Johnny sorriu. — Você não pode fazer isso — disse. — O quê? — Me obrigar a contar toda a história da minha vida e depois resumir a sua em algumas frases. Ela deu de ombros. — Acho que a sua é muito mais interessante. — A grama do vizinho é sempre mais verde — disse ele rindo. — Parece que você e seu irmão estão vivendo coisas extraordinárias. E vocês ainda nem morreram! — Pode ser. — Ela deu de ombros de novo. — Pode ser — disse ele, imitando-a pessimamente. Voltou rapidamente à sua própria voz. — Gosto de você, Grace. Gosto de você e quero saber tudo sobre você. Eu lhe contei minha história. Agora quero ouvir a sua! — Tudo bem — admitiu ela. — Vou lhe contar uma hora dessas. Mas esta noite, não. Você precisa terminar sua história. Afinal de contas, você só chegou à parte em que morreu. — Seus olhos estavam brilhantes de novo. — Conte como atravessou! Johnny não pareceu animado. — Francamente, Grace! Aposto que você era o tipo de criança que adorava histórias de terror antes de dormir. Ela assentiu. — Claro! — Bom, na verdade não há muito que contar. Pelo menos não lembro muita coisa. Como você lembra, eu estava pendurado pelo pescoço partido, naquele galho de árvore. Devo ter
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