Aquisição de Máquina Fotográfica Digital

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MÁQUINAS FOTOGRÁFICAS DIGITAIS Factores a ponderar antes da aquisição O melhor conselho que se pode dar a quem parte para a aquisição de uma máquina fotográfica digital é o de fazer a escolha de uma forma ponderada. Não compre uma máquina qualquer só porque está em promoção. Aparelhos em promoção estão, na maioria das vezes, prestes a serem descontinuados e substituídos por outros de tecnologia mais avançada. Analisemos, pois, os factores que devem ser considerados como fundamentais no decurso do processo de selecção de um equipamento desta natureza.

SENSOR Dê preferência a máquinas com CCD. São ligeiramente mais caras mas têm melhor qualidade de imagem que máquinas com sensor CMOS (mais baratas). À data deste documento e com a tecnologia actual o sensor deverá ter, no mínimo, 2 megapixel. Lembre-se de que no caso das máquinas fotográficas digitais, quando compra a máquina também compra a “película/filme”. A resolução ou definição da máquina está no seu interior e nunca pode ultrapassar a do sensor que a equipa.

MEDIÇÃO DA EXPOSIÇÃO (METERING SYSTEM/EXPOSURE METER) É o dispositivo que regula a velocidade e a abertura do diafragma em função da cena enquadrada. Os melhores sistemas têm a designação inglesa segment ou multi segment. Com estes sistemas a imagem é dividida em secções e cada secção é avaliada pelo sistema de medição de luz. Os dados obtidos são combinados para determinar qual a melhor exposição. A maioria das máquinas têm sistemas designados por centre-weighed. A exposição é determinada dando maior importância à zona central do enquadramento. Se a máquina tiver a opção de medir a exposição em SPOT, será o ideal. Pode recorrer ao visor de cristais líquidos para avaliar a exposição mas não confie totalmente no que vê. Lembre-se que fotos com exposição a mais (muito claras) dificilmente serão corrigidas mesmo com programas de edição de imagem.

OBJECTIVA (LENS) Se possível escolha uma máquina com objectiva zoom e com o valor de grande angular equivalente a 35/40mm ou menos. Se tiver lentes asféricas (aspherical) melhor. Evita distorções em elementos verticais. O valor “f” da abertura da objectiva deve ser o mais baixo possível (f1.8, f2.8). Quanto mais luminosa a objectiva, menos luz precisa para obter uma boa foto e permite-lhe trabalhar com velocidades mais altas. Velocidades baixas originam fotos tremidas (blurry). Uma máquina incapaz de fotografar a mais de 1/300 de segundo nunca “congelará” movimentos sobretudo se forem perpendiculares à objectiva. Finalmente, veja se a objectiva tem uma tampa ou cobertura de protecção.

Luís Relvas - Factores a ponderar antes da aquisição – Setembro de 2002

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COMPRESSÃO DE IMAGEM (IMAGE COMPRESSION) Praticamente todas as máquinas usam compressão para guardar as fotos na memória. A maioria usa um tipo de compressão, como o JPEG, em que se perde qualidade tanto no recorte como na cor (lossy). É desejável uma máquina com a opção “sem compressão” (no compression) se quisermos impressões de qualidade e/ou tivermos de fazer um trabalho mais profissional/exigente. Preste atenção ao tamanho do ficheiro que a máquina produz na sua melhor resolução. Qualquer valor abaixo de 300K é sinal de muita compressão e de consequente perda de detalhe/recorte.

MEMÓRIA (MEMORY) Um factor importantíssimo. A quantidade fornecida pelo fabricante pode variar e raramente é suficiente. As máquinas mais recentes têm uma ranhura para um cartão de memória e/ou memória interna. Não se deve adquirir uma máquina que só tenha memória interna. Há máquinas que suportam diferentes tipos de cartões. Desejavelmente deve ter sempre mais de um cartão.

ZOOM ÓPTICO E DIGITAL (OPTICAL AND DIGITAL ZOOM) A maioria das máquinas vem com objectiva zoom. Ao ler as especificações verifique se o zoom é óptico, digital ou se tem ambos. Uma máquina só com zoom digital não é aconselhável. O zoom digital degrada a qualidade da imagem. Quanto mais potente o zoom digital, maior a degradação. Na medida do possível adquira máquinas de marcas que sejam conhecidas/famosas da fotografia de película. As marcas de renome têm muita experiência em termos de óptica/objectivas e esse factor é crucial para obter bons resultados fotográficos.

VISOR ÓPTICO (OPTICAL VIEWFINDER) Deve ter muito cuidado com este aspecto. Há máquinas que não têm visor óptico. Neste caso só temos o painel de cristais líquidos (LCD) a cores, na parte de trás da máquina, para controlar o enquadramento. Estes LCD são grandes consumidores de energia. Deve, portanto, munir-se de vários conjuntos de baterias. Além disto, muitos LCD são quase inúteis em exteriores muito luminosos. Deve, portanto, escolher uma máquina com visor óptico. Se usa óculos escolha um modelo/marca com a possibilidade de regulação de diopterias no visor. O visor deve, ainda, ter assinalada a correcção de paralaxe e a zona de autofoco/spot meter. Se o seu orçamento permitir, escolha uma máquina com visor TTL (throu de lens) ou reflex. São os melhores. Nos topos de gama há também máquinas com visores electrónicos a cores.

