acompanhar da criação de um novo elemento. Essa subtração é o que desencadeava uma nova peça, na qual se observava o desenvolvimento de uma nova matéria e de uma nova forma teatral. O procedimento de subtração, que desencadeia um processo de variação contínua, é responsável por essa potência de transbordar o limiar representativo do padrão majoritário. Para concluir este estudo, o apoio de Deleuze - que observou o teatro de Carmelo Bene e dele extraiu os elementos que constituem o procedimento de criação aplicáveis ao teatro para que ele seja um teatro menor (Deleuze, 1990, pág.106), – é fundamental na verificação do tratamento de minha poética. Ovídio de Abreu, no artigo intitulado O procedimento da imanência em Deleuze66 fala sobre as conseqüências deste procedimento:
Desse tratamento imposto a um texto (obra ou poética) advirão segundo Deleuze, a subordinação da forma ao movimento e a subordinação do sujeito à intensidade dos afetos; tal tratamento também evitará a representação de conflitos — que aprisionaria o devir na contradição — sobre a cena. Assim se define uma função anti-representativa cujo sentido seria a criação de uma consciência minoritária. (http://publique.rdc.pucrio.br/revistaalceu/media/alceu_n9_abreu.pdf. Último acesso em 24/03/08)
7.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em busca da consciência minoritária de meu fazer teatral, argumento: 1) quando o teatro de porão tem por princípio, escolher lugares que possibilitem a experimentação da fórmula espacial unitária, flexibilizando a relação ator/espectador, já apresenta nesta questão,
66
Este artigo retoma um aspecto do problema exposto no primeiro capítulo, ―O combate e o procedimento‖, de sua tese de doutorado, O combate ao julgamento no empirismo transcendental de Deleuze, orientada pelo professor Roberto Machado e defendida, em outubro de 2003, no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ovídio Abreu é professor da UFF.