Sociologia etnocentrismo e diferença 1 ano 2 bimestre

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Colégio Estadual João de Oliveira Botas Data: 30/04/2014 Professora: Luisa Barbosa Disciplina: Sociologia Série: 1a Turma: 1001, 1003 e 1004 Bimestre: 2o Plano de Aula I. Tema: “Ninguém é igual a ninguém?”: etnocentrismo e diferença. -­‐ conceito fundamental: etnocentrismo -­‐ avaliação pautada em juízos de valor daquilo que é considerado diferente. Uma visão que toma a cultura do “outro” como algo menor, sem valor. II. Objetivos: Objetivo geral: Entender que a cultura adquire formas diversas e que essa diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade que compõem a humanidade Objetivos específicos: Promover o senso de relativização. Compreender os conceito: etnocentrismo, relativismo cultural e cultura. III. Conteúdo: conteúdos programados para a aula organizados em tópicos -­‐ O que é cultura -­‐ Etnocentrismo -­‐Relativismo cultural IV. Desenvolvimento do tema: A partir da música “Ninguém é igual a ninguém” da banda Engenheiros do Hawaii, refletir sobre as diferentes práticas sociais de diferentes sociedades e a dubiedade contida no título da música que indica que somos iguais, porém, diversos. Conhecer o conceito “cultura”, com base no trabalho pioneiro de Edward Tylor (1871), “etnocentrismo” e “relativismo cultural”, com base no trabalho de Ruth Benedict (1934) V. Recursos didáticos: quadro e música. VI. Bibliografia: BENEDICT, Ruth. Padrões de Cultura. Lisboa: Edição Livros do Brasil, s/d. GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. LAKATOS, Eva. Sociologia Geral VII. Dicas de Filme: Crash -­‐ no limite. Paul Haggis, 2004. EUA. Hotel Ruanda. Terry George, 2004. Itália, Reino Unido e África do Sul. Pergunta motivadora: Ninguém é igual a ninguém? Somos iguais ou somos diferentes?


Colégio Estadual João de Oliveira Botas Data: 30/04/2014 Professora: Luisa Barbosa Disciplina: Sociologia Série: 1a Turma: 1001, 1003 e 1004 Bimestre: 2o Ninguém = Ninguém Engenheiros do Hawaii Há tantos quadros na parede Há tantas formas de se ver o mesmo quadro Há tanta gente pelas ruas Há tantas ruas e nenhuma é igual a outra Ninguém é igual a ninguém Me espanta que tanta gente sinta (Se é que sente) A mesma indiferença Há tantos quadros na parede Há tantas formas de se ver o mesmo quadro Há palavras que nunca são ditas Há muitas vozes repetindo a mesma frase: Ninguém é igual ninguém Me espanta que tanta gente minta (Descaradamente) a mesma mentira São todos iguais E tão desiguais Uns mais iguais que os outros Há pouca água e muita sede Uma represa, um apartheid (A vida seca, os olhos úmidos) Entre duas pessoas Entre quatro paredes Tudo fica claro Ninguém fica indiferente Ninguém é igual a ninguém Me assusta que justamente agora Todo mundo (tanta gente) tenha ido embora São todos iguais E tão desiguais Uns mais iguais que os outros O que me encanta é que tanta gente Sinta (se é que sente) ou Minta (desesperadamente) Da mesma forma São todos iguais E tão desiguais Uns mais iguais que os outros


