Ílhavo – memórias e identidade

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navegar é preciso

projecto em design II 2016.17

Rui Raposo 2 E. Noronha / J. Nunes / N. Dias 3 Paulo Costa 5 Álvaro Garrido 6 Valdemar Aveiro 9 Processo 12 Sete Linhas 36 68+1 38 Momentos 40 Dá O Nó! 42 O Legado 44 Entrelinhas 46 Compasso 48 A celebração 52 Ficha técnica 64


necessário é criar

Era uma vez uma rede de histórias emaranhadas que precisavam de ser desembaraçadas e contadas a quem não estava à espera de as ouvir, por quem nunca imaginou que alguém um dia as quisesse escutar. É talvez esta uma possível forma de descrever o trabalho de colaboração registado em parte neste catálogo para memória futura. Digo em parte porque a parte maior, e quiçá a melhor parte, ficou desde logo gravada na memória e nas vivências de quem participou neste projeto. O Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, através de docentes e alunos do 2º ano da licenciatura em Design, teve o prazer de aproveitar esta oportunidade para partilhar uma sala de aula que ganhou outros espaços para além dos formais do Campus de Santiago. Sem se dar conta foi criado um espaço de aprendizagem que, em diversos momentos, se tornou tão imenso que chegou à costa da Terra Nova e, ao mesmo tempo, tão intimista que permitiu olhar para o mundo e a vida contidos no espaço exíguo de um dóri. Agradeço, em nome do Departamento e da Universidade de Aveiro, aos que, de uma forma ou de outra, contribuíram para que todas as pessoas envolvidas fossem convidadas a participar ativamente na construção dos espaços e momentos de aprendizagem e colaboração que, como em tudo o que fazemos na vida, acabaram por gerar ainda mais histórias dignas de serem contadas num futuro que esperamos próximo. Até lá ficam estas de quem ajudou, ao longo da sua vida, o fiel amigo a encontrar o caminho até às mesas de milhares de famílias e de várias gerações de todo o mundo. Foi com enorme satisfação que o DeCA ajudou a contar estas histórias que passaram, com o decurso do projeto, a fazer também parte da nossa História.

Docentes da Licenciatura em Design Projecto em Design II

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Eduardo Noronha João Nunes Nuno Dias

Rui Raposo

Diretor do Dep. de Comunicação e Arte

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Não é possível compreender a história de Ílhavo sem reconhecer o impacto social, económico e cultural que a pesca do bacalhau representa para a região, assim como para o País – um legado histórico extraordinário que precisa ser mais conhecido, divulgado e respeitado. E, se a história da Faina Maior costuma ser contada pelos capitães, este projeto pretendeu dar a vez e a voz aos pescadores, re-interpretando as suas memórias pessoais e prestando homenagem às suas tradições e bravura. Recordamos e homenageamos assim a cultura marítima de Ílhavo a partir dos seus homens do mar reinterpretando, através do desenho, a memória de estórias e realidades vividas na primeira pessoa dessa epopeia. Nestas páginas estão representados o processo e o resultado dos encontros entre marinheiros ilhavenses e os alunos do 2º ano de projecto da licenciatura em design da universidade de aveiro, que testemunharam as histórias da Faina Maior vividas na primeira pessoa. O encontro com os ex-marinheiros da pesca do bacalhau – os Senhores António Estevão, Carlos Santos, Horácio Velha, Horácio Bagão, José Ferreira, José da Madalena, Severino Tomás e Valdemar Aveiro permitiu aos alunos conhecer homens notáveis que viveram, em carne e osso, uma epopeia milenar, capítulo maior da nossa história marítima. Alguns destes homens fizeram parte da última geração dos pescadores à linha que remavam, solitários, nas pequenas embarcações, os dóris, lançadas dos icónicos lugres bacalhoeiros no Atlântico Norte, colhendo o bacalhau que era servido à mesa de todos os Portugueses. Estes encontros felizes entre alunos e os homens do mar foram possíveis através do empenho institucional da Câmara Municipal de Ílhavo e do Museu Marítimo de Ílhavo que se associaram à Universidade de Aveiro para realizar o presente projecto. Para além da estreita relação com os pescadores, organizaram-se outras aulas especiais, como aquela no auditório do DeCA que contou com a presença de Álvaro Garrido, historiador e consultor do Museu Marítimo de Ílhavo, Paulo Costa, Vereador da Cultura da Câmara de Ílhavo, e o Capitão Valdemar Aveiro. Deste processo resultaram sete temas ilustrados em serviços de mesa que pretendem realçar o papel essencial dos pescadores na aventura marítima da pesca do bacalhau. As diversas temáticas definidas pelos alunos evocam o humor dos pescadores como forma de superação das provações das longas e exigentes campanhas, os momentos pessoais e sociais a bordo desses navios, a utilidade e beleza da arte dos nós, as peculiaridades das expressões e da gíria dos marinheiros, os códigos usados na comunicação marítima e os ciclos que se viviam, nas campanhas da pesca, entre mar e terra e o legado da última geração de pescadores dos dóris. Sobre estes temas, desenvolveram-se ilustrações que representam os conhecimentos vividos sobre a faina que os marinheiros-pescadores generosamente partilharam, quer fossem sobre os momentos alegres de camaradagem ou sobre as agruras de uma vida necessariamente precária e perigosa. Este trabalho surge no ano da celebração dos 20 anos da formação em design da Universidade de Aveiro, enquadrando-se numa linha estratégica de atuação projectual, que visa colocar os alunos, através do modus operandis do design, no centro de contextos reais de ação, junto das pessoas para quem opera. Desta forma se espera que dos seus trabalhos emane um forte sentido de realidade e autenticidade. O contacto direto, empático, com os homens do mar, foi assim decisivo para a criação de uma genuína ligação às estórias de vidas que inspiraram as narrativas visuais que aqui se apresentam.


