Dissertação Lucas Eduardo Dantas

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população. O segundo eixo diz respeito a interdisciplinaridade e intersetorialidade desta política na atuação com a PSR, com relação à outras instituições e movimentos da sociedade civil. Para aplicação dos conceitos desenvolvidos pela lei, além do desenvolvimento das atividades por ela descrita, o Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome realizou, em 2007 a Pesquisa Nacional Sobre a População em Situação de Rua, uma espécie de censo voltado para os moradores de rua, a fim de conhecer as realidades existentes no Brasil, como também a atual condição destes indivíduos, com o objetivo de traçar um perfil comum dentro da População em Situação de Rua.

3.3 O morador de rua para o Estado: a construção de um perfil da PSR para políticas públicas Como já foi dito, o crescimento da preocupação do poder público em relação a População em Situação de Rua se apresenta como um elemento contemporâneo de discussão dentro destas esferas institucionais. A modificação da Lei Orgânica de Assistência Social em 2005 pode ser observada como início de políticas públicas posteriores, e consequentemente, da formulação da Política Nacional. Realizada pelo Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome, a pesquisa tinha como objetivo traçar um perfil da população de rua no Brasil, para servir como base instrumental e de dados para o desenvolvimento do plano estratégico e de ações apresentado em 2008. Para realização da pesquisa, foram apresentados inicialmente conceitos e postulados para ajudarem a definir o objeto de estudo de forma clara como também o campo em que ele estaria inserido. De início, vejamos a definição usada pela pesquisa sobre a PSR: Grupo populacional heterogêneo, caracterizado por sua pobreza extrema, pela interrupção e fragilidade de laços familiares e pela falta de moradia convencional e regular. São pessoas compelidas a habitar logradouros públicos (ruas, praças, cemitérios, etc.), áreas degradadas (galpões e prédios abandonados, ruínas, etc.) e, ocasionalmente, utilizar abrigos e albergues para pernoitar. (BRASIL, 2008, p.8)

A pobreza extrema se coloca aqui, como aspecto definidor latente, predecessor dos demais citados. Demais aspectos nesta pesquisa, necessitam de um maior respaldo teórico e argumentativo, pelo fato de não serem gerais e sempre presentes como denota a pesquisa. A pesquisa detectou um total de 51.922 pessoas vivendo em situação de rua. Na cidade do Rio de Janeiro, encontravam-se, durante o período da pesquisa, um total de 4.522 pessoas,


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