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A NOVA LITERATURA LUDOVICENSE/MARANHENSE

JOSÉ NERES (Membro da Academia Maranhense de Letras e da Sobrames) Convidado: escritor e poeta José Neres, "O prontuário poético do doutor Rafael" (facetubes.com.br)

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Ser poeta nem sempre está diretamente relacionado com o fato de alguém haver escrito e/ou publicado algum livro de poemas. Ser poeta vai além desse detalhe técnico. Ser poeta possivelmente é ter tatuados na alma, nas palavras e no silêncio a essência da poesia, a capacidade de enxergar além das aparências e o dom de renovar o tantas vezes já-dito com as vestes do não-dito. Às vezes a poesia abandona seu mundo de abstrações e se materializa em forma de poemas que acabam ganhando o mundo a partir da memória, dos recitais, dos endereços virtuais ou das páginas de um livro. Mas, por algum motivo, as pessoas acabam exigindo que o poeta se “solidifique em poeta”, conforme vaticinou Nauro Machado em um de seus mais difundidos versos. Cria-se uma expectativa envolta em múltiplas cobranças: “Quando vai publicar um livro?”, “Estamos esperando seu livro.”, “E o livro, quando vem?”, etc. Não são raros os casos em que essas cobranças reiteradas acabam mutilando o poeta, que, no afã de agradar aos outros, acaba traindo as próprias convicções e acelerando a maturação de poemas que, infelizmente, às vezes, começam a nascer mortos ou talvez sem possibilidade de vicejar nos campos da vida. Contudo, há também aquelas pessoas que sabem esperar um momento propício (se é que isso exista) para a publicação de sua prole poética em forma de livro. E, quando esse momento chega, vem acompanhado de uma explosão de exclamações de júbilo, dada a qualidade do trabalho que é apresentado ao ansioso público. Foi isso o que aconteceu com o poeta e médico Rafael Oliveira, que, depois de muita insistência e de muitos recuos, acaba de trazer à luz seu primeiro livro intitulado O avesso abstrato das coisas (Pelanux, 2021, 128 páginas), uma obra que traz para os leitores e amantes da poesia uma mescla de leveza poética com a densidade de uma temática central que remete às enfermidades do corpo e da alma e faz cada pessoa refletir sobre a brevidade e a fragilidade de nossa condição humana. Cada um dos poemas parece ter sido limado muitas vezes até atingir o ponto em que o contraste entre a economia de palavras e abundância de imagens transformasse palavras que poderiam ilustrar um prontuário médico em uma bem acabada peça de ourivesaria poética na qual cada vocábulo está engastado com perfeição milimétrica transformando as dores das enfermidades em pequenas joias de poeticidade. No prefácio ao livro, o poeta Bioque Mesito já adverte que “o que parece quando lemos Rafael Oliveira é que tudo perpassa pela retórica do mundo imaginado como os conceitos duros das ciências exatas, mas o que significa, na verdade, é a sensibilidade da poesia, a ternura dos poemas paradoxais ou ainda o que recolhemos do espanto de viver.” E essas constatações podem ser vistas do primeiro ao último poema do livro. Logo no início, os leitores se deparam com o impactante poema Alzheimer e podem perceberem tristemente que tal doença tem como um dos efeitos:

esquecer a vírgula depois da manhã a tarde perde o sentido

o pôr do sol não cabe na memória (pág. 23)

Ao longo das páginas, o médico nascido em Goiás, mas que adotou o Maranhão como segunda terra natal, segue em sua saga de tirar o máximo de poeticidade de algo que geralmente é visto como antessala de um fim inefável. Sinestesicamente, é possível trazer à margem de cada leitor as incômodas sensações pelas quais passam as vítimas de enfermidades que não trazem em sua essência vestígios claros de poeticidade. Assim o AVC, que faz parte do drama de muitas famílias, é pintado metaforicamente como o momento em que:

o corpo perde lembranças no máximo se lembra pela metade

a mão esquerda não colhe flores (pág. 45)

E assim, nesse sintético prontuário poético, o doutor/poeta Rafael Oliveira consegue transmutar dores físicas e psicológicas em pílulas de poesia. Lúpus, dermatite, anorexia, infarto, Parkinson, impotência, insônia, traumas, bipolarismo e muitas outros problemas do dia a dia dos consultórios saltam das folhas soltas de recitas, diagnósticos e exames e passam a fazer parte de um mundo no qual dores e perdas podem dar origem a outras formas de se ver os vazios que alimentam nossa certeza de diária partida. Mesmo respeitando as rotinas e protocolos médicos, o poeta acaba lembrando o leitor de que há remédios que podem ira além da farmacologia química. Para tentar controlar a pressão alta, por exemplo, será também importante tirar um tempo para:

ver o pôr do sol numa tarde qualquer

evitar nuvens insubordinadas dentro dos olhos

tomar uma cápsula de lua ao dormir (pág. 61)

No prontuário poético do doutor Rafael, cada leitor é mais que um paciente, é um amigo que entre consultas, exames e anamneses pode levar para o resto da vida, impressa na retina e na memória, a certeza de que a poesia está em todos os lugares, até na dor... na nossa e na alheia.

FERNANDO BRAGA

in ‘Conversas Vadias’, antologia de textos do autor, brevemente publicado em livro; este artigo, foi publicado, originalmente, in Jornal ‘O Alto Madeira’, Porto Velho, RO, 24.9.84 e republicado no sesquicentenário do humanista maranhense. Ilustração: Gravura de Graça Aranha com referências.,

José Pereira da Graça Aranha foi um dos escritores brasileiros mais importantes da ficção pré-modernista. E é ele quem diz no livro ‘O meu próprio romance’, onde narra genialmente sua vida, tendo este trabalho, infelizmente, ficado inacabado, mas mesmo assim editado em 1931, extraído de manuscritos do autor: “O meu difícil nascimento parece marcar o signo da força que me prendia ao inconsciente. Foi pela ciência de um médico inglês, que vivi na tarde do domingo de 21 de junho de 1868, na cidade de São Luís do Maranhão, quando eu estava condenado à morte para salvar minha mãe. A ciência arrancou-me do inconsciente. Realizoume em mim a fórmula do meu pensamento psicológico. Aboli em mim o terror inicial. Desde então a minha vida foi uma aspiração de conhecimento e por este conhecimento tomei posse do universo. Liberto-me do preconceito político e, o que é mais difícil, do preconceito estético”. Aos treze anos ele concluía o curso de humanidades e aos dezoito, o de Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, onde se fez o aluno mais querido de Tobias Barreto que, ao longo da vida, viria a influenciá-lo. Foi advogado e professor de Direito, exercendo no Espírito Santo o cargo de juiz. Viveu muitos anos na Europa no desempenho de funções diplomáticas. Voltando ao Brasil, tornou-se figura de vanguarda no movimento modernista, pronunciando na Academia Brasileira de Letras, de onde foi sócio fundador em que “concitava a renovar-se, pela aceitação das novas tendências estéticas “Se a Academia não se renova – gritou – “então morra a Academia”. O grito ali não fora ouvido naquele momento, e Graça Aranha rompeu com a instituição de Machado de Assis, onde ocupava a cadeira de Tobias Barreto. Seu nome, ao lado de Gonçalves Dias, dos irmãos Azevedo [Artur e Aluízio] e de Coelho Netto, constitui o quarteto de maranhenses que maior influência exerceu na história da literatura brasileira. Da velha Europa, trouxe consigo o modelo que o fez um arauto do espírito moderno, consagrando-o assim, até o fim da vida, a teorização de uma estética que codificasse padrões novos na estrutura literária àquela época já em crise. Nas mesmas condições, a Graça Aranha se juntava, também chegados da Europa, Oswald de Andrade que tivera convivido com o poeta Paul Fort, coroado príncipe dos poetas franceses; Manuel Bandeira que voltava da Suíça, onde estivera internado por causa da tuberculose, mantendo uma grande amizade com o poeta Paul

