O Cavaleiro de Aldeia Velha

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Heraldo Victer

O Cavaleiro de Aldeia Velha A saga de um Victer destemido

2ª edição - Revisada e Ampliada LL Divugação Niterói -1RJ, 2019


CATALOGAÇÃO NA FONTE Fundação Biblioteca Nacional Victer, Heraldo O Cavaleiro de Aldeia Velha / Heraldo Victer - Niterói, 2ª Edição, 2019. 216p.; 25 cm. ISBN 978-85-67675-01-5 1. História. 2. Biografia. I. Título.

Editora: LL Divulgação Editora Cultural Ltda Capa: Luiz Fernando Motta


Descrição da capa do livro A capa do livro retrata uma paisagem expressiva do vilarejo “Aldeia Velha”: o encontro de dois rios, Quarteis e Aldeia Velha, formando o rio Aldeia, divisor natural e geográfico de dois municípios: Silva Jardim e Casemiro de Abreu. A paisagem referida é um campo fértil emoldurado por montanhas vistas ao longe, iniciadas pelas Serras de Macharet, Lumiar e Nova Friburgo. Cavalgando em todas as direções, paira a figura do personagem central dessa aventura histórica, o Cavaleiro de Aldeia Velha, um autêntico representante da Família Victer, que ousou conhecer outras terras, mas deixou seu coração preso às raízes, com sua história inserida nas ramificações familiares.

O encontro dos dois rios: Quarteis e Aldeia Velha.

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O livro O livro descreve a biografia romanceada de um Victer, o Cavaleiro de Aldeia Velha, na busca de novos rumos para sua vida e de seus familiares. Versa sobre a saga da Família Victer (antes Wicht), a sua árvore genealógica iniciada com a chegada em 1856 do patriarca, o imigrante suíço Joseph Wicht oriundo do Cantão de Fribourg Suíça, que veio trabalhar como veterinário na Fazenda Annouciade, de propriedade do também imigrante suíço Jean Auguste Stocklin, na localidade do Sana, às margens do rio Macahé. O sobrenome Wicht sofreu uma corruptela, se transformando ao longo do tempo em Victer, cuja explicação detalhada se encontra adiante no texto. Esta modificação na escrita do sobrenome, pode ser comprovada nos documentos de casamento dos Arquivos da Igreja Católica de Nova Friburgo, cuja grafia Wicht passou a ser Vight e finalmente Victer. O livro também faz a abordagem de alguns episódios importantes da emigração suíça na metade do século XIX (1819-1820), mas com ênfase principalmente nos fatos e a vida dos imigrantes e seus descendentes nas regiões do Sana e Aldeia Velha, após 1856. O principal objetivo na elaboração deste livro, foi fazer o registro nominativo de todos os membros pertencentes a dezenas dos núcleos familiares, até a 4ª geração e alguns da 5ª geração. Evidentemente, poderão ser encontradas algumas incorreções na grafia dos nomes, lacunas, ausências de alguns outros, resultantes da extrema dificuldade em coletar os dados e as informações, especificamente os nomes com suas respectivas ascendências. Para garimpar todos esses informes, se procurou localizar os residentes em diferentes e distantes pontos geográficos, numa atenção permanente, mas que não impede a presença de possíveis falhas, que vão acompanhadas antecipadamente das devidas desculpas.

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O autor Heraldo Victer, médico cardiologista, formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Mestre em Cardiologia, com especialização e pós-graduação no exterior (Estados Unidos - Universidade do Alabama em Birmingham), com a vida dedicada exclusivamente à profissão, com larga experiência na prática de assistência médica, estendendo-se à vida acadêmica universitária como Professor da Faculdade de Medicina (UFF). É originário do Município de São Gonçalo, reside em Niterói desde adulto jovem, quando se casou com a macaense Maria Tereza Victer, cuja união resultou nos seus quatro filhos Rogerio, Ricardo, Roberto e Rodrigo, e seriam cinco se o primogênito Marcelo tivesse ficado. Sempre teve um relacionamento social bem ativo, que lhe proporcionou uma estreita convivência com diversos familiares, bem como muitos amigos descendentes de imigrantes suíços, além de moradores de Nova Friburgo e Aldeia Velha detentores das histórias. Ficou surpreso ao constatar que seu sobrenome Victer não figurava até então nas listagens oficiais da emigração suíça, deixando-lhe sempre surpreso e muito curioso a respeito. Daí, ter surgido o presente livro.

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“À Tereza, pelo nosso amor compartilhado nesses cinquenta anos.”

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Prefácio Olhando para o futuro pelo sonho do passado Muitas vezes buscamos nossas referências do passado, por mera curiosidade ou até por influência dos nossos pais. Conhecer nosso passado é um ato de melhor compreendermos nossos sentimentos e comportamentos, se tornando uma obrigação para nossos descendentes: filhos, netos, bisnetos e agora, quem sabe com a evolução da medicina e informática, até com os nossos cibernetos. Ainda não foi plenamente explicado pela ciência, mas o cérebro funciona como um moderno sistema de processamento eletrônico que, a partir de sinais elétricos e químicos, processam e armazenam atitudes, comportamentos, manias, medos e todos outros sentimentos. Em sistemas muito menos complexos que o cérebro de um ser humano, estas mensagens comportamentais são guardadas quem sabe através de uma bioquímica ainda não plenamente decifrada em nosso DNA, e, portanto capazes de serem passadas às gerações que nos irão suceder. Muitos conhecem a história do peixe salmão que nasce em um rio, cresce no mar, e faz toda sua trajetória de volta ao mesmo rio, até seu local de nascimento, para desovar exatamente no mesmo ponto onde nasceu, e ali morrer, reiniciando toda uma nova geração em uma referencia, tipo GPS, guardada em sua memória. Não é raro também observarmos traços iguais de personalidade e até de hábitos, como a mesma postura corporal entre parentes distantes que nunca se viram ou se falaram. Observo isso em meu filho, Francisco Victer, na sua forma de parar e até com o mesmo posicionamento de mãos e pernas ao dormir ou fazer refeição. Isso sem falar do dom herdado em diversas habilidades ainda não mapeadas no tradicional gene, como cor do cabelo e dos olhos, tipo sanguíneo, e outros dentro da linha dos caracteres predominantes e recessivos. A ciência e a medicina, portanto cada vez mais afirmam, e comprovam, que somos um extrato de características, não somente as físicas, mas também comportamentais e até de influências. Certamente como frustrações, traumas e conquistas de nossos antepassados, que possivelmente são registradas e repassadas às gerações posteriores.

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Aprendi com meu pai Francisco Victer* que nos deixou precocemente, (eu lhe fiz a maior das homenagens dando seu nome ao meu filho) que o sobrenome “Victer” é motivo de orgulho e referência familiar diferenciada. Dizia sempre: “se for Victer, é parente”. O ato de admiração do sobrenome, tanto cultuado pelo meu pai quanto pelo meu avô Hilário Victer, era desprovido de um maior aprofundamento sobre a origem e sua própria história, embora citassem a Suíça como berço dos ancestrais. O trabalho sobre a origem da nossa família, compilado pelo médico consagrado que honra nosso nome, Heraldo Victer, sob inspiração de todos nós e com a ajuda de muitos, como ele mesmo cita, grandes amigos como Magnólia e Gerard Benone que moram na Suíça, é empolgante, a ponto de me fazer escrever este prefácio. Ao ler os rascunhos caminhei no passado, me vi em muitas situações e observei a importância deste trabalho de resgatar para as futuras gerações nossa história, iniciada por Joseph Wicht e seus filhos na sua difícil jornada e decisão de virem para o Brasil. Também, emocionante é a história do “cavaleiro de Aldeia Velha”, um desbravador, com a coragem de enfrentar o desconhecido, como uma marca do DNA familiar. Um emocionante episódio na minha vida foi quando, como Secretário de Estado de Energia, pude visitar uma comunidade no interior do Estado do Rio de Janeiro, município de Cambuci (no distrito de São João do Paraíso, na localidade de Formosia, próximo de Italva), para levar um programa de eletrificação rural às comunidades carentes. Nesta comunidade repleta de “Victer” tive a oportunidade, além de implantar energia elétrica nas propriedades de muitos dos nossos antepassados, mas também na casa em que meu pai nascera. Foi uma emoção especial ao ver o brilho nos olhos daqueles parentes, que não imaginariam que um dia, “um dos seus” poderia voltar e resgatar um passivo de infraestrutura básica para aquele povoado. Desta maneira todos que forem ler este livro tem que se orgulhar do nosso passado e observar a coragem daquele imigrante, Joseph Wicht, que com uma “idade avançada” para época, 49 anos, teve a coragem de cruzar o oceano com seus filhos para uma terra prometida, criando o braço de nossa família. Era um homem autodidata, com sua biblioteca destacada, cujo conjunto dos livros demonstrava gosto requintado e principalmente vontade de aprender e superar desafios, honrando seus compromissos para buscar uma nova vida com dignidade.

*Filho de Hilário Victer, neto de Pierre Amedee Wicht 12


Vamos ler com carinho este livro e repassá-lo às novas gerações que tem a missão de aperfeiçoá-lo e atualizá-lo como homenagem àquele que trouxe nossa família para este continente iluminado, que agora tenho a certeza de que todos adorarão e conseguirão conhecer um pouco mais de si próprios e da família Victer.

Wagner Victer

Engenheiro Concursado da Petrobras. Administrador de Empresa. Ex-Secretário de Estado de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Rio de Janeiro. Ex-Secretário de Estado Educação RJ

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Preâmbulo Nas últimas décadas, a comunicação tem sido a grande revolução no desenvolvimento da vida dos povos. Variadas formas da mídia povoam o planeta, permitindo que os acontecimentos possam ser do domínio geral, instantaneamente. Não importa qual seja a distância entre a origem e o destino da informação, pois estará democraticamente presente a qualquer momento, accessível a qualquer um. Transmitir o que se sabe, preservando o conteúdo sem distorção, é uma arte. O detentor do saber há de ser proativo no doar, e o receptor interessado em acolher, senão a notícia não flui, não há transmissão. E esta tem que ser pura, interativa, penetrando com toda sua essência. Mesmo assim, não importa o que se diga, o que interessa é o entendimento do ouvinte. Quando os fatos acontecem e não são registrados, alguém, mais tarde, fica na obrigação de garimpar os acontecimentos, na tentativa de reconstruir a História, principalmente se os personagens forem imigrantes. A imigração constitui um tema intrigante para os descendentes, pois estão num país novo, numa terra ainda desconhecida. Naturalmente, as gerações vão se sucedendo, se multiplicando no processo de miscigenação com outras gerações, formando uma formidável espiral de incontáveis núcleos familiares, cujas marcas de suas origens fiquem distantes, possam se tornar débeis. Ao se diluírem, podem ir perdendo a identidade original. Portanto, registrar é fundamental, para constar, saber, recordar, sobretudo conhecer o passado, e revivê-lo. Com este propósito, o autor, não tem a pretensão de produzir um livro de história, e sim, um relatório descritivo dos nomes, dos fatos, das datas, dos acontecimentos, objetivando manter viva a história da família.

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Introdução Um jornalista francês fazendo a cobertura do funeral de um grande líder político, produziu uma admirável matéria jornalística, enriquecida por várias fotos da praça principal,repleta de admiradores e curiosos. O texto, recheado de detalhes do comportamento sentimental do povo presente, descrevia com minúcias o ambiente de profunda comoção emocional, todo envolvimento daquele momento histórico. Fez a matéria com tamanho entusiasmo, impulsionado pelo deslumbramento da profissão recém-iniciada, que na hora de enviá-la à redação, refletiu e disse a si próprio: o que havia escrito não era jornalismo, pois os fatos, cenas e situações descritas, foram construídas por influência e força de seu próprio impulso sentimental. Na realidade, não era uma reportagem jornalística, e sim uma dissertação, um ensaio literário, retratando os acontecimentos, dentro de sua visão pessoal. Uma reportagem descritiva de um acontecimento não pode conter comentários subjetivos do observador, e sim relato fiel do fato, um retrato construído por palavras. Continuou produzindo suas histórias, descrevendo os fatos do seu jeito, porém abandonou a carreira de repórter e se transformou em um famoso cineasta, pois assim, não haveria restrição à sua criatividade. Copiando o exemplo acima, o objetivo é transmitir fielmente as informações trazidas e chegadas ao autor. Estas tiveram a credibilidade aceita, não havendo necessidade de levá-las ao cartório para autenticar a fonte e/ou o conteúdo. As palavras, frases e fatos que se seguem estão agregadas a visão do autor, sem que haja a intenção premeditada de modificar o desenvolvimento do relato. A descrição de alguns trechos da vida do personagem central desta história, “O Cavaleiro de Aldeia Velha” representa uma biografia romanceada, sem precisão nas datas e nos episódios relatados.

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“O Cavaleiro de Aldeia Velha” A saga de um Victer destemido A família Victer: origem/composição/membros/ramificações A família Victer, como a maioria das famílias comuns, é composta por centenas de membros que se expandiram geometricamente a cada ano, muitos se destacando em elevada posição na sociedade. Por ser um sobrenome bem definido e único, fica fácil sua identificação em qualquer momento que se torna visível. Seus componentes foram espalhados em diversas localidades, originariamente, desde Nova Friburgo, Sana, Aldeia Velha e adjacências, para diferentes regiões do Estado do Rio, como Cantagalo, Bom Jardim, Monerat, Cambuci, Campos, São João do Paraíso, Teresópolis, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu, São Gonçalo, Niterói, Cidade do Rio de Janeiro, localidades dos Estados do Espírito Santo (Itapina), de Minas Gerais (Governador Valadares, Espera Feliz) e certamente poderão ser encontrados em outros locais, ainda não sabidos. São pessoas comuns, possuidoras de características especiais, como a postura orgulhosa de comporem um clã, que se auto proclama distinguido. Pode ser até uma expressão da verdade, uma pretensão sem sentido, uma falsa modéstia, ou simplesmente, dizer: uma família normal. O fato é que para completar o orgulho familiar, estava faltando conhecer a “origem”. Mais ainda, quem teria sido o primeiro membro a chegar às terras brasileiras, uma vez que o consenso geral define ter sido um imigrante suíço. Nesse sentido foi montado um catálogo com os nomes conhecidos, criando um cadastro geral de todos os descendentes conhecidos. Para preencher as lacunas, foram feitas as presentes anotações, reunidas numa monografia, embrião deste livro, cujo trabalho de elaboração contou com a participação efetiva de vários colaboradores, devidamente citados ao longo dos capítulos. Um destaque especial, deve ser citado o extraordinário trabalho de coletar dados, a duas incansáveis Professoras Leda Maria Victer e Gelita Egger, auxiliadas pela prima Nair Egger, municiadora dos informações. 19


A Origem Provavelmente, ninguém se sente conformado com o fato de não conhecer sua origem, ainda mais, em se tratando de toda uma família. Seria quase inadmissível não possuir uma adequada informação do começo da árvore genealógica, como teria sido o início. Não ter informação acerca da ascendência não se pode responder adequadamente as indagações. As explicações ficam tortas, carecendo de melhor definição, decorrente do desconhecimento. Esta era a situação real vivida pelos Victers, que se perdurou até aparecer a notícia que trouxe o definitivo esclarecimento. Esse período durou longo tempo até que o processo de descobrimento viesse a se completar, tendo surgidas várias discussões ora favorecendo algumas conjecturas, ora hipóteses de vários tipos. Inúmeras explicações foram aventadas, desde a mais simplória, às mais rebuscadas, invocando estórias em países distantes. Partindo do princípio de que a imaginação é livre e as palavras pertencem a todos, ficaram férteis as teorias, resultantes da inexistência de uma prova documental. Na verdade, os antepassados nunca tiveram a devida preocupação de transmitir aos descendentes, os informes sobre os antigos, nem os fatos naturais, de suas próprias vidas. Os relatos de toda a história teriam sidos relegados a um plano secundário e não teriam chegados ao conhecimento das gerações seguintes. Foi um período de penumbra até então.

“Infelizes são as famílias que não possuem história.” do livro: “Outros Tempos” de Júlio Dantas

Editora Lisboa - 1916 - Ramos Genealógicos Reais de Portugal - século XVIII

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O imigrante suíço

Uma certeza pairava na mente de todos: os antepassados vieram da Suíça! O ensino da língua nativa, quer francês ou alemão, não foi devidamente transmitido aos filhos, e como não houvesse empenho nesta atividade linguística, não existe qualquer registro de algum descendente soubesse falar um outro idioma, independente do grau de instrução recebida. Havia presente nos comentários e nas conversas das pessoas, a informação ou a notícia de que os “antigos” falavam uma língua “enrolada”. Infelizmente, faltou uma visão mais educativa, um sentimento de preservação cultural. Faltou também um estímulo à natural especulação sobre a vida, ou mesmo uma simples curiosidade sobre si próprios. De qualquer forma, a origem suíça era uma certeza. Constituía o tema nas conversas nas diferente ocasiões, nos encontros casuais nas ruas, nas visitas formais às residências, nas reuniões da Igreja, dentro e fora do ambiente familiar. Inclusive se comentava que os primeiros membros teriam vindo do Cantão Suíço de Fribourg (Suíça Francófona), enquanto outros falavam da possibilidade de terem vindo também de Berna (Suíça Germânica). Os comentários focavam essas duas cidades. Estas histórias foram contadas verbalmente, numa comunicação exclusivamente oral, passando aleatoriamente de um para outro sem que houvesse um mínimo de objetividade, sem produzir qualquer registro grafado em papel. A oralidade era a ferramenta utilizada entre eles, cuja a memória dos ouvintes seria a única fonte de arquivamento, o que naturalmente, foi sofrendo uma dissipação ao longo do tempo. Durante todo esse período, não se valorizou a importância real da história de vida de cada um, pois estando tudo à vista, para quê anotar? Se tudo estava à frente de todos? Mas o tempo implacável foi passando.., passando... e a história da família ficou adormecida, quase perdida na passagem das décadas. O que teria sido a causa de tal desinteresse? Acomodação? Atitude introvertida? Excessiva dose de humildade? Os colonos suíços se fechavam em seu próprio mundo? Falavam pouco? Introspecção? Falta de hábito de contar as histórias ? Essas perguntas ficaram dispersas, sem uma resposta.

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Em contrapartida, deduz-se que os colonos suíços tiveram uma rápida inserção à nova terra, ao adquirirem novos costumes, adaptando-se aos novos hábitos, tendo que aprender uma língua nova, o português. Talvez tenham ficado tão absortos com a nova vida que o destino lhe presenteou, que não se importaram de lembrar de onde vieram. A esperança de terem dias melhores, de estarem no caminho certo, fizeram esquecer o passado recente.

Renúncia ao passado recente? Até então, não se conhecia um dado explícito, um registro escrito, um relato do qual teria sido efetivamente a origem da família Victer. Esta peculiar falta de participação, quase um descaso, foi naturalmente rolando ao longo dos anos, passando de geração a geração. As razões desta acomodação podem ser melhor entendidas pela forma despretensiosa de viver dos primeiros descendentes, aliada a uma exagerada modéstia e possivelmente um nível limitado de escolaridade. Com o objetivo de encontrar os caminhos da formação da árvore genealógica, recomeçou a procura novamente, reacendendo o interesse pelo assunto. Tanto foi que na década de 1980, um jovem membro, teve a iniciativa de buscar alguma informação, levado pela inquietude do saber. Mas se deparou com um emaranhado de nomes com sobrenome Victer, sem que pudesse estabelecer uma ligação lógica e concordante entre as diferentes ramificações, e se vendo diante de um autêntico paredão, não se sentiu estimulado a prosseguir. Os anos passaram, a busca permaneceu adormecida, e nenhuma nova informação surgiu, mas a família crescia, física e socialmente, mas o desconheci mento da origem, também crescia. O sobrenome Victer não tinha sido encontrado até então nas listagens oficiais dos imigrantes, nem nos vários cadastros de nomes suíços no Brasil. Também nas então existentes listas telefônicas do Cantão de Fribourg, nos livros de imigração, nos registros oficiais das imigrações suíças e nem em outras fontes procuradas. Não existia porque não tinham ainda sido achadas.

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De onde veio ou como surgiu o sobrenome Victer? Ainda não tinha encontrado quem soubesse explicar. Uma onda de desapontamento quase levou à desistência da busca, só não acontecendo devido as categóricas e repetidas afirmações, que os antepassados teriam vindo da Suíça!! O desejo investigativo tomou novo impulso, houve o retorno à busca, agora utilizando uma nova outra metodologia de pesquisa. O reinício da pesquisa foi programado, aceitando os pontos já definidos como verdadeiros e já aceitos por todos: o primeiro deles, o local de origem dos antepassados, a cidade de Fribourg. Algumas considerações foram feitas sobre a possibilidade de alguns Colonos terem vindo de Berna. Estas observações se referem à família Victer, e não sobre a primeira imigração suíça oficial, em 1819-1820, pois foram dessas duas cidades os maiores contingentes, sem dúvida.

Língua: francês ou alemão?* O foco das atenções sobre essas informações, está nos descendentes possuidores do sobrenome Victer, porque todos os demais imigrantes, tem definida sua origem, suas ascendências, etc, facilmente conhecidas, e constam nos livros dos historiadores Martin Nicoulin e Henrique Bon. (vide referências). A dificuldade se converge na Família Victer, que ainda não teve uma esclarecedora informação de sua real origem. Até então, as notícias pareciam ser conflitantes, se eram suíços franceses ou suíços alemães, mas o fato é que os descendentes nunca souberam identificar corretamente a como teriam sido seus pais, inclusive diziam que eles falavam “esquisito”, como foi citado anteriormente, não sabiam distinguir se francês ou alemão. Nesta ambivalência de informação, a história parecia mal contada e a confusão reinava diante da inexistência de uma fonte fidedigna de comprovação, pois enquanto não surgisse um documento oficial a respeito, a dúvida continuaria viva. Como provar a ascendência suíça? Como descobri-la? Ora, se o sobrenome Victer já era conhecido nos registros oficiais em cartórios de nascimento e de casamento, desde 1867, como teria surgido? Qual sobrenome suíço teria sido derivado?

*No Cantão de Fribourg 80% falam francês e 20% falam alemão. 23


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Na internet, no Google, só se encontra o nome grafado Victer, relacionado a membros nascidos após o ano de 1940. Alguém informou que havia o sobrenome Victer, grafado desta forma, em 1867 inserido oficialmente nos registros dos cartórios, nas certidões de nascimento e de casamento, registrados na Igreja Católica de São João Batista, pertencente a Paróquia da Colônia de Nova Friburgo. Esta foi a primeira grande descoberta após uma busca sistemática nos documentos pesquisados. Não existia nenhum sobrenome assemelhado na listagem oficial dos imigrantes, não se encontrou qualquer concordância ou conexão, naquele período de 1819-1820. Um sobrenome começado com a letra “V” era raro entre os colonos e na extensa relação dos nomes dos imigrantes da primeira imigração oficial. Não existe o sobrenome Victer ou similar, e os sobrenomes mais próximos com grafia parecida, foram: Winckler - Wicki. Portanto, Victer seria resultado de uma corruptela? Uma explicação bem factível. Outro ponto intrigante é o fato que, se os Victer não vieram na primeira imigração, pois não constam na listagem oficial? Quando então teriam vindo? Voltando novamente aos movimentos realizados na tentativa de encontrar a explicação da origem familiar, um membro da 4ª geração, Ronaldo Victer, rvicter@nitnet.com.br (pertencente ao Ramo Constantin) médico psicanalista, filho de João Agenor Victer, neto de Francisco Victer, bisneto de Constantin Victer, tetraneto do patriarca Joseph Wicht, foi o primeiro a iniciar a busca, e agora mais do que nunca, estimulado pela presença de seu colega de especialidade Dr. Henrique Bon*, renovou sua intenção de pesquisar a origem familiar e, para tanto, solicitou a colaboração desse estudioso pesquisador, um famoso historiador, profundo conhecedor do tema imigração, autor do conhecido livro: “Imigrantes - A saga do primeiro movimento migratório organizado rumo ao Brasil às portas da Independência. 2ª Edição revista e ampliada. Imagem Virtual. Henrique Bon. Nova Friburgo, 2004”. Dr. Bon aceitou imediatamente, de bom grado, a tarefa solicitada, soando como um verdadeiro desafio à sua argúcia investigativa. Movido pelo orgulho profissional, aguçado pela curiosidade histórica, impulsionado pela amizade ao colega, sobretudo agora levado por um fato novo e interesse pessoal, uma filha estava enamorada de um jovem Victer. Tudo isso lhe fez mergulhar intensamente nas pesquisas históricas das imigrações. Dado o excelente relacionamento com os órgãos especializados em processos migratórios, tanto brasileiros quanto suíços, Dr. Henrique Bon* * Dr. Henrique Bon: médico psiquiatra e historiador, autor do livro “Imigrantes”, onde consta a relação nominal dos imigrantes. 25


logo alcançou êxito, obtendo as respostas às suas principais perguntas. As informações recebidas vieram de pronto esclarecer às indagações formuladas, e a missão obteve o sucesso esperado, atingindo o resultado do qual desejava. As dúvidas começaram a ser dissipadas e as informações foram tão evidentes, que fizeram a ignorância histórica se transformar em num rio de informações, causando uma alegria generalizada. Os dados constantes dos documentos foram todos concordantes com os já pré-existentes. Para se ter uma ideia da clareza histórica das informações e do esclarecimento obtido, pode se utilizar de uma imagem metafórica, que figurativamente, seria como se fora um espelho todo embaçado, e após ter sido limpo, as imagens surgiram nitidamente à frente. Os nomes, datas, fatos, dados, foram todos concordantes entre si, conferindo total veracidade, respaldados pela apresentação dos documentos recebidos, todos reconhecidamente autênticos, originários do Cantão de Fribourg. (conforme pode ser vistos adiante). Por esta transcendental contribuição histórica, trazida pelo ilustre historiador Dr. Henrique Bon, decidiu a Família Victer, num gesto de gratidão, conceder-lhe o título de “Victer Honorário”.

Monografia de Martin Nicoulin (compilação de Gerárd e Magnólia Benone)

Todas estas evidências já seriam o bastante para a comprovação final. No entanto, ocorreu paralelamente, um acontecimento relevante à história da Família Victer, que por uma feliz oportunidade da vida, um conjunção dos fatos, veio trazer uma confirmação absoluta à toda pesquisa até então realizada. Um fato produz outro, e todos produzem o todo. Wagner Victer, wgranjavicter@gmail.com, com da 4ª Geração, pertencente ao Ramo Pierre Amedèe, engenheiro, filho de Francisco Victer, neto de Hilário Victer, bisneto de Pierre Amedée Victer, tetraneto do patriarca Joseph Wicht, solicitou um casal amigo, Magnólia e Gerard Benone, magnolia.benone@rheinlehne.ch, historiadores residentes na Suíça, para fazerem uma investigação confirmatória da origem da família Victer ou família Wicht, no Cantão de Fribourg, em Montévraz, em Praromam. (Nesse momento já existia a informação do conhecimento geral, que Joseph Wicht era o patriarca da família).

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O erudito casal suíço/brasileiro, imbuído pelo sentimento de amizade, contatou e contou com a inestimável colaboração do Professor Martin Nicoulin, Doutor em História, da Universidade de Fribourg, autor do livro sobre a imigração suíça em Nova Friburgo: “A Gênese de Nova Friburgo - Emigração e Colonização Suíça no Brasil. 1817-1827. Martin Nicoulin nicoulin@bluewin.ch. Fundação Biblioteca Nacional 1995. RJ.”. Esse famoso historiador suíço, Martin Nicoulin, com sua autoridade acadêmica e usando das facilidades inerentes à sua posição universitária, com livre acesso aos registros e documentação oficial dos órgãos públicos da região“ principalmente nos Archives d’Etat de “Fribourg”, procedeu a pesquisa requerida, conseguindo, como resultado final, os dados e as conclusões exatamente iguais aos obtidos anteriormente aqui no Brasil pelo já citado historiador friburguense, Dr Henrique Bon. Nas conclusões chegadas pelo Dr. Nicoulin, há a confirmação da já sabida chegada do colono suíço Joseph Wicht, em 1856, juntamente com outros conterrâneos, para trabalharem como meeiros na Fazenda Annouciade de propriedade do imigrante suíço Jean Auguste Stocklin, na localidade do Sana às margens do rio Macahé. (vide documento enviado pelo Cantonnais du Fribourg). O casal suíço/brasileiro, utilizando o material produzido pela pesquisa, fez uma monografia bilíngue, francês e português, que se encontra à disposição de todos, na internet ou fisicamente em cópia, para eventual consulta, cujo título é: “Sur les traces ancêtres de Famille Victer (Famille Wicht) – pour Martin Nicoulin- Homage de Magnolia et Gérard Benone. Fribourg - CH - 2011.” “Seguindo os passos dos ancestrais da Família Victer (Família Wicht).2011 Fribourg – Suíça.”

Cadastro Geral

Precedendo a elaboração da árvore genealógica Outro acontecimento fundamental ao registro e à elaboração do Cadastro Geral foi o excelente trabalho produzido pela psicóloga/pedagoga Leda Maria Victer ledavicter@gmail.com (4ª Geração), filha de João Agenor Victer, neta de Francisco Victer, bisneta de Constantin Wicht, em parceria com sua prima GelitaEgger (4ª Geração), pertencente ao Ramo Egger, professora, filha de Genésio Victer Egger, neta de Laura Victer e Laurindo Victer Egger, bisneta de Constantin Wicht, tetranetas de Joseph Wicht. Estas duas dedicadas professoras

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construíram um imenso e extenso painel da árvore genealógica, com anotação de todos os nomes da já então grandiosa Família Victer, desde o Patriarca até a 4ª Geração. Elas nominaram todos os membros, respectivamente com as filiações, ligações, ramificações, casamentos, nascimentos, num trabalho hercúleo, profícuo, muito demorado, de dimensão histórica, extremamente laborioso que demandou um prolongado tempo, não só na minuciosa coleta dos dados, como na cuidadosa elaboração artística na confecção física dos referidos painéis, nos quais foram utilizados como arte final, cartolinas de papel de tamanho gigante, proporcionando um quadro completo dos nomes, permitindo uma boa visibilidade do geral, com fácil entendimento. Foi uma tarefa árdua que exigiu muita paciência, utilizando-se como principal ferramenta, a obsessiva determinação de construir fisicamente um quadro geral dos nomes que resultasse na formação da árvore genealógica. Utilizaram os nomes por elas conhecidos. As professoras contaram com a fundamental e decisiva participação de Nair Victer Egger, filha de Laura Victer e Laurindo Egger, neta de Constantin Wicht, bisneta de Joseph Wicht, que, embora idosa na época, se portou maravilhosamente bem, com lucidez, fornecendo com absoluta coerência, em ordem cronológica, fatos, nomes, datas e dados que tinha em seu conhecimento. Foi a maior fonte das informações obtidas. Toda homenagem à ela, com muito respeito à sua memória. A partir do momento que os painéis ficaram prontos, à frente dos olhos, tornou mais factível a observação e busca dos nomes, agora dispostos claramente, de forma ordenada, permitindo-se delinear uma visão comparativa dos diferentes membros e rapidamente fazer a investigação sistemática dos descendentes dentro de uma lógica. Isto favoreceu à busca de ascendente, lateral e descendente dos nomes de forma compreensível, bem mais accessível a identificação. Estava pronta materialmente o corpo principal da árvore genealógica, mas ainda faltando muitos e muitos nomes. Claro que eventual erro poderá ser detectado, mas será facilmente corrigido pelos leitores. O caminho a percorrer na abordagem ou na procura dos nomes diante desta teia multiramificada, ficou mais racional, não obstante a quantidade de descendentes encontrada ter sido muito além da expectativa inicial. No limiar do tempo, Paulo Roberto Victer (Paulinho) (4ª Geração) prvicter@gmail.com, patologista clínico, bacharel em Direito, filho de João Agenor Victer, neto de Francisco Victer, bisneto de Constantin Wicht, colheu uma expressiva quantidade de informações, fruto de seu vivo interesse pela família, vindo agregar e reforçar os dados já conhecidos. Colheu e anotou 28


cuidadosamente as histórias faladas por seu pai, avó, avô, primos, registrandoas e repassando-as, principalmente para esta presente monografia. Teve contato pessoal com dezenas de parentes, promoveu vários encontros particulares com diferentes pessoas, em diversas localidades. Possuidor de uma memória privilegiada, elaborou um cadastro geral dos membros da 4ª e 5ª Gerações, chegando até a 6ª Geração, que servirá de base para, no futuro, darmos continuidade ao registro geral. Por ser um eterno entusiasta dos assuntos da família, empolgado em manter o vínculo permanente com todos para o fortalecimento do acervo cultural familiar, seu nome tem que ser registrado como um dos mais importantes colaboradores e promotores dos encontros da Família.

Casamentos interfamiliares Quando alguém vier a proceder a procura dos nomes da árvore genealógica, deve ter o cuidado em observar com muita atenção os nomes com suas respectivas ascendências para não cair no erro de identificação das pessoas procuradas. Nas famílias dos colonos e seus descendentes eram comuns os casamentos entre seus próprios membros, pela pouca disponibilidade de nubentes, nessa pequena comunidade restrita a poucas pessoas. Com isso, os moradores limitados naquela área, com pequena mobilidade, de poucos relacionamentos e poucos conhecimentos pessoais, a diversidade da escolha dos eventuais casais, era prejudicada pela pequena oferta de pretendentes. Os homens e as mulheres existentes pertenciam ao mesmo núcleo de habitantes, cujas preferências matrimoniais eram restritas, com limitadas opções. As uniões matrimoniais, se efetuavam principalmente entre as pessoas ali existentes. Não obstante esta carência de candidatos a nubentes, não há relato de caso de união incestuosa, provavelmente, devido o forte sentimento de costume moralista, rigidamente respeitado pela cultura suíça, e pelo controle religioso católico. Em consequência desta peculiar situação, eram frequentes as uniões interfamiliares e, para exemplificar, duas importantes famílias são lembradas: Victer e Egger. Nessas duas famílias, 5 irmãos de uma família (3 irmãos homens e 2 irmãs) se casaram com 5 irmãos (3 irmãs e 2 irmãos homens) da outra família. Por uma circunstância da natureza, ocorreram nascimentos de maior quantidade de crianças do gênero masculino de pais de gênero masculino

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com sobrenome Victer. Naturalmente passou a existir maior número de descendentes Victer do que Egger. Deve ser ressaltado que muitos filhos Egger são tão Victer quanto seus primos, porém, foram registrados com o sobrenome do pai (ascendente masculino), perdendo o nome da mãe. Claro que também ocorreu o inverso, ou seja, muitos filhos Victer levaram o sobrenome Egger. Com o progredir das gerações, ficará mais presente um sobrenome do outro, porém a família de sobrenome Victer vem predominando em número sobre a família Egger. Estas são situações matrimoniais singulares, cujos pais e mães, sendo irmãos e irmãs entre si, geraram filhos que viriam a ser muito mais que simples primos, e sim primos/irmãos verdadeiros, co-sanguíneos bilateralmente. Seguem alguns exemplos de casamentos entre parentes de mesmas famílias: A - No Ramo de Pierre-Joseph Amadée Wicht (Pedro José Amadeu Victer) Dos seus 11 filhos, dois deles, dois irmãos Victer se casaram com duas irmãs Queiroz. 1 - Firmino Victer e Teófila Queiroz - tiveram 8 filhos 2 - Oscar Victer e Paulina Queiroz - tiveram 5 filhos B - No Ramo de Constantin Wicht (Constantino Victer) Dois irmãos Victer se casaram com duas irmãs Egger: 1- João Victer (Joãozinho) e Maria Egger (Cocota), tiveram 11 filhos 2- Francisco Victer (Chico) e Elvina Egger, tiveram 8 filhos

Três irmãs Victer (filhas de Constantin) se casaram com três irmãos Egger, a saber: 1- Maria Victer e Felismindo Egger - tiveram 7 filhos 2- Amélia Victer e Juvenal Egger - tiveram 8 filhos 3- Laura Victer e Laurindo Egger - tiveram 12 filhos

C - Casamentos entre Victer e Demier

Os prenomes repetidos: Um outro fato observado nas diferentes famílias é a elevada frequência de prenomes iguais. Essas repetições de prenomes se faziam sem a menor preocupação d e verificar se existiam ou não prenomes semelhantes ou iguais.

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Ao receberem os mesmos prenomes, possuindo o mesmo sobrenome, ao completarem os nomes por extenso, adquiriam um nome inteiro, absolutamente igual ao seu parente. Por essa razão, muitos homônimos passaram a existir. Quando na procura do nome desejado pode ocorrer alguma confusão na identificação, sendo portanto necessário saber a ascendência imediatamente acima. É aconselhável ter atenção na leitura e na análise da árvore genealógica. Interessante observar que na comunidade judaica, parece que é vedada a repetição de prenomes de pessoas vivas da mesma família, somente se aplicando a parente falecido, evitando a dúvida de que pessoa se trata.

Chegada ao Brasil do Patriarca Joseph Wicht Uma das iniciativas para saber como teria sido a chegada do patriarca Joseph Wicth ao Brasil foi através de uma carta enviada ao Cantão de Fribourg, cuja transcrição ipsis literis se segue, certamente com erros na escrita do texto em francês, solicitando informações a respeito: Cópia de carta enviada por Heraldo Victer ao Cantão de Fribourg. Citté du Niteroi, Rio de Janeiro, Brèsil. Anné 2009. Monsieur: Je suis médicin du maladies du couer et professeur du medicine Universidade Federal Fluminense - Rio de Janeiro - Brèsil, j’etait ecrivèe le histoire du ma famille Victer (née Wicht). Le père du mon arrière-grand-père (le pére de le pére de le pére de mon pére - quatrième génération pour moi) sa pelle JOSEPH WICHT arrivèe au Brèsil en 1856 avec son filles, comme travailleur, pour habitèe aux Nouvelle Fribourg (Nova Friburgo-Rio de Janeiro). Une colognie suisse. Je voudrais du obtenir la confirmation officiel de l”émigration du Monsieur Joseph Wicht. Je demande votre aide. Je suis toute remercier votre attention avec moi. Le nom Victer s’écoulée d’ un erreur du pronunciation du nom Wicht. Merci beaucoup. Heraldo Victer, heraldovicter@hotmail.com

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A resposta a esta carta, a Chancelaria de Fribourg escreveu: Chancellerie d’Etat du Canton de Fribourg. Case postale Rue des Chanoines 17, 1701 Fribourg -Suisse - CH Tél: +41 (0) 26 305 10 45, Fax: +41 (0) 26 305 10 48. (transcrição da resposta da responsável pelos arquivos de emigração no Catão de Fribourg Mme. Marie-Claire L’Homme). Monsieur Victer (nee Heraldo Victer), J’ai trouvé, dans le registre des passeports de 1856, un passeport pour le Brésil pour Joseph Wicht, 49 ans et ses 5 enfants Pierre Joseph Amédé âgé de 17 ans, Constantin 14 ans, Arthur et Virginie jumeaux 9 ans, Joseph8. Je vous prie de me communiquer votre adresse postale au Brésil et je vous ferai parvenir par la poste une copie de ce passeport. Veuillez agréer, Monsieur, mes bonnes salutations. Marie-Claire L’Homme. Archives de l’Etat de Fribourg Route des Arsenaux 17 - CH-1700 Fribourg -Tél.++41 (0) 26/305.12.70 e-mail: lhommemc@fr.ch - site internet: www.fr.ch/aef/

Passaporte de Joseph Wicht Passaporte de Joseph Wicht, emitido pela direção da Policia Central do antão de Fribourg -Suíça, autorizando-o viajar para a América do Sul, Brasil, para trabalhar como colono e veterinário, em companhia de seus cinco filhos, citados, Pierre Joseph Amedée 17 anos, Constantin 14 anos, os gêmeos Arthur e Virginie 9 anos e o caçula, l’enfant Joseph 8 anos, originário da comuna de Montevraz, freguesia de Praroman, Cantão de Fribourg. Datado de 18 de março de 1856.

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Como ainda não existia foto do portador a ser anexada ao documento, fazia-se a descrição física do emigrante para melhor identificação: nome por extenso: JOSEPH WICHT - Idade: 49 anos. Etnia: branca/europeia. Altura: 5 pés, 9 polegadas e 6 lignes. Cabelos: castanhos grisalhos. Sobrancelhas: loiras. Barba: loira. Olhos: castanhos claros. Nariz: afilado. Boca: grande. Queixo: grande Testa (região frontal): descoberta. Rosto: oval. Óculos: não usa. Joseph Wicht - suíço, branco, 1.76 m de altura, nariz afilado, pele clara, cabelos grisalhos, barba e sobrancelhas loiras, testa grande, boca grande e rosto oval, e os olhos castanhos. Características físicas constantes no passaporte. Na época não era usada a fotografia ou ainda não existia. A seguir se encontra uma cópia do passaporte, onde constam todas estas informações, que poderão ser observadas e analisadas pelos leitores. É um documento histórico e fundamental à pesquisa realizada, como prova irrefutável da vinda do Joseph Wicht, em 1856. A criação de um retrato falado, nos dias atuais, seria extraordinariamente informativo para o conhecimento de todos os descendentes, pois permitiria a visualização da figura daquele homem, branco, alto, de forte compleição física, de barba ruiva, tez clara, falando francês, no meio do pessoal do Sana. A repetição propositada de alguns documentos oficiais originários do Cantonnais de Fribourg tem como objetivo principal ratificar a informação recebida como sendo realmente verdadeira, para que não persista qualquer dúvida acerca da existência do patriarca Joseph Wicht e de seus filhos Pierre Joseph Amedèe Wicht e Constantin Wicht, bem como de seus descendentes que tiveram a transformação gráfica do Retrato falado de Joseph Wicht 1856 sobrenome Wicht em Victer.

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Estas palavras são insistentemente repetidas para serem gravadas na mente de todos os interessados, pois diante de uma eventual contestação se faz necessário mostrar a evidência dos fatos e a documentação existente. Voici les informations trouvées dans le register des passeports. (08.11.1855-17.06.1857) [DPcII.14], fol. 67: Joseph Wicht (49 ans) avec ses 5 enfants: a. Pierre-Joseph-Amédé (17 ans) b. Constantin (14 ans) c. Arthur et Virgine d. (jumeaux, 9 ans) e. Joseph (8 ans) originaire de Montévraz, domicilé à Montévraz vétérinaire, allant en Amérique / Brésil / par Anvers dans l'intention de s'y fixer en tant que colon. Le folio est daté du 18.03.1856. pas trouvé de traces de Françoise Blanc.

Posteriormente a este documento, foi descoberto que a esposa Françoise Blanc falecera meses antes, teria sido uma das grandes razões da decisão de emigrar.

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Observar no quadro o sobrenome grafado em duas versões ”Vight ” e “Wicht“ - Cita a esposa Françoise Blanc, mas não veio, pois falecera antes. Jean Christophe Piller e Marie Antoninette Scyboz, são os pais de Marie Justine Piller que viria a se casar em 1867 com Pierre Amadée Wicht, primogênito de Joseph Wicht.

Transcrição dos documentos enviados pelo Governo do Cantão de Fribourg - Suíça. Colonos suíços trazidos por iniciativa do também imigrante suíço Jean Auguste Stocklin em 1856, para trabalharem na Fazenda Annouciade de sua propriedade: (documentos emitidos e enviados pelo Cantonnais du Fribourg): 1 - Irmãos François et Joseph Maillard 2 - Jean Christophe Piller et sa femme Marie Antoniette Scyboz 3 - Joseph Wight (Wicht) et sa femme Françoise Blanc (falecida antes) 4 - Pierre Joseph Ayer et sa femme Marie Therese “Signeaux” (?) 5 - Antonie Demieres et sa femme Catherine Salin, toute du Fribourg. 6 - Jean Baptise Louis Joseph Claraz - casou em Nova Friburgo em 12/ fev/1857, com Emilia Macinnes, natural:Cantagalo filha de Daniel Macinnes/ Sophie Gabry. (todos estes documentos foram obtidos e posteriormente cedidos para constarem pelo Historiador Henrique Bon, da Cidade de Nova Friburgo - RJ).

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A pesquisa ficou completa com a correspondência que havia da Chancelaria do Cantão de Fribourg (Cantonnais du Fribourg), que ratificou integralmente as informações recebidas, com cópia do passaporte e visto de autorização para saída do veterinário Joseph Wicht e seus 5 filhos menores. Finalmente, em caráter oficial, se comprovou a veracidade e autenticidade dos documentos recebidos. Diante dos fatos apresentados nos documentos recebidos e confirmados pelas declarações oficiais enviadas pelo Cantonnais de Fribourg, não há dúvida de que o primeiro membro da família Victer ao pisar em solo brasileiro, foi o imigrante suíço Joseph Wicht, originário da Freguesia de *Praramon, da Ville de Montevraz, do Cantão de Fribourg, Confederation Helvetique - Suisse. Por ter vindo em 1856, e não na primeira imigração oficial de 1820, é que seu nome nunca foi encontrado nos livros e listagens dos imigrantes conhecidos da época.

*Relação dos passaportes para o Brasil - março de 1856. 37


Wicht se transformou em Victer O porquê da não manutenção do sobrenome WICHT, e sua posterior transformação em VICTER, carece de uma explicação oficial, documental. Há uma explicação dedutiva baseada na lógica dos fatos ocorridos e chegados ao conhecimento geral. O sobrenome VICTER provavelmente é originário de uma corruptela, de um vício de linguagem, uma má interpretação da expressão verbal, e transcrito como entendido em português por quem registrou os nomes nos documentos, no caso, o cartorário, ou mesmo o próprio escrivão. Na verdade deve ter sido o Sarcedote da Paróquia de Nova Friburgo, ou Sacristão onde se realizou o casamento do primogênito Joseph Amedèe em 1867. Foi o primeiro ato público que envolveu a família Wicht.