Colégio Estadual João de Oliveira Botas Data: 30/04/2014 Professora: Luisa Barbosa Disciplina: Sociologia Série: 1a Turma: 1001, 1003 e 1004 Bimestre: 2o Cultura Quando pensamos em cultura frequentemente a associamos à arte, literatura, musica, pintura. Na sociologia "cultura" é isso e mais um pouco. Refere-­‐se as formas de vida dos membros da sociedade, costumes, vestimentas, padrões de trabalho, cerimonias religiosas e ocupações de lazer. Vários teóricos se debruçaram a estudar a cultura. Um dos estudos pioneiros sobre o tema foi realizado por Edward Tylor (1871). Este autor definia cultura como "o conjunto complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, moral, lei, costumes e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade". Outros autores também se debruçaram sobre o tema como Ralph Linton, Cliffort Gertz; Frans Bôas, Malinowsky e Ruth Benedict. No Brasil alguns dos principais teóricos desse campo foram Gilberto Freyre, Darcy Ribeiro, Roberto Cardoso de Oliveira, Roberto da Matta, Gilberto Velho, entre outros. A cultura da sociedade compreende aspectos tangíveis (objetos, os símbolos e as tecnologias) e intangíveis (crenças, ideias, valores). O ato de julgar essas práticas culturais considerando a sua cultura como correta é chamado de etnocentrismo O que é etnocentrismo? O termo “etnocentrismo” é formado pela justaposição da palavra de origem grega "ethnos" que significa "nação, tribo ou pessoas que vivem juntas" e centrismo que indica o centro. Trata-­‐se de uma avaliação pautada em juízos de valor daquilo que é considerado diferente. Trata-­‐se de uma visão que toma a cultura do outro (alheia ao observador) como algo menor, sem valor, errado, primitivo. Ou seja, a visão


Colégio Estadual João de Oliveira Botas Data: 30/04/2014 Professora: Luisa Barbosa Disciplina: Sociologia Série: 1a Turma: 1001, 1003 e 1004 Bimestre: 2o etnocêntrica desconsidera a lógica de funcionamento de outra cultura, limitando-­‐ se à visão que possui como referência cultural. O etnocentrismo pode estimular conflitos das mais diferentes matizes, envolvendo pequenos grupos e até mesmo nações. Um dos pressupostos da doutrina nazi-­‐fascista era o antissemitismo, ou seja, o preconceito ou hostilidade contra judeus baseada em ódio contra seu histórico étnico, cultural e/ou religioso. Na sua forma mais extrema, atribui aos judeus uma posição excepcional entre todas as outras civilizações, difamando-­‐os como um grupo inferior e negando que eles sejam parte da(s) nação(ões) em que residem. Para a sociologia uma cultura tem que ser estudada em termos de seus próprios significados e valores. Essa ideia é referida como relativismo cultural. Etnocentrismo x Relativismo cultural O relativismo cultural foi bastante estudado por uma antropóloga americana chamada Ruth Benedict. Para ela cada cultura possui seus padrões morais, não cabendo ao outro julgar determinada cultura sem analisá-­‐la como um todo (relativismo cultural). Ela descreveu em detalhes os contrastes entre rituais, crenças, preferências pessoais de povos de diferentes culturas para mostrar o quanto cada cultura tinha uma “personalidade” que era estimulada em cada indivíduo. Sua pretensão foi demonstrar que cada cultura possui seus próprios imperativos morais, que só poderiam ser compreendidos se estudássemos a cultura como um todo. Ela percebeu que seria errado menosprezar os costumes ou valores de uma cultura diferente da nossa. Tais costumes teriam um significado para as pessoas que os adquiriram, e não deveriam ser julgados de forma apressada ou superficial. Não deveríamos tentar avaliar um povo somente com nossas referências. Moralidade, conclui ela, é relativa. Mas aplicar o relativismo cultural – ou seja, suspender suas próprias crenças culturais e examinar uma situação de acordo com os padrões de outra cultura – é


Colégio Estadual João de Oliveira Botas Data: 30/04/2014 Professora: Luisa Barbosa Disciplina: Sociologia Série: 1a Turma: 1001, 1003 e 1004 Bimestre: 2o um grande desafio. O papel do sociólogo é evitar respostas automáticas e examinar questões complexas cuidadosamente. Pergunta motivadora: Somos iguais ou somos diferentes? Sim, somos seres humanos, porém temos culturas diferentes.


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