Entre o agora e o nunca j a redmerski[1]

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gostou da minha voz. Acho que podia ser uma coisa ou outra. No terceiro dia, Andrew tem certeza de que já estamos prontos e está preparado para ir ao Old Point logo e se apresentar. Eu, nem tanto. Preciso de mais uma ou duas semanas, meses ou anos. — Você vai conseguir — ele diz, amarrando as botas. — Na verdade, vai arrasar. Quando terminar, vou precisar bater nos caras querendo te agarrar. — Ah, para — digo, vestindo um top preto com alças de corrente bem lindinhas. De jeito nenhum vou usar tomara que caia numa noite como esta. — Eu vi como as garotas te olhavam naquela noite; acho que cantar junto com você é a única vantagem pra mim, porque todo mundo vai prestar atenção demais em você pra notar meus erros. — Amor, você conhece a canção melhor do que eu — ele diz. — Para de ser tão pessimista. — Sua camiseta preta cobre seus músculos abdominais. Ele está usando um cinto preto e prateado, mas só enfia a camiseta um pouco em volta da fivela, deixando o resto por cima dos seus quadris esculturais. Jeans escuro, o topete meio arrepiado. O que ele estava dizendo? — A única coisa que você precisa lembrar — ele continua, enquanto passa desodorante — é de não cantar toda a letra; você poderia cantar menos, mas continua cantando nas minhas partes também. — Ele ergue a sobrancelha, olhando para mim. — Não que isso me incomode, só achei que você ia ficar mais tranquila tendo que cantar menos. — Eu sei, é que tô tão acostumada a cantar junto a música toda... meio difícil pegar o jeito de não cantar algumas partes. Andrew balança a cabeça. Enfio os pés nas minhas sandálias novas e vou me olhar no espelho alto ao lado do balcão da TV. — Você tá tão sexy — Andrew diz, chegando por trás de mim. Ele enfia as mãos na minha cintura e beija meu pescoço, depois dá um tapa na minha bunda coberta pelo jeans justo, quase aderente, e eu dou um gri​tinho, porque dói. — E como sempre, gata, adoro as tranças. — Ele passa os polegares pelas duas tranças sobre meus ombros e me beija alegremente na bochecha. Eu me encolho e o empurro, provocante. — Vai borrar minha maquiagem. Andrew se afasta sorrindo, pega a carteira do criado-mudo e enfia no bolso de trás. — Bom, acho que é isso — ele diz. Ele vai para o meio do quarto e estende uma mão para mim, com o outro braço dobrado às costas, e faz uma reverência, sorrindo. As pontas dos meus dedos se aproximam dos seus e ele pega a minha mão e me puxa para a porta. — E o violão? Paramos antes de abrir a porta e ele me olha, agradecido. — É, pode ser útil — diz, pegando o violão pelo braço. — Se Eddie não estiver lá, a


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