1867 – Pedro José Amadeo Vight e Maria Justina Piller (Atenção: os nomes foram aportuguesados)

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A continuidade da vida da família Victer se concentrará exclusivamente nos dois primeiros filhos do imigrante Joseph Wicht: PIERRE JOSEPH AMEDÉE WICHT e CONSTANTIN WICHT, ambos suíços nativos, pois, ao contraírem casamentos, construíram famílias, tiveram filhos e logicamente descendentes brasileiros. O primeiro permaneceu em Nova Friburgo, e o segundo construiu sua vida em Aldeia Velha.

Outra forte possibilidade e que a pronúncia errônea da palavra Wicht feita pelos habitantes da área ficou soando como se entende a escrita VICTER, e depois de constatado em documento oficial, permaneceu mantida até dias atuais. Essas inferências explicativas feitas acerca da mudança da grafia do sobrenome jamais poderão ser provadas, pois não existem fontes de comprovação ou relato vivo naquela época. Devido a um vício de pronúncia, ou por má interpretação da escrita, ou por transcrever erroneamente os nomes estrangeiros, a falta de rigor corretivo da linguagem, levaram a esta mudança na grafia e na fala.

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Suíça: onde tudo começou

Fribourg - Confederation Helvetica - CH - Suisse A origem da emigração suíça oficial foi no Cantão Suíço Fribourg, (em francês) ou Freiburg (em alemão). O nome Fribourg provém diretamente do alemão, frei=livre e burg=vila, literalmente seria “cidade livre”. A população de Fribourg fala francês (80%) e alemão (20 %). A religião predominantemente católica romana. Geograficamente está situado sobre um planalto a uma altitude de 600 m, às margens de dois rios afluentes do Rio Saarne, na localidade do distrito de Sarine. Com superfície geográfica 9.32 km2, com 63% de habitação urbanas e 15% de zonas agrícolas. Em 2009, a população era de 43 mil habitantes (em 1850, a população estimada era de 10 mil pessoas). Em importância política/ social, Fribourg é a terceira cidade da Suíça.

Capa do livro do historiador suíço: MARTIN NICOULIN. “A GÊNESE DE NOVA FRIBURGO”. Emigração e Colonização Suíça no Brasil. 1817-1827. Editora: Fundação Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro,1995. SBN-85-333-0065-4.

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Cronologia dos acontecimentos emigratórios suíços SUISSE - Confederation Helvetique (CH) Ocorreram algumas emigrações suíças no mundo, ao longo do tempo. 1711 - 900 famílias suíças para a Prússia Oriental 1770 - suíços para Pomerânia 1767 - 300 famílias suíças católicas p/ Espanha 1803 - emigração para Rússia 1803 - grande emigração de Berna para Estados Unidos da América 1819 - 1820 - emigração de 2013 suíços para o Brasil (Colônia de Nova Friburgo- Rio de Janeiro)

Alguns acontecimentos que antecederam a emigração suíça para o Brasil Em 1815-1816 grassava uma grave crise econômica na Europa, e a Suíça dependia economicamente da França. Houve uma depressão geral, com queda da agricultura, diminuição da produção dos alimentos e perda da ajuda financeira francesa. A revolução industrial de 1815 / 1816 gerou uma crise econômica na Europa e milhares de suíços desempregados. O conjunto dessas situações levou a uma série de transtornos sócioeconômicos, com pequenas aldeias abandonadas, homens fugindo, mulheres se sentindo perdidas com seus filhos, a mendicância aumentou e, finalmente, se instalou o caos. Não seria exagero dizer que a fome e a penúria teriam se alastrado, e a solução encontrada seria emigrar para fugir da fome. A escolha pelo Brasil foi um paradoxo, pois a Suíça pertencia a uma Europa civilizada, embora houvesse pobreza material, havia uma riqueza cultural, com um marcante passado histórico. O Brasil, naquela época, não possuía rede escolar adequada, o sistema viário era precário, os correios não eram desenvolvidos, o nível de sanitarismo urbano extremamente deficiente, com limitada rede de esgoto, pouca água potável encanada com distribuição às residências e, administrativamente, uma rudimentar estrutura jurídica. Tentando vencer todas essas vicissitudes, o que moveu a emigração foi o sentimento de esperança por um mundo melhor.

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1819-1820 - Nova Friburgo - RJ Emigração oficial de suíços para o Brasil, com a fundação da Colônia de Nova Friburgo (RJ). As negociações iniciaram em 1817, quando o governo do Cantonnais de Fribourg enviou ao Brasil o diplomata Sebastian Nicolas Gachet, financiado por comerciantes, industriais e banqueiros suíços, com a missão de tratar diretamente com o Rei D. João VI, as regras e diretrizes da criação da futura Colônia Suíça, cujo objetivo de abrigar pelo menos 100 famílias, de preferência, de religião católica. Em maio de 1818, foi assinado um tratado entre o Brasil e o Cantão de Fribourg e em seguida foi adquirida por decreto do governo brasileiro, a Fazenda do Morro Queimado, pertencente ao Município de Cantagalo, local escolhido por se entender que possuía as mesmas características suíças, de clima e paisagens geográficas semelhantes aos da terra natal dos imigrantes. Um outro decreto de D. João VI determinou a criação e fundação da colônia suíça de nome “Nova Friburgo”, em homenagem a cidade de Fribourg. Entre os direitos e deveres dos colonos constavam a abdicação da cidadania suíça e imediata fidelidade à Coroa Portuguesa. Os deslocamentos marítimo e terrestre dos colonos, desde a Suíça até Nova Friburgo seriam exclusivamente por conta do programa de imigração brasileira, e cada colono teria o direito a um lote de terra (provavelmente de tamanho razoável para plantação etc), implementos agrícolas, sementes, animais, ferramentas, e mais ainda: por 10 anos haveria privilégios militares e fiscais, com forte possibilidade de possuírem escravos, se quisessem. Por fim, teriam assistência jurídica e administrativa, através de um gestor, um funcionário qualificado do governo brasileiro, com a função de coordenar as atividades dos imigrantes, colaborar na execução do trabalho, coordenar o relacionamento profissional e social entre os imigrantes e os demais moradores. A leitura do livro de Martin Nicoulin esclarece todos os pontos dessa imigração, descrevendo toda extensão, com total fidelidade dos fatos. Sua leitura se torna obrigatória para quem deseja saber dos acontecimentos e evolução deste extraordinário capítulo da imigração no Brasil, e como a cultura suíça penetrou nesta área do Estado do Rio de Janeiro. Em julho de 1819, partem de Estavayer-Le-Lac no Lago Neuchatel, cerca de 1100 imigrantes de língua francesa, e se juntam em Genebra com mais 900 de língua germânica, navegando pelo rio Reno, chegam a Holanda em final de julho. A promessa é que seriam logo embarcados para viagem cruzando o Oceano Atlântico, contudo inexplicavelmente, permaneceram por dois meses à espera. 42


A partida de Estavayer, no domingo 4 de julho de 1819 (aquarela de autor desconhecido)

Acampamento dos imigrantes suíços em Mijl, julho / setembro de 1819, (aquarela de Isaak Shouman) Gravuras retirada do livro Martin Nicoulin Navios veleiros que trouxeram os imigrantes suíços. Portanto em 1819/1820, ocorreu a primeira e grande emigração suíça com destino ao Brasil, cujos os primeiros imigrantes vieram em 8 navios, no total de 2013 pessoas: (homens, mulheres e crianças) sendo 80 % parte francófona–Fribourg, Jura de Berna, Valais, Vaud. E 20% parte germânica - Argóvia, Solpthurn e Luzern).

Relação das localidades de onde vieram os imigrantes dos Cantões e percentuais.

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Viajaram 2013 imigrantes em oito navios, sendo que a viagem até Mijl (Holanda) durou quase um mês, depois ficaram confinados num acampamento insalubre, pantanoso, convivendo com insetos, e alguns contraíram doenças, varíola, tifo, malária, por 45 dias. As condições eram precárias de higiene e água de má qualidade. O navio Daphé foi o primeiro a partir para o Brasil. Na tabela abaixo, constam os nomes dos navios e números de passageiros. Os 8 navios saíram do porto de Estavayer-le-Lac nos meses de setembro/ outubro de 1819, chegando no Brasil em nov/dez 1819 e fev/1820.

A viagem foi dolorosa, com cerca de 311 óbitos (15.5%), mais ainda os que ocorreram nos seis primeiros meses desde a chegada no Rio até o assentamento na recém criada Colônia de Nova Friburgo, com 131 mortes em Nova Friburgo, inclusive alguns óbitos acontecidos durante a viagem desde Niterói, subindo a serra através o rio Macacu acima, inclusive do padre auxiliar que se afogou nadando no rio. De todos os imigrantes, cerca de 42 % vieram de Fribourg, (830 pessoas), uma grande parte de pessoas não qualificadas, sendo a maioria de agricultores, seguindo-se de marceneiros, carpinteiros, queijeiros, pedreiros, sapateiros,

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tamanqueiros, moleiros, e outros. Poucos imigrantes categorizados, 2 médicos, 2 farmacêuticos, 2 professores, 2 padres. (Dados compilados do livro: “A Gênese de Nova Friburgo “Martin Nicoulin - 1995). Na História das migrações dos povos são poucos os acontecidos semelhantes à da colonização suíça que redundou na fundação de Nova Friburgo. Constituiuse ela na primeira colonização não portuguesa havida no Brasil, em caráter permanente. A fantástica viagem, de início realizada ao longo do Rio Reno, e depois, da Holanda ao Rio de Janeiro, em oito veleiros que atravessaram o Atlântico, teve início com a participação de 2013 pessoas, homens e mulheres, de todas as idades. Durante seu decurso, nasceram 14 pessoas e 289 encontraram a morte. Num dos veleiros, o Urânia, que transportou 437 colonos, todos do cantão de Fribourg, 109 tiveram o Atlântico como túmulo. Embarcaram dois padres, um morreu quando se banhava no Rio Macacu, às vésperas de chegar ao destino, na colônia de Nova Friburgo.

Mapa da Suíça e Diferentes Cantões, sendo que as cidades de Fribourg e Berna foram os que mais enviaram emigrantes para o Brasil, 41.5% e 25% respectivamente.

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Chegada dos colonos a Nova Friburgo Os primeiros colonos chegaram efetivamente na colônia de Nova Friburgo no dia 15 de novembro de 1819, e os últimos imigrantes em 14 e 15 de fevereiro de 1820. Fizeram a viagem do Rio a NF num tempo médio de 11 dias. Assim que chegavam os navios no porto do Rio de Janeiro, última etapa da viagem, se iniciava uma outra longa jornada no dia seguinte. Pequenos barcos à vela conduziram os colonos pelo interior da Baía de Guanabara, penetrando na Foz do Rio Macacu, indo atingir a localidade de Tamby (atualmente Itambi) no município de Itaboraí. Foram montadas 60 barracas que acolhiam os cansados viajantes por cinco dias, e esse local seria o primeiro repouso em terra firme, após meses de navegação e insegurança. O trajeto continuaria rio acima em direção à então denominada Vila de Macacu, próximo ao Porto das Caixas. Nesta localidade, de apenas uma rua e poucas casas, se destacava um antigo prédio que abrigara anteriormente uma missão jesuíta, e nele foi improvisado um Hospital que atendeu muitos suíços enfermos, registrando-se 35 óbitos. A partir desta vila, o comboio seguia por via terrestre, sendo utilizadas carroças para transportar crianças, mulheres e bagagens, enquanto os homens prosseguiram a pé ou a cavalo. Pouco a pouco os imigrantes suíços iam entrando em contato com a dura realidade brasileira. Após este trecho, iniciou-se a subida da serra, seguindo-se o rio Macacu. Depois de vários dias, terminava a longa jornada. Como o programado na construção das casas para 100 famílias, não havia o suficiente para todos, foram portanto alocados vários colonos em cada casa. Somente em abril de 1820, foram sorteados os lotes a serem distribuídos, e não houve agrado, pois os mesmos ficavam distantes, em terras com pedras, sem água, e pouco produtivas para cultivo da lavoura. Muitos se dispuseram a encontrar outro local para se assentarem, como Wermelinger e Monnerat, para Duas Barras; Verdum, para São Sebastião do Alto; Sonner, para o Sana; e alguns para a capital, Rio. Dos 2013 emigrantes que partiram da Suíça, 1631 chegaram a Nova Friburgo, sendo registradas durante toda viagem desde a Suíça a Nova Friburgo, vieram a falecer 382 pessoas, e 14 nascimentos.

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Viagem de brasileiros a Fribourg - Suíça Paulo Sergio Victer (Paulete) 4ª Geração, filho de Almir Victer, neto de Luiz Augusto Victer, bisneto de Constatin Wicht, e sua esposa Maria das Grassas Cosendey (também de origem suíça) forneceram estas importantes notas que reportam à viagem que duzentos (200) friburguenses fizeram a Fribourg em 26/ maio/ 2002, durante a Expo do mesmo ano, sob o patrocínio Chancelaria Suíça. O objetivo era reviver os fatos marcantes da emigração e colonização suíça em Nova Friburgo e aprofundar os laços existentes entre as duas cidades, reforçando uma história de amor eterno, iniciada em Vista parcial de Fribourg com a imponen1819/1820. te torre da catedral Uma banda de música (A Campesina), um conjunto musical (Tom sobre Tom), um balé (Silvana Gym) e 80 acompanhantes formaram um grupo de 200 pessoas que visitaram a Suíça. Pretexto da viagem: a exposição nacional suíça (Expo 2002) que permitiu à Suíça olhar-se no espelho e questionar seu futuro. Este foi o quinto reencontro de habitantes de Nova Friburgo com seus “primos” de Fribourg. Foi um reencontro mais uma vez emocionante, desde o momento da chegada de barco, na cidadezinha de Estavayer a oeste, de onde saíram os suíços no século XIX, os discursos, o cortejo, a confraternização e as visitas à dezenas de pessoas, cujos encontros se destinaram a fortalecer os laços afetivos entre as duas comunidades. Um dos pontos altos do encontro foram as visitas guiadas às cidades de Fribourg, de Bulle e Gruyères, lugares importantes da emigração. Um momento de grande emoção na abertura da exposição no Museu de Tavel, próximo de Fribourg, foi a exibição das fotos dos descendentes suíços radicados na região pobre de Rio Bonito, município próximo a Nova Friburgo, considerados excluídos. Em 35 quadros, a fotógrafa de Nova Friburgo, Regina Lo Bianco, apresenta com “muita delicadeza e respeito” essas pessoas excluídas do progresso, que vivem hoje como viveram seus antepassados, há quase dois séculos. 47


O Chanceler suíço, Joseph Deiss, lembrou que na época de 1818 e 1819, os suíços viviam uma situação desfavorável, utilizando inclusive uma expressão muito forte, como “miséria negra”. Deiss aludia que, além das más condições climáticas e das sequelas das guerras napoleônicas, uma grande parcela da população suíça passava fome, literalmente. Naqueles tempos difíceis, o apelo do novo mundo, como por exemplo o Brasil, era forte e muitos se lançaram na aventura da emigração. Dentre os dois mil suíços (300 famílias) que emigraram, cerca de 830 eram originários da cidade de Fribourg. Contudo, esta viagem custou centenas de vidas, infelizmente com mais de 315 mortes. Mesmo depois da chegada em solo brasileiro, a ida para a nova vila custou perdas, mortes e desvios dos colonos, tendo como consequência a existência dos chamados “excluídos”, que ainda precisam ser “descobertos” e identificados. O historiador suíço, Martin Nicoulin, autor do livro A Gênese de Nova Friburgo, assinala que os perdidos na floresta tropical não tiveram a oportunidade de ver o progresso chegar e nem puderam se integrar.

Ao lado a gravura/ desenho da bacia do Rio Macacu, que serviu de caminho natural para os Caminhantes se orientarem ultrapassando a serra atingissem a então Colônia de Nova Friburgo.

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Fracasso da colônia “A despeito dos esforços e das quantias financeiras dispendidas pela Suíça (Cantões de Fribourg e Berna) e pelo Governo do Brasil, a colônia suíça de Nova Friburgo foi um fracasso”- livro“A Gênese de Nova Friburgo”. Martin Nicoulin, pág. 22. Os motivos do fracasso podem ser atribuídos a várias causas. Múltiplos problemas surgiram: administrativos, políticos, financeiros, sociais, religiosos, circunstanciais, pessoais, etc. A falta de apoio logístico, o desinteresse do gestor, uma possível corrupção dos agentes administrativos, dificuldade de comunicação verbal de linguagem, brigas até mesmo crimes entre os próprios colonos suíços por problemas passionais e afetivos. Culminou com a vinda em 1824 dos imigrantes alemães, mais organizados e bem liderados pelo Pastor protestante Sauerbrom, desencadeando graves desavenças religiosas, e em decorrência muitas outras querelas. Diante do fracasso do projeto de colonização, em 1831, foi oficialmente extinta por um decreto do Imperador, a tão decantada e esperançosa colônia suíça de Nova Friburgo. Na tentativa de salvar a colonização, houve uma expansão espontânea para outras áreas, num movimento de transmigração de vários colonos para o norte da província, em direção a Cantagalo, e também para o leste, em Lumiar e outras terras mais além, situadas ao longo dos rios Macaé e São João. Após o ano de 1822, quando ocorreu a Independência do Brasil, vários colonos manifestaram o desejo de formar uma vila nas terras ao leste de Friburgo e decidiram chamá-la de São Pedro, acima de Lumiar, em homenagem ao jovem Imperador D. Pedro I.

Expansão - transmigração Na tentativa de salvar a colonização, houve um movimento expansionista para estender o assentamento, de forma consentida e espontânea aos interessados, em duas grandes frentes: 1- para o norte, em direção a Canta Gallo ou Cantagalo, como é conhecido hoje. (atentar para o fato que foi neste município que se retirou as terras da Fazenda Morro Queimado para criar a colônia de Nova Friburgo). Na época, Cantagalo tinha grande expressão política/administrativa. Envolviam também outras cidades entorno.

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2- para o leste, além de Lumiar, em direção às terras de Macahé, território no entorno dos rios Macahé e São João (incluindo as localidades de São Pedro, Sana e Aldeia Velha). Este fato da transmigração de alguns colonos para o leste se constituirá de uma importância fundamental à História da Família Victer (Wicht) devido aos acontecimentos que virão a ser relatados, ocorridos na Fazenda Annouciade, propriedade do imigrante suíço, Jean Auguste Stocklin. A família Victer não teria existido se, por uma intercessão dos fatos, não houvesse a decisão do referido imigrante de fazer por conta própria, a imigração de vários colonos suíços, em 1856, para trabalharem em sua fazenda. Todos sabiam que o plantio de café era a lavoura mais apropriada ao local e cuja atividade bem mais lucrativa, era o principal produto da economia brasileira. Vários importantes colonos se dispuseram a realizar esta empreitada de plantação do café, destacando-se principalmente dois deles: Claude Marchon, que construiu a Fazenda da Pedra Riscada (próximo a Lumiar e Sana) e Jean Auguste Stocklin, estabeleceu sua fazenda no Sana (Barra do rio Sana, pertencente a Macaé), dando o nome de Fazenda Annouciade, às margens do rio Macaé, na atual Estrada Casemiro/Friburgo, Estrada Serra Mar. O trabalho desenvolvido nestas duas fazendas se apresentava com inúmeros problemas, entre os quais estava carência de mão de obra, com poucos trabalhadores de confiança. Essa situação perdurou por vários anos, afetando sobremaneira a gestão administrativa das fazendas. Esse assunto assumiu tamanha relevância que nas cartas escritas por Stocklin para sua irmã e cunhado na Suíça, era abordado com muita ênfase. As cartas relatavam problemas pessoais e suas agruras, de forma minuciosa. Alguns trechos estão transcritos à frente, para melhor compreensão dos acontecimentos da época, bem como, para serem comprovados como informações históricas. O colono-fazendeiro Stocklin possuía pouquíssimos escravos, por conveniência pois um maior número seria muito dispendioso. Também, nunca lhe agradou aquele tipo de regime desumano, do relacionamento do homem com seu semelhante, a escravidão de negros africanos. Stocklin era guiado por suas fortes convicções éticas, políticas e principalmente religiosas, e como um autêntico católico praticante, não concordava com a existência da escravidão. Embora obedecendo à sua linha filosófica da vida, se associava a análise crítica de constatar que na prática diária de trabalho o gerenciamento dos colonos europeus era muito mais eficaz, cuja a produtividade dos colonos suíços era bem maior. 50


Sabedor da vinda de centenas e até milhares de imigrantes portugueses para a região de Cantagalo, em torno de 1850, tomou a iniciativa de encontrar uma solução para seu problema de trabalhadores. Através do seu relacionamento com alguns homens influentes no governo brasileiro, conseguiu uma autorização oficial para trazer 50 (cinquenta) colonos suíços, para trabalharem como meeiros em sua fazenda. Desta forma, iniciou, no ano de 1856 o recebimento espontâneo de colonos suíços oriundos do Cantonnais de Fribourg, conforme , pode ser observado e comprovado no contrato de trabalho registrado no tabelionato de Nova Friburgo, em 11 de março de 1856 (Extraído do livro “A Gênese de Nova Friburgo“ Martin Nicoulin). Abaixo transcrito: “Archives d’Etat de Fribourg - Carta de Auguste de Stoecklin, de 1856. Alguns colonos trazidos por ele foram identificados. Trata-se dos irmãos François e Joseph Maillard; de Jean Christophe Piller e sua mulher Marie Antoinette Scyboz; de Joseph Wicht e sua mulher Françoise Blanc*; de Pierre Joseph Ayer e sua mulher Marie Therese “Signeaux”; Antoine Demieres e sua mulher Catherine Sallin; todos de Fribourg. Outro que trabalharia como professor para Stoecklin e depois para Nicolas de Schueller, foi Jean Baptiste Louis Joseph Claraz, casado em Nova Friburgo aos 12 de fevereiro de 1857 com Emilia MacInnes, natural de Cantagalo, filha dos falecidos Daniel MacInnes e Sophie Gabry.

* Quando a autorização para a vinda dos emigrantes foi expedida, Françoise Blanc ainda estava viva na Suíça, porém falecera logo depois, meses antes de ser expedido o passaporte para Joseph Wicht viajar, contudo o nome dela permaneceu no documento. 51


Quem foi realmente Joseph Wicht? Conforme foi dito anteriormente, houve uma valiosa colaboração na busca da identidade do patriarca da família, através do sociólogo suíço Gérard Benone, casado com a brasileira Magnólia Benone magnolia.benone@rheinlehne.ch, residentes no Cantão de Fribourg, amigos de Wagner Victer, filho de Francisco Victer, neto de Hilário Victer, bisneto de Pierre-Joseph Amadée Wicht (Pedro José Amadeu Victer). O casal, juntamente com o famoso historiador Prof. Martin Nicoulin, fizeram uma minuciosa pesquisa biográfica nos arquivos oficiais do Cantão de Fribourg sobre a origem e a vida do suíço Joseph Wicht, que resultou na elaboração de uma monografia cujos trechos são transcritos mais a frente, resumidos e interpretados para consideração geral. Esta monografia vem assinada pelo Martin Nicoulin, escrita em francês, devidamente traduzida para o português pelo casal Benone, cujo título é: “Sur les traces dês ancêntres de Famille Wicht” Fribourg, 2011. “Seguindo os passos dos ancestrais da Família Wicht”, Fribourg, 2011. Foi uma homenagem a todos os membros da Família Victer, que Gérard Benome escreveu a monografia transcrita abaixo: “Casando-me com Magnólia, o Brasil ficou mais perto de mim. Os amigos de minha esposa são meus amigos, e em nome desta amizade, nós fizemos uma pesquisa para descobrir a pessoa que foi o “primeiro Victer” a ir para o Brasil. Em Fribourg (Suíça) conhecemos o Professor Martin Nicoulin, Doutor em História, autor do conhecido livro“ La Genèse de Nova Friburgo”, que se encontra na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Esse importante historiador se lançou com entusiasmo a pesquisar os passos de JOSEPH WICHT, ancestral maior dos Victers do Brasil. Este trabalho foi escrito originariamente na língua francesa, mas, para entendimento de todos, foi feita a devida versão em português. Em 1856, Joseph Wicht toma a decisão de viver um novo destino, deixando para trás a Suíça, como também grandes provações, como a morte de sua esposa (Francoise Blanc) e de alguns filhos, e se libertar dos fracassos de sua vida para tentar uma situação melhor em outro país. Traz consigo para o Brasil uma admirável bagagem: uma incrível energia de viver, sabedoria na arte de cuidar e curar os animais, e um presente precioso, a juventude de seus 5 filhos sobreviventes.

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As cidades e os povoados se transformam em locais de lembrança, onde viveu: Montévraz, Praroman, Corbières, Bulle e Lentigny.” Os documentos falam por si próprios: Em 18 de março de 1856, Joseph Wicht ganhou um passaporte emitido pela Polícia Central de Fribourg. Neste documento constam seu nome, sobrenome, idade, e cidade de origem. 49 anos, originário de Montévraz. Profissão: veterinário. Tem 5 filhos: Pierre-Joseph Amédée Wicht 17 anos, Constantin Wicht, 14 anos; Arthur et Eugénie Wicht (gêmeos) 9 anos e Joseph Wicht (l’enfant), 8 anos. O documento indica a razão da emissão do passaporte, o de imigrar para o Brasil. No documento não consta o nome da esposa, mãe dos seus filhos (ela teria falecido antes da emissão do passaporte). I - “Joseph Wicht nasceu em 11/09/1807, em Montèvraz, foi batizado na igreja da paróquia católica de Praroman, Cantão de Fribourg. Seu pai se chamava François-Joseph Wicth e teve 5 irmãos. O pai alugou e administrou uma pensão na localidade de “Le Mouret”, e quando o filho tinha 7 anos, em 1814, teve que pedir falência da pensão, perdendo o direito de residir em Fribourg. Contudo, a mãe do pai (avó de Joseph Wicht) deu a caução em dinheiro para resolver o problema. II - Em 12/12/1813 nasceu Françoise Blanc, originária da cidade de Corbiéres, sua futura esposa. O casamento se realizou no dia 03/09/1838, na igreja de Praroman. Tiveram 11 filhos, sendo que 6 morreram e 5 sobreviveram. III - Era um homem trabalhador, e na ânsia de auferir maior rendimento financeiro além de suas atividades profissionais como veterinário, arrendou e explorou comercialmente um hotel-restaurante, a Pensão “Le Tonnelier” na cidade de Bulle, 1840. (vide foto adiante). O contrato de 6 anos, na obrigação de pagar o aluguel sempre com 3 meses adiantados. IV - Infelizmente no final do ano de 1844, os problemas financeiros se avolumaram, não obtendo sucesso em sua empreitada, foi obrigado a pedir ao Tribunal de Justiça, “a discussão de seus bens”, que implica dizer, abrir falência. O que realmente aconteceu, da mesma forma como acontecera anteriormente com seu pai. (**)

** Na constelação Familiar há repetição dos fatos independente da ação consciente das pessoas. 53


V - O aspecto legal, jurídico, lhe obrigou a se exilar, só podendo retornar quando efetivamente pagasse a todos os credores. VI- Joseph Wicht, numa cena emocionante, abraça a esposa e os filhos, parte escondido (fugido) para o exílio, de local ignorado. VII - O Presidente do Tribunal de Justiça e o Oficial de Justiça vão à sua casa e fazem o devido arresto de todos os seus bens, fazendo um inventário assim relacionado: 1 cavalo, 2 porcos, 36 garrafas de vinho branco, 26 de vinho tinto, 6 garrafas de champagne, 4 garrafas de vinho Frontignan (provavelmente de excelente safra), e todos os livros constantes de sua biblioteca. - Histoire de La Revolution Française - 4 volumes. - Manuel Du Brasseur et Chimiste - Manual do cervejeiro e químico. - Avis aux jeunes gens - Conselhos aos jovens. - La cuisinière - O cozinheiro. Pratique d’agriculture - Traité du style épistolaire - Tratado de estilo de cartas. - Curiosités universelles - 2 vol. - Recuil de Médecine Vétérinaire - coleção de 4 volumes. - Manuel d’Anatomie - 4 vol. - Petit dictionnarire de La Fable - Fábulas. - Pathologie vétérinaire - 2 vol. - Anatomie vétérinaire - 2 vol. - Notions de l’art vétérinaire - 3 vol. - Pharmacologie vétérinaire - Dictionnaire de médecine - Manuel d’hyppiatrique - Manuel de l’art vétérinaire - Abrégé de l’art vétérinaire (abstratos, resumos). - Dictionnaire français - Pharmacopie vétérinaire - Grammaire française VIII - Como pode ser constatado, através de seus livros, a sua grande paixão sempre foi a Veterinária, e a leitura dos mesmos, o mantinha atualizado no conhecimento da profissão. 54


IX - Sempre se autonomeou veterinário, atuando como um autêntico autodidata, cioso de suas responsabilidades, em cuidar dos animais. Embora não tivesse ainda seu nome inserido nos registros oficiais, tinha recebido uma patente com autorização para exercer a profissão de veterinário, porém só lhe era permitido cobrar metade do valor da consulta e dos serviços veterinários. X - De acordo com os documentos encontrados nos Archives d’Etat de Fribourg, pode-se dizer que Joseph Wicht era um homem culto, correto, trabalhador e dedicado à Veterinária. Também honrado, pois durante todo o período que esteve ausente, se empenhou e conseguiu os recursos necessários para saldar todas as dívidas, o que o fez, retornando à casa com a cabeça erguida. (Dados retirados dos Arquivos do Estado de Fribourg: Bulle, Tribunal do Distrito, Registro das Discussões no período de 1843-1847. Folha Oficial do Estado de Fribourg, número 11 em 1845). XI - Passada toda esta tempestade de maus momentos, voltou a enfrentar nova e cruel adversidade no ano de 1854, com o falecimento de sua esposa Françoise Blanc aos 41 anos de idade, cuja causa mortis não foi relatada. Este infausto aconteci- mento veio se somar à depressão pessoal, à tristeza que habitava sua alma desde as mortes em anos recentes de vários filhos menores. XII - Na população local corria a notícia que o Brasil seria uma terra prometida, um eldorado de excelentes oportunidades. Isto levou a muitos suíços se decidirem por esta aventura, não obstante sabendo que a emigração oficial de 1819-1820 não tinha sido bem sucedida, na Colônia de Nova Friburgo. XIII - Joseph Wicht, assim como muitos de seus conterrâneos, se entusiasmou por esta possibilidade de melhorar a vida, e tão logo iniciou o processo de emigração. 1 - O município de Montèvraz ajudou financeiramente o projeto de emigração de Joseph Wicht, e em 21 de junho de 1855, a assembleia municipal decidiu por 7 votos a 4, emprestar dinheiro para financiar sua viagem com seus 5 filhos.

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2 - O ato foi assinado pelo prefeito Jacques Wicht, seu primo. (Informação extraída dos Archives d’Etat Le Moret: Livro da Assembleia Municipal de Montèvraz, Cantonnais de Fribourg, em 1855). 3 - Em 18 de março de 1856, a Polícia Central de Estado de Fribourg emitiu um passaporte, autorizando Joseph Wicht, de 49 anos de idade, acompanhado de seus 5 filhos, a se ausentar do país e emigrar para o Brasil, a fim de trabalhar como veterinário. Neste documento, não consta o nome da esposa, por razões óbvias. 4 - Decidiu pela oferta vinda do proprietário da Fazenda Annouciade que se localizava no Sana às margens do rio Macahé (RJ). Embora fosse uma fazenda essencialmente de plantio de café, existiam outras atividades, como criação de animais, bovinos, caprinos, suínos e aves, que muito lhe encantou. O proprietário, Auguste Stocklin, conterrâneo de Pensão Auberge du Tonnelier em Bulle, Estado Fribourg, era um homem de grande de Fribourg, pequeno restaurante (Café), alureputação moral. Também importou gado por Joseph Wicht entre 1840 e 1844 a localidade, Sana, por ser próxima geograficamente da capital do país, seria um ponto favorável à educação dos filhos. 5 - Portanto, não era um emigrante comum, não era um suíço qualquer, pois quando chegou em 1856, não o fez como um meeiro na lavoura, e sim como veterinário funcionário. Vários foram os caminhos percorridos por Joseph Wicht em suas moradias em diferentes localidades, desde Cantonnais de Fribourg até o Sana: 1 - Montèvraz - onde nasceu em 1807 2 - Le Moret - 1810 - onde seu pai alugou uma pensão 3 - Praroman - 1818 a 1839, onde se casou 4 - Bulle - “Le Tonnelier” - 1840 - 1844 5 - Exílio - 1845 - local não revelado 6 - Lentigny - 1848 a 1853 7 - Montèvraz - 1854 -1856 8 - Finalmente aos 49 anos de idade, Sana - Brasil - 1856

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Brasões da família Wicht (Suíça)

Origine: probablement de Praroman (Montevráz). Bourgeoisies: Fribourg (XVe) Variantes: Gwicht Armoiries: 1566, Hans Wicht, bailli de Montagny: “une bande chargée d’une étoile à six rais” - Source : Vevey (H. de): armorial du canton de Fribourg 1598, Gaspard Wicht : «une balance, le plateau de dextre abaissé, accompagné en pointe d’une étoile à six rais”. - Source : Vevey (H. de): armorial du canton de Fribourg

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Expansão para o leste Além da localidade que hoje seria Lumiar, mais acima está São Pedro, mais abaixo a Barra do Sana, e outras terras em torno do rio Macahé e do rio São João, e do rio Aldeia na vila de Aldeia Velha. Quem foi Jean-Auguste Constantin Stocklin (Stoecklin) ? Na estrada Casemiro de Abreu - Friburgo, Estrada Serra-Mar, se encontra a “Estância Stocklin” remanescente da antiga Fazenda Annouciade, nas proximidades do Sana. A foto mostra o autor do livro diante da placa na entrada da atual Estância Stocklin. Em 2009, foi observada uma placa indicativa da “Estância Stocklin” de criação de caprinos, situada à Estrada Serra Mar, descendo a estrada em direção a Casemiro de Abreu, após a entrada de Lumiar, a caminho da Barra do Sana, pressupondose se tratar originariamente do local onde deveria ter sido a Fazenda Annouciade). (vide foto). Este homem foi fundamental à história da colonização suíça e da Família Victer. Não se pode dissertar sobre a Família Victer, sua origem e sua presença em Nova Friburgo, no Sana e, posteriormente, em Aldeia Velha, sem considerar a vida deste importante fazendeiro imigrante suíço Jean-Auguste Stoecklin, que ainda bem jovem aos 23 anos, veio na primeira colonização de 1819, no navio Deux-Catherines, originário do Cantão de Fribourg. Falava francês, mas com total fluência na língua alemã. Católico praticante fervoroso, moralista, ideólogo eurocêntrico, absorveu rapidamente um forte sentimento pátrio pelo novo solo, como se aqui fora nascido.

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Brasão da família Stoecklin Jean Auguste Constantin de Stoecklin nasceu em Fev. 22, 1795 em Fribourg, Suíça, e morreu em Nova Friburgo (?). Stocklin chegou em 1819 em Nova Friburgo, a bordo do navio Deux- Catherines. Ele casou com Françoise Alexandrine (Fanchette) Schueler em Nov. 13, 1820 em Nova Friburgo. Françoise Alexandrine (Fanchette), filha de François Antoine Jean Népomucène de Schueler e Marie Catherine Ignace Stoecklin, nasceu em Out. 3, 1799 em Fribourg, Suíça e morreu em Nova Friburgo. Desde 1822, Stocklin vinha demonstrando descontentamento com os rumos que estava seguindo a colônia suíça de Nova Friburgo, e começou a planejar, juntamente com outros imigrantes, adquirir terras em outras áreas para o plantio de café. O que realmente fizera tempos mais tarde, tornando-se um próspero fazendeiro e expandindo suas atividades para criação de caprinos e outros animais. Teria sido muito feliz, se um problema pessoal com um vizinho não tivesse interrompido sua trajetória comercial. Esse vizinho, Claude Marchon(*), seu grande e maior desafeto, também imigrante suíço, veio na mesma época em 1819, com 25 anos, em outro navio, o Daphnee. Os dois, ao invés de construírem uma amizade, numa união de força, fizeram o contrário, se entregaram numa disputa de poder. Por questões pessoais, tiveram uma briga de grande proporção em que Stocklin acusou Marchon de evidente aliciamento de seus empregados, com prejuízo aos seus negócios, causandolhe forte dano moral e financeiro. Embora tenha vencido a pendência judicial, Stocklin desistiu do processo, atendendo o pedido formal do Cônsul suíço, para evitar possível desgaste no conceito da comunidade helvética, até porque o vizinho adoentado, veio a falecer, no ano seguinte. *Claude Marchon – Fazenda da Pedra Riscada: Nasceu em 1794 em Fribourg e faleceu em 1857, em Lumiar. Veio na primeira imigração suíça em 1819, no navio veleiro Daphnée. Na famosa transmigração para o leste, veio após 1822, para as terras em torno do rio Macahé de Cima, próximo 59


a Lumiar, São Pedro da Serra, transformando uma vasta extensão de mata virgem da floresta atlântica tropical, na próspera e produtiva Fazenda da Pedra Riscada. Esta fazenda ficou muito famosa, com dezenas de trabalhadores. Se situa na vertente oriental da Serra do Mar, na descida em direção ao Sana, a 700 m de altitude sendo que o pico da Pedra Riscada alcança a altura de 1348 m, podendo avistar o mar. Havia muitas espécimes da fauna brasileira, de animais selvagens, que iam sendo afastados a medida que as terras eram ocupadas, e uma variedade inesgotável de aves e pássaros. Também haviam índios Purís e escravos fugitivos com seus quilombolas, que tornavam o ambiente preocupante e assustador devido a possíveis violências. As terras eram ocupadas após derrubadas e queimadas das matas, literalmente “a ferro e a fogo”. A principal atividade agrícola da fazenda, era o café, que era um produto básico à economia da região. “Genealogia de Jean-Claude Marchon. Albino José Marchon. Biblioteca Central da Universidade Federal do espírito Santo. Vitória (ES). 2006.” Jean Claude Marchon* nasceu em Jan. 23, 1794 em Vuisternens-en-Ogoz, Fribourg, Suíça e morreu em Jun. 8, 1857 em Cabeceiras do rio Macaé, NF. Ele casou com Marie Protais Chavanaz na 1ª vez em 1819 em Nova Friburgo. Marie Protais nasceu em Mai. 9, 1787 em Vuisternens-en-Ogoz, Fribourg, Suíça e morreu em Set. 5, 1821 em Nova Friburgo. Ele casou com Anne Marie Elisabeth Balmat na 2ª vez em Abr. 21, 1823 em Nova Friburgo .Anne Marie Elisabeth, filha de Andre Balmat e Françoise Zurkinden, nasceu em Jun. 9, 1806 em Semsales, Fribourg, Suíça e morreu em Nova Friburgo. Filhos de Jean Claude Marchon e Anne Marie Elisabeth Balmat: 1 - Maria Rosalina Marchon nasceu em Set. 4, 1821 em Nova Friburgo e morreu em Out. 8, 1890 em Duas Barras, Bom Jardim, RJ. 2 - Maria Luiza Marchon nasceu em Jun. 16, 1824 em Nova Friburgo e morreu em data desconhecida. 3 - Francisco Xavier Marchon nasceu em Nov. 15, 1825 em Nova Friburgo e morreu em data desconhecida. *Jean Claude Marchon, grande patriarca e líder inconteste de um número acentuado de descendentes, cuja família muito extensa e abranjente se consolidou como importante e destacada até os dias de hoje. 60


4 - André Cypriano Marchon nasceu em Set. 14, 1827 em Nova Friburgo e morreu em data desconhecida. 5 - Thiago Basilio Marchon nasceu em Jun. 14, 1829 em Nova Friburgo e morreu em data desconhecida. 6 - Antonio Leonicio Marchon nasceu em Jun. 8, 1831 em Nova Friburgo e morreu antes de 1890. 7 - Felipe Marchon nasceu em Jun. 25, 1832 em Nova Friburgo e morreu em data desconhecida. 8 - Claudio Eduardo Marchon nasceu em Dez. 17, 1833 em Nova Friburgo e morreu em Fev. 3, 1857 em Rio Grande, NF. 9 - Pedro Celestino Marchon nasceu em Abr. 29, 1835 em Nova Friburgo e morreu em data desconhecida. 10 - Augusto Ernesto Marchon nasceu em Dez. 21, 1836 em Nova Friburgo e morreu em data desconhecida. 11 - Luciano Marchon nasceu em Jan. 17, 1840 em Nova Friburgo e morreu em data desconhecida. 12 - Maria Adela Marchon nasceu em Jun. 22, 1842 em Nova Friburgo e morreu em data desconhecida. 13 - Maria Lydia Marchon nasceu em Abr. 24, 1844 em Nova Friburgo e morreu em data desconhecida. 14 - Constancia Eugenia Marchon nasceu em Fev. 22, 1846 em Nova Friburgo e morreu em data desconhecida. 15 - Carlos Maria Marchon nasceu em Jun. 1, 1849 em Nova Friburgo e morreu em data desconhecida.

Cartas de Stocklin Stocklin escreveu várias cartas endereçadas à sua irmã e cunhado, e são consideradas documentos essenciais ao conhecimento histórico da região. Elas descrevem a situação dos fazendeiros locais, suas condições políticas, financeiras, a evolução e curso da colonização suíça, os problemas sociais e políticos do povo brasileiro de maneira genérica, o tipo de trabalho nas fazendas, o relacionamento dos patrões com os empregados, a dificuldade da mão de obra, enfim, toda uma conjuntura sócio-política retratada da época. Foram várias cartas, mas somente quatro delas ainda existem guardadas nos arquivos do Cantonnais du Fribourg. Alguns trechos estão transcritos abaixo, para entendimento do processo de convivência dos imigrantes suíços com os demais habitantes da

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região, com o meio ambiente e com o sistema de vida dos brasileiros. As cartas apresentam vários trechos de interesse geral, pois Stocklin descreve suas apreensões sobre a educação de seus filhos, sua fidelidade à religião católica, seu desapontamento com alguns padres católicos da região, que são incompetentes e de péssimo comportamento, sua aversão aos ingleses (ou melhor, à política dos ingleses) e finalmente, sua preocupação com o trabalho em suas terras, por absoluta falta de mão de obra. Iniciou um grande projeto de promover a vinda de colonos suíços para trabalharem como meeiros. É um homem compulsivamente dedicado ao trabalho, abomina quem não possui esta característica ou aquele que não demonstra tê-la. Reclama com ênfase de alguns colonos que não corresponderam às suas expectativas, principalmente pelo comportamento. Teria sido Stocklin um homem amargo? A ausência do seu mundo particular que deixara em Fribourg-Suíça lhe fazia muita falta, levando-o a um estado psicológico de constante insatisfação. Era uma pessoa intransigente em aceitar conviver com temperamentos tão distintos em volta de si, pessoas tão diferentes em seu dia a dia. Certamente vivia em permanente depressão psíquica, em decorrência ao quadro clínico de solidão; ou seja um homem solitário, embora casado com filhos, isolado em seu mundo particular, desenvolve a solidão, fica depressivo, inexoravelmente. Sempre se mostrou ser um homem inflexível em seus princípios, vivendo dentro duma rígida ética/moral fundamentada nos princípios religiosos católicos. Mas, paradoxalmente, adquiriu um grande fervor ao Brasil, como se fosse sua pátria. A despeito de tudo, ele não conseguiu alcançar sua meta de transformar a fazenda Annouciade em um exemplo de produtividade. As cartas sempre eram extensas, prolixas, contendo muitas citações pessoais e íntimas, e em seu contexto global, mostravam a imensa saudade que nutria pelo restante de sua família que permaneceu na Suíça. Lembrava com saudade dos lugares onde viveu, e gostaria como num toque de mágica, trazer para próximo de si, toda aquela sua gente, seus parentes, seus amigos, as ruas, as casas, até o ar, tudo que existisse no Cantonnais de Fribourg. Exceto o clima, pois gostava da vegetação e da temperatura existentes na colônia suíça de Nova Friburgo, no Sana. As cartas de Stocklin, obviamente, foram escritas em francês, e as 4 cópias obtidas foram devidamente traduzidas para português. Os assuntos enfocados 62


tinham aspectos sociais, pessoais, da vida dos imigrantes suíços, da convivência dos colonos entre si e com os demais habitantes, o relacionamento com os escravos, com os empregados, com os meeiros, tudo abordado dentro de um contexto sócio/antropológico. Segue a transcrição de alguns trechos das cartas: (cópias das cartas escritas pelo fazendeiro imigrante Jean-Auguste Constantin Stocklin e gentilmente cedidas pelo historiador Henrique Bon). As palavras grafadas em caixa alta e que estão entre parêntesis, foram escritas pelo autor desta monografia, feitas em caráter estritamente interpretativo, sem que isto possa expressar o verdadeiro pensamento do missivista. Stocklin fazia de suas cartas uma forma de se comunicar afetivamente com alguém, pois sua convivência com outras pessoas deveria ser pequena, e pobre em amizade. Seria um desabafo permanente, quase uma auto análise psicológica, para aliviar a angústia, a solidão e a saudade.