Eluard, enquanto o Brasil era povoado de notícias que chegavam da revista portuguesa ‘Orfeu’, centro irradiador das poesias de Fernando Pessoa e Mário Sá-Carneiro, as quais se corporificavam aos métodos pretendidos por Graça Aranha. E a ‘Semana de Arte Moderna’ explodiu com a exposição, em São Paulo, da pintora Anitta Malfatti que trazia novidades e novos elementos nas artes plásticas pós-impressionistas (cubistas e expressionistas), revelados em seus estudos, principalmente na Alemanha, sendo criticada por uns e defendida por outros, entre estes, Mário de Andrade, já imortalizado com ‘Paulicéia Desvairada’ e ‘Macunaíma’. Continuemos ouvindo o espírito de negação de Graça Aranha, escritos para ‘O meu próprio romance’: “Nada poderia contribuir para o meu incessante progresso intelectual, como o espírito de negação. Aos doze anos neguei Deus, aos quatorze neguei o Direito Natural, aos quinze neguei o princípio monárquico e o direito à escravidão”. Sobre o livro ‘Canaã’, José Veríssimo, crítico dos mais afiados ao tempo, disse: “Estreia, como não me lembra outra em a nossa literatura, é a revelação nela de um grande escritor. Novo pelo tema, novo pela inspiração e pela concepção, novo pelo estilo”. E por falar em Veríssimo, este era contra a entrada de Graça na Academia, apesar de nunca ter sabido o porquê, o que só veio a se tornar possível com a quase imposição de Joaquim Nabuco. Graça Aranha publicou estes trabalhos: Canaã, 1902; Estética da Vida, 1920; Malazarte, 1922; Correspondência de Machado de Assis e Joaquim Nabuco, 1923; O Espírito Moderno, 1925; A Viagem Maravilhosa, 1930. As obras completas de Graça Aranha (1939-1941) estão distribuídas em 8 volumes: Vol. I Canaã; vol. II: Malazarte; vol. III: Estética da vida; vol. IV: Correspondência de Machado de Assis e Joaquim Nabuco; vol. V: O espírito moderno; vol. VI: A viagem maravilhosa; vol. VII: O meu próprio romance; vol. VIII: Diversos. ‘O meu próprio romance’ é um dos livros mais perfeitos que conheço. Li-o ainda menino e sua leitura me invadiu para sempre os sentidos. Parece que brinquei com Graça Aranha pela velha rampa do cais de São Luís. Já homem e tão distante daqueles, meu e dele, cenários da velha cidade, uma saudade de doer a alma me ensombrou de emoção, quando reli, como se alguma coisa indizível me dissesse que a única coisa sublime que temos é a memória, tanto que ela nos é apagada para que nossa consciência, em outros planos, não sofra tanto e tenha sossego. E é o velho Graça quem diz: “Dos quadros da minha infância, nenhum exerceu no meu espírito magnetismo igual ao da casa em que vivi, quatorze anos, no Largo do Palácio. Nasci na Rua da Estrela, número 2, na primeira casa à direita, na grande ladeira que desce para a Praia Grande, centro do comércio que as águas da baia não banham [...] quando a deixamos, eu não tinha dois anos. Mais tarde, eu a contemplava e imaginava o seu silêncio interior naqueles três andares elevados, e esse silêncio imaginativo tinha a força de me entristecer.” Talvez havendo, como informa Alfredo Bosi, professor de Literatura da Universidade de São Paulo, “duas faces a considerar no caso Graça Aranha: o romancista de ‘Canaã’ e de ‘A Viagem Maravilhosa’ e o doutrinador de ‘A Estética da Vida’ e de ‘Espírito Moderno’, faz-se às vezes distante no tempo, mas ligadas por mais de um caráter comum, exteriorizar em ‘A Estética da Vida’ este sentido de forma e liberdade espiritual ou ainda de terror cósmico: aquele que compreende o universo com uma dualidade de alma e corpo, de espírito e matéria, de criador e criatura, vive na perpétua dor. Aquele que pelas sensações vagas da forma, da cor e do som, se transporta ao sentimento universal e se funde no todo infinito, vive na perpétua alegria”. Falar-se de Arte Moderna, caberia num livro de ensaios como muitos já foram escritos. Os acontecimentos e os personagens foram muitos para poucos dias, e Graça Aranha, o qual faleceu no Rio de Janeiro, em 26 de janeiro de 1931, tornou-se, no Movimento, um acontecimento imorredouro, porque trouxe à luz da publicidade o seu ‘Canaã’ e foi personagem, porque, acima de tudo, e pela vida inteira, foi sempre um reformador de métodos e um esteta intemporal.

RobertoFranklin ALL, ALTO, AVLA, AMCL, SCLMA

Distante o horizonte engole o mar Lá me encontro cheia, minha luz Desperta desejos prazeres Beijo teu corpo, desperto tentações Espumas cristalizadas em ondas de maré cheia Envolve desejos levando minha luz até a beira mar Transforma meus reflexos Num pedido de amor que, na praia Mistura-se ao verdadeiro Desejo de coito sob minha luz Desfaleces em areia fazendo Que ondas de desejo te banhe Longe sou testemunha Teu prazer ganha ar de desejo Eu como num teatro com minha luz Foco o amor que em minhas noites Envolve teus pensamentos.

*ANTONIO AÍLTON

Não tenho dúvidas de que o livro MÉNAGE – Antologia Trilíngue de Poesia é um dos projetos mais importantes para divulgação da minha poesia conjuntamente com a do poeta Sebastião Ribeiro, que foi parceiro nesse trabalho. Mas não é só isso, trata-se de um livro importante também para os vínculos coletivos da atualidade. Isto porque, queiramos ou não, acaba ressoando uma representatividade do que vem se realizado em vários espaços do Brasil. O Ménage é um livro cuja potência e beleza tem sido reconhecida, e isso é o mais gratificante, porque não foi um livro fácil. Nenhum livro é exatamente fácil, mas, no caso deste, tivemos as enormes dificuldades que a tradução da poesia pode suscitar, da proposta de se poder dizer na língua do outro aquilo que é da intimidade da alma do poeta e do país, sua linguagem e seus modos de gerar sentido, de uma possível comunicabilidade sensível e afetiva. Esse foi o nosso empreendimento na obra, como resultado de uma ousadia: Sebastião passando a nossa poesia para o inglês e eu, para o francês. Mas, fora isso, reconhecemos o trabalho da diagramação, das escolhas de caminho e cuidado da editora, em sua contribuição para que o resultado fosse o melhor. A Editora Helvetia/Helvetia Éditions, foi escolhida justamente por ter uma proposta de primar qualidade, além de que possui relações de operação e divulgação mais diretas entre Brasil, Portugal e Suíça, com festivais e distribuição nesses países, possibilitando assim essa abertura de portas para uma divulgação maior do nosso trabalho. O livro, em formato grande, também foi publicado em dispositivo kindle, para ser lido em aparelhos e suportes eletrônicos. O Ménage recebe este título justamente pelo entrelaçamento das três línguas que promove. Não se trata, portanto, de algum teor ou cunho erótico que se possa buscar no livro – senão aquele que se faz presente no erotismo da própria linguagem –, mas desse conjunto de alma e forças poéticas, corpos, delicadezas, línguas e mãos que entram em sua feitura, provocação, voz e resultados. É neste sentido que este livro se oferece como um convite para a conexão maior que se faz neste jogo de línguas, linguagens e relações humanas.

