. Que o diga a psicolinguista argentina Emília Ferreiro, pesquisadora que desvendou os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler e escrever. A divulgação dos seus livros no Brasil, em meados da década de 80, causou um grande impacto sobre a concepção que se tinha do processo de alfabetização. Emilia Ferreiro se tornou uma referência para o ensino brasileiro e seu nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) na investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança, ou seja, do modo como ela aprende. Tanto as descobertas de Piaget como as de Ferreiro, levam à conclusão de que as crianças têm um papel ativo no aprendizado. Elas constroem o próprio conhecimento - daí o uso do termo construtivismo. Com base nesses pressupostos, hoje a sala de aula se transformou em um ambiente alfabetizador, onde todos os elementos devem oferecer um universo estimulante às crianças. Agora, imagine um ambiente em que as diversas linguagens da ópera, como a música, dança, drama e literatura fazem

parte do contexto de um processo de aprendizagem da leitura e da escrita. Ao longo do ano, as crianças se familiarizam com a história e as personagens, enquanto se preparam para os ensaios e a reescrita do libreto, com texto e ilustrações delas

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Eu gosto dos desenhos porque você precisa pintar e o desenho é o que representa a ópera. Foi a parte que eu mais gostei, porque a gente pode pintar e colecionar com os amigos”, – Saul Lima Rebouças, aluno das classes de alfabetização, 7 anos de idade.


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A interpretação do pequeno Calaf na mais recente ópera encenada, Turandot, um clássico do italiano Giácomo Puccini. Composta em três atos, Turandot conta a dramática história da Princesa que dá nome ao espetáculo e sua luta contra o amor do Príncipe Calaf, que acaba ganhando seu coração na antiga China, na Cidade Proibida de Pequim.

próprias, no qual se articulam a leitura, a escrita, o conhecimento e a emoção. As tramas, as personagens, os figurinos da época e a biografia de grandes músicos são ali traçados a partir do olhar infantil. Tudo isso culmina com o livro de reescrita narrativa do libreto e uma encenação do espetáculo musical, pelas crianças, para a comunidade. Parece ousado? Sim, e essa metodologia ativa de aprendizagem, em que o aluno é o protagonista do processo de conhecimento, já é desenvolvida pelo Colégio Dom Bosco há mais de 19 anos. Idealizado pela doutora em Psicologia da Educação, Ceres Murad, o projeto “Ópera para Todos” é pioneiro no Brasil, e visa não só educar o público infantil para a apreciação de música erudita, como

Turandot é uma personagem fictícia e que mora na cidade de Pequim, na China. Lá as pessoas são um pouco diferentes de nós. Possuem tradições chinesas que são diferentes. As roupas que eles vestem também são diferentes das nossas”, – Marina Pereira, aluna da Escola Municipal Maria Alice Coutinho.

utiliza todo o potencial emocional dos grandes clássicos da cultura universal enquanto fator motivador da alfabetização de crianças. “O Projeto “Ópera para Todos”, ao trabalhar a arte enquanto elemento de formação multidisciplinar, amplia o universo psicológico e cultural das crianças, o que pode ser percebido nos textos que são produzidos por elas. A pedagogia, o lúdico, a arte e a própria vivência dos alunos participantes configuraram-se, ao longo de todo o tempo em que vimos realizando o projeto, como agentes para o desenvolvimento de novas


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aprendizagens”, destaca Ceres Murad. O material recolhido ao longo do projeto foi objeto da tese de doutorado da autora, na PUC de São Paulo. Grandes clássicos da ópera mundial já foram apresentados, como “A Flauta Mágica”, de Mozart; “Carmen”, de Bizet; “O Barbeiro de Sevilha”, de Rossini; “Turandot”, de Puccini, “Aida”, de Verdi, ”Sansão e Dalila”, de Camille Saint - Säens, o “Elixir do Amor”, de Gaetano Donizetti e “Madame Butterfly”, de Puccini. Na rede municipal, o projeto ganhou uma dimensão social e se expandiu para escolas da prefeitura de São Luís. Já em 2014, teve o apoio da Companhia Energética do Maranhão – CEMAR, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Estado do Maranhão e da parceria realizada com a Prefeitura de São Luís, na Secretaria Municipal de Educação (SEMED).

Os grandes resultados desse projeto renderam ao Colégio Dom Bosco o Prêmio Darcy Ribeiro 2003 – a mais importante comenda concedida pela Câmara dos Deputados na área de educação.

Durante o projeto tivemos a oportunidade de observar os avanços dos alunos, tanto da aquisição da leitura e da escrita, como nas relações intra e interpessoal. Vemos o desenvolvimento das crianças de forma bastante positiva”, – Ruth-Ane do Nascimento Oliveira, professora da rede municipal.

A última etapa do projeto é a noite de autógrafos do livro escrito pelas crianças. Os pais prestigiam e orgulham-se das produções dos pequenos escritores.

O que mais gostei é o nível de leitura desenvolvido com eles, que estudaram a geografia, a história, a cultura da China. Acho fantástico o envolvimento deles e o fato de esse projeto instigar o senso de responsabilidade nas crianças”, – Tatiane Queiroz Pinheiro, mãe de Yasmin, hoje aluna do 2º ano do Fundamental do Dom Bosco. A diretora pedagógica do Colégio Dom Bosco, Raissa Murad, e a idealizadora do projeto Ópera para Todos, Ceres Murad, com os alunos Yasmin Farias e João Guilherme Abreu, que interpretaram os personagens Turandot e Calaf.

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PENSAMENTO CIENTÍFICO

EDUCAÇÃO FORA DA CAIXA Pesquisa e investigação são estratégias para otimização da aprendizagem dos alunos

Muito mais que de lousa, de carteiras enfi-

leiradas e do silêncio, onde apenas os professores são protagonistas do conhecimento, pode ser feita uma sala de aula. É possível inovar na educação e transformar o ambiente escolar em uma experiência de aprendizado prazerosa e atraente.

Escolas inovadoras quebram barreiras, dão

voz às crianças desde muito cedo e, também, repassam a elas responsabilidades, dando importância ao pensar e ao argumentar no lugar da simples repetição de conteúdos, pois aprender não é repetir. “Na escola contemporânea, os alunos produzem conhecimento o tempo todo, compreendendo o funcionamento do mundo real. Eles são não mero espectadores em carteiras estáticas, são protagonistas com poder de decisão e de transformação”, explica a diretora geral educacional do Grupo Dom Bosco, Isabella Rodrigues Caracas.

“Foi tudo muito bem feito, eles não buscam apenas a internet, mas pesquisam também fontes oficiais. Com esse empenho, eles já saem daqui preparados para a universidade e sem dúvida chegarão bem qualificados ao mercado de trabalho” – Rose Panet, mãe da aluna Tamie Panet, da 3ª série do Ensino Médio, que se encantou com a apresentação dos Cases dos alunos em 2015.


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PROJETO “DEFENDA SUAS IDEIAS’’

Defenda suas Ideias: O estudo de casos estimula os debates, fomenta a aprendizagem ativa e envolve alunos e professores na busca de soluções aos problemas e desafios inerentes aos casos.

TODO ALUNO É TAMBÉM UM PESQUISADOR

Um exemplo interes-

sante da autonomia trabalhada com as crianças é o projeto “Defenda suas Ideias”, iniciado em

2016, pelo Colégio Dom Bosco

utilizada pelo Colégio Dom Bosco

A metodologia de Cases

com os alunos das séries iniciais

é uma ferramenta poderosa de es-

do Fundamental. “Esse Projeto

tímulo ao espírito investigativo e

apresenta os problemas reais que

pensamento científico dos alunos.

mento, mas, principalmente, saber

adentram a sala de aula sob a for-

São trabalhadas atividades proble-

interpretá-lo e usá-lo de forma pro-

ma de Case. Essa metodologia de

matizadoras que propiciam ao aluno

dutiva, por isso é tão interessante

estudos de caso é utilizada na Uni-

o desenvolvimento da habilidade de

estimular o aprendizado por meio de

versidade de Harvard e já é con-

sistematizar o pensamento, obser-

pesquisas”, acredita a professora de

solidada na escola nos segmentos

var e formular hipóteses, organizar

Redação do Dom Bosco e uma das

do Fundamental 2 e Ensino Médio,

debates e resolver situações-proble-

organizadoras dos Cases com os alu-

proporcionando às crianças inves-

ma, envolvendo-os em trabalhos de

nos, Profª Marineis Merçon.

tigações, análises, apresentações

leitura, análise, discussão de ideias e

de propostas e a prática das toma-

síntese.

propostas de soluções no âmbito dos problemas sociais abordados.

das de decisões a partir das pro-

“É necessário ter conheci-

Na metodologia de estu-

dos de caso do Dom Bosco, os alu-

blemáticas estudadas. Durante o

Todos os anos, temas de

nos participam de palestras com es-

Projeto, cada turma recebe uma

ampla relevância social são escolhi-

pecialistas, são acompanhados pelo

situação-problema para debater

dos para que os alunos trabalhem

professor a partir de um cronograma

em sala de aula. A culminância é

leitura e análise de textos, levanta-

de atividades, assistem vídeos, cole-

uma apresentação da defesa das

mento de dados, produção textual,

tam dados e fotos e discutem em

ideias pelos alunos, em que eles

apresentação de seminários, painéis

grupo as premissas levantadas, de

expõem seus argumentos.

e simpósios, tudo isso para discutir

acordo com cada tema.

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No Dom Bosco o ensino tem como base a observação de fatos e respostas a questionamentos que são de interesse de cada aluno. O professor, mais do que ditar conteúdos e visões de mundo, orienta cada etapa de estudo e descobertas. O foco está em garantir o interesse e a motivação dos estudantes em obter conhecimento.

O MÉTODO DE CASO DE HARVARD

A metodologia da escola se baseia no

método proposto pela Universidade de Harvard, que expõe os alunos aos processos decisórios e aos dilemas atuais que vivem diariamente. Esse é um método de ensino diferente do tradicional, pois ao invés de os estudantes assimilarem passivamente os fatos e as teorias, exercitam suas habilidades e liderança perante um grupo de trabalho que tem a tarefa de solucionar os desafios propostos no caso.

“Foi empolgante, pois o assunto é polêmico e procuramos tocar as pessoas em relação ao uso dos recursos hídricos. Mostramos que a reutilização da água pode ser uma das soluções”, – Gustavo Carvalho, aluno do 1º ano do Ensino Médio, sobre a apresentação do Case que trabalhou a problemática da escassez da água no país, em 2015.


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OPINIÃO

CASE: “REDES SOCIAIS E LIBERDADE DE EXPRESSÃO” Por: Camila Maalouf, aluna do 6º ano do Ensino Fundamental, 11 anos.

Em meio a tantas aulas,

gião, aparência, ou até a orientação

palestras, debates e discussões em

sexual do indivíduo. Estes “haters” de

geral sobre a temática do Case, pos-

hoje em dia, conseguem transformar

so afirmar que consegui aprimorar

coisas tão banais, em um verdadei-

minhas ideias e estou conseguindo

ro tormento para as pessoas que

concretizar minha opinião a respeito

sofrem com esta prática maldosa.

do mesmo.

Prática que também pode ser deno-

uma pessoa por um “simples” ato

minada por Cyberbullying.

inconsequente e infeliz por causa

de palavras tão desnecessárias são

O tema do Case deste

ano (Redes sociais e liberdade de

As pessoas que prati-

realmente inquietantes. Novamente

expressão) é realmente muito polê-

cam este bullying virtual, esta ação

reforço a ideia de que devemos usu-

mico. As palavras dos palestrantes

ofensiva, geralmente são indivíduos

fruir de nosso bom senso à frente

conseguem nos fazer refletir sobre

com baixa autoestima, que querem

das telas de computadores e celula-

esse assunto que está presente em

rebaixar os outros para se sentirem

res, para evitar isto.

nosso cotidiano, em nosso dia a dia.

superiores. Estes às vezes nem con-

Algo tão corriqueiro, como as redes

seguem se defender de tamanha hu-

sociais, podem tanto ajudar, quanto

milhação e do sofrimento que estão

vemos, acima de tudo, respeitar

arruinar a vida de alguém.

sentindo. Há casos muito sérios em

nosso próximo. Isto serve tanto no

relação ao Cyberbullying. Casos de

cotidiano, quanto nas redes sociais.

Todos nós temos opi-

pessoas que entraram em profunda

Gosto de pensar se tal comentário

niões, negativas ou positivas em rela-

depressão, que cometeram suicídio,

vai ser realmente relevante. Se não

ção a algo. As redes sociais ampliam

ao passar por situações como estas.

vou ofender ninguém, se não vou

nossa liberdade de se expressar, de

As redes sociais que estão sempre

magoar ninguém. Acredito, sim, que

expor essas opiniões. Por isso, com

por perto, causam a impressão de

todos temos o direito de nos expres-

elas em nosso dia a dia, estamos

que você está sendo perseguido por

sar. Só que não devemos ultrapassar

constantemente sujeitos a críticas,

este ódio gratuito, já que está sem-

os limites. Para mim, nossa liberdade

sejam elas boas ou não. Então deve-

pre vulnerável a uma chuva de críti-

de expressão termina onde a priva-

mos ter muito cuidado com a forma

cas mal intencionadas.

cidade do outro começa. Devemos

Em minha opinião, de-

compreender as barreiras que exis-

como nos expomos, como expomos psicológicos

tem entre nossa opinião, a privacida-

que isto pode causar em alguém

de e o respeito ao outro. Creio que

pela

são imensuráveis. Há depoimentos

podemos nos expressar e expor nos-

inúmeras

de pessoas que já sofreram situa-

sas ideias como quisermos, desde

demonstrações de ódio gratuito, ali-

ções parecidas e os resultados são

que não afete psicologicamente nos-

mentados por fatores irrelevantes,

realmente perturbadores. Os trau-

so próximo, desde que respeitemos

tais como a raça, cor de pele, reli-

mas que podem ser causados em

os limites entre “eu e você”.

estas críticas e opiniões.

