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Sílvia Costa: “A liderança deve ser ética, genuína e responsável

SÍLVIA COSTA “A LIDERANÇA DEVE SER ÉTICA, GENUÍNA E RESPONSÁVEL”

Sílvia Costa trabalha na área dos recursos humanos há mais de 25 anos, tendo sido docente neste campo de formação, onde permanece como formadora e consultora. A sua vida foi dedicada a auxiliar as empresas e, principalmente, as capacidades intrínsecas das pessoas. Ainda recentemente lançou um livro infantojuvenil, o qual ambiciona contribuir para a mudança dos adultos de amanhã.

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Afiança-nos sentir-se profundamente atraída pelo “enorme sentido de propósito e a sua capacidade de transformar pessoas”, através da aquisição e melhoria das soft e hard skills, desde que se licenciou em Gestão de Recursos Humanos pela Universidade de Lisboa. Para Sílvia Costa, a Gestão de Pessoas é uma função central das empresas, pois nenhuma estratégia será bem sucedida se não “capacitar, valorizar ou mobilizar os clientes internos.”

Nesse sentido, as figuras de liderança devem estar cientes da sua influência, tanto negativa e/ou positiva, nas suas equipas e, consequentemente, de tais impactos nas atividades e negócios das empresas: “A liderança deve ser ética, genuína e responsável, para que haja comprometimento e envolvimento das pessoas e se potenciem resultados”, assim defende.

Cada vez mais, os recursos humanos têm-se focado nas problemáticas sociais e ambientais, mas em Portugal o processo tem sido muito lento, segundo Sílvia Costa: “Poderíamos já estar posicionados noutro patamar.” Contudo, acredita que tudo mudará rapidamente, muito devido aos efeitos colaterais da pandemia: “O mundo teve de parar para que todos refletissem sobre a nossa responsabilidade num mundo que não nos pertence e que não termina connosco. A forma como se produz e se trabalha terá de ser definitivamente outra.” Para tal, é necessário uma quebra de modelos e mudanças reais, tal como sugere: “E aqui é clara a missão social dos gestores de pessoas, que passa pela sensibilização e adoção de medidas e práticas que deverão ir ao encontro dos novos paradigmas sociais e ambientais.”

Ao longo de toda a sua carreira nunca testemunhou situações de desigualdade de género e, por isso, considera-se uma pessoa privilegiada. Tanto que, refere, houve momentos em que preferiu profissionais do sexo feminino devido à valorização concedida à “sensibilidade, empatia e intuição feminina.” Apesar disso, Sílvia Costa admite que as desigualdades de género são uma realidade acentuada entre nós e entende que, “tal como todas as mudanças em Portugal”, levará o seu tempo a desaparecer: “O crescente número de mulheres em posições de destaque profissional levará naturalmente a uma mudança da mentalidade empresarial e ao respeito pelas capacidades femininas em todos os setores de atividade”, reitera.

Independentemente do género de quem ocupa

Para Sílvia Costa, a Gestão de Pessoas é uma função central das empresas, pois nenhuma estratégia será bem sucedida se não “capacitar, valorizar ou mobilizar os clientes internos.”

um lugar de liderança, o mais importante são as competências que possuem, seja em soft ou hard skills: “O mundo dos negócios, para ser sustentável, terá de contar com homens e mulheres com valores, muita humanidade, competência e ética profissional.” A responsabilidade social tornou-se mais relevante para o público, o qual presta outra atenção e tenta alinhar-se com empresas que representam os seus ideais: “As organizações de sucesso serão aquelas que primarem pela transparência, a competência e a proximidade com todos os seus stakeholders.” Assim, Sílvia Costa

Lançou o livro infanto-juvenil O Prado da Felicidade, um conto mágico sobre duendes e fadas. Trata-se de um livro pedagógico que pretende refletir sobre os valores transversais da vida.

confia que o mercado fará uma ‘seleção natural’ e, em poucos anos, a realidade do mundo empresarial estará mudada e imbuída de novos valores e prioridades.

Para além de laborar na área dos Recursos Humanos, Sílvia Costa foi docente na Universidade Lusófona (pólo de Torres Vedras), assim como formadora no IEFP, mas atualmente exerce funções de formação e consultadoria independente. Demorou alguns anos, mas com o passar do tempo apercebeu-se que educar era algo que a realizava: “O meu propósito profissional e a minha vocação concretizam-se pela transmissão de conhecimentos e essencialmente pelo meu contributo para processos práticos de melhoria, a nível micro, macro e meso.”

Sílvia Costa não gosta apenas de auxiliar os outros a melhorar e desenvolver as suas capacidades, dado continuar a procurar novas formas de desenvolvimento pessoal. Em 2016, terminou uma pós-graduação em Gestão de Pessoas e atualmente está a redigir a sua dissertação de mestrado em Políticas de Desenvolvimento de Recursos Humanos na Universidade de Lisboa. Tomou tal decisão aos 52 anos para se desafiar a si própria, o que tem sido uma experiência muito gratificante, sobretudo pela “partilha de conhecimentos e práticas.”

Sem receio de novos desafios ou de arriscar, em 2015, criou, “por impulso”, o blog Pieces of Moments. Para si, trata-se de mais um caminho para “chegar até às pessoas e contribuir para o seu bem-estar e inspiração”. Atualmente em stand-by, Sílvia Costa pretende voltar à atividade de blogger profissional assim que possível. Entretanto, possui outros projetos, sendo que, em 2019, lançou o livro infantojuvenil O Prado da Felicidade, um conto mágico sobre duendes e fadas. Trata-se de um livro pedagógico que pretende refletir sobre os valores transversais da vida. Enquanto mãe de 3 filhos e formadora durante largos anos, constatou que existem enormes lacunas ao nível das competências pessoais e sociais dos adultos. Para tentar remediar esse problema, decidiu fazer algo junto das crianças, os “futuros adultos num amanhã que terá de ser muito diferente e muito melhor.”

Apresentado em várias escolas e eventos literários, este livro tem registado um bom feedback junto das crianças e da comunidade escolar. Contudo, a pandemia obrigou Sílvia Costa a interromper as suas visitas às escolas, mas, logo que possível, pretende voltar a retomar essas iniciativas. Futuramente, pretende lançar mais livros e confessa já dispor de algumas histórias escritas nesse sentido.