Domingo é dia de feira

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josé da cost a filh o

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Foto: Laís Rodrigues

que eu quero dizer não, mas eu acredito que a minha banca da feira é a mais lotada que tem”, se gaba. Por esse motivo, Zé toca desde a hora que chega,às 7h30, até por volta de 12h30,13h,quando arruma suas coisas para ir embora. Nos poucos inter valos para tomar um c af é, Zé fica rodeado por amigos, jogando conversa fora, e fica difícil interomper. Em nosso pr imeiro contato, no meio da feira, Zé preferiu não dar entr evista. “Não tem como eu parar de toc ar mais de dez minutos, né? Não pode ser por telefone?”, ele pediu. Anotamos os númer os do tecladista, mas chegamos mais cedo do que ele em um domingo para insistir na entrevista pessoalmente. Como é o único músico da feira de domingo, Zé é quase uma celebridade. Ele já deu entrevistas para a Rede Globo, a Bandeirantes e disse já ter tocado ao vivo em um programa da Rede Record. “Acho bom, porque aí consigo mais aparecer na mídia, né?”, pondera. Às 7h30,Zé já se ajeita em seu banquinho de madeira à frente do teclado e, enquanto conversamos, Roberto, amigo dele há 4 0 anos, monta uma banc a de mer cadorias para serem vendidas logo ao lado. “Ele tá dando uma mãozinha pra mim, porque eu tô sem pessoas pra trabalhar comigo agora e, então, ele tá dando uma mãozinha pra mim aí, né? Então, estamos aí, né?”, explica. Deficiente visual de nascença, Zé precisa de alguém que o ajude a montar seu equipamento e a barrac a que fica ao lado do teclado, em que vende pentes e escovas de plástico,

do mingo é d ia de feir a

Roberto e Zé se conheceram no Calçadão e são amigos há 40 anos

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