Hoje,

navegando

internet,

encontramos

Os

danos

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RESULTADOS

PROJETO 360º DESENVOLVIMENTO SISTÊMICO DOS ALUNOS COM FOCO EM RESULTADOS E ALTA PERFORMANCE

Alguns dos aprovados do Colégio Dom Bosco no último ENEM: Daniel Furtado - Eng. Mecânica UEMA; Carolynne Weba - Direito UEPB; Vinícius Moraes - Eng. Civil UEMA; Guilherme Chung - Eng. Elétrica UFMA e Eng. Mecânica UEMA; Vinícius Capistrano - Eng. Civil UEMA e Maria Abdalla - Jornalismo UEPB.

O desenvolvimento de habilidades e o aprofundamento de conteúdos são fundamentais para um bom desempenho acadêmico, seja no Enem, seja em outros disputados vestibulares das universidades brasileiras. Para maximizar a assimilação dos conteúdos e focar nos resultados dos alunos, o Dom Bosco implantou um sistema de tutoria e monitoria personalizada - o Projeto 360°, que reúne alunos e professores para troca de experiências e aprendizagem, elencando ações voltadas para as necessidades específicas de cada aluno, utilizando acompanhamento psicopedagógico naquilo que concerne à orientação profissional, integrando o aluno, os colegas, pais e professores, fazendo-os relacionarem-se entre si.


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“O foco nos resultados é uma premissa do trabalho desenvolvido pela nossa equipe pedagógica. Os recentes resultados do Enem e de outros Vestibulares nos colocam entre as melhores escolas do Maranhão, mas trabalhamos projetos para ir muito além desses resultados. A inovação, as metodologias buscadas em Harvard, o forte trabalho em múltiplas inteligências, uso de tecnologias em sala de aula e os estudos de casos reais são alguns exemplos da preparação do aluno para o desenvolvimento de competências em múltiplas dimensões”, explica a diretora geral educacional do Grupo Dom Bosco, Isabella Rodrigues Caracas.

A conexão entre todas essas ações e a culminância, com o Projeto 360°, têm sido bastante exitosa. Em 2015, diversos alunos da 3ª série comemoraram suas aprovações, muitas delas em 1º lugar. Guilherme Chung Oliveira, aluno da escola desde as séries iniciais, relata com bastante entusiasmo a satisfação de seus pais e professores com as duas aprovações que conquistou, sendo em 1º lugar na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), no curso de Engenharia Elétrica, obtendo 960 pontos na redação do ENEM, e a 5ª colocação na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), no curso de Engenharia Mecânica. “Só tenho a agradecer à minha mãe, aos meus professores e ao colégio pelo incentivo e aprovação“, diz o estudante.

Apesar de ter passado em dois cursos, minha vida não era somente livros, eu saía muito com meus amigos, tinha uma vida social normal, – Guilherme Chung, aprovado em Engenharia Mecânica na UEMA e Engenharia Elétrica na UFMA.

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O que me ajudou muito, em 2015, foram as monitorias e as aulas particulares que dava para meus colegas. Tenho muita facilidade com as disciplinas de física e matemática. Eu tirava dúvidas com meus professores para passar aos outros alunos, assim, além de exercitar eu fixava os conteúdos. Isso me auxiliou bastante”. – Vinícius Capistrano, aprovado em Engenharia Civil na UEMA.

Eu criei um plano de estudos para reforçar as matérias de que menos gostava e me obrigava a estudar por mais tempo. O que me ajudou muito foi o grupo de estudo monitorado pela professora Isabella Rodrigues, que me ligava e passava mensagens para não perder o foco. Eu sempre estudava mais do que o normal, pois queria realizar o sonho de fazer medicina. – Gabriel Abreu, aprovado em Medicina na UFMA.


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Foi essencial o apoio da escola e dos professores para alcançar este resultado. O projeto de monitoria, com certeza foi o que mais me fez aprender e ter conhecimento durante o ano, toda a prática, simulados e provas foram importantes para o vestibular”. – Lucas Guimarães, aprovado em Medicina na UEMA.

Eu fiz esquemas específicos de estudo, compartilhei com os meus colegas e isso me ajudou a desenvolver habilidades em outras áreas e, enquanto eu passava o conteúdo, eu aprendia bastante. O Dom Bosco foi crucial para minha aprovação e para minhas escolhas. Tive uma vivência maravilhosa no colégio que, inquestionavelmente, me ajudou a superar todos os obstáculos durante o ano, – Carol Weba, aprovada em Direito na UEPB.

O importante é você prestar atenção na aula, anotar e ficar atento ao que o professor diz. Se possível fazer as atividades que ele apresentou em sala de aula. É muito importante essa relação aluno x professor, você perguntar, tirar dúvidas. A escola existe pra isso. – Ana Terra, aprovada em Relações Internacionais na UFPB.

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DB FAMÍLIA

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A ESCOLA DA FAMÍLIA Educar depende de um relacionamento saudável e parceiro entre pais, alunos e a escola. Família e escola formam uma equipe. Não há como pensar a educação sem o envolvimento da família nesse processo. Educar é, sem dúvida, uma tarefa a ser desempenhada tanto por uma quanto por outra. Dessa forma, quanto mais estreita for essa relação, melhor será o resultado alcançado. E, como promover esse envolvimento? A relação da família e da comunidade com o ambiente escolar precisa ir além. “Só se pode pensar em sucesso educativo se pensarmos também em trabalho conjunto”, afirma a psicopedagoga Thaís Brandão. Por isso, é interessante trabalhar projetos que estimulem o relacionamento entre pais, alunos e educadores.

É muito legal, a gente brinca com os amigos, irmãos e nossos pais. Eu me divirto bastante”, – Maria Júlia, de 6 anos, sobre o Dia da Família.

No Colégio Dom Bosco, o resgate aos valores humanos e o exercício consciente da cidadania e do convívio social são práticas desenvolvidas pelo Projeto ‘‘Valores’’, com formações e oficinas sobre temas atuais de grande relevância, voltados às famílias e aos alunos. “Os valores motivam o comportamento e a atividade humana. Com esse projeto, nosso objetivo é promover a construção de uma cidadania sadia, crítica, comparativa e consciente em cada aluno”, explica o gerente executivo do Colégio Dom Bosco, Nelson Fontinhas.”

1 - Família em momento de grande descontração no Dia da Família, evento realizado desde 2014, pelo Colégio Dom Bosco. 2 - No Dia da Família as famílias dos alunos podem e se conhecer e interagir juntas, essa aproximação é um dos objetivos do evento. 3 - O DB Runner é realizado há cinco edições, reunindo comunidade de alunos, exalunos e atletas, e já faz parte do calendário de eventos esportivos da cidade.


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Sou apaixonada por esse evento. Estar nesse espetáculo, nesse circo maravilhoso que foi montado pra receber especialmente todas as famílias nos deixa muito felizes. Acredito que, hoje, todas as famílias devem sair daqui mais leves, mais alegres e com mais união”, – Sheila Dureles, mãe de alunos, sobre a edição do Dia daFamília, realizada em 2016, com o tema circo.

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Reunir pessoas e fazêlas interagir, mas dessa vez com o objetivo de brincar, sim, brincar, é a proposta do Dia da Família, um dos maiores eventos de integração promovidos pelo Dom Bosco, desde 2014. Pais, avós, tios, primos e crianças passam uma divertida manhã juntos, desfrutando de inúmeras atividades programadas pela equipe pedagógica do colégio. “O Dia da Família entrou para o calendário de eventos da escola como um dos maiores momentos de integração e celebração do amor que une as famílias. O evento movimenta centenas de famílias, em um dia de atividades lúdicas e brincadeiras, em que todas as famílias podem interagir e se conhecer”, explica a diretora pedagógica Raíssa Murad. Família e escola precisam estar juntas, caminhando lado a lado, para a construção de cidadãos socialmente responsáveis. É preciso ter clareza sobre os valores e métodos da escola. Os pais devem se perguntar qual a formação que querem para os seus filhos e procurar uma instituição que condiz com os objetivos da família.

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EVENTOS DE INTEGRAÇÃO Como parte da programação anual de aniversário da escola, há cinco anos o Dom Bosco promove a corrida de rua DB Runner, que envolve alunos e ex-alunos, professores e atletas da comunidade competindo nas distâncias de 5 e 10km, tendo como palco a Avenida Litorânea. A diretora geral educacional do Colégio Dom Bosco, Isabella Rodrigues Caracas, idealizadora da prova, acredita que com a corrida a escola cumpre, também, um importante papel na relação com a comunidade. “Nada melhor que comemorarmos o aniversário da escola reunindo pais, alunos, professores e atletas. Assim, além de incentivarmos o esporte e a qualidade de vida, promovemos a interação social entre as pessoas, e a escola com a comunidade”, destaca a diretora.

Elizabeth Rodrigues, presidente do Conselho de Administração do Grupo Dom Bosco, e Isabella Rodrigues, diretora geral educacional, com as vencedoras na categoria Feminino do DB Runner 2016.

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INGLÊS

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ENGLISH IS EVERYWHERE O inglês está em toda parte e é inegável que ter uma formação sólida no idioma enriquece o repertório cultural dos alunos. Mas, quando os estudos de um segundo idioma devem iniciar? A comunicação é um dos processos mais importantes na vida do ser humano e, hoje, dominar um segundo idioma não é mais uma opção para quem deseja se destacar de alguma forma, é uma necessidade real para inserção social e ascensão no mercado de trabalho. A consciência da importância de se ter sólidos conhecimentos de Inglês já faz parte da cultura da família brasileira, por isso, cada vez mais cedo os pais têm buscado um bom ensino do idioma aos filhos.

Mas, quando iniciar os estudos do inglês? Essa é uma dúvida recorrente de muitos pais. O inglês pode e deve ser ensinado a crianças desde bem pequenas. Quanto mais cedo for o contato, mais facilidade terá a criança em aprender qualquer conteúdo. A professora Alessandra Gimenez, gerente de inglês do Dom Bosco, recomenda o primeiro contato com a língua por volta dos três anos e acredita que o inglês deve ser introduzido a partir de elementos que tenham a ver com o universo da criança.

O ideal é que o estudo do inglês inicie o quanto antes, porque na primeira infância é quando todas as janelas cerebrais estão abertas para aprendizagem de um segundo idioma. A abordagem do ensino deve ser contextualizada, utilizando-se materiais didáticos adequados a cada faixa etária e trabalhando múltiplas habilidades, não apenas o aprendizado da língua”, – Alessandra Gimenez, gerente de inglês.

1 - O ensino do Inglês às crianças deve contemplar não apenas a aprendizagem de um novo idioma, é importante que elas pratiquem regras de convivência e sejam encorajadas a desenvolver sua autonomia e autoconfiança. 2 - O método Red Balloon oferece uma carga horária adequada para o atingimento da fluência no idioma e atividades adequadas para cada faixa etária de crianças e adolescentes.


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Até os três anos, o cérebro da criança cresce em um ritmo acelerado. A atividade cerebral só começa a se assemelhar à de um adulto a partir dos 10 anos de idade – ou seja, ela está vivendo seu período mais fértil, em que absorve novos conhecimentos em alta velocidade. Contudo, os resultados só serão positivos caso o ensino seja trabalhado de forma adequada à fase em que ela se encontra. “É importante seguir as mesmas etapas que ocorrem na língua materna, acompanhando o desenvolvimento das habilidades orais antes das práticas escritas”, completa Alessandra. No Dom Bosco, o ensino do Inglês inicia no Maternal II (3 anos de idade) com uma carga horária estendida, que possibilita ganhos de aprendizagem maiores aos alunos. São quatro aulas semanais, em todos os segmentos, com conteúdos e materiais específicos a cada faixa etária. Esse ano, a escola também passou a oferecer um novo serviço aos alunos, ao adotar a metodologia do Red Balloon, com enfoque exclusivo em crianças e adolescentes. O curso é opcional e está acontecendo na modalidade in school, voltado inicialmente apenas aos alunos da escola, de forma complementar às aulas curriculares. Grandes escolas do país já contam com o método Red Balloon - como a Visconde de Porto Seguro (SP) e Anglo (SP) que nasceu há mais de 47 anos e é um curso especializado no ensino de inglês dos 3 aos 17 anos. Com quatro horas de imersão semanais, as aulas

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são totalmente em inglês. “Nas salas do Red Balloon é criado um ambiente lúdico, com atividades significativas, que têm a ver com o contexto de vida da criança, facilitando a imersão delas durante as aulas”, afirma Alessandra. Nas aulas, utilizam-se jogos, músicas, filmes, vídeos, culinária, contação de histórias, flashcards e role-play (interpretação de papéis e criação de diálogos) para criar um ambiente em que o inglês seja falado com naturalidade. A introdução da escrita só surge aos 7 anos, quando as crianças já foram alfabetizadas na língua materna, e um estudo mais intenso da gramática começa por volta dos 9 ou 10 anos. “No Red Balloon a criança vai aprender da mesma forma que ela aprende a língua materna, primeiro ela vai ouvir, depois ela ouve e começa a falar, em seguida ela começa a ler, e por último ela inicia a escrita”, explica a gerente de inglês.

