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Universidade Federal do Rio de Janeiro Comunicação visual/Design – 2011.2 Projeto Green – Profª Norma Menezes Aluna: Lorenza Quinzi Carmo 110123063


Projeto “A origem do Amor “ Resumo: A questão apresentada é a Homofobia: atitude e/ou sentimento ruim para com homossexuais. Considerando que as causas do preconceito são quase sempre questões culturais, sociais e/ou religiosas e de que a discussão requer uma maior vivência e conhecimento sobre as relações, o trabalho foca as crianças, que por terem uma visão do mundo inocente, ao máximo, podem obter uma leitura mais pura e neutra sobre a dialética entre homossexuais e homofóbicos. O projeto consiste em uma releitura em forma de livro infantil contando uma história mitológica (O nascimento dos Andróginos) descrevendo as relações humanas de forma sutil.

O problema: Assim como o racismo, o anti-semitismo ou qualquer outro tipo de preconceito/intolerância, a homofobia procura desumanizar um grupo específico negando sua dignidade e personalidade. Além da homofobia existente somente pelo padrão de comportamento muitas vezes imposto pela sociedade atual podem existir também a partir do medo de ser considerado gay se não tiver aversão a tal, criando assim uma barreira de proteção pessoal que acaba por atingir diretamente outras pessoas(homofobia social) ou pela não aceitação de si mesmo como homossexual por questões religiosas ou sociais. (homofobia interiorizada). Etimologia: Phobos (grego) é medo em geral. Fobia seria assim um medo irracional (instintivo) de algo. Porém, "fobia" neste termo é empregado, não só como medo geral (irracional ou não), mas também como aversão ou repulsa em geral, qualquer que seja o motivo. Motivo: A atitude violenta para com homossexuais é uma questão social muito grave, que causa um abalo no tripé da sustentabilidade. É importante tentar melhorar as relações humanas equilibrando-as sem impor ideias ou conceitos, apenas gerando discussões. Contexto: Na maior parte das vezes, a comunicação é feita de forma que choque seus receptores, causando um estranhamento ainda maior sobre o tema tanto para os homossexuais quanto para os homofóbicos, deixando assim a discussão sem uma conclusão. Tal fato demonstra que a agressividade presente na sociedade nos afasta cada vez mais do equilibrio sustentavel, por isso, busco uma inovação comunicativa relativa ao tema homofobia e homossexualidade, tratando o tema de forma sutil e não-apelativa com o intuito de gerar uma discussão saudavel e não necessariamente contraditoria.

Conceito para desenvolvimento: O design se faz importante porque o público-alvo definido para a dedicação do trabalho é delicado e é preciso muita cautela ao tratar sobre esse tema complexo com crianças. A organização tanto textual quanto visual do livro requer cuidado redobrado partindo do princípio de que a inocência e a pureza estão presentes nos receptores, fazendo-se necessário estudar muito bem a forma de abordagem para que não seja mal compreendida e não passe a ser apelativa a partir da leitura da criança. Considerando tais circunstancias, o projeto constará de um visual bem leve, com muitas áreas brancas, pouco texto e muita cor nas ilustrações que também possuem traços leves e de fácil compreensão. Enquanto na parte textual a linguagem informal e simplificada será imprescindível.


ACV dos suportes : São propostos dois suportes, um deles um livro de capa mole, para suprir a necessidade de algo físicamente acessivel para crianças, estimulando a leitura. O tamanho 14x14 cm buscando economia de papel, imprimindo 4 páginas por folha A4 com pouca sobra. O outro um livro virtual (ebook) para que essa história não faça parte apenas da vida infantil mas permaneça acessivel por tempo bastante que até depois das experiencias vividas pela então criança, possa ser lida, compreendida e até passada de geração a geração. Acompanhando também os avanços tecnológicos, a ascendente interação de crianças com a tecnologia e a economia de papel pelo ebook não utiliza-lo, sendo uma saida ecologicamente mais amigavel.

