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Olivier levantou a tampa do primeiro cesto. Presa ao lado de dentro havia uma imagem detalhada de uma das plantas. Parecia algo que a gente veria no livro de um naturalista. Era um desenho a pena, lindamente detalhado e preciso. — Você que fez isso? — perguntou ela. Ele assentiu. — Achei que talvez tornasse a tarefa mais fácil para você. — Obrigada. Você é muito talentoso. Eu não fazia ideia. Ele deu de ombros. — Algumas vezes este é um lugar solitário para nós, intermediários. Quando não consigo dormir ou quando o tempo simplesmente pesa demais, gosto de desenhar. Olivier começou a abrir os outros cestos. Grace viu que ele havia posto um desenho igualmente detalhado em cada um. Olivier suspirou, mas sorriu. — Venha. Pare de admirar meus rabiscos e vamos catar essas frutas. Caso contrário, ficaremos aqui até o pôr do sol.

Acabaram realmente ficando na encosta até o pôr do sol. Não por causa da lentidão de Grace, mas porque estavam passando um tempo muito agradável. Grace não considerava Olivier a pessoa mais fácil com quem conversar, o que a deixava perplexa porque — como intermediários — os dois pareciam ter muito em comum. Mas, à medida que o sol esquentava suas costas, ele se derreteu suavemente e os dois conversaram de modo agradável sobre o Santuário, sobre Mosh Zu e o No-

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