Relatório da Situação da População Mundial 2011

Page 39

Em reunião informal de especialistas em população realizada na Universidade Renmim, em Beijing, na qual foram discutidos mudanças na demografia, desenvolvimento e meio ambiente na China, o gerontólogo Jiang e outros afirmaram que sua especialidade repentinamente se transformou em matéria popular junto aos estudantes, que antes nunca se interessaram por ela. “A gerontologia é um campo novo”, disse um deles. “As pessoas estão prestando atenção ao envelhecimento, mesmo em suas próprias famílias. Sente-se a necessidade de saber mais sobre como cuidar dos idosos, mantê-los saudáveis e ensinar-lhes bons hábitos de vida.” Desafios de saúde comuns e emergentes Em uma sossegada área residencial de Addis Abeba, Sasu Nina Tesfamariam se confronta com uma condição de saúde comum entre idosos: comprometimento da visão em função da catarata. Levantando recursos para as operações onde pode, ela oferece abrigo temporário às candidatas à cirurgia. Mais de 100 idosas receberam auxílio para melhorar sua visão através desse pequeno refúgio, onde podem se recuperar em camas portáteis com lençóis limpos. “E quando deixam o abrigo, nós lhes damos as camas”, diz Sasu Nina. Sasu também instrui as mulheres sobre Alzheimer e outros transtornos cognitivos que elas podem vir a enfrentar na terceira idade. Em sociedades onde os idosos têm de se defender por si, a perda da capacidade mental é algo traiçoeiro para mulheres vulneráveis. Em um dos dois abrigos mantidos pela organização de caridade de Sasu Nina, chamada Agar, que significa “auxiliadora” no idioma amárico, uma mulher que sofre de ataques de pânico contou o que a levou para lá. “Eu tinha umas economias,” conta. “Tudo foi embora. Se não estivesse aqui, estaria passando fome. Não tenho filhos para cuidar de mim.”

Sasu Nina, que estudou nos Estados Unidos, conta que, quando começou a estudar gerontologia, sabia que um dia voltaria para a Etiópia. Desde então, ela resgatou idosas em dois abrigos cujas vidas, ela diz, haviam se transformado em pesadelo. Nos Estados Unidos, a Rede Nacional de Informação e Prevenção, ligada aos Centros para Controle e Prevenção de Doenças, alerta que os idosos de países desenvolvidos estão em crescente risco de infecções por HIV. Pelo menos um quinto de todas as pessoas infectadas pelo HIV nos Estados Unidos tem mais de 50 anos, e a taxa pode ser consideravelmente mais alta porque os idosos, nas mais das vezes, não pensam em passar pelo teste. O lado bom é que, em função das drogas antirretrovirais, as pessoas infectadas com o HIV estão vivendo mais. Vários fatores contribuem para o aumento dos riscos para idosos, segundo os Centros para Controle e Prevenção de Doenças. Esses fatores, que podem ser universais em um ou outro grau, incluem o quase desconhecimento sobre o HIV e AIDS porque, diferentemente do que ocorre com a maior parte dos jovens, os idosos não são o público-alvo das campanhas de informação sobre o tema. Pessoas de mais idade podem se sentir

t Residente em um dos abrigos etíopes para idosas de Agar ©UNFPA/ Antonio Fiorente

RE L AT ÓRIO SO B RE A SI T UA Ç Ã O DA PO PU L A Ç Ã O MU ND I A L 20 1 1

33


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.