Geografia: dinâmicas, conflitos e proposições

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2º Caso: o estudo da fragilidade ambiental na Bacia do Arroio Pelotas - RS Para a realização do mapeamento e análise da fragilidade ambiental da Bacia Hidrográfica do Arroio Pelotas (BHAP), que se estende pelos municípios de Pelotas, Canguçu, Morro Redondo e Arroio do Padre, foram utilizados mapeamentos temáticos e levantamentos sobre geologia, geomorfologia, declividades, solos e uso do solo e cobertura vegetal, os quais permitiram a elaboração do produto síntese: o mapa de fragilidade ambiental, que contém informações importantes sobre as potencialidades e fragilidades dos ambientes. Para a avaliação dos graus de fragilidade ambiental foram consideradas a Fragilidade Potencial dos ambientes (Unidades Ecodinâmicas de Instabilidade Potencial) e a Fragilidade Emergente (Unidades Ecodinâmicas de Fragilidade Emergente), de acordo com Ross (1994). A fragilidade potencial foi analisada a partir do mapa de solos, do mapa geomorfológico e das classes de declividades. A fragilidade emergente foi caracterizada a partir da fragilidade potencial e a análise do tipo de uso do solo, tendo como resultado um único mapa síntese que mostra as classes de Fragilidade Ambiental. Na metodologia utilizada por Ross (1994), a fragilidade ambiental é analisada a partir dos processos erosivos que ocorrem nas áreas de denudação. Na área de estudo, estes processos verificam-se no Planalto Uruguaio Sul-rio-grandense. No entanto, existem outros aspectos de fragilidade que devem ser levados em consideração que não estão diretamente associados aos processos erosivos e que acontecem nas áreas planas, como os que se observam na porção da Planície Costeira na Bacia Hidrográfica do Arroio Pelotas, bem como nas planícies de inundação dos cursos d’água da BHAP. Estes outros aspectos da fragilidade ambiental que foram incluídos no mapa de fragilidade ambiental, estão associados aos processos de inundação, os quais representam a fragilidade potencial dos ambientes localizados na Planície Costeira. Sendo assim, a fragilidade ambiental foi analisada quanto aos processos erosivos e também quanto aos ambientes, que, através de eventos climáticos extremos podem sofrer enxurradas, aumento do nível de água e processos de inundação. Nesse sentido, o mapa de fragilidade apresenta as classes de fragilidade relacionadas aos processos erosivos e as classes de fragilidade relacionadas aos processos de inundação. Quanto aos processos erosivos, o mapa de fragilidade ambiental (Figura 4) apresentou três classes de fragilidade distintas: fraca, média e forte. As áreas de fragilidade fraca estão localizadas no Planalto Uruguaio Sul-rio-grandense, incluindo as áreas de mata nativa, vegetação secundária e algumas áreas de campos que possuem declividades fracas a fortes, com solos predominantes do tipo Argissolos

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