Anna Zaires - Perverta-me

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craniano e vários ossos fraturados. Os médicos me colocaram em coma induzido para lidar com o inchaço do cérebro. Só recuperei a consciência há algumas semanas. — Erguendo a mão, ele tocou nos cabelos curtos e percebi o motivo para o novo corte. Deviam ter raspado a cabeça dele no hospital. Minha mão tremeu quando levei a xícara aos lábios. Afinal de contas, ele quase morrera. Não que isso deixasse a ausência dele nas semanas anteriores mais perdoável. — Por que não entrou em contato comigo na época? Por que não me avisou que estava vivo? — Como ele pudera deixar minha tortura continuar um dia além do necessário? Ele inclinou a cabeça para o lado. — E daí? — perguntou ele com a voz perigosamente sedosa. — O que você teria feito, meu bichinho? Corrido para ficar comigo na Tailândia? Ou teria contado aos seus amigos do FBI onde me encontrar, para que me pegassem enquanto eu estava fraco e impotente? Prendi a respiração. — Eu não teria contado a eles... — Não? — Ele me olhou com expressão sardônica. — Acha que não sei que você falou com eles? Que agora eles têm o meu nome e o meu retrato? — Só falei com eles porque achei que você estava morto! — Fiquei de pé subitamente, quase derramando o café. Toda a minha raiva subiu à superfície. Furiosa, agarrei a beirada da mesa e olhei para ele friamente. — Eu nunca o traí. Mas deveria ter feito isso... Ele se levantou, movendo o corpo alto e musculoso com uma graça atlética. — Sim, provavelmente deveria — concordou ele em tom suave. O olhar dele escureceu ao nos encararmos sobre a mesa. — Você deveria ter me entregado naquela clínica nas Filipinas e fugido o mais depressa possível, meu bichinho. Passei a língua sobre os lábios secos. — Isso teria ajudado? — Não. Eu teria encontrado você em qualquer lugar. Minhas entranhas se contorceram com excitação e uma ponta de medo. Ele não estava brincando. Vi isso no rosto dele. Ele teria ido atrás de mim e ninguém teria conseguido impedir isso. — Quem é você? — perguntei, encarando-o com incredulidade. — Por que não havia nenhum registro de você nos bancos de dados de nenhum governo? Se é um traficante de armas importante, por que o FBI nunca ouviu falar de você? Ele manteve meu olhar, com os olhos incrivelmente azuis no rosto bronzeado. — Porque tenho uma rede enorme de conexões, Nora — disse ele


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