As cartas sempre endereçadas à sua irmã e ao seu cunhado, residentes em Fribourg-Suíça 1ª Carta de Stocklin “Fazenda Annonciade: às Margens do Rio Macahé, Sana, Província do Rio de Janeiro. 27 de novembro de 1842. Querido Cunhado e querida Irmã! (SAUDADE) Eu me apresso em responder às suas cartas do 28 de fevereiro deste ano, que eu recebi no dia 8 de junho, e do dia 16 de junho, que recebi no dia 25 deste mês. (AMOR FAMILIAR) Se dissermos o quanto as suas cartas nos agradaram, vocês não vão nem imaginar, é difícil expressá-lo. Eu me queixo somente que vocês escrevem raramente e que suas cartas sejam curtas demais. (ANÁLISE ANTROPOLÓGICA) A maioria de nossos vizinhos são Europeus e tem família constituída. É um contraste grande entre nossos belos jovens europeus e os filhos de brasileiros que são amarelos e lívidos por terem na sua maioria um sangue misturado com o sangue africano. (???). (PROFESSORA PARA OS FILHOS) Agora falemos da professora que vocês tiveram a gentileza de nos enviar. O certificado dado pelo senhor Sholler é satisfatório. Acho que essa senhorita será capaz de responder às minhas expectativas. Eu teria preferido que fosse católica, mas como ela adora o mesmo

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Deus que nós, que tem índole pura, uma sólida instrução, uma religiosidade esclarecida, eu não temo em lhe confiar a educação de meus filhos. Mas eu faço questão que conheça a língua francesa pois o alemão é inútil no pais. (PREOCUPAÇÃO COM A LÍNGUA FRANCESA) - “Acho que eu já disse numa carta que meus filhos não falam francês, eles entendem e sabem ler. O que é estranho, é que todos os filhos de estrangeiros que eu conheço não sabem falar sua língua. Temos um francês estabelecido em nossa região que tem 4 filhos e não falam francês. Eu não posso exigir que a Senhorita Marie Nuscheler fale o português, mas o francês, sim, afim que meus filhos o aprendem e falem corretamente. Gostaria que ela conhecesse música. (ANÁLISE ECONÔMICA) - Vocês não devem pensar por isso que o país é pobre, é mais uma política do governo a fim de que os malditos Ingleses não possam levar todo o ouro e prata e para obrigá-los a levar nossas mercadorias. Temos aqui fortunas colossais, há terras férteis .... (PROBLEMA TRABALHISTA) - Aqui faltam somente braços e estes se tornaram raros em razão da política desses danados ingleses que querem absolutamente que o tráfico de escravos acabe e seus cruzeiros no mar fazem apreensões contínuas ...... (PROJETO DE CONVIDAR SUÍÇOS) - Eu já tenho o plano, de trazer compatriotas suíços, às minhas custas, pagando-lhes a passagem e dando-lhes 200 reis por dia preço para trabalhar a terra, como meeiros, fazendo-os assinarem um compromisso de 6 a 8 anos perante o Cônsul da Suíça..... (GEOGRAFIA) Moramos numa bela região a dois dias e meio do Rio de Janeiro, o porto (*) (Barra de São João) fica somente à 5 léguas e podemos transportar o café muito mais barato que os produtores da região de Canta Gallo.... Concluímos que o cultivo do café nós dará sempre lucro mesmo que o preço venha a baixar. Beijos em todos, do seu devotado irmão Auguste Stocklin. 2ª Carta de Stocklin: Sana, às margens do Rio Machaé: (relatando a audiência que Stocklin tivera com sua Excelência o Imperador D. Pedro II) Rio de Janeiro 14 de maio de 1855 Minha querida irmã e querido cunhado:

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(DESEJO DE TRAZER COLONOS SUÍÇOS) ....no meu pedido eu alegava que, tendo eu vindo em 1820 para a Colônia de Nova Friburgo e tendo uma bela propriedade que me tinha sido concedida por seu(*) pai (D. João VI), eu desejava estabelecer uma colônia suíça idêntica a do Senador Vergueiro, com o nome de Colônia da Announciade, já que o clima, e a temperatura amena era próprio para os colonos Europeus, que pelo intermediário do meu cunhado e de minha irmã morando em Fribourg Suisse eu poderia contratar famílias trabalhadeiras e honestas, que eu desejava trazer para minha pátria adotiva, o Brasil, a Colonização Suíça pois eu gozava em meu Cantão de uma certa consideração por pertencer à uma família patriciana como o provavam vários documentos que eu lhe apresentei, etc.. etc.. (orgulho de se apresentar como homem honrado) (COLONOS SUÍÇOS SELECIONADOS PELA IRMÃ E CUNHADO NA Suíça): O governo imperial do Brasil me concedeu então subsídios para 50 colonos suíços com a condição que eu os traga dentro do prazo de um ano, a contar da data do meu Contrato que foi assinado no dia 17 de abril do ano passado (1854), mas unicamente para minha propriedade embora eu tenha pedido se eu podia trazê-los para outros fazendeiros. (DEMONSTRAÇÃO EXPLÍCITA DE SENSO DE COMPANHEIRISMO): Em toda a Província do Rio de Janeiro que é tão grande quanto a França eu sou o primeiro fazendeiro que teve a ideia de colonizar suas terras com colonos suíços. Um grande fazendeiro de Canta Gallo mandou trazer 1000 colonos portugueses para distribui-los em várias fazendas suas, e todos os meses chegam navios da Europa trazendo cada um 250 a 300 colonos ou de Portugal ou dos Açores, são bons trabalhadores braçais aguentando bem o clima daqui. Os lusitanos são bons de comércio, enquanto os suíços são melhores na lavoura.” (análise observacional do Stocklin).......“, 3ª Carta de Stocklin - 1856: Fazenda Annonciade às margens do Rio Macahé, distrito de Sana, Província do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro dia 13 novembro 1856. Minha querida irmã e meu querido cunhado:.....”...... enquanto eu esperava o barco na Barra de São João......alguns colonos aliciados“, (PORTO MARÍTIMO EM BARRA DE SÃO JOÃO)- ( Barra de São João, á beira mar, distrito do município de Casemiro de Abreu, onde fica a foz do rio São João. Neste local existia um pequeno porto ou atracadouro para exportação de café e demais produtos agrícolas produzidos na área do Sana, e arredores, inclusive da vila de Aldeia Velha). 65


(ALICIAMENTO DE COLONOS) ....”O primeiro que os levou em bora foi um tal de Claude Marchon, originário do Cantão de Fribourg, que havia chegado em 1820 na mesma época conosco na primeira imigração suíça em Nova Friburgo. (Claude Marchon veio no navio Daphnee, e Stocklin no navio DeuxCatherines), ele como eu, se deslocou para a localidade do Sana e Aldeia Velha, comprou a Fazenda Pedra Riscada , abaixo de Lumiar, estabelecido a 3 léguas da minha propriedade mas pertence ao distrito de Nova Friburgo. Esse Claude Marchon me levou 9 (nove) colonos e me deixou somente as famílias com crianças. “(muitos problemas de relacionamentos entre os colonos já existiam bem antes). Stocklin não desejava receber exclusivamente meeiros para a lavoura, tinha interesse em colonos suíços de nível mais elevado, como fizera com Joseph Wicht e outros. Vieram em 1856, várias pessoas selecionadas e escolhidas por sua irmã e cunhado em Fribourg, se destacando além do veterinário Joseph Wicht os irmãos François e Joseph Maillard, Jean Christophe Piller e sua esposa Marie Antoniete Scyboz (pais de Marie Justine Piller), Pierre Joseph Ayer, Antoine Demieres, e o professor Jean Baptiste Louis Joseph Claraz.” Havia notícia que Auguste Stocklin ainda vivia até 1866.

Outros imigrantes que vieram com Joseph Wicht Joseph Wicht não veio somente com seus filhos e sim junto com outros imigrantes suíços, conforme atesta o documento abaixo, obtido dos arquivos do Estado de Fribourg. Observar a relação de alguns colonos trazidos por Stocklin para trabalharem em sua Fazenda Annouciade, em 1856. Há referência da esposa de Joseph Wicht, Françoise Blanc, porém esta falecera meses antes da partida do imigrante, mas na documentação ainda constava o nome dela. A perda da esposa, cuja causa mortis ainda não informada, foi um dos mais fortes motivos da decisão de emigrar para o Brasil. Este documento se agrega a outros mais para comprovar a vinda de Joseph Wicht. Jean Christophe Piller e esposa Marie Antoinette Scyboz são os pais de Marie Justine Piller que virá se casar com o primogênito Pierre Joseph Amadée Wicht, em 1867, na igreja católica de São João Batista da colônia suíça de Nova Friburgo.

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Documentação toda obtida nos Arquivos do Cantão de Friburgo – Suíça.

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Certidão da primeira comunhão de Pierre-Joseph Amedée Wicht (21/dez/1851)

WICHT PARA VIGHT E FINALMENTE PARA VICTER. Pierre-Joseph Amedèe Wicht é o primogênito do Joseph Wicht, com seu nome aportuguesado para: Pedro José Amadeo Vigth (Wicht) e Maria Justina Piller (Marie Justine Piller). Devido ao fonema da letra “W” como se fosse a letra “V” em português, se escreveu “V”. A letra “G” se transformou na letra “C” (ou foi confundida), e ai foi se transformando em “Vigth”, posteriormente por pronúncia brasileira, surgiu a corruptela “Victer”. Foi grafado Victer e assim permaneceu VICTER para sempre.

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Esta situação na escrita dos nomes e na grafia é de uma forma tão instável, que eram comumente observadas antigamente, podendo-se compreender todas essas modificações ocorridas, pois, se atualmente, com toda informação disponível, e recursos técnicos de diferentes formas de mídia, mesmo assim alguns descendentes tiveram o sobrenome grafado em “Viter” (sem a letra C), outros em “Witer” (iniciando com a letra W e sem a letra C), e até em “Victor” (a letra O no lugar da letra E). Como é difícil preservar o existente, e há de se considerar as dificuldades da época, cujos registros dos nomes no século XIX, poderiam não cumprir exatamente o falado oralmente pelos declarantes, nem mesmo o rigor à língua portuguesa seria tão respeitado, mormente entre as pessoas estrangeiras, em contato com os nativos de mediana instrução, cartorários ou pessoas da Igreja, onde se registrava casamentos. Seria até surpreendente se as anotações executadas viessem a respeitar fidedignamente os nomes originais. Esta seria uma explicação plausível para se entender esta mutação do sobrenome Wicht em Vight e, finalmente, Victer. Transcrição das folhas do Livro de Registro de Casamentos da Igreja Católica de São João Baptista de Nova Friburgo (RJ), em 1867. Por cima da décima linha -1867- PEDRO JOSÉ AMADEO VIGTH E MARIA JUSTINA PILLER. (Na página seguinte, vê-se a fotocópia de uma das folhas do livro de registro de casamentos. Embora com muita dificuldade, pode-se ler o que está escrito abaixo, cuja caligrafia foi feita com uma caneta de bico na qual a pena era constantemente “molhada no tinteiro” e como a tinta na pena ficava escassa, as letras poderiam sair um pouco apagadas. Acresce o fato que a leitura vai depender da qualidade da caligrafia do escrevente.

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Segue a transcrição das folhas do Livro Registro de Casamentos da Igreja Católica São João Baptista de Nova Friburgo. Observar na 10ª linha, no ano de 1867, o registro do casamento de Pedro José Amadeo Vight (Pierre Joseph Amedée Wicht) com Marie Justine Piller.

Está escrito no livro (um pouco difícil a leitura): “Dez e seis de novembro de mil oitocentos e sessenta e sete na minha presença e das testemunhas João Pedro Clere e J Francisco Piller, casaram Pedro José Amadéo Vight, 28 anos, filho de José Vigth (Joseph Wicht) e de Francisca Blanche (Françoise Blanc), com Maria Justine Piller de 18 anos, filha de Christovão Piller e de Maria Antonia Seybor, ambos naturais da freguesia de Praroman no Cantão de Fribourg, na Suissa.” (dezesseis, era escrito como dez e seis). No Cartório e na Igreja procuravam traduzir os nomes para a língua portuguesa, daí as possíveis modificações

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encontradas nos nomes. Está grafado Pedro Vight e Maria Justine Piller, casaram em 16/nov/1867. Abaixo um trecho da mesma folha mostrada acima, apenas com maior tamanho. Observar que está escrito “PEDRO VICHT”. Pedro tradução de Pierre. VICHT derivado de Wicht. Vight - foi a grafia originada do Wicht. Depois virou Vicht e finalmente VICTER, que permaneceu. Na certidão de Casamento em Nova Friburgo em 1867 está grafado Vight e em seguida, Victer.

Certidão de Casamento - Igreja de São João Batista Nova Friburgo (Traslado da certidão de casamento) Os noivos eram filhos de colonos da fazenda Annouciade (Sana) de propriedade do imigrante suíço Jean Auguste Stocklin. Casamento de Pierre-Joseph Amedée Wicht e Marie Justine Piller: (*) - Pierre-Joseph Amedée Wicht, primogênito do patriarca, traduzido para o português ficou: Pedro-José Amadeu Victer, que aos 28 anos de idade se casou com Marie Justine Piller, na igreja católica de São João Batista em Nova Friburgo no dia 16/nov/1867, conforme cópia da certidão de casamento.

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II Encontro da Família Victer Após a “descoberta” da origem da Família - seria melhor chamar de “achamento” ? - naturalmente surgiu uma euforia coletiva que estimulou a realização de um segundo encontro dos seus membros, o que transcorreu em dezembro de 2007, no Clube Central, no bairro de Icaraí, em Niterói RJ. Esse evento reuniu idosos e jovens, gente que ainda não se conhecia, alguns que nunca tiveram notícia da existência de outros, enfim tiveram a oportunidade de ser apresentados coletivamente, entre si e demais. Muitos não se viam há anos, se regozijavam pelo reencontro num ambiente de total entrega fraternal. Parecia festa de aniversário infantil, pela natural algazarra, das saudações e do êxtase da alegria geral. Na ocasião, puderam ser colhidas novas informações “ao vivo” entre aqueles mais antigos presentes (*) (vide relação dos nomes no final do texto. Muitos pertencentes à 3ª Geração, que lamentavelmente muitos viriam a falecer nos anos seguintes. Mas tiveram a oportunidade com satisfação de relatar episódios vividos por seus pais, irmãos, primos e parentes enfim. Histórias atentamente ouvidas, anotadas com deslevo e registradas com carinho. O resultado final foi um sucesso, com o fortalecimento da autoestima e da alegria do resgate de novos conhecimentos.

Certidão de nascimento da família Todos se convenceram da absoluta necessidade da materialização de um documento de registro da história da família, contendo o cadastro geral dos nomes, ascendentes e descendentes, enfim, a elaboração da árvore genealógica completa. Dias após o encontro, houve a iniciativa espontânea de Heraldo Victer heraldovicter@hotmail.com, da 4ª Geração, pertencente ao Ramo Constantin, filho de João Agenor Victer, neto de Francisco (Chico) Victer, bisneto de Constantin Wicht, que, como já havia idealizado e coordenado o segundo encontro da família, e um dos mais antigos membros da 4ª Geração, sentiu consigo próprio na “obrigação moral” de escrever o referido registro. Para ser um relato sumarizado das histórias conhecidas até a presente data, desde o patriarca até os membros da 4ª Geração, num trabalho de compilação dos relatos conhecidos, colhidos e trazidos por diversos parentes. Em decorrência

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da natural dificuldade na obtenção dos dados na elaboração desse registro, provavelmente alguma incorreção possa vir a ser acontecer, e para tanto, conta-se com a devida complacência do leitor em aceitar essa situação. A concepção é que o presente documento, possa servir de uma verdadeira certidão de nascimento da família, para futuras consultas. Com isso, se preserva o respeito e a admiração daqueles que construíram a história, tanto na formação cultural quanto moral das gerações. Fica portanto, registrado o reconhecimento do legado recebido, e inserido na presente publicação, para os atuais jovens e os futuros Victers possam desfrutá-la com orgulho e satisfação .

Todo Victer é honrado? Este é o lema que cada um ostenta no peito, pretensiosamente. Na verdade, nunca se tomou conhecimento da existência de algum fato desabonador atribuído a um membro da família, ou alguém acusado de algum crime grave. As referências sobre algum componente só se encontram palavras elogiosas, e estas, se esperam, sejam eternas. Jacy Victer Egger, (então com 83 anos em 2007), 3ª Geração, filho de Laura Victer e Laurindo Egger, durante emocionante discurso proferido neste II Encontro da Família, disse que jamais soube de briga séria ou qualquer grave desentendimento com algum Victer. Relatou que dois dos seus irmãos tiveram uma rusga, comum entre adolescentes, ficaram zangados nem se falando. Quando o pai Laurindo Victer Egger soube, fez os dois se desculparem e se confraternizarem, com a promessa que jamais repetiriam o fato, pois isso não pode acontecer numa irmandade. Lição de vida . Na mesma ocasião, Paulo Roberto Victer, 4ª Geração, pertencente ao ramo Constantin, em depoimento público no II Encontro da Família soube expressar seu sentimento com as seguintes palavras: “...a família Victer só possui relatos históricos de atitudes dignas, não há evidências de passagens de natureza criminosa. Seus ancestrais só transmitiram as mais puras e desinteressadas noções de bondade, cooperação e solidariedade. A maioria não busca ostentação, e sim fazendo parte de pessoas espiritualizadas, compromissadas em servir aos semelhantes com humildade e humanidade”, terminou com forte dose de emoção.

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Portanto, qualquer Victer poderia servir de exemplo para história a ser relatada a seguir, tendo como personagem central um homem que passou por momentos marcantes em sua vida, sabendo honrar seu nome e de seus familiares. A escolha fez recair naquele portador de uma sólida qualidade moral, de caráter íntegro, conduta ilibada, acrescida por sua luta pertinaz em ajudar seus familiares. Este Victer especial atuou como um desbravador dos caminhos, fazendo jus ao lema acima descrito. Será considerado como símbolo da grandeza e honra da Família. Quem seria? Que pessoa tão cheia de predicados seria? Humilde em seu jeito, altivo em sua conduta, tem o nome de João Agenor Victer (3ª Geração), filho de Francisco Victer (2ª Geração), neto de Constantin Victer (1ª Geração), oriundo de Aldeia Velha, município de Silva Jardim, mas com registro de nascimento do município de Casemiro de Abreu (vide documento) no certificado de reservista, emitido em 27/07/1942, dados biográficos retirados da carteira de identidade, tais como: “Natural do Município de Casemiro de Abreu, lugar Aldeia Velha, em 9/04/1907, vacinado, sabe ler e escrever“. Tem uma área de Aldeia Velha à margem esquerda do Rio Aldeia que pertence ao município de Casemiro de Abreu. Sua vida foi um marco decisivo no curso histórico do núcleo familiar pela audácia e coragem que imprimiu ao continuar a saga da família iniciada por seu bisavô Joseph Wicht. Suas ações se constituíram numa demonstração de empenho e determinação, fazendo daquele jovem solitário um desbravador de novos caminhos a serem trilhados. Saiu de casa para fixar residência em lugar distante desconhecido numa aventura corajosa, como um autêntico Cavaleiro de Aldeia Velha.

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Segue uma cรณpia do Certificado de Reservista de Joรฃo Agenor Victer - com foto

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Município de Silva Jardim (Capivari)

O nome é uma homenagem ao jornalista e político fluminense Antônio da Silva Jardim. Anteriormente o município chamava-se Capivari, cuja fundação se deu em 1801. Localiza-se 35 metros acima do nível do mar, com uma população de 22.158 habitantes (2008),[8] faz divisa com os municípios de Casimiro de Abreu, Nova Friburgo, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu e Araruama. Ocupa uma área de 938,336 km². Dentre as localidades mais importantes inscritas no território municipal (todas próximas à Serra do Mar), estão Aldeia Velha, Bananeiras e Gaviões. Vale destacar que uma parte do seu território encontrase protegido pela Reserva Biológica Poço das Antas, reserva biológica federal destinada ao projeto de preservação da Mata Atlântica e do mico-leão-dourado, que fica à beira da BR 101. Outro local de interesse ecológico é a Lagoa de Juturnaíba, situada no rio São João, e represada para prover o abastecimento de água em Cabo Frio e outras cidades da Região dos Lagos fluminense.

Município de Casemiro de Abreu (Indaiassu)

O nome é uma homenagem ao poeta. Está numa altitude de 17 metros, com população estimada em 2016, de 41.167 habitantes. É um polo de turismo ecológico e rural: rios, cachoeiras e mar são suas grandes atrações, principalmente no distrito de Barra de São João, onde está a foz do Rio São João. Reparte, com o município vizinho de Silva Jardim, a Reserva Biológica Poço das Antas, que abriga vários animais ameaçados, entre eles o mico-leão-dourado. A sede do município localiza-se às margens da rodovia BR-101, principal rodovia do norte do Estado do Rio de Janeiro.

Aldeia Velha ou (Quarteis)

É um povoado do município de Silva Jardim, (RJ), localizado às margens do Rio Aldeia Velha, próximo a região serrana e na divisa com o município de Casimiro de Abreu. A localidade se situa no pé da Serra do Mar na divisa política entre os municípios de Silva Jardim e Casimiro de Abreu, distante 8 quilômetros da BR-101 e da portaria da Reserva Biológica Poço das Antas por uma estrada ainda não pavimentada. Trata-se de um povoado cercado por áreas de Mata Atlântica preservada pelas propriedades rurais da região.

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É um pequeno povoado, com aproximadamente 1000 habitantes, mas com população flutuante de moradores turistas. Está localizada dentro da APA São João/ Mico Leão Dourado, que inclui a Reserva Biológica Poço das Antas, e segue em direção a Serra do Mar, onde se encontram montanhas cobertas pela Floresta Atlântica, com suas inúmeras nascentes que formam os rios Aldeia Velha e Quarteis. É um lugar de belezas naturais, com muitas matas e inúmeras cachoeiras. Na década de 1920, havia no mundo uma depressão econômica, concomitantemente no Brasil existiam problemas com o café, milhões de sacas empilhadas nos armazéns, com excesso de oferta e a pouca venda. A política da grande queima do café, foi uma tentativa fracassada de elevar o preço do produto. Acresce que nos anos seguintes, na década de 30, vários acontecimentos político-sociais abalaram a nação, provocando mudanças no governo brasileiro, mas o café continuava como a principal fonte econômica do país, a despeito de tudo. Foi neste cenário de instabilidade econômica que esta história se inicia, na localidade de Aldeia Velha, distrito do município de Silva Jardim (Capivari) e uma pequena parte de suas terras dentro do território do município de Casemiro de Abreu (Indaiassu). Houve uma época de frustante mudança de nome para Quartéis, tendo como referência o rio, porém pouco tempo perdurou, voltando ao nome original. É uma localidade situada ao pé da Serra do Mar, às margens do rio Aldeia Velha (afluente do Rio São João), na divisa geográfica e política dos municípios de Silva Jardim (SJ) e Casimiro de Abreu (CA). Por ter sua maior área localizada dentro do município de Silva Jardim, é oficialmente considerado distrito deste. Está localizada dentro da APA (Área de Preservação Ambiental) São João / Mico Leão Dourado (proteção do IBAMA que inclui a Reserva Biológica Poço das Antas) distante 8 quilômetros da BR-101 e da portaria desta reserva biológica. Está cercada por áreas da Mata Atlântica preservada pelas propriedades rurais da região, seguindo em direção à Serra do Mar, onde se encontram montanhas cobertas pela Floresta Atlântica, com suas inúmeras nascentes de água formadoras de rios. A vila tem um pequeno povoado, e sua história tem início em 1784, sendo fundada pelos frades capuchinhos, juntamente com os índios da região, com o nome de Sacra Família de Ipuca. A nome Ipuca significa na língua indígena, “água podre”, pois originariamente era um grande pântano. Peroba, Maratuã, Imbê e Bananeiras são lugares conhecidos, ao redor de Aldeia Velha, grandes produtores de bananas. 77


Entrada da Vila “Aldeia Velha”.

Foto (Google) - A vila de Aldeia Velha está geograficamente entre dois rios: Rio Aldeia Velha e Rio Quartéis. (mesopotâmia). O rio Aldeia Velha é o mais importante afluente do rio São João e faz o limite natural entre os municípios de Silva Jardim e Casemiro de Abreu

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Rio Aldeia Velha (32 - SJ/CA) Em sua descrição geográfica o rio Aldeia Velha nasce na Serra da Boa Vista (Serra do Macharet?), a 1.000m de altitude, sendo o mais importante afluente do baixo curso do Rio São João. Constitui o limite natural entre os municípios de Silva Jardim (SJ) e Casemiro de Abreu (CA). Seus primeiros sete quilômetros são feitos em montanha, em direção geral para sudoeste, acompanhado pela estrada vicinal SJ-23. No final deste percurso atravessa a vila de Aldeia Velha, onde recebe pela margem direita o Rio dos Quartéis (vide foto do encontro dos dois rios), depois, inflecte seu leito para sudeste. Mais adiante faz uma curva e ganha o sentido sul, recebendo o Ribeirão dos Quarenta de Baixo. Cruza a rodovia BR-101 e passa a constituir o limite oeste da Reserva Biológica de Poço das Antas. Pouco a jusante nele, desembocam o Córrego Ipiabas e o Rio Preto. Cerca de 5 km a jusante da confluência do Rio Preto, faz uma curva fechada e toma rumo leste em busca do Rio São João. Seus afluentes são, pela margem direita, o Rio dos Quartéis e o Rio Preto, e pela margem esquerda, o Ribeirão dos Quarenta e o Córrego Ipiabas. O rio dos Quartéis nasce em montanhas a 4 km a oeste da vila de Aldeia Velha, a 600m de altitude (Serra Grande?), passa pela vila por detrás da igreja católica, e deságua no rio Aldeia Velha, dentro da vila, tendo com o tributário o Córrego do Sertão. O rio Preto nasce e tem seu curso integralmente dentro dos limites da Reserva Biológica de Poço das Antas, desaguando no Rio Aldeia Velha a jusante da rodo BR-101. O Rio dos Quarenta desce da serra da Pedra Branca e deságua no rio Aldeia Velha a montante da BR-101, e tem como contribuinte o Rio dos Quarenta de Cima.

Bacia hidrográfica do Rio Aldeia Velha:

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O Córrego Ipiabas nasce a noroeste da cidade de Casemiro de Abreu, atravessa a BR-101 faz um giro para oeste e desemboca no Rio Aldeia Velha. O Rio Aldeia Velha é afluente do Rio São João. Na foto (Google), no ponto em destaque está a Vila de Aldeia Velha, localizada ao pé da serra, onde se visualizam montanhas de matas e florestas, mais para cima estão as localidades de Sana, Lumiar, mais acima ainda, se encontra a cidade de Nova Friburgo (Serra dos Órgãos). Observa-se que Aldeia Velha está mais próximo da sede de Casemiro de Abreu do que de Silva Jardim, por isso há um desejo coletivo, não confirmado, para Aldeia Velha pertencer a Casemiro de Abreu. Somente após o encontro com o rio Quartéis, que o rio se engrossa, e a sua direita fica a estrada que dá acesso à Rodovia BR-101.

ENCONTRO DOS RIOS QUARTEIS E ALDEIA VELHA. No encontro do rio Aldeia Velha com o rio Quarteis, na entrada da Vila de Aldeia Velha, ao fundo as serras que dão para Lumiar, Friburgo e Sana.

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Identificação dos rios Aldeia e Quarteis Havia dúvida quanto a real identificação dos rios, que traria uma mudança radical na concepção geográfica de onde localizava-se a vila de Aldeia Velha. Contudo, tomou-se conhecimento de que o rio que atravessa pelos fundos da Igreja Católica, e que está à direita da vila, é o rio dos Quartéis, e consequentemente o outro rio existente à esquerda da vila, inclusive mais caudaloso, é o rio Aldeia Velha. Diante desta definição geográfica, fica definitivamente assentado que o rio Aldeia Velha é o divisor natural e geográfico, separando os dois municípios de Casemiro de Abreu e Silva Jardim, confirmando assim que a vila pertence a este último município. Pelo mapa estilizado, vê-se a vila de Aldeia Velha no nordeste de Silva Jardim entre os dois rios citados. Sendo esta apresentação verdadeira, oficial, não há dúvida que a vila está no território do município de Silva Jardim, apenas um pequeno trecho da vila que fica do lado esquerdo do rio Aldeia Velha, pertence a CA. Contudo, essa afirmação não é consenso entre os moradores, reforçado por aqueles que se dizem conhecedores da geografia do local. É um assunto que exige maior esclarecimento, por esse motivo, está em aberto a discussão. A oeste ficam as serras que se aproximariam de Nova Friburgo, de Lumiar e do Sana e por estas áreas deveriam existir, ou ainda existem, passagens, caminhos e trilhas que permitem fazer a pé ou a cavalo, o deslocamento da localidades próximas em torno, como Sana até Aldeia Velha, por onde provavelmente Constantin Wicht e seus descendentes vieram fixar domicílio na vila de Aldeia Velha.

SANA - 6º Distrito de Macaé/RJ

Segundo pesquisas junto a moradores mais antigos, Sana foi fundada por um suíço que lhe deu o nome de Sena, em homenagem ao Rio Sena. Devido à pronúncia dos locais, acabou se transformando no nome SANA. Distrito de Macaé, o vilarejo de Sana parece que parou no tempo, mais precisamente nos anos 70. Rústica,

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tranquila e com charmosas pousadinhas, a vila é contornada por cachoeiras. São tantas que nem os moradores sabem o número certo. A entrada do Sana fica à margem da Estrada Casemiro Lumiar, Serra/Mar, às margens do rio Macahé, que recebe o rio Sana. No Sana, ficava a Fazenda Annouciade, do imigrante Auguste Stocklin.

Victers residentes em Aldeia Velha Nos dias atuais, a família Victer se mantém presente por alguns descendentes de Constantin Wicht, que ali permaneceram, como Jorge Victer e Geraldo Victer - 4ª Geração, filhos de Adenor Victer (Rôla), netos de Luis Augusto Victer (Lulu). Esses poucos descendentes mantém viva a memória da família, não só por sua presença física e emocional, quanto pela existência de uma pousada, e uma fabricação de objetos artesanais de bambu, por Thiago Victer 5ª geração. Há também os residentes quinzenais, os médicos Paulo Sergio Victer (Paulete) e Carlos Fernando Victer (Neném), filhos de Almir Victer, netos de Luis Augusto Victer e bisnetos de Constantin Wicht. Suas casas ficam a frente do rio dos Quarteis, com lindas características fluviais, com muitos pedregulhos, seixos, água límpida, refrescante, paisagem encantadora, fluxo musical da corrente aquática.

Observe a localidade de “Bananeiras” e próximo estaria “Imbê”, local algo inóspito à época, onde por algum tempo a família de Elvina e Chico Victer foi residir, após fracassado negócio de secos e molhados na Vila de Aldeia Velha.

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No quadro abaixo, uma visão global da hidrografia de toda região mostra o rio Aldeia Velha dividindo os municípios de Silva Jardim e Casemiro de Abreu e desembocando no rio São João. O rio São João deságua no mar, na localidade de Barra de São João, pertencente ao Municipio Casemiro de Abreu.

1938 - Farmácia do “Seu Zizi” - João Mendonça

Igreja Católica de Aldeia Velha

Uma das principais ruas de Aldeia Velha em homenagem à um ilustre membro da família, Lulu Victer

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Animal pertencente a uma tropa Tropeiro típico com animal carregando produtos agrícolas

A Vila de Aldeia Velha, um povoado cercado de montanhas verdejantes, delimitada por dois rios: Aldeia Velha e Quartéis.

FOTO RECENTE. Aldeia Velha é uma vila, então constituída por várias famílias originárias de colonos suíços de Nova Friburgo, com uma estrutura agrícola de pequenas plantações de legumes, hortaliças, cereais e de plantio de café. Nos arredores, grandes plantações de bananeiras. O Ramo Constatin Wicht iniciou aqui. Um painel exibido durante festa comemorativa à fundação de Aldeia Velha homenageando as principais famílias dos colonos descendentes suíços. Interesse particular à História de duas famílias entrelaçadas: VICTER e EGGER. Outras famílias de origem suíça: Cosandey - Perissè - Dafflon - Porcelet Emmerich - Stocklin - Folly - Stutz - Herdy - Tardin - Jecker (Yecker) - Thurler - Monnerat

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Influência da crise do café Evidente que Aldeia Velha também sofreu a influência da crise do café, pois, mesmo não tendo uma produção tão expressiva, tornou-se menor ainda, pelo desestímulo causado pela queda do movimento financeiro. As chamadas “tropas” (lavradores e trabalhadores, cavalos, burros e jumentos com cangalhas e jacás cheios de legumes, verduras, ovos, doces, frutas, embutidos de suínos, etc), constituídas dos pequenos produtores rurais partiam regularmente do povoado, com suas charretes e carroças, os animais transportando em caravana a produção agrícola até a Estação Ferroviária da Leopoldina Railways, em Casemiro de Abreu. A ferrovia Leopoldina Railways foi implantada em 1880, partindo de Niterói até às cidades de Macahé e Campos. Foram criadas as estações de Capivari (atual Silva Jardim ), Indayassu (atual Casemiro de Abreu), Prof. Souza, Rio Dourado, Rocha Leão e Macahé. Esta Estrada de Ferro (assim chamada), se transformou num grande elo de ligação geográfica de toda Região, produzindo a integração social, de passageiros, mas fundamentalmente o movimento comercial, como principal estrutura da econômica/financeira, na época. Outra opção de escoamento dos produtos eram as tropas irem até a localidade de Barra de São João, onde existia um atracadouro marítimo, um cais, ou um pequeno porto para embarque de produtos mais valiosos e/ou de maior porte, como sacas de café, milho e farinha. (Ver a citação do envio de produtos agrícolas por esta via, nas cartas de Stocklin). Barra de São João era então um município situado na foz do rio São João. Por questões políticas, o corriam mudanças administrativas da sede do município, entre Barra de São João e Indayassu (hoje Casemiro de Abreu). O vereador João Victer (Joãozinho), (filho primogênito de Constantin Wicht) quando Presidente da Câmara dos Vereadores, assumiu o cargo de Prefeito Interino, realizou como seu primeiro ato administrativo, baixando um decreto transferindo a sede do município para Barra de São João. Finalmente, em 1927, voltou em definitivo para Indayassu (Casemiro de Abreu) a sede do município pela indiscutível vantagem de estar ao lado da estação ferroviária. Com a promissora atuação da ferrovia em Macahé, ocorreu a decadência do porto de Barra de São João, com natural aumento da utilização do rio Machaé como via fluvial de transporte, por ser mais exequível e mais econômica. Em decorrência houve uma redução do movimento de toda área de Barra de São João

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e, deslocamento das atividades comerciais para Macaé. As tropas de cavalos em Aldeia Velha estavam escasseando, com menor número de participantes, pois a demanda diminuiu, as oportunidades de negócios, reduziram. Igualmente, as chamadas compras sociais de objetos mercadorias vindas de outras cidades, que faziam a alegria dos moradores locais, esposas, filhas, parentes e outros, também estavam caindo. Alguns tropeiros ainda mantinham substancial quantidade de produtos agrícolas para comercializar, por possuírem maior número de animais de carregamentos e tração. Claro que dispunham de maior capacidade de deslocamento e transporte, e com isso poderiam fazer viagens mais longas podendo ir até a cidade de Macaé. Nesta cidade, o comércio era expressivo, dado o forte intercâmbio com a cidade progressista de Campos, no norte fluminense pela vantajosa utilização do então existente canal Macaé/ Campos. Este canal, muito movimentado, se constituía no mais importante meio de transporte com a bem sucedida integração geográfica da região norte fluminense. As perspectivas de progresso, de toda aquela região, eram à época, bem favoráveis, considerando a crescente indústria açucareira instalada naquela área, vindo a se tornar um polo desenvolvimentista. O cultivo da canade-açúcar foi decisivo à economia estatal.

Manutenção / sobrevivência? Mas voltando à Vila de Aldeia Velha, o ninho de nossas aventuras. Como ficou a vila? Como teriam ficado os moradores? Mormente aqueles que viviam mais distantes? Como Chico Victer, esposa e filhos, fizeram para se manter? Preservar a pequena horta para consumo próprio era importante, contudo não seria o suficiente para manter o mínimo. Continuar fazendo o extrativismo primário, retirando alimentos das matas existentes? Sim, mas isso é finito. Continuar estimulando a criação de animais, porcos, caprinos, galináceos, era ótimo e alentador, mas uma atividade limitada. A caça, outra opção de sustento, era algo complicado por diversas razões, até porquê um genro de Chico Victer, gostava de comer carne de macaco, atitude condenada por todos. Para fugir da censura e da proibição, fazia o abate, bem escondido, contudo facilmente denunciado, pois ao trabalhar na lavoura ou capinando, exalava um odor tão forte pelo suor, com as mesmas características dos símios. Agenor era o mais revoltado com essa situação do teimoso cunhado.

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A roça tinha uma vasta plantação de mandioca que disponibilizava o fabrico de farinha de mesa. As bananeiras nativas, se auto produziam, a plantação de verduras, legumes, e outros, não eram suficientes para manter uma vida sustentável. Qual seria a perspectiva de vida a curto prazo? As crianças, como fazer com elas? Esperar que no dia seguinte, surgisse a solução dos problemas? Aguardar um milagre acontecer? Rezar? Contemplar a natureza, pedindo ajuda? Qual a decisão? Que atitude mais correta a ser tomada diante daquela angustiante situação? Partir para uma atitude pró ativa? Sim, mas isso não poderia ser uma empreitada para um homem só. Teria que ser fomentado um movimento coletivo, de difícil acontecer, considerando a comunidade restritiva de recursos financeiros, com limitado nível de instrução, consequentemente, de pouca iniciativa. Ademais, tudo isso exigiria uma grande dose de ousadia, sentimento este pouco utilizado. A família de Chico Victer, por circunstâncias da vida, foi obrigada se deslocar para um local um pouco afastado da vila de Aldeia Velha, chamado “Imbê”, uma pequena serra cercada de mata virgem por todos os lados. Ele perdera um pequeno comércio de “secos e molhados”, um tipo de armazém, bem dentro da vila. Chico por não ter nunca possuído um perfil de comerciante, tampouco não saber lidar com os negócios de compra e venda, foi levado a um inevitável prejuízo. Seu temperamento de homem bondoso, se sentia feliz sempre quando convidado para tocar sanfona nas festas, nos bailes. Em decorrência dessa lamentável perda comercial, foi obrigado submeter seus familiares a uma vida franciscana. A nova moradia, casa modesta, não tinha vizinho próximo e para se chegar até à vila demandava percorrer 1 hora à cavalo. Ao lado da casa, corria um riacho cujas águas vinham da mata, e quando chovia, facilmente transbordava. Era um natural obstáculo que dificultava a travessia, de pedestres, até mesmo em certas circunstâncias impedia a passagem, inclusive até de animais. Em determinadas ocasiões, o cavalo bom nadador, se recusava a atravessar dada a correnteza formada pelo volume e força da água. Os moradores viviam então da plantação de bananas, mandioca e outros produtos. O local era propício à vida de répteis, considerado paraíso das cobras. Era absolutamente necessário manter um permanente alerta, um cuidado preventivo dos possíveis botes e picadas dos ofídios venenosos. 87


A mais temida, “jararaca dorminhoca”, que ficava enrolada como se estivesse dormindo, atacando o transeunte de surpresa. Tanto Chico quanto os filhos foram diversas vezes mordidos, mas nunca pela temida jararaca. Agenor traz na perna esquerda, um extensa cicatriz, resultado de uma forte lesão causada por mordida de cobra, não venenosa que muito tempo demorou para cicatrizar. No perímetro de 1km havia uma escola primária com recursos precários, onde as crianças da casa e de outras mais distantes frequentavam, sob a tutela de um zangado professor primário de origem alemã (como pode?). A principal forma de argumentação e convencimento do mal humorado mestre, era o uso da palmatória, que ele fazia sem muita parcimônia. Além da exigir dos alunos um adequado comportamento disciplinar, o indesejado (?) Professor punia frequentemente aqueles que não tivessem entendido o conteúdo de suas explicações, aplicando-lhes castigos diários. Por este estilo draconiano do professor, quando o dia amanhecia chovendo, dificultando ou impedindo a travessia do riacho, a alegria tomava conta da molecada, na forte possibilidade de se livrarem do compromisso escolar. Mesmo sabendo que haveria a contra partida de trabalharem duro na roça, havia alegria. Não obstante esse ambiente escolar pouco acolhedor e de péssimo envolvimento psicológico, Agenor conseguiu aprender os conhecimentos fundamentais de aritmética, da linguagem e da escrita (língua portuguesa). (o Professor não era alemão?). Desenvolveu com relativo sucesso a caligrafia bem desenhada, pois dava muito valor à letra bem definida, bem desenhada, legível, pois quem possuísse a chamada “letra bonita”, teria maior possibilidade de conseguir emprego. O ambiente para um adolescente, ou um jovem adulto, era desalentadora. Por isso, João Agenor Victer, morador do Imbê, próximo à Bananeiras, trabalhando duro na roça com seus irmãos e irmãs, sem vislumbrar um futuro próximo bem definido e não podendo ele próprio resolver o problema de sua comunidade, imaginou construir agora seu próprio destino. A casa do Imbê abrigava seus pais e irmãos, Constantino (falecido), Maria, Isaura, Zenith, o cunhado Moraes e ainda o irmão caçula José Victer. Todos trabalhavam juntos na roça, capinando, plantando e colhendo. Agenor, desde muito novo, sempre foi o peão da casa, ele próprio assumira a condição de responsável por tudo, pelo fato de considerar uma obrigação do primogênito. Fazia as compras na vila, bem como levar os produtos colhidos para vender, ovos, animais, carne de porco, e outros produtos sendo todos apreciados pela freguesia. O somatório da venda totalizava toda renda familiar. 88


Depois da ida para a serra do Imbê, Agenor se tornou o principal elo de contato da família com o pessoal da vila de Aldeia Velha, como verdadeiro representante. Suas idas e vindas na Vila, se faziam a cavalo, ou então utiliza também as mulas quando precisava levar maior quantidade de produtos. O cavalo era o principal meio de deslocamento, tanto para o trabalho quanto para o lazer. Se tornara, um exímio cavaleiro. À noite, subindo a serra, cavalgando com cuidado pelos barrancos, na escuridão, era intermitentemente iluminado pelo luar, que refletindo nas folhas espelhadas das bananeiras, desenhavam possíveis vultos. Estas mesmas folhas, balançando ao vento, produziam ruído característico, que, associado aos demais ruídos existentes do local, dos sapos, grilos, insetos e outros animais noturnos, compunham uma sinfonia histriônica a acompanhar o Cavaleiro. Esse era um cenário habitual que Agenor se defrontava em sua caminhada de retorno, após uma noitada de sanfona e baile.

Os genitores Seu pai, (Chico) Francisco Victer, nascido em 1887, gêmeo de Celestino Victer, filho de Constantin Wicht e Marie Louise Jecker (também grafada como Iecker ou Yecker, filha de Joseph Jecker e de Marie Eufrásia Nidegger. (Referência na pág. 713 do livro “Imigrantes de Henrique Bon”), era o mais requisitado sanfoneiro dos bailes da região, o que ele fazia com muito prazer. Sua atuação como músico era estimulada por alguns goles euforizantes de bebidas etílicas. Esse alegre “pagamento” do serviço de sanfoneiro, fazia a esposa Elvina, ficar contrariada, por achar um hábito indesejável, e jamais poderia acontecer em sua casa. Por isso, o sanfoneiro sempre alegava um motivo para ir à rua, com objetivo de saborear alguns goles preciosos, ou seja, “matar o bicho”. Portanto Chico, era de temperamento dócil, um homem bondoso no trato, de poucas falas, fazendo sucesso com a criançada, pois nada era proibido, e nada censurava. (tipo sociável de pouca inspiração comercial, haja vista seu insucesso como comerciante , em passado recente). Elvina Nancy Egger Victer, esposa de Chico, nascida em 1890, descendente da família Egger, filha de João Francisco Egger e Mariana Carolina Péclat, ao contrário do marido, era uma mulher de atitudes inflexível nas, tendo recebido uma educação rígida, que a fez seguir fielmente os valores de uma intransigência ética e de um conceito de moral pétrea, que constituíram o traço marcante de

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sua personalidade. Vai se manter assim, até o final de sua vida, como exemplo de rigidez. Esta forma de ser, de comportamento irrepreensível, foi transmitida ao seu primogênito de forma tão intensa, que ambos se mantiveram fiéis à esta filosofia de vida, sem nunca terem se afastado das linhas principais. Francisco Victer (Chico) nasceu em Aldeia Velha em 1887, faleceu em SG em 1973, filho de Constantin Wicht e Maria Louise Jecker, Irmão gêmeo de Celestino Victer, casado com Elvina Egger, pai de João Agenor Victer. Elvina Nancy Egger, nasceu em Aldeia Velha em 1890, faleceu em SG em 1973. Filha caçula de João Francisco Egger e Mariana Carolina Peclat, mãe de João Agenor Victer. Francisco Victer (Chico) nasceu em Aldeia Velha em 1887, faleceu em SG em 1973. Filho de Constantin Wicht e Maria Louise Jecker, Irmão gêmeo de Celestino Victer , casado com Elvina Egger, pai de João Agenor Victer. Elvina Nancy Egger, nasceu em Aldeia Velha em 1890, faleceu em SG em 1973. Filha caçula de João Francisco Egger e Mariana Carolina Peclat, mãe de Agenor Victer

No livro “Imigrantes” de Henrique Bon, na página 711, há referências sobre ascendência de Elvina Egger, com as seguintes considerações: François Nidegger, sapateiro, francófono, católico, passageiro do navio Daphé, chegou à Colônia de Nova Friburgo na primeira imigração, em 1819/1820. Deixou uma expressiva descendência cujos membros assinaram sobrenomes grafados de algumas formas diferentes, derivado de Nidegger: Nidec, Nideck, Nidecker e finalmente Egger. Um dos seus filhos mais jovens, João Francisco Egger, veio a se casar com Mariana Carolina Peclat, tiveram 9 filhos, sendo a caçula de nome Elvina Nancy Egger, que viria se casar com Francisco Victer. Na página 713 há referência sobre Maria Eufrásia Nidegger, que se casou com o imigrante suíço Joseph Jecker e tiveram uma filha de nome: Marie Louise Jecker, que viria se casar com Constantin Wicht. Pode-se observar que existe um a estreita ligação entre as famílias Victer e Egger, com forte importância histórica matrimonial.