Estudos preliminares: Texto:

O NASCIMENTO DOS ANDRÓGINOS A Mitologia Grega conta que Zeus declarou guerra ao seu pai Cronos e aos demais Titãs com a ajuda de Gaia. E durante cem anos nenhum dos dois lados chegava ao triunfo. Gaia foi até Zeus e prometeu que ele venceria e se tornaria rei do universo se descesse ao Tártaro e libertasse os Ciclopes e os Hecatônquiros filhos de Gaia. Ouvindo os conselhos de Gaia, Zeus venceu Cronos, com a ajuda dos filhos libertos da Terra e se tornou o novo soberano do Universo. Todavia, Zeus realizou um acordo com os Hecatônquiros para que estes vigiassem os Titãs, que Zeus voltou a aprisionar no fundo do Tártaro. Gaia então se revoltou com a traição de Zeus e lançou mão de todas as suas armas para destrona-lo. Como vingança ela pariu incontáveis Andróginos, seres com quatro pernas e quatro braços que se ligavam por meio da coluna vertebral terminado em duas cabeças, além de possuir os órgãos genitais femininos e masculinos. Essa criatura primordial era redonda: suas costas e seus lados formavam um círculo e ela possuía quatro mãos, quatro pés e duas cabeças com duas faces exatamente iguais, cada uma olhando numa direção, pousada num pescoço redondo. A criatura podia andar ereta, como os seres humanos fazem, para frente e para trás. Mas podia também rolar sobre seus quatro braços e quatro pernas, cobrindo grandes distâncias, velozes como um raio de luz. Eram redondos porque redondos eram seus pais: o homem era filho do Sol. A mulher, da Terra. E o par, um filhote da Lua. Os Andróginos surgiam do chão em todos os quadrantes da Terra, sua força era extraordinária e seu poder imenso. E isso tornou-os ambiciosos, levando-os a desafiar os Deuses e a escalar o Monte Olimpo com a intenção de destronar Zeus e destruir os Deuses.


Reunidos no conselho celeste, Zeus aconselhado por Têmis, decidiu que ele e os demais Deuses deveriam acertar os Andróginos na coluna, de modo a dividi-los exatamente ao meio, para que se tornassem menos poderosos, sem precisar aniquila-los. Pois aniquilar as criaturas significaria ficar sem os sacrifícios, as homenagens e a adoração. Mas insolência das criaturas era totalmente inadmissível, e por isso deveriam ser castigadas. Portanto o Grande Zeus decidiu deixa-los viver, mas divididos para torna-los mais humildes e fracos e assim diminuir seu orgulho fazendo-os andar sobre duas pernas, diminuindo sua força e poder, com a vantagem de aumentar seu número. A medida que as criaturas eram cortadas em dois. Apolo ia virando suas cabeças, para que pudessem contemplar eternamente sua parte amputada, como uma lição de humildade. Apolo também curou suas feridas, deu forma ao seu tronco e moldou sua barriga, juntando a pele que sobrava no centro formando o umbigo, para que eles lembrassem do que haviam sido um dia. Seccionado Andros, originaram-se dois homens, que apesar de terem seus corpos agora separados, tinham suas almas ligadas, por isso ainda eram atraídos um pelo o outro. O mesmo ocorrendo com os outros dois seres Gynos e Androgynos. Andros deu origem aos homens homossexuais, Gynos às lésbicas e Androgynos aos heterossexuais. Segundo Aristófanes, seriam então dividos aos terços os heterossexuais e homossexuais, homem, mulher e a união dos dois. E foi aí que as criaturas começaram a morrer. Morriam de fome e de desespero. Abraçavam-se e deixavam-se ficar assim até a morte. E quando uma das partes morria, a outra ficava à deriva, procurando, procurando...até morrer também. Zeus ficou preocupado com o destino das criaturas, pois se isso continuasse elas acabariam por se extinguir, então aconselhado por Têmis, ele ordenou a Apolo que virasse as partes reprodutoras dos seres para a sua nova frente, para que através do ato sexual pudessem estar novamente unidos ainda que por alguns momentos. Se antes, eles copulavam com a terra de agora em diante, se reproduziriam entre eles, um homem numa mulher. Num abraço, assim a raça não morreria e os Deuses continuariam a ser adorados e reverenciados. As criaturas poderiam continuar vivendo e com o tempo eles esqueceriam o ocorrido e apenas perceberiam seu desejo por sua outra parte. Um desejo jamais inteiramente saciado no ato de amar, porque mesmo derretendo-se no outro pelo espaço de um instante, a alma saberia, ainda que não conseguisse explicar, que seu anseio jamais seria completamente satisfeito. E a saudade da união perfeita renasceria, nem bem os últimos gemidos do amor se extinguissem.