Vereador da Cultura | Câmara Municipal de Ílhavo

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Paulo Costa

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A exposição “Ílhavo – memórias e identidade, recordar uma cultura”, muito mais do que um belo conjunto de imagens, textos e peças de cerâmica, que nela se encontram, comunicam e completam de uma forma notável, representa acima de tudo um processo, cuja importância vai seguramente muito além do resultado final. Desde logo pelo sempre desafiante encontro de gerações que proporcionou, no qual jovens alunos e experimentados homens do mar viveram inesquecíveis momentos, repletos de memórias, de sensações, de medos e de segredos de um tempo que já não volta, mas que continua bem vivo na memória dos segundos, e agora, fruto deste trabalho, também na dos primeiros, que, de certa forma, assumem assim a responsabilidade de ser seus herdeiros. Depois pela feliz escolha do tema que, pela enorme importância que assume no nosso país e em especial no Município de Ílhavo, enriquece e marca de uma forma que considero única quem nele mergulha na busca de informações, de conhecimento. O mar e a pesca do bacalhau assumem em Ílhavo, no seu passado e no seu presente, uma incontornável e indisfarçável relevância, ao ponto de ter moldado a sua história, a sua cultura, a sua economia, a sua sociedade, a sua identidade enquanto povo. O que somos hoje devemo-lo em grande medida ao mar, e para aquilo que vamos ser amanhã o mar irá seguramente ser um ativo fundamental. Também pelo importante tributo que presta à memória de todos aqueles que fizeram do mar a sua terra firme, e que estes jovens alunos tão bem souberam apreender ao longo das várias semanas e depois materializar, reinterpretando aquilo que viram, ouviram e sobretudo sentiram. E, finalmente, pela virtuosa ligação que estabeleceu entre a Universidade, o Museu Marítimo e a Comunidade, cujas marcas positivas se irão perpetuar no tempo e no espaço. Assim, resta-me agradecer a todos aqueles que contribuíram para a materialização desta ideia, em especial aos alunos pela enorme entrega, humildade e criatividade, aos professores pelo fundamental acompanhamento e estímulo, e, claro, aos pescadores e famílias, pela partilha das suas casas, das suas memórias, dos seus pensamentos, tantas vezes bem difíceis de reviver e de partilhar. Faço votos para que esta exposição, resultado de um intenso e enriquecedor processo, seja apenas um de muitos outros momentos, preparados e vividos em comum.


Álvaro Garrido

Na sociedade global em que vivemos, marcada pela standardização das práticas e valores culturais, o localismo e as identidades ganharam uma renovada importância. De tal modo que o ”dever de memória” – e, por inerência, o “dever do património” – transitou do campo das memórias traumáticas para o domínio das coisas banais e das grandes narrativas. Se durante séculos as políticas e práticas patrimoniais foram dominadas por dispositivos de conservação, visando salvaguardar elementos materiais ou imateriais ameaçados de perda, actualmente as práticas do património só se tornam socialmente penetrantes quando convocam as memórias. Acresce que a construção e reconstrução permanente das memórias individuais e colectivas é tanto mais inclusiva quanto puder desentranhar um território e as narrativas dos seus protagonistas humanos. Daí que a utopia construtiva de qualquer projecto memorial seja a identidade ou os processos identitários, aquilo a que, por outras palavras, podemos chamar sentimentos de pertença ou afiliações do ser. Foi exactamente aqui, nesta articulação utópica mas possível de alcançar, que o projecto expositivo dos alunos da Licenciatura de Design da UA se situou, beneficiando de uma intensa cooperação com o Museu Marítimo de Ílhavo. Tomando o território de Ílhavo e a sua comunidade de homens e mulheres do mar como campo de informação, de forma criativa e sagaz, estudantes e professores captaram depressa e bem as inúmeras marcas desse território singular. De forma criativa processaram e reciclaram o universo simbólico da grande pesca. Pescadores e capitães, investidos na qualidade de narradores ou informantes, partilharam generosamente as suas histórias, os seus dramas, as suas memórias inquietas de uma aventura humana situada entre o drama e a epopeia. Quero salientar a forma cuidada e muito fresca, contemporânea, como este projecto ligou dois símbolos maiores do território ilhavense: a pesca do bacalhau e a cerâmica. Buscando nos arquivos do Museu o rasto mais fecundo das sucessivas gerações de homens que foram ao bacalhau, que reside na colecção de fichas de tripulantes dos navios, quais viajantes intrépidos os estudantes foram em busca de memórias associadas a cada viagem, de peripécias ditas ou apenas murmuradas. Atestado o porão de memórias bacalhoeiras, a criação gráfica ficou gravada num admirável conjunto de louças finas cujo desenho desafia as convenções e a própria memória. É inegável a dimensão subjectiva e plural das memórias. Em especial quando falamos de memória colectiva e de memória social, o que remete para o modo como as sociedades, ou um grupo humano com afinidades entre si, recorda experiências e imaginários comuns. Nesta linha devemos situar o caso eloquente da pesca do bacalhau e das suas comunidades. Ílhavo será o caso mais intenso e radical porque nesse território habita um património total: a pesca, os homens (capitães e pescadores), as empresas armadoras, o Museu que tem por emblema a “faina maior”, a lendária pesca à linha com dóris de um só homem a bordo. As memórias podem adquirir um estatuto patrimonial, evidência que é muito comum nas fainas do mar e na grande pesca em particular. Tudo isto foi alcançado neste projecto expositivo apaixonado, que envolveu muito todos os intervenientes e no qual o Museu Marítimo de Ílhavo teve a honra e o proveito de colaborar. Aqui fica o agradecimento do Museu e do Município de Ílhavo a todos os alunos e aos professores do DECA que lhes lançaram o desafio e os orientaram nesta magnífica viagem ao bacalhau.