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Nonô: O cavaleiro de Aldeia Velha João Agenor Victer, alguns o chamavam de Nonô, a maioria de Agenor, raramente de João. Por possuir temperamento idêntico ao da genitora, e ambos com mútua empatia, consequentemente se tornaram confidentes desde de sempre. Abertamente era o filho preferido, não por questões de mãe/filho, mas sim por total entendimento dos nobres sentimentos humanos, que ambos possuíam. Elvina não conseguia ficar um dia sequer, sem estar pessoalmente com o filho, sem conversar, sem pedir-lhe opinião sobre qualquer assunto, ou tomar conhecimento dos fatos ocorridos ao longo do dia. Era um diálogo quase que permanente, diuturno. Não havia segredo, nem assunto proibido, tudo poderia ser abordado, se restrição. Na verdade, a vida de todos naquela casa era transparente, os assuntos se fazem comuns, um relacionamento familiar sólido de características quase tribais, mas dentro de um comando respeitoso matriarcal. Mesmo dentro desse clima familiar, de carinho e companheirismo, a situação externa da vida, era desalentadora para aquele jovem adulto. Foi assim que João Agenor Victer, morador do Imbê, próximo à Bananeiras, trabalhando na roça com seus irmãos, não vislumbrando futuro definido, e não podendo, ele próprio, resolver a problemática da sua comunidade, pensou em mudar radicalmente seu destino. Se alcançasse uma situação profissional definida, haveria chance de conseguir algo para os outros, também. Dentro deste pensamento, começou a arquitetar um plano de ação. Era difícil para ele idealizar um plano às escondidas, e ainda mais, sem cometer erro. Fazer tudo, evitando que a mãe viesse a desconfiar, jamais poderia supor que o filho pudesse estar planejando uma estratégia tão radical. Estava convencido que seria necessário emigrar para um local promissor de emprego, oportunidade de trabalho, para conquistar novos caminhos. A percepção desses possíveis fatos deixaram de ser abstratos para se tornar realísticos. Contudo se o plano fosse revelado, mesmo provando ser factível, com resultados benéficos a todos, mas mesmo assim, certamente a matriarca não iria concordar. No âmago do pensamento materno, contrariando toda lógica e o bom senso dentro da realidade, a ausência do primogênito, seria inadmissível. Ao imaginar como seria a reação de Elvina, a possibilidade de uma chantagem emocional, não estaria descartada. A admiração materna é entendida do ponto de vista psicológico, dado os inúmeros predicados de ser humano, que o filho era possuidor.

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Sem dúvida, Agenor era uma pessoa especial, diferente dos demais, pela conduta, atitude, comportamento, sobretudo pelo carinho que sempre dispensou a todos, cobrindo-os com uma capa de proteção. Essa concepção de Elvina poderia estar exacerbada, mas aquele jovem realmente era portador das qualidades descritas. De qualquer forma, a força do amor materno vence a razão, sendo superior a qualquer programa de sobrevivência familiar. Por isso era obrigatório manter o segredo do plano. Naquele ponto de evolução das providências tomadas, algumas até já executadas virtualmente, e outras ainda no nível de serem realizadas. Haviam algumas tarefas a cumprir. O cenário geral estava nebuloso, mas não havia jeito de recuar. Alea jacta est! Contrariando seu coração, mas agindo na direção da lógica, com total racionalidade e pragmatismo, sem que ninguém suspeitasse, decidiu por fim, sair de casa, à procura de uma solução. Até aquele momento, ninguém ainda soubera do plano, talvez algum segredinho com suas irmãs. Dentro do núcleo de pessoas simples, sem ambição, num clima de conformismo, situação comum naquela época, muito semelhante a outros núcleos familiares conhecidos, que aceita tacitamente os ditames da vida sem oposição, esta atitude a ser tomada por Agenor, irá representar uma mudança de paradigma, com inevitável repercussão em toda à comunidade. O otimismo acenava uma mudança melhor de vida. Nos dias atuais, esta decisão seria algo tão banal e tão corriqueiro, que não seria sequer mencionada. Mas para se compreender as dificuldades vividas pelo jovem Nonô, há necessidade de projetar retroativamente uma visão na vida social da década de 1930, para voltando no tempo, possa avaliar as dificuldades da época, bem como fazer um julgamento às pessoas. Há de se entender os fatos, sem condenação ou crítica aos personagens, pois a vida daquela comunidade se restringia à uma “ilha social”, uma verdadeira “bolha” circunscrita pela Vila de Aldeia Velha com seu entorno. Imagine-se o grande esforço interior, desenvolvido por Agenor! Diante dos conflitos vividos por ele próprio, assumindo toda consequência do ato, movido por uma ousadia, resgatada do seu interior, deu sequência aos fatos. Nunca tivera antes esta atitude, pois seu perfil era conhecido de moço cordato e conciliador. De tudo, o que mais lhe incomodava era não poder compartilhar aos seus familiares os motivos e razões do seu iminente gesto. Ter de conviver, sem demonstrar qualquer indício de arrependimento dos seus atos, caso viesse o fracasso. 92


Criou uma estratégia, com logística, anunciando uma visita à casa de parentes na cidade de Nova Friburgo para resolver assuntos relativos ao Exército Brasileiro, cuja situação militar estava irregular. Esta “encenação” lhe custou um elevado preço emocional, com grande perda de energia, pois jamais tivera mentido pra alguém, mormente à sua mãe. Sentia dentro de si a nítida sensação de traição, como se fora uma pessoa não confiável. Quase que escondido, partiu do Imbê para alucinante aventura, como se fosse um cavaleiro audaz, trilhando uma mata desconhecida. Ao considerar os dias atuais, esta jornada seria feita sem qualquer mistério, sem qualquer dificuldade. Entretanto, em Aldeia Velha, no ano de 1933, tempo em que os meios de comunicação eram ridículos, o acesso telefônico era inexistente, os jornais quase não eram encontrados naquela região, restava somente as cartas pelos correios. Desde o momento da decisão ao da ação efetiva, o tempo transcorrido foi uma eternidade. A expectativa aumentava e os dias fizeram crescer a ansiedade. Perto estaria a hora da partida e na bagagem carregava a certeza da conquista, na mente a esperança da vitória. Sabia que uma segunda chance seria impossível, se não lograsse sucesso, o passaporte de volta não existiria. Seria o mesmo que o desterro. Era vencer ou vencer.

A fuga? Com o coração apertado, e a responsabilidade de uma tonelada nas costas, estava excitado, mas as mãos firmes para segurar as rédeas do futuro, partiu finalmente o Cavaleiro de Aldeia Velha para sua viagem sem volta. Agenor desconhecia, e nem nunca viria tomar conhecimento, da trajetória de vida realizada por um dos seus ascendentes num passado distante, quando da vinda para o Brasil. A vida com seus sortilégios, iria interromper a jornada de Agenor, quando, numa fase madura bem a frente, deixou de conhecer seu passado. Ele não sabia, e nunca viria a saber, que o patriarca da família, Joseph Wicht, teria agido ao emigrar em 1856, diante de uma pátria em crise econômica e falência familiar, de forma corajosa e decidida. Nada poderia ser pior, para o suíço do que aquela fase da emigração. Os seus cinco filhos menores sem a mãe para acalentá-los, pois falecera meses antes. Os negócios tinham fracassados recentemente. Seu estado psicológico estava depressivo, tomando conta do corpo e da alma. A viagem com destino desconhecido, com futuro incerto. Mas mesmo assim, vislumbrou um mundo promissor, por isso se atirou nessa formidável aventura de emigrar para o Brasil.

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Joseph Wicht, suíço do Cantão de Fribourg, natural de Praroman, da freguesia de Montèvraz, de língua francesa, veterinário autodidata, emigrante aos 49 anos de idade, aceitando o convite para ser veterinário na Fazenda Announciade, do colono suíço de Fribourg, Jean Auguste Stoecklin. Em proporções bem menores, num universo geográfico e familiar muito mais restrito, estaria a Vila de Aldeia Velha repetindo na década de 1930 o mesmo ciclo suíço? Com as mesmas dificuldades financeiras ocorridas na Suíça, em 1816/1818 ? Estaria João Agenor Victer repetindo, em 1933, inconscientemente a mesma trajetória de Joseph Wicht feita em 1856? A título de avaliação histórica existe a tentativa de produzir uma conexão entre estas duas jornadas, bem como em relação a viagem desses dois homens, cujos propósitos podem ser considerados idênticos, mas em escalas diferentes de dificuldades. Afinal o suíço enfrentou obstáculos bem maiores seria possível tentar fazer uma comparação, abrangendo diversas situações dos dois episódios? Condições geográficas, familiares, pessoais, psicológicas? No mundo do imaginário, onde tudo é possível, seria viável encontrar um eventual elo de conexão histórica? Essas duas condições referidas, bem como os dois personagens aludidos, poderiam se confundir, se confluindo metaforicamente numa mesma história de vida?

Os Moradores de Aldeia Velha Após o ano de 1823, muitos dos primeiros colonos suíços, após as fracassadas tentativas de revitalizar a Colônia de Nova Friburgo, decidiram fazer uma expansão para outras localidades com melhores terras, pressupostamente com condições agrícolas mais atraentes. Realizaram a transmigração para outros lugares distintos. Atraídos por terras consideradas mais apropriadas ao plantio do café. Foram em direção ao norte ou regiões mais distantes de Nova Friburgo, estavam os colonos Boechat, Poubel, Combat, Tardin, Rimes, Emmerich, Stutz, Sardenber, Juillerat, outros. Para Bom Jardim foram Berçot, Bohrer e Monnerat. Nessa onda foram também alguns colonos alemães, como Brust, Erthal, Heckert, Miller, Schott. Por isso houve uma mistura de informação confundindo os suíços com os alemães, no entanto é muito importante saber diferenciá-los.

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Para o leste, esses movimentos transmigratórios se dirigiram para novas promissoras paragens de São Pedro da Serra, Lumiar, Barra do Sana, áreas próximas aos rios Macahé e São João, regiões consideradas preferidas por serem quentes e adequadas para o cultivo do café. Dois exemplos marcantes foram os imigrantes: Claude Marchon e Jean Auguste Stocklin. O guia espiritual e religioso dos colonos suíços, o Padre Jacob Joye decidiu ir para São José do Ribeirão no ano de 1841, por problema de relacionamento com a colônia alemã, se exilando lá até a sua morte em 1866, com 75 anos de idade, amargando seu desapontamento de não ter concluído com êxito sua missão em Nova Friburgo. O núcleo fundamental de moradores de Aldeia Velha foi oriunda de descendentes suíços, daqueles que haviam se deslocados mais para baixo, descendo mais ainda a serra, atingindo as margens do rio Aldeia Velha. Entre estes, certamente estavam Constantin Wicht e sua prole. Outros grupos de famílias de colonos e, assim foi se formando a vila de Aldeia Velha. Acresce o fato de muitos não descendentes também vierem engrossar a população. Nas cartas de Stocklin é relatada a ocorrência comum, de deserções de empregados e de colonos de uma fazenda para outra. Desta maneira, algumas famílias se estabeleceram em regiões em torno do Sana e se espraiou para Aldeia Velha. Tudo leva a crer que o núcleo inicial e central da população desta vila, tenha sido constituído na maioria por colonos suíços e somente alguns de origem alemã. Bem explícito no painel em homenagem a algumas famílias fundadoras.

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Como a comunidade de moradores da vila e do seu entorno, não era numerosa, havia concentração de membros de mesmas famílias, com densidade populacional de parentes entre si. Os casamentos que aconteciam ao longo do tempo, tinham como nubentes, pessoas desta mesma restrita população. Consequentemente, essas específicas uniões matrimoniais faziam dos noivos terem seus futuros filhos, obrigatoriamente parentes consanguíneos. Como a mobilidade das pessoas era limitada, os meios de locomoção precários, naturalmente ocorria o fenômeno social de isolamento urbano. Novas amizades custavam a surgir, poucos eram os novos contatos, o relacionamento social pouco abrangente. Uma população quase “fechada” por questões circunstanciais e o crescimento populacional decorria principalmente pelo farto número de filhos, fato comum nas famílias suíças, daquela época. Os casamentos de irmãos (masculinos e femininos) de uma determinada família, com irmãos (masculinos e femininos) de uma outra família vizinha proporcionavam um fato peculiar: famílias constituídas de primos/irmãos verdadeiros, consanguíneos entre si. Talvez nisto possa estar a explicação da forte semelhança física e fisionômica de muitos descendentes, bem observada quando do Encontro da Família, na presença de quase uma centena de membros, como também nas fotos apresentadas, pois são muito parecidos. Importante assinalar, que jamais houve alguma ocorrência de caso de incesto. Certamente por um forte rigor ético, calcado num profundo respeito religioso, uma vez que os colonos suíços e seus descendentes, sempre cumpriam a risca essa proibição. Também se preservava o costume de somente se acasalar sexualmente após o casamento. A virgindade feminina é uma condição de honra à família católica, que evidentemente deixou de existir como tal, ao longo dos anos com a modernidade.

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Chegada a São Gonçalo João Agenor Victer decidiu deixar sua casa no Imbê, Aldeia Velha, para fixar residência no município de São Gonçalo, no ano de 1933. Era primavera, o trem Expresso da Leopoldina Railways tinha saído da estação de Campos dos Goytacazes, às 07h da Igreja Matriz de São Gonçalo do Amarante manhã, parou na estação de Indayassu, às 15h, embarcando nele um jovem desconhecido passageiro, com horário previsto de chegada às 20h na estação de São Gonçalo (Tamoios). Os passageiros, na maioria constituída de homens, muitos deles vestidos com um avental branco, chamado na época de “guarda-pó”, uma capa longa, de tecido de algodão comprida até as pernas, comumente usada pelos viajantes, afim de proteger suas vestes da incessante onda de poeira, companheira inseparável durante todo trajeto de 200km. O referido passageiro de 26 anos de idade, de cor clara, pele branca, face avermelhada, solitário, vestindo um terno de brim bege apertado, carregando uma mala de +/- 80 cm de tamanho, confeccionada em papelão duro e amarrada por uma correia de couro, visivelmente nervoso. Seu olhar preocupado, atento a tudo, saltou do comboio, assustado à noite, procurando alguém ou alguma coisa, ficou estático por um curto período de tempo na plataforma até tomar uma iniciativa de sair. De súbito uma paralisia momentânea se apossou de todo seu corpo. Estava frio? Quente? Não sabia ao certo, sua capacidade de avaliação havia sido bloqueada, naquele momento. Estava totalmente atônito. Ontem mesmo estava em sua casa, lá no Imbê. Hoje seus pés estavam no ar. Esse momento sentiu seu rosto molhado de suor, porém, abriu bem os olhos, estava voltado à realidade. Reassumiu ao normal. Deu passos pra frente, caminhou sem direção determinada, e se informou onde ficava o Rodo de São Gonçalo.

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Não tinha dormido na noite anterior, mas mesmo cansado, com sono, estava ativo, lúcido, porém excitado ante a expectativa dos acontecimentos que adviriam a partir daquele momento. Tudo, seria novo, diferente. Durante a caminhada, ao longo da extensa rua Feliciano Sodré, havia uma calçada de paralelepípedos de aproximadamente, 3 km de distância da Praça do Zé Garoto ao Rodo de SG. De onde desembarcou, Estação Ferroviária dos Tamoios até o Rodo de São Gonçalo, passou em frente a diversos locais e prédios que fariam parte do cenário de sua vida no futuro. O Hospital de São Gonçalo, o Pronto Socorro, a Igreja Matriz de São Gonçalo do Amarante, o Asilo Amor ao Próximo, a Associação Comercial, os Cartórios, o prédio da Prefeitura, Legião Brasileira de Assistência LBA, etc. As portas de aço dos principais estabelecimentos comerciais estavam arriadas, fechadas, somente poucos botequins abertos, uma vez que já passava das 21h, e naquele tempo, esta hora da noite já era considerada tarde para se permanecer acordado, até mesmo para o lazer, mas sempre existem pinguços noctívagos “perdidos nos bares”. Queria apressar seus passos para logo chegar ao destino. Mas, para quê? Talvez devagar fosse melhor, para amortecer o tremendo impacto psicológico de sua primeira vez longe de casa, e agora, de forma definitiva. Na sua cabeça desenrolavam todos os momentos vividos nas semanas anteriores, desde a decisão de emigrar sozinho, os preparativos, as providências pessoais e as tomadas de decisões feitas às escondidas dos familiares. Tinha chegado ao destino programado: o centro de São Gonçalo, o Rodo. E agora? Onde ir? Onde ficar? Como fazer? Novamente teve sua mente invadida pelas cenas vividas desde o momento da partida, entrelaçando-se com as dos dias de ontem e hoje. Juntamente com as passagens de sua vida rotineira na roça. Essas imagens, apareciam várias vezes em sua mente, mas logo se dissipavam. Esse conjunto de cenas seguidas, formavam um enredo confuso, desenhando numa história sequencial sem fim, como se fosse um filme mudo, em preto/ branco.

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O Rôdo O denominado Rôdo de São Gonçalo, oficialmente Praça Dr. Luiz Palmier, estava praticamente deserto, sem árvore, sem enfeites, aspecto frio em sua decoração sem detalhes, adornado simplesmente por alguns A foto acima mostra o Rodo de São Gonçalo, nos dias atuais. postes cujas lâmpadas Ali os bondes faziam o retorno, produzindo uma volta de 360º emitiam uma luz fraca, retornando a Niterói. amarelada, visualizando os bancos de cimento armado dispostos no canteiro central, e onde se assestava um pequeno coreto. A primeira fase da caminhada tinha sido completada sem qualquer incidente. Ninguém soube como teria sido sua primeira noite em SG, talvez estivesse tão cansado, entorpecido pela sucessão dos acontecimentos que não se deu conta como o tempo fluiu. Na manhã seguinte, tratou de alugar uma cama numa pensão próxima ao Rodo, e sem perda de tempo foi ao encontro do seu primo Luiz Thiago Egger Iecker (3ª Geração), neto do casal Joseph Jecker e Maria Eufrásia Nidegger (Egger), em busca da ajuda pretendida, ou prometida, que acabou não se consumando naquele dia. Um dos motivos da escolha dessa localidade, foi o primo empregado numa loja de fazenda, se mostrou solícito em orientá-lo, que tornaria o caminho menos espinhoso, dando-lhe a expectativa de conseguir emprego. Porém, não aconteceu exatamente o esperado, o que lhe causou certa irritação, lhe deixando preocupado, talvez desapontado. Alguns dias se passaram, sem qualquer definição empregatícia, as suas reservas financeiras, absurdamente limitadas, estavam se extinguindo. Logo, Luiz Thiago Iecker teve então a oportunidade de apresentá-lo ao proprietário do “Café Beija Flor”, um galego da cidade de Orense, Galícia, Espanha, chamado Fidalgo Santiago, cuja linguagem verbal era muito complicada, às vezes compreendida, outras vezes mal entendida, pois além de falar com o cigarro à boca, sua dicção era complicada, difícil de compreender as palavras, pois se

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expressava num portunhol todo especial. Dizia que só os portugueses “vurros” trocavam a letra “B” pela letra “V”, e repetia sempre, o galego vaidoso de sua etnia, ficando furioso quando era confundido com se fora lusitano. Com este patrão, Agenor foi admitido para fazer trabalho de múltiplas funções. Imediatamente, alugou um pequeno quarto nos fundos do botequim. Diariamente se levantava de madrugada para abrir o estabelecimento, lavar o chão, arrumar as cadeiras, as mesas, fazer o café, ferver o leite, etc. O “Café Beija Flor” ficava num dos pontos mais estratégicos do Rôdo, com duas portas largas, com 12 mesas de tampo redondo de mármore branco, com pés retorcidos de ferro e pintados de verde escuro. No detalhe, um pote de louça com açúcar sobre cada mesa, cadeiras de palhinha, um paliteiro, um saleiro, e um cinzeiro, o tabagismo era muito apreciado. Ao fundo, um balcão extenso onde se assentava uma grande pia para lavar os copos, pratos e talheres, etc. Por debaixo do balcão ficava a geladeira com as garrafas de cerveja, água, guaraná e mercadorias perecíveis. Um pouco mais ao lado, a imprescindível máquina de fazer café e uma cesta de ovos cozidos, coloridos de vermelho e amarelo. O grande balcão se dobrava em ângulo reto numa extensa vitrine exibindo os doces, balas e outras guloseimas. Na parede ao fundo e no alto, bem destacado, estava o relógio com os ponteiros bem visíveis, na parte inferior do relógio de parede, um pequeno colibri confeccionado com tecido colorido, em alto relevo, com as asas abertas e o bico sugando o néctar de uma flor vermelha. O passarinho conferia o nome ao bar. Era um típico botequim da época. A frequência dos fregueses, muito intensa, e alguns muito fiéis ao bar, comparecendo diariamente para beber, comer ou simplesmente conversar. O movimento dos fregueses se fazia intensamente, tanto na parte da manhã quanto à noite, e funcionava como um clube social, com seus inúmeros “sócios”. O Galego tinha o hábito de ficar sentado em uma cadeira alta, atrás do caixa, observando, assistindo e controlando a entrada do movimento financeiro. Como empregado do Café Beija-Flor, Agenor teve a oportunidade de conhecer dezenas de pessoas, funcionários dos bondes - motorneiros, condutores, fiscais e dezenas de outros fregueses de diferentes localidades, e distintos níveis sociais, desde gente simples, humildes, até homens importantes, com destacada posição social. Criou um bom relacionamento com todos, ficando conhecido por sua aplicação e dedicação ao trabalho.

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Os bondes Os bondes eram os street cars ingleses (ou americanos), com vagões construídos de ferro e madeira, com vários bancos, coletivos de cinco lugares possuindo rodas de aço, correndo sobre trilhos também de aço, tendo na parte superior do vagão uma alavanca presa no teto que se auto fixava, em contato com o cabo de força, transmitia a energia elétrica necessária para fazer os bondes se locomoverem. Bondes assim chamados, talvez por uma tradução errônea, da palavra bond pois a empresa inglesa lançou no mercado títulos “bonds”. Os bondes pertenciam à empresa Companhia Cantareira Viação Fluminense (CCVF), braço do conglomerado empresarial inglês, que compunham também os trens da Leopoldina Railways e as Barcas que faziam a travessia Rio-Niterói. Os ingleses faziam cumprir dentro do possível uma integrada compatibilidade de horários, nas chegadas e partidas desses diferentes veículos dos três tipos de modal de locomoção. Os principais meios de transporte na época pertenciam as empresas inglesas, as linhas de bondes ligavam Niterói à São Gonçalo faziam o trajeto por duas vias distintas, uma por Via Porto Velho, e outra por Via Sete Pontes, com numerosa frequência de chegadas e saídas. Existia uma linha especial de curto trajeto, do Rodo de São Gonçalo ao Rodo do Alcântara, que era um bairro ainda incipiente. A palavra “Rodo” se deve ao fato dos bondes fazerem um contorno de 360 graus, dando uma volta completa para retornar. Neste local, determinavam o ponto final das linhas e obviamente, também seria o ponto inicial. A competição com os ônibus era com nítida vantagem para os street-cars, eram de preço barato das passagens, e eram numerosos. A demanda de passageiros acentuada, e praticamente todas as classes sociais utilizavam os bondes, como fácil opção de transporte, até por serem numerosos. Todo esse fluxo de pessoas que utilizava os bondes era freguês em

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potencial do tão conhecido botequim, e os bondes ficavam parados por algum tempo no ponto final, exatamente em frente ao Café Beija Flor. Isto ensejava ao local ser um verdadeiro ponto de encontro, e tudo acontecia ali. As conversas surgiam, as discussões se acaloravam, as apostas se faziam, os assuntos afloravam, sendo intermináveis as conversas e os encontros renováveis. Foi neste contexto que Agenor começou a conhecer melhor as pessoas, a interagir com a cidade e, principalmente, se fazer conhecido. Salário pequeno, carga forte de trabalho, jornada longa, forma dura de trabalhar, mas estava acostumado à pressão, resistia a tudo com galhardia. Mesmo porque, ou era aquilo ou era aquilo, não havia opção. Embora estivesse sempre cansado, estava feliz por ter encontrado a situação para executar o plano arquitetado. Ou seja, construir uma nova vida com perspectivas de futuro próspero. Suas primeiras providências foram demonstrar a todos suas qualidades de trabalho, mostrar suas possíveis habilidades e apresentar sua clara condição de homem lutador, empenhado em vencer. Seu objetivo mais próximo, economizar, acumular um pouco de dinheiro para realizar suas imediatas necessidades familiares. Desde o primeiro salário, teve sua atenção focada no sentido de produzir uma reserva financeira suficiente que pudesse viabilizar seu planejamento. Sem desviar do seu objetivo, ter uma poupança e construir um patrimônio. Sabia das imensas dificuldades que esta sua missão exigiria, mas nada poderia afastá-lo do propósito. Em sua percepção realista da vida, programou que, aos 50 anos de idade, teria de conquistar as metas materiais, enquanto sua energia física e disponibilidade de tempo permitissem. Portanto, teria que correr. Muitos conceitos de vida adquiriu por si próprio, sem nunca ter tido alguém especificamente para orientá-lo, e esses mesmos conceitos devida, ele iria transmitir muito mais tarde, aos seus filhos, como verdadeiros ensinamentos de comportamento e conduta, condições pétreas formadoras do caráter. Além do pessoal dos bondes, passou conhecer pessoas socialmente mais diferenciadas, com horário especifico de frequentar o botequim, sempre na parte da manhã para tomar o tradicional clássico “café da manhã”, café com leite, pão e manteiga. Eram negociantes, advogados, comerciantes, contadores (“guarda livros”), além de funcionários da Prefeitura, entre outros. Foi neste plano de conhecimentos e de novas amizades que conheceu José Mariano Pereira da Costa, apelidado Juca Pataca, conceituado comerciante de secos e molhados (antigo armazém, embrião do supermercado), que 102


tinha observado naquele jovem balconista qualidades nobres de um homem, humildade no trato e altivez na conduta. Começou a apreciar seu trabalho e seu jeito de lidar com os fregueses. De um modo geral, não era comum encontrar tais características nos empregados de botequim. Rapidamente, Agenor começou sentir que seu nome vinha se destacando, crescia sua fama de trabalhador. Nunca faltou ao trabalho, dificilmente ficava doente, sempre se empenhou com afinco nas tarefas diárias, e finalmente, mostrava lealdade ao patrão. Não demorou para Juca Pataca fazê-lo amigo, embora tivesse bem mais idade, desenvolveu-se um bom relacionamento, mais do que um amigo, teria se tornado quase verdadeiramente um parente. A numerosa prole de Juca Pataca proporcionou para Agenor uma saudável interação social. Naturalmente surgiu o convite para ir à sua casa aos domingos, para o tradicional almoço familiar. As refeições na casa de Juquinha eram famosas pela qualidade e fartura, e mais ainda, pela alegria reinante dos comensais, composta de filhos, sobrinhos, noras, genros, amigos, vizinhos, quem mais viesse para ali se reunir semanalmente. As presenças das pessoas nos almoços dominicais tiveram incorporada a figura do jovem balconista, que encontrou nesse ambiente, o carinho familiar, carente desde a saída de sua casa. Juca Pataca arquitetou um plano para lhe apresentar à cunhada Amanda, uma moça magra, morena, de 18 anos, que nunca tivera namorado e que praticamente havia sido criada por sua esposa Clarice. A tarefa não foi difícil, e assim que aconteceu o primeiro encontro, houve muita cerimônia bilateral, mas logo se gostaram. (amor à primeira vista ?). Mas aquela moça já havia despertado atenção do balconista e a interferência de Juca Pataca foi uma complementação bem sucedida.

Residência de Amanda Ambos muito envergonhados marcaram num domingo de folga para Agenor ser apresentado aos familiares de Amanda, uma vez que não poderia continuar esta amizade amorosa, sem o consentimento da mãe Maria Cristina Pereira da Costa (Dindinha), possuidora da fama de mulher rigorosa. Ela residia com a mãe, irmãos, e algumas primas, num sítio afastado do Rodo de SG, numa localidade chamada Coelho ou Anáia, onde a família fazia o cultivo e produção de legumes, frutas, principalmente, laranjas, plantação de aipim e mandioca. Uma construção em anexo, uma “casa de farinha”, local da fabricação da farinha de mesa ou farinha de mandioca. Este produto se 103


constituía em uma das fontes de renda familiar e sua fabricação se fazia com muita frequência, utilizando a mandioca plantada em suas terras, considerada de excelente qualidade. O processo de produção da farinha de mesa era um trabalho prolongado e muito laborioso, que envolvia o ato de desenterrar as ramas das raízes da mandioca, colocá-las nos lombos dos burros, levá-las até a “casa de farinha”, em que todos membros da família, inclusive as crianças, participavam desse trabalho coletivo, descascando as raízes para depois levá-las ao rolete. Ao serem raladas, as raízes da mandioca se transformavam numa massa úmida que exala um cheiro fortíssimo, penetrante e incomodativo, nas narinas e dentro dos olhos, decorrente à auto-fermentação. Essa massa produzida pela raspagem da mandioca é levada para às prensas, fortemente amassada, espremida em vários tipitis e cestos feitos de palha, até atingir o ponto de ficar semi-sêca. O líquido extravasado, extraído dessa massa, será utilizado posteriormente para produzir outros mais produtos, como polvilho, biju, goma para passar roupa, hóstias de missa, etc. Essa massa semisêca é levada para secar completamente sob o calor de um forno aberto, até chegar ao ponto de se transformar numa farinha, num pó absolutamente seco. É um processo demorado, repleto de manobras e detalhes entrelaçados nos momentos e nos tempos para melhor aproveitamento. Somente assistindo e a companhando todo o desenrolar do ciclo da fabricação da farinha, é que se pode ter a noção exata desse laborioso processo de fabricação da farinha de mandioca. Fartamente utilizada na mesa de refeição do brasileiro comum, um dos itens mais preferidos da gastronomia popular, dificilmente ausente em seu prato. Tudo é feito de forma artesanal, que se repete há décadas, seguindo as mesmas técnicas utilizadas pelos veteranos, sabiamente transmitidas aos iniciantes, perpetuando desta forma, uma fantástica atividade rural produtiva. Se houvesse o devido retorno financeiro desse esforço despendido, e do trabalho empenhado, o preço mais justo da farinha de mesa, teria que ser bem mais elevado.

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Namoro de Agenor / Amanda A evolução do namoro do casal Agenor/Amanda estava em ritmo avançado, numa grande velocidade, ambos felizes por se terem conhecido. As grandes reuniões festivas eram ligadas à festas populares, como nas festas juninas, do dia de Santo Antônio, chamado santo casamenteiro. As moças faziam uma brincadeira de enfiar uma faca no tronco da bananeira e, ao sair a seiva de dentro da mesma, formaria uma letra, que seria a inicial do nome do amado ou do futuro marido. Qual não fora a decepção de Amanda quando, ao realizar o teste, formou-se a letra “J”. Embora soubesse que se tratava de uma brincadeira, um passatempo fugaz, ficaria feliz se a letra tivesse correspondido ao nome do escolhido. Mas ela não se deixou abater, e num ato de desdém, dissera que aquilo não podia ser certo, porque o nome do seu futuro noivo começava com a letra “A” de Agenor. Falava com convicção. Demorou algum tempo para que viesse a descobrir com alegria incontida que o primeiro nome do seu querido namorado, era João. O que a fez concordar que então aquela brincadeira tinha um fundo verdadeiro. Não se soube o motivo, que Agenor nunca se esforçou para ser chamado de João, provavelmente para não ser confundido com muitos outros “Joões”, prenome extremamente comum. Quando visitava a sua já então noiva, normalmente aos domingos, usava um enorme guarda sol, devido sua pele branca, bem clara, alva, com a face bastante avermelhada, sendo muito sensível à luz solar. O uso desse guarda sol servia de galhofa por parte dos futuros cunhados, e estes, por serem morenos, nunca sentiam os efeitos calóricos do sol tropical de São Gonçalo. Conforme já foi dito, Amanda frequentemente passava dias na casa de sua irmã Clarice, esposa de Juca Pataca, no Rodo de São Gonçalo, e agora mais do que nunca aproveitava toda oportunidade para fazê-lo, só assim, poderia se avistar com Agenor mais vezes. Ficaram noivando por cerca de 3 anos, num relacionamento afetivo crescente, extremamente sincero, ambos eram dedicados mutuamente. O trabalho de Agenor no bar perdurou por alguns anos, contudo não havia carteira de trabalho, contrato assinado, direitos empregatícios, bônus, vantagens, etc, atualmente hoje estaria tudo muito bem estabelecido, e nos dias atuais nada disso seria mais admitido. Tudo era verbal, cujos compromisso e obrigações das duas partes, se faziam somente com a palavra empenhada.

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Como soube guardar algumas economias durante todo esse período, estava preparado para possíveis desafios, entre eles, se tornar sócio de um botequim, uma vez que já tinha adquirido suficiente capacidade para ser patrão. O negócio realizado foi de forma “fiado”, maneira usual de fazer negócios na época, não havia transação bancária ou financeira. As compras e vendas eram feitas através da palavra, e por assinatura de promissórias, devendo ter alguém de respeito para ser o fiador, ou por papel assinado, ou por garantia. O crédito na praça permitiu fazer o negócio, mas honrar os compromissos iria exigir muito esforço. Foi uma empreitada dura, ousada. O tempo de trabalho no botequim lhe conferiu uma maturidade necessária à vida, dandolhe a oportunidade de se fazer hábil nos negócios. Contudo, mais tarde iria maldizer o negócio “botequim”. Este tipo de atividade profissional, é extremamente cansativa, estressante, tem no perfil do freguês uma característica desagradável, causadora de aborrecimento: o etilismo. Principalmente se referia àqueles usuários de bebidas alcoólicas em excesso, deixando-os inconvenientes. Uma situação corriqueira no botequim é a presença do embriagado ou bêbado. Acresce quando alguns fregueses relutam em efetuar o pagamento devido, alegando contas erradas, provocando contrariedade geral. As simples reclamações dos fregueses, eram muito variadas, desde “leite frio”, “comida sem gosto”, “prato sujo”, “pão dormido”, “demora no atendimento”, uma lista interminável de queixas, que com ou sem razão, sempre produziam mal estar. Isto acontecia diariamente, o que trouxe uma inevitável rejeição a este tipo de trabalho, acompanhada de um desgaste emocional. Um dos exemplos deste comportamento exigente dos fregueses de botequim se traduz no episódio comum observado no momento das refeições. Como bonificação gratuita às refeições, era colocada em cada mesa, um litro cheio de farinha de mandioca para ser servida em quantidade razoável, adicionando-a às refeições, quer a sopa, quer o prato de feijão. Porém, muitos fregueses se aproveitavam dessa cortesia, e usavam praticamente toda farinha contida dentro da garrafa para poder melhor “encher a barriga” e saciar a fome. Isto causava uma grande irritação em Agenor, que obviamente poderia ter prejuízo no final, pois um prato de sopa custava um preço diminuto, e a farinha oferecida como bônus, servia como um atrativo na expectativa de outros produtos serem consumidos.

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Um outro fato bem curioso se refere a crítica ao paladar das refeições, e diante de qualquer reclamação, não importando o motivo, o cozinheiro Sebastião, Tião Bolão, homem alto, obeso, da raça negra, tinha a instrução de ir à barrica de sal, enchia sua grande mão com o máximo possível de sal, colocando dentro do panelão de comida, mexia com força, e voltava a servir a mesma comida, agora com sal, sendo aplaudida pelos comensais como ótima. Afora essas habituais reclamações, havia o inevitável barulho provocado pelas conversas em alto tom, entrecortadas por gritos, discussões e verberações alucinantes. O clima de excitação é comum quando se juntam cinco ou mais pessoas numa mesma mesa, com liberação dos entusiasmos, a euforia contida se aflora sem qualquer censura do comportamento social, mesmo sem se importar como está o entorno, as mesas ao lado, e os demais fregueses. A falta de educação é inerente a esse tipo de ambiente, botequim, onde todos acham, que tudo é permitido. Quando os limites ultrapassam às discussões, a partem para briga corporal. Todo esse ambiente, essas cenas vividas por Agenor, ele as contou repetidas vezes para seus familiares e amigos. Prometera para si próprio que tão logo pudesse, mudaria de ramo de negócio.

Mesma viagem do antepassado Mesmo sem ter o real conhecimento das consequências do seu gesto, estaria Agenor inconscientemente, repetindo a saga do seu antepassado Joseph Wicht? Seguindo um linha especifica da linhagem genética, numa atitude atávica, imponderal, contrariando os fatos à luz da lógica e da razão, estaria igual ao bisavô? Obedecendo às inimagináveis forças a aprisionadas no seu interior, comandadas por energia do seu próprio organismo, essas ditas forças ao serem exteriorizadas, produziriam uma coragem ainda não conhecida por ele. Numa explicação distante da racionalidade, circunscrita a um mundo de pensamentos esotéricos, recheado de sortilégios, pode surgir uma conspiração familiar, independente da vontade de qualquer que seja, fazendo o “sangue Victer” ser transmitido, de forma dominante, a memória genética responsável pela força que se faz manifestar involuntariamente, quando de súbita vicissitude na vida. Uma coragem existente de forma latente dentro de si próprio, que pode ser desencadeada e transformada numa ação de invejável destemor.

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Sem entrar no mérito da lógica cientifica, poderia essa hipótese metafísica encontrar respaldo em algum substrato lógico dentro das possibilidades racionais? Seriam estas ações demonstradas claramente nas viagens de Joseph Wicht, em 1856, e de João Agenor Victer, em 1933, exemplos dessa tese mística científica? Uma composição bioquímica dentro do DNA, existente em pessoas pertencentes a determinado grupo familiar, cujo comportamento se assemelha aos seus demais “irmãos de sangue”. Estes, sendo portadores de específica aptidão, possuindo temperamento parecido, podem seguir exatamente seus antepassados, repetindo os mesmo atos de forma inconsciente, quer no terreno musical, artístico, científico, comportamental. Tudo resulta de uma memória genética, celular, bioquímica, que se repete nos descendentes, como alguns filhos que apresentam algumas aptidões semelhantes dos pais ou avós.

Casamento Emocionalmente, ainda tinha muita saudade da família deixada em Aldeia Velha, mas se convenceu que o mundo roda, e a vida continua. Partiu para outro desafio, um compromisso maior, e no ano de 1938, aos 31 anos de idade, para celebrar seu casamento com Amanda da Costa, de 21 anos, cujos padrinhos foram: José Mariano Pereira da Costa (Juca Pataca) e o primo Luiz Thiago Egger Iecker, aquele que o fez vir para SG.

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O casamento A união matrimonial foi extremamente favorável para ambos, pois passaram a levar uma vida mais tranquila e acolhedora. Havia um bom entendimento: ele correto, cumpridor das regras e compromissos; ela dócil e companheira, fazendo da convivência diária uma forma sensata de viver. Os primeiros anos de casados compreendeu o período da segunda grande guerra mundial, 1939, porém, no seu mundo particular, seus dias estavam sendo calmos com boa evolução, tanto ao nível familiar quanto dos negócios. Logo assim que nasceu o primogênito, Heraldo José Victer em 1939, o médico obstetra que foi responsável pelo parto, insistiu que o inscrevesse no I Concurso de Bebê Saúde do Centro de Saúde São Gonçalo, posto médico recém-inaugurado. O concurso era com o patrocínio da Nestlé*, que na ocasião estava penetrando com força total no comércio de leite industrializado, obviamente em detrimento ao aleitamento natural materno. Para encher de vaidade o médico e de orgulho os pais, o menino foi o vencedor. A notícia se espalhou por todo canto e, de certa forma, o casal ficou conhecido, deixando uma ponta de inveja às mães.

*Quis o destino através de um dos seus caprichos, que uma empresa de origem suíça estivesse contribuindo, embora involuntariamente, para o aleitamento de um descendente helvético. 109


Mãe de leite Amanda, a jovem mamãe não possuía leite suficiente para saciar a volúpia faminta de seu bebê. Contudo por uma feliz coincidência, foi afortunada por um episódio de amor, quase uma intercessão de ligações familiares. Dona Mulata, assim chamada carinhosamente a Sra. Maria Luiza Iecker, esposa de Luiz Thiago Iecker, (o primo de Agenor, responsável por sua vinda), estava amamentando uma filha de 2 anos de idade, de nome Maria Luiza Iecker (Lulu), que já não estava tão “apegada ao peito” não obstante a abundância láctea da mãe. Assim sendo, a solução da carência da jovem mãe, estaria sendo suprida pela existência de uma parente indireta doadora do precioso alimento infantil. O primogênito do casal se fartava duas a três vezes por semana, mergulhando verozmente no mar interminável do liquido suculento que lhe era oferecido, como um autêntico banquete. O leite materno é o mais extraordinário alimento para o ser humano, por conter todas as vitaminas, proteínas, enzimas da autoimunidade, etc. Dona Mulata, mulher extremamente saudável e alegre, embora com sobrepeso corporal, tinha o prazer de ser “mãe de leite”, pois lhe conferia o status de robusta, forte e rica de saúde. Ostentava esses adjetivos, com se fossem troféus, com muito orgulho. Durante todo tempo da vida, esse nobre gesto de doação ficou profundamente reconhecido, e a bondosa senhora se orgulhava de ter sido a “mãe de leite” daquele pequeno Victer, que no futuro bem adiante, iria retribuir com grande desprendimento profissional e humano, como seu médico particular. Na verdade, os gens, e as descendências se reuniriam, na incorporação dos elementos recebidos, vindo da mesma ascendência. Deva-se lembrar que Constantin Wicht se casou com Marie Louise Jecker em 1872, e são os tri-avós das duas crianças amamentadas, Maria Luiza Yecker (Lulu) e Heraldo Victer.

Visita ao Imbê Meses após, como programado, resolveram levar o menino para o restante da família conhecê-lo. O casal pegou o trem da Leopoldina Railways, desceu na estação de Poço d’Antas, e no lombo dos burros foram até a localidade do Imbê, em Bananeiras, na antiga residência que ainda moravam os pais e irmãos. O bebê, colocado num jacá, foi sacudindo pelo trotar do animal durante toda viagem, altamente sacrificante. Durante todo longo trajeto,

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a criança chorou sem parar, devido ao intenso calor, desconforto do jacá, e por estar com fome, dar mamadeira naquelas circunstâncias, era muito difícil. O clima quente do verão, os mosquitos e o cansaço contribuíam fortemente para aquele desconforto sem fim. Amanda, mãe inexperiente, aflita, não sabia o que fazer. Agenor tentava amenizar o problema, repetindo que já estaria chegando o destino, mas estava fora de suas possibilidades resolver a situação. Deveriam ter vindo em outra estação do ano, com menos calor. Mas uma decisão a jovem mãe tinha tomado em sua cabeça, convencer o marido a retornar tão logo fosse possível, esta atual visita, e dificilmente repetiria, pois estava antevendo quão inóspito seria o lugar. Claro que a inteligência inata da mulher não permitiria que declarasse tal desejo explicitamente às pessoas presentes, mas arquitetou em sua mente. Como poderia aceitar seu primeiro filho, ganhador de prêmio de bebê saúde, exposto à tamanha adversidade? Ambiental, consequentemente, um mínimo de conforto. Mas faltou-lhe forças suficientes para executar o que gostaria de fazer, e assim foi se adaptando às adversas condições. Não obstante estas queixas, a visita foi altamente produtiva, pelo carinho que foram recebidos, pela alegria reinante naquele curto convívio familiar. Que felicidade para todos, principalmente os pais de Agenor, tinha sido bem sucedido, vitorioso. No momento que adentrou à sua antiga casa, todos o aguardavam de pé, solenemente, foi saudado com gritos de entusiasmo, interrompendo um anterior silêncio que se fazia presente. Uma recepção calorosa, idêntica quando se recebe um autêntico campeão. Todos ali, não se viam há muito, nem mesmo no casamento, tiveram a oportunidade de comparecer. Foi uma emoção jamais vista, num misto de risos, choros e alegria. A bem sucedida jornada de Agenor, pertencia à família, enchendo de orgulho a todos, mas em especial aos pais, convencidos que o sucesso alcançado pelo filho, era muito merecido, por sua competência, perseverança, coragem e trabalho.