Através da imersão, a expectativa é que o aluno domine cerca de 1.500 palavras e expressões rotineiras até os 4 anos – com os 10, ele já terá um conhecimento básico do idioma consolidado a longo prazo. Até os 11 anos de idade, as turmas são separadas por faixa etária, com atividades adequadas ao estilo motor e capacidade cognitiva da criança. Elas aprendem por meio da experiência, brincadeira e construção, proporcionando habilidades linguísticas nos mesmos moldes da língua nativa. Quer saber mais sobre o Red Balloon? Mande um e-mail para redballoon@dbosco.com.br. A partir de 2017, serão ofertadas turmas, também, para alunos de outras escolas.

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HOMENAGEM

RECONHECIMENTO AO TRABALHO DA EDUCADORA TIA SILVIA A professora mais antiga da casa foi homenageada ao completar 40 anos de dedicação às salas de aula do Colégio Dom Bosco. Carinhosamente chamada de Tia Silvia, a professora Silvia Moraes recebeu merecida homenagem ao completar 40 anos de dedicação à educação de crianças e jovens no Dom Bosco. Uma placa em reconhecimento ao seu trabalho foi instalada no pátio do gramado, que passou a ser batizado oficialmente de “Pátio de Tia Silvia”. Tia Silvia iniciou seu trabalho pedagógico na escola como professora substituta no Dom Bosco Centro, na Rua do Passeio. Logo depois se tornou professora titular e, em seguida, assumiu a coordenação do Ensino Fundamental da escola. Com orgulho, a querida Tia Silvia conta que por sua coordenação já passaram gerações de famílias. Hoje, alguns de seus alunos são filhos de ex-alunos. E ela pretende trabalhar por muito tempo, fazendo algo pelo qual é apaixonada: educar. “Ser professora para mim não é apenas uma profissão, é uma missão de vida. Sou completamente apaixonada pelo que faço e me sinto realizada todos os dias com os meus meninos”, exalta.

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2 - Com as diretoras do Grupo Dom Bosco, Rebeca Murad, Maria Izabel Rodrigues, Elizabeth Rodrigues, Ceres Murad e Isabella Rodrigues, Tia Silvia recebe uma placa de homenagem, pelos seus 40 anos de dedicação à educação de crianças e jovens do Colégio Dom Bosco. 3 a 5 - Alguns registros do arquivo pessoal de Tia Silvia, com alunos do Colégio Dom Bosco Centro e Renascença e, mais recentemente, com alunos do Ensino Fundamental durante a realização do Acantonamento Científico.

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POR ONDE ANDAM NOSSOS ALUNOS

Fizemos um giro pelo mundo para saber por onde andam nossos alunos. Recebemos notícias de vários países, onde cada um atua em diferentes áreas. Eles compartilharam conosco lembranças e momentos marcantes que viveram no Colégio Dom Bosco.

Humberto Moreira

Empreendedor e Desenvolvedor Startup Wine Gallery – Sidney (Austrália)

“O Colégio Dom Bosco me proporcionou muitos dos bons momentos que tive. Fiz amizades para o resto da vida. Tive uma ótima base de ensino, com excelentes professores e uma grande estrutura. Com certeza, a escola estará sempre em minhas lembranças”.

“Um dos momentos mais marcantes no Dom Bosco foi o dia que decidi que queria morar na Austrália, na hora da saída da escola, compartilhando sonhos com amigos de sala de aula que tinham os mesmos interesses em trabalhar com Exatas e rodar o mundo. E, quase todos nós fizemos isso mesmo, cada um está em um local do mundo, trabalhando com coisas superinteressantes nessa área”.

Laércio Wadie

Arquiteto de Software e BigData Koin - São Paulo

“Lembro do dia em que tirei mais que 10 em uma prova (10,3). Prova de física, super difícil. O professor ao chegar para entregar as notas das provas, diz: Só um aluno em todas as salas tirou 10. Na verdade, mais que 10. Com certeza foi um dos episódios mais orgulhosos da minha vida estudantil. Como tirei mais que 10? A prova valia 11, 1 ponto extra. Consegui ficar com 0,3 a mais para a próxima prova. O grande aprendizado que ficou foi que todo esforço é recompensado. Valeu a pena cada segundo investido em estudo. Por outro lado, valeu a pena cada segundo investido nas amizades que fiz no colégio. Acho que um complementa o outro”.

Fábio Rocha

Engenheiro de Software Microsoft – Vale do Silício (EUA)

Euline Cutrim Schmid

Professora titular Universidade Estadual de Educação em Schwaebisch Gmuend - Alemanha

“Durante o Ensino Médio eu estava completamente centrada na preparação para o Vestibular. Iria prestar Vestibular no Rio de Janeiro, e sabia que tinha que me dedicar bastante, pois haveria mais concorrência por lá. Lembro bem das medalhas de primeiro lugar que ganhei nos testes simulados no final de cada ano letivo. Isso me encorajou bastante. Tivemos ótimos professores que nos ensinaram muito sobre a importância da disciplina, da dedicação aos estudos, mas, também, sobre o valor do respeito mútuo e da colaboração. A escola tinha uma atmosfera muito boa. Sempre me senti bem-vinda”.

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APRENDIZAGEM INOVADORA NOVAS TECNOLOGIAS, METODOLOGIAS ATIVAS E APRENDIZAGEM COLABORATIVA TORNAM O ALUNO PROTAGONISTA DO PROCESSO DE CONHECIMENTO.


+ Lançam

ATIVIDADES DE INOVAÇÃO ESPAÇO COWORKING ACELERADORA DE STARTUPS PÓS-GRADUAÇÃO

COLETIVIDADE CRIATIVA

PARA PENSAR DIFERENTE

LOCAL: ACELERADORA DE STARTUPS DA UNDB


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EDUCAÇÃO 3.0

Na UNDB, novas tecnologias e A SALA DE metodologias ativas fazem com que processo de aprendizagem se AULA MUDOU otorne mais atraente e diversificado para os alunos. DE CARA Se ao pensar em uma sala de aula, ainda lhe vem à cabeça a imagem de carteiras enfileiradas, alunos fazendo anotações em seus cadernos e um professor à frente de uma lousa, é hora de reconfigurar sua mente. A tecnologia, mídias sociais, gamificação e plataformas educacionais online estão remodelando as aulas e transformando o processo de aprendizagem. O dia a dia de alunos e professores está em uma rápida e contínua mudança e o novo modelo de educação – chamada educação 3.0 – traz a inovação no ensino como carro-chefe.

SOCIAL LEARNING Pautada na interação, colaboração e participação ativa dos alunos, a aprendizagem colaborativa (social learning) é uma metodologia de ensino que preza pela troca de conhecimentos e promove o engajamento entre alunos e professores. Na UNDB, os alunos têm acesso a espaços que estimulam o trabalho colaborativo, onde se veem mesas de diferentes formatos no lugar das carteiras enfileiradas e recursos tecnológicos, como iPads e Apple TV, à disposição das turmas. Nesse processo, a aula também ganha um formato dife-

rente e passa a ser invertida. Os alunos recebem conteúdos da pré-aula, disponibilizados na plataforma do Google Classroom, e são instigados a pesquisar previamente sobre os temas. Durante a aula, os assuntos propostos são discutidos coletivamente. Já no pós-aula, instrumentos adicionais são oferecidos aos alunos, como vídeos ou artigos complementares à temática tratada. Dessa forma, a aprendizagem ocorre dentro e fora da sala de aula. “Nas aulas de Administração, utilizamos, também, as redes sociais – Facebook e Instagram - como ferramenta de apoio à aprendizagem. Por lá, fazemos mediações de grupos de estudo, apresentamos conteú-


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dos extra, promovemos discussões e compartilhamos exemplos com os alunos”, exemplifica a professora Jaqueline Pimentel, coordenadora do curso de Administração da UNDB. Dentro dessa sala de aula inovadora, a tecnologia é um importante ponto de apoio para uma aprendizagem mais significativa aos alunos. “As ferramentas de tecnologia da informação são utilizadas para enriquecer, fundamentar e ilustrar o processo de aprendizagem”, pontua o professor Bruno Nogueira, assessor de tecnologia educacional do Grupo Dom Bosco.

METODOLOGIAS ATIVAS O desenvolvimento da autonomia e da consciência crítica no sentido de transformação da realidade são elementos fundamentais ao protagonismo dos alunos. “Na UNDB, as metodologias ativas são trabalhadas, especialmente, no método de

Cases e Papers da instituição, implementado desde a sua fundação, em 2002. Os trabalhos interdisciplinares envolvem alunos de diferentes períodos e cursos com a pesquisa acadêmica”, explica a reitora, Ceres Murad. O método de estudos de caso (cases) da instituição segue o modelo proposto pela Universidade de Harvard, que estimula os alunos a questionar, fazer inferências, analisar dados e, sobretudo, a argumentar. Nesse caso, as respostas prontas não são bem-vindas, pois o aluno precisa, necessariamente, desenvolver o poder de argumentação. Já nos projetos de pesquisa e interdisciplinares, os alunos estudam um problema real, utilizando de forma integrada aborda-

gens inerentes ao campo de conhecimento de diversas disciplinas. “Os alunos são postos a desenvolver uma solução que seja desejável à comunidade, factível tecnologicamente e viável economicamente”, explica a diretora acadêmica Graciana Cordeiro.

As ferramentas de tecnologia da informação são utilizadas para enriquecer, fundamentar e ilustrar o processo de aprendizagem.” – Bruno Nogueira, assessor de tecnologia educacional do Grupo Dom Bosco.

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Aprendizagem inovadora: Na Educação 3.0, alunos propõem soluções para problemas inéditos, de forma colaborativa e com apoio da tecnologia. Nas fotos, estudantes do curso de Psicologia aprofundam conhecimento sobre percepções dos sentidos.

Os alunos são postos a desenvolver uma solução que seja desejável à comunidade, factível tecnologicamente e viável economicamente.” – Graciana Cordeiro, diretora acadêmica da UNDB.

TECNOLOGIA Desenvolver projetos com o aparato da tecnologia, trazendo impactos diretos à comunidade é uma premissa primordial na produção do conhecimento dentro da UNDB. Um exemplo é o projeto de pesquisa desenvolvido pelos alunos do curso de Sistemas de Informação, Thiago Feitosa, Luís Paulo, Ramon Barros e Dalton Seixas, orientados pelos professores Rodrigo Monteiro e Pedro Brandão. “Ferramenta para auxílio da escrita com os olhos” desenvolve estudos em Visão Computacional e recebe apoio

A diretora acadêmica da UNDB, Graciana Cordeiro, e a assessora acadêmica, Marineis Merçon, com a equipe de coordenadores da faculdade. Semanalmente, as equipes se reúnem para avaliação da produção acadêmica dos alunos e docentes e orientação dos trabalhos com foco nas metodologias ativas e aprendizagem colaborativa.


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da Fundação de Amparo à Pesquisa do Maranhão (Fapema). A finalidade desse projeto é desenvolver uma ferramenta baseada em processamento de imagens, que seja capaz de auxiliar o paciente a escrever textos apenas com o movimento dos olhos. Assim, o usuário pode utilizar computador, navegação na web e outros softwares, a partir de sinais emanados pela íris dos olhos. Thiago Feitosa relata que se interessou em se envolver no projeto devido à possibilidade de inserção ou reinserção de pessoas que apresentam alguma limitação de movimento. “Estamos

focados em desenvolver uma ferramenta capaz de interagir com o usuário pelo reconhecimento facial, possibilitando a sua total autonomia sobre computadores ou smartphones. Desta maneira, quem tem algum tipo de limitação de movimentos, seja por acidente vascular cerebral ou acidentes que levaram o indivíduo à tetraplegia poderão se comunicar de maneira eficaz e vislumbrar uma recolocação no mercado de trabalho. Nossa intenção é que estas tecnologias proporcionem mais qualidade de vida a essas pessoas e que, em breve, possam ter alcance nacional e internacional”, comenta o aluno pesquisador.

Os alunos de Sistemas de Informação, Luis Paulo, Thiago Feitosa e Dalton Seixas, com um dos professores que orienta o projeto, Rodrigo Monteiro. Devido à sua proposta inovadora, o trabalho dos alunos foi premiado no Encontro de Iniciação Científica da UNDB deste ano, nas categorias Pôster e Trabalho Revelação.

Estamos focados em desenvolver uma ferramenta capaz de interagir com o usuário pelo reconhecimento facial, possibilitando a total autonomia daquele que tem algum tipo de limitação de movimentos. Nossa intenção é que estas tecnologias proporcionem mais qualidade de vida a essas pessoas.” – Thiago Feitosa, aluno do curso de Sistemas de Informação da UNDB.

Exemplo de utilização da ferramenta tecnológica para auxiliar a escrita de pessoas com mobilidade reduzida, por meio do reconhecimento do globo ocular.

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INOVAÇÃO

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UNDB RECEBE A PRIMEIRA EDIÇÃO DO STARTUP WEEKEND SÃO LUÍS Um dos maiores eventos de inovação do mundo aconteceu em 2016, na UNDB

A cidade de São Luís se transformou, durante três dias, na capital mundial da inovação. Com um tema desafiador e estimulante - “Transforme ideias em negócio em 54 horas” - a primeira edição do Startup Weekend São Luís, um evento de imersão, foi marcado pela presença de muitos empreendedores e aspirantes a empreendedores, que puderam descobrir a viabilidade de suas ideias de startups. O evento já foi realizado em mais de 50 países e aconteceu desta vez na UNDB, que se transformou em um polo de descobertas de novos talentos. Criação de modelos de negócios, programação, design e validação de mercado foram as etapas desenvolvidas ao longo do evento e em cada passo, os participantes contaram com a mentoria de especialistas convidados.