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Historiador | Universidade de Coimbra Consultor do Museu Marítimo de Ílhavo

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A Pesca do bacalhau é uma actividade que se perde no tempo e que sempre foi praticada pelos povos em cujas costas ele existia, em maior ou menor abundância. Este peixe, pertencente à família dos “Gadídeos” - daí o nome de “Gadus Morhua” por que é conhecido - é uma espécie migratória do Atlântico Norte, cujo habitat se estende pela vasta costa do Canadá e parte leste dos Estados Unidos, da Groenlândia, da Islândia, Mar da Noruega, incluindo o Mar de Barentz e Mar Báltico. Ainda hoje persiste a ideia errada acerca da entrada do “bacalhau” nos nossos hábitos alimentares, que de tão propalada ao longo de séculos, entrou no espírito dos Portugueses e aí se arreigou com a força de um “CREDO”. Ouve-se com demasiada frequência, falar da pesca desse peixe nos bancos da Terra Nova e do valor que tinha na economia de então, ao ponto do rei D. Manuel I, em 14 de Outubro de 1506, ter aplicado um imposto – o dízimo – a todo o pescado vindo dessas bandas. Este facto histórico, ter pois grande responsabilidade na crença partilhada pela maior parte dos portugueses, de que foi a partir do início do século XVI que o celebrado fiel amigo passou a estar presente nas nossas mesas. Ora isso não corresponde minimamente à verdade. Vem pois muito a propósito recordar, que o primeiro tratado histórico de que há notícia sobre a pesca de bacalhau praticada pela nossa gente, remonta ao ano de 1353, acordo esse assinado por D. Pedro I (à data ainda não rei) e por Eduardo II de Inglaterra, segundo o qual, os portugueses eram autorizados a pescar nas costas da Grã Bretanha mediante o pagamento de determinados direitos à coroa inglesa.

Sabe-se, no entanto, que em plena idade média, o bacalhau existia em grande abundância nas águas de toda a europa do norte – costa da Inglaterra, da Irlanda, das ilhas Faroés, no Mar Cantábico – neste caso com especial destaque para o golfo da Biscaya – no Canal da Mancha, no Mar do Norte, etc. Foi pois em águas europeias que a captura do “Fiel Amigo” teve início, no alvorecer do século IX. Eram de várias nacionalidades as frotas que aí actuavam, nem sempre com os mesmos interesses, porque se muitos – a maior parte – faziam a pesca directa ao bacalhau, alguns havia que privilegiavam a caça da baleia. Estavam neste caso os Bascos, que posteriormente complementariam a sua actividade com a pesca ou mesmo comércio de bacalhau, adquirido em portos onde as suas navegações os levaram. A partir do século XIII, devido a alterações climáticas, o bacalhau começou lentamente a abandonar aquelas paragens deslocando-se para norte, o que obrigou os navios a irem no seu encalço, cada vez mais longe – costa da Islândia, por exemplo - e por conseguinte, com capturas menos rentáveis. O conflito bélico entre a Inglaterra e a França, conhecido por “Guerra dos Cem Anos”, também contribuiu fortemente para o abandono das zonas de pesca tradicionais perante a agressividade dos holandeses, apoiantes dos ingleses, que reivindicavam para si a exclusividade da pesca no Mar do Norte. Seguiram-se longos anos de pesca de sobrevivência até que o milagre ocorreu como consequência directa das navegações para ocidente logo no início da “Epopeia dos Descobrimentos”. Convém não esquecer que muitos anos antes de Colombo ter chegado às Antilhas, já os portugueses andavam por aquelas paragens com a missão de encontrarem uma “passagem” para a lendária Índia e ilhas das especiarias. Gonçalves Zarco, Tristão Vaz, Gonçalo Velho,