FLASH Um flash que faça parte do corpo da máquina é fundamental. A máquina deve ter um mínimo de comandos que permitam forçar o flash a disparar, desligá-lo ou que dispare automaticamente. Se possível, um flash que também tenha um sistema de redução de olhos vermelhos (red-eye reduction) e que faça a função de preenchimento (fill in). Finalmente, verifique o alcance (range) e o ângulo de cobertura (coverage). Quanto maior, melhor.

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VISOR DE CRISTAIS LÍQUIDOS (LCD SCREEN) A grande maioria das máquinas tem visor de cristais líquidos a cores, que permitem ver os enquadramentos, rever as fotos depois de memorizadas, apagar as que não interessam, ver os menus, etc. Os melhores LCD são os de matriz activa (active matrix) porque produzem imagens de melhor qualidade. Todos têm contra si o facto de serem grandes consumidores de baterias e não substituírem um bom visor óptico. Não baseie a sua escolha na imagem que vê nestes visores. O que vê nem sempre corresponde ao que fica gravado. Muitas máquinas têm o visor em posições inadequadas. Quando encostamos a máquina à cara para fotografar muitas vezes o nariz fica mesmo encostado ao visor o que é incómodo e obriga a limpá-lo com frequência.

POSICIONAMENTO DOS COMANDOS (CONTROLS DESIGN) Os comandos da máquina devem estar bem posicionados (fáceis de alcançar), ser simples e intuitivos. Nada pior que ter de andar com o manual e ver-se obrigado a consultá-lo com frequência. O factor ergonómico é fundamental. Ao pegar na máquina de um modo natural deve sentir os botões mais usados mesmo debaixo dos dedos. Se tiver de afastar a máquina da cara para ver os botões antes de “disparar” vai perder imensas oportunidades de fazer as fotos que quer. Sempre que possível, antes da aquisição, pegue na máquina e verifique todos estes aspectos.

VELOCIDADE DE PROCESSAMENTO (IMAGE PROCESSING SPEED) Depois de “tirar” a fotografia a máquina tem de a processar e arquivar na memória. Este tempo de processamento da imagem (image processing) pode demorar 2 segundos ou muito mais tempo dependendo da resolução escolhida e do tamanho do ficheiro. Durante este período de tempo a máquina não pode ser usada e é muito sensível a choques sobretudo se tiver como suporte memória uma Microdrive IBM. Quanto mais rápida a velocidade de processamento, melhor.

LIGAÇÕES (CONNECTIONS) Actualmente, a maior parte das máquinas vem com tomadas e cabos USB para transferir rapidamente as fotos para o PC. Este é o tipo de ligação mais adequado. É evidente que no PC deverá ter uma tomada do mesmo tipo. Certifique-se que a máquina que escolheu tem o tipo de ligação compatível com o seu PC.

BATERIAS E CARREGADOR É sempre aconselhável adquirir uma máquina que inclua baterias e o respectivo carregador/alimentador. Há muitas marcas em que as baterias e o respectivo carregador não fazem parte do conjunto que vem na embalagem e terão de ser adquiridas à parte.

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SOFTWARE Fundamental. Para descarregar as fotos tem de ligar a máquina a um PC. Verifique as potencialidades do software que acompanha a máquina. Muitas têm um software para criar álbuns ou provas de contacto (browsers). Convém, igualmente, que tenha um programa de edição de imagem para corrigir brilho, contraste, cor e redimensionar, cortar ou alterar o recorte (sharpness) das fotos. Verifique, ainda, se o software fornecido é compatível com o sistema operativo que tem instalado no seu PC. De qualquer modo é fácil, via Internet, ou através de revistas da especialidade fazer o download de programas em freeware ou shareware para depois instalar no computador para onde descarrega as fotos.

BALANÇO DE BRANCOS (WHITE BALANCE) Este dispositivo permite a medição do tipo de luz com que estamos a trabalhar e ajustar a componente electrónica da máquina para obter uma correcta fidelidade das cores. É conveniente que a máquina tenha balanço de brancos automático e manual. Deve-se usar o automático para quando há mistura de fontes luminosas de tipo diferente e o manual quando temos um só tipo de luz, seja ele qual for (sol, fluorescente, incandescente, etc.). Por exemplo, se estivermos a trabalhar com luz fluorescente teremos de seleccionar, através do respectivo menu, o ícone desse tipo de luz.

GARANTIA E ASSISTÊNCIA TÉCNICA Grande número das garantias é válida por um ano. Compre, de preferência, uma máquina com uma garantia válida no seu país ou no país onde a vai usar com mais frequência. Quanto à assistência, informe-se da possibilidade de reparação por técnicos especializados, no representante da marca, perto da sua área de residência e em curto espaço de tempo. Evite situações em que a máquina quase tem de ir para o outro lado do planeta e sabe-se lá quando volta!...

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