Geografia: dinâmicas, conflitos e proposições

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extravasamento das águas do canal de drenagem para as áreas marginais de forma lenta (CARVALHO, MACEDO e OGURA, 2007).

Figura 02: Perfil esquemático do processo de enchente e inundação. Fonte: Adaptado de Carvalho, Macedo e Ogura (2007), e, Cunha (1998).

Para Kobiyama et al. (2006) a inundação, popularmente tratada como enchente, é o aumento do nível dos rios além da sua vazão normal, ocorrendo o transbordamento de suas águas sobre as áreas próximas a ele. Quando não ocorre tal extravasamento das águas, apesar do rio ficar praticamente cheio, tem-se uma enchente e não uma inundação. Por esta razão, no meio acadêmico e científico, os termos “inundação” e “enchente” devem ser usados com diferenciação. Um grande colaborador nas discussões sobre inundações no campo da Hidrologia Aplicada é Carlos Eduardo Morelli Tucci. Nas suas publicações (1993, 1997, 2001 e 2003), ele ressalta que as inundações graduais dos leitos maiores dos rios são um processo natural. Quando a população ocupa o leito maior, que são áreas de risco, os impactos ambientais negativos são frequentes. Essas condições ocorrem, em geral, devido às seguintes ações: inexistência no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de grande parte dos municípios, de qualquer restrição quanto à ocupação das áreas de risco de inundação e a sequência de anos sem inundações é razão suficiente para que promotores judiciários e imobiliários desmembrem estas áreas para ocupação urbana;

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