Valdemar Aveiro

Gafanha da Nazaré, 08 de Dezembro de 2016

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a pesca do bacalhau

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Diogo de Teive, João Corte Real, são apenas alguns dos muitos navegadores que a partir de 1419 levaram cada vez mais para ocidente o sonho do Infante. Como faz parte da “História das Descobertas”, as várias expedições levadas a cabo por outros navegadores de diferentes nacionalidades, alguns dos quais perderam a vida na tentativa de encontrarem o mítico “caminho ou estreito”, que ficou conhecido na História Universal como a “Passagem do Noroeste”. Ora acontecia que no regresso dessas viagens, todos os marinheiros falavam com entusiasmo empolgante da tremenda abundância de bacalhau que havia naquelas paragens, “ao ponto de o pescarem – diziam eles - com um cesto lastrado com uma pedra, que o fazia afundar e que depois puxavam cheio, a transbordar de “fiel amigo”. Tais notícias funcionaram como séculos mais tarde viria a acontecer com o grito da corrida ao ouro, aquando da expansão e colonização da América do Norte. Foram pois esses relatos trazidos de mares desconhecidos que levou à transferência das frotas pesqueiras europeias, para os Grandes Bancos da Terra Nova. Não será demais referir aqui, que as tripulações das naus dos “descobrimentos”, desde o seu início, contavam com muitos pescadores da “Pesca do Bacalhau”, dada a sua experiência e habituação aos tempestuosos e frios mares do norte. E isto ajudará a compreender muita coisa! Ainda sobre a pesca de bacalhau praticada pela nossa gente, talvez seja interessante recordar que Portugal resultou da independência do “Condado Portucalense” em 1140 e que este fazia parte integrante da Galiza, que se estendia até ao Mar Cantábrico. Nestas circunstâncias, na condicção de “galegos” de onde provimos, a pesca de bacalhau entre nós, conta pois cerca de mil e duzentos anos; como portugueses que passámos a ser, essa actividade tem tantos anos quantos os da


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O campo de trabalho sobre o qual nos debruçamos é o da nossa própria cultura, o da nossa existência. O chão que pisamos sente a mudança dos tempos, à qual nos temos que adaptar para sobreviver.


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o processo pelos alunos

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Foi-nos apresentada uma proposta de trabalho que envolvia a exaltação da faina maior enquanto identidade e herança lusitana. O objecto deste trabalho seria a criação de ilustrações para um conjunto de peças cerâmicas, representativas da arte da pesca à linha do bacalhau feita nas pequenas embarcações transportadas para a Terra Nova nos emblemáticos lugres bacalhoeiros. Mobilizados para o Museu Marítimo de Ílhavo, iniciámos um conjunto de várias visitas. A primeira, para estabelecer através do museu um contacto direto com factos e artefactos históricos. Artefactos que viram histórias reais, infindáveis rotinas, artefactos que revelam o design e as técnicas utilizadas na pesca do bacalhau. Pudemos também observar e andar sobre um lugre bacalhoeiro, a peça fulcral na arquitectura do museu.


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Na segunda visita conhecemos o grupo de homens do mar que nos iria guiar sobre as histórias da pesca do bacalhau. Estes ex-marinheiros estão, de diversas formas, intimamente relacionados com a mítica faina na Terra Nova. Cada grupo privou com um destes homens. Estes encontros tiveram um papel fundamental no desenvolvimento do projecto, tornando-se a base e a inspiração dos grupos, que puderam, de uma forma única, reunir informação, documentos e histórias reais, contadas na primeira pessoa. A interacção com os pescadores, assim como com todos os responsáveis do Museu Marítimo de Ílhavo, proporcionou-nos uma experiência completa e empática.


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Diogo Rosa

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A aula no antigo lugre bacalhoeiro Santa Maria Manuela, irmão gémeo do mítico Argus, guiados pelo Dr. Anibal Paião, entusiasta e um dos principais responsáveis pela recuperação do navio, que transmitiu uma detalhada explicação sobre a sua reconstrução e o papel na história da pesca do bacalhau.


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PD2_2016.17 PD2_2016.17 E1 Retórica Visual E1 Retórica Visual Ana Oliveira Ana Oliveira nº 79685 nº 79685

A Pesca do Bacalhau

PD2_2016.17 E1 Retórica Visual Mariana Azevedo 80 757

Mariana Azeveo

A Pesca do Bacalhau A Pesca do Bacalhau

Gradação Gradação Este ideograma representa gradação edos instrumentos e fases Este ideograma representa uma gradação dosuma instrumentos fases do este bacalhau até que este é apresentadoEste ao consumidor. Este do bacalhau até que é apresentado ao consumidor. conceito inicia-se com o anzol como instrumento conceito inicia-se com o anzol como instrumento que dá inicio ao que dá inicio ao e comclimax os talheres como climax do mesmo. processo gradual, processo e com os gradual, talheres como do mesmo.

O processo de organização e tratamento de toda a informação obtida fertelizou o desenvolvimento de conceitos e argumentos suportados e defendidos por cada um dos sete grupos de alunos consituídos.