Bruno Nogueira, um dos idealizadores do evento na capital e coordenador do curso de Sistemas de Informação da UNDB, explicou que as ideias executadas podem ajudar na solução de problemas. “A gente viu durante o evento ideias que são potenciais enormes para emplacar tanto no Brasil quanto na América Latina. É aí que reside a grandeza desse evento, que deixa marcas para a UNDB e para São Luís”, afirma. Ao todo foram 103 participantes, mentores de toda parte do Brasil e, ao final, 12 novas startups criadas. A ideia do aplicativo Meevoe, baseado em economia colaborativa, foi a vencedora. “O Meevoe possibilita aos turistas conhecerem melhor uma cidade através do olhar de seus próprios

É perceptível o crescimento das startups locais, mas crescer sozinho é pouco. O que acontece no Maranhão é algo grandioso, é a formação de um ecossistema. É nesse contexto que aconteceu o primeiro Startup Weekend de São Luís. O evento é a cereja do bolo, para inserir mais pessoas no ecossistema, descobrindo, assim, novos talentos. É nítido o desejo de faculdades, hotéis, grandes empresas, empreendedores, desenvolvedores, designers e da sociedade de modo geral em colocar o Maranhão no cenário das grandes startups. Quem sabe não é o início de uma Ludo Valley?”, – Laíza Amorim, Líder Organizadora do Startup Weekend São Luís.

1 - Equipe de mentores, especialistas de toda parte do país, escalados para facilitar o evento e engajar os participantes. Foto:Veruska Oliveira. 2 - Time campeão: Equipe Meevoe, a grande vencedora da SW São Luís. Foto:Veruska Oliveira.


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moradores. O aplicativo visa juntar viajantes que querem um turismo diferenciado, levando em consideração seus gostos pessoais, com hosts que tenham o mesmo perfil e queiram mostrar a sua visão da cidade para o viajante”, explica Wilson Ferreira, aluno de Sistemas de

Informação da UNDB, developer da startup vencedora. Trazer um dos maiores eventos de inovação para São Luís foi um desafio superado pelos organizadores. “A comunidade de Startups vem almejando esse

evento desde 2014, mas somente no final de 2015 conseguimos reunir um grande time de organizadores e, finalmente, fizemos acontecer aqui o maior evento de startups do mundo. O engajamento da comunidade foi incrível e conseguimos atingir grandes players no mercado maranhense”, comemora Bruno Nogueira. “Ultimamente venho sempre repetindo uma frase quando me perguntam sobre o ecossistema de inovação e startups no Maranhão: “Saímos de um cenário impossível para um cenário provável”, finaliza João Silva, Líder de Inovação da The Creative Pack e Fundador da Associação Maranhense de Startups – Startup Maranhão, também, um dos organizadores do evento.

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HACKATHON UNDB INSTITUIÇÃO É A PRIMEIRA FACULDADE DO NORTE/NORDESTE A ENTRAR NO ÂMBITO DE ACELERAÇÃO DE STARTUPS

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3 - “As equipes estão utilizando os escritórios disponibilizados pela UNDB, com acesso a mentores da faculdade. Durante seis meses, os empreendedores recebem mentoria, uma oportunidade fantástica para amadurecer os projetos iniciais até o lançamento deles para a indústria”, esclarece o engenheiro de software, Fábio Rocha. 4 - Equipes desenvolvem protótipos de software durante o Hackathon promovido pela UNDB.

Com o sucesso da Startup Weekend, a UNDB promoveu o seu primeiro Hackathon - competição entre grupos formados por Engenheiros, Designers, Gerentes de projetos e entusiastas do desenvolvimento de software, reunidos para desenvolver soluções tecnológicas a um conjunto de problemas lançados. Inseridos em um ambiente intensivo de desenvolvimento de softwares, os participantes juntaram conhecimento e mão na massa. No Hackathon, as equipes desenvolveram protótipos de software e as duas melhores ideias foram selecionadas para a primeira turma da Aceleradora de Startups da UNDB. Trabalhando com metodologias inovadoras no ramo de Lean Startup e gerenciamento de negócios digitais, temos um espaço transdisciplinar, onde as equipes contam com o apoio de especialistas em diferentes áreas do conhecimento”, explica Bruno Nogueira.

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GESTÃO

GESTÃO ESTRATÉGICA ORIENTADA PARA RESULTADOS

MARCELO FAVIEIRO Sócio-diretor da WMFB, consultoria de governança, gestão e educação para famílias empresárias e empresas familiares e membro do Conselho de Administração do Grupo Dom Bosco e de empresas do segmento de bens de consumo e varejo. Atuou por 35 anos como executivo e presidente de empresas nacionais e multinacionais de ramos diversos como bens de consumo, indústria química e distribuição. Engenheiro e administrador de empresas, com especialização em Estratégia Empresarial.

Transformar intenções estratégicas em resultados concretos é um dos grandes desafios na gestão de empresas em todo mundo. Nesta entrevista à Revista UNDB, o administrador e especialista em estratégia empresarial, Marcelo Favieiro, membro do Conselho de Administração do Grupo Dom Bosco, discorre sobre a metodologia de gestão organizacional – a Gestão Estratégica Orientada para Resultados. Ele destaca a importância de se estabelecer diretrizes estratégicas e definir metas claras e objetivas nas organizações. UNDB: Sabemos que a Gestão Estratégica Orientada para Resultados é o caminho mais eficiente em transformar intenções estratégicas em resultados concretos. Nesse sentido, existe um modelo a ser seguido? Marcelo Favieiro: Existe uma farta literatura sobre modelos, estratégias e ferramentas, com diversos estudos e ensaios. Os modelos de Gestão Estratégica mais utilizados no momento, são o BSC (Balance Score Card) e suas quatro dimensões, o mapa de Matriz Estratégica de Posicionamento e o Desdobramento pela Diretrizes da Qualidade Total. Os melhores resultados, têm se observado, advêm da soma deles quando usados de forma complementar, adicionados a um sistema meritocrático de maneira a estimular resultados superiores.

UNDB: É possível pensar em utilizar a Gestão Estratégica Orientada para Resultados na esfera pública? Marcelo Favieiro: Com pequenos ajustes sim, lembrando sempre que os objetivos da Esfera Pública são diferentes daqueles que estamos acostumados a medir. Assim, como podemos calcular a eficiência de nosso sistema de segurança pública? Certamente, não é pelo número de casos resolvidos, ou por prisões efetuadas, mas muito mais, pelo foco do processo, ou seja, dos níveis de satisfação da população. Nesse quesito, termos

Reflita e estabeleça suas Diretrizes Estratégicas. Defina metas claras e objetivas. Tenha um grupo motivado e capacitado para atingí-las. Lidere o processo. Tenha um sistema de gestão da informação que proporcione correções de rota. Tenha satisfação no que está sendo construído.


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impactam negativamente esse avanço?

Formação acadêmica adequada, associada a uma exposição a mercados competitivos e a um ambiente empresarial saudável poderão influenciar nossos executivos a operar em ambientes de maior retorno.

um sistema moderno de gestão desburocratizada, ágil, conectado, em um ambiente saudável, proporciona ganhos e redirecionamentos de esforços e/ou verbas para as demandas de caráter estruturante. UNDB: Na esfera administrativa, tratando-se das empresas familiares, a tomada de decisão com foco em resultados é uma premissa a ser seguida, independente do perfil da família empresária e da cultura vigente? Marcelo Favieiro: Em se tratando de famílias empresárias, não é possível separar a cultura da família e o seu perfil, eles estão intimamente relacionados. A história nos mostra que Empresas Familiares são mais duradouras que as não familiares em função de as Famílias Empresárias não levarem em conta só a performance dos seus negócios, - elas estão muito mais sensíveis ao contexto que se apresenta, sua história e seus valores. UNDB: Apesar do ambiente de crise e das consequências já conhecidas, muitas empresas ainda não avançaram para uma gestão profissional. Quais as variáveis que

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Marcelo Favieiro: A variável que mais tem influenciado negativamente é, sem sombra de dúvida, a baixa profissionalização e, por consequência, o uso de ferramentas de informação e de gestão. Outrora, nossa baixa exposição a competidores internacionais proporcionava uma área de pseudo conforto, gerando uma miopia empresarial. Agora, uma formação acadêmica adequada, associada a uma exposição a mercados competitivos e a um ambiente empresarial saudável poderão influenciar nossos executivos a operar em ambientes de maior retorno.

Marcelo Favieiro: Reflita e estabeleça suas Diretrizes Estratégicas. Defina metas claras e objetivas. Tenha um grupo motivado e capacitado para atingi-las. Lidere o processo. Tenha um sistema de gestão da informação que proporcione correções de rota. Tenha satisfação no que está sendo construído.

GOVERNANÇA CORPORATIVA NO GRUPO DOM BOSCO

UNDB: É possível focar em resultados e manter um viés sócio-ambiental, alinhando as estratégias do negócio aos temas ambientais e sociais, de modo a gerar valor para as partes interessadas? Marcelo Favieiro: Com certeza! Hoje, a integração das cadeias produtivas provoca reduções significativas de desperdício e impacto ambiental, assim como a inserção das comunidades dentro do meio empresarial proporciona ganhos superiores. Um bom exemplo é o do sistema de embalagem reciclável de alumínio. Hoje, o Brasil é o país com o maior índice de reciclagem das latinhas de alumínio, integrando as cadeias de recolhimento, processamento e transformação. Trabalho, renda, redução de preço ao consumidor e uso mais eficiente da energia elétrica! São resultados concretos de uma ação empresarial, pública, social e ambiental, atuando de forma conjunta. UNDB: Quais orientações você gostaria de deixar para o nosso leitor que pretenda implantar uma gestão diferenciada e estrategicamente desenhada para o alcance dos resultados organizacionais?

Elizabeth Rodrigues, presidente do Conselho de Administração do Grupo Dom Bosco.

A governança corporativa confere saúde a uma empresa familiar porque trabalha a empresa, a sociedade e a família. Define papéis e atribuições, estabelecendo espaços e funções próprias para cada componente da família que atua ou não na empresa. Hoje somos capazes de avaliar nossa atividade de modo fidedigno e projetar nossas ações para os próximos 10 anos. Alcançamos um nível seguro de profissionalização, capaz de assegurar a continuidade do trabalho para as próximas gerações.

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GESTÃO

ESCOLA DE GESTÃO NA PRÁTICA PARA ALUNOS O projeto de extensão do Escritório Escola de Gestão envolve alunos, professores e empresariado local, buscando soluções customizadas em gestão empresarial

Oferecer durante a graduação oportunidades de vivência profissional prática e desenvolver um projeto direcionado ao mercado de trabalho são algumas das experiências proporcionadas aos alunos que participam do projeto de extensão do Escritório Escola da UNDB. O espaço multidisciplinar foi criado para que os alunos vivenciem problemas reais enfrentados pelas organizações e se envolvam diretamente na busca de soluções, por meio de projetos de assessoria personalizados, voltados às necessidades de cada empresa. A equipe é formada por alunos de diversos cursos da UNDB, que unem esforços e expertises para auxiliar na gestão das empresas que buscam atendimento. “Quando uma empresa busca assistência do Escritório Escola, ela contará com uma equipe à sua disposição para atender às demandas

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apresentadas. Após cada atendimento, é elaborado um relatório com os registros dos conteúdos tratados e, posteriormente, é disponibilizado um professor tutor da UNDB, que acompanhará a equipe no desenvolvimento de uma solução para a empresa em atendimento”, explica o professor Fábio Carvalho, coordenador do Escritório Escola de Gestão. O trabalho apresentado por alunos e professores vai desde treinamento com equipes para melhoria dos serviços de atendimento ao público, até soluções arquitetônicas para acessibilidade e acompanhamento contábil de receitas e despesas para os empresários. Com esse trabalho, alunos envolvidos no projeto conectam a teoria das aulas expositivas à prática no mercado, enfrentando experiências reais e sendo desafiados a se debruçar sobre problemas e propor alternativas viáveis para solucioná-los.

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1 - Equipe da empresa Edificaz, que buscou apoio do Escritório Escola para viabilizar um empreendimento voltado à customização de containers. O objetivo é desenvolver modelos inovadores de utilização de containers como elementos na construção civil. Os estudantes estão produzindo maquetes e plantas de projetos versáteis, seguros, ambientalmente adequados para unidades habitáveis e desenhando negócios a serem explorados em containers. 2 e 3 - A equipe de alunos e professores do projeto realizou treinamentos com as equipes de atendimento da lanchonete Natureba e o do restaurante Mokai.


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CONTÁBEIS

UNDB IMPLANTA NÚCLEO DE APOIO CONTÁBIL E FISCAL

A instituição firmou acordo com a Receita Federal para criação de um espaço de orientação e prestação de serviços contábeis aos contribuintes.