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Um novo compromisso A árdua missão de trazer os familiares A visita trouxe um forte alento aos residentes do Imbê, uma vez que o plano de levá-los para São Gonçalo estava em franco andamento, e deveria ser executado em breve. Desde daquele momento, o sinal de partida ficou acionado, e estaria próximo o dia D. A visita foi revestida como um estímulo e preparação para transferência de domicílio. Ao retornar à vida cotidiana diária e rotineira, no botequim e em casa, logo depois nasceu a filha Leda Maria Victer, em 1942. O parto realizado na própria residência, sendo que ao longe num outro cômodo da casa, estava o filho, então de 4 anos, que registrou em sua memória os vários detalhes da experiente parteira realizando seus movimentos e procedimentos habituais do trabalho de parto. O prosperidade pessoal decorrente ao progresso comercial fazia de Agenor um homem feliz, permitindo adquirir uma confortável casa, bem espaçosa com um imenso enorme quintal, quanto mais espaço seria adequado para atender às necessidades da família em expansão. Seu novo endereço, Av. Leopoldina, 387 (hoje é chamada de Av. Pres. Kennedy) em frente à linha férrea da Leopoldina Railways, não mais que 10 metros. Nessa nova residência, próxima do Rodo, havia terreno mais do que suficiente para construir acomodações adequadas para seus pais e irmãs residirem, que logo chegaram. Em 1945, no término da segunda guerra mundial, a casa ficou pronta, e a inauguração da mesma, coincidiu com uma grande festa da chegada ao Rio de Janeiro, dos pracinhas brasileiros, soldados combatentes que estavam retornando da Itália, após vitória dos aliados na II guerra. Portanto, os familiares do núcleo Agenor estavam residindo juntos, mas em casas separadas. Estavam próximos uns dos outros, numa convivência íntima, porem com total individualidade e liberdade de estar. Esta convivência compartilhada, naturalmente proporcionou uma inevitável intromissão na vida do casal, principalmente pela atitude competitiva da mãe com a esposa, que não se avolumou pela grande flexibilidade da esposa cordata, e mais amortecida pela posição respeitosa do filho. Amanda soube enfrentar situações difíceis, sabendo contorná-las sabiamente. Conseguiu intuitivamente fazer desta proximidade territorial, uma 112


forma harmônica de convívio afetivo, com os familiares do marido, mas o preço foi sua sempre concordância. Chico Victer, pai de Agenor, velho sanfoneiro animador de tantos bailes em Aldeia Velha, estava todo risonho, sem qualquer preocupação com o rumo da vida. Teto garantido, “jogo do bicho” liberado, escapulidas diárias para “molhar a garganta” ou “matar o bicho”, “tomar seus golezinhos”, estavam asseguradas. Para ele, tudo estava correndo bem, mesmo porque, não seria agora que iria se incomodar com coisas da casa, ou das pessoas. Na verdade, vivia a tranquilidade de um príncipe. As irmãs Maria Victer e Isaura Victer iniciaram suas costuras de fabricar calças e camisas masculinas, tornando-se rapidamente, as melhores calceiras da região, conquistando a preferência dos alfaiates gonçalenses. Conseguiram criar uma situação estável, cujo trabalho produziu rendimento financeiro favorável para se tornarem independentes. No imenso quintal da casa, Agenor fez plantação de uma produtiva horta de verduras folhosas, e diversos legumes, taioba, couve, alface, inhame, batata doce, abóbora, etc. As refeições estavam garantidas com abundância desses produtos. Chico e Elvina assumiram a condição de “cuidadores da horta”, isto lhes proporcionavam psicologicamente uma agradável sensação de recompensa por tudo que vinham recebendo, além de se sentirem úteis à família, estavam gratos ao generoso filho. Sem dúvida, era o reviver daquele ambiente do Imbê, despojado, simples, mas recheado de muito carinho e amor, recriando o cenário do antigo lar, trazendo Aldeia Velha para dentro de todos, principalmente para guardar no coração. No início da moradia da nova residência, Amanda começou a se importar com o barulho produzido pelos trens, e o elevado potencial de risco de acidente, uma vez que a estrada de ferro se situava incrivelmente a menos de 30 metros do limite frontal de sua casa. Tinha sido convencida pelo marido que o local era ótimo, perto do Rodo, perto do trabalho, as crianças teriam uma vida com mais liberdade e logo estariam precisando ir ao colégio que era bem próximo. Enfim, a argumentação foi suficiente para convencê-la. O espírito da jovem mãe sempre foi cordato, e com o tempo, passou a ter um convívio pacífico com os trens e o barulho deles. Os horários dos trens ultrapassavam de seis vezes por dia, produziam um ruído característico, pelo atrito das rodas dos vagões sobre os trilhos, emitindo um barulho intermitente nas junções dos trilhos. Para completar o conjunto de

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barulho causado pelos trens, tinham os apitos prolongados, ensurdecedores ouvidos dentro de um raio de 200 metros. A passagem do trem, quando observada pela primeira vez, causa desconforto de difícil acomodação. Na verdade, o cotidiano provava que dificilmente existia algum caso de acidente. Curiosamente, no decorrer dos anos, isto deixa de causar incômodo às pessoas que são residentes ao longo da via férrea, pois passa a incorporar como normais essas vibrações acústicas, mesmo com elevado grau de decibéis, tanto vale, para horários matutinos quanto noturnos. Os trens ficam tão inseridos na vida diária das pessoas, que passam servir de marcadores dos horários do dia, ao identificar especificamente qual aquele trem, deduz-se a hora. De longe já se passa a conhecer o Expresso, o Rápido, o Cargueiro, o Noturno, etc. Tamanha a interação pacífica dos trens com os moradores, que as crianças e os adolescentes brincavam nos trilhos, nos longos intervalos de tempo, existentes entre os trens. Desconhece-se algum caso de alguém da localidade e/ou morador, que tenha sido atropelado pelo trem. Claro que existiram acidentes de atropelamentos, mas ocorriam em pessoas desavisadas, forasteiros, ou naqueles em estado de embriaguês. Era frequente o atropelamento de animais, cavalo, cachorro, cabrito, porco, ou outro tipo de animal. O trem das 16 horas era famoso, por ser um cargueiro, cujos vagões eram abertos, repletos de carvão de pedra. Constituía a alegria da molecada, pois aproveitando o momento que o comboio reduzia o máximo sua velocidade para ultrapassar nas curvas com segurança sua pesada carga. A garotada usando varas de bambu bem comprimidas, catucava as pedras de carvão dentro dos vagões, se deslocando, caíam ao chão, sendo recolhidas para serem vendidas nos “ferro-velhos”. Era a renda extra para o cinema, sorvete, bolas de gude, figurinhas dos jogadores de futebol, etc. Agenor tinha especial atenção à criação de porcos, gostava desta atividade, e para tanto construiu um folgado chiqueiro nos fundos do quintal. Durante algum tempo se dedicou à comercialização dos suínos, nas horas disponíveis, antes de ir para a loja, no horário do almoço, ou algum tempinho que arranjasse. Um empregado exclusivo o ajudava nessas atividades, mas ele próprio coordenava esse trabalho que demandava, desde a limpeza das pocilgas à escolha dos animais, a procriação, os cuidados com os leitões, até finalmente a venda, seja do animal vivo ou abatido. 114


Ele próprio coordenava e executava a castração dos leitões, para transformálos em barrascos. Um tipo especial de suíno, produzido pela emasculação do animal, que ficava com deficiência de hormônio masculino e, ao perder a atividade sexual, se transformava em criatura dócil, de comportamento calmo, obtendo considerável ganho de peso corporal, tornando sua venda bem mais atraente. O homem na sua ambição comercial, como forma de auferir mais lucros financeiros, consegue ultrapassar os limites da ética humana e o trato digno com os animais, sem se preocupar com o pudor e respeito, não se constrange de produzir de forma artificial, uma anomalia física no suíno, enganando a natureza, cuja distorção seja favorável ao lucro. O procedimento da castração é um ritual extremamente doloroso, tanto para o animal quanto para quem assiste. Pior ainda, se for uma criança a observadora. É um ato tão cruel que, à luz da convivência digna com os animais, que deveria ser abolida imediatamente. Provoca nos presentes um desgastante sentimento de piedade, pelo grito lancinante emitido pelo suíno, totalmente amarrado, imobilizado. O gemido pré-agônico num último ato de desespero, é terrivelmente constrangedor. Na escala de sofrimento imposta aos animais, esta cena de sacrifício talvez atinja a nota máxima. Execrável. A morte do suíno se faz pela penetração e perfuração do punhal diretamente dentro do coração, provocando uma intensa hemorragia (sangramento) para dentro do saco pericárdico, (o pericárdio é como e fosse uma camisa que envolve o coração), provocando o chamado hemo-pericárdio, impedindo o coração de funcionar como bomba, não mais conseguindo ejetar o sangue para frente, e a morte do animal provém minutos após, não sem antes emitir o gemido final. O suíno, imediatamente após sua morte, ainda está “quente”, e é então submetido a um rigoroso banho geral, lavado com água, sabão e escova, até ficar completamente limpo. É colocado dentro de um grande tacho com água fervente, fazendo-se a raspagem dos pelos, uma depilação total. Em seguida, um técnico em destrinchar, começa a eviscerar o corpo, retirando cuidadosamente os órgãos e as vísceras, seguindo uma operação verdadeiramente cirúrgica para melhor aproveitamento de toda matéria-prima do animal. Inclusive o seu próprio sangue que, após coletado, é colocado dentro das “tripas”, intestino grosso cujas alças são muito bem lavadas, fervidas e exaustivamente limpas para serem feitas a morcela e chouriço. As demais tripas, intestino fino ou delgado, são utilizadas para fazer linguiça, outros tipos de embutidos, etc. Tudo, exclusivamente tudo do porco, é aproveitado. 115


Não seria exagerado classificar esse evento, como macabro. A duração se faz por várias horas, com muitos ajudantes, com tarefas definidas, sob a coordenação de um chefe. Desses, alguns atrapalham, principalmente as crianças, movidas pela curiosidade e oportunidade festiva de fazer bagunça, sempre repreendidas pelos adultos. No mundo infantil, o movimento era alegre, os olhos da molecada ainda não estariam voltados para a dura realidade da vida, a inocência reinante, transmitia alegria ao ambiente. A bexiga do animal era utilizada pela criançada como bola de futebol. Poucas pessoas sabiam “sacrificar” (matar) um porco de forma tão rápida, causando um mínimo de sofrimento possível, quanto Agenor. Tinha aprendido esta técnica em Aldeia Velha, e fazia para si ou para alguns raros amigos, de forma absolutamente gratuita. Felizmente, pouco tempo durou esta atividade, abandonada em boa hora, pois seu coração começou a amolecer, pois era realmente um paradoxo observar como uma pessoa tão sensível, tão carinhosa, poderia executar um procedimento tão bárbaro? Nunca foi bem entendida esta dupla função simultânea e conflitante, de um lado um profissional rico de qualidades humanísticas, do outro lado, um verdadeiro açougueiro amador. Felizmente, esta fase durou pouco. Além dos porcos, tinha verdadeira paixão por caprinos, chegando a ter seis deles em seu quintal, inclusive um bode barbudo, com odor insuportável, mas excelente reprodutor. O leite de cabra era item indispensável no café da manhã. Quando nasceu o terceiro filho, foi alimentado quase que exclusivamente por este tipo de leite, pois não se conhecendo corretamente a proporção adequada para diluição com água, alimentou a criança nos primeiros meses de vida com leite quase integral. Por pilhéria ou não, o fato e que este menino cresceu bastante, ficando bem alto, mais forte que os outros, o que foi atribuído à ação fortificadora do referido leite. Esse filho atingiu na idade adulta quase 2m de altura.

Mudança de ramo Uma das fortes características de Agenor era estar permanentemente ativo no trabalho, não sossegava, estava sempre procurando algum tipo de serviço para executar. Seu próximo passo, seria não mais continuar no negócio de botequim, pois teria dito algumas vezes que seu temperamento não se coadunava com este tipo de atividade. Tinha em sua cabeça o desejo de mudar de ramo.

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Eis que como mágica, surgiu uma oportunidade tentadora, uma loja de fazenda no próprio Rodo, num ponto estratégico, que estava à venda. Porém, os compromissos financeiros seriam pesados, e ficou indeciso se poderia arcar com tais pagamentos? Evidente que o ponto era excepcional, muito cobiçado, e quem o adquirisse certamente alcançaria o sucesso. Além do aspecto financeiro, havia o temor de não possuir a devida competência para tocar o negócio. Sua experiência era concentrada em lidar com pessoas frequentadoras de botequins, que têm um modo próprio de falar, não há tanta exigência no trato com os mesmos, mas no negócio de tecido, fazenda, roupas, armarinho e afins, haveria de exigir um modo especial de lidar com os clientes, mais refinado e com mais educação, no trato com as pessoas. Mostrar sua capacidade de adaptação e aprender para se tornar um eficiente balconista de tecido. O desafio estava em prova, e teria de apostar na sua capacidade realizadora. Reeducação, é a palavra. Conceber nova visão de trabalho, reciclar seus conhecimentos e readaptar sua postura profissional. O comerciante tem de ser um homem dinâmico, pronto para transformar suas convicções em atitudes, com um único objetivo: vencer. Juntamente com seu primo/irmão, Lourival Marchon Victer (pertencente a 3ª Geração), filho de Luiz Augusto Victer (Lúlú) que é filho de Constantin Wicht, assumiram a loja de fazenda, e fizeram a reinauguração da casa “A Gonçalense”, comércio de tecidos, roupas, vestuário, bijouterias, armarinho e afins. Este tipo de atividade varejista era bem mais interessante, mais rentável, menos exigente fisicamente, uma atividade limpa. A freguesia, composta na maioria de mulheres, embora fossem mais exigentes, eram mais educadas. Essa nova empreitada comercial iria fazer os primos trabalharem duro por muito tempo. O aprendizado teve uma curva evolutiva natural e rápida, pois ambos os sócios possuíam trato gentil, sabendo conversar amistosamente. O desempenho profissional superou a expectativa, premiado com o crescimento da freguesia. A loja “A Gonçalense” estava com futuro promissor ante o carisma dos donos, e a empatia criada com a nova freguesia . A chamada freguesia “fiel”, aquela composta por uma legião de fregueses (as), que têm a preferência exclusiva por aquela casa comercial, só comprando lá, estava em fase de expansão. Além disso, existia a predileção especial por determinado balconista.

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Nesse mundo de comércio varejista, tem de existir um relacionamento afetivo entre vendedor e freguês, que se desenvolve em nível psicológico, mantendo uma fidelidade de compromisso, sustentando uma cumplicidade implícita (as vezes explícita) que pode perdurar por anos. A interação afetiva é a moeda corrente nessa relação, e faz do balconista ter atenção especial, em troca da efetivação da compra. Foi nesse ramo de tecidos que Agenor veio se encontrar profissionalmente, se projetando no mundo do comércio, angariando amigos, posições, conquistando respeito entre seus pares lojistas. Ampliou seus conhecimentos sociais e ampliou suas atividades, começando sedimentar um patrimônio sólido, provendo a família com qualidade de vida que sempre almejou. O trabalho sempre fora sua fonte de energia, e a ele se dedicava globalmente. Extremamente econômico, cioso nas despesas, tinha forte sentido de investir as reservas em ativos sem risco. Tinha verdadeiro horror a vagabundagem, a preguiça, e especialmente ao vício do alcoolismo. Mas quis o destino marcado para ele, uma missão de grande significado humanístico, dentro de sua visão filial, de filho reconhecido, qual seja, teria que levar escondida uma pequena garrafa de cachaça, atendendo a insistentes pedidos do seu pai Chico Victer, hospitalizado, grave, para amenizar seus momentos terminais da vida. Gesto carinhoso de amor filial. Jamais poupou na educação dos filhos, no conforto do lar, na segurança da família, planejando um futuro tranquilo. No entanto, para outras formas de atividades, era extremamente contido. Porém, nada impedia de ter momentos de lazer e entretimento, como levar seu irmão mais jovem, José Victer, a passar uma semana consigo nos festejos do IV Centenário da Cidade de São Paulo, oferecendo-lhe experiência de vida e oportunidade de conhecer outros lugares. Viajar, sair do casulo que vivia naquele mundo restrito como se estivesse em sua antiga moradia em Aldeia Velha. O relacionamento com o irmão tinha um caráter pedagógico, educativo, como se fora o pai. Suas manifestações de carinho e afeto eram mais objetivas, em atos, sem muitas palavras. Quando sua filha completou 10 anos de idade, já iniciada nos estudos de piano, comprou um exemplar francês para aprimoramento dos estudos musicais, numa grande alegria e satisfação da pré-adolescente. Os moradores da casa tiveram que aguentar as prolongadas aulas de piano, em horário matutino. No aniversário de 13 anos do filho primogênito, deu-lhe um projetor de filme de cinema, 16 mm, o qual lhe fazia a ele mesmo, se divertir também. Naquela

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época, poucos possuíam tal máquina de projeção de filmes de cinema, além de cara, pouco disponível. Imaginar que no início da década de 1950, foi inicio da televisão, então a projeção de filmes de curta metragem e desenho animado, fazia o maior sucesso nas sessões preparadas pelo filho, para a garotada da vizinhança, sendo disputadas com entusiasmo, não sem antes pagar a entrada. No início da década de 1960, comprou um automóvel Gordini, mas quem usava era seu terceiro filho adolescente, que se fixou como permanente companheiro de viagem. Quando o 4º filho chegou, encontrou Agenor mais liberal, com uma postura mais flexível, permitindo certas liberdades, antes não liberadas. Dentro de si, uma força permanente o impulsionava sempre para o trabalho. Desconhecia outro caminho senão aquele do cumprimento das tarefas diárias, que na véspera fazia listar. Honrar a palavra assumida, cumprir os horários estabelecidos, ser correto, esses são os principais mandamentos de sua filosofia de vida, que transmitiu fielmente aos seus filhos. A loja era o seu grande laboratório de campo para prática dos seus ensinamentos. Seus filhos eram os estagiários (trainee) que após o horário da escola, passavam horas na loja para ajudar, observar até para não fazer nada, ocupando o tempo disponível. Os períodos festivos, tais como, Natal, Ano Novo, Carnaval e Páscoa, eram considerados dias nobres para o comércio, excelentes para o negócio, porém para os filhos, eram os dias mais rejeitados, por que não dizer, quase odiados, pois teriam de permanecer na loja ao invés de se divertir. Quando queria exemplificar o que era um homem preguiçoso, provava que trabalhava duas vezes, uma vez, no momento que faz o serviço errado, e depois vê-se diante da necessidade de desfazer o errado, e ai então fazer o trabalho novamente, desta vez, corretamente. Se tivesse feito o serviço certo desde o inicio, seria rápido e seria uma vez só. Os filhos viriam agradecer esse “sacrifício” como valor de trabalho, e formador moral, para no futuro conduzir a vida com dignidade. Ter uma obrigação e se esforçar para cumpri-la, faz do homem, um ser responsável. Foi o ensinamento básico deixado.

Construção das casas Ao lado de suas atividades normais, cresceu seu entusiasmo pela construção civil. Fazer residências modestas para vender a pessoas de pouco recurso financeiro seria o grande apelo imobiliário da época. Foi uma atraente experiência

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de trabalho, permitindo auferir um bom rendimento financeiro, que agregou ao seu patrimônio de forma consistente. Os comerciantes portugueses, assim procediam, faziam um movimento de capitalização ao longo dos anos, e uma forma de aposentadoria. Inclusive, os lusitanos preferiam alugar os imóveis, a vendê-los. São casas simples, com aluguel barato, ganhavam no número de unidades e não de qualidade ou tamanho da casa. Além do mais, os moradores da classe C tem baixa inadimplência. Ele próprio, decidia o tipo de casa, autor do projeto, conseguia a licença na Prefeitura, ele próprio era o construtor. Fazia tudo, e finalmente, como corretor, vendian pessoalmente as casas. Conseguia um lucro bem satisfatório. Enfim, casas tinham liquidez imediata, com preços accessíveis aos compradores, e uma confortável lucratividade ao construtor. Entendeu que quando um pretenso comprador alegava que iria consultar a “patroa”, era a maneira de dizer “não”, de desistir do negócio. A empolgação por esta atividade imobiliária foi mantida por muitos anos, e defendia a tese que a aplicação do dinheiro em tijolo era mais segura. Em uma ocasião, tomando o café da manhã com um dos seus filhos num botequim do Rio, sendo servido por um garçom com idade avançada, que apresentava dificuldade física para servir as mesas, disse: “presta bem atenção nesta cena, veja o sacrifício que este homem está tendo parar enfrentar a necessidade da vida” “ então, você meu filho: trabalhe o suficiente para conseguir guardar alguma reserva, enquanto puder, para descartar essa obrigação de trabalhar na velhice” “ da mesma forma, faça tudo para adquirir um teto para morar para não dormir ao relento” “ também consiga fazer 4 amigos.” “Porquê quatro amigos? Para o caixão não ir capengando”. Esses conselhos jamais saíram da cabeça de quem ouviu.

O Pai: Chico Victer A presença física permanente da figura do pai, observada em todos os momentos da vida familiar, tanto nos difíceis quanto nos de alegria, fizeram de Agenor um homem cujos ensinamentos vieram muito mais dos exemplos de gestos, atitudes, comportamento, do que propriamente de palavras proferidas. Era religioso sem muito frequentar a igreja, mas trazia dentro de si todos os preceitos do evangelho, como um bom cristão católico, era um fiel cumpridor dos deveres de casa e da sociedade. Seu mundo particular familiar teria que

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ser forte dentro da sua própria casa para que o mundo externo pudesse ser compreendido com representatividade. O que adianta ser bondoso às vistas alheias se no interior do lar, não existirem bondade, respeito e amor. Sem nenhuma pretensão de compará-lo a São José, longe disso, porém procedia de forma idêntica, através dos exemplos e ações, que são maiores que a própria linguagem verbal. O comportamento do homem é o maior exemplo de ensinamento que fica incorporado na mente dos filhos. O lado humano de Agenor era repleto de sentimentos do bem, distribuído em várias direções seletivas, para a esposa, os filhos, os irmãos, os parentes, os amigos e outros. Os beneficiados foram muitos, como seu cunhado Sergio Morais, casado com a irmã Zenith, que recebeu uma casa pronta para moradia da família, causando-lhe um êxtase de satisfação.

O irmão: José Victer Mas, ainda faltava um ponto para completar a missão, trazer o irmão caçula José Victer, que ficara ainda em Aldeia Velha. No início da década de 1950, estava iniciando no bairro do Alcântara, SG, um grandioso em tamanho, um loteamento de terrenos, o maior do Estado, de nome “Jardim Catarina”, no Bairro do Laranjal. Originalmente era uma imensa fazenda com plantação de laranjeiras, que se estendia, desde a estrada do Alcântara até próximo ao mangue, na borda da baia de Guanabara, denominada “Fazenda Laranjal”. Quando esse loteamento começou a ter grande movimento, a venda se destinava somente à metade dos lotes existentes, que deveriam chegar à casa de dezenas de centenas, dada a imensidão do local, numa extensão de terra absolutamente plana. A outra metade, os proprietários decidiram preservá-la em grandes quadras, conservando as laranjeiras extremamente viçosas, cujos frutos apreciados por sua envolvente doçura, para uma futura expansão quando se faria a venda total dos lotes restantes. Estas pequenas glebas com laranjais foram arrendadas e as colheitas das laranjas seriam compartilhadas com os donos em 50%, atividade de “meeiros”. Agenor vislumbrou, de imediato, a oportunidade do irmão residir ali e ao mesmo tempo, possuir sustento financeiro. Escolheram uma gleba a ser cuidada e adquiriram um lote de terreno para construção da casa do irmão.

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José Victer, homem alegre e comunicativo, fazia amizades facilmente, começou a ter uma vida definida naquele local. Teve vários filhos, e mostrouse com muita aptidão para o negócio de venda de terrenos, se transformando em corretor de imóveis. Esta atividade era bem atraente e adaptável ao seu temperamento, sem necessidade de ficar com os empregados capinando, limpando os pés de laranja, para no final da colheita, proceder a venda. Com a competição existente de vários vendedores de laranjas, o preço não era tão convidativo, e resolveu ser doravante, exclusivamente, corretor de imóveis. Nesta sua definição profissional, começou a expandir suas atividades com marcante sucesso. No meio da vida imobiliária era conhecido como “José Victer - o corretor” na verdade, conhecido como “Zé Vite”, e fez parte como personagem importante, no desenvolvimento urbanístico do Jardim Catarina, conforme é retratado no livro: “Assim surge Jardim Catarina” de Pitter Mendes, www.pittermendes.com. br, da Editora Ponto da Cultura, “edg gráfica - SG - Leandro Leitte.” É citado várias vezes como figura chave no crescimento desse gigantesco Bairro, e ali construiu uma história não só de conquistas de amigos, mas de bens materiais, e que seus filhos dão prosseguimento ao trabalho iniciado, mantendo atividades comerciais locais bem movimentadas. A constituição física de “Zé Vite”, sua aparência, era muito semelhante a Agenor, pele branca, face avermelhada, nariz afilado e fronte grande. Os dois irmãos tinham em comum problemas gástricos crônicos, apresentando distúrbios digestivos quase que diários, como azia, má digestão e eructações etc. Na época, ambos tiveram o diagnóstico de úlcera péptica, mas o irmão mais moço, diferentemente do primogênito, não se cuidava de forma adequada, principalmente não seguindo a dieta especial recomendada. Também os cuidados gerais exigidos pelo tratamento médico não eram atendidos com a devida observância. Por duas vezes foi acometido de abundante hemorragia digestiva, hematêmese, vômitos sanguíneos, prontamente acudido pelo zeloso irmão, levando o médico imediatamente e, felizmente, teve uma evolução favorável. Agenor e Zé eram irmãos afetivos, se gostavam muito, com muita consideração mútua, se um atuava como “pai” e “educador”, o outro atendia como atento “discípulo”.

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O lazer A vida suburbana que a família levava era, para Agenor, um permanente lazer. Gostava de ficar em casa, descansando e conversando, também não havia tanta opção de diversão. Ocasionalmente aparecia um circo com toda aquela trupe já conhecida, palhaços, malabaristas, mágico e os bichos adestrados e ferozes. A grande sensação era o globo da morte, onde um motociclista rodava dento de um globo aramado, em alta velocidade. Mas a grande predileção de diversão de Agenor e amigos era o Teatro de Revista, principalmente aquele produzido pelo famoso rei da noite, Walter Pinto, no Rio de Janeiro. Na década de 1950, já eram exibidas as vedetes semi-despidas para um desenfreado entusiasmo masculino. Eram trazidas as mulheres mais lindas do exterior, que se constituíam num tremendo sucesso. As pessoas se deslocavam até a cidade do Rio de Janeiro para terem os chamados momentos de alegria, assistindo os famosos espetáculos musicais, comparados aos similares franceses. A alegria continuava nos dias seguintes, descrevendo a beleza e detalhes das peças para aqueles que não puderam assistir. Havia um destacado encantamento com a beleza das mulheres e como elas se exibiam. O nível de moralidade exibida, em comparação com as das décadas seguintes, aquelas moças do Teatro Rival ou Teatro Recreio, poderiam ser consideradas hoje como bem comportadas moças, comedidas em seus atos, quase púdicas, na inocente apresentação de sua semi-nudez. Nos dias de hoje, seria um espetáculo de freiras.

O casal O casal tinha uma vida de harmonia, simples naquela região sem violência e com um tranquilo trânsito de carros, ônibus e caminhões, sem a louca vida apressada das pessoas. A esposa sempre calma, maleável, acompanhava com prazer os movimentos do marido, mas presa aos seus afazeres domésticos. Uma mulher saudável fisicamente, atendia todas solicitações do marido com prazer. Agenor em tom de pilhéria dizia que Amanda era uma mulher tão forte que possuía 3 condições especiais, a saber: 1- Estava sempre pronta e disposta a sair, passear, ir a qualquer lugar a qualquer hora que fosse chamada, sem precisar pegar roupa ou fazer a mala. 2- Podia comer qualquer alimento, pois nada lhe afetaria, com um estômago perfeito, idêntico ao de um avestruz. 3- Tinha uma incrível facilidade para dormir, poderia fazê-lo num piso duro, em cima de uma folha de jornal.

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Na verdade, ele estava fazendo sua auto condenação, eram exatamente os 3 principais contrapontos de sua própria vida: 1- Não gostava de sair e, quando precisasse, faria a preparação adequadamente, com a programação com antecedência. 2- Tinha muito problema digestivo, úlcera péptica, obrigando-o a cumprir uma dieta, disciplinada com limitação alimentar. 3- Finalmente, tinha uma insônia constante que o obrigava usar medicamento hipnótico controlado para dormir. Nunca fumou, raramente ingeria bebida alcoólica leve, um pouco de vinho tinto comprado em um dos botequins da área, que certamente, deveria ser de péssima qualidade, pois não havia disponibilidades desta bebida na área, e nem existia ainda a cultura sobre o uso do vinho. Era um feroz opositor às bebidas alcoólicas, tendo adquirido esta aversão etílica, com o convívio no período que trabalhou no botequim. Viu como a cachaça e outras bebidas alcoólicas faziam dos fregueses se tornarem pessoas altamente inconvenientes. Afirmava que nada mais enjoativo do que enfrentar pessoas alcoolizadas, cujo comportamento se transforma em animalesco, de macaco a porco. Nada mais inconveniente do que um homem se deixar dominar pela ação do álcool, se tornar viciado, que, levado pela ausência da autocensura, se torna problemático, agressivo e sujo. O preconceito se aplica, tanto aos etílicos agudos quanto os crônicos. Quando trabalhava no bar era obrigado, por dever de oficio, a aguentar esse tipo de fregueses, mas agora, queria distância destes. Apareceu uma excelente oferta, vendeu sua parte da loja “A Gonçalense” de tecidos, quando estava no auge do negócio. Dizia que bom negócio, é aquele realizado, fazendo a fila andar, e aí surge outra oportunidade. Aproveitou e ficou alguns meses dedicado exclusivamente à construção de casas. Mas o “vírus” do comércio estava dentro de si, e resolveu O casal Agenor/Amanda - 1975. abrir uma outra nova loja de fazenda.

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Sempre preferiu ter o negócio em sociedade. Um sócio facilita alternar as tarefas diárias, bem como cumpri-las com maior rendimento, favorecendo o descanso físico diário, imprescindível nessa vida do comercio varejista, que exige a presença de um dono o tempo todo. Convidou para sócio, um outro Bodas de prata - 1963 - João Agenor Victer e primo, Almir Victer, filho de Luiz Amanda Costa Victer na mesma Igreja que se caAugusto Victer (Lulú), neto de saram no bairro do Alcântara, em São Gonçalo. Constantin Wicht, e irmão do seu antigo sócio Lourival Victer. O novo sócio acabara de chegar de Nova Friburgo, com mulher e dois filhos pequenos. Estava ainda sem definição profissional, veio precedido da fama de ser habilidoso no trato humano e portador de grande empatia pessoal. Estava a procura de nova chance na vida, pois tivera um desenlace desagradável no hotel do sogro, onde gerenciava. Queria provar sua capacidade de trabalho, e mais uma vez Agenor mostrou sua generosidade, ao conceder sociedade a um parente próximo, e desta feita, fundaram a “Casa Victer”, loja de fazenda e tecidos, também situada no Rodo de São Gonçalo. Logo ficou conhecida, e iriam trabalhar nesta loja até a aposentadoria de ambos.

Filhos Sua pertinaz dedicação à educação de seus filhos teve como recompensa o ingresso do seu primogênito na Universidade, através de vestibular para a Faculdade de Medicina. O consenso geral foi de uma vitória pessoal, coroando seu esforço aplicado na formação educacional dos seus filhos. Ao que tudo indica, este teria sido o primeiro Victer a conquistar o patamar do terceiro grau de educação. Isto encheu de orgulho a todos que circulavam em volta de sua vida. Um doutor na família. Seria ótimo, e Agenor iria carregar este galardão com orgulho. Sua filha estudava piano clássico, o terceiro filho médico, seu quarto filho brilhante patologista clinico, querido por todos. Seus pais residindo consigo, seus irmãos todos, estavam assentados, trabalhando sem problema, seus amigos do seu lado. Nunca tivera uma querela para ter inimigo. Estava financeiramente tranquilo. Que mais poderia querer este Cavaleiro de Aldeia Velha? Sua missão estava cumprida?

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Cirurgia cardíaca Quis o destino que o mesmo coração que abrigava o amor por seus entes queridos, também recebeu uma traiçoeira doença, acometendo as artérias coronárias e o levou ser acometido de infarto do miocárdio, obrigando a realização de uma cirurgia cardíaca. Infelizmente sem sucesso, com desfecho desfavorável. Para consolo dos familiares, seu sofrimento foi minorado, pois partiu sem tomar consciência do quanto grave era sua doença, levando somente as recordações agradáveis da vida. Durante seu funeral, um primo comentou quão bondoso e sem malícia compunha seu coração, como se fosse de um passarinho sem bile, uma rolinha sem fél. Jamais fizera mal a alguém, maldade. Como legado de vida, ficaram: os exemplos de vida, o trabalho, e a conduta irrepreensível. Deixou Amanda solitária, com imenso vazio na alma. O marido, sempre foi grande motivação dela. A jornada do Cavaleiro de Aldeia Velha tinha terminado. A missão integralmente cumprida, abriu o caminho para todos, deixando uma estrada pavimentada para seus filhos continuassem sua grande jornada, de agregar, ajudar os familiares. Como herança, deixou o ensinamento que o respeito e seriedade, são valores indestrutíveis.

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Datas e fatos importantes à biografia de João Agenor Victer 1807 - 11/set/1807. nascimento de Joseph Wicht. (um século após nasceria João Agenor Victer, em 1907) 1839 - nascimento do Pierre-Amedèe Wicht (primogênito de Joseph Wicht) 1842 - nascimento de Constantin Wicht (avô de João Agenor Victer) 1856 - chegada ao Brasil do patriarca Joseph Wicht 1870 - casamento de Constantin Wicht com Marie Louise Yecker 1887 - nascimento de Francisco Victer (Chico) pai de João Agenor Victer 1889 - nascimento de Elvina Nancy Egger (mãe de João Agenor Victer) 1906 - casamento de Francisco Victer com Elvina Egger 1907 - nascimento de João Agenor Victer (um século atrás nascia o patriarca) 1916 - nascimento de Amanda Costa (futura esposa) 1917 - nascimento de José Victer (irmão) 1918 - nascimento de Maria Victer (irmã) 1920 - nascimento de Zenith Victer (irmã) 1922 - nascimento de Isaura Victer (irmã) 1933 - vinda para São Gonçalo 1938 - casamento com Amanda da Costa (um século antes casavam Joseph Wicht com Françoise Blanc) 1939 - nascimento do primogênito Heraldo Victer (um século atrás nascia o primogênito, Pierre Amedée Wicht) 1942 - nascimento do 2º filho, Leda Maria Victer (um século antes nascia o 2º filho de Joseph, Constantin Wicht) 1948 - nascimento do 3º filho, Ronaldo Victer 1954 - nascimento do 4º filho, Paulo Roberto Victer 1969 - falecimento de seu pai Francisco Victer (Chico) 1970 - falecimento de sua mãe Elvina Egger Victer 1977 - falecimento de João Agenor Victer

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Casamento de João Agenor Victer Amanda Costa Victer, em 1938.

Os 4 filhos de João Agenor Victer: Ronaldo Victer, Leda Maria Victer, Paulo Roberto Victer e Heraldo Victer.

Jacy Victer Egger filho: Laura Victer e Laurindo Egger. Teve brilhante participação no II Encontro da Família proferiu palestra relatando importantes fatos históricos. Nair Victer Egger - filha Laura Victer Egger e Laurindo Egger, que com absoluta lucidez narrou todos os fatos marcantes da história da família, citando os nomes, datas e dados em ordem cronológica, proporcionando a viabilidade da formação da árvore genealógica. HONRA AO MÉRITO A ESTA GRANDE MULHER

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A foto acima mostra João (Joãozinho) Victer - filho primogênito de Constantin Wicht. Casado com Maria (Cocota) Egger, com quatro filhos: Marzinha, Zezé, Naná e Gilson. Joãozinho Victer foi Delegado de Polícia em Casemiro de Abreu, depois eleito Vereador, atingiu a condição de Presidente da Câmara dos Vereadores. Como Prefeito Interino transferiu a sede do Município para Barra de São João, que perdurou durante sua gestão.


Laura Victer e Laurindo Egger (Tio Mindo) - 10 filhos: Darcília, Elza, Genésio, Moacir, Laurindo, Marina, Laura, Jacy, Adalgisa, Lauro, Nair, (falta o filho Eudino Victer Egger). Laura Victer - 2ª Geração - filha de Constantin Wicht - casou com Laurindo Egger.

“Nós, Victer, somos humildes mas temos muita dignidade. Aprendemos com nossos antepassados, ter respeito, lembro do dia que meus dois irmãos brigaram, nosso pai Laurindo Victer os colocou sentados de frente um para outro, e os fez ficarem de bem, pois irmãos jamais podem ficar brigados.” Trecho do discurso de Jacy Victer Egger.

O depoimento de Jacy Victer Egger foi um ensinamento comportamental, fraternal, respeitoso, de companheirismo, sobretudo cristão. É um exemplo marcante para todos nós. Jacy Victer Egger - 3ª Geração – 90 anos de idade na época, ativo,lúcido, filho de Laura Victer/Laurindo Egger - Fez um depoimento emocionante.

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Os três irmãos - Jacy Victer Egger - Nair Victer Egger - Elza Victer Egger - Filhos de Laura Victer Egger e Laurindo Egger - foto reunião da família

Edmar (Marzinha) Egger Victer filha de João (Joãozinho) Victer e Maria Egger (Cocota).

Mario Tavares Dias, marido de Alcina Victer

Francisco Victer, filho de Hilário Victer e pai de Wagner Victer

Oscar Victer

Ibérica Victer - filha de Genésio Victer - sua filha Maria Elvira Victer

Isaura Victer e Maria Victer, irmãs de João Agenor Victer, filhas de Francisco Victer/ Elvina Egger e netas de Constantin Wicht

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Primas - Quase todas com mais de 90 anos, pertencentes a 3ª geração. Da esquerda para direita: Elza Victer Egger (filha de Laura Victer e Laurindo Egger), América Victer (filha de Genésio Victer), Maria Victer e Isaura Victer (irmãs e filhas de Francisco Victer e Elvina Egger), Náná Victer (filha de Joãozinho Victer e Maria Egger) e Nair Victer Egger (filha de Laura Victer e Laurindo Egger). Observar a semelhança física entre todas.

Representantes do ramo Egger - na primeira fileira, da esquerda para direita - a terceira é Elza Victer Egger e a sexta é Marina Victer Egger, filhas de Laura Victer e de Laurindo Egger. A segunda é Gelita Egger - coautora com Leda Maria Victer do Painel Geral da Árvore Genealógica da Família. A quarta é Eunira Egger, filha de Eudino Egger, co-organizadora da reunião do encontro dos membros da Família. Na segunda fileira, outros membros da família Egger.

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Náná Egger Victer, filha de Joãozinho Victer / Maria Egger Victer (Cocota), e a sobrinha Eneide Victer Matias

Elvina Egger Victer, mãe de João Agenor Victer, com 80 anos em 1970, e sua filha Isaura Victer

Wagner Victer, filho de Francisco Victer, entre Neuza Victer, filha de José Victer, e seu filho Marcelo Victer, no II Encontro da Família - 2007.

Ronaldo Victer, filho de João Agenor Victer, foi o que deu a partida para pesquisa da origem da família, tendo sido o primeiro a se interessar pelo assunto, e por ele, se iniciou a investigação, resultando a presente monografia

Membros representantes da 4ª Geração. Família Egger - filhos de Elza Egger (Longo) que é filha de Laura Victer (Ramo Constantin) e de Laurindo Egger (Ramo Egger). Eggers e Victers são parentes íntimos.

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Membros da Família Victer Egger. Jacy/Marina/Elza - 3ª Geração. Filhos de Laura Victer com Laurindo Egger. Duas representantes da 4ª Geração: Eunira Egger e Gelita Egger. Tio Franklin de Vilminha Nonna

Três primos pertencentes 4ª Geração - Jordan Victer filho de Maria Victer, Evaldo Victer filho de Isaura Victer, e Paulo Roberto Victer filho de João Agenor Victer. Todos três, netos de Francisco (Chico) Victer/Elvina Egger Victer. Paulo Roberto Victer (Paulinho) filho de João Agenor Victer, neto de Francisco Victer, bisneto de Constantin Wicht, contribuiu de maneira decisiva para a confecção desta monografia, com muitas histórias, fatos, dados e as informações para árvore genealógica. Fez uma coleta de dados que foi absolutamente significante à história.

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Heraldo Victer e ao lado Jacy Egger, 82, fisionomicamente parecido com Agenor.

Wagner Victer filho de Francisco Victer neto de Hilário Victer.

José Victer e Constantino Victer, irmãos de João Agenor Victer, filhos de Francisco Victer e Elvina Egger, netos de Constantin Wicht

IRMÃOS VICTER: Ronaldo, Paulinho e Heraldo (Filhos de João Agenor Victer).

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Amália Campos Victer

Jorge Victer, filho de José Victer, neto de Francisco Victer, bisneto de Constantin Wicht

Jair Victer e Marina

Pais de Elizabeth Victer Ribeiro - Oswaldo Queiroz Victer e Denir Esteves Victer

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Dilza Victer

Gilcemar Egger Victer (Gilson), filho de Joãozinho Victer e Maria Egger Victer (Cocota), neto de Constantin Wicht

Fatima – Marina Pedro Viter - Filhos de Oscar


Lançamento do Livro “Cavaleiro de Aldeia Velha” - todo núcleo do autor Heraldo Victer Biblioteca Niterói - maio 2013, 1ª edição.

II Encontro da Família Victer Dez/2007. Clube Central - Niterói

Relação dos presentes em ordem aleatória, sendo que alguns não estão listados por não terem preenchido a ficha cadastral nominativa. Esta foi copiada fielmente, transcrevendo-se os nomes, exatamente, como foram grafados nos boletos. 1. Fabrício Morais - filho de Vanda Victer Morais, neto de Zenith Mariana Victer, neto de Francisco Victer/Elvina Egger. fabrimorais@yahoo.com.br 2. Paulo Sergio Victer - filho de Almir Victer, neto de Luiz Augusto Victer (Lulu).pvicter@superig.com.br 3. Vanda Victer Morais - filha de Zenith Mariana Victer, neta de Francisco Victer/Elvina Egger. 4. Neuza Victer - filha de José Victer, neta de Francisco Victer/Elvina Egger. 5. Thaís Victer - filha de Marilda Victer, neta de José Victer, bisneta de Francisco Victer/Elvian Egger.

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6. Mauricio B. Victer - filho de Constantino Jorge Victer, neto de José Victer, bisneto de Francisco Victer. mvicter@gmail.com 7. Evaldo Victer Gonçalves - filho de Izaura Victer, neto de Francisco Victer e Elvina Egger. evaldovicter@terra.com.br 8. Adriana N. Moraes - filha de Renaldo Victer Moraes, neta de Zenith Mariana Victer, bisneta de Francisco Victer. ninarj2005@yahoo.com.br 9. Carolina Victer Gonçalves - filha de Evaldo Victer Gonçalves, neta de Izaura Victer, bisneta de Francisco Victer. carolzinhaew@hotmail.com 10. Alan Nascimento Moraes - filho de Renaldo Victer Moraes, neta de Zenith Victer, bisneta de Francisco Victer e Elvina Egger. alains2005@yahoo.com.br 11. Marina Victer Egger - 3ª Geração - filha de Laura Victer e Laurindo Egger (tio Mindo) neta do suíço Constantin Wicht. 12. Gelita N. Egger - filha de Genésio Victer Egger, neta de Laura Victer e Laurindo Egger, bisneta de Constantin Wicht. 13. Reinaldo Victer Morais - filho de Zenith Mariana Victer, neto de Francisco Victer e Elvina Egger. 14. Erika Morais - filha de Vanda Victer Morais, neta de Zenith M Victer, bisneta de Francisco Victer e Elvina Egger. 15. Carolina Victer Moraes - filha de Ilca Victer Moraes, neta de Francisco Victer e Elvina Egger. 16. Guttemberg Victer Moraes - filho de Ilca Victer Moraes, neto de Francisco Victer e Elvina Egger. 17. Eunira Egger - filha de Eudino Victer Egger, neta de Laura Victer e Laurindo Egger (Tio Mindo). 18. Rogério Victer - filho de Heraldo Victer, neto de Agenor Victor e bisneto de Francisco Victer e Elvina Egger. rogvicter@gmail.com 19. Ricardo Victer - filho de Heraldo Victer, neto de Agenor Victor, bisneto de Francisco Victer e Elvina Victer. ricardovicter@gmail.com 20. Benilson Mario Iecker - filho de Lenia Izabel Iecker, neto de Manoel Iecker, descendente de Marie Louise Jecker mulher de Constantin Wicht. besancho@hotmail.com 21. Elizabeth B. Thuler - filha de Marina Victer Egger, neta de Laura Victer e Laurindo Egger (tio Mindo). rthuler@frinet.com.br 22. Maria Elvira Victer - filha de Ibérica Victer, neta de Camilo Victer, bisneta de Constantin Wicht. 23. Ibérica Victer - filha de Camilo Victer, neta de Constantin Wicht.

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24. Dinorah Victer - filha de Camilo Victer, neta de Constantin Wicht. 25. Rachel R. Victer - filha de Carlos Fernando Victor, neta de Almir Victer, bisneta de Luiz Augusto Victer (Lulu). rachelvicter@hotmail.com 26. Maria Victer - filha de Francisco Victer e Elvina Egger. 27. Izaura Victer - filha de Francisco Victer e Elvina Egger. 28. Paola Frauches Victer - filho de Paulo Sergio Victer, neto de Almir Victer, bisneto de Luiz Augusto Victer. pvicter@superig.com.br 29. Paulo Sergio Longo - filho de Elza Egger, neto de Laura Victer e Laurindo Egger. pllongo@terra.com.br 30. Claudio Egger Barbeto - filho de Marina Egger, neto de Laura Victer e de Laurindo Egger. (tio Mindo). cbarbeto@ig.com.br 31. Ângela Folly Negreiros - filha de AdalgizaVicter Egger, neta Laura Victer e Laurindo Egger. aneg@uol.com.br 32. Maria Gizáh Calvão Moraes - filha de Darcília Egger, neta de Laura Victer e de Laurindo Egger. gilson@eradoconhecimento.com.br 33. Paulo Rogério Victer - filho de Paulo Ricardo Victer, neto de Edmar Victer (Marzinha), bisneto de João Victer (Joãozinho) e Maria Egger (Cocota). paulo.rogerio@gmail.com 34. Luis Ricardo Victer - filho de Paulo Ricardo Victer, neto de Edmar Victer (Marzinha), bisneto de Joãozinho Victer e Maria Egger (Cocota). 35. Nair Victer - filha de João Victer (Joãozinho) e de Maria Egger, neta de Constantin Wicht. 36. Carolina B. Thuler - neta de Marina Victer Egger, bisneta de Laura Victer e Laurindo Egger. cthuler@ibest.com.br 37. Eloisio Jorge Victer - filho de José Victer, neto de Francisco Victer, bisneto de Constantin Wicht. evicter@uol.com.br 38. Gustavo D. Victer - filho de Eloisio Jorge Victer, neto de José Victer, bisneto de Francisco Victer. gustavo@hotmail.com 39. Cinthia Barbeto - filha de Marisa Egger Barbeto, neta de Marina Egger, bisneta de Laura Victer e Laurindo Egger. 40. Marilda Victer - filha de José Victer, neta de Francisco Victer e Elvina Egger, bisneta de Constantin Wicht. marilda.victer@gmail.com 41. Diego D. Victer - filho de Eloisio Jorge Victer, neto de José Victer, bisneto de Francisco Victer. victer@hotmail.fr 42. Eneide Maria Victer Matias - filha de Edmar Egger Victer (Marzinha), neta de Joãozinho Victer e Maria Egger (Cocota).