Metonímia Óleo de fígado de bacalhau, representado por uma embalagem típica de óleo lubrificante (Shell). A ‘substituição’ destas ideias (óleo lubrificante pelo óleo de fígado) ocorre com a representação do bacalhau seco e as expressões sugestivas, na embalagem Shell.

Foi ainda desenvolvido um exercício individual sobre a retórica visual em torno do tema da pesca do bacalhau.

Prof. João Nunes

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Ana Oliveira

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Iniciou-se então a grande etapa do desenho para as linhas de cerâmica. Aula após aula, os grupos apresentaram diferentes hipóteses para as ilustrações finais com base nos temas e conceitos escolhidos por cada grupo. Alguns grupos optaram por uma linha mais sarcástica, outros, mais poética, outras mais metafórica, outros mais irónica.


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Consolidadas as abordagens para as ilustrações, o processo avançou rapidamente, seguindo-se a fase dos decalques das peças cerâmicas realizadas na empresa Publidecal, em Ílhavo. Um conjunto de alunos deslocou-se ao local, contactando diretamente com as técnicas de decalque e de cozedura.

De seguida (imagens das páginas seguintes), com a cozedura, finalizaramse as peças que ficavam prontas para a exposição pública que se preparava no novo edifício do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro.


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Inês Rocha

A Pesca do Bacalhau

PD2_2016.17 E1 Retórica Visual Inês Filipe Rocha 79604

Personificação A pesca do bacalhau era um trabalho duro, onde homens davam suor e lágrimas para trazer peixe para terra, para traz dinheiro para casa. Procurei mostrar o rosto de um pescador através da zagaia, do mar, e do bacalhau antes e depois de ser pescado.

João Conde

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Para o efeito, organizámos no Departamento um estúdio de trabalho onde se preparou a exposição e a respectiva sessão fotográfica das peças das peças para incluir no catálogo. As ilustrações desta página foram realizadas no exercício das figuras de estilo em torno da pesca do bacalhau. A Pesca do Bacalhau

PD2_2016.17 E1 Retórica Visual nome João Filipe Conde Pereira nº 79557

Personificação A personificação consist características humanas chegar a uma caracterís intransmissível, daí a atr lugar das "mãos" do bac


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Mónica Sousa

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Preparação da exposição nas oficinas e sua montagem no átrio do CCCI. À esquerda, imagem que testemunha a chegada de um dóri utilizado na pesca do bacalhau e que faz parte do acervo do Museu Marítimo de Ílhavo.

A Pesca do Bacalhau

PD2_2016.17 E1 Retórica Visual Mónica Sousa 79575


sete marinheiros, sete linhas

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PD2_expositores_todos_16.12.12.pdf

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O LEGADO a última geração “Quando fui para o mar a vida começou-me a sorrir ” Severino Tomás

C

M

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MY

CY

CMY

K

Cinco Mil Parabéns

Os telegramas com uma mensagem pré-definida eram mais baratos. Como há que poupar, Severino combinou um código com a sua mulher: “feliz aniversário” significava que ele tinha chegado aos 5.000 quintais de bacalhau

A Quinta dos Feijões Todas as quintas-feiras era servida a refeição preferida de Severino: feijão assado!

Brisa Em dias de brisa atracavam em Saint John’s onde chutavam à bola para esquecer o bacalhau

O Louvado Todos os dias da jornada em alto mar se davam a Deus os louvados. Uma vez, durante a oração, Severino Tomás pediu a Deus que no dia seguinte fizesse brisa forte. Assim, em vez de pescar bacalhaus, poderia ficar no lugre confrantenizando, rindo e cantando com os companheiros

Callaveras

No seu dori, enquanto esperava que os bacalhaus picassem o isco, Severino lia histórias de cowboys e adormecia deixando que os sonhos o levassem para outros mundos

O Icebergue

Podia-se sentir no lugre o cheiro geral da falta de higiene pessoal. Para resolver a sua, Severino arranjou um contacto na cozinha que lhe arranjava gelo que derretia para tomar banho

Mau-olhado

Para quebrar um mau-olhado, Severino Tomás, homem de superstições, urinou nas suas linhas de pesca. “A partir daí, o dóri nunca mais deixou de pescar”.

Mestria

Severino sabia alguns truques da pesca. Aprendeu que, usando a zagaia ao contrário do normal não fazia sangrar o bacalhau. Assim, os outros bacalhaus não fugiam dauqela zona ao sentir feridos um dos seus.

o legado

Ílhavo – memórias e identidade recordar uma cultura Ana Oliveira Bárbara Vitoriano Joana Mota

João Conde Miguel Duarte Luis Borges Sara Figueiredo Maria Inês Ramalhão

Está a desaparecer a última geração de homens do mar que pescavam à linha o bacalhau que era servido à mesa dos portugueses. O Senhor Severino Tomás, pertence à última geração dos míticos pescadores que usavam os dóris, experienciando integralmente a Faina Maior em toda a sua tradição. De forma generosa e bem disposta, o Senhor Severino partilhou as suas experiências, sempre com o seu sentido de humor, peculiar, mas tipicamente português. A vida

no lugre bacalhoeiro, monótona para muitos, estava repleta de pequenas peripécias, de crenças e truques que tornavam cada dia em momentos únicos. Nas peças aqui apresentadas, surgem-nos estes momentos como episódios singulares e fragmentos de memórias de um pescador. As Ilustrações, com uma linha incerta e trémula, simbolizam incertezas da própria vida e a ondulação que se fazia sentir a bordo dos bacalhoeiros. Esta linha de louça pretende assim evocar, a

partir do seu exemplo, a memória do espírito de camaradagem e boa disposição necessários para a sobrevivência no quotidiano da epopeia da Faina Maior.