Dar suporte a contribuintes de baixa renda e micro e pequenas empresas que não têm acesso a orientações básicas sobre assuntos de natureza fiscal e contábil, prestando atendimento gratuito à comunidade, é a finalidade do Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF), criado na UNDB em parceria com a Delegacia da Receita Federal. O programa faz parte de uma diretriz nacional da Receita Federal Brasileira, sendo um projeto premiado, inclusive, no exterior. “O NAF tem três segmentos de atuação: um acadêmico, um social e um econômico, é uma parceria que beneficia alunos, contribuintes e a sociedade de uma forma geral, todos têm muito a ganhar. Esperamos, assim, que o projeto seja exitoso”, acredita o Delegado da Receita Federal, Roosevelt Sabóia. O NAF consiste em um espaço de orientação e prestação de serviços, supervisionado por professores e executado por alunos, com incentivo e suporte da Receita Federal. “Agora, os alunos do curso de Ciências Contábeis se-

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lecionados para participar do projeto através de edital passam por um treinamento, para que em breve possam prestar atendimento à comunidade”, explica a coordenadora do curso, Nazaré Barros. O objetivo é que o contribuinte se sinta familiarizado com o autoatendimento, e não deixe de cumprir as obrigações tributárias por desinformação. No Brasil, 100 Núcleos de Apoio Contábil e Fiscal já foram implantados. O projeto é o maior do país na área de educação fiscal, e está presente, também, no exterior, em países como a Costa Rica, Guatemala, Chile, Equador, El Salvador, Honduras, México, Paraguai, Peru e Colômbia. Para a reitora da UNDB, Ceres Murad, o acordo de cooperação firmado com a Receita tem importante função social. “O acordo enseja uma prestação de serviços às classes menos favorecidas nos aspectos fiscais e contábeis; é um trabalho de extensão que vai alcançar pessoas que têm pouco acesso a esse tipo de informação, fazendo cumprir a função social da instituição”, enfatiza.

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O NAF tem três segmentos de atuação: um acadêmico, um social e um econômico, é uma parceria que beneficia alunos, contribuintes e a sociedade de uma forma geral, todos têm muito a ganhar.” – Roosevelt Sabóia, Delegado da Receita Federal

1 - Roosevelt Sabóia, delegado da Receita Federal, com a reitora da UNDB, Ceres Murad, durante a assinatura do acordo de cooperação técnica entre as instituições. 2 - O auditor fiscal Manoel Rubim, que palestrou sobre o sistema tributário brasileiro, durante o lançamento do NAF na UNDB.

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DIREITO

Há uma contradição imaginar que o judiciário não seja um órgão jurídico. A palavra político, no sentido de político-partidário, ou qualquer outro sentido, não se aplica ao judiciário por uma razão muito simples: o judiciário existe para aplicar o Direito. Quando o judiciário resolve questões políticas - por isso que se diz que o judiciário é político - ele resolve questões políticas juridicamente, ele não resolve questões políticas como assuntos políticos.

UNDB RECEBE MINISTRO TEORI ZAVASCKI EM SÃO LUÍS Professores e alunos do Curso de Direito entrevistam o ministro do Supremo Tribunal Federal A convite da UNDB, o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki esteve em São Luís proferindo palestra para um grande público acadêmico e profissional sobre os “Princípios Constitucionais do Processo”. Na ocasião, o diretor do Curso de Direito da UNDB, Desembargador Dr. Ney Bello, acompanhado da professora de Direito Constitucional, Amanda Thomé, e dos alunos Ítalo Lima e Perez Paz, entrevistaram com exclusividade o ministro, que discorreu sobre as inovações do Novo Código de Processo Civil e os impactos da opinião pública nas últimas decisões do judiciário. Mestre e Doutor em Direito Processual Civil e professor da faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Teori Zavascki já foi, também, ministro do Superior Tribunal de Justiça, advogado do Banco Central e presidente do Tribunal Regional Federal.


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UNDB: Ministro Teori Zavascki, é uma grande honra recebê-lo na cidade de São Luís e na Unidade de Ensino Superior Dom Bosco. Gostaríamos de começar por uma que talvez seja uma das grandes virtudes do novo Código de Processo Civil: o Ministro compreende que nós caminhamos a passos longos e rápidos para a formação de uma cultura de valorização dos precedentes verdadeira e vigorosa no Brasil? Min. TEORI ZAVASCKI: Acho que sim, mas não se deve isso ao nosso novo Código de Processo. Acho que essa é uma tendência que já vem de bastante tempo. Se olharmos só do ponto de vista constitucional, por exemplo, nós vamos ver que, no Brasil, nós importamos o sistema de precedentes, aliás, nós importamos o sistema constitucional Americano, toda nossa primeira Constituição republicana foi inspirada no sistema Americano, que tinha na sua cultura o sistema de precedentes, o stare decisis. Mas estava na cultura. Nós importamos o sistema, mas não importamos a cultura. No Brasil, nós não tivemos uma cultura de precedentes. Então, a cabeça dos nossos juízes republicanos continua sendo a cabeça dos nossos juízes do império, onde não havia precedente, era caso a caso. Foi por causa disso que, na Constituição de 1934, se implantou aquela determinação de criação de resolução do Senado: quando o Supremo declara a inconstitucionalidade de uma norma ele comunica para o Senado e o Senado é que dá amplitude, quer dizer, o precedente do Supremo só passa a ter uma eficácia erga omnes com a resolução do Senado. Isso foi uma criação para implantar um sistema de precedentes, mas é um sistema que veio, porém nunca funcionou porque ele só se aplica nos casos de declaração de inconstitucionalidade. Todos os outros casos de precedentes, por exemplo, quando declarada a constitucionalidade ou quando aplica-se ou interpreta-se um artigo da Constituição, não tem essa força expansiva, então não funciona. Foi por isso que também surgiram as ações de controle concentrado. Mais recentemente, criou-se,

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no âmbito do STJ, os recursos especiais repetitivos, e, no STF, a repercussão geral, em que se julga um caso e se retém os outros na origem, de modo que o caso julgado faz precedente para todos. Quer dizer, tenta-se implantar pela via legislativa aquilo que deveria decorrer da própria natureza das coisas - se tem o princípio da legalidade, se tem o princípio da igualdade, todos devem ser tratados iguais. Estes princípios devem valer principalmente para os Tribunais. Por isso disse que acho que o novo Código não trouxe nenhuma grande novidade. Claro que ele manteve todo esse sistema, mas não teve novidade. Contudo, nós temos um trabalho de formação que vem sendo metabolizado há bastante tempo. UNDB: Ministro, na decisão dada no HC 126.292, que definiu a possibilidade de execução provisória da sentença penal condenatória – caso em que, inclusive, o Senhor foi o relator do Acórdão –, o Ministro Luiz Fux fala sobre sentença em capítulos, do que decorre a possibilidade de ser considerado o trânsito em julgado ao final das instâncias ordinárias. Quando se daria, a partir desse entendimento, o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, e em que medida o princípio da não culpabilidade cede em face do princípio da efetividade do processo?

No Brasil, nós importamos o sistema de precedentes, aliás, nós importamos o sistema constitucional americano. Nós importamos o sistema, mas não importamos a cultura. No Brasil, nós não tivemos uma cultura de precedentes.

Min. TEORI ZAVASCKI: Em primeiro lugar, temos que separar as coisas: uma é o prin-

O ministro Zavascki acompanhado da professora do curso de Direito, Amanda Thomé, e dos alunos Ítalo Lima e Perez Paz.


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cípio da não culpabilidade, outra é o sistema da coisa julgada e a terceira é a execução da pena. São coisas diferentes. O princípio da culpabilidade diz que ninguém será considerado culpado antes do trânsito em julgado. Então a pergunta é essa: o que é o trânsito em julgado? Trânsito em julgado é um conceito que não está na Constituição. Trânsito em julgado é um conceito que quem faz é o legislador ordinário. No Direito Penal, no Processo Penal, sequer há uma definição de trânsito em julgado. No Processo Civil a sentença transita em julgado quando dela não cabe mais recurso. Daí vem: afinal, o que significa recurso? Se a gente for olhar o Código de Processo Penal, esse conceito, do ponto de vista literal, é difícil de encaixar, por uma razão muito simples: no Código de Processo Penal está dito que entre os recursos existe a revisão criminal. A revisão criminal, no Código de Processo Penal, está colocada como recurso. Se nós dissermos: “trânsito em julgado só depois do último recurso”, nunca vai transitar em julgado, porque não tem prazo pra revisão. Então tudo tem que ser interpretado. E o que nós decidimos no STF é que o princípio da não culpabilidade não impede que haja execução provisória. É isso que nós decidimos. Ninguém vai ser considerado definitivamente culpado, mas nada impede que depois que se superarem as instâncias ordinárias, quando já não se pode mais discutir o fato, quando a culpabilidade do ponto de vista do fato está resolvida, porque o Supremo e o STJ não vão tratar de matéria de fato, se é possível executar provisoriamente. É isso que decidimos. UNDB: Pode-se notar uma real efetividade da participação de amicus curiae no STF, quer dizer, trata-se de uma forma efetiva de ampliar o rol de intérpretes da Constituição e otimizar a tomada de decisões constitucionais? Há, com isso, um judiciário mais político? Min. TEORI ZAVASCKI: Nós temos que fazer muitas distinções. Primeiro vamos começar pelo fim: o que seria um judiciário mais político? Não há uma resposta unívoca nem muito fácil de dar. Eu acho, sinceramente, que há uma contradição imaginar que o judiciário não seja um órgão jurídico. A palavra político,

no sentido de político-partidário, ou qualquer outro sentido, não se aplica ao judiciário por uma razão muito simples: o judiciário existe para aplicar o Direito. Agora, o judiciário resolver questões políticas é uma coisa diferente. Quando resolve questões políticas - por isso que se diz que o judiciário é político - ele resolve questões políticas juridicamente, ele não resolve questões políticas como assuntos políticos. Eu não estou dizendo que não tenha decisões de caráter político, mas estou dizendo que, no meu entender, o papel do judiciário não é político, é jurídico, e ele deve se comportar juridicamente ao resolver questões políticas. A experiência de amicus curiae está se acentuando e, agora, pelo novo Código de Processo, certamente a participação do amicus curiae é fundamental. Nós tivemos várias experiências importantes em que se fez audiência pública e se ouviu amicus curiae e isso foi decisivo para o Supremo decidir. UNDB: Nós temos, recentemente, tribunais muito impactados pela opinião pública, isso é positivo, em sua perspectiva, ou não? Ou em que aspecto é positivo e em que aspecto não é? Min. TEORI ZAVASCKI: Acredito que a pergunta tem uma premissa que eu não concordaria: que o judiciário está impactado pela opinião pública. Acho que o judiciário não tem que se seguir pela opinião pública - nesse sentido de opinião pública, opinião manifestada publicamente pelos meios de comunicação. A opinião pública que o judiciário tem que seguir é a opinião que seus representantes da sociedade eleitos legitimamente concretizam no judiciário. Em outras palavras: opinião pública, para mim, que o judiciário deve seguir é aquela opinião que o público, por meio de seus representantes, coloca na lei. O juiz tem que seguir a lei. Se a gente fosse fazer uma votação no Brasil, hoje, sobre pena de morte, a opinião pública seria amplamente favorável à pena de morte, nós não podemos aplicar a pena de morte porque a opinião pública sabidamente é favorável à pena de morte, o judiciário está lá, com garantias de inamovibilidade, irredutibilidade dos vencimentos, vitaliciedade, justamente para resistir até à opinião pública.


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Teori Zavascki palestrou a um grande público de autoridades do judiciário, acadêmicos, professores e alunos da área de Direito que acompanharam atentamente sua palestra sobre os “Princípios Constitucionais do Processo”.

O judiciário não tem que se seguir pela opinião pública - nesse sentido de opinião pública, opinião manifestada publicamente pelos meios de comunicação. A opinião pública que o judiciário tem que seguir é a opinião que seus representantes da sociedade eleitos legitimamente concretizam no judiciário. O juiz tem que seguir a lei.

A professora Amanda Thomé, do curso de Direito da UNDB, a reitora Ceres Murad, o desembargador federal Ney Bello, diretor do curso de Direito da UNDB, a diretora geral educacional, Isabella Rodrigues, e a diretora geral de gestão, Rebeca Murad, reunidos para prestigiar a palestra proferida pelo ministro Teori Zavascki.

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PESQUISA

Quando o aluno desenvolve um projeto de pesquisa, ele busca conhecimento, formula problemas, elabora hipóteses, coleta e analisa dados e tira conclusões. Ele aprende a lidar com o desconhecido, de modo a enfrentá-lo, e exercita a busca de novos conhecimentos.” – Marineis Merçon, assessora acadêmica da UNDB.

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ACIMA DA MÉDIA Iniciação científica desenvolve o senso crítico de alunos da graduação e pode trazer mais oportunidades acadêmicas e no mercado de trabalho O sistema tradicional de ensino baseado, primordialmente, na transmissão oral de informações está ultrapassado. Hoje, já não é mais possível adquirir todo o conhecimento necessário em cada área apenas dentro da sala de aula. É preciso ir além. O envolvimento dos alunos, cada vez mais cedo, em projetos de pesquisa, se torna um instrumento valioso para aprimorar qualidades desejadas em um profissional de nível superior. No caso do recém-formado em Engenharia Civil, Magayve Lima, a experiência da pesquisa lhe possibilitou publicar em um dos periódicos científicos de maior prestígio na sua área. “A Revista da Associação Brasileira de Pavimentação é um meio de divulgação de artigo cientifico bastante visado tanto por alunos de graduação quanto por alunos de pós-graduação. Sou apaixonado por pesquisa e o objetivo dessa publicação foi realmente divulgar a minha

contribuição, a partir de algumas ideias que tive, desenvolvidas em meu trabalho de conclusão de curso”, conta o egresso da UNDB. Durante a graduação, Magayve Lima desenvolveu um permeâmetro de baixo custo (equipamento utilizado na engenharia para medir a permeabilidade de uma substância), feito com PVC e outros materiais mais acessíveis, e cuja eficácia se revelou equivalente a um permeâmetro convencional, cerca de 30% mais caro. A pesquisa lhe rendeu não apenas a publicação, como a vontade de atuar no meio acadêmico. Para isso, o aluno já se prepara para enfrentar as disputadas seleções de mestrado da área. “Aproveitem ao máximo a graduação para solidificar a teoria em suas vidas profissionais. Costumo dizer que a graduação é um treinamento, o jogo de verdade começa quando recebemos nosso diploma. Então, por isso, dê o seu melhor”, aconselha o engenheiro civil.