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43. Maria Amélia Victer - faltam dados. 44. Bruno S. Egger Barbeto - filho de Claudio Egger, neto de Marina Egger, bisneto de Laura Victer e Laurindo Egger. 45. Jacy Victer Egger - filho de Laura Victer e Laurindo Egger, neto de Constantin Wicht. 46. Marcelo Victer Gama - filho de Neuza Victer, neto de José Victer, bisneto de Francisco Victer. marcelo.victer@hotmail.com 47. Márcia Victer Gama - filha de Neuza Victer, neta de José Victer, bisneta de Francisco. Victer. marcia.victer@rdbrasil.com.br 48. Juliana Victer Gonçalves - filha de Evaldo Victer Gonçalves, neta de Izaura Victer, bisneta de Francisco Victer. lilieca@gmail.com 49. Maria Luiza Amaral Victor - (atenção: é com a letra “o”) - Victor - filha de Luiz Magno Victor, com a letra O. mluiza@petrobras.com.br 50. Reinaldo Campos Viter - (atenção: sem a letra “c”). 51. Arlette Victer Barbosa - filha de Arthineu Victer, neta de Virgilio Victer. 52. Antonio Campos Viter - (atenção: é sem a letra “c”) - filho de Artineu Victer. (Artineu grafado sem a letra “h” após a letra “t”), neto de Virgilio Victer. elisa_viter@hotmail.com 53. Artineu Viter Neto - sem o C, filho de Antonio C Viter, neto de Artineu Victer, bisneto de Virgilio Victer. elisa_viter@hotmail.com 54. Ielra Hellen B. Viter - sem o C, filha de Arlei C Viter, neta de Artineu Victer, bisneta de Virgilio Victer. contato@enseadadapria.com.br 55. Luciana N. Viter - sem o C, filha de Arlei C Viter, neta de Artineu Victer, bisneta de Virgilio Victer. lucianaviter@yahoo.com.br 56. Analice Viter Barbosa - filha de José Carlos Viter, neta de Artineu Victer, bisneta de Virgilio Victer. analiceviter@dpmm.mar.mil.br 57. Catia Campos Victer Rodrigues - filha de Cléo Maria Campos Victer, neta Artineu Victer, bisneta Virgilio Victer. catia.victer@profarma.com.br 58. Maria Amélia Victer - filha de Artineu Victer, neta de Virgilio Victer. 59. Jalon Victer Caetano - filho de Séptima Victer, neto de Luiz Artur Victer. cabral.nanda@ig.com.br 60. Laert Bernardino Viter - sem a letra C, filho de José Carlos Viter, sem C, neto de Artineu Victer. 61. Noêmia Victer Frazão - filha de Arlete Victer, neta de ...........Victer. patvicter@ig.com.br 62. Maria Adelina Victer Frazão - filha de Arlete Victer, neta de ........Victer.

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63. Arthur Drumond Viter - filho de Artineu Viter Neto, neto de Antonio C. Viter, bisneto de Artineu Victer. elisa_viter@hotmail.com 64. Juliana Drumond Viter - sem o C, filha de Artineu Viter Neto, neta de Antonio Campos Viter, sem o C, bisneta de Artineu Victer. elisa_viter@hotmail.com 65. Artinéa Campos Viter - sem o C, filha de Artineu Victer, neta de Virgilio Victer. babykid@livemail.com.br 66. Reinaldo C. Viter - filho de Artineu Victer, neto de Virgilio Victer. 67. Pedro Campos Viter - filho de Artineu Victer, neto de Virgilio Victer. 68. José Carlos Viter - filho de Artineu Victer, neto de Virgilio Victer. 69. Ronaldo Victer - filho de João Agenor Victer, neto de Francisco Victer. rvicter@nitnet.com.br 70. Gelson Victer Barbosa - filho da sra. Adayr Victer, neto de Artineu Victer, bisneto de Virgilio Victer. 71. Adayr Victer de Lima - filha de Artineu Victer, neta de Virgilio Victer. 72. Maria de Fátima Victer Barbosa - filha de Arlette Victer, neta de Arthineu Victer, bisneta de Virgilio Victer. 73. Luciana Tavares Victer - filha de Luiz Antonio Victer e Clair T. Victer, neta de Antonieta Tavares Victer. 74. Jalon (Victer) Caetano Junior - filho de Jalon (Victer) Caetano, neto de Séptima Victer. cabral.nanda@ig.com.br 75. Ibérica Victer - filha de Camilo Victer neta de Constantin Wicht. 76. Maria Elvira Victer - filha de Ibérica Victer, neta de Camilo Victer. 77. Paulo Roberto Victer - filho de João Agenor Victer, neto de Francisco Victer. prvicter@gmail.com 78. Leda Maria Victer - filha de João Agenor Victer, neta de Francisco Victer. ledavicter@gmail.com 79. Isaura Victer - filha de Francisco Victer e Elvina Egger, neta de Constantin Wicht. 80. Maria Victer - filha de Francisco Victer e Elvina Egger, neta de Constantin Wicht, 81. Nair Victer Egger - filha de Laura Victer e Laurindo Egger, neta de Constantin Wicht. 82. Elza Victer Egger Longo - filha de Laura Victer e Laurindo Egger, neta de Constantin Wicht. 83. Nana Victer - filha de João Victer (Joãozinho) e Maria Egger (Cocota), neta de Constantin Wicht. 140


84. Jordan Victer - filho de Maria Victer, neto de Francisco Victer/ElvinaEgger 85. Clair T. Victer - filha de Antonieta T. Victer, neta de Virgilio Victer. 86. Edmar Victer Moço - filho de Maria Antonia Victer, neto de Oscar Victer. juniorvicter@yahoo.com.br 87. Heraldo Victer - filho de João Agenor Victer, neto de Francisco Victer. heraldovicter@hotmail.com 88. Neli Viter Campos - filha de Maria Antonieta Viter, sem a letra C, neta de Oscar Victer. neliviter@hotmail.com 89. Fátima das Graças Victer Frazão - filha de Arlete Victer, neta de ......Victer. frazaofatima@oi.com.br 90. Juliana T. Victer - filha de Clair T Victer, neta de Antonieta T. Victer. juvicter@hotmail.com 91. Afonso Celso Victer - filho de Samuel T Victer, neto de Virgilio Victer. victerbox@yahoo.com.br 92. Philipp da Silva Victer - filho de Afonso Celso Victer, neto de Samuel T. Victer, bisneto de Virgilio Victer. philipp_victer@hotmail.com 93. Darc Ana da Silva Victer - filha de Afonso Celso Victer, neta de Samuel T. Victer, bisneta de Virgilio Victer. darcvicter@yahoo.com.br 94. Edmar Victer Moço Junior - filho de Edmar Victer Moço, neto de Maria Antonia Victer, bisneto de ........Victer. juniovicter@yahoo.com.br 95. Maria de Fátima Victer - filha de Samuel Tavares Victer, neta de Virgilio Victer. fatimavicter@hotmail.com 96. Fernando Viter Santos - sem o C, filho de Zulima Florido Victer, neto de Valdemiro Tavares Victer, bisneto de .....Victer. fernando.viter@hotmail. com 97. Virgilio Viter Santos - grafado sem a letra C - filho de Zulima Florido Viter, sem o C, neto de Valdemiro Victer, bisneto de ......Victer. virgil_sx@hotmail.com 98. Zulima Florido Victer dos Santos - filha de Valdemiro Victer, neta de Virgilio Victer. fernando.viter@hotmail.com 99. Maria José Florido Victer - filha de Valdemiro Viter, neta de Virgilio Victer. 100. Dilce Victer B. Mattos - neta de Adayr Victer. deilce-victer@ig.com.br 101. Wagner G. Victer - filho de Francisco Victer, neto de Hilário Victer, do ramo Pierre Amadée. wgranjavicter@gmail.com 102. Eneida Victer Matias - filha de Edmar Victer (Marzinha), neta de Joãozinho Victer. eneide.victer@gmail.com

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Outros membros presentes ou que se manifestaram no II Encontro Elizabeth Victer (Bett) - bettvicter@yahoo.com.br Carlos Fernando Victer - mcfvicter@urbi.com.br Ellen Victer - tjbvicter@acessototal.com.br / evicter@msn.com Felipe Carvalho Victer - fvicter@yahoo.com.br Flavia Victer - flavicter@yahoo.com.br Roberto Victer - robertosv@tcu.gov.br Rodrigo Victer - rodrigo.victer@gmail.com Gustavo Victer (filho de Jorge Victer) gustavovicter@yahoo.com.br Gustavo Carvalho Victer - gusvicter@hotmail.com Iarelcio Victer - ivicter@uol.com.br Leclerc Victer - leclercvicter@gmail.com Marcio Victer - mvicter@globomail.com Vilma Nonna Victer - mimabarbie@gmail.com Stepheson Victer (Belém Pará) - svicter@globo.com Vinicius Victer (BH) - viniciusvicter@hotmail.com Nara Victer (BH) - narabrocco@bol.com.br Paulo Cesar Victer - paulocesar_606@yahoo.com.br Juliana Victer Piracicaba - julianavicter007@yahoo.com.br Hamilton Victer - hvicter@gmail.com Tereza Victer - tvicter@gmail.com Rosaura Victer - rosauravicter@gmail.com Anos mais tarde, infelizmente alguns dos presentes, (sete membros) pertencentes à segunda geração, vieram a falecer, com idade acima de 90 anos: 23 - Ibérica Victer 26 - Maria Victer 27 - Isaura Victer 45 - Jacy Victer Egger 81 - Nair Victer Egger 82 - Naná Victer

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VICTER HONORÁRIO

Henrique Bon nasceu em Nova Friburgo, de uma família com raízes na migração suíça de 1819. Do trisavô Henri Bon, cafeicultor nascido em Genève e falecido na serra fluminense, acabaria por herdar, além do nome de batismo, todo o acervo documental, conservado através dos anos em um armário de sua antiga fazenda, o que lhe impregnaria, desde a infância, das histórias relacionadas à migração. Formado em medicina pela Universidade Federal Fluminense, exerce a especialidade de Psiquiatria. Escreveu os livros: "Imigrantes", (ensaio histórico sobre a migração) e "A noite dos Peregrinos" (romance histórico). Respeitado e admirado historiador friburguense, se dedica preferencialmente às causas das imigrações, em particular, a suíça. Teve participação decisiva no presente livro, pela descoberta da origem da FAMÍLIA VICTER.

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Ainda sobre o sobrenome Victer Abre-se um parêntesis nesta descrição para propositadamente inserir a mensagem enviada pela prima Vilma Viter Barbareto, filha de Marina de Oliveira Viter (sem a letra “c”), neta de Pedro Queiroz Victer, bisneta de Oscar Victer Filho, e trineta do primogênito Pierre Amadée Wicht que, embora pertença à 5ª Geração, não inserida nesta monografia, trouxe informações importantes sobre mudança do sobrenome, aqui registrada para dar uma ideia de como ocorrem as alterações. As variações da grafia existem e provavelmente deverão existir outras mais, ainda não descobertas. No seu próprio núcleo familiar, ocorreram modificações para Viter e Witer. A troca de Victer para Viter foi um erro do cartório no ato do casamento ou do registro de nascimento, pois existem Victer e Viter entre irmãos, embora sejam todos autênticos familiares, inclusive apresentando as características físicas bem preservadas e conhecidas. Alguns membros com sobrenome Viter: Artineu Victer é o sétimo filho de Virgílio Victer (ramo Pierre Amedée), tem descendentes grafados como Viter (sem a letra C). Oscarina Duque Viter (de Aquino) nasceu em 29/06/1936. Zeni Viter Barbareto, depois de casada passou a assinar: Zeni Victer Barbareto (06/09/1938) - este é um caso típico de mudança do sobrenome, pois originariamente era “Victer”. A mãe de Vilma Viter (Barbareto) (5ª Geração), é Marina de Oliveira Viter (da Mota) nascida em 15/01/1940. Sonia Maria Victer - nascida em 09/07/1943, Zinete Duque Viter - nascida em 18/08/1944. Dea Dilza Duque Viter - nascida em 31/07/1946. Pedro Fernando Duque Viter - nascido em 30/05/1950. Jair Duque Victer - nascido em 11/11/1953. Regina Sandra Victer (Araujo) - nascida em 09/07/1956. Conforme foi dito, mesmo nos dias mais recentes, dentro de um mesmo grupo familiar, ocorrem mudança na grafia nominal. Atualmente existem alguns membros que tem o nome grafado como Victor (com a letra O) Verificar na árvore genealógica que alguns descendentes de Luiz Arthur Victer (décimo filho de Pierre Amedée Wicht), possuem o nome grafado como Victor (com O).

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ÁRVORE GENEALÓGICA Família Victer (Wicht) (Atualizada em 20/agosto/2019). Árvore Genealógica com a descrição dos nomes dos membros até a quinta geração, ou seja, desde a chegada de imigrante suíço Joseph Wicht, em 1856. A descrição da Árvore Genealógica seguirá 2 Ramos familiares: A. Ramo Pierre Amadèe (primogênito) B. Ramo Constantin (segundo filho) Quanto aos outros 3 filhos, não existe qualquer registro ou notícia. Do casal de gêmeos, Arthur e Virginie Wicht, nenhum dado de registro. O filho caçula, Joseph Wicht, l’enfant, segundo consta, há informação que teria ficado solteirão, tendo vivido +/- 60 anos, sem filho.

Joseph Wicht (patriarca da família) - nasceu em 1807, foi o Primeiro Victer (Wicht) a pisar em solo brasileiro, chegou ao Brasil em 1856, com 49 anos de idade, acompanhado de seus 5 (cinco) filhos menores: 1- Pierre-Joseph Amedée Wicht - 17 anos (* 1839) 2- Constantin Wicht - 14 anos (*1842) 3- Arthur et Virginie Wicht (gêmeos) - 9 anos (* 1847) 4- Joseph l’enfant - 8 anos (* 1848) (a esposa Françoise Blanc falecera em 1855, antes do embarque). (nos documentos e na autorização para viagem, consta o nome da esposa Françoise Blanc, mas houve um equívoco, pois a mesma falecera antes da vinda do imigrante para o Sana, em 1856).

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A. Ramo Pierre Amedée Pierre-Joseph Amadée Wicht (Pedro José Amadeu Victer) nasceu em 1839, em Praroman-Suíça, veio para o Brasil com seu pai Joseph Wicht, em 1856. Casou-se em nov/1867, na Colônia Suíça de Nova Friburgo (vide documento), com a também suíça Marie-Justine Piller, e fixaram residência em Nova Friburgo, desta união, tiveram 11 (onze) filhos: I. FRANKLIN VICTER II. HORTÊNCIA VICTER III. FIRMINO VICTER IV. OSCAR VICTER V. EUGÊNIO VICTER VI. MARIA EMILIA VICTER VII. EDUARDO VICTER VIII. BELMIRO VICTER IX. HILÁRIO VICTER X. LUIZ ARTHUR VICTER XI. VIRGILIO VICTER

1868 - primogênito 1870 - 2º filho 1872 - 3º filho 1873 - 4º filho 1875 - 5º filho 1877 - 6º filho 1878 - 7º filho 1880 - 8º filho 1881 - 9º filho 1885 - 10º filho 1887 - 11º filho

I. FRANKLIN VICTER - nasceu em 1868, Nova Friburgo, primogênito, solteiro II. HORTÊNCIA VICTER (Souza) - nasceu em 1870, Nova Friburgo, casou com Horácio Souza e tiveram 8 filhos: 1. Virgilio Victer Souza - nasceu em 1892, em Nova Friburgo, casou com Margarida Freitas, tiveram 7 filhos: 1. Neusa Victer Souza, casou com Joel dos Santos Sousa, tiveram 2 filhos: 1. Claudio Luis Souza 2. Claudia Sousa Sarasa, casou com Fred (Chileno), tiveram 2 filhos: a. Gabriela Sarasa b. Davi Sarasa 2. Virgimar Victer Sousa, casou com Célia, tiveram 2 filhos: a. Fabiana Victer b. Adriano Victer 3. Virceu Victer Souza 4 . Benedito Victer Souza

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5. Derotildes Victer Souza 6. Nancy Victer Souza 7. Maria das Gracas Victer Souza 2. Vandervi Victer Souza - nasceu em 1894, em Nova Friburgo. 3. Wanderlei Victer Souza - nasceu em 1895, em Nova Friburgo, se casou com Mercedes Campos, tiveram 8 filhos. 1. Manoel Campos Victer, se casou com Ivoneide Ferreira, tiveram 3 filhos: 1. Joao Gilberto Victer, casou com Alessandra Martins, tiveram 2 filhos a) Joao C Victer Filho b) João Luiz Victer 2. Roberto Carlos Victer, casou com Maguinolia Abreu, tiveram 2 filhos a) Roberto de Abreu Victer b) Lucas de Abreu Victer 3. Hortencinha Victer, casou com ...... tiveram 1 filho: a) Amilcar Neto 2. Denair Victer Souza (falecida) 3. Maria da Penha Victer 4. Hortencia Victer Bretas (falecida) 5. Maria José Campos Victer, casou com João Moreth, tiveram 2 filhos: 1. Maria de Fatima Victer Batista 2. Marilane Victer Batista 6. Adelia Victer de Barros, casou com Edgard Xavier de Barros, tiveram 4 filhos: 1. Marcela Victer 2. Edgar Victer 3. Armando Victer 4. Eduardo Victer 7. João Batista Campos Victer, casou com Eroildes Cunha, tiveram 3 filhos: 1. Thiago Victer 2. Diego Victer 3. Monique Victer 8. Vanderlei Victer Filho, casou com Maria do Carmo, tiveram 5 filhos: 1. Miley Victer 2. Varley Victer 147


3. Vanderley Victer 4. Eliane Victer 5. Luciana Victer 4. Maria Victer Souza - nasceu em 1897, em Nova Friburgo 5. Carolina Victer Souza, nasceu em 1911 em Nova Friburgo, casou com primo Damásio Victer Rodrigues (filho de Maria Emilia Rodrigues), com 5 filhos: 1. Dioredes R. Souza 2. Denair R. Souza 3. Creuza R. Souza 4. Cleonir R. Souza 5. Damásio Rodrigues Souza, (Damazinho), nasceu 1954 em Itapina, casou com Delzamar Pinto Rodrigues, com 3 filhos: a) Leandro Pinto Souza b) Marcos Pinto Souza c) Ingrid Pinto Souza 6. Mirandoli Victer Souza - nasceu em 1899, em Nova Friburgo 7. Pequitita Victer Souza - nasceu em 1900, em Nova Friburgo 8. Filinha Victer Souza - nasceu em 1902, em Nova Friburgo

III. FIRMINO VICTER (Firmo) - nasceu em 1872, em Nova Friburgo, casou com Teófila Queiroz em 1897, tiveram 9 filhos: 1. Benedito Victer - nasceu em 1898, em Cantagalo 2. Jose Amadeu Victer - nasceu em 1899, em Cantagalo, casou com Maria Quitéria Oliveira, São João do Paraiso, tiveram 4 filhos: 1. Rosangela Victer Oliveira 2. Sonia Victer Oliveira 3. Gilson Victer Oliveira 4. Luiz Carlos Oliveira Victer (faleceu solteiro) 148


3. Durvalina Victer - nasceu em 1900, em Cantagalo 4. Joventina Victer - nasceu em 1902, em Cantagalo 5. Adair Victer - nasceu em 1903, em Cantagalo 6. Maria Victer - nasceu em 1904, em Cantagalo, casou com Antenor Victer (primo?), (filho de Virgílio Victer) e tiveram 4 filhos: 1. Maria Justina Victer (Neném) teve 4 filhos: a) Jean Victer b) Joel Victer c) Jaime Victer d) Maria Aparecida Victer 2. Elvira Victer (Lilinha) casou com Izaias Zanella, com 3 filhos: a) Gledia Victer Zanela b) Eliane V. Zanela c) Fabiano V. Zanela 3. Abel Victer, casou com Conceição de Tal, com 2 filhos: a) Aline Victer b) Abel Junior 4. Adão Victer, casado com.……?, com 2 filhos: a) Francine b) Antenor Neto 7. Juracy Victer (fem) - nasceu em 1905, em Cantagalo, casou com o primo Luiz Victer (filho de Virgilio Victer), tiveram 4 filhos: 1. Antonio Victer casou com Lucia de Jesus Barros, tiveram 2 filhos: a) Julio Cesar Barbosa Victer b) Tereza Cristina Barbosa Victer 2. Luiz Carlos Barbosa Victer, (Luizinho) casou com Fatima Ferreira da Cruz, tiveram 2 filhos: a) Viviane da Cruz Victer b) Jorge Luiz da Cruz Victer 3. Rogerio Victer, casou com Marineia Durval da Silva Victer, com 1 filho: a) Fabio da Silva Victer 4. Clebio Barbosa Victer, casou com Juliana Mores dos Santos com 1 filho: a) Bryan dos Santos Victer 149


8. Benedita Victer - nasceu em 1906, em Cantagalo 9. Alcino Victer - casou com Maria Mercedes Costa, tiveram 4 filhos: 1. Hamilton Costa Victer 2. Ailton Costa Victer 3. Sonia Costa Victer 4. Maria Lucia Costa Victer (todos nasceram em São João do Paraiso) IV. OSCAR VICTER (Papí) - nasceu em 1873, em Nova Friburgo, casou com Paulina Queiroz, em 1898, tiveram 7 filhos: 1. Orcenir Victer - nasceu em 1916, em Cantagalo, casou com Adjame Duque, em 1922 e tiveram 4 filhos: 1. José Carlos Victer - nasceu em 1923, em Cantagalo 2. Carlos Alberto Victer - nasceu em 1924, em Cantagalo 3. Miriam Victer - nasceu em 1925, em Cantagalo 4. Adjane Victer - nasceu em 1926, em Cantagalo 2. Alcina Victer - nasceu em 1912, em Cantagalo, casou com Mário Tavares Dias, em 1931, e tiveram 5 filhos: 1. Marino Victer Dias - nasceu em Cambuci, em 1934 1º casamento - Doris Amorim, em 1963 2º casamento - Aneci Guedes, em 1968 2. Hellenice Victer Dias - nasceu em 1936, em Cambuci, solteira 3. Hélio Victer Victer Dias - nasceu em 1939, em Macuco 1º casamento - Olga P. Victer Dias - 1978 2º casamento - Edna Soares Victer Dias - 1984 4. Hermes Victer Dias - nasceu em 1943, em Cambuci, solteiro 5. Oswaldo Victer Dias - nasceu em Teresópolis, em 1944, casou com Vera Maria Rodrigues Victer Dias, em 1974 3. Maria Antonia Victer Franco - nasceu em 1908, em Cantagalo, casou com Manoel Franco, em 1931, e tiveram 5 filhos: 1. Newton Victer Franco - nasceu 1943, Cambuci, casou com Marly 2. Nildice Victer Franco - nasceu em 1945, em Cambuci 3. Edma Victer Franco - nasceu em 1940, em Campos

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4. Neli Victer Franco - nasceu em 1948, em Cambuci 5. Edmar Victer Moço - nasceu em 1954, em Campos 4. Oswaldo de Queiros Victer - nasceu em 1922, em Cantagalo, casou com Denir Esteves Victer em 1945, tiveram 4 filhos: 1. Elizabett Victer Victer (Bett) - nasceu Teresópolis, em 1946, casou com Edio de Paula Ribeiro, em 1966 2. Franklin Esteves Victer - nasceu em Teresópolis, em 1947, casou com Yara Gouveia Victer, em 1970 3. Margareth Victer - nasceu em Teresópolis, em 1957, casou com Raphe Massad Jr., em 1975 4. Oscar Esteves Victer - nasceu em Teresópolis, em 1958, casou com Sheila do Valle , em 1988 5. Homero Victer - nasceu em 1904, em Cambuci, solteiro 6. Maria Emilia Victer - nasceu em 1910, em Cambuci, solteira 7. Pedro Queiroz Victer - nasceu em 1902, Cambuci, casou com Militina Duque (Piaiá) em 1926, tiveram 9 filhos: (grafados em Victer e também em Viter) 1. Marina Viter da Mota - nasceu em 1940 em Cambuci 2. Pedro Fernades Viter - nasceu em 1951, em Cambuci 3. Zeni Viter (Barbareto) - nasceu em 1938 em Cambuci, casou com Luiz Ernesto Barbareto, 1956, 1 filha= Vilma Viter Barbareto 4. Jair Duque Victer, nasceu em 1953, Cambuci, casou com ?, com 2 filhos: a) Ricardo Carneiro Victer b) Alexander Durval Victer 5. Sonia Maria Victer - nasceu em 1943, em Cambuci 6. Regina Victer - nasceu em 1956, em Cambuci 7. Zinete Victer - nasceu em 1944, em Cambuci 8. Oscarina Viter de Aquino - nasceu em 1936, em Cambuci 9. Déa Dilza Duque Viter - nasceu em 1947, em Cambuci.

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V. EUGÊNIO VICTER - nasceu em 1875, em Nova Friburgo, casou com ???........... em 1900, tiveram 5 filhos: 1. Delerson Victer - nasceu em 1902, em Nova Friburgo, teve seu nome grafado na certidão de casamento como Welerson Witer, trocaram a letra D pela letra W no nome. Atenção: sobrenome Victer foi grafado com a letra “W” (dábliu) no lugar da letra “V” (vê), e sem a letra “c” (cê) antes da letra “t” (tê), e assim ficou: Witer (atenção a essas modificações). 2. Deoclecio Victer - nasceu em 1903, em Nova Friburgo 3. Indalecio Victer - nasceu em 1904, em Nova Friburgo 4. João Victer (Nenén), nasceu em 1906, em Nova Friburgo 5. Nome Não Identificado Victer - (?????) nasceu 1908, Nova Friburgo VI. MARIA EMILIA VICTER (Rodrigues) - nasceu em 1877, em Nova Friburgo, casou com João Rodrigues, em 1901, tiveram 8 filhos: 1. Damasio Victer Rodrigues - nasceu em 1902, em Nova Friburgo, casou com Carolina Victer Souza (filha de Hortência e Horácio), tiveram 5 filhos: 1. Dioredes R.Souza 2. Denair R.Souza 3. Creuza R Souza 4. Cleonir R.Souza 5. Damasio R. Souza, (Damazinho) nasceu em Itapina, se casou com Delzamar (fem) Pinto Rodrigues, tiveram 3 filhos: a) Leandro Pinto de Souza b) Marcos Pinto de Souza c) Yngrid Pinto de Souza 2. João Victer Rodrigues (apelido Neném) - nasceu 1904, Nova Friburgo 3. Firmino Victer Rodrigues - nasceu em 1905 4. Anesio Victer Rodrigues - nasceu em 1906 152


5. Isaura Victer Rodrigues - nasceu em 1907 6. Oscar Victer Rodrigues - nasceu em 1908 7. Elza Victer Rodrigues, nasceu em 1908 8. Pinho Victer Rodrigues, nasceu em 1909 VII. EDUARDO VICTER - nasceu em 1878, em Nova Friburgo, solteiro VIII. BELMIRO VICTER - nasceu em 1880, em Nova Friburgo, casou com Camila de Araújo, em 1905, tiveram 8 (oito) filhos: 1. Maria Madalena Araujo Victer - nasceu em 1906 em Cantagalo 2. Eliza De Araujo Victer (Neném pequena) - nasceu em 1907, Cantagalo, casou com Horácio Brito (apelido Horacinho), tiveram 4 filhos: 1. Erci Victer Brito (apelido Coisinha) 2. Edir Victer Brito (apelido Didila) 3. Elenita Victer Brito 4. Erly Victer Brito (apelido Lili)-Falecida 3. Edite Victer - nasceu em 1910, em Cantagalo, casou com Odilio Cardoso, tiveram 12 filhos: 1. Edivaldo Cardoso 2. Adail Cardoso 3. Diva Cardoso 4. Dalva Cardoso 5. Dina Cardoso 6. Rosangela Cardoso 7. Paulo Silas Cardoso 8. Valter Cardoso 9. Devanilda Cardoso 10.Delair Cardos 11.Oziel Cardoso 12.Duzilene Cardoso

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4. João Batista Viter (Neném Grande) (grafado Viter sem a letra C) - nasceu em 1912, Cantagalo, casou com Angelina Rodrigues Viter, em 1936, Nova Friburgo, com 7 filhos: 1. Maria Emília Viter 2. Odete Viter casou com Arquimedes e tiveram 10 filhos: a) Maria Neuza b) Noilda c) Norozira (Zira) d) Arquimedes Filho (apelido Arquimedinho) e) Antonio f) José g) Tereza h) Dario i) João Luiz j) Ailton 3. Carlinda Viter Messa - casou com Antonio Messa, tiveram 2 filhos: a) Maria Viter Messa Santana b) João Viter Santana 4. Carmélia Viter - casou com Luiz Messa, tiveram 4 filhos: a) Nilce Messa b) Nilda Messa c) Nilza Messa d) Nanci Messa 5. Leci Viter (masculino) - casou com Martha Magestck, residem em Rio Bananal, Linhares (ES), tiveram 7 filhos: (sem o Victer?) a) João Magesck b) Zeca Magesck c) Pedro Magesck d) Luzia Magesck e) Tereza Magesck f) Mariazinha Magesck g) Antonio Magesck - casou com ???, tiveram 3 filhos: 1- Antonio Victer Junior 2- Aurileci Victer 3- Ariane Victer (notar a volta do sobrenome Victer) 6. João Batista Viter Filho, não há registro de filho

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7. Osvaldo Viter (apelido Vado) - nasceu em 1938, em Itapina, casou com a prima Maria de Lourdes Viter (filha de Eduardo Viter, neta de Hilário Victer, com 3 filhos: a) Adilson Eduardo Viter - nasceu em Itapina (ES) em 1960, casou no RJ com Joana D’arc Rosa Viter, tiveram 2 filhos: 1. Carlos Eduardo Rosa Viter - nasce em 1981, casou em 2002 com Francidalva da Silva Braga, com 2 filhos: 1- Gustavo Braga Viter - nasceu em 2005 2- Clara Braga Viter - nasceu em 2015 2. Verônica Rosa Viter Silva - nasceu em 1985, casou com Fagner Rafael da Silva, 2012, com 2 filhas: 1- Anna Júlia Rosa Viter da Silva, 2014 2- Rafaella Rosa Viter da Silva, 2019 b) Ademilson Viter - nasceu Itapina (ES) 1962, sem filho c) Agnaldo Viter - nasceu em 1964 em Itapina (ES), casou com Tereza Barbosa de Oliveira em 1989, tiveram 2 filhos: 1. Leonardo de Oliveira Viter, 1992 2. Camila de Oliveira Viter, 2002 5. Calistrato Viter (Piquitito) - nasceu em 1914, Cantagalo, Viter, grafado sem a letra “C” do Victer, casou com Maria Luiza Victer (prima ?), em 1937, tiveram 4 filhos: 1. Nelci Pereira Victer, casou com Sebastião Martins Souza, com 1 filha: a) Leia Victer - casou com Jader de ..., com 4 filhos: 1. Maria Livia - casou com Wadson, com 1 filha: 1- Sophia 2. Jader Ibrahim - casou com Graciane... 3. David Jaderson - casou com Adriana, com 1 filha: 1- Laura 4. Johab Emanoel (solteiro) 2. Maria de Lurdes Pereira Victer (falecida) 3. Francisca Pereira Victer (falecida) 4. Dilma Pereira Victer - casou com Luiz Messa, tiveram 2 filhos:. a) Jair Victer Messa b) Jaime Victer Messa

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6. Valter Victer (Nino) - nasceu em 1916, Cantagalo, casou com a prima Maria da Penha Victer (filha de Hilário Victer), em 1943, tiveram 8 filhos: 1. Adalton Victer - nasceu em Itapina em 1944 1º casamento com Hosana Alves Victer, em 1973, tiveram 2 filhas: a) Jaqueline b) Kedna 2º casamento com Dejanira ......, sem filho 2. Alaide Victer - casou com Paulo Pimenta, tiveram 2 filhos: a) Marcio b) Marcelo 3. Walter Victer Filho, Vavá - nasceu em Itapina, com 7 filhos: a) Sérgio Victer b) CelioVicter c) Waltencir Victer d) Valdirene Victer e) Dorildo Victer f) Vânia V g) João V 4. Zilá Victer - nasceu em Itapina, casou com o primo Luiz Victer filho de Artineu Victer, tiveram 1 filha: a) Camila Viter 5. Dilsa Victer - nasceu em1961, Itapina, casou com Isaias Benevides, primo, filho de Maria de Lurdes Pereira (sem filho) 6. Zélia Victer - nasceu em Itapina, casou com o Primo Coraci Victer, filho de Leocacilia Victer. Tiveram 2 filhas: a) Tania Victer casou com Renato Sabino, com 1 filho: 1. Herbet b) Célia Victer teve 3 filhos: 1. Thamires, com 1 filha 1- Sophia 2. Talita, com 1 filha 1- Yasmim 3. Patrick, com 1 filho 1- Arthur

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7. AmÊlia Victer - nascida em Itapina, casou com Moacir Bongovani em Itapina e tiveram 2 filhos: a) Elisangela que teve 4 filhos: 1. Jeniffer Victer Bongovane, com 1 filho: 1- Guilherme 2. WallaVicter Bongovane 3. Wallace Victer Bongovane 4. Wil Victer Bongovane b) Moacir Junior que teve 2 filhos: 1. Iuri 2. Kauany 8. Aderaldo Victer (falecido sem filho) 7. Moacir de Araujo Victer (Tiozinho) - nascimento(?), se casou com Jacira Tavares Victer, filha de Virgilio Victer, com 6 filhos: 1. Derli Tavares Victer Victer, casada 6 filhos: a) Edina Victer b) Neiva Victer c) Edesio Victer d) Zezinho Victer e) Pirata f) Lucas (falecido) 2. Dirceu Victer, casou com Divina da Silva, com 6 filhos: a) Rosangela Victer b) Regilene Victer c) Rosaria Victer d) Reginaldo Victer e) Roberval Victer f) Roseli Victer 3. Adair Victer, (fem), casou com o primo Luiz Antonio Victer, filho de Samuel Tavares Victer, primeiro casamento teve 1 filho: a) Clebio Luiz Victer. Segundo casamento com Ernesto Goncalves, com 2 filhos: a) Erika Gonçalves Victer b) Nenem 4. Dailsa Victer, casada sem filhos 5. Maria Victer, casada com 3 filhos 157


6. Moacir Filho (Cirinho) casado com 3 filhos: a) Luciene Victer. b) Ray Victer. c) Dirceu Victer Sobrinho. 8. Leocacilia Victer (Loloca) - nasceu em 1918, Nova Friburgo, casou com o primo Atratino Victer, filho de Virgílio Victer, em 1938, com 8 filhos: (todos nascido em Nova Friburgo) 1. Jurandir Victer, fem, nasceu em 1939, casou em Itapina com Manoel Bento de Araujo, tiveram 9 filhos: (todos nascidos em Itapina) a) Angela Maria Victer de Araújo b) Rosangela Victer de Araújo c) Solange Victer de Araujo d) Camila Victer de A. e) Agnaldo Victer f) Marivaldo Victer g) Marcelo Victer h) Mendes Victer i) Carlos Victer (falecido) 2. Palici Victer, mas, nasceu em 1940, casou com Benedita, com 3 filhos: a) Dulcineia Victer b) Sandra Victer c) Rosiane Victer 3. Coraci Victer, mas, nasceu em 1941, casou com Zelia, tiveram 2 filhas: a) Tania Victer. b) Celia Victer (Celinha) 4. Laci Victer, mas, nasceu em 1942, casou com Nenzinha, tiveram 2 filhos: a) Regilene Victer b) Lacilda Victer 5. Genoci Victer - nasceu em 1944, casou com Maria Helena, com 2 filhos: a) Jaqueline Victer b) Jaquislei Victer, moram em Rio Bananal, Linhares - ES 6. Mardeli Victer, fem, nasceu em 1945, casou com Moacir.., com 2 filhos: a) Rogério Victer b) Renato Victer

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7. Juraci Victer (fem), nasceu em 1946, casou com Edivaldo Ferreira, com 4 filhos: a) Edivaldo Victer Ferreira b) Joelma Victer Ferreira c) Marcia Victer Ferreira d) Dulcilene Victer Ferreira 8. Antonieta Victer - casou com o Primo Oziel Cardoso, tiveram 5 filhos: a) Josiel Victer b) Cleber Victer c) Jarbas Victer d) Rosilene Gemeas e) Nome ? (falecida) 9. Iracema Victer - nasceu em 1948, casou com Daniel.... tiveram 6 filhos: Todos nascidos em Itapina (ES) a) Reginaldo Victer b) Ronaldo Victer c) Sergio Victer d) Edimar Victer e) Gilmar Victer f) Celina Helena IX. HILÁRIO VICTER - nasceu em 1881, em Nova Friburgo, casou com Maria de Azevedo ,em 1906, tiveram 6 (seis) filhos: 1. Francisco Victer - nasceu em 1929, em São João do Paraiso, RJ, casou com Leda Granja em 1961, tiveram 1 filho: 1. Wagner Granja Victer - nasceu em 1961, Rio de Janeiro, casou com Ana Carla de Abreu, em 2000, tiveram 1 filho: a) Francisco Victer 2. Eduardo Victer - nasceu no município de São João do Paraiso - RJ, em 1914, casou com Tereza de Araujo, e tiveram 8 filhos: 1. Maria de Lourdes Viter (grafado Viter sem letra C) - nasceu em São João Paraiso, RJ, em 1941, casou em 1959 com o primo Osvaldo Viter, Vado, filho de João Batista Viter (sem letra C) e neto de Belmiro Victer, tiveram 3 filhos:

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a) Adilson Eduardo Viter - nasceu em Itapina (ES) em 1960, casou no RJ com Joana D’arc Rosa Viter, tiveram 2 filhos: 1. Carlos Eduardo Rosa Viter - nasceu em 1981, casado com Francidalva da Silva Braga, tiveram 2 filhos 1- Gustavo Braga Viter 2- Clara Braga Viter nasceu em 2015 2. Verônica Rosa Viter da Silva - nasceu em 1985, casou com Fagner Rafael Silva, tiveram 2 filhas: 1- Anna Júlia Rosa Viter da Silva 2- Rafaella Rosa Viter Viter da Silva nasceu em 2019 b) Ademilson Viter - nasceu em Itapina(ES) em 1962, sem filhos c) Agnaldo Viter - nasceu em 1964 em Itapina(ES), casou com Tereza Barbosa de Oliveira em 1989, tiveram 2 filhos: 1. Leonardo de Oliveira Viter, 1992 2. Camila de Oliveira Viter, 2002 2. Marli de Araújo Victer - nasceu em 1944, faleceu em 2017, em Itapina, casou com Antonio Leal, em 1966 no RJ, tiveram 1 filha: a) Carmem Lúcia Victer Leal - nasceu em 1969, casou com Cesar Brás, tiveram 1 filha: 1. Luiza Victer Brás nascida 1993 3. Merli de Araujo Victer - nasceu em 1946, em Itapina (ES), casou com Augusto Carneiro de Souza Campos, em 1971 (RJ), tiveram 2 filhos: a) Carlos Augusto Victer Campos - nasceu em 1972, teve 1 filha 1. Marcella de Araújo Campos - nasceu em 1993 (mãe - ?) casou com Viviane Pires em 1998, tiveram 1 filha: 1- Maria Luiza Pires Victer Campos, nasceu em 1999 b) Mara Cristina Victer Campos, nasceu em 1975 4. Mirlene de Araújo Victer - nasceu em Itapina (ES), em 1949, casou com Erlon Ferreira Campos, em 1981 (RJ), tiveram 2 filhos: a) Jonatas Victer Campos - nasceu na Bahia em 1983, casou com Carolina Freitas Gonçalves Campos em 2008 (Ba), tiveram 2 filhos: 1. Gabriel Freitas Gonçalves Campos 2. Laura Freitas Gonçalves Campos b) Viviane Victer Campos - nasceu em 1982 no RJ, casou com Samuel dos Santos Freitas em 2006 na Bahia, tiveram 1 filho: 1. Bryan David Victer Campos, 2009

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5. Murilo de Araujo Victer - nasceu em Itapina (ES), em 1956, solteiro, sem filhos, faleceu em 1990 6. Moacir de Araújo Victer - nasceu em Itapina (ES), em 1953 1º casamento - com Renidia Fernandes Rosa em 1980 (RJ), tiveram 2 filhas: a) Débora Fernandes Rosa Victer nascida em 1981, casou com Ricardo Luiz Miranda, em 2009, tiveram 1 filha: 1. Esther Rosa Victer Miranda, 2016 b) Daniele Fernandes Rosa Victer, nasceu em 1988, casou com Jonh Almeida Melo em 2009, tiveram 1 filho: 1. Rafael Fernandes Victer Melo, 2017 2º casamento – com Lucia Helena Correa Faria, em 1998 7. Marilza de Araújo Victer - nasceu em Itapina (ES), em 1960, casou com Ramiro Moreira, em 1982 no RJ, tiveram 2 filhas: a) Murielly Victer Moreira, nascida em 1983. b) Rafaely Victer Moreira nascida em 1990, casou com Thiago Pereira de Melo em 2017 no RJ. 8. Maria de Fátima de Araújo Victer - nasceu em Itapina (ES), em 1963, casou com Silvio Aguiar da Costa, em 1989 no RJ, tiveram 2 filhos: a) Vinicius Victer da Costa - nasceu em 1991, casou com Thayane de Souza Nogueira Passos, em 2014 , tiveram 1 filho: 1. Douglas Nogueira Victer - nasceu em 2015 b) Sara Victer da Costa - nasceu em 1997 3- Maria da Penha Victer - nasceu em 1922, Canta Galo, casou em 1943, com o primo Walter Victer (Nino), filho de Belmiro Victer, tiveram 8 filhos: 1. Adalton Victer - nasceu em Itapina (ES), em 1944. 1º casamento - com Hosana Alves Victer, em 1973, tiveram 2 filhos: a) Jaqueline b) Kedna 2º casamento - com Dejanira, sem filhos 2. Alaide Victer - nasceu em Itapina em 1951, casou com Paulo de Lemos Pimenta, em 1971, tiveram 2 filhos: a) Marcelo Victer Lemos b) Marcos Victer Lemos

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3. Walter Victer Filho - nasceu em 1953, Itapina (ES) casou com Dolores Bastida, em Itapina, tiveram 7 filhos. a) Sergio Bastida Victer, com 4 filhos: 1. Matheus 2. Pablo 3. Luan 4. Felipe b) Célio Bastida Victer, com 3 filhos: 1. Leiliane 2. Leonan 3. Leticia c) Valdinene Bastida Victer, com 3 filhos: 1. Belmiro 2. Nélio 3. Luiza d) Valtencir Bastida Victer, com 3 filhos: 1. Guilherme 2. Valter 3. Eduarda e) Dorildo que teve 1 filho: 1. Mariana f) Vânia Bastida Victer g) João Hilário Bastida Victer, com 2 filhos: 1. Rodrigo 2. Willian 4. Zilá Victer - nasceu em Itapina (ES), em 1958, casou com o primo Luiz Viter (grafado Viter sem a letra “c”), filho de Artineu Victer, neto de Virgilio Victer, em 1982, tiveram 1 filha: a) Camila Victer Viter 5. Dilsa Victer - nasceu em 1961, em Itapina (ES), casou em Itapina com Isaías Victer Brives em 21 de agosto de 2004 6. Zélia Victer – casou com Primo Coraci Victer, filho de Leocacilia Victer, tiveram 2 filhos: a) Tania Victer, casou com Renato Sabino, com 1 filho: 1. Herbet

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b) Célia Victer, com 3 filhos: 1. Thamires, com 1 filha: 1- Sophia 2. Talita, com 1 filha: 1- Yasmim 3. Patrick, com 1 filho: 1- Arthur 7. Amélia Victer - casou com Moacyr em Itapina, tiveram 2 filhos: a) Elisangela que teve 4 filhos: 1. Jeniffer, com 1 filho: 1- Guilherme 2. Walla 3. Wallace 4. Wil b) Moacir Junior que teve 2 filhos: 1. Iuri 2. Kauany 8. Aderaldo Victer, falecido sem filhos 4. Valdemar Victer - nasceu em Itapina (ES) em 1916, casou com Herotilde Sobrenome, tiveram 9 filhos: 1. Ademar Messa Victer, com 4 filhos: a) Wanderson b) Crislayne c) Cristina d) Thiago 2. Natalino Messa Victer, com 3 filhos: a) Dimo Victer, b) André, c) Kelly 3. Almerinda Messa Victer, sem filhos 4. Arão Messa Victer, com 2 filhos a) Rafael b) Gabriel 5. Antonio Messa Victer, falecido em 2005 6. Abraão Messa Victer, sem filhos

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7. Arismaldo Messa Victer, sem filhos 8. Almeida Messa Victer, sem filhos 9. Alair Messa Victer, com 1 filha, nome: ? 5. Manoel Victer, conhecido como Valdir Victer - nasceu em Itapina (ES), em 1916, casou com Lenir Rodrigues Victor, grafado com O, tiveram 7 filhos: 1. Manoel Victer Filho - com 2 filhas: a) Andressa da Penha Victer b) Kátia da Penha Victer 2. Benedita de Souza Victer - com 3 filhas: a) Dulcineia Victer, casou com seu primo Odorildo Victer, tiveram 3 filhos: 1. Suzana, faleceu com 2 meses 2. Miriã 3. Miriele b) Rosiana Victer, sem filhos c) Sandra Victer, com 2 filhos: 1. Kezia. 2. Karelly, com 1 filho: 1- Arthur. 3. Vera Victer - com 2 filhos: a) Vander Victor (grafado com a letra O ) b) Vanesa Victer, com 2 filhas: 1. Maria Luiza 2. Luana 4. Maria do Carmo Victer - com 2 filhos: a) Avenilda b) Odorildo - casou com prima Dulcinéia Victer, com 3 filhas: (citadas acima: Suzana, Miriã, Miriele) 5. Ivanete Sousa Victer Xavier - com 3 filhos: a) Ernando Victer da Silva b) Tiago Victer Xavier c) Natália Neuman 6. Dail Victer - falecida, com vários filhos 7. Celina Victer - falecida - filhos - (nomes -?)