Antonio Aílton

Título: MÉNAGE – Antologia Trilíngue de Poesia Autores: Antonio Aílton e Sebastião Ribeiro Onde encontrar: Helvetia Éditions Amazon (formato kindle, e-book – buscar por autor/título) Livraria AMEI, no São Luís Shopping – São Luís/MA

*SEBASTIÃO RIBEIRO

O processo de construção de Ménage ampliou percepções que eu tinha sobre tradução (considere-se que não sou e, por enquanto, não almejo a tradução profissional) e o próprio fazer poético, considerando o jogo de limitações e liberdades que as línguas nos oferecem e impõem ao mesmo tempo. Interessante também a impressão que tive, em vários momentos do trabalho de passar a poesia de Aílton para o inglês, foi a de ‘confundir as mãos’ de quem fez o poema, como se estivesse trabalhando com um poema de minha autoria. A obra é resultado não apenas de intenções em disponibilizar parte (mínima, por assim dizer) da poesia sendo feito no estado e na Amazônia / Nordeste para o mundo de leitores usuários do inglês e francês, mas também uma jornada, uma experiência de (re) conhecimento da poesia dos dois autores e de enriquecimento criativo. A seleção que fiz da minha poesia considerou os 10 anos de criação poética publicada. Existem poemas de Acorde (Scortecci, 2011), & (Scortecci, 2015), Glitch (Scortecci, 2017), e de meu último livro solo, Memento (Penalux, 2020); por isso penso e falo da experiência Ménage como uma jornada, considerando especialmente sua intenção antológica e de futura referência, pelo menos de um recorte da produção maranhense nos autores Antonio Aílton e Sebastião Ribeiro – duas vozes distintas, em momentos diferentes de suas caminhadas literárias, vindos de gerações que necessitaram se adaptar a mais uma velocidade que foi adicionada aos motores do mundo. Ménage também é representativo de um momento de evolução, por considerar os diversos momentos da minha produção: não evolução no sentido de algo primitivo, primário, se aperfeiçoar com o tempo (até porque isso é um conceito, uma percepção variável, dependente de análises e opiniões), mas em duas situações – 1º, entender como a poesia se adapta ao entendimento e às possibilidades que o homem e poeta descobre para lidar com a vida; e 2º, o momento de reconhecimento que minha poesia ganha ao se alinhar em um projeto como esse, ao lado de um grande poeta e intelectual como o Antonio Aílton. Concluo compartilhando a satisfação de dever cumprido, um trabalho de cerca de dois anos e que exigiu um foco renovado, além dos maquinismos e necessidades da vida e, infelizmente, através de uma pandemia. Ainda que o projeto possa não usufruir da aclamação dos best-sellers, ainda que demore a chegar às mãos dos leitores francófonos e anglófonos (e lusófonos, claro), nutro a alegria de poder ter alcançado esse marco e ajudar a remeter a voz de nossa poesia a todos os cantos que me são possíveis.

ESPECTRO DE PÉTALAS

passo em frente à velha grade que murmura no muro de minha casa chamo por meus filhos lá dentro da penumbra: "Clarinha!" "Benjamin!" "Alegria!" eles não respondem o portão range no vazio estão dormindo, estão de cama, não ouviram ainda não nasceram, são precoces partiram há muito tempo

então me cubro com as folhas das árvores crescidas que plantei e fico esgalhado debaixo do espectro de pétalas

esperando-os chegar para enchermos de pleno o presente que ficou amarrado em cima da mesa ouço o vento de uma voz em volutas em sua existência repetível, ou em sua crença do círculo quando os que amamos parecem sempre tão mais plenos do momento e a razão definitiva de amá-los é o risco de perdê-los sob as folhas

de uma vez por todas todas as vezes

Antonio Aílton

MOTE

& foi-se o tempo dos épicos & foi-se em seu inverso-interior aluminado o meu tempo

hoje é a luz receitando meus olhos

hoje é todos os espaços contornáveis preenchidos por dúvida

é os móveis arborescidos no quarto ocultando o fruto em cuja casca de vidro me enxergo apalpando o rosto descobrindo-lhe os restos

hoje é estuar-me no silêncio doutros cômodos que guardam garantias de distração

THE METAL AGE

At dawn through the streets the sun tripped on two corpses

Scraps from the stainless night the waste picker girl has better things to do

Antonio Aílton

[Idade dos metais – Ao amanhecer por entre as ruas/ o sol tropeçou em dois cadáveres/ sobras da noite inoxidável/ a catadora de latinhas/ tem mais coisas a fazer]

[sans titre]

sans aucun quai, je me suis assis ici quand tu t’es arrivé. tu es ce que tu es, pour que j' puisse discerner maintenant l'océan s'en refroidissant sous les cargos

l'eau n'était plus en elle-même comme moi, réduit au silence par la chanson d'autrui

j'ai seulement demandé à la mer d'attendre la vie : un jour, je serai à deux miles à l'intérieur

[(sem título) sem cais sentei aqui/ quando chegaste./ és o que és para que’u agora discirna/ o oceano esfriando sob os cargueiros// a água não estava mais nela mesma/ quanto eu calado pela canção alheia.//só pedi que o mar esperasse a vida: /um dia o serei duas milhas adentro]

JOÃO CARLOS PIMENTEL CANTANHEDE Blog da Jucey Santana: O RIO ALEGÓRICO DE MARIANA LUZ