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maneiras de fazer humor A pesca do bacalhau experimentou o seu maior crescimento em Portugal durante o Estado Novo, sob a égide de António Oliveira Salazar. Pescadores, oficiais e restante tripulação passavam os cerca de seis meses que a campanha durava longe de casa, ultrapassando momentos de muita dificuldade para alcançar uma vida melhor e proporcionar sustento às famílias. Para o Senhor António Estevão, o humor foi uma forma de combater a saudade e a solidão. Inspirados pela sua forte personalidade e boa disposição, incorporamos o seu humor e ironia nas peças deste serviço evocando temas e problemas da época, por exemplo, as condições precárias ou o regime opressor. Assim, este conjunto evoca o bom humor como o melhor meio de resistência face às grandes adversidades da Faina Maior e da política nacional.

André Duarte Diogo Ferreira Diogo Rosa Mariana Azevedo Miguel Figueiredo Mónica Sousa Sabrina Rufino


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As rotinas dos tempos livres a bordo do navio podem ser sociais (a convivência, as cartas, celebrações, os copos...), ou pessoais (o recolhimento, a meditação, a oração, o descanso...). É esta a dimensão humana da “família a bordo”, onde tanto se fortalecem laços de amizade fraternos como desavenças. Assim, no lugre bacalhoeiro, o sucesso e eficácia do trabalho também dependem de uma boa atmosfera a bordo. Da mesma forma, a atmosfera melhora quando a pesca corre bem. Através das rotinas a bordo, evocamos nesta linha de cerâmica as distrações e passatempos vividos fora do duro trabalho da faina. Com imagens evocamos os pequenos- grandes momentos que ajudam a preencher uma vida no mar. Estas imagens inspiram-se nas histórias contadas pelo Capitão Valdemar Aveiro e pelo Senhor Horácio Velha, experiente maquinista habituado à pesca do bacalhau. Pretendem capturar um pouco da essência do espírito a bordo. As vivências e momentos retratados nas peças espelham o lado sensível e lúdico dos que embarcaram na grande aventura da pesca do bacalhau.

Beatriz Marto Bruna Oliveira Débora Silva Filipa Pereira Greta Jurcyte Maria Vieira Soraia Tavares


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O seu conhecimento era fundamental para todos os pescadores. Nos dóris existem quatro nós fundamentais: o nó de empate, usado para os anzóis; o nó de pescador, que une cabos, sendo fácil de desfazer; o nó de volta do fiel, usado para puxar um cabo; e, por fim, o nó pinha de remo, usado para amarrar o remo e conseguir manuseá-lo corretamente.

O contacto com o Sr. Horácio Bagão fez-nos despertar para a arte e beleza dos nós. Em Matemática, um nó é definido como uma curva no espaço, fechada e que não se auto-intersecta. Como base de conhecimento de qualquer marinheiro, os nós eram tidos como aprendizagem obrigatória para todo o moço – aspirante a pescador – no momento da sua formação. Conhecer a importância dos nós, voltas e emendas, bem como toda a prática que envolvia o mandamento dos cabos que sustentavam o lugre bacalhoeiro e o dóri – a pequena embarcação usada por um pescador na pesca do bacalhau. O tema dos nós inspirou esta linha de louça que pretende destacar os nós utilizados na Faina Maior e, sobretudo, enaltecer a relação que cada marinheiro possuía com o seu dóri através da arte dos nós – as suas funções, características e formas.

Alexandre Claro Daniela Génio Dayana Santos Rafaela Correia Rafaela Vieira Simão Sousa Telmo Silvério Vanessa Bandeira


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a última geração “Quando fui para o mar a vida começou-me a sorrir ” Severino Tomás

Está a desaparecer a última geração de homens do mar que pescavam à linha o bacalhau que era servido à mesa dos portugueses. O Senhor Severino Tomás, pertence à última geração dos míticos pescadores que usavam os dóris, experienciando integralmente a Faina Maior em toda a sua tradição. De forma generosa e bem disposta, o Senhor Severino partilhou as suas experiências, sempre com o seu sentido de humor, peculiar, mas tipicamente português. A vida no lugre bacalhoeiro, monótona para muitos, estava repleta de pequenas peripécias, de crenças e truques que tornavam cada dia em momentos únicos. Nas peças aqui apresentadas, surgem-nos estes momentos como episódios singulares e fragmentos de memórias de um pescador. As Ilustrações, com uma linha incerta e trémula, simbolizam incertezas da própria vida e a ondulação que se fazia sentir a bordo dos bacalhoeiros. Esta linha de louça pretende assim evocar, a partir do seu exemplo, a memória do espírito de camaradagem e boa disposição necessários para a sobrevivência no quotidiano da epopeia da Faina Maior.

