À beira do altar

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Heidi Betts — [Os Kincaid 4] — À Beira do Altar (Desejo Dueto 20.2)

Ela balançou seu cabelo loiro, os seios cirurgicamente alterados saltando para a frente enquanto os ombros recuaram. — Era importante manter nosso relacionamento em segredo para que pudesse seguir em frente e conquistar a sua irmã. Não posso dizer que fiquei feliz com o noivado, mas, sem dúvida, entendi. Eli sempre quis se casar com alguém de uma família rica e influente do sul para solidificar a própria fortuna e reputação. Sua irmã seria uma esposatroféu. É comigo que Eli quer ficar de verdade. — Como é? — arfou, sentindo-se como se tivesse levado uma pancada na cabeça com uma tábua de madeira. Ouvia as palavras, compreendia-as de certa forma, como num dicionário, mas não conseguia colocá-las em ordem ou pôr algum sentido nelas. — Preciso admitir que fiquei aliviada quando sua irmã cancelou o casamento. Isso significava que poderíamos continuar conforme planejado. Mas aí você apareceu, e acho que decidiu seguir em frente com a ideia de se casar com alguém da prestigiada família Kincaid, afinal de contas. Engolindo com dificuldade, Kara lutou para manter sua compostura. Independentemente de sua vontade de explodir em lágrimas ou de chutar a canela de Diane com o bico de seu tão pontiagudo sapato, não lhe daria essa satisfação. — Por que está me dizendo isso? — perguntou, torcendo para que seu rosto estivesse tão apático e sem emoção quanto tentava torná-lo. Diane deu de ombros novamente. — Só queria que soubesse que, independentemente do que Eli possa ter dito para fazê-la vir aqui, não há como ele se livrar de mim e pôr você no meu lugar. Ainda que se casem e ele consiga a noiva da alta sociedade que sempre quis, vamos continuar envolvidos. Mas não se preocupe... — Bateu os cílios e abriu um sorriso frio e calculado para Kara. — Vou continuar cuidando muito bem dele, dentro e fora da

empresa.

Com aquilo, deu meia-volta e foi embora rebolando. Durante longos minutos, Kara ficou paralisada no lugar, perplexa, confusa. Era quase como se estivesse tendo uma experiência extracorpórea, sua consciência flutuando bem acima do corpo enquanto assistia e ouvia a tudo como uma observadora em vez da verdadeira pessoa. Quando sua cabeça começou a girar, percebeu que estava prendendo a respiração e se obrigou a inspirar. Expirar. Inspirar. Expirar. A brisa marinha da qual tanto desfrutara mais cedo naquela manhã já tinha um cheiro podre, deixando-a enjoada. Afastando-se do salão de festas, obrigou seus pés a se moverem. Direita, esquerda. Um passo, e outro. Percorreu todo o caminho até os aposentos de Eli sem olhar ou ver ninguém, sem sequer se lembrar de como chegara até ali. A suíte estava vazia, felizmente. Honestamente, não achava que seria capaz de encará-lo naquele momento. Amava-o e pensara ele que podia amá-la de verdade. Caíra nos seus encantos, começara a acreditar em todas as suas palavras doces e gestos românticos. Mas, o tempo inteiro, estivera brincando com ela. Exatamente como temera, só 63


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