Para tentar discorrer sobre a recente produção literária a respeito de Mariana Luz, especificamente as obras de Jucey e Gabriela Santana, construí mentalmente uma imagem do rio Itapecuru, a partir da ponte, em uma estrutura de três planos horizontais: a margem direita, o leito e a margem esquerda. Em cada uma das margens imaginei uma mulher/escritora segurando um livro. Na margem direita, Jucey Santana segurava o seu livro “Marianna Luz: vida e obra (2014); e na margem esquerda, Gabriela tinha em suas mãos a obra “Mariana Luz: Murmúrios e outros poemas (2021). Ambas olhavam fixamente para o leito pardacento do rio, como se buscassem descobrir ou revelar o que escondiam aquelas águas turvas. De fato, o que simbolizava o leito do rio na imagem? Seria a própria Mariana Luz representada sob a forma da água? Não seria a ilustre poeta, dramaturga e educadora itapecuruense, igualmente fonte de vida como o rio? Para responder a essa questão, precisamos analisar os pontos recorrentes da imagem: a ponte, as margens e o leito do rio. A ponte, como ponto de observação representa o leitor ou leitores olhando para o rio. E o que o rio teria a revelar para os leitores? Bom, observando o livro da margem direita, ele nos revela, por meio de uma pesquisa vasta e consistente, uma Mariana Luz histórica. A própria autora, Jucey Santana, nos alerta que a sua obra não tem pretensão de análise estético/literária. Mas a fonte principal da sua obra é o leito do rio, ou seja, a própria Mariana Luz representada por uma água parda, ela era uma mulher negra; mas a cor da água simboliza também o que precisa ser visto e revisto, cabendo a cada leitor ou pesquisador observar com atenção essa água, da qual Jucey edificou o seu livro. Ao olharmos para a margem esquerda temos: “Mariana Luz: Murmúrios e outros poemas (2021), Gabriela constrói a sua obra, olhando para o leito, para a outra margem e também para as teorias do campo literário. Enquanto Jucey é oriunda da AICLA, Gabriela Santana é proveniente da outra academia, a Universidade (Ufma) e de um mestrado que a desafiou a construir um outro olhar sobre Mariana Luz. Quando Jucey comentou que não faria análise literária, de certo modo, é como se ela previsse que a outra margem do rio seria edificada por outra autora/pesquisadora. Assim sendo, Gabriela Santana nos apresenta uma obra rica em termos quantitativos e qualitativos, nos aponta caminhos teóricos para uma compreensão da literatura de Mariana Luz e aprofunda alguns outros elementos históricos. Em resumo, a imagem alegórica construída no início apresenta o leitor na ponte, acima das duas margens, ambas com produções literárias consistentes que nos permitem compreender e perceber com maior profundidade o leito do rio, ou seja, a nossa magnifica Mariana Luz.

João Carlos Pimentel Cantanhede é Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Especialista em História do Maranhão pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). É autor dos livros: REVIVESCÊNCIA (2014), CIDADE E A MEMÓRIA (2013), em parceria com a professora da UEMA, Raimunda Fortes; CANTANHEDE (2010); VEREDAS ESTÉTICAS (2008); e um dos organizadores das antologias PÚCARO LITERÁRIO I e II (2017 e 2018, respectivamente). Como artista visual realizou diversas exposições individuais e coletivas, das quais destacamos: Olhares sobre o cotidiano” - TCE/MA, 2019; “Sem perspectiva” - SESC/MA, 2012; “Palmae” SESC/MA, 2007; “Itapecuru – imagens recorrentes” - SESC/Ler Itapecuru-Mirim, 2006; “Ritos do Corpo” SESC/MA, 2005; Hibridações” - SESC/MA, 2004; “Relevos Sensoriais- SESC/MA, 2016; 5º Salão de artes São Luís, SECULT, 2014; 4º Salão de artes São Luís, SECULT, 2013; 3º Salão de artes São Luís, SECULT, 2012; 2º Salão de artes São Luís, SECULT, 2011; “Iconografia Urbana de São Luís” IV- SESC/MA, 2013; “Iconografia Urbana de São Luís” III- SESC/MA, 2008; “Iconografia Urbana de São Luís” IIGaleria Nagy Lajos/Museu de Artes Visuais, 2007; “Arte e Meio Ambiente” - SESC/MA, 2005; “Iconografia Urbana de São Luís” - SESC/MA, 2003; 1ª Mostra SESC de Humor –SESC/MA –2000; XXIV, XXV, XXVI, XXVII e XXIX Concurso Literário e Artístico “Cidade de São Luís”, FUNC, 1998 a 2002 e 2005;  I, II, III Mostra Maranhense de Humor – DAC/PREXAE-UFMA, 1998, 1999 e 2000; 1º Concurso de História em Quadrinhos do Maranhão – SESC/MA, 1998; 1º e 2º Salão Nacional de Humor Sobre o Controle dos Gastos Públicos - União Nacional dos Analistas e Técnicos de Financias e Controle – UNACON, 1997/98. Foi premiado em 1º Lugar em Pintura no XXVI Concurso Literário e Artístico “Cidade de São Luís”, 2001; Melhor Cartum Maranhense na 2ª e 3ª Mostra Maranhense de Humor, 1999 e 2000; e Menção Honrosa em Pintura no XXVII Concurso Literário e Artístico “Cidade de São Luís”, 2002.

Último lançamento de Assenção Pessoa

ASSENÇÃO PESSOA Blog da Jucey Santana: LAGUSA POEMAS I: orgasmos em dose dupla de poesi

A obra de Assenção Pessoa que seduz o leitor por meio do prazer poético atraindo experiência de diversas sensações para aproximar leitor e leitura de forma frenética, ao mesmo tempo em que se permita transitar por mundos reflexivos, indagativos sobre a vida, as interfaces da mulher e da natureza, bem como, os relacionamentos vividos. A obra apresenta questionamentos sociais e culturais nas entrelinhas de seus versos. Nos convida a refletir sobre a condição humana e a natureza feminina intrínseca na natureza ambiental e cósmica. A obra está dividida em três partes: Momento Mulher, em que retrata a vida das mulheres ao longo das suas existências femininas cercadas de nuances de sedução e efervescência entre paixões, desejos, realidades e enigmas. Em Deslizes Enigmáticos destacam-se versos de dor, perdas e incertezas, no entanto, traz a mulher protagonista de sua própria história. Em Poemas Imensuráveis revela uma realidade profunda e contraditória onde a indiferença se confunde com o progresso social e pessoal, ao mesmo tempo em que incita à contemplação e ao deslumbramento dos amores e das paixões. Prefaciado pela professora, socióloga, psicóloga, escritora Dilercy Adler, que faz uma reflexão da força mulher no calendário cristão percorrendo por entre a história da mulher submissa até os dias atuais onde ela se revela sexual e feminina. Capa e imagens feitas especialmente para esta edição pelo artista plástico, o itapecuruense Alex Muniz é um convite para adentrar ao mundo enigmático de LAGUSA POEMAS I: orgasmos em dose dupla.