1 - Alunos dos primeiros períodos envolvidos com a pesquisa acadêmica, de forma complementar à graduação. 2 - Magayve Lima, formado em Engenharia Civil pela UNDB, durante sua pesquisa acadêmica desenvolveu um permeâmetro de baixo custo, o que pode desonerar obras da engenharia.

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Graças ao envolvimento com projetos de pesquisa desde o início da faculdade, a aluna do curso de Direito, Daniela Reis, já comanda dois grupos ainda durante a graduação. “Comecei a me envolver com pesquisa por meio dos grupos da UNDB. A diversidade e o incentivo dos orientadores me permitiram também iniciar projetos de grupos de extensão e pesquisas, como o ‘Coletiva Catirina’ e o ‘Grupo de Pesquisa da Pessoa com Deficiência’”, conta a estudante. “O estudante que se permite ir além da sala de aula tende a alcançar a excelência nos estudos e

melhores posições no mercado de trabalho. Dependendo da área, poderá surgir um projeto de pesquisa ou extensão que trará benefícios à sociedade, o que faz parte da missão da academia e do aluno”, afirma o aluno de Administração, Miguel Gomes, pesquisador do Grupo de Estudos de Comportamento de Compra do Consumidor, orientado pela professora Odla Albuquerque. Durante as reuniões, os alunos discutem estratégias de marketing, comportamento do consumidor e inovação.

ESTÁGIO INTERNACIONAL NA ÍNDIA

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3 e 4 - A aluna do curso de Direito, Raissa Campagnaro, pesquisa na área do Direito à privacidade na Internet. Na foto, ao lado do governador do Estado Flávio Dino, e de outras autoridades, ela recebe, junto com outros jovens maranhenses, uma bolsa de estágio internacional, e passará um mês na National Law University of Delhi. “Minha pesquisa tem sido uma construção de dois anos e representa boa parte da minha graduação. Através dela, e por motivação da minha orientadora, eu me apaixonei pela pesquisa acadêmica, e principalmente pela defesa de direitos fundamentais na internet”, diz Raissa.

Para Raissa Campagnaro de Oliveira, aluna do curso de Direito, as oportunidades decorrentes da pesquisa têm vindo por meio de estágios fora do estado, permitindo à estudante experiências e vivências muito além da sala de aula. Em 2014, ela iniciou o projeto de Iniciação Científica “Autodeterminação informativa e responsabilidade civil dos provedores de internet por danos decorrentes da divulgação de dados pessoais por terceiros”, orientada pela professora Amanda Thomé. Em seguida, desenvolveu parte da sua pesquisa em um estágio de curta duração na Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Maranhão (Fapema). Agora, Raissa Campagnaro está na Índia, onde desenvolve novas etapas do projeto. Ela foi mais uma vez aprovada , por meio de edital no Programa Cidadão do Mundo, promovido pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do Maranhão e Fapema, destinado ao intercâmbio no exterior de estudantes de universidades públicas e privadas. A aluna é supervisionada pela professora Chinmayi Arun, na Universidade de Direito de Nova Deli.

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PSICOLOGIA

AFINAL, O QUE FAZ UM PSICÓLOGO? Nos últimos anos, na lista de preferência dos vestibulandos, a Psicologia vem ganhando grande destaque. Entenda mais sobre o que faz esse profissional.

ILARA NOGUEIRA A psicóloga Ilara Nogueira da Cruz é doutora em Teoria e Pesquisa do Comportamento e coordenadora do curso de Psicologia da UNDB.

A mente humana é considerada um lugar sem restrições. Estudá-la e analisar questões referentes ao comportamento do indivíduo é o papel do psicólogo. Importante profissional na atualidade, sobretudo, com as complexidades do mundo contemporâneo, foi-se o tempo em que o psicólogo atuava apenas em consultórios. “O cenário dinâmico no âmbito social, econômico, cultural e educacional e a realidade da convivência com problemas estruturais inerentes às metrópoles, como o desemprego, violência, moradia, educação e saúde, requer cada vez mais a inserção do profissional da Psicologia nos diversos campos de atuação”, explica a psicóloga Ilara Nogueira da Cruz, doutora em Teoria e Pesquisa do Comportamento e coordenadora do curso de Psicologia da UNDB. O trabalho do psicólogo é bastante versátil e, por isso, tem um mercado de trabalho com inúmeras possibilidades. É requisitado nos setores de recursos humanos das empresas, onde pode fazer treinamentos, atuar como recrutador e até gerenciar o departamento. Orientação educacional e profissional em escolas também são campos tradicionais de trabalho para o psicólogo. “Quando a pessoa não consegue, individualmente, solucionar os diversos conflitos envolvidos na escolha profissional, pode recorrer ao auxílio de um profissional da Psicologia, que irá realizar processo de Orientação Profissional”, completa a psicóloga.

Um novo nicho profissional explorado tem sido a área de marketing e tecnologia, em consultorias para empresas, auxiliando nas tomadas de decisões nos negócios. O psicólogo pode atuar em equipes multidisciplinares, que analisam dados sobre o comportamento dos consumidores, ajudam

O cenário dinâmico no âmbito social, econômico, cultural e educacional e a realidade da convivência com problemas estruturais inerentes às metrópoles, requer cada vez mais a inserção do profissional da Psicologia nos diversos campos de atuação”, explica a psicóloga Ilara Nogueira da Cruz

a criar novos produtos, desenvolvem sistemas operacionais com interface humanizada e aprimoram a comunicação. O psicólogo é valioso para essas empresas por ser um bom entendedor do comportamento humano. Este é um insumo de importância estratégica para aqueles que trabalham diretamente com serviços ao consumidor.


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ONDE PODE ATUAR: Psicologia clínica: Atender pessoas que Psicologia jurídica: Acompanhar processos de adoção, violência consofram de problemas emocionais. tra menores e guarda de filhos e avaComportamento do consumidor: Es- liação psicológica de detentos. tudar o comportamento de determinado grupo de consumidores, para orien- Psicologia organizacional e do tratar o marketing de empresas e agências balho: Recrutamento e seleção de funcionários para empresas. Oriende publicidade. tar carreiras e colaborar em prograOrientação profissional: Orientar estu- mas de reestruturação do trabalho. dantes na escolha do curso e da profisPsicologia social: Atuar em penitensão a seguir. ciárias, asilos e centros de atendiPsicologia esportiva: Orientar atletas e mento a crianças e adolescentes. prepará-los emocionalmente para ativiPsicologia do trânsito: Tratar prodades esportivas e competições. blemas relacionados ao trânsito, Psicologia educacional: Ajudar pais, realizar avaliação psicológica em professores e alunos a solucionar pro- condutores e futuros motoristas e blemas de aprendizagem. desenvolver ações socioeducativas com pedestres e condutores infratoPsicologia da saúde: Ao lado de outros res, entre outros. profissionais da saúde, como médicos e assistentes sociais, colaborar na assis- Psicomotricidade: Utilizar-se de tência à saúde. recursos para o desenvolvimento, a prevenção e a reabilitação do ser huPsicologia hospitalar: Atender pacien- mano, nas áreas de educação, reetes hospitalizados e seus familiares. ducação e terapia psicomotora.

Neuropsicologia: Atuar no diagnóstico, no acompanhamento, no tratamento e na pesquisa da cognição, das emoções, da personalidade e do comportamento sob o enfoque da relação entre esses aspectos e o funcionamento cerebral. Por isso, a psicóloga orienta os novos estudantes sobre características da carreira. “O aluno de Psicologia precisa estar atualizado no que diz respeito às questões biopsicossociais, que mobilizam e fomentam as interações e formação do indivíduo enquanto pessoa. É necessário estar engajado em um trabalho de lapidação, não só das competências e habilidades técnicas do profissional, mas das habilidades emocionais e pessoais, pois essas também estão envolvidas na formação e atuação do psicólogo”, aconselha Ilara Nogueira.

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ENGENHARIAS

ENGENHARIA: CRISE OU OPORTUNIDADE? Cenário econômico do país pode ser o momento ideal para profissionais se reinventarem e explorarem novos cenários Momentos de crise e instabilidade econômica podem gerar medo, estagnação e recessão em muitas áreas. No entanto, profissionais versáteis, flexíveis e com um olhar atento ao mercado podem fazer do limão uma limonada. É fato que muitas empresas estão reduzindo produção ou até mesmo fechando unidades fabris em todo país, e na construção civil o momento também não é dos melhores. Mas essa pode ser uma boa oportunidade para que os profissionais descubram novos talentos e campos de trabalho. O engenheiro civil Aldo Dórea Mattos, um dos maiores expoentes em planejamento e custos de obras no Brasil, que esteve em São Luís para ministrar curso a alunos e profissionais da Engenharia na UNDB, aposta na crise como o momento ideal para os engenheiros ou futuros engenheiros se reinventarem. “Os períodos de crise são os melhores para se investir em capacitação. Fazer um curso, uma pós-graduação, obter uma certificação e fazer intercâmbio para aprender idiomas podem ser boas ideias. Como depois de toda crise vêm momentos de bonança, o profissional estará mais capacitado e mais empregável”, acredita o engenheiro. Para o engenheiro

civil Thiago Ferreira, coordenador do curso de Engenharia da UNDB, o mercado apenas ganhou uma reconfiguração com a crise. “Os grandes contratos deram lugar a pequenos contratos, por tempo menor de trabalho. Uma área que ganhou grande destaque no último ano foi a da consultoria. Em momentos de crise, as grandes empresas buscam redução de custos e revisão de processos e uma das formas de se atingir esse objetivo é contratando uma consultoria especializada, área que envolve diretamente o engenheiro de produção, por exemplo”, avalia. E para quem está começando a carreira? Muitos estudantes já ampliam o olhar para novas oportunidades do mercado de trabalho. É o que pensa o estudante Fábio Freitas, do 10º período de Engenharia de Produção da UNDB. O estudante mudou radicalmente seu olhar sobre o campo de atuação profissional. “Fui para a China, pelo Programa Ciência sem Fronteiras e lá descobri minha vocação para o empreendedorismo. Ao retornar para São Luís, decidi

abrir um espaço coworking. Hoje, essa é minha grande realização. Não me vejo em outra área, que não seja empreendendo”, conta o aluno e empresário. O superintendente estadual do IBGE Maranhão, o economista Marcelo Melo, explica que as crises são cíclicas, o que quer dizer que, em breve, haverá a retomada do crescimento econômico. “Devemos encarar a crise como um momento de reestruturação das empresas, na busca por maior


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Os períodos de crise são os melhores para se investir em capacitação. Fazer um curso, uma pós-graduação, obter uma certificação e fazer intercâmbio para aprender idiomas podem ser boas ideias.” – Aldo Dórea Mattos, engenheiro civil especializado em Planejamento e Custo de Obras.

eficiência dos seus processos. E é aí que entra a figura do engenheiro. Está no DNA desse profissional a busca pela otimização dos processos produtivos. Por outro lado, um fato interessante a ser destacado é que, mesmo neste momento nefasto da nossa economia, sobram vagas de trabalho para profissionais com maior grau de capacitação, especialmente para engenheiros. Parece uma contradição, mas não é”, pontua Marcelo Melo, professor dos cursos de Engenharia e Ciências Contábeis da UNDB.

CASE DE ENGENHARIA

O tema “Crise e novas possibilidades em Engenharia” foi explorado pelo professor Marcelo Melo, em um estudo de caso com seus alunos de Engenharia de Produção. O objetivo do case foi ampliar o entendimento dos alunos sobre as complexas questões que norteiam o mercado de trabalho brasileiro, fazendo-os refletir sobre as suas características e sobre as possibilidades de inclusão adequadas

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Para o engenheiro civil Aldo Dórea Mattos, que recentemente ministrou curso na UNDB, no cenário da crise os profissionais devem aproveitar para se qualificar ainda mais.

nesse mercado. “Muito embora os níveis de desocupação sejam alarmantes, eles refletem, em maior grau, a situação da mão-de-obra pouco especializada. Esta parcela do mercado de trabalho realmente sofre com as crises econômicas. No entanto, para os postos de trabalho que exigem maior qualificação, o fato é que o Brasil não possui força de trabalho em quantidade suficiente para atender à demanda das empresas”, explica o professor. Durante o estudo do case, os alunos observaram de forma clara a diferença entre “ter um diploma” e “ser um profissional preparado”. “Atualmente é muito fácil obter um curso superior. Entretanto, obter uma graduação que dê ao aluno a capacitação necessária para incluí-lo de forma competitiva no mercado de trabalho é muito raro. De forma geral, o nível dos cursos de graduação no Brasil é

Estudo de caso feito na UNDB revelou que, na contramão da recessão econômica, há muitos postos de trabalho desocupados na área. Procuram-se engenheiros altamente capacitados.

muito baixo. E isso acarreta su- alunos da UNDB estão no grupo das exceções. Nossas metodolobempregos”, avalia o professor. gias de ensino e nosso relaciona Por outro lado, profis- mento profícuo com o ambiente sionais com mais qualificação, profissional nos diferencia e, especialmente os engenheiros, principalmente, gera um selo de nunca deixam de ter oportunida- qualidade amplamente aceito des, seja em tempos de crise, seja no mercado. Bom para os nosem momentos de prosperidade. sos alunos”, destaca o professor “Posso dizer, com orgulho, que os Marcelo Melo.


