Segundas Lenguas e Inmigracion, nº7

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“La educación intercultural en el 3 º ciclo de la educación básica: la voz de los docentes en formación”

de modo significativo. Cinco dos inquiridos olham para a Diversidade existente nas escolas como um obs táculo às aprendizagens. Dois destes cinco explicitam que o obstáculo advém do facto de os Programas a cumprir serem demasiado extensos, não permitindo ritmos diferenciados de aprendizagem e os restantes 3 consideram não estarem preparados para saber lidar com a Diferença, em sala de aula. Dois destes 3 referem explicitamente que lamentam não conhecer a metodologia de ensino do Português como Língua Não Materna, que consideram ser vital para poderem trabalhar com os alunos estrangeiros que têm. Os 5 inquiridos em questão afirmam que gostavam de ter recebido sugestões/informações, durante a sua formação universitária, que os levasse a entender a Diferença e a saber ultrapassar as barreiras profissionais que ela lhes levanta e afirmam nunca terem ouvido falar de Educação intercultural durante a sua forma ção inicial de professores. O sexto inquirido considera uma mais-valia a Diferença existente nas turmas com que contacta mais de perto. Diz ter aprendido na Faculdade a olhar para a Diferença como um trunfo pedagógico e procura realizar, sempre que possível, reflexões com os alunos sobre as diferentes culturas presentes na sala de aula. A título de exemplo, diz ter promovido um trabalho em pequenos grupos sobre “Festas Tradi cionais” na China, em França, na Ucrânia e em Portugal. Face ao exposto, consideramos que há fortes indícios para que a formação inicial de professores e a planificação do trabalho educativo nas escolas precisem de desenvolver (mais) esforços, no sentido de viabilizar a existência da escola inclusiva de que os textos legais citados anteriormente fazem a apologia. De facto, parece-nos que ainda há muito caminho a percorrer para que a Educação intercultural seja uma realidade, entre nós. A título de exmplo das dúvidas que as respostas às entrevistas aqui referidas nos levantam, sublinhemos as seguintes:

5

-

Onde está a componente Didática do Português Língua Não Materna 5 na formação inicial de professores de Português, de História, de Geografia, de Educação Física, de Matemática....?

-

Por que razão a Educação intercultural não integra curricularmente todos os cursos de formação inicial de professores?

-

Em que Escolas é a Diferença alvo de reflexão conjunta, entre professores e funcionários não docentes?

-

Onde é que se promovem, com regularidade, sistematicidade e princípios inclusivos, atividades, em sala de aula – e fora dela – em que se analisem “as aptidões e os conhecimentos” que as crianças trazem de suas casas,

Referimo-nos, obviamente, ao contexto do território português.

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