Com um título bem sugestivo seus versos lhe reporta ao orgasmo que no sentido figurado trata da excitação poética e provocações que te permitem desvendar o universo da poesia escrita por Assenção Pessoa sem censura, sem preconceito, sem tabus. O título LAGUSA vem do seu Blogger, em homenagem aos seus netos. Se permita, ouse… Se desvende pelos desconhecidos e inexplicáveis versos de LAGUSA POEMAS I: orgasmos em dose dupla. (Assenção Pessoa)

Maria da Assenção Lopes Pessoa. Nasceu em Itapecuru Mirim, MA Brasil. Professora com Licenciatura em Ciências (Universidade Estadual do Maranhão – UEMA). Possui especialização em Biologia (Universidade Estadual do Maranhão – UEMA), Gestão, Supervisão e Planejamento Educacional (Instituto Educacional Superior Franciscano – IESF). Funcionária pública estadual, Assenção trabalhou na cidade de Pirapemas, MA, na unidade integrada Pirapemas, foi professora e gestora. Trabalhou na sua terra Itapecuru Mirim na Unidade Wady Fiquene, CAIC, Newton Neves e Ayrton Senna, exercendo sua função de professora e gestora, contribuindo com a educação estadual no município. Também construiu com escolas municipais como a Gomes de Souza, Goncalves Dias e João da Silva Rodrigues. Atualmente é Superintendente de Cultura na Secretaria Municipal da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer. Escritora, poeta, pesquisadora, Assenção é membro fundadora da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes –AICLA, membro efetivo da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão -SCLMA. Membro Correspondente da Academia Vargem-grandense de Letras e Artes. Trabalhos publicados: Recordações (poesia) (Editora NELPA, São Paulo, 2011); Infanto-juvenis: José e as Três Mosqueteiras, A Princesa Sarah e o Sapo, Mirela a princesa que vivia sonhando, Os Sonhos Dourados de Amália, Sapatilhas de Pontas (Editora Gregory, São Paulo, 2015); Itapecuru Mirim, sua gente, sua história (Editora NELPA, São Paulo, 2015); Educação Sexual e Saúde Escolar; Alana, um ser de luz outros contos e poesias (Gráfica Valle – São Luís, MA, 2018). Participante em várias antologias, dentre algumas temos: Mil Poemas para Gonçalves Dias (2014); Cento e Noventa poemas para Maria Firmina dos Reis (2015); Púcaro Literário I, II (2017/2018). Coautora do Livro Inspirações Poéticas (2016), juntamente com Jucey Santana. É Membro coordenador e participante da FESTA LITERÁRIA DE ITAPECURU MIIRIM (FLIM).

A VISTA DO MEU PONTO: ENTREVISTA COM PAULO MELO SOUSA

Paulo Melo Sousa é o nome artístico de Paulo Roberto Melo Sousa, nascido em São Luís do Maranhão a 6 de maio de 1960. Filho de José de Ribamar Bezerra de Sousa e de Élia Melo Sousa, tem duas irmãs e um irmão. Frequentou inicialmente o Jardim de Infância Pituchinha, indo estudar a partir dos 8 anos de idade no Colégio Maristas, onde permaneceu durante 10 anos e concluiu o chamado Científico em 1978. Formado em Design e em Comunicação Social pela Universidade Federal do Maranhão - UFMA, possui especialização em Jornalismo Cultural, Jornalismo Científico, Jornalismo Ambiental, e em Linguística Aplicada ao Ensino das Línguas Materna e Estrangeira. Possui Mestrado em Ciências Sociais pela UFMA, em 2013. Poeta, jornalista, professor, ambientalista, pesquisador de cultura popular, fundou a Sociedade de Astronomia do Maranhão SAMA, aos 16 anos. Foi um dos idealizadores do primeiro jornal ecológico do Maranhão, o “Folha de Gaia” (1991 / 1992). O poeta integra ainda a “Antologia da Poesia Maranhense do Século XX”, organizada por Assis Brasil. Foi um dos fundadores do Grupo Poeme-se, de poesia (1985 / 1994), e criador do Grupo Graal (1997), de performance poética. Atua na área de cinema e vídeo, como ator e co-diretor. Escreve no Jornal Pequeno (JP Turismo), abordando temas de jornalismo científico, turístico, cultural e de patrimônio cultural. Também incursiono na área de cinema e vídeo, trabalhando como ator e co-diretor (integrei o elenco de “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil”, filme de Carla Camurati (1995), e foi co-diretor do filme “Em Busca da Imagem Perdida” (IPHAN, 2008), dentre outros trabalhos. Mantive no suplemento JP Turismo – Jornal Pequeno, desde 2006, a coluna “Alça de Mira”, na qual publiquei poemas de autores maranhenses, semanalmente, atuando ainda na área cultural como conferencista. Fui Diretor da Galeria de Arte Trapiche Santo Ângelo (Fundação Municipal de Cultura – FUNC / Prefeitura de São Luís, de 2013 a 2015), Diretor do Convento das Mercês, de 2015 a 2020 e, atualmente, sou o Diretor do Museu Histórico de Alcântara, desde março de 2020. Paulo Melo Sousa é membro fundador da Academia Ludovicense de Letras – ALL, tendo recebido a Medalha do Mérito Timbira, Grau de Comendador do Quarto Centenário, a maior comenda do Estado do Maranhão, em 2012, devido aos serviços prestados à cultura do Maranhão.

Bibliografia

“Rua Grande: Um Passeio no Tempo” - História (1992); “Oráculo de Lúcifer” (Poesia) - 1994 (1º lugar: Prêmio Literário do Plano Editorial Secma / Sioge); “Vi (s) agem” (Poesia) - 1º lugar: Prêmio Concurso Cultural e Artístico Cidade de São Luís (2001); “Arte das Mãos: Mestres Artesãos Maranhenses” - Texto (SEBRAE - 2007); “Nagon Abioton: Um estudo fotográfico e histórico sobre a Casa de Nagô” - Texto (Petrobras Cultural -2009); “Banzeiro” (Poesia - 2010); Prêmio Concurso Cultural e Artístico Cidade de São Luís; “Vespeiro” (Poesia - 2010).

Comecei a escrever na adolescência, mas sistematicamente a partir dos 18 anos de idade, quando escrevi meus primeiros poemas e publiquei meus primeiros artigos em jornais.

Integrei a Fundação Bandeira Tribuzi, a partir de 1980, que era coordenada pelo animador cultural Bernardo Fontenele, que organizava semanas literárias e mantinha viva a memória do poeta Bandeira Tribuzi. Em seguida comecei a publicar no Suplemento Cultural Guarnicê (Coordenada pelos escritores Celso Borges, Joaquim Haickel e outros), que depois se tornou Revista, no início dos anos 80 do século passado. Participei, a partir de 1985, do Grupo da Akademia dos Párias, publicando poemas, traduções na Revista “Uns & Outros”, do referido grupo. Nesse mesmo ano, no dia 2 de agosto de 1985, criei, ao lado de Ribamar Filho, o Grupo

Poeme-se, que durou até 1994. Em seguida, criei o Grupo Graal, de performance poética, em 1997. A partir de dezembro de 2010, criei o Projeto Papoético, que continua em atividade até hoje. Em Alcântara, articulamos, ao lado de Sérgio Oliveira e de Léa Mamede, o Projeto “Conecta Cultura: São Luís / Alcântara”, no início de 2019. Em se falando de geração, pertenço à geração 80. Meus parceiros de poesia e de cultura, ao longo desses anos todos, são muitos: Nauro Machado, José Chagas, Arlete Nogueira da Cruz, Raimundo Fontenele, Alberico Carneiro Filho, Laura Amélia Damous, Valdelino Cécio, Lúcia Brandão, Lenita de Sá, Ribamar Filho, Cláudio Terças, Rezende, Guaracy Brito Júnior, Antônio João Nunes, Wagner Alhadef, Jorge Campos, Rosa Ewerton, Luiz Henrique Rezende, Wilson Martins, Célia Seguins, Fernando Abreu, Ronaldão, Antônio Carlos Alvim, Lúcia Santos, Celso Borges, Dyl Pires, Hellen Esse, Elício Pacífico, Rafael Oliveira, César Maranhão, Paulinho di Maré, Rosemary Rêgo, Dilercy Adler, Antônio Aílton, Ricardo Leão, Hagamenon de Jesus, Jorgeana Braga, Bioque Mesito, Raimunda Frazão, Wybson Carvalho, Renato Menezes, Silvana Menezes, Carvalho Júnior, Ronaldo Costa Fernandes, dentre tantos outros.