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OPINIÃO

O QUE FAZER NESSA CRISE: PROFISSIONAL, EMPRESA, ENTIDADE O Brasil está numa pasmaceira de dar dó e a crise atual está dando prenúncios de durar ainda algum tempo (tomara que eu esteja errado!). Eu me formei em 1987 — lá se vão quase 29 anos! Nesse período, atravessei crises de todos os tipos. Como engenheiro, vivi períodos de euforia, com todo mundo empregado e salários em alta, e vivi épocas da mais completa desilusão, com demissões em massa e pilhas de currículos trafegando em todas as direções por correio, fax e e-mail. Aliás, foi num período de crise como esse, no começo dos anos 90, que presenciei muitos colegas emigrando para áreas como processamento de dados (a TI de hoje), advocacia e finanças, ou fazendo concurso para auditor fiscal e outros cargos públicos em que o domínio dos números ajuda a conquistar. O que escrevo abaixo não é autoajuda (talvez “Aldo ajuda”), mas reflexões de alguém que aprendeu a não se animar demais com os momentos de glória profissional e nem se lamuriar em épocas de vacas magras. O PROFISSIONAL Sua obra terminou? Foi demitido? Não vão renovar seu contrato? Pare de ficar se queixando da vida e pense em como tirar proveito desse período de baixa. Eu chamo esse período de entressafra. É justamente na entressafra que se prepara o terreno. Invista em capacitação! Este é o momento ideal. Como é certo que dentro de algum tempo a crise vai amainar — lembre-se: depois da noite sempre vem o dia —, essa época de pouca agitação é muito propícia para que o profissional se dedique a aprender coisas novas, desenvolver habilidades, buscar novos horizontes.

A EMPRESA A situação atual para boa parte das empresas é de retração de mercado: obras terminando, poucas licitações, pouco investimento público e privado, setor imobiliário estagnado. O que fazer com sua empresa? Não há resposta definitiva. O que há de definitivo, sim, é que a entressafra deve levar a empresa pública ou privada a investir em priorizar o que é essencial, tanto em termos de contratos como em termos de processos. A ENTIDADE Em época de crise, os primeiros cortes de verbas dos profissionais e das empresas recaem sobre o que é considerado supérfluo: filiação a entidades, assinatura de revistas, participação em congressos, etc. Quando eu digo entidade, refiro-me a entidades de classe, conselhos profissionais, associações de engenheiros/arquitetos, institutos e sindicatos de empresas. Como reter profissionais e empresas em momentos de baixa? Uma resposta óbvia é baratear os custos de filiação, prática que pode trazer resultados variados. Entretanto, eu já percebi que o que realmente mantém aceso o vínculo com as entidades é a percepção do valor da filiação. Se a motivação for o status, a probabilidade de não renovar a filiação é alta; se a motivação for benefícios, a probabilidade é mais baixa. E você, leitor? Foi atingido pela crise? O publicitário Nizan Guanaes tem uma frase boa: “Enquanto uns choram, eu vendo lenços”.

ALDO DÓREA Aldo Dórea Mattos é graduado em Engenharia Civil e Direito pela UFBA; Mestre em Geofísica Aplicada e Project Management Professional (PMP) pelo Project Management Institute (PMI). Aldo já trabalhou em grandes projetos no Brasil, EUA, África do Sul, Moçambique, Peru, Espanha e Egito pelos grupos Isolux Corsán, Acciona e Odebrecht e escreveu os livros Como Preparar Orçamentos de Obras e Planejamento e Controle de Obras, da Editora PINI.

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ARQUITETURA

GAMIFICAÇÃO NA SALA DE AULA Uso do jogo “Village City” faz com que universitários entendam melhor o planejamento urbano das cidades A sala de aula pode se tornar um ambiente bastante atraente e empolgante quando práticas inovadoras invadem o espaço acadêmico. Foi o que pensou a professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNDB, Patrícia Martins, ao movimentar as suas aulas da disciplina Planejamento Urbano e Regional com o recurso da gamificação. Após a exposição teórica dos conteúdos, os alunos devem criar uma cidade virtual por meio de simulação com o aplicativo Village City. Aplicam os instrumentos da legislação urbanística e utilizam os conceitos de planejamento urbano estratégico e desenvolvimento sustentável sistêmico. “Com o uso do aplicativo, a ideia é que os alunos criem a cidade a partir de um planejamento urbano estratégico. Para isso, eles aplicam os requisitos legais, urbanísticos e ambientais, planejam, resolvem problemas urbanos advindos do crescimento da cidade e geram indicadores de desenvolvimento da cidade para avaliação dos resultados alcançados”, explica Patrícia Martins.

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O uso do game tem aumentado o engajamento dos alunos de forma lúdica e inovadora. Trabalhando colaborativamente, os estudantes são divididos em equipes, que a cada aula mostram a evolução das cidades através de prints das telas. Eles apresentam seminários temáticos sobre os conceitos introdutórios da disciplina e, ao final do semestre, cada equipe apresenta sua proposta de cidade ideal. Com as simulações, a teoria é conectada à prática. “Os alunos são instigados a encontrar soluções, com base nas teorias trabalhadas nas aulas expositivas, para problemas complexos no campo da Arquitetura e Urbanismo. Com essa dinâmica, nossos futuros arquitetos e urbanistas, exercitam e desenvolvem suas capacidades técnicas, de liderança, de gestão e de trabalho em equipe”, finaliza a professora responsável pela disciplina.

1 - Nas aulas de Arquitetura e Urbanismo da UNDB, os alunos utilizam games para aprender na prática conceitos que são trabalhados nas aulas. Também participam de oficinas de criatividade que trabalham o design dos projetos e são provocados a utilizar ferramentas de planejamento estratégico, como o brainstorming e mapas mentais.


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ODONTOLOGIA

PREVENÇÃO E COMBATE AO CÂNCER BUCAL Alunos de Odontologia formam liga acadêmica para aprofundar conhecimentos e disseminar informações sobre o câncer de boca. Feridas indolores na boca que não cicatrizam por mais de quinze dias, manchas ou placas vermelhas ou esbranquiçadas e sangramentos sem causa conhecida são possíveis sinais de um câncer de boca. Pouco disseminado entre a população, este tipo de câncer pode ser diagnosticado precocemente por um odontólogo. “O autoexame ainda é a melhor forma de prevenção e ele pode, e deve, ser realizado pela população, mas, infelizmente, poucas pessoas têm acesso à informação”, explica a odontóloga Luana Dias, coordenadora do projeto de extensão - “Liga Acadêmica de Combate ao Câncer Oral”, que reúne alunos do curso de Odontologia da UNDB para realizar a prevenção junto à comunidade, incentivando o hábito do autoexame. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer da cavidade oral está entre os cinco mais incidentes em 2016. O câncer de boca é extremamente invasivo, e o tratamento pode ser muito doloroso para o paciente. “Por isso, por meio desta atividade de extensão, buscamos difundir a importância do autoexame, com o

intuito de alertar a população do seu papel na manutenção de sua própria saúde, e reforçar os conhecimentos relativos às várias doenças bucais, suas causas e consequências”, completa a professora. Na Liga Acadêmica, os alunos têm aulas teóricas sobre o assunto, fazem estudos de caso, recebem orientações sobre a prevenção e o autoexame e leem artigos científicos para, em seguida, realizarem visitas técnicas em hospitais e palestras educativas em escolas e na comunidade. Em paralelo, os alunos desenvolvem, também, um projeto de pesquisa – “Avaliação do nível de conhecimento de alunos institucionalizados sobre prevenção de câncer bucal”. “Nosso objetivo é trabalhar futuramente em parceria com as clínicas, identificando os casos de possíveis riscos, bem como, o encaminhamento para o Hospital Universitário, caso haja algum diagnóstico identificado”, finaliza Luana Dias.

Os alunos recebem orientações sobre a prevenção do câncer bucal e o autoexame e disseminam para a comunidade com palestras educativas, sensibilizando a população sobre a importância do diagnóstico precoce e os riscos da doença.

Lucas Pirangy e Thalyta Albuquerque, alunos de Odontologia da UNDB, integram a Liga Acadêmica de Combate ao Câncer Oral – LACCO. Eles apresentam pôster sobre a temática e são premiados durante o Encontro de Iniciação Científica da instituição.

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PÓS-GRADUAÇÃO

O TEXTO PUBLICITÁRIO COM RAZÃO E MAIS EMOÇÃO O prestigiado redator publicitário e escritor, João Carrascoza, que esteve em São Luís para ministrar curso na UNDB, fala sobre a propaganda no Brasil, na contemporaneidade. Para ele, “existem novas possibilidades criativas, ainda não plenamente exploradas”.

A literatura é uma das matrizes artísticas da publicidade, que mimetiza muito dos procedimentos literários em suas peças. Valer-se da narrativa ficcional realista, por exemplo, é um dos estratagemas mais utilizados pelos publicitários. A publicidade, por sua vez, lembra-nos ininterruptamente que todo e qualquer texto objetiva afetar as pessoas – e, para isso, demanda um rigoroso trabalho de escolha lexical

O escritor, redator publicitário e professor universitário João Anzanello Carrascoza é autor de estudos respeitados sobre o texto publicitário, e também atua como redator publicitário, com campanhas criadas para anunciantes como Coca-Cola, Ford, Unilever e Nestlé, em agências como a Y&R e a JWT. Leciona na Escola de Comunicações e Artes da USP e na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). Carrascoza esteve em São Luís ministrando curso para profissionais e alunos da área de Comunicação e Marketing sobre o texto publicitário contemporâneo, como parte do programa de Pós-Graduação que a UNDB mantém em parceria com a ESPM-SP. Nesta entrevista, ele avalia a propaganda, hoje, no Brasil, e fala da correlação entre o texto publicitário e o literário. João Carrascoza já publicou mais de 30 livros de ficção, entre contos, infanto-juvenis e romances. UNDB: Contar uma boa história com alguns caracteres é uma arte difícil. Existe fórmula para um bom texto publicitário? Carrascoza: Não existe fórmula, mas existem alguns elementos que configuram o estilo adotado pela publicidade. É preciso conhecê-los, para, inclusive, subvertê-los. Há também dois vetores que arregimentam o texto publicitário. Um, de cunho mais racional, que se desdobra por meio da dissertação (tese); e outro, com ênfase na emoção, materializado por meio de narrativa (história). Um bom redator é aquele que sabe tanto propor teses quanto contar histórias que ilustrem o diferencial do produto anunciado. UNDB: Como você enxerga a propaganda, hoje, no Brasil? Carrascoza: A propaganda no Brasil, aqui tomada como sinônimo de publicidade, assim como no mundo, vem se defrontando com desafios oriundos do avanço tecnológico, o que lhe abre novas possibilidades criativas, ainda não plenamente exploradas. A ci-


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bercultura, o universo virtual das redes sociais e a transmidialidade contemporânea estão obrigando a publicidade a se reorganizar como negócio e, consequentemente, como matriz de produtos criativos midiáticos. UNDB: Quando as marcas trabalham com a propaganda, elas buscam se conectar com as pessoas. Como acontece esse processo de interação por meio da publicidade? Carrascoza: O contato se dá por meio de estratégias discursivas voltadas para o logos (argumentos racionais) e/ou para o pathos (contágio através da sensibilidade). As marcas investem nessa conexão, via agências de publicidade (online e offline), com ações de entretenimento junto ao público e “convites” (convocações) para que o consumidor viva experiências para além do consumo de seus produtos. UNDB: Além de publicitário e

professor, você também é escritor. Qual a correlação entre a publicidade e a literatura? De que modo uma inspira a outra? Carrascoza: A literatura é uma das matrizes artísticas da publicidade, que mimetiza muito dos procedimentos literários em suas peças, tanto no nível estrutural, quanto frasal. Valer-se da narrativa ficcional realista, por exemplo, é um dos estratagemas mais utilizados pelos publicitários. A publicidade, por sua vez, lembra-nos ininterruptamente que todo e qualquer texto objetiva afetar as pessoas – e, para isso, demanda um rigoroso trabalho de escolha lexical. UNDB: O que inspira suas histórias? Qual é a matéria-prima da sua literatura? Carrascoza: A vida cotidiana e, nela, os pequenos episódios que, no fundo, deságuam sempre nos grandes temas da nossa existência. As relações (duradouras ou partidas) entre

pessoas próximas interessam-me em especial, já que as histórias nascem da dor e da alegria de sermos finitos. Viver é o aprendizado, diário e quase imperceptível, da morte. UNDB: Você acha que hoje no texto da propaganda sobra razão e falta emoção? Ou o inverso? Qual seria a medida ideal? Carrascoza: Não tenho estatísticas, mas a impressão é de que há um acentuado, para não dizer deslumbrado, investimento na utilização de storytelling (que, em teoria, age mais no âmbito da emoção). A medida deveria ser dada, invariavelmente, pelo problema de comunicação que gera a campanha publicitária e não pelo recurso criativo da moda.

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PÓS-GRADUAÇÃO

ME FORMEI, E AGORA? Fazer uma especialização, MBA, mestrado acadêmico ou profissional. São inúmeras as possibilidades, o importante é dar continuidade aos estudos ou pesquisas.