Ana Oliveira Bárbara Vitoriano João Conde Inês Ramalhão Luis Borges Miguel Duarte Sara Figueiredo


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um giro na gíria Com Sr. José Ferreira apercebemo-nos da grande importância da gíria no quotidiano das tripulações no mar. A linha constante em todas as peças remete para vários significados, como a pesca do bacalhau à linha, a orla costeira e a linha do horizonte. Um jogo de palavras inspirado na gíria pesqueira do bacalhau, salientando o convívio entre todos os pescadores que viveram e vivem da pesca longínqua onde os portugueses se destacaram. Esta atividade de forte caráter popular vincou a comunicação desta comunidade em que foram substituídas e criadas novas expressões para facilitar o diálogo entre os homens, inseridas em expressões para criar um duplo significado mar-terra. Para compreender melhor é necessário dissecar os termos utilizados. “Jarda” é uma medida de comprimento equivalente a 0,9144 metros usada durante as pescarias. “Pé frio” representa um mau pescador e “Pé quente” um bom pescador. “Calça branca” adota-se quando um pescador tem pouca prática e é iniciante. “Fadista” diz-se quando o bacalhau é pequeno, enquanto que “Cartola” é um bacalhau grande. “Mamar a isca” é quando o peixe dá pequenos toques na isca sem mordê-la. “Panos” é a gíria usada para as velas náuticas. “Levas” é um nome alternativo para o fígado do bacalhau. Evocamos nas expressões a forma como os marinheiros se tornavam cúmplices através de expressões e referências do quotidiano da faina, que não eram evidentes para quem não pertencesse à “Família”.

Alexandra Overman Beatriz Freitas Beatriz Nunes Gabriel Caetano Gabriela Miranda Joana Almeida Melissa Schulze


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Se não te disser tu não percebes... Um dos temas principais das conversas que tivemos com o Sr. Carlos Santos foram as diferentes técnicas e meios de comunicação nas campanhas da pesca do bacalhau. A pesca do bacalhau à linha era um trabalho duro, prolongado e que afastava toda a tripulação dos seus entes queridos durante largos meses. A comunicação entre tripulantes nos lugres bacalhoeiros era um processo relativamente fácil. Para comunicarem com outros barcos, era necessário o recurso a técnicas específicas, como bandeiras, sons e luzes. Posteriormente generalizou-se o uso de telegramas e da comunicação por voz via rádio. Este trabalho procura explorar estas formas de comunicação que ligavam embarcações, tripulações e famílias. Em todos os navios, havia alegria com a chegada de boas novas, mas também havia o choque com as más notícias. Coexistiam alertas de emergências e mensagens de saudade. Este conjunto de louça explora o universo das mensagens, meios e códigos de comunicação.

Inês Rocha Daniela Gomes Guilherme Oliveira Inês Silva Joana Gentil Margarida Santos Mariana Jesus


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entre mar e terra O ciclo propulsor dos eventos que constituíram a Faina Maior

As histórias contadas pelo Sr. José da Madalena sobre os pescadores da Faina Maior foram inspiradoras e reveladoras. O pescador é muito mais que o homem que apanha peixe com a sua linha, que a gíria que utiliza, que a barba por fazer. O pescador é uma âncora para uma família que se afasta da costa para as águas da precariedade. O pescador é um coração doce dentro de uma armadura enferrujada pelo mar e riscada pelo tempo. O pescador são mãos calejadas por feridas saradas com sal e muito mais contos perdidos no mar. O nosso objectivo passou por identificar os factores preponderantes que o tornaram mítico. O tempo e a ciclicidade permitiu distinguir dois mundos diferentes – o mar e a terra – que ao longo do tempo ajustaram o modus operandis da população costeira portuguesa e a sua própria cultura e realidade. A ciclicidade de eventos tornava-se, assim, também medida de organização, de recursos e necessidades durante o meio ano que durava a campanha. Estas peças pretendem representar essa realidade que se repete em cada ciclo.

Bárbara Costa Catarina Soares Diogo Saraiva Gonçalo Courelas João Lima Rosa Bastos Sofia Ferreira


Saber não basta; temos de aplicar. querer não basta; temos de fazer Goethe

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a celebração

v

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A inauguração iniciou-se com o tema “António Marinheiro” de Carlos Paredes, interpretado por Victor Castro, na guitarra portuguesa, Paulo Vaz de Carvalho, na guitarra clássica e João Mendes no contrabaixo. Esta abertura musical lançou o tom emotivo para a celebração que serviu de reecontro com todos os alunos, homens do mar e responsáveis do Museu e Câmara de Ílhavo que deram vida a este projecto.


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Diogo Saraiva

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A Pesca do Bacalhau

PD2_2016.17 E1 Retórica Visual nome Diogo Ferreira Saraiva nº 81910

Figura de estilo sorteada A figura de retórica gradação foi representada no ideograma através do uso do tempo como agente de envelhecimento, actuando sobre o pescador que inicia a primeira de muitas campanhas na pesca do bacalhau.