a. Geração de 45 Incluído às vezes nessa geração, o poeta Nauro Machado muito me incentivou por acreditar na força da minha poesia. Ao logo de 38 anos mantivemos uma duradoura e profícua amizade, e aprendi muito sobre poesia em longas conversas sobre arte e cultura com o nobre poeta.

d. Akademia dos Párias Fui integrante do grupo da Akademia dos Párias, publicando poemas na Revista Uns & Outros, que o grupo publicava.

e. Os Cadernos Alternativos / Vagalume Publiquei textos e poemas, bem como fui entrevistado no Suplemento Vagalume.

f. Poeme-se/Papoético Fui um dos fundadores do Grupo Poeme-se e, sozinho, em 2010, criei o Projeto Cultural Papoético. O Grupo Poeme-se foi crido por Ribamar Filho e por mim no dia 2 de agosto de 1985, quando foi lançado o primeiro cartaz de poesia do grupo, intitulado Poeme-se nº 1. O grupo se reunia semanalmente para realização de leituras de poesias, construção de recitais e de performnces poéticas, dentre as quais “Erótyka” e “O Inferno de Wall Street”, chegando a realizar ainda festivais de poesia, dentre outras produções culturais. O grupo Poeme-se durou até 1994.

O Projeto Papoético foi idealizado pelo poeta, jornalista e pesquisador de cultura popular Paulo Melo Sousa, em dezembro de 2010. O evento acontece num espaço cultural ou num bar / restaurante / cafeteria. O Papoético acontece normalmente de acordo com a programação previamente estabelecida. Recitais de poesia, lançamentos de livros, canjas musicais, exibição de filmes, discussões filosóficas e exposição de ideias são algumas das muitas atividades que fazem desse projeto algo singular. Nos encontros, o público pode entrar em contato com o que é produzido na arte maranhense e brasileira e ainda poderá encontrar algumas pessoas que têm participação ativa na construção da cultura contemporânea. Visando ampliar a ação cultural do projeto, foi idealizada a realização do I Festival de Poesia do Papoético, sendo o primeiro realizado no dia 31 de maio de 2012. Nos últimos anos, em São Luís, os órgãos públicos ligados à cultura privilegiaram as manifestações culturais de cunho popular, que se destacam tanto no carnaval quanto no São João. Em decorrência disso, as artes em geral perderam apoio oficial, dentre elas a Literatura. Concursos literários foram extintos, e até o Festival de Poesia da Universidade Federal do Maranhão, anteriormente realizado pelo Departamento de Assuntos Culturais – DAC, foi desativado.

h. Circuito de Poesia Maranhense/Latinidade

I. Safra 90 Participei, ao lado do escritor Wilson Martins, da seleção dos poetas que participaram da “Antologia Poética Safra 90”, em 1996 (Edições Secma), escrevendo o prefácio da referida antologia, com o texto “Risco na Trilha ou Novas Aparições”. j. Guesa Errante Publiquei vários textos e poemas no Suplemento Literário Guesa Errante.

MHARIO LINCOLN / PAULO RODRIGUES

Paulo Rodrigues “subir foi demorado, descer é outra arte”. (Affonso Romano) Sísifo teimou com a autoridade. Queria sonhar uma nova vida. Enganou os deuses do fundo da terra, por isso foi condenado a carregar uma pedra até o topo da montanha. Toda vez que chegava lá. A pedra rola e volta. Então, é preciso reiniciar a tortura. O mito parece com a vida? Sim. As repetições da vida são castigos, aprendizagens, momento para catarse. Affonso Romano de Sant’Anna é professor, ensaísta, jornalista, poeta (um dos grandes nomes da literatura brasileira, na atualidade). Sabe cortar a linguagem com a lâmina das virtudes. Nos encanta com a capacidade de revelar o irrevelável.

Acabei de ler Sísifo desce a montanha. Em muitos poemas fui tomado pelo mistério profundo, do diálogo. Eu não busquei respostas, nem ele nos oferece. No entanto, oferta mais. Sai deixando pitadas de sensações das muitas mortes do poeta. É o tema geral do livro (a morte). Ele vai além? Claro. Apresenta suas filosofias da linguagem, as angústias do esquecimento coetâneo, as imagens marginais do cotidiano. Destaco, de início, a primeira parte do poema NUM RESTAURANTE, que está na página cento e dois. É uma aula de prazer. Com uma didática emocional, acima do lirismo vazio da literatura contemporânea: Alguém preparou para mim a comida ali no fundo deste restaurante e não vejo seu rosto. Ouço ruídos.

A boa, má e anônima comida chega à minha mesa como se navios avançassem sem que suarentos braços alimentassem suas caldeiras.

Roland Barthes - no livro O Prazer do Texto - que eu tenho a quarta edição, de mil novecentos e noventa e seis (Editora Perspectiva) diz: “o texto que o senhor escreve tem de me dar prova de que ele me deseja. Essa prova existe: é a escritura. A escritura é isto: a ciência das fruições da linguagem, seu kama-sutra”. O crítico literário francês nos mostra a necessidade do texto conquistar o leitor. Não posso negar os desejos nos meus olhos. Leio a cena muitas vezes. É instigante. Desdobra-se como um tsunami dentro de mim. Parece uma crônica em versos, tão sutil, como um beijo sentido antes de tocar os lábios. Nas estrofes acima, temos a preparação da ruptura do ato de comer. Vamos avançar mais um pouquinho e entender:

Tudo que chega a mim teve um drama pregresso o grão, o tecido, o plástico o industrial aparelho tão belo e limpo tudo tem suor, tem sangue, tudo veio da aflição, da ânsia a produzir em mim, um incerto prazer.

Dois homens mastigam na minha frente riem, conversam seus negócios, telefonam como em qualquer restaurante do mundo.

A cena primária é retomada pelo poeta, num ato quase de análise freudiana. De repente, a vista é clareada. As aflições dos que fazem a comida recuperam os traumas de Affonso Romano. Criam uma armadilha. Preocupam a superfície da mesa. Os homens proprietários apenas mastigam. Só o artista é um neurótico diria Barthes.

A estrofe final do poema promove o mesmo prazer no leitor e no escritor como veremos: [...] Longe, nos subúrbios onde prospera a fome meu prato está sendo preparado por toscas criaturas e nunca saberei seus nomes.

A insatisfação com a comida é nítida. Há sinais de prazer na reflexão poética dissonante. Só nas palavras mora a propriedade, que sustenta o discurso. Parece que sentimos a fome de quem prepara e não se alimenta. Affonso Romano é um transgressor, buscando o prazer.