Uma questão que angustia muitos alunos, após o recebimento do sonhado canudo, é o que fazer depois da formatura. Além da experiência profissional, é importante manter um currículo robusto, já que as oportunidades advêm para quem está preparado. Estudar nunca é demais, e uma pós-graduação para especialização ou mesmo para dar continuidade aos estudos e pesquisas é sempre uma opção a ser considerada. Com a atual competitividade do mercado, destacam-se os profissionais mais especializados, com conhecimentos técnicos e de mercado.

lher o que melhor atende às necessidades e expectativas do aluno recém-formado.

Especialização

De fato, ter o domínio de uma língua estrangeira representa um diferencial no currículo. Pode até ser que no dia a dia ela não seja usada, mas uma segunda língua abre portas. Isso porque o mundo é muito maior que os países que falam português. Ter acesso a conhecimentos, livros, cursos, além da possibilidade de realizar negócios com outras culturas faz a diferença.

Depois de formado, é realmente muito importante saber no que se especializar. É necessário ter um foco de atuação, de acordo com as habilidades e afinidades de cada profissional. Antes de decidir, é importante conhecer os diferentes tipos de cursos disponíveis para depois da graduação esco-

A pós-graduação é dividia entre lato sensu, que engloba especializações, aperfeiçoamentos e MBAs, e stricto sensu, que são os mestrados e doutorados, que exigem mais tempo para estudos e pesquisas. Os cursos lato sensu são ideais para quem procura aprofundar ou mesmo complementar os conhecimentos adquiridos na graduação. Já os stricto sensu são recomendados para quem pretende seguir a área acadêmica e de pesquisador. Domine uma língua estrangeira


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5 DÚVIDAS COMUNS SOBRE A PÓS-GRADUAÇÃO: PÓS-GRADUAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO SÃO A MESMA COISA? Não. Especialização é apenas um tipo de pós-graduação, o lato sensu. O mestrado e o doutorado são o outro tipo, o stricto sensu. QUAL É A DIFERENÇA ENTRE MBA E ESPECIALIZAÇÃO? Alguns MBAs (Master Business Administration) são especializações (pós-graduação lato sensu), outros são simples cursos de aperfeiçoamento. Para ser considerada especialização, o curso deve ter duração mínima de 360 horas e atender a alguns requisitos do MEC. POSSO FAZER MESTRADO OU DOUTORADO SEM TER FEITO ESPECIALIZAÇÃO? Sim. Qualquer aluno pode candidatar-se a um curso de mestrado após o término da graduação.

O QUE SIGNIFICA O CONCEITO CAPES? É a avaliação dos cursos de mestrado e doutorado pela Capes, que atribui notas que variam de 3 a 5 para programas que possuem apenas o mestrado, e de 3 a 7 para aqueles que incluem o doutorado. Os programas com nota igual ou superior a 3 são autorizados pelo Ministério da Educação (MEC) a emitir diplomas com validade nacional. QUAL É A DIFERENÇA ENTRE O MESTRADO ACADÊMICO E O MESTRADO PROFISSIONAL? O Mestrado Acadêmico requer dedicação integral e prioriza a formação de pesquisadores e professores. O Mestrado Profissional geralmente não exige dedicação em tempo integral do aluno e se propõe a oferecer uma formação diferenciada, a um público constituído por profissionais em busca de aperfeiçoamento e aprofundamento em sua área de atuação.

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PRATA DA CASA

GEORGE HEBERT DE AZEVEDO

Diretor do Hospital Israelita Albert Einstein em São Paulo é egresso do curso de Administração da UNDB e ex-professor da instituição. O engenheiro civil George Hebert com equipe do Hospital Israelita Albert Einstein, onde atualmente é diretor.

Como professor da UNDB, George Hebert realiza visita técnica com alunos das turmas de Engenharia de Produção.

O engenheiro civil e administrador de empresas, George Hebert de Azevedo, formou-se em Administração pela UNDB, em 2011, e em seguida, passou a integrar o quadro de docentes da faculdade. Hoje, é diretor de Diretor de Engenharia e Manutenção na Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein – SBIBAE. Confira nessa entrevista, um pouco da sua trajetória acadêmica e profissional. Revista UNDB: Conte-nos um pouco da sua história acadêmica. George Hebert Azevedo: Sou graduado em Administração de Empresas pela UNDB (2011), em Engenharia Civil (1981) e Engenharia de Operações Civil (1976). Também possuo cinco especializações, sendo a mais recente delas em Gerência de Projetos. Revista UNDB: Hoje, qual a sua área de atuação?

Como aluno da UNDB, na solenidade de colação de grau do curso de Administração, George Hebert recebe da reitora, Ceres Murad, a placa de Mérito Acadêmico.

George Hebert Azevedo: Tenho vivência em Gestão Integrada, adquirida durante os últimos 40 anos nas áreas de Gerenciamento de Projeto, Engenharia, Planejamento, Suprimentos, Transporte, Distribuição, Qualidade, Sustentabilidade, Manutenção, Segurança do Colaborador e Segurança Patrimonial. Trabalhei em grandes grupos nacionais e multinacionais e, atualmente exerço as funções de Diretor de Engenharia e Manutenção na Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein-SBIBAE, tendo sob minha responsabilidade as seguintes áreas: Projetos e Obras, Engenharia Clínica, Manutenção, Segurança Patrimonial e Facilities.

Revista UNDB: Você esteve dos dois lados, enquanto aluno e como professor. De que forma a metodologia da UNDB contribuiu para o seu aprendizado acadêmico e crescimento profissional? George Hebert Azevedo: Como aluno, consolidei o conhecimento da Metodologia de Cases e Papers na UNDB. Isso trouxe benefícios no âmbito profissional, no detalhamento de atividades e na distribuição de tarefas de projetos e empreendimentos sob minha responsabilidade. Atuei como professor no período entre 2012-2013, aplicando essa metodologia e obtendo resultados marcantes pela facilidade de ter sido aluno da instituição. Fui professor nos cursos de Engenharia de Produção e Administração de Empresas. Conseguimos organizar esquemas para dar aos alunos das duas áreas a visão empresarial por meio de visitas técnicas à Brasil Kirin, Terminal de Combustiveis do Itaqui, Vale, Alumar e São Marcos Manutenção Industrial. Essa experiência como docente me credenciou a ser professor da Pós-graduação em Engenharia Clínica, no Hospital Israelita Albert Einstein (2015-2016). Revista UNDB: Quais dicas você daria aos alunos da UNDB, futuros profissionais? George Hebert Azevedo: Estudar sempre, estar e manter-se atualizado, inovar (modificar e aperfeiçoar o existente é uma forma de inovar). Ser generalista sem perder a essência da especialização. Ser acima da média no que faz. Ler, ler e ler! Fazer da leitura um hábito focado na empregabilidade. Não ter medo de ousar e, se possível, despertar o lado empreendedor, tendo seu próprio negócio.


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MUNDANIDADES

DESCONECTOPIA Há mais de 20 anos, sentei em frente a um computador e parece que nunca mais me levantei. Exagero... Eu vou às festas, bares, restaurantes e ao cinema. Transito bem entre a minha cama, a geladeira e minha sala de TV. Ando de metrô, de táxi e de tênis. Danço não só na pista do club, como de frente pro espelho. E sim: eu tenho vida além do Facebook, Instagram e do Twitter, coisas que fazem parte, inevitavelmente, do meu trabalho. A internet é meu futuro desde o passado. No entanto, eu tenho relações off-line. Adoro, por sinal. Sim: enquanto tem gente que vê pessoas mortas, eu vejo pessoas off-line.

ALEX PALHANO Alex Palhano é Jornalista, graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Maranhão; Especializado em Mídias em Redes Sociais pela E-commerce School de São Paulo; Especializou-se, também, como Cool Hunter pela Escola São Paulo; Colunista e cronista do jornal O Imparcial, onde assina uma coluna que leva seu nome todos os domingos. Possui um site que fala sobre música, cinema, literatura, moda, design e noite (www.alexpalhano.com), e é Digital Influencer (@alexpalhano).

Quem me conhece, sabe: não viajo sem meus muitos cabos, pen-drives, iPad, iPods, smartphones, uns HDs externos e meu MacBook Air. São minhas ferramentas. Também vão comigo discos (vinis mesmo, acredite!), livros e revistas: preciso do tato (não sei se é TOC). E olha que eu viajo muito. Aliás, no dia em que qualquer companhia aérea descobrir que meu excesso não está nas malas que despacho, nunca mais embarco com minhas bagagens de mão. (Eita, será que descobriram agora?! Tomara que eles estejam voando...). É... A internet parece ter aproximado todo mundo ao mundo, mas, de certa forma, distanciou as pessoas da vida. Uma faca de dois gumes. E uma mão na roda, é certo. Digo, no teclado: fazemos coisas de banco pela internet, compramos pela internet, lemos revistas, jornais pela internet. Baixam-se músicas, filmes; ouve-se rádio pela internet (ah, o Spotify!), vemos vídeos (YouTube), filmes e séries (Netflix); compra-se comida pela internet. Estuda-se por internet, conversa-se pela internet. Há quem faça sexo (seguro?) pela internet e se relacione. E, isso, todo mundo faz: se relaciona e tem mais amigos pelo Facebook que na vida real. Exagerei? Não. Estamos todos on-line. E, agora?! Haja aplicativos! Dormimos com o celular ao lado, com a desculpa de que precisamos

de uma “luz” quando acordamos no meio da noite. Mentira: a gente quer ver logo se alguém deixou uma mensagem, quem “curtiu” o que postamos, a resposta “daquele e-mail”, “daquele Whats”; e por aí vai... Alguém lembra que existe abajur?! Aquela coisa que acende luz, considerada artigo vintage hoje... Eu recomendo. E compartilho (que é a palavra da vez). Eu proponho, então, duas palavras: compartilhar e atravessar. Para seguir sentindo. Na pele. De certa forma estamos todos dentro de uma “sala”, com mais de três bilhões de pessoas, das mais loucas às mais geniais, das sem noção às brilhantes... No começo, eu achava legal. Todos acham. E, isso, já faz um bom tempo... Só que cansa: exposição demais, a vida alheia e um bando de gente como “daquele tipo”, como se estivéssemos numa festa “com gente estranha e esquisita: eu não estou legal”. Estamos todos muito ocupados. Muito mais ocupados. Ultra conectados. E-mails, mensagens de texto e de voz; cutucadas (coisa insuportável), prods e tuítes; alertas e comentários; links, tags, hashtags, e posts; fotos e vídeos; sites, blogs e vlogs; buscas, downloads, uploads, arquivos e pastas; feeds e filtros; murais, widgets, clounds; nomes de usuário, senhas e códigos de acesso; pop-ups e banners; ringtones e vibrações; aplicativos e check-in... Ufa! Não é hora de fazer um check-out? Desafio você, por exemplo, a não ficar olhando ou teclando seu smartphone na mesa de um bar ou em um restaurante entre amigos reais. Tente. É você a serviço da tecnologia e não o contrário. Parece piada pronta a profecia: “a máquina vai dominar o homem”. É preciso descobrir a “desconectopia”, pensar fora da bolha: encontrar as forças escondidas das redes sociais. Virar o jogo, não só o tablet.

(@AlexPalhano sai da sala).

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SEGUE O SOM

NA ACADEMIA

MÚSICA MULTIDISCIPLINAR “Segue o Som” reúne alunos e professores em projeto de extensão Na história da música mundial há vários artistas que iniciaram a carreira na faculdade. Os Beatles são um bom exemplo e, no Brasil, nos anos 80, diversas bandas de rock encontraram condições convidativas para formar um grupo no ambiente universitário. Até hoje, a música tem terreno fértil no cenário acadêmico. Na UNDB, um grupo de alunos de diferentes cursos encontrou na música uma forma de interação. A banda “Segue o Som” surgiu de um projeto de extensão da faculdade, coordenado pelo professor do curso de Direito, Daniel Almeida. “A ideia inicial do projeto era fazer com que os alunos se relacionassem, pois, percebíamos muitas “tribos” entre os cursos, mas os alunos não conheciam uns aos outros. O Segue o Som passou a ser uma interessante forma de interação entre eles e de

identidade com a instituição”, afir- para lá de eclético, que vai do metal ao funk, os alunos e professores fima o coordenador do projeto. zeram sua primeira apresentação. O A banda é formada por show foi tão bem sucedido que novos uma comissão executiva com- convites vieram, e a turma do “Segue posta pelos professores Daniel o Som” vem se apresentando em diAlmeida e Bruno Azêvedo, e pelos versos eventos da instituição. alunos Anna Karoline, Teodoro O “Segue o Som” tem se torSanches, Gabriel Ferreira, Gabriel Mendes e Carla Alcântara. Esse nado um celeiro de novos talentos. “A núcleo é responsável pela organi- faculdade é um ambiente interessanzação dos ensaios e recrutamento te para se formar uma banda, já que de novos músicos para as apre- nela os estudantes são estimulados continuamente à novas ideias, cultusentações. ras e ao respeito às diversidades. Por O pontapé inicial dos isso, consideramos tão importante a trabalhos da banda aconteceu valorização e o incentivo aos movieste ano, quando após alguns en- mentos artísticos que surgem aqui”, saios e escolha de um repertório finaliza Daniel Almeida.

Você sabia que bandas como Queen, Linkin Park, Coldplay, Engenheiros do Hawaii, The Doors e Los Hermanos tiveram origem no ambiente universitário? Por isso, se você tem vontade de formar uma banda com os amigos da faculdade e cair na estrada, não desista do seu sonho!



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