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6. Milton Victer, nasceu em Itapina (ES), em 1920, casou com Adaizir Mendonça Victer, tiveram 9 filhos: 1. Edvalter Mendonça Victer 1º casamento - com 2 filhos: a) Ítalo b) Átila 2º casamento - com Jacileia Nascimento Victer, sem filho. 2. Ademir Victer - casou com Creuza, tiveram 4 filhas: a) Roberta b) Rogéria c) Jéssica d) Valéria 3. Almir Victer - casou com Lucimar, tiveram 2 filhos: a) Jancem b) Ludmila 4. Angela Maria Victer - casou com Edmilson Raposo, tiveram 2 filhos: a) Eric b) Suelen 5. Maria Lúcia Victer 6. Rosangela Mendonça Victer - com 2 filhos: a) Bruna b) Franciele 7. Elisabete Mendonça Victer - casou com Edione Guiso, tiveram 2 filhos: a) Ariel b) Ariane 8. Rosa Maria Victer 9. Oldair Mendonça Victer - casou com Maria de Fátima Vícter, tiveram 1 filha: a) Rosemary

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X. LUIZ ARTHUR VICTER - nasceu em Nova Friburgo, em 1885, casou com Maria Adelina da Silva e tiveram 9 (nove) filhos: 1. Luiz Maguino Victor (ATENÇÃO: está grafado Victor com a letra O) nasceu em Monerat (RJ), em 1909, casou em 1941, com Zélia Amaral Victor, tiveram 6 filhos: (obviamente continuou o sobrenome Victor com a letra “o”): 1. Luiz Arthur Victor Neto - nasceu em Salvador (Bahia), em 1942 (gêmeo com Aloisio Manoel Victor), casou com Suely Pladema Inês Victor, em 1971 2. Aloisio Manoel Victor - nasceu em Salvador (Bahia), em 1942 (gêmeo com Luiz Arthur Victor), casou com Eleine Vargas Victor, em 1986. 3. Pedro Oswaldo Victor - nasceu em Salvador (Bahia), em 1944, casou com Valdeci Cordeiro de Melo Victor, em 1989 4. Maria Emilia Victor - nasceu em Salvador (Bahia), em 1946, casou com Eduardo Martins, em 1976 5. Haroldo Moacir Victor - nasceu em Salvador (Bahia), em 1951, casou com Márcia Klein Victor, em 1981 6. Maria Luiza Victor - nasceu em Salvador (Bahia), em 1953, casou com Carlos Alberto Oliveira, em 1975 2. Cicero Victer - nasceu em Monerat (RJ), em 1909, casou com Zilda ........... e tiveram 2 filhos grafados como Victor com a letra “o”: 1. Lucy Victor (grafado Victor) 2. Maria Amélia Victor (Dedéia) (grafado Victor) 3. Valter Victer - nasceu em Monerat (RJ), em 1910, casou com Euzira Pinto Victer, em 1940, com 4 filhos: 1. Vilma Victer - nasceu em Governador Valadares (MG), em 1941 2. Pedro Artur Victer - nasceu Governador Valadares (MG), em 1945 3. Marcos Vinicius Victer - nasceu Governador Valadares (MG), em 1947 4. Valter Victer - nasceu em Governador Valadares (MG), em 1948 4. Maria Santisima Victer - nasceu em 1911, solteira 5. Laudina Victer - nasceu em 1912, solteira

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6. Arthur Victer (Benzinho) - nasceu em Monerat (RJ), em 1913, casou com Risalva Victer, em 1944, não tiveram filhos 7- Setima Victer da Silva (sétima filha) - nasceu em Espera Feliz (MG), em 1914, casou com Bento Caitano da Silva, em 1941, tiveram 8 filhos: 1. Cléa Victer da Silva Rangel - nasceu em Cambuci, em 1929, casou com Sinésio Rangel, em 1950 2. Jalon Victer Caitano da Silva - nasceu em Espera Feliz (MG), em 1943, casou com Marilene Caitano, em 1963 3. Joraí Victer Caitano da Silva - nasceu em Espera Feliz (MG), em 1947, casou com a prima Enilda Victer Caitano, filha de Oswaldo Victer e neta de Celestino Victer, em 1971 4. Clair Victer Caitano da Silva - nasceu em Cambuci, em 1949, solteira, sem filho 5. Clênio Victer Caitano da Silva - nasceu em Espera Feliz (MG), em 1951, casou com Sra. Genair Caitano, em 1976 6. Jabes Victer Caitano da Silva - nasceu em Espera Feliz, 1952 1º casamento - 1978 - com Janete Caitano 2º casamento - 1990 - com Beatriz Caitano 7. Joá Victer Caitano da Silva - nasceu em Espera Feliz (MG), em 1953, casou com Maeli Caitano, em 1980 8. Eluzai Victer Caitano da Silva - nasceu em Espera Feliz (MG), em 1954 8- Arlete Victer (Frazão) - nasceu no município de Monerat (RJ), em 1915, casou com Saint Clair Carvalho Frazão, 1939, com 6 filhos: 1. Antonio Arthur Victer Frazão - nasceu em Nova Friburgo, em 1940, casou com Célia A. Frazão, em 1978 2. Maria Adelina Victer Frazão - nasceu em Nova Friburgo, em 1943, casou com Vivaldo Silva Alves, em 1970 3. Noêmia Victer Frazão - nasceu em Nova Friburgo, em 1945 4. Ligia Victer Frazão - nasceu em Nova Friburgo, em 1948, solteira 5. Fátima das Graças Victer Frazão - nasceu em Nova Friburgo, em 1950, solteira 6. Joana Darc Victer Frazão Neves - nasceu em Nova Friburgo, em 1951, casou com Sidney Neves, em 1977

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9. Pedro Guinancio Victer - nasceu no município de São Francisco de Paula (RJ), em 1901, casou com Vitorina Gripp Victer, em 1933, com 3 filhos: 1. Fábio Victer - nasceu no município de Espera Feliz (MG), em 1935, casou com Maria Aparecida, em 1963 2. Fanny Victer Moreira - nasceu em Espera Feliz (MG), em 1939, casou com Artur Inácio Moreira, em 1961 3. Fancy Victer Vasconcellos - nasceu em Espera Feliz (MG), em 1943, casou com Mauro Lúcio Vasconcellos, em 1973 XI. VIRGILIO VICTER - casou com Elvira Tavares, tiveram 12 filhos: 1. Valdomiro Victer - nasceu em Cantagalo em 1908, casou com Francisca Florido, em 1942, tiveram 2 filhos: 1. Maria José Florido Victer - nasceu em Cambuci, em 1944, solteira, sem filhos 2. Zulima Florido Victer dos Santos - nasceu Cambuci, em 1946, casou com José Antonio Santos, 1983, com 2 filhos: (sobrenome grafado sem a letra “c”) a) Virgilio Santos Viter, São Gonçalo b) Fernando Santos Viter, São Gonçalo 2. Antonieta Victer - nasceu em Cambuci, em 1930, casou com João Moreira, 1955, tiveram 2 filhos: 1. Clair Tavares Victer (fem.) - nasceu em Niterói, em 1956, casou com o primo Luiz Antonio Victer, filho de Samuel Tavares Victer, neto de Virgilio Victer, em 1977, em Niteroi, tiveram 3 filhos: a) Juliana Victer b) Luciana Victer c) Luiz Arthur Victer 2. João Luiz Tavares Victer - nasceu em Niterói, em 1963, casou com Carla Azevedo Victer, em 1989, tiveram 2 filhos: a) Izabela Victer - São Gonçalo b) Victhor Victer - São Gonçalo

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3. Samuel Tavares Victer (apelido Mocinho) - nasceu em Cambuci, em 1924, casou com Dolores de Oliveira Victer, em 1949, tiveram 8 filhos: 1. Cleia Victer - nasceu em Cambuci, em 1949, casou com Aridelso Viana, tiveram 3 filhos: a) Rogerio Viana Victer - casou com Andrea J. Victer, tiveram 2 filhos: 1. Renan V. J. Victer. 2. Agatha. V. J. Victer b) Andersom Viana Victer, S. Gonçalo, 3 filhos: 1. Andrei Espin Victer 2. Rafael Victer 3. não identificado (?) c) Gleidison Viana Victer, casou com Priscila .... . em SG, tiveram 1 filho: 1. Samuel Victer 2. Paulo Cesar Victer, casou com Maria Jacira Azevedo, tiveram 2 filhos: a) Roberto Cesar Azevedo Victer b) Paulo Renato Azevedo Victer 3. Zelia Maria Victer, casou com Alcemiro Ramos, tiveram 4 filhos. a) Angela Mara Victer, casou com Junior Rangel, em S. J. Paraiso, tiveram 2 filhos: 1. Rodrigo Rangel Victer 2. Ludimila Rangel Victer b) Maria de Lourdes Victer Ramos, casada com 2 filhos: 1. Gisele Victer, casada com Jason, Itaperuna, tiveram Gêmeos: 1- Theo Victer e Bernardo (falecido) 2- Rafael Victer, 2015, S. J. Paraiso c) Maria de Fátima - falecida em 2018, casada com 2 filhos: 1. Erik Victer 2. Yuri Victer d) Fernando (Dodô) casado 1 filha: 1. Flávia Victer. 4. Afonso Celso Victer - nasceu em Cambuci, em 1954, casou com Marina R. da Silva Victer, em 1984, tiveram 2 filhos: a) Philipp da Silva Victer - nasceu em 1984, casado com Pamela Centuriao Victer, em 2009, em São Gonçalo, tiveram 2 filhos: 1. Ana Luiza C. Victer, 2012 2. Heitor C. Victer, 2018

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b) Darc Ana Da Silva Victer Lima - casou com Pablo B. Lima, em 2010, tiveram 2 filhos: 1. Pedro Henrique Victer Lima - nasceu em 2012, em Niterói 2. Maria Alice Victer Lima - nasceu em 2018, em Niteroi 5. Luiz Antonio Victer - nasceu em Cambuci, em 1956, casou com a prima Clair Tavares Victer, em 1977, filha de Atonieta e de Virgilio, tiveram 2 filhos: a) Luciana - falecida b) Luiz Arthur T. Victer -falecido 6. Elcio Victer - nasceu em Cambuci, em 1959, casou 1977, com 1 filha: a) Joseane Pereira Victer, com 2 filhos: 1. Carolina 2. João Vitor 7. Maria de Fátima Victer - nasceu em Cambuci, em 1961 1º casamento - com Flávio Francisco Santos, em 1978, com 1 filha: a) Liliane Victer Santos, casada com 1 filha: 1. Laura Victer Mendonca 2º casamento - com Dilson Rosa Nogueira, em 1986, com 2 filhas: a) Lidiane Victer, casada com 1 filho: 1. Joao Pedro Victer b) Dilcimara Victer Nogueira - casou com Carlos Alberto, sem filhos 8. Angela Maria Victer - nasceu em Cambuci, em 1963, vindo a falecer com 3 anos de idade 4. Dirceu Victer (apelido Honho) - nasceu em Cambuci, em 1922, solteiro 5. Valterio Victer (apelido Alvinho) - nasceu em Cambuci, em 1912, faleceu em 1982, casou com Maria Emilia (apelido Lila), tiveram 9 filhos: 1. Domires Victer - casou com Gessi, tiveram 5 filhos: a) Denise b) Marilza c) Marlene - falecida d) Margarete e) Vilma

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2. Vantuil Victer - casado com 4 filhos: a) Wanderlane b) Viviane c) Wanderlei d) Ivoney 3. Aureci Victer (Cici) - casou com Arlindo, tiveram 2 filhos: a) Wek b) Wendel 4. Valmir Victer - casado com Gessi, tiveram 3 filhos: a) Rosilene b) Rosangela c) Rosimere 5. Maria Emilia Viter - casou com Rosivel, tiveram 8 filhos: a) Marilza Victer Furtado - nasceu 1972, com 2 filhos: 1. Roberto 2. Roberta b) Norma Victer Furtado - casada com 4 filhos: 1. Joao Pedro 2. Wilson 3. Junior 4. Widney c) Maria Aparecida Victer Furtado - nasceu em 1981, com 2 filhos: 1. Maria Eduarda 2. José Marcos d) Carmen Lucia Victer Furtado - casada com 2 filhas: 1. Daniele 2. Lilia e) Paulo Vitor Victer Furtado - nasceu em 1969 f) Sebastião Victer Furtado, Tião - nasceu em 1970, com 3 filhos: 1. Sarha 2. Samira 3. Richard g) Adilson Victer Furtado - nasceu em 1974, com 3 filhos: 1. Homero 2. Maria Vitoria 3. Maria Alice

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h) Valtério Victer, nasceu em 1979, com 2 filhos: 1. Gabriele 2. Guilherme i) ou o número (9), Adilson Victer Furtado. (?) 6. Valde Victer - faleceu, solteiro, sem filho 7. Aderaldo Victer - sem filho 8. Ademildo Victer - casou com Joselia, com 4 filhos: a) Vanilda Victer b) Evanildo - falecido c) Keila Victer d) Fabio Victer 9. Angela Victer - casou com Paulo Domingos, em 1982, com 3 filhos: a) Gisele Viter Domingos b) Watila Viter Domingos c) Junior 6. Luiz Victer - casou com prima Juracy Victer, filha de Firmino Victer, 4 filhos: 1 - Antonio Victer - casou com Lucia de Jesus Barbosa, com 2 filhos: a) Julio Cesar Barbosa Victer b) Tereza Cristina Barbosa Victer 2 - Luiz Carlos Victer (Luizinho) - casou com Fatima Ferreira Cruz, 2 filhos. a) Viviane da Cruz Victer b) Jorge Luiz da Cruz Victer 3- Rogério Victer - casou com Marinéia Durval da Silva, 1 filho: a) Fabio da Silva Victer 4- Cleber Victer (Binho) - casou com Juliana Moraes Santos, tiveram 1 filho: a) Bryan dos Santos Victer 7. Artineu Victer - nasceu em de São João do Paraiso (RJ), 1909. Casou com Amélia Campos Victer, em 1934, tiveram 12 (doze) filhos: ATENÇÃO: Victer está grafado como Viter, sem a letra C (cê): (Artineu Victer, retirou a letra “c” do Victer em todos os filhos, exceto na 12ª filha, Artineia Campos Victer que foi reintroduzida a letra “c” voltando ser Victer. (motivo)? 1. Arlete Viter Barbosa (está grafada Viter) - nasceu em São João do Paraiso, em 1936, casou com Josias Barbosa, em 1954, com 4 filhos: a) Joilson Viter b) Nininho 172


c) Maria de Fatima Viter, Fatinha d) Andreia Viter - casada com Marcos Jose Loyola Queiroz, tiveram 2 filhos: 1. Matheus B. de Queiroz 2. Mariana B. de Queiros 2. Adair Viter Barbosa - fem (grafada como Viter) nasceu em São Joao do Paraiso em 1937 1º casamento - com José Pires Barbosa em 1964, com 6 filhos: a) João Carlos Viter b) Maria Amélia Viter Mury - casou com Marcio Mury, com 2 filhos: 1. Malak Mury 2. Livia Mury c) Joselmo Viter d) Gelson Viter - casou com Mirian, com 3 filhos: 1. Gessica 2. Natalia 3. Heitor e) Adeilce Viter - falecida, teve 2 filhos: 1. Leticia Viter 2. Guilherme Viter f) Adelmo Viter 2º casamento - com Francisco Alves de Lima, sem filho. 3. Arlei Campos Viter (grafado Viter) - nasceu em São João do Paraiso 1938, casou com Maria Helena Nunes Viter, em 1964, com 2 filhos: a) Luciana Viter - casou com Luiz CarlosTeixeira, 2 filhos: 1- João 2- Lucas b) Ielrea Viter - casada sem filho 4. Pedro Campos Viter (grafado Viter) nasceu em São João do Paraiso, casou com Maria da Paz Viter, tiveram 3 filhos: a) Vitor Viter - casou com Maria, tiveram 1 filha: 1- Julia Viter b) Vinicius Viter - casado com Raquel, tiveram 2 filhos: 1- Filipe Silva Viter, nasceu em 2006 2- Maria Eduarda Silva Viter, nasceu 2013

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5. Antonio Campos Viter - nasceu em São João Paraiso, em 1941, casou com Adilce Campos Viter, em 1973, tiveram 3 filhos : a) Fernando Viter - casado com Roberta Neiva, com 3 filhos: 1. Ingrid Viter 2. Laiz Viter 3. Lisia Viter b) Luiz Antonio Viter - casou com Gisele Nascimento Viter, com 1 filha: 1. Milena Nascimento Viter c) Artineu Viter Neto, casado com Elisangela Drumond Viter, tiveram 2 filhos: 1. Juliana Drumond Viter, nasceu em 1985 2. Arthur Drumond Viter, nasceu em 1999 6. José Carlos Viter - nasceu em São João do Paraiso, em 1943, casou com Alzira Bernardino Viter, em 1968, tiveram 4 filhos: a) Analice Bernardino Viter - nasceu 1969, Rio de Janeiro 1º casamento com Heliton de Araujo Barbosa, com 2 filhas: 1. Aliane Adjara Viter Barbosa Sanson, nasceu em 1991, Rio de Janeiro, casou com Braian Rezende Sanson em 2017 2. Anelyse Viter Barbosa, 2006, Rio b) Anair Viter Pereira - nasceu em 1971, Rio de Janeiro, casou com Jorge Antonio de Oliveira Pereira em 1995, com 1 filha: 1. Anna Beatriz Viter Pereira, 1996, Rio c) Laert Bernardino Viter - nasceu em 1976, Rio, casou com Luciana da Silva Costa, em 2001 d) Daniele Bernardino Viter de Sousa - nasceu em 1983, Rio, casou com Leandro Gonçalves Sousa, em 2006, com 2 filhos: 1- Miguel Angelo Viter de Sousa - nasceu em 2007, Manaus 2- Gustavo Emanuel Viter de Sousa - nasceu em 2014, Rio 7. Luiz Viter - nasceu em São João do Paraiso, em 1945, casou com a prima Ziláh filha de Maria da Penha Victer, neta de Hilario Victer, em 1982, tiveram 1 filha: a) Camila Viter, nasceu no Rio de Janeiro. 8. Carlos Eloi Viter - nasceu em Italva, em 1947, casado com Lecy da Rocha Viter, em 1974, tiveram 2 filhos: a) Carla Viter, casada, com 1 filho: 1. Kauan

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b) Carlos Alberto Viter - casou com Rosana, com 2 filhos: 1. Carolene 2. Lorenzo 9. Maria Amélia Victer - nasceu em São João do Paraiso, em 1949, casou com Gilberto da Silva Moreira, em 1971, com 2 filhos: a) Alexandre Viter Moreira b) Diego Viter Moreira - casado, com 1 filha: 1- Maria Sol Ferraz Victer Moreira 10.Cleia Maria Campos Viter - nasceu em São João do Paraiso, em 1951, casou com João dos Santos Rodrigues, em 1975, tiveram 2 filhos: a) Katia Viter - casada, com 1 filha: 1. Larissa Victer Matia b) Rafael Viter - casado com 1 filho: 1. Bernado Primo Victer 11.Reinaldo Campos Viter - nasceu em São João do Paraiso, em 1953, casou com Valéria Viter, em 1985, e tiveram 2 filhos: a) Tamires Viter b) Ronaldo Viter 12.Artinéa Campos Victer (Néa) - nasceu em São João do Paraiso, em 1961, única registrada como Victer, casou com Neolan Ribeiro, em 1982, com 2 filhos: a) Luana Victer, com 1 filho: 1. Matheus Victer b) Alan Victer 8. Antenor Victer - nasceu em Formosia, RJ, casou com Maria Victer, filha de Firmino Victer, tiveram 4 filhos: 1. Maria Justina Victer (apelido Neném) com 4 filhos: a) Jean Victer b) Jaime Victer c) Joelma victer d) Maria Aparecida Victer 2. Euvira Victer, Lilinha - casou com Izaias Zanela, S. Joaquim (RJ), com 3 filhos: a) Eliane Victer Zanela b) Gledia Victer Zanela c) Fabiano Victer Zanela 175


3. Abel Victer - casou com Conceição, e tiveram 2 filhos: a) Aline Victer b) Abel Junior 4. Adao Victer - Adaozinho, casado, com 2 filhos: a)- Francine Victet 9. Jurema Victer - casou com Salvador Campos e tiveram 9 filhos: 1. Jader Campos Victer - casou com Maria P. Victer, tiveram 6 filhos, todos grafados sem a letra “c”: a) Marcos Viter, teve 1 filha: 1. Lorrane Viter b) Elza Viter c) Leda Viter d) Fabiana Viter e) Antonio Viter f) Fabiano Viter 2. Jarmes Campos Victer - casou com Cremilda, tiveram 3 filhos: a) Neiva b) Neide c) Junior 3. Jairo Victer - casou com a prima Marly Moura Victer, com 5 filhos, todos já citados e relacionados no núcleo de Maura Victer. a) Leonildo b) Maria Jose c) Marcelo d) Josenildo e) Virgilio (já citados no ramo de Maura Victer) 4. Orminda Campos Victer - casou com Eronildes, tiveram 6 filhos: a) Josielda Campos Victer Batista b) Maria Isabel c) Jorgina Campos Victer Batista d) Maria das Graças e) Jorge Luiz f) Paulo Victor 5. Maria Campos Victer - Mariazinha, casou com José F. Santos, 5 filhos: a) Leandro b) José Luiz 176


c) Thiago d) Bruna e) Carla Maria dos Santos 6. Irani Campos Victer, teve 2 filhos: a) Igor b) Rodrigo 7. Jair Campos Victer 8. Selma Campos Victer, com 1 filho: a) Constantino José Victer 9. João Campos Batista Victer, com 1 filha: a) Luana Victer 10.Jacira Victer - casou com Moacir Victer, filho de Belmiro Victer, com 6 filhos, todos aqui citados são do ramo Belmiro, todos são primos, todos são de Itapina (ES): 1. Derli Victer T. Victer - casada, teve 6 filhos: a) Edinha b) Neiva c) Edesio d) Zezinho e) Pirata f) Lucas - falecido 2. Dirceu Victer, casou com Divina, tiveram 6 filhos: a) Rosangela b) Regilene c) Rosaria d) Reginaldo e) Roberval f) Roseli da Silva Victer 3. Dair Victer - casou com um primo 4. Dailsa Victer - casada sem filho 5. Maria Victer - com 3 filhos, a saber 6. Moacir Victer, Cirinho - casado com 3 filhos: a) Luciene b) Ray c) Dirceu Sobrinho

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11.Maura Victer - casou com Manoel Moura e tiveram 7 filhos: 1. Marli Victer Moura - casada com Jairo Campos, tiveram 4 filhos - filhos nascidos na Fomosia S. João do Paraíso a) Leonildo Victer 1º casamento com Elisangela Cabral, 1 filha: 1- Bruna Cabral Victer. 2º casamento com Cintia Martins, sem filho 3º casamento com Luciene Cortes Victer (prima) b) Josenildo Victer - casou com Vani Cabral c) Marcelo Victer - casou com a prima, Juliana Victer, filha de Clair Victer e Antonieta d) Maria Jose Victer - com 3 filho, todos nascidos em Formosia - S. J. do Paraiso (RJ) 1. Daiane Viter Coutinho casou com Luiz Gustavo Simao, com 1 filho: 1 - Theo Viter Simao 2. Edmara Victer 3. Edmar Victer 4. Virgilio Victer (solteiro) 2. Mardeci Victer Moura - solteiro 3. Maura Victer Moura - solteiro 4. Mauri Victer Moura - solteiro 5. Moacir Victer Moura - solteiro 6. Manoel Carlos Victer Moura 7. Marlene Victer Moura 12.Atratino Victer - casou com a prima Locacínia Victer (filha de Belmiro Victer), em 1938, tiveram 8 filhos: 1. Jurandir Victer 2. Palici Victer - casou com Benedita Victer filha de Valdir Victer, em Itapina, tiveram 3 filhos: a) Rosiane Victer b) Dulcineia Victer c) Sandra Victer 3. Coraci Victer - casou com Zélia e tiveram 2 filhos: a) Tânia Maria Victer b) Célia Victer

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4. Laci Victer - casou com Neuzinha, tiveram 2 filhos: a) Regilene Victer b) Lacilda Victer 5. Genoci Victer - casou com Maria Helena, tiveram 2 filhos: a) Jaqueline Victer b) Jaquiscilei Viter 6. Mardeli Victer - casou com Moacir, tiveram 2 filhos: a) Rogerio Victer b) Renato Victer 7. Juraci Victer (fem) - casou com Edivaldo Ferreira, tiveram 4 filhos: a) Edivaldo Victer b) Joelma Victer c) Marcia Victer d) Dulziline Victer 8. Antonieta Victer - casou com o primo Oziel, filho de Edite/Valiro, tiveram 5 filhos: a) Josiel Victer b) Cleber Victer c) Jarbas Victer d) Rosilene Victer - gêmea e) gêmea falecida 9. Iracema Victer - casou com Daniel, tiveram 6 filhos: a) ReginaldoVicter b) Ronaldo c) Sergio d) Edimar e) Gilmar f) Helena Fim do Ramo Amedée

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B. Ramo Constantin Wicht Constantin Wicht nasceu em Montévraz (ou Praroman) Cantão de Fribourg - Suíça, em 1842, tendo vindo para o Brasil com seu pai Joseph Wicht no ano de 1856 e permaneceu na Região, dando continuidade como herdeiro da fazenda de seu pai. Se casou em 1870 (vide folha do livro de casamento) com a também suíça Marie Louise Jecker (grafada Maria Luiza Iecker) nascida em 1854. Provavelmente residiram desde o início em Aldeia Velha, uma vez que todos seus 11 filhos nasceram lá, a saber: I. JOÃO VICTER (JOÃOZINHO) II. CAMILO VICTER III. AMÉLIA VICTER IV. LAURA VICTER V. PERCÍLIA VICTER VI. LUIZ AUGUSTO VICTER (LULÚ) VII. SUISSA VICTER VIII. FRANCISCO VICTER IX. CELESTINO VICTER X. NHOZINHO VICTER XI. MARIA VICTER

1873 - primogênito 1875 - 2º filho 1877 - 3º filho 1879 - 4º filho 1881 - 5º filho 1883 - 6º filho 1885 - 7º filho 1887 - 8º filho gêmeo com Celestino Victer 1887 - 9º filho 1889 - 10º filho 1891 - 11º filho

I. JOÃO VICTER (Joãozinho) primogênito do casal Constantin Wicht e Maria Luiza Yecker. Joãozinho nasceu em Aldeia Velha, no ano de 1873, casou com Maria Egger (Cocota), tiveram 10 filhos: 1. Edmar Egger Victer (fem.) (Marzinha) - nasceu em Aldeia Velha em 1903, casou com o imigrante português Paulo Matias, em 1934, com 3 filhos: 1. Elielte Victer Matias - nasceu em Niterói, em 1935, casou com Alberto Carneiro Felippe, em 1956 2. Eneide Victer Matias - nasceu em Niterói, em 1937, casou com Wilson Ramos de Azevedo, em 1966 3. Paulo Ricardo Victer Matias - nasceu em Niterói, em 1940, casou com Lygia Araujo, em 1969 2. Manoel Egger Victer (Maneco) - nasceu em Aldeia Velha, em 1905, solteiro

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3. Constantino Egger Victer - nasceu em Aldeia Velha, em 1907, era gêmeo com Maria Egger Victer 4. Maria Egger Victer - nasceu em Aldeia Velha, em 1907, era gêmea com Constantino Egger Victer 5. Oswaldo Egger Victer (Nivaldo?) - nasceu Aldeia Velha, 1909 6. Valdir Egger Victer - nasceu em Aldeia Velha, em 1911. 7. Zenith Egger Victer (Zézé) - nasceu em Aldeia Velha, em 1912, solteira. 8. Ivan Egger Victer - nasceu em Aldeia Velha, em 1913. 9. Nair Egger Victer (Náná) - nasceu em Aldeia Velha, em 1918, casou com Luiz Nascimento Lopes, em 1942, sem filho. 10.Gilcemar Egger Victer (Gilson) - nasceu em Aldeia Velha, em 1924, casou com Enilda Braga, em 1968, tiveram 2 filhos: 1. Cristiane Braga Victer - nasceu em Niteró, em 1970. 2. Marcelo Braga Victer - nasceu em Niterói, em 1972. II. CAMILO VICTER - nasceu em Aldeia Velha, em 1875, casou com Francília Borges da Cunha, em 1905, e tiveram 6 (seis) filhos. 1. Iraídes Victer (feminino) - nasceu em Rio Bonito, em 1914, casou com Napoleão Mendonça, em 1935, tiveram 6 filhos: 1. Irailson Witer de Mendonça (o único membro deste núcleo familiar grafado com a letra W e s/ a letra “c”) - nasceu em São Gonçalo, em 1937, casou com Zima Victer. 2. Olívia Victer de Mendonça - nasceu no Rio de Janeiro, em 1939, casou com Kleber Batista Souza, em 1961. 3. Iraci Victer de Mendonça (fem.) - nasceu no Rio de Janeiro, em 1942, casou com João Farias, em 1964. 4. Iramar Victer de Mendonça (masc.) - nasceu no Rio de Janeiro, em 1945, casou com Lourdes Pires, em 1980. 5. Iraelcio Victer de Mendonça - nasceu no Rio de Janeiro, em 1948, casou com Fátima Victer Mendonça, em 1978. 181


6. Iratan Victer de Mendonça - nasceu no Rio de Janeiro, 1950, casou com Maria de Lourdes Victer Mendonça, em 1981 2. Dinorah Victer Ferreira - nasceu em Aldeia Velha, em 1918, casou com Nelson Ferreira em 1943, tiveram 5 filhos: 1. Paulo Cesar Victer Ferreira - nasceu no Rio de Janeiro, em 1944, casou com Sheila Maria Costa Ferreira em 1978, tiveram dois filhos: a) Alessandra da Costa Ferreira - 1975 b) Paulo Cesar Victer Ferreira Filho - 1979. 2. Jorge Victer Ferreira - nasceu no Rio de Janeiro, em 1949, casou com Denise Bruno Ferreira, em 1975, tiveram 2 filhas: a) Gláucia Bruno Ferreira Sales - 1976 b) Fabiane Bruno Ferreira Gomes - 1978 3. Roberto Victer Ferreira - nasceu no Rio de Janeiro, em 1952, casou com Zaine da Silva Ferreira, em 1990, tiveram 1 filha: a) Aylla Roberta da Silva Victer Ferreira - 1993 4. Nelson Ferreira Filho - nasceu no Rio, em 1954, casou com Maria das Graças Carregosa Ferreira, tiveram 2 filhos: a) Pedro Henrique Carregosa Ferreira-1978. b) Priscilla Carregosa Ferreira-1984 5. Maria da Glória Victer Ferreira, nascida no Rio, em 1957, casada com Walker Silva de Carvalho. 3. Ibérica Victer - nasceu em São Gonçalo, em 1920, casou com João Martins, em 1940, tiveram 2 filhos: 1. Maria Elvira Victer Martins - nasceu em Niterói, em 1942, casou com Dalmo Senra, em 1967 2. Jorge Roberto Victer Martins - nasceu em Niterói, em 1947, casou com Rosangela Victer Martins, em 1988 4. Eclair Victer - nasceu em São Gonçalo, em 1923, casou com Simonides Botelho, em 1948, tiveram uma filha: 1. Helena Maria Victer Botelho - nasceu em Niterói, 1949 5. Genésio Victer - nasceu em Aldeia Velha, em 1925, casou com Florípes Oliveira Victer, em 1955, tiveram 5 filhos: 1. Maria do Carmo Victer - nasceu Juiz de Fora (MG), em 1958 2. Silvania Victer - nasceu em Juiz de Fora (MG), em 1959 182


3. Cristina Victer - nasceu em Juiz de Fora (MG), em 1961 4. Francisco Victer - nasceu em Juiz de Fora (MG), em 1962 5. Stepherson Victer - nasceu em Juiz de Fora (MG), em 1971 6. Doacy Victer (mas.) - nasceu em Aldeia Velha, em 1930 III. AMÉLIA VICTER (EGGER) - nasceu em Aldeia Velha, em 1877, casou com Juvenal Egger, em 1897 e tiveram 9 filhos: (todos nominados Egger, mas são sanguíneos Victer): 1. Valma Victer Egger - nasceu em 1898, teve 4 filhos: 1. Maria Amélia Egger 2. Carmosina Egger 3. Lúcia Egger 4. Fulano (?) Egger 2. Juvenal Victer Egger - nasceu em 1917, casou com Maria de Lourdes Carreira (Dona Nênê), tiveram 4 filhos: 1. Vera Egger - nasceu 1941, faleceu por acidente em 1946 2. Juvenal Egger Filho - nasceu em 1943, faleceu em 1988, com 45 anos (infarto do miocárdio), Médico, Professor Faculdade Medicina Londrina, existe uma rua com seu nome na cidade, casou com Wania Fustinoni Egger, tiveram 3 filhos: a) Juliana Egger b) Juvenal Egger Neto c) Julio Cesar Egger 3. Ildemar Egger (Dema) - (mas) - nasceu em dez/1945, casado com Ema Egger, tiveram 3 filhos: a) Christiane Egger b) Luciane Egger c) Ildemar Egger Junior (masc.) 4. Vera Lucia Egger - nasceu em 1947, casou com Ricardo Pazzanese, tiveram 3 filhas: a) Regina Egger Pazzanese b) Tatiana Egger Pazzanese c) Thays Egger Pazzanese

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3. Isaura Victer Egger - nasceu em 1902 4. Octacílio Victer Egger - nasceu em Casemiro de Abreu, em 1911, casou com Palmyra Gonçalves e tiveram 2 filhos: 1. Cirley Acácio Egger - mas - nasceu Manhumirim em 1937, casou com Anita Madalena Rigodanzo, 1966 2. Sidney Egger - nasceu Manhumirim em 1940 se casou com Devanir Roque Eugênio, em 1960. 5. Maria Victer Egger - nasceu em 1913, gêmea de João Victer Egger 6. João Victer Egger - nasceu em 1913, gêmeo de Maria Victer Egger 7. Nivaldo Victer Egger - nasceu em 1915 8. Darcílio Victer Egger - nasceu em 1917 9. Almerinda Victer Egger - nasceu em 1919 IV. LAURA VICTER (EGGER) - nasceu em Aldeia Velha, 1879, casou com Laurindo Egger (Mindo), em 1899, e tiveram 12 (doze) filhos: 1. Eudino Victer Egger - nasceu em Aldeia Velha, em 1906, casou com Dinira Brust Egger, tiveram 2 filhos: 1. Heraldo Brust Egger - nasceu em Nova Friburgo, em 1930, casou com Dalva de Oliveira 2. Eunira Brust Egger - nasceu em Nova Fribrugo, em 1935, casou com Harley Magalhães 2. Darcília Victer Egger - nasceu em Nova Friburgo, em 1908, casou com João Teixeira Calvão, em 1928, com 2 filhas: 1. Joaquina Lúcia Calvão - nasceu em Niterói, em 1930, casou com Thomé Victor Reis, em 1950 2. Maria Gisah Calvão - nasceu em Niterói, em 1940, casou com Gilson Calvão Moraes, em 1965 3. Nair Victer Egger - nasceu em Nova Friburgo, em 1910, solteira. (contribuição fundamental à arvore genealógica) 184


4. Genésio Victer Egger - nasceu em Aldeia Velha em 1911, casou com Maria Spitz, em 1940, tiveram 7 filhos: 1. Gelita Neuza Egger - nasceu em Nova Friburgo, em 1941, foi decisiva à construção da àrvore genealógica, faleceu 2018 2. Gilberto Egger - falecido ainda criança 3. Gecilda Maria Egger - falecida ainda criança 4. Cleuza Egger - falecida ainda criança 5. Marilda Victer Egger - nasceu em Nova Friburgo, em 1948 6. Gelson Victer Egger - nasceu em Nova Friburgo, em 1950 7. Elcy Victer Egger (fem.) - nasceu Nova Friburgo, em 1952, casou com Maurílio Barbosa, em 1970 5. Maria Luiza Victer Egger - nasceu em 1913 6. Cenira Victer Egger - nasceu em Aldeia Velha, em 1915, casou com Reinaldo Eyer, em 1939, tiveram 2 filhos: 1. Marcos Victer Egger Eyer - nasceu em Niterói, em 1944, casou com Maria José P. Eyer 2- Eliana Victer Egger Eyer - nasceu em Niterói, em 1945, casou com João Pedro Furstenberger 7. Elza Egger - nasceu em Nova Friburgo, em 1917, casou com Ângelo Longo, em 1939, tiveram 3 filhos: 1. Paulo Sergio Egger Longo - nasceu em Niteroi, 1943, casou com Leila, em 1965 2. Ronaldo Egger Longo - nasceu em Nova Friburgo, em 1945, casou com Lygia Brito, em 1970 3. Eduvaldo Egger Longo - nasceu Nova Friburgo, 1947 1º casamento - Maria Nilce, em 1968 2º casamento - Maria Izabel, em 2004 8. Adalgiza Victer Egger - nasceu em Nova Friburgo, em 1918, casou com Aristides Folly, em 1940, tiveram 1 filha: 1. Angela Egger Folly - nasceu em Niterói, em 1946, casou com Carlos Rubens Negreiros, em 1970 9. Lauro Victer Egger - nasceu em Nova Friburgo, em 1919 185


10.Marina Victer Egger - nasceu em Nova Friburgo, em 1920, casou com Monclar Rocha Barbeto, em 1945, tiveram 4 filhos: 1. Claudio Egger Barbeto - nasceu em Nova Friburgo, em 1946 1º casamento - Edina dos Santos, em 1972 2º casamento - Cristina Pacheco, em 1982 2. Marisa Egger Barbeto - nasceu em Nova Friburgo, 1947, casou com Claudio Henrique Barroso Huthmacher, em 1973. 3. Dayse Egger Barbeto - nasceu em Nova Friburgo, em 1949, casou com Fernando Castelo Branco, em 1970. 4. Elizabeth Egger Barbeto - nasceu em Nova Friburgo, em 1950, casou com João Carlos Thurler, em 1974. 11.Jacy Victer Egger (mas.) - nasceu em Nova Friburgo, em 1922, caso com Maria Eny Soares, tiveram 2 filhos: 1. Carlos Eduardo Soares Egger - nasceu Nova Friburgo, em 1955, casou com Maria Cristina Catão, em 1978. 2. Tereza Cristina Egger - nasceu em Nova Friburgo, em 1956, casou com Athayde Souza, em 1978. 12. Moacir Victer Egger - solteiro V. PERCÍLIA VICTER (DEMIER) - nasceu em Aldeia Velha, em 1881, casou com João Pedro Demier, em 1900, tiveram 10 filhos: 1. Acelina Victer Demier (Dina) - nasceu em Aldeia Velha,em 1902, casou com Hipólito Demier (Miúdo), em 1922, tiveram 4 filhos: 1. Maria Odete Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, em 1924, casou com Gilberto Demier, em 1945. 2. Darcy Victer Demier (masc.) - nasceu em Aldeia Velha, 1928, casou por duas vezes: 1º casamento, em 1952 - Regina Demier 2º casamento, em 1990 - Fabiana Demier 3. Benildes Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, em 1932, casou com Maria Gerarda Demier, em 1954 4. Maria da Conceição Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, em 1936, casou com José Reis Demier, em 1954

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2. Luiza Laura Victer Demier (Lálá) (Souza) - nasceu Aldeia Velha, em 1904, casou com Áureo Souza (Lélé), em 1926, com 8 filhos: 1. Jonas Victer Demier Souza - nasceu em Aldeia Velha em 1930, casou com Adeli Demier, em 1954 2. João Victer Demier Souza - nasceu em Aldeia Velha, em 1932, casou com Lecy Demier, em 1958 3. Walter Victer Demier Souza - nasceu Aldeia Velha em 1936, casou com Maria Aparecida Demier, em 1960 4. Cléa Victer Demier Souza - nasceu em Aldeia Velha, em 1938, casou com Winston Demier, em 1962 5. Clair Victer Demier Souza - nasceu em Aldeia Velha, em 1940, casou com Marijedes Demier, em 1965 6. Clovis Victer Demier Souza - nasceu em Aldeia Velha em 1942, casou com Georgetta Demier, em 1968 7. Maria Helena Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha 8. Belkes Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha 3. Etelvina Victer Demier (Berbert) - nasceu em Aldeia Velha, casou com Dalvino Berbet, tiveram 2 filhos: 1. Maria da Conceição Victer Demier Berbet - nasceu em Aldeia Velha, casou com Edson. 2. Paulo Jorge Victer Demier Berbet - nasceu em Aldeia Velha, casou com Maria Lucia ........ 4. João Luiz Victer Demier (Zizinho) - nasceu em Aldeia Velha, casou com Isaltina C. Victer Demier, tiveram 4 filhos: 1. Onésio Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Marilda Demier 2. Odete Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Howard Demier 3. Orlando Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Aidê Demier 4. Odélia Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha casou com Amaury Demier 5. Maria Cecília Victer Demier (Ceci) (Egger) - nasceu em Aldeia Velha, casou com Pedro Egger, tiveram 6 filhos: 1. Maria José Victer Demier Egger - nasceu em Aldeia Velha 2. Carlos Victer Demier Egger - nasceu em Aldeia Velha, casou com Maria Anízia Demier 3. Joana Victer Demier Egger - nasceu em Aldeia Velha 187


4. Pedro Victer Demier Egger - nasceu em Aldeia Velha 5. José Victer Demier Egger - nasceu em Aldeia Velha 6. Léa Victer Demier Egger - nasceu em Aldeia Velha 6. Guiomar Victer Demier (Vieira) - nasceu em Aldeia Velha, se casou com José Vieira, tiveram 3 filhos: 1. Maria José Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Abmael Demier 2. Paulo Roberto Victer Demier Vieira - nasceu em Aldeia Velha, casou com Julcéa Demier 3. Josemar Victer Demier Vieira - nasceu em Aldeia Velha, casou com Lucia Demier 7. Luiz Lourival Victer Demier (Vává) - nasceu em Aldeia Velha, casou com Escolática C. Victer Demier, tiveram 6 filhos: 1. Dario André Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Srta. Elizete Demier 2. Vera Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Ubirajara Demier 3. David Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha 4. Jayme Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Laura Demier 5. Maria de Lourdes Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Alberto Demier 6. Mario Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Marilene Demier. 8. Durval Victer Demier (Sinhô) - nasceu em Aldeia Velha, casou com Noêmia Cardoso Demier (Nema) e tiveram 10 (dez) filhos: 1. Paulo Sérgio Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Edna Demier 2. Ruthlea Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Luis Eduardo Demier 3. Arlete Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Herculano Demier 4. Renato Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha 5. Julieta Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Ary Demier 6. João Batista Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Neide Demier 188


7. Durval Victer Demier (Filho) - nasceu em Aldeia Velha, casou com Maria Divina Demier 8. Adalto Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha 9. Celeste Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha 10.Georgeta Victer Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Clovis Demier 9. Euclides Victer Demier (Dico) - nasceu em Aldeia Velha, casou com Maria Olívia Egger Demier (Neca), tiveram 10 (dez) filhos: 1. Edir Victer Egger Demier (masc.) - nasceu em Aldeia Velha, casou com Zeny Demier 2. Jadyr Victer Egger Demier (masc.) - nasceu em Aldeia Velha, casou com Zenith Demier 3. Jair Victer Egger Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Júlia Demier 4. Nadir Victer Egger Demier (fem.) - nasceu em Aldeia Velha, casou com Aurélio Demier 5. Maria Elair Victer Egger Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Felipe Demier. 6. Cedir Victer Egger Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Amaury Demier 7. Mario Victer Egger Demier - nasceu em Aldeia Velha 8. Maria Helena Victer Egger Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Evaldo Demier 9. Maria Eunice Victer Egger Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Lindolfo Demier 10.Alécio Victer Egger Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Acenilde Demier 10.Leôncio Victer Demier (Tutuca) - nasceu em Aldeia Velha, casou com Umbelina Cardozo, tiveram 4 filhos: 1. Leio Damião Victer Egger Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Maria Auxiliadora 2. Lio Damião Victer Egger Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Marlene ........... 3. Lecy Victer Egger Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Hercílio ............. 4. Lourdes Victer Egger Demier - nasceu em Aldeia Velha, casou com Tarquínio 189


VI. LUIZ AUGUSTO VICTER (Lúlú) - nasceu em Aldeia Velha, em 1883, casou com Edmeia Marchon, em 1903, com 5 filhos. 1. Diodemos Marchon Victer - nasceu em Aldeia Velha, em 1904 2. Lourival Marchon Victer - nasceu em Aldeia Velha, em 1908, casou com sua prima Cecília Marchon, em 1937, tiveram 1 filho: 1. Haroldo Luiz Marchon Victer - nasceu em 1938, casou com Janir Joel Darcancy Victer, em 1961, com 4 filhos : a) Marcelo Marchon Victer b) Andre Darcancy Marchon Victer c) Rosane Darcancy Marchon Victer d) Cristiane Darcancy Marchon Victer 3. Almir Marchon Victer - nasceu em Aldeia Velha, em 1916, casou com Maria Olimpia Correa (Pimpa), tiveram 2 filhos: 1. Paulo Sergio Correa Victer (Paulete) - nasceu Nova Friburgo, 1946, casou com Maria das Grassas Frauches, em 1976, com 2 filhos: a) Paolla Frauches Victer b) Rafael Frauches Victer 2. Carlos Fernando Correa Victer - Neném) nasceu em Nova Friburgo, em 1949, casou com Marilena Rangel, em 1975, com 3 filhos: a) Fernanda Rangel Victer b) Raquel Rangel Victer c) Thiago Rangel Victer 4. Cremilda Marchon Victer (Mima) - nasceu em Aldeia Velha, em 1917, casou com Aurino Jaccoud, em 1938, sem filhos 5. Adenor Marchon Victer (Rôla) - nasceu em Aldeia Velha, em 1909, casou com Carcilia Cardoso Siqueira, em 1938, tiveram 3 filhos: 1. Geraldo Cardoso Victer - nasceu em Aldeia Velha, em 1939, casou com Elenir Valadão, em 1967 2. Jorge Cardoso Victer - nasceu em Aldeia Velha, em 1943, casou com Maria Eufrásia Costa, em 1972 3. Gicelda Cardoso Victer - nasceu em Aldeia Velha,1949