A inauguração da Exposição do projecto “Ílhavo – memórias e identidade” realizou-se no dia 15 de Dezembro de 2016, tendo estado patente no átrio do CCCI – Complexo das Ciências de Comunicação e Imagem, novo edifício que serve de extensão ao Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro.


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alunos de projecto em design II alexandra overman alexandre claro ana bárbara costa ana catarina soares ana isabel oliveira andré duarte bárbara vitoriano beatriz freitas beatriz marto beatriz nunes bruna oliveira daniela génio daniela gomes dayana santos débora silva diogo ferreira diogo ferreira saraiva diogo rosa filipa rego gabriel caetano gabriela miranda greta jurcyte guilherme oliveira inês rocha inês silva joana almeida joana catarina mota joana gentil pereira joão conde pereira joão gonçalves joão paulo lima luís carlos borges

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margarida santos maria inês ramalhão maria vieira mariana azevedo mariana jesus melissa schulze miguel angelo duarte miguel figueiredo mónica sousa rafaela correia rafaela vieira rosa maria bastos rute lopes sabrina rufino sara figueiredo simão sousa sofia ferreira soraia tavares telmo silvério vanessa bandeira câmara municipal de ílhavo paulo costa museu marítimo de ílhavo álvaro garrido joão pedro bastião produção de paineis, decalques e serigrafias albano monteiro álvaro rocha tózé

projecto em design II | licenciatura em design | universidade de aveiro | 2016.17

agradecimentos albano monteiro álvaro garrido álvaro rocha anibal paião antónio estevão carlos santos cristina silva graça magalhães horácio bagão horácio velha inês costa lima joão pedro bastião josé da madalena josé ferreira paulo costa pedro bessa rui raposo severino tomás tozé valdemar aveiro professores de projecto II e coordenadores eduardo noronha joão nunes nuno dias

O Mar representa tanto o nosso passado como serve de horizonte inspiracional para o nosso futuro. A epopeia da pesca do bacalhau representa um capítulo maior da História marítima portuguesa na qual Ílhavo, a região, e as suas gentes desempenharam um destacado papel. Este livro é uma síntese do processo do projecto “Ílhavo – memórias e identidade”, desenvolvido pelos alunos do 2º ano da Licenciatura em Design da Universidade de Aveiro sob a orientação dos Profs. Eduardo Noronha, João Nunes e Nuno Dias. Neste contexto, foram produzidos sete conjuntos temáticos de peças cerâmicas ilustradas em torno do tema da “Faina Maior”. O projecto “Ílhavo – memórias e identidade” foi realizado em coordenação com a Câmara Municipal de Ílhavo e em parceria com o Museu Marítimo de Ílhavo. Proposto pelo designer João Nunes ao Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Ílhavo, Dr. Paulo Costa, este projecto visa inserir-se num programa mais vasto que ambiciona potenciar o tema do Mar como agregador da identidade regional e nacional.


Alunos participantes ALEXANDRA OVERMAN ALEXANDRE CLARO ANA BÁRBARA COSTA ANA CATARINA SOARES ANA ISABEL OLIVEIRA ANDRÉ DUARTE BÁRBARA VITORIANO BEATRIZ FREITAS BEATRIZ MARTO BEATRIZ NUNES BRUNA OLIVEIRA DANIELA GÉNIO DANIELA GOMES DAYANA SANTOS DÉBORA SILVA DIOGO FERREIRA DIOGO FERREIRA SARAIVA DIOGO ROSA FILIPA REGO GABRIEL CAETANO GABRIELA MIRANDA GRETA JURCYTE GUILHERME OLIVEIRA INÊS ROCHA INÊS SILVA JOANA ALMEIDA JOANA CATARINA MOTA JOANA GENTIL PEREIRA JOÃO CONDE PEREIRA JOÃO GONÇALVES JOÃO PAULO LIMA LUÍS CARLOS BORGES MARGARIDA SANTOS MARIA INÊS RAMALHÃO MARIA VIEIRA MARIANA AZEVEDO MARIANA JESUS

MELISSA SCHULZE MIGUEL ANGELO DUARTE MIGUEL FIGUEIREDO MÓNICA SOUSA RAFAELA CORREIA RAFAELA VIEIRA ROSA MARIA BASTOS RUTE LOPES SABRINA RUFINO SARA FIGUEIREDO SIMÃO SOUSA SOFIA FERREIRA SORAIA TAVARES TELMO SILVÉRIO VANESSA BANDEIRA Um agradecimento especial aos marinheiros ANTÓNIO ESTEVÃO CARLOS SANTOS HORÁCIO VELHA HORÁCIO BAGÃO JOSÉ FERREIRA JOSÉ DA MADALENA SEVERINO TOMÁS VALDEMAR AVEIRO Câmara Municipal de Ílhavo PAULO COSTA Museu Marítimo de Ílhavo ÁLVARO GARRIDO JOÃO PEDRO BASTIÃO Professores responsáveis EDUARDO NORONHA JOÃO NUNES NUNO DIAS


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