Informação e controle bibliográfico: um olhar sobre a cibernética

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lavras-chave, as quais, depois de ajustadas à linguagem documentária adotada, têm a incumbência de representar o texto junto ao sistema. O conhecimento registrado na literatura sofre um processo de representação, transformando-se em metalinguagem. "O que vai ser armazenado nas grandes bases de dados é uma metáfora da informação original, é o conhecimento virtual, que só existe em função do seu referente, da sua vinculação remota com algum conhecimento real", registra Sayão (1996, p.315). A representação do conteúdo temático por uma ou mais palavras-chave, por mais bem preparado que seja o indexador, reduz o texto à compreensão de uma única leitura do texto, entre tantas leituras possíveis. Na seqüência, a indicação do assunto é acomodada à linguagem documentária usada pelo sistema e transportada para o substituto do documento. Cada documento será contemplado com o número de substituto de documentos equivalente ao de palavra-chave a ele designada. A organização desse material obedece à ordenação gerada pelas rotinas de controle C1, C2 e C3, nas quais cada substituto de documento, depois de ordenado, torna-se tecnicamente recuperável como item físico. Do ponto de vista do controle cibernético, a quantidade de variedade introduzida no sistema com a inserção de cada novo documento em Dn é numerosa, sem computar as combinações possíveis de tais expressões quando da formulação da estratégia de busca pelo usuário (aplicação dos operadores booleanos e, ou, não), na saída O. A lei da variedade requerida, como vimos há pouco, preceitua que, quando a variedade ameaçadora na entrada Dn é excessivamente grande e complexa, nenhum controle pode dominá-la. Isso equivale a dizer que a quantidade de controle exercida pelo sistema é limitada. A experiência de registro e recuperação da informação-potencial nos é novamente oportuna. As variáveis advindas da determinação de assunto dos documentos, por exemplo, podem ser controladas apenas em parte. Diante disso, o investigador é incitado a decidir quais variáveis priorizar. As restrições impostas pelos reguladores não diferem daquelas introduzidas em estatística por Ronald Fisher, quando ele prova que há um máximo na extração de informação de um dado e que o dever do profissional é simplesmente aproximar-se desse máximo.


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