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VII. SUISSA VICTER - nasceu em Aldeia Velha, em 1885, solteira, sem filhos VIII. FRANCISCO VICTER (Chico) (gêmeo de Celestino Victer), nasceu em Aldeia Velha, em 1887, casou com Elvina Nancy Egger Victer em 1906, com 8 filhos: 1. João Agenor Victer - nasceu em Aldeia Velha, em 1907, mas registrado como Casimiro de Abreu, parte de AV pertence a CA, casou com Amanda da Costa Victer, em 1938, tiveram 4 filhos: 1. Heraldo José Victer - nasceu em São Gonçalo,1939, casou com Maria Tereza Coelho dos Santos Victer, em 1963, com 5 filhos: a) Marcelo S. Victer -falecido b) Rogerio S. Victer c) Ricardo S. Victer d) Roberto S. Victer e) Rodrigo S. Victer 2. Leda Maria Victer - nasceu em São Gonçalo, em 1942, casou com Helvécio Lopes de Almeida em 1976 3. Ronaldo Victer - nasceu em São Gonçalo, em 1949, casou com Rosaura Carvalho Victer, em 1974, com 3 filhos: a) Gustavo Carvalho Victer b) Felipe Carvalho Victer c) Claudio Carvalho Victer 4. Paulo Roberto Victer - nasceu em São Gonçalo, em 1953 1º casamento - com Mary Lucy Rebello Gomes, em 1977, com 1 filha: a) Flavia Gomes Victer 2o casamento - com Soraya Saliba Victer, sem filhos 2. José Victer (Zé Victer) - nasceu em Aldeia Velha ou Casimiro de Abreu, em 1917, casou com Georgetta Jorge, em 1941, tiveram 6 filhos: 1. Jorge José Victer - nasceu em São Gonçalo, em 1942, casou com Lourdes Sampaio Victer, em 1964 2. Constantino Jorge Victer - nasceu S. Gonçalo, em 1943 1º casamento – com Luiza Batista, em 1969 2º casamento – com Maria Rocha Victer, em 1976 3. Eloisio Jorge Victer - nasceu em S. Gonçalo, em 1948, casou com Maria José Duarte Victer, em 1982 4. Neuza Victer - nasceu em São Gonçalo, em 1945, casou com Carlos Roberto Gama, em 1967 191


5. Hamilton Jorge Victer - nasceu em São Gonçalo, 1950, casou com Eloisa Helena Barros Cruz Victer, em 1980 6. Marilda Victer - nasceu em São Gonçalo, em 1955, casou com Patrício Gomes, em 1980 3. Constantino Victer - nasceu em Aldeia Velha, em 1914, falecido 4. Maria Victer - nasceu em Aldeia Velha, em 1918, casou com Antonio dos Santos, em 1954, tiveram 2 filhos: 1. Jordan Victer dos Santos - nasceu em São Gonçalo, em 1955, casou com Geisa Gomes Victer, em 1980 2. Luiz Alberto Victer dos Santos – nasceu 1958, falecido 5. Zenith Mariana Victer - nasceu em Aldeia Velha, em 1920, casou com Sergio de Moraes, em 1942, tiveram 5 filhos: 1. Reinaldo Victer de Moraes - nasceu em São Gonçalo, em 1943, casou com Luzia Aurélia Nascimento, em 1965 2. Ilca Victer de Moraes - nasceu em São Gonçalo, em 1944, casou com Célio Campos, em 1963 3. Reni Victer de Moraes - nasceu em São Gonçalo, em 1945, casou com Alcino Schincaglia, em 1976 4. Almir Victer de Moraes - nasceu S.Gonçalo,1948, falecido 5. Vanda Victer de Moraes - nasceu São Gonçalo, em 1954 1º casamento – com Francisco Pereira, em 1978 2º casamento – com Edson Barbosa Gomes, em 1990 6. Ademar Victer (Marzinho) - nasceu Aldeia Velha, em 1916, falecido 7. Isaura Victer - nasceu em Aldeia Velha, em 1922, casou com Luiz Marques Gonçalves, tiveram 2 filhos: 1. Evaldo Victer Gonçalves - nasceu em São Gonçalo, em 1953, casou com Rita dos Santos, em 1986 2. Ana Maria Victer Gonçalves - nasceu em 1988 em São Gonçalo, casou com Alcebíades Costa Santana, em 1985 8. Francisco Victer Filho (Chiquinho) - nasceu em 1923, falecido

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X. CELESTINO VICTER - nasceu em Aldeia Velha, em 1887, gêmeo de Francisco Victer, foi hoteleiro e Delegado de Polícia em Capivari (Silva Jardim), casou com Maria Tereza Correa de Sá, em 1906, com 5 filhos: 1. Oswaldo Da Conceição Victer - nasceu em 1909 na localidade de Maratuã (Capivari, hoje Silva Jardim), teve dois casamentos: o 1 casamento – com Zilda Coelho Victer, em 1935, com 5 filhos: 1. Humberto Victer - nasceu em Niterói, em 1936, casou com Rosa Diniz Victer, em 1964 2. Enir Victer - nasceu em Niterói, em 1940, casou com Mario Vila Gran Pires, em 1996 3. Eneida Victer - nasceu em Niterói, em 1943, casou com Wanderley Dias Pita, em 1965 4. Enilda Victer - nasceu em Niterói, em 1947, casou com Joraí Victer Caitano da Silva, em 1971 5. Enilceia Victer (Ceinha) - nasceu em Niterói, em 1952 1º casamento - com Roberto da Silva, em 1966 2º casamento - com Nilo Poncione da Silva, 1974 2º casamento - com Inês Gama, em 1963, tiveram 1 filho: 1. Francisco Victer - nasceu em Niterói, em 1964, casou com Eliane Mara Ribeiro, em 1987 2. José Victer (Zezinho) - nasceu em Silva Jardim, em 1907 3. Nini Victer (falta nome correto) - nasceu em Silva Jardim, 1908 4. Jurandir Victer (Didi) - nasceu em Silva Jardim, em 1910 5. Silvio Victer - nasceu em Silva Jardim, em 1912 X. NHOZINHO VICTER - nasceu em Aldeia Velha, 1889, solteiro

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XI. MARIA VICTER - casou com Filismino Egger, tiveram 7 filhos: 1. Filismino Victer Egger 2. Manoel Victer Egger 3. Nadir Victer Egger 4. Mariana Laura Victer Egger - casou com Luiz Figueiredo Teixeira, tiveram 3 filhos: 1. Nilza Egger Figueiredo 2. Nilzete Egger Figueiredo 3. Nilton Egger Figueiredo 5. Alzira Victer Egger 6. Francisco Victer Egger 7. Maria Olívia Victer Egger OBS: A construção desta árvore genealógica decorreu do esforço e da paciência das queridas Professoras Leda Maria Victer e Gelita Egger (falecida). Imbuídas de boa vontade e interesse, souberam extrair da memória da já idosa Nair Victer Egger, todos os principais dados e informações que constam neste documento, a cultura oral se materializou na escrita no papel. Deve ser ressaltada a extraordinária contribuição histórica na definição da origem da Família Victer, ao grande historiador friburguense, médico Dr. Henrique Bon, que foi quem descobriu a vinda do patriarca Joseph Wicht, em 1856. Fim da árvore genealógica

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Informações sobre algumas famílias Observações extraídas do livro “Imigrantes” de Henrique Bon: EGGER - DEMIER - JECKER ou IECKER - PÉCLAT EGGER: Tudo leva a crer que Egger tenha sido derivado do sobrenome NIDEGGER. O Patriarca teria sido: FRANÇOIS NIDEGGER. Veio na imigração de 1819, com 31 anos de idade, no navio Daphnée. Suíço francófono, católico. Desde o inicio da viagem, travou uma relação amorosa com a também imigrante suíça Marie-Joseph Colignon, vindo a se casar em 09/jan/1820, ambos já assentados na colônia de Nova Friburgo. Tiveram uma prole numerosa, cujas descendências tiveram sobrenomes nas formas Nidec, Nideck e Egger. (o livro “Imigrantes” - Henrique Bon - pag 713). De todos os descendentes Egger, se destacam dois membros. Além deles terem tido ligações diretas com membros da família Victer, outros seus descendentes também o assim fizeram. (à frente). 1 - MARIA EUFRASIA NIDEGGER - (EGGER) – filha de François Nidegger e MarieJoseph Colignon. Se casou com Joseph Jecker (#) (ou José Iecker) em 20 fev 1843, tiveram, 10 filhos, e dentre os quais, destaca-se uma filha de nome Marie Louise Jecker (ou Iecker), nascida em 18 dez 1846, que mais tarde, no ano de 1866 (?) ou 1870 (?) viria se casar com, Constantin Wicht, (segundo filho de Joseph Wicht) , formando o casal que deu origem ao Ramo Constantin da Família Victer. (#) Joseph Jecker, nasceu em 30 julho 1821, filho do imigrante suíço Victor Jecker, teve seu nome aportuguesado para José Iecker. (vide pag. 554-555) do livro “Imigrantes” do historiador Henrique Bon). O imigrante Victor Jecker veio em 1819 no navio veleiro Heureux Voyage, tinha ficado viúvo. Contraiu o segundo casamento em 1820, com Elisabeth Zehnder, tendo o filho Joseph Jecker (José Iecker) que nasceu em solo brasileiro em 30 julho 1921. Um filho do casal Maria Eufrásia Nidegger (Egger) e Joseph Jecker, seria o pai do descendente Luiz Tiago Jecker (ou Iecker), que viria ter sua vida no Município de São Gonçalo, se estabelecendo como comerciante. Foi homenageado pela Municipalidade com nome de rua, conforme foto da placa na parte final do livro “O Cavaleiro de Aldeia Velha”.

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2- JOÃO FRANCISCO EGGER casou com Marianna Caroline Peclat nascida em 26/mar/1846, filha da prole de 8 filhos do casamento de Jean-Joseph Péclat e Antonia Zhinden, tiveram 9 filhos: 1 - Hermínio Egger (Mimi) - casou com a prima Isolina Peclat, 1 filho 2 - Paulina Egger - casada com Pedro Gerhardi, 5 filhos 3 - João Egger (Jola) - solteiro 4 - Olívia Egger (Sinhá) - casada com Luiz Gerhardi, 4 filhos 5 - Laurindo Egger (Mindo) casado c/ Laura Victer, 12 filhos 6 - Juvenal Egger - casado com Amélia Victer, 8 filhos 7 - Maria Egger (Cocota) - casada com João Victer, 11 filhos 8 - Elvina Nancy Egger - casada c/ Francisco Victer, 8 filhos 9 - Felismino Egger - casado com Maria Victer, 7 filhos Como se vê, o entrelaçamento das famílias Egger e Victer foi extremamente marcante, cujo elo de ligação se tornou muito íntimo, pelas uniões matrimoniais, a saber: - Dessa listagem dos nove irmãos Egger, cinco deles se casaram com outros cinco irmãos Victer, assim discriminados: Duas irmãs Egger e três irmãos Egger, se casaram com dois irmãos Victer e com três irmãs Victer. (todos os Victer são descendentes do ramo Constantin Wicht). O resultado dessas uniões matrimoniais inter-familiares, foi a formação de um núcleo familiar homogêneo do ponto de vista sanguíneo, consequentemente seus filhos eram verdadeiros primos-irmãos entre si, cujos os tios são ou eram sanguíneos bilateralmente. A filha número 8 de João Francisco Egger/Marianna Caroline Peclat, de nome Elvina Nancy Egger, se casou c/ Francisco Victer (filho de Constantin Wicht), que viriam ter como filho primogênito, João Agenor Victer, o personagem principal do livro “O Cavaleiro de Aldeia Velha”, pai de Heraldo José Victer.

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DEMIER: também teve uma forte e estreita relação com a Família Victer. Na genealogia de Constantino Victer, o quinto filho, na verdade filha - Percília Victer - nascida 1881, se casou com João Pedro Demier,em 1900, tiveram 10 filhos: todos tiveram relacionamento direto com membros da Família Demier, assim sendo, surgiram muitos descendentes Victer/Demier. O Ramo Demier - é o mais carente de dados e informações. PECLAT: originario de Fribourg- Suisse Originário da cidade de Châtonnaye - As derivações das corruptelas. Descendentes de JACQUES-MARTIN PÉCLAT Péclat / Peclat / Pecla / Peclart JACQUES - MARTIN PÉCLAT, nascseu em 07 de setembro de 1783 em Châtonnaye. Era ferreiro, veio no barco “Urania” em 1819, recebeu a casa 18 e o lote 17. Casou com Anne-Margueritte Sottaz. Faleceram após 1842 em NF. Filhos: - Marie-Jeanne Péclat, faleceu durante a viagem no Urania em 1819. - Marguerite-Veronique Péclat, nasceu em 1810 na Suíça e faleceu em Nova Friburgo em 1820. - Marie-Josette Péclat, nasceu em 1814 na Suíça, residiu em Nova Friburgo, vindo a falecer em 1859. - Jean-Joseph Péclat, nasceu em 1810 na Suíça e residiu em Nova Friburgo, casou com Antonia Zhinder e tiveram 8 filhos, entre os quais, uma filha de nome Marianne Caroline Péclat (filha de Jean-Joseph Péclat), vindo a falecer em 1853. Marianne Caroline Péclat casou com João Francisco Egger e tiveram 9 filhos: 1- Hermínio Egger – casou com a prima Isolina Péclat 2- Paulina Egger – casou com Pedro Gerhardi 3- João Egger – solteiro 4- Olívia Egger (Sinhá) - casou com Luiz Gerhardi 5- Laurindo Egger (Mindo) - casou com Laura Victer 6- Juvenal Egger - casou com Amélia Victer 7- Maria Egger (Cocota) - casou com Joãozinho Victer 8- Elvina Nancy Egger - casou com Francisco Victer 9- Felismino Egger - casou com Maria Victer 197


Marianne Caroline Péclat ao se casar com João Francisco Egger, teve seus descendentes englobados com o sobrenome Egger, contudo, há de se considerar seus descendentes com sangue Péclat. Especificamente a filha (oitava) de Marianne Caroline Péclat, de nome Elvina Nancy Egger, se casou com Francisco Victer, obviamente seus descendentes assumiram o sobrenome Victer. Contudo, os descendentes contém sangue Péclat e Egger, também. PORCELET: Originário de Fribourg. Descendentes de Pierre Louis PORCELET 1a Geração 1. Pierre Louis Porcelet nasceu em Mar. 26, 1776 em Estavayer-le-Lac, Fribourg, Suíça e morreu em Nova Friburgo. Ele era filho do cirurgião Claude Pierre Porcelet. Era médico e coronel. Tinha título de nobreza, era um Cavalheiro. Chegou no Brasil com 43 anos de idade, sozinho, voluntariamente, no barco Daphne; por delegação cantonal, exerceu uma função de policiamento no barco para manter a ordem na travessia. Nas anotações do Padre Jacob Joye consta que Pierre Louis Porcelet, no dia 17 março de 1820, discursou para os colonos na cerimônia de inauguração da vila de Nova Friburgo. Foi designado Diretor Geral da Colônia de Nova Friburgo. PILLER OU PILUER: originário de Fribourg-Suisse. Jean Christophe Piller (Pillier), nasceu em Praroman e faleceu em Nova Friburgo. Veio para o Brasil em 1856 numa emigração voluntária e espontânea, com a esposa Marie Antoniette Scyboz (Piller) e sua filha Marie Justine Piller que viria se casar com PierreJoseph-Amedé Wicht em 1867. Veio para o Brasil na mesma viagem que o patriarca Joseph Wicht para trabalhar na fazenda Annouciade do também imigrante Suíço Auguste Stocklin. COSANDEY: originário de Fribourg-Suisse. Jean Joseph Cosandey, o patriarca da família, veio na imigração de 1819/11820, casou com Anne-Marie Schwartz em 1824 em Cantagalo. Os descendentes tiveram contato com os Victer após 1870. FOLLY: originário de Fribourg-Suisse. Jean Joseph Folly patriarca da família se estabeleceu em Cantagalo. Alguns filhos menores faleceram durante a travessia no Oceano Atlântico. O sobrenome Schwartz englobou o sobrenome Folly com seguidos casarnentos. 198


JACCOUD: originário de Fribourg.-Suisse Permaneceu na própria Colônia de Nova Friburgo. Aurino Jaccoud se casou com Cremilda Victer filha de Luiz Victer, neta de Constantin Wicht. Membros da família com muito relacionamento com os Victer. MARCHON: originário de Fribourg-Suisse. Jean Claude Marchou nasceu em 23 de janeiro de 1794 em Vuisternens-en-Ogoz, Fribourg, Suíça e morreu em 8 de junho de 1857 em Cabeceiras do Rio Macaé, NF. Ele casou com Marie Protais Chavanaz na 1ª vez em 1819 em Nova Friburgo. Marie Protais nasceu em 9 de maio de 1787 em Vuisternens-en-Ogoz, Fribourg, Suíça e morreu em 5 de setembro de 1821 em Nova Friburgo. Ele casou com Anne Marie Elisabeth Balmat na 2ª vez em 21 de abril 1823 em Nova Friburgo. Anne Marie Elisabeth, filha de Andre Balmat e Françoise Zurkinden, nasceu em 9 de junho de 1806 em Semsales, Fribourg, Suíça e morreu em NF. Edmeia Marchou filha de Quincas Marchou se casou com Luiz Augusto Victer (Lulu) filho de Constantin Wicht. Cecilia Marchon se casou com o primo Lourival Marchon Victer. JECKER - YECKER - IECKER Marie Louise Jecker se casou com Constantin Wicht e viveram em Aldeia Velha e tiveram 10 filhos. Luiz Yecker, primo de joão AGenos Victer responsável por sua ida a São Gonçalo conseguindo-lhe o primeiro emprego. Maria Louise Yscker, Dona Mulata esposa do Luiz Yecker foi mãe de leite do autor deste livro. STOECKLIN - STOCKLIN - Jean Auguste Constantin de Stoecklin nasceu em 22 de fevereiro de 1795, em Fribourg-Suisse e veio a falecer em Nova Friburgo após 1866. Casou-se com Françoise Alexandrine (Fanchette) Schueler em 1820 em Nova Friburgo. Proprietário da fazenda Annouciade e foi fundamental para o história da família Victer. CURIOSIDADE: Pierre Schmidmeyer – importante empresário suíço, em visita à Colônia de NF, ficou bastante desolado com a precária situação que se encontravam os colonos suíços, então, decidiu juntamente com outros mais suíços existentes no Rio de Janeiro, fundar a Sociedade Filantrópica Suíça do Brasil, que muito ajudou e colaborou financeiramente com todos os imigrantes da colônia de Nova Friburgo.

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Também a título de curiosidade, vide abaixo a listagem dos noivos com nomes começados pela letra P (pê). Folha de registro do livro de casamentos realizados na Igreja Católica de São João Batista, da Colônia Suíça Nova Friburgo, no período de 1859 a 1880. (nomes dos noivos começados com letra P (pê), a saber: - observar o nome de Pierre Amadée Wicht, está grafado Vigth, depois Victer. 1859 - Philipe Marchon e Maria Adela Balmat 1859 - Pedro Francisco Jeanmougin e Julia Antonia Vallory 1860 - Pedro Francisco Maillard e Isabel Tardin 1861 - Pedro Etienne e Demetildes Maria da Silva 1861 - Pedro Schniker e Maria Luiza Rime 1864 - Pedro José Bochut e Maria Adelaide Macheret 1864 - Pedro José Overney e Josefina Bersot 1867 - Pedro José Duarte e Maria Rosa do Espírito Santo 1867 - Porfírio Guebel Vellogo e Umbelina Carolina da Silva 1867- Pedro José Amadeo Vight e Maria Justina Piller 1868 - Pedro de Toledo e Deolinda Maria Fourny 1871 - Pedro Barber e Francisca Maria da Silva 1872 - Prothazio Antonio Thurler e Margarida Herechet 1872 – Pedro Shuenck e Isabel Virginia do Coração de Jesus Oliveira 1877 - Pedro Leumier e Adelaide Maria Francisca 1880 - Paulo Granin e Maria Luiza Ouverney 1880 - Pedro Pereira Balthazar e Ermelinda Maria da Fonseca Folhas de registro do livro de casamentos realizados na Igreja Católica de São João Batista, da cidade de Nova Friburgo, cujos noivos com nomes começados pela letra “P”. No registro do casamento de Pierre Amadée observar que já começa existir a modificação do sobrenome WICHT para VIGHT e para VICHT - quase chegando ao VICTER. O pai do noivo, e os pais da noiva, e as testemunhas, são colonos da fazenda Annouciade do imigrante suíço Auguste Stoecklin.

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Tudo leva a crer que o primogênito Pierre-Joseph Ameède Wicht, em 1867, após seu casamento em Nova Friburgo, fixou residência nesta cidade. Enquanto o segundo filho, Constantin Wicht, deve ter ido para o Vilarejo de Aldeia Velha, pois os registros de nascimento de seus filhos, constam como local de nascimento, esta vila. Estes dois irmãos, formariam a extensa Familia Victer. Famille Wicht - Fribourg - Suisse - Confederation Helvetique (CH). (as primeiras e decisivas informações foram obtidas pelo ilustre historiador friburguense, o médico psiquiatra, Dr. Henrique Bon, autor do livro “Imigrantes”. A partir de suas informações que se iniciou a História da Familia Victer.

Recorte de um documento de um cartório de Silva Jardim que se pode observar os nomes dos irmãos Wicht grafados como Victer, comprovando não só sua existência na Região, bem como já com o sobrenome Victer.

Famílias de colonos suíços, que foram citadas em diferentes momentos: 10 - Porcelet 11- Favre 12- Tardin 13- Balmat 14- Iecker 15- Thürler 16- Perisset 17- Herdy 18- Schueler 19- Cosendey

1- Wemerlinger 2- Sangard 3- Monnerat 4- Musy (Muzy) 5- Poubel 6- Macharet 7 - Emmerick 8- Stutz 9- Joseph Hecht

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Cronologia histórica da chegada de suíços ao Brasil 1 - SÉCULO XVI - 1557 - Neste ano, chegaram à baía de Guanabara 14 missionários calvinistas, vindos do Cantão de Genebra em busca de uma terra livre de perseguições religiosas. Ocorreu nesta mesma época, a chamada invasão francesa no Rio de Janeiro, pelo Almirante Villegagnon, embora católico, numa França com forte disputa religiosa, conseguiu a tripulação de maioria protestantes adeptos do suiço. Até o século 19, os que se aventuravam pelo Brasil eram padres jesuítas, soldados mercenários e homens desbravadores, que não planejavam ficar por muito tempo, pois estavam em missão ou a procura de aventura. Os registros mostram chegadas esparsas. 2 - SÉCULO XIX - 1819-1820 - A fundação da primeira colônia suíça no Brasil Nova Friburgo (RJ): A crise econômica na Europa do século 19 inaugura uma nova etapa na história da imigração dos suíços. Pressionados pelos problemas sociais, pelas colheitas minguadas e fugindo da fome, cerca de 2 mil suíços deixaram a terra natal, em 1818 e 1819, vindo para o Brasil. Foi resultado de longas negociações entre o governo português e o cantão de Fribourg. Ficara decidi- do que a colônia se chamaria Nova Friburgo os imigrantes tornariamse “súditos do rei de Portugal”, no caso do Brasil, com perda automática da cidadania suíça. Os 2.013 suíços que se aventuraram nesse sonho vieram de vários cantões: Fribourg, Berna, Valais, Vaud, Neuchâtel, Geneve, Aargau, Solothurn, Luzern, e Schwyz. Infelizmente o sonho se transformou em pesadelo. Diante das situações adversas do local, entre elas, as climáticas, a qualidade das terras, e a assistência geral, em 1823, os colonos de Nova Friburgo se dividiram, muitos se expandiram em direção ao norte da Província do Rio de Janeiro, outros para o leste, e aqueles que nada tinham a perder partiram para terras mais distantes. 3 - SÉCULO XIX - 1845 - Nova fase de problemas econômicos, e a solução seria emigrar para melhorar. A partir de 1850, estimulados pelos convites dos fazendeiros de café de diferentes partes do Brasil, especificamente, em São Paulo o eminente político Senador Vergueiro, em Nova Friburgo, se destacariam dois importantes colonos suíços: Auguste Stocklin e Claude Marchon, como principais acolhedores de imigrantes suíços da época. 202


4 - 1852 - 1857 - Ibicaba - Limeira - São Paulo. O regime de semi-escravidão era uma ameaça concreta para os 2 mil suíços que vieram trabalhar nas plantações de café, entre 1852 e 1857. Em 1856, Revolta da Fazenda Ibicaba, Limeira, decorrente de um protesto de colonos suíços contra as condições de trabalho, criando um incidente diplomático entre Brasil e Suíça. Pouco tempo depois foi extinta a migração em massa para o Brasil. 5 - 1851 - “Dona Francisca”, nome da localidade que atualmente é a cidade de Joinville, Santa Catarina. 6 - 1852 - A Colônia de Superagui foi fundada, em 1852, pelo cônsul suíço em São Paulo, Charles Perret-Gentil, que comprou 35 hectares na região de Guaraqueçaba, no Paraná. Treze famílias vindas da Suíça e outras partes foram as primeiras a chegar. 7 - 1856 - famílias suíças oriundas de Fribourg, chegam para trabalhar na Fazenda Annouciade, Sana, Lumiar, RJ, inclusive Joseph Wicht. 8 - Outras colônias - Os suíços também estiveram presentes, embora em menor número, em outras colônias espalhadas por todo Brasil. a) Amapá, fundaram a Colônia de Vila Vistoza de Madre de Deus (1767), entre os municípios de Macapá e Mazagão. b) Na Bahia, surgiu a Colônia Leopoldina (1818), no município de Mucuri. c) No Espírito Santo, a Colônia de Santa Isabel (1846) deu origem ao município de Domingos Martins. Em 1856, os imigrantes fundaram outras duas colônias no mesmo Estado(ES): Santa Leopoldina, hoje município de mesmo nome, Rio Novo, município Rio Novo do Sul. d) Em Santa Catarina, os suíços fundaram a Nova Helvetia (1897), no município de Ibirama, e a Colônia de Presidente Getúlio (1904) e a de Bom Retiro (1922), em municípios com o mesmo nome. e) No Rio Grande do Sul, fundaram as colônias Santa Luzia e Santa Clara (1824), em Montenegro, atualmente município de Carlos Barbosa, e a Colônia Roca Sales (1881), no município homônimo. 9 - 1888 - Helvétia - Indaiatuba, Estado de São Paulo, mantém vivas as tradições suíças realizando festa pela data nacional da Suíça. 203


Suíços no Brasil História e presença dos suíços em terras brasileiras O tema da imigração é amplo nas relações suíço-brasileiras, que se mantém vivas ao longo do tempo. O diálogo vem se renovando, com interesses em comum. Cada imigrante suíço que desembarcava no Brasil Família suíça desembarcando, em 1937, por imigração espontânea trazia em sua bagagem um pouco de seu país. A motivação da viagem variava, conforme a época e a história individual: fuga da pobreza, motivos religiosos, ideológicos, busca de liberdade, gosto pela aventura, projetos pessoais, profissionais, curiosidade científica e globalização da economia, etc. Helvétia - Em Indaiatuba (SP), o núcleo histórico de uma colônia de suí- Embarque de imigrantes suíços ao Brasil, no Porto de Gênova, em 1920. ços, fundada em 1888, mantém vivas as tradições suíças. Os descendentes dos fundadores da Colônia Helvétia celebram todos os anos a data nacional do país, 1º de agosto, com uma grande festa, reunindo a comunidade suíça, seus descendentes e muitos brasileiros. Colônia Helvétia, Indaiatuba SP - um pouco da Suíça no Brasil. Nova Friburgo - Rio de Janeiro.

A família Lutz posa em frente ao Colégio Suíço-Brasileiro, criado no século 19.

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1880 - Fundação de Escola Suíça no Brasil. (Ensino). Um dos primeiros registros de uma escola suíça em terras brasileiras acontece por volta de 1880, com a fundação do Colégio Suíço-Brasileiro por Mathilde Oberteuffer Lutz, mãe do cientista Adolpho Lutz, em uma residência da rua Farani, no bairro de Escola Suíço-Brasileira no Rio de Janeiro. Botafogo, cidade do Rio de Janeiro. A família Lutz posa em frente ao Colégio Suíço-Brasileiro, criado no século 19. Botafogo – Rio – RJ. “A meta principal da Educação é criar Homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações fizeram; Homens que sejam criativos, inventores e descobridores. A segunda meta da Educação é a de formar mentes que sejam críticas, que possam verificar e não aceitar tudo o que se lhes oferece” - Jean Piaget.

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Importantes personagens Suíços

Pintura representando a partida dos imigrantes de Fribourg em balsas, no lago de Neuchâtel.

1 - Sébastien-Nicolas Gachet – Paris – 1770-1846. Sébastien-Nicolas Gachet, conhecido como “o cidadão de Gruyères”, nasceu na verdade em Paris, em 27 de outubro de 1770, e foi o intermediário direto entre o governo suíço e D. João VI. Em 5 de maio de 1817, recebeu do Governo um passaporte para vir ao Brasil, negociar. Ficou acertada a vinda do primeiro grupo de famílias para uma cidade que seria fundada no município de Cantagalo, colônia que recebeu o nome de Nova Friburgo (1820). Retornando à Suíça, iniciou o recrutamento dos imigrantes. Cadastrou mais de 5.000 interessados, que embarcaram, em 1819, em diferentes navios, para uma longa e difícil viagem para o Brasil. Gachet permaneceu no Brasil até morrer, em 1846. 2 - Jacob Joye - Villaz-St-Pierre, Suíça. 1791–1866. Padre Católico Jacob Joye, primeiro pároco de Nova Friburgo. Como passageiro do Urânia, Jacob Joye, primeiro pároco da vila de Nova Friburgo, realizou os ofícios fúnebres de 109 suíços, entre adultos e crianças, que morreram durante a viagem que os trouxe ao Brasil. O relato da viagem, feita em 1819, permite reconstituir os primórdios da colônia. Teve grande problemas com a presença do Pastor Sauerbrom a partir de 1824, quando da imigração alemã em Nova Friburgo. Não tendo conseguido construir sua igreja, ao contrário do seu competidor, realizava seus oficios religiosos e as missas, na Câmara Municipal. Depois de sucessivos desgastes pessoais, decidiu ir residir na localidade de São José do

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Ribeirão, Bom Jardim, e lá permanecendo até sua morte, julho/1866, com 75 anos de idade, completamente desiludido, abatido, entristecido. Homem austero e correto, cujo livro foi revisto e editado pela historiadora Vera Jaccoud em 2003. Seu livro, “Anotações sobre a viagem dos imigrantes suíços em 1819”, que é um relato da viagem foi fundamental para se conhecer a História da Colonização de Nova Friburgo.

3 - Marianne Salusse - Joset Courfaivre, Suíça - 1806–1900 “Oh! Bons e saudosos bailes do salão Salusse!”, escreveu Machado de Assis em 1893 sobre o hotel de Marianne Salusse-Joset e seu marido, Guillaume Salusse. Por muitos anos, a vida social de Nova Friburgo gravitou em torno do hotel. Marianne chegou à colônia em 1819, depois de quase cinco meses a bordo do veleiro Deux Catherine, que partiu de Antuérpia para o Rio de Janeiro. Empreendedora e decidida, vislumbrou potencial na expansão do café em Cantagalo, que transformou Nova Friburgo em parada obrigatória para tropeiros. Para recebê-los, o casal Salusse abriu uma “casa de pasto” e um bilhar. Os negócios prosperaram.

Hotel Salusse, casarão de dois andares famoso pelos bailes, 1870. Eles criaram uma hospedaria para os que buscavam nas montanhas a cura de doenças tipo tuberculose. Teve 8 filhos, que a chamavam “Grand Maman”.

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4 - Emilio Goeldi: Schlatt, Suíça - 1859–1917. O zoólogo Emil August Göldi decidiu especializar o Museu Paraense em estudos amazônicos. É a mais antiga instituição científica da Amazônia hoje leva seu nome, fica da cidade de Belém (Pará). Aceitou o convite em 1893, para reformular o Museu Paraense com o rigor e padrão dos círculos científicos europeus. Emilio Goeldi ficou 13 anos, como Diretor, formou uma equipe de cientistas e técnicos, que conferiu uma extraordinária dimensão cientifica à instituição. Grande parte da Amazônia foi visitada para formar as principais coleções de espécies, que compõem o atual acervo do Museu Paraense Emílio Goeldi. 5 - Adolpho Lutz - Rio de Janeiro, Brasil, 1855–1940. O trabalho de Adolpho Lutz como sanitarista foi fundamental para a erradicação no Brasil de epidemias de várias graves doenças, no início do Século XX, tais como: febre amarela, cólera, peste bubônica, febre tifóide, malária, ancilostomíase, esquistossomose, leishmaniose, lepra e outras. As cidades de Santos e Rio de Janeiro, até então os navios não mais atracavam devido o alto risco de contrair doença, viviam num isolamento até a ação saneadora dos eficientes sanitaristas. Juntamente com outros renomados sanitaristas, foi um dos fundadores do Instituto Butantan em SP, e depois o Instituto Soroterápico de Manguinhos (Fiocruz) no Rio. Tamanha a importância cientifica e profissional deste destacado médico, que deram o nome de uma grande instituição médico-cientifica em SP, Instituto Adolpho Lutz. 6 - René Irenée Pegaitaz - Grandvillard - Suíça. 1926. René Irenée Pegaitaz, é o Fundador da Stam Metalúrgica - Ferragens Haga em Nova Friburgo. A história de “seu René”, como é conhecido, confunde-se com a da metalúrgica Stam e a memória das tradições suíças de Nova Friburgo. A empresa, criada em 1971, em sociedade com o serralheiro Francisco Faria, hoje é uma das mais importantes do país no ramo de fechaduras. Foi superintendente do Instituto Fribourg - Nova Friburgo e muito contribuiu para 208


o desenvolvimento da Queijaria-Escola. Sua atuação também foi fundamental para a consolidação da Associação Fribourg-Nova Friburgo e a preservação da história da imigração suíça no Brasil. 7 - Carlos Hieronymus Euler. Bâle, Suíça. 1832–1901. Cientista e ornitólogo, Carlos Hieronymus Euler chegou ao Brasil no ano de 1853. A importância de Euler para a ornitologia foi tão significativa que seu nome foi utilizado na identificação de três pássaros brasileiros: Empidonax uleri euleri, Empidonus euleri lawrencei e Coccyzus euleri. Seu trabalho mais famoso foi a descrição de ninhos e ovos das aves do Brasil (1900). 8 - Robert Mange – 1885- - 1955. Oficinas com assoalhos limpos, prevenção de acidentes, organização nas empresas industriais, falta de mão de obra especializada, foram as grandes preocupações que se fizeram necessárias para o suíço Robert Mange criar e fundar o Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (Senai), em 1942. Mange trazia os conceitos de organização racional do trabalho, que fizeram as indústrias brasileiras darem um salto em direção ao futuro. 9 - Theodor Amstad - Urwal - Den, Suíça. 1851- 1938. Considerado o introdutor do cooperativismo no Brasil, o padre Theodor Amstad nasceu em 09/11/1851, no Cantão de Urwalden. Veio para o Brasil em 1885, quando começou a prestar assistência econômica, social e cultural aos colonos do Rio Grande do Sul. Deu início ao movimento de fundação das associações de lavradores, cooperativas e caixas Raiffeisen. Fundou, na Colônia “Nova Petrópolis”, a primeira caixa de depósitos e empréstimos do sistema cooperativista do Brasil. Criou e elaborou as primeiras diretrizes para constituição e funcionamento das Cooperativas, inicialmente de créditos, depois de serviços.

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10 - Raimar Richers - Zurique, Suíça. 1926 / 2002 O economista Raimar Richers foi um dos fundadores da FGV (Fundação Getúlio Vargas), instituição de excelência e referência de ensino no Brasil.

11 - John Louis Graz - 1891-1980. Pintor, decorador, escultor e artista gráfico, John Louis Graz chegou ao Brasil a tempo de participar de um momento considerado divisor de águas da arte brasileira, da Semana de Arte Moderna de 1922.

12 - Giovanni Enrico Bucher - Kerns, Suíça - 1917–1992 Embaixador da Suíça no Brasil - “Eu não sou americano, sou suíço. Não tenho nada com isso. Rapazes, vocês certamente cometeram um engano”. Sequestrado no Rio de Janeiro no dia 7 de dezembro de 1970 e solto 40 dias depois em troca da liberação de 70 presos políticos, Giovanni Bucher foi embaixador suíço no Brasil de 1966 a 1970. (época da ditadura militar). 13 - Martin Nicoulin - Nome maior da história da imigração suíça em Nova Friburgo. Doutor e Professor de História da Universidade de Fribourg. Comendador da Ordem do Rio Branco, título concedido pelo governo do Brasil. Barão de Nova Friburgo, título concedido pelo Município de Nova Friburgo. Foi durante 30 anos Presidente da Associação Fribourg de Nova Friburgo. Autor do livro “A Gênese de Nova Friburgo”. Um dos mais importantes homens da Imigração Suíça ao Brasil, por fazer divulgar de forma sistematizada a História desse transcendental acontecimento na vida brasileira, estimulando à pesquisa aprofundada do assunto, fortalecendo os laços afetivos entre as nações helvética e brasileira.

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Os três pilares fundamentais na construção de toda a História da colonização suíça de Nova Friburgo, foram sem dúvidas o trio: Sébastien-Nicolas Gachet, Padre Jacob Joyce e Martin Nicoulin. Não importam se os objetivos iniciais, principais, da colonização, não tenham sido alcançados. O importante é que os descendentes dos colonos suíços, trilharam posteriormente um caminho, cujos frutos podem ser observados atualmente nas mais diversificadas ramificações familiares, e constituem em destacados pontos positivos à cultura da nossa pátria, Brasil.

Victer que não é Victer Com propósito exclusivamente de curiosidade, a pesquisa feita na internet, e por troca de correspondência com várias pessoas e instituições, sobre o nome Victer, foram encontradas várias citações gráficas que correspondem, como primeiro nome e como sigla. Nenhum tinha Victer como sobrenome. A - VICTER como prenome: resultante da junção das iniciais dos nomes dos pais: 1 - Vários homens e mulheres com o primeiro nome Victer, nos mais diferentes países, Índia, China, Malásia, USA, UK. 2 - Victer Kimberley - uma mulher inglesa, com seu prenome, formado por: mãe = Victory - pai = Terry 3 - radaris.com/p/Victer/Gomes/usa. Radaris: Ana Victer - radaris.com/p/Ana/ Victer/ - USA. Tiffany Victer, Matteson, IL, 6231 Beechwood Rd, 60443. Deborah Victer, Newport Beach, CA, 31 Saint Tropez. Paul Victer, Orange County, California... 4 - Victer Chan: Electrical/Electronic Manufacturing Consultant and Professional. Location: Orange County, California Area. Industry: Electrical/Electronic Manufacturing Jazz Semiconductor University of California, Los Angeles. 5 - Victer Rathnayake – India – músico, instrumentista, produtor.

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B - VICTER – como sigla, nomes de empresas, serviços e programas: 1 - Vertically Integrated Center For Transformative Energy Research - Arkansas State Univ. | Univ. of Arkansas | Univ. of Arkansas at Little Rock Univ. of Arkansas at Pine Bluff. Copyright © 2012 VICTER Center. http://www. victercenter.com/about-us/ 2 - VICTER Power Box Workshop. from Outreach & Community Engagement. VICTER Power Box Workshop on Vimeo – Programa Internet. 3 - Site da internet de música gratuita. www.kurt-victer.net / kurtvicter.stereokiller. com/ USA. Site kurt-victer.net 4 - BSB Videos - Videos na Internet. Victervideos: http://scripthunt.org/victer/ 5 - Videos Educacionais - Internet. Malásia. http://www.1st-name.com/male/ victer/video/kdeGPMoljDg.html Malayalam Educational Channel Victer - English Class. 6 - VICTER – publicação universitária. Austrália - Victer = Victorian Tertiary Entrance Requirements VTAC = Victorian Tertiary Admissions Centre VTAC Bulletin = A newsletter (sent to schools) which contains updates to the VTAC Guide and tertiary entrance requirements. ATAR = Australian Tertiary Admission Rank. www.vtac.edu.au / www.vtac.edu.au/pdf/publications/victer2014.pdf VICTER = é uma publicação do VTAC. Uma sigla: Victorian Tertiary Entrance Requirements. 7 - Pesquisa NIH – USA. VICTER - UMA SIGLA: Virtual Consortium for Translational/Transdisciplinary Environmental Research. https://www.niehs.nih.gov/ research/supported/dert/.../victer/index.cf. Department of Health and Human Services – USA. National Institutes of Health (NIH). National Institute of Environmental Health Sciences (NIEHS). 8 - Turismo no México. ventas@victer.com.mx (união de dois nomes). 9 - Indústria de maquinaria – México. empresa mexicana de material e técnica em refrigeração. “Victer Pilar” - México - victer-recepcion@hotmail.com. Nome composto de VIC de Vicente, e TER de técnicos em refrigeração. 10 - Certamente, muitos outros nomes existirão, sem que haja conexão com a família Victer, ou são prenomes ou siglas ou abreviaturas. 11 - Victer como sobrenome e originário do sobrenome Wicht, são exclusivamente os Membros da Família Victer, aqui do Brasil.

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Fontes Consultadas 1 - A Gênese de Nova Friburgo - Emigração e Colonização Suíça no Brasil. 1817- 1827. Nartin Nicoulin. Fundação Biblioteca Nacional, MinC. 1996. 2 - Imigrantes - A saga do primeiro movimento migratório organizado rumo ao Brasil às portas da independência. Henrique Bon. 2ª Edição - revista e ampliada - 2004. Imagem Virtual Editoração Ltda. Nova Friburgo - RJ. 3 - Cartas, mensagens e depoimentos verbais. Henrique Bon. Nova Friburgo, 2007. 4 - Sur les traces des ancêntres de Famille Wicht. Martin Nicoulin. Fribourg Suisse - 2011. Avec collaboration de Magnólia Benone et Gérard Benone. 5 - Archives d’Etat de Fribourg. (Suisse) CH. (em francês) www.fr.ch/aef/lhommemc@fr.ch. 6 - Arquivos do Estado de Friburgo - Suíça. CH - (em alemão). Staatsarchiv Freiburg - http://www.fr.ch/aef/de/. 7 - Société d’histoire du Canton de Fribourg. www.shcf.ch 8 www.suicosdobrasil.com.br. 8 - www.swissinfo.ch. 9 - Websearch – Google – Fribourg – Famille Wicht – Victer. 2012. 10 - Genealogia de Jean-Claude Marchon. Albino José Marchon. Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória (ES). 2006. 11 - Depoimentos verbais de moradores de Aldeia Velha, 2012. 12 - Diário do Padre Jacob Joye. ANOTAÇÕES FEITAS DURANTE A ÉPICA VIAGEM FRIBOURG - NOVA FRIBURGO -1819. Documento guardado no Arquivo do Estado de Fribourg-Suíça. Tradução: Vera de Siqueira Jaccoud – 2003. 13 - Diário do Padre Jacob Joye publicado em 09 de maio de 2009 por SYB Projetos.

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14 - Centro de Documentação D. João VI - Fundação Pró Memória de Nova Friburgo. http://www.djoaovi.com.br. 15 - Broillet Leonardo -Mes Aïeux! Guide des recherches généalogiques et biographi ques aux Archives de l’Etat de Fribourg. 16 - Archives de la Société d’histoire du canton de Fribourg, nouvelle série, vol. 8 17 - A saga dos suíços no Brasil. Prof Waldir Freitas de Oliveira. Agosto 2007 Editora Letrd’Agua. 18 - Imigração Suíça no Brasil. A listagem de todas as famílias que aqui chegaram em 1819. Publicado em R 36-2010-20. América - São Paulo - ClaudioCharret. 19 - A imigração suíça no Brasil. Noemia Lopes 01/junho/2012. 20 - A trágica imigração dos colonos suíços até a chegada em Nova Friburgo. Francisco Rohen. 21 - Histórias, Contos e Lendas da velha Nova Friburgo. Raphael Jaccoud. 22 - A Imigração Suíça de 1819/1820. Pierre - Nicolás Chenaux (Família Thurler). 23 - De Nova Friburgo a Fribourg através das letras: a colonização suíça vista pelos próprios imigrantes, From Nova Friburgo to Fribourg in writing: Swiss colonization seen by the immigrants 24 - Gisele Sanglard, Doutoranda em história da ciência da ciência da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz Rua Barão da Torre, 481/302 - B 22411-003 Rio de Janeiro - RJ Brasil sanglard@coc.fiocruz.br 25 - Depoimentos e informações verbais e documentais de dezenas de pessoas pertencentes à Família Victer e/ou ligadas às famílias dos descendentes suíços. 26 - E assim surge Jardim Catarina. Pitter Mendes. Editora Ponto da Cultura. EDG-gráfica. São Gonçalo (RJ). Sem data.

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