Paulo Rodrigues (Caxias, 1978), é graduado em Letras e Filosofia. Especialista em Língua Portuguesa, professor de literatura, poeta, jornalista. É autor de vários livros, dentre eles, O Abrigo de Orfeu (Editora Penalux, 2017); Escombros de Ninguém (Editora Penalux, 2018). Ganhou o prêmio Álvares de Azevedo da UBE/RJ em 2019, com o livro Uma Interpretação para São Gregório. Venceu o prêmio Literatura e Fechadura de São Paulo em 2020, com o livro Cinelândia. É membro da Academia Poética Brasileira.

JORGE ABREU

Um livro em homenagem a Barra do Corda, a começar pelo título, que remete a uma das mais marcantes figuras da história da cidade. Assim, o jornalista e escritor Antonio Carlos Lima define a sua mais recente obra literária, O Duque de Giz, publicada pela Academia Maranhense de Letras. José Nogueira Arruda, o lendário Duque de Giz, é lembrado também num episódio narrado em outro texto do livro: a passagem, por São Luís, em 1955, do presidente deposto da Argentina, Juan Domingos Perón, testemunhada pelo Duque como repórter do jornal O Imparcial. Outros personagens ilustres da Barra estão presentes no livro: Oton Mororó Milhomem, perfilado em função das lendas que circulavam a seu respeito, quando em vida; e Verônica, a mãe que perdeu os três filhos no mesmo dia, foi abandonada pelo marido e vagava, sem juízo, pelas ruas da cidade. Mas, o autor vai muito além de Barra do Corda nas crônicas, reportagens e artigos que compõem a obra. Ele aborda episódios vivenciados em lugares tão diferentes como São Raimundo das Mangabeiras, onde nasceu; São Luís do Maranhão, onde morou muito tempo; Santiago do Chile, onde trabalhou como adido cultural; e Brasília, onde vive há 15 anos. Tradição Eu li o livro - com muita admiração - e recomendo a sua leitura, principalmente pra quem é de Barra do Corda, e cultiva a história e tradição de cultura do município, onde o autor viveu entre o final dos anos 1960 e metade dos anos 1970.

Na Barra, ele estudou nos colégios Pio XI e Nossa Senhora de Fátima, e foi um dos fundadores do icônico jornal O Pássaro. Por mim considerado um dos melhores cronistas do Brasil contemporâneo, Antonio Carlos Lima foi diretor, em São Luís, do jornal O Estado do Maranhão, e secretário de Comunicação do Governo do Estado. Membro da Academia Maranhense de Letras e da Academia Barra-Cordense de Letras, é autor de Além da Ilha, Sob o Sol do Equador, São Luís: azulejos e poesia. Faço questão de ressaltar que tenho orgulho de nossa amizade e dele ter sido o responsável pelo início da minha carreira como jornalista, nos longínquos anos 1980. Serviço Em São Luís, o Duque de Giz está disponível na Livraria e Espaço Cultural AMEI (São Luís Shopping). Fones: (98) 3251 3744 e (98) 9 8283 2560 (WhatsApp). Email: ameilivraria@gmail.com; e na Livraria Saci Pererê, Av.Virgílio Domingues, 304, São Francisco. Fones: (98) 3014 2524 e (98) 8407 7979. Em Barra do Corda, o livro pode ser adquirido comigo; na Fename (Praça Melo Uchôa, Centro) e na Livraria Retrôvisor (Rua Gerôncio Falcão, S/N, centro, em frente à Adias Móveis).

ACONTECENDO...

Academia Poética Brasileira elege e empossa novo imortal para a Cadeira de número 94 Por: Mhario LincolnFonte: Divulgação

Posse do acadêmico eleito ROGÉRIO HENRIQUE ROCHA Discurso de Recepção: Acadêmica Linda Barros Senhor Presidente Mhario Lincoln Senhor Vice-Presidente Edomir de Oliveira Demais Confrades

Hoje esta egrégia Academia tem a honra de receber mais um ilustre membro para compor seu quadro de intelectuais: o filósofo, poeta, professor e produtor cultura Rogério Rocha. Exímio conhecedor da palavra, Rogério é Bacharelando em Letras, dai seu encantamento pelo mundo da poesia. Caminhou também pelas vertentes filosóficas, onde é licenciado em Filosofia e professor dessa área e subsequentemente fez pós-graduação em Ética. O jovem escritor não se contentou tão somente em uma carreira linear específica, ou em um único eixo do conhecimento, resolveu aprimorar suas nuances intelectuais, elevando-as a outros patamares. A área jurídica já corria em suas veias, foi então que se graduou em Direito e dando continuidade a esse caminho, fez pós-graduação em Direito Constitucional. Hoje ele também é técnico judiciário e ex-assessor jurídico. Rogério Rocha é também Mestre em Criminologia pela Universidade Fernando Pessoa (Porto/Portugal).

Acadêmica Linda Barros. Desde muito cedo sempre teve interesse pela poesia, apoiado em leituras de grandes intelectuais da Literatura Brasileira, como Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, entre outros, seu destino não poderia ser outro senão estar inserido no também mundo dos intelectuais. Rogério Rocha é autor de “Pedra dos Olhos”, obra que reúne uma produção poética correspondente a trabalho de pesquisa de longos 30 anos. O escritor é membro-fundador e organizador dos projetos Iniciativa Eidos e Duo Litera. Participou da antologia “Os Melhores Poemas de 2016”, onde foi lançado durante o 3º Salão do Livro de Lisboa. Participou também da Antologia de Novos Poetas Maranhenses, promovido pela Amei. Nem precisa dizer nem mensurar o tamanho da importância desse intelectual nos anais da Academia Poética Brasileira, pois por si só, Rogério Rocha traz consigo um arcabouço de conhecimento e riqueza literária para nossa Academia. Rogério Rocha é maranhense da cidade de São Luís. É filósofo, poeta, produtor cultural, pós-graduado em Direito Constitucional (Universidade AnhangueraUniderp), pós-graduado em Ética pelo IESMA, Graduado em Filosofia (UFMA) e Bacharel em Direito (UFMA). É mestre em Criminologia pela Universidade Fernando Pessoa (Porto/Portugal) e bacharelando em Letras pela Estácio. Exerceu a advocacia e foi assessor jurídico. É membro-fundador e organizador dos projetos INICIATIVA EIDOS e DUO LITERA, que trabalham com a realização de eventos com temas nas áreas de filosofia e literatura.

Participou da antologia "Os melhores poemas de 2016", lançada durante o 3º Salão do Livro de Lisboa, que reuniu autores de vários países de língua portuguesa, e da Antologia de Novos Poetas Maranhenses (AMEI). Foi segundo colocado no Concurso Gonçalves Dias, no ano de 2019. É autor do livro de poemas Pedra dos Olhos (lançado em janeiro de 2020). Obras no prelo: "Cânticos noturnos para ilhas devastadas" (poema); "Caderno de grifos" (poema). Rogério Rocha é proprietário do canal Roger Filósofo, no YouTube, onde produz e apresenta conteúdos sobre filosofia, direito e literatura. Atualmente é servidor do Poder Judiciário Estadual maranhense.