Imagens:


Tipografias:


Malha diagramal:


Resultados parciais: Texto (linguagem normal):

A origem do amor Era uma vez um universo onde pai e filho disputavam o poder absoluto. Zeus, filho de Cronos, declarou guerra ao seu pai e aos demais titãs. Depois de muito tempo sem que nenhuma das partes tivesse sucesso, Gaia então fez um acordo com Zeus, prometendo a ele a vitória em troca da liberdade de seus filhos do tártaro. Assim, Zeus os libertou e com a ajuda deles conquistou o poder soberano do universo. Os filhos de Gaia eram os Ciclopes e os Hecatônquiros, que foram usados por Zeus depois do fim da guerra para vigiar os titãs que Zeus voltou a aprisionar no tártaro, traindo assim a confiança de Gaia. Como vingança, Gaia deu a luz a varios seres com quatro pernas e quatro braços que se ligavam por uma coluna vertebral terminando em duas cabeças identicas e que olhavam cada uma em uma direção. Essa nova criatura era redonda, capaz de andar ereta como os seres humanos fazem hoje em dia mas também capaz de rolar sobre seus braços e pernas, velozes como um raio de luz. Existiam 3 tipos desses seres, o filho do Sol, o filho da Terra e o filho da lua. Eles surgiam do chão, por toda parte, sua força era extraordinaria e seu poder imenso fazendo deles seres ambiciosos, capazes de desafiar os Deuses e tentar escalar o Monte Olimpo para destruir todos eles, inclusive o Deus do Universo. Com medo da rebelião que estava por vir, Zeus decidiu junto com Têmis, como castigo, separar com raios os seres no meio, para torna-los mais fracos e menos velozes, Sem precisar mata-los pois ficaria sem as adorações, sacrificios e homenagens se o fizesse. As criaturas que agora eram muitas, andavam sobre duas pernas, tinham a barriga moldada por Apolo e uma marca na barriga, uma cicatriz que representava a separação das duas partes. Os corpos agora eram separados, mas suas almas continuavam ligadas, por isso ambas as partes se sentiam atraidas uma pela outra. O filho do Sol, Andro, agora eram dois homens, O filho da terra, Gyno, agora eram duas mulheres e o filhote de lua, Andrógino agora eram uma mulher e um homem. E então as criaturas começaram a morrer de desespero, muitas vezes abraçadas a sua outra metade ou perdidas, morriam a procura uma da outra. Com receio de que todas as criaturas começassem a morrer de infelicidade Zeus ordenou que Apolo virasse os orgãos do amor para a frente das criaturas, para que ao se amarem pudessem ainda que por poucos instantes, estarem ligados novamente e no caso dos Androgynos, pudessem até se reproduzir, fazendo com que a raça não acabasse.


As criaturas continuaram vivendo e com o tempo foram esquecendo do ocorrido e hoje em dia apenas percebem seu desejo pela sua outra parte, um desejo que jamais serĂĄ inteiramente saciado no ato de amar pois a alma sabe mesmo sem entender que sua vontade nunca serĂĄ completamente realizada e a saudade da uniĂŁo perfeita permanecerĂĄ neles para sempre, assim como o amor de um pelo outro. Visuais:


Bibliografia de apoio: - O Banquete (380 a.C) – Platão - Grrrls - Garotas Iradas (2001 - Edições GLS) – Vange Leonel - Hedwig and the Angry Inch (2001)

http://www.brasilescola.com/filosofia/mito-alma-gemea.htm http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=3970


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