DISCURSO DE POSSE DE ROGERIO ROCHA Para quem não me conhece - e até pouco tempo eu era, para muita gente, com certeza, um total desconhecido - tenho uma relação especial com a filosofia, com o direito e a literatura. Nas duas primeiras áreas pela formação universitária em cursos superiores, tendo em conta a licenciatura em Filosofia pela UFMA e o título de especialista (paradigmas da pesquisa em ética), concluído junto ao IESMA, bem como pelo bacharelado em Direito pela UFMA e um Mestrado em Criminologia pela Universidade Fernando Pessoa. Ademais, advoguei durante seis anos, inclusive desenvolvendo trabalhos em prol de causas sociais, tendo assumido, logo em seguida, o cargo de técnico judiciário na justiça de 1º grau do estado do Maranhão, por meio de aprovação em concurso público. Tive ainda a experiência do magistério junto ao ensino médio e técnico, com passagem pelo Instituto Federal Tecnológico do Maranhão, onde lecionei as disciplinas de sociologia, metodologia do trabalho científico e filosofia. Filosofia, aliás, que ocupa um lugar especial na minha jornada. Ao pensamento filosófico atribuo parte essencial da transformação que decidi viver, ao permitir, com a percepção mais acentuada das circunstâncias, estabelecer em mim um profundo humanismo, um otimismo realista e um caráter moldado em torno da necessidade de abertura para um ecletismo que tem-se consolidado diuturnamente em meu espírito. Sempre interessei-me pelos meandros da alma humana, pelo mundo social, pela história das ideias, pela arte e pela cultura. O que me levou a confrontar as angústias com a curiosidade permanente, o anseio pelo conhecimento, no intuito de perseguir, senão respostas, ao menos pistas que me levassem à compreensão mínima dos fenômenos que impregnam o cotidiano de beleza e horror.

Rogerio Rocha, Cadeira de número 94/APB. Minha história com a literatura começou quando descobri a leitura. Afinal, é sempre na condição de leitor que começa todo aquele que decide caminhar pelas veredas da escrita. É uma pré-condição, portanto, visto que não há queima de etapa, nesse caso. Há, em verdade, a formação de um imaginário que floresce com a medida do aprofundamento das leituras, com a expansão do olhar para as nuances mais sutis do processo de criação literária e pela absorção de elementos da estrutura dos gêneros da escrita. A admiração pelo espírito criativo de cada grande escritor, pelas técnicas de narração de contistas e romancistas, pela capacidade de transfiguração do real, de construção de novos mundos dentro do nosso, a abertura para um pensamento que também deita seu olhar crítico sobre os êxitos e fracassos da humanidade, dos indivíduos, da sociedade e suas instituições, levou-me a procurar absorver traços marcantes de suas produções e a tentar aprender com alguns autores e autoras que me antecederam.

Ao tempo das primeiras incursões livrescas, na adolescência, enquanto aluno do Colégio Dom Bosco do Maranhão, passando pela época de estudante universitário dos cursos de Filosofia e Direito, quando achavame diante de conteúdos das ciências humanas e sociais, a participar de grupos de estudos e tendo contato com jovens poetas de São Luís, até o ingresso efetivo no mundo adulto e na vida laboral, tive a possibilidade de intuir que ali havia um caminho diferente a ser percorrido. E que aquele que durante anos fora um leitor apaixonado poderia dar um passo adiante, a começar pelos primeiros textos dissertativos, artigos científicos e para jornais da cidade, até ser tocado em definitivo pela poesia. Daí em diante, confesso, dividido entre o trabalho e a necessidade de estruturar minha vida - com a advocacia primeiramente, depois com o magistério e, por último, com a aprovação em concurso público, que me levou ao serviço público na justiça estadual do estado do Maranhão, como já disse - trouxe o universo da cultura e as coisas do espírito, ou, como queiram, a vida intelectual, como uma segunda instância das minhas ocupações diárias. Sem deixar esfriar a empolgação com o mundo da escrita, ocultei meus primeiros escritos, na medida em que os criava, enquanto, concomitantemente, dava sequência às leituras que formaram minha personalidade e influenciaram minha forma de ver e perceber a arte do pensamento através dos livros. Tornei-me um viajante, mesmo na solidão do quarto, e alimentei uma existência de longos anos de pouca vida social com a riqueza das narrativas presentes nos clássicos e contemporâneos. Um período em que avancei muito no plano da interioridade, do estabelecimento de algumas certezas em relação a meu futuro, da expansão do olhar e da sensibilidade, mirando desenvolver o senso prático que levasse também ao mundo da vida o equilíbrio entre razão e emoção. Até começar a participar de coletâneas nacionais e internacionais, disputar os primeiros concursos literários e escrever o livro “Pedra dos Olhos”, a seleta de poemas que representa minha estreia no cenário da literatura maranhense, estive em contínua relação com a cultura. Foi justamente nesse solo fértil que pude plantar a semente daquilo que hoje, começo a realizar com mais apuro. Num processo de amadurecimento natural, sem pressa (e talvez tardiamente), buscava em mim a voz, o gesto, o dito, o reflexo de um desejo, uma palavra, “a palavra”. Buscava tornar-me íntimo da nossa língua e nela erguer um lugar, meu próprio universo, para assim, então, habitar amorosamente a linguagem, essa casa do ser. Ao performar a minha trajetória, na esperança de tornar viável a relação de proximidade com os espectros que compõem a existência literária, encontrei amigos de alma, coração e espírito. Comunguei com pessoas cuja força motivacional surgia do mesmo ambiente que a minha, com a mesma origem e os mesmos objetivos. A muitas delas sou grato pela dúplice colaboração: a da amizade e a dos ensinamentos. Tendo chegado a este ponto, enquanto escrevo o presente texto, tenho dois novos livros de poemas a serem lançados, um de filosofia e outros dois estudos sobre filosofia do direito e direito constitucional em fase de atualização. Começo a produzir em áreas como a crônica e o conto, searas em que continuo a estudar e aprender com a humildade necessária, exercitando a arte da escrita dentro dos meios à mão, sem descuidar nunca da consciência de que, no ofício de escrever, estamos sempre a interpretar o grande livro do mundo, reescrevendo nossas obras dia após dia. Dito isso, é imperativo enfatizar que sou grato pela indicação do meu nome, pelo poeta, jornalista e dramaturgo João Batista Gomes do Lago, para integrar a Academia Poética Brasileira. Também agradeço aos demais membros pela sua escolha e confirmação, bem como pelo trabalho magistral do seu presidente, o jornalista, escritor e poeta Mhario Lincoln. Nascida contemporânea, a Academia Poética Brasileira redefine o modelo das tradicionais congregações literárias, propondo o ciberespaço como novo âmbito da reunião de artistas e produtores de cultura, no interior de uma grande comunidade virtual, a equilibrar tradição e a vanguarda no cerne do movimento de um único organismo. Fato que não impede, por outro lado, a existência de eventos e atividades presenciais, sempre que possível. Por fim, impende frisar que minha chegada a essa instituição tem por marca a serenidade com que costumo dirigir os rumos da minha vida e dos meus projetos, envidando esforços para dar seguimento à missão de disseminar a cultura do livro e da criação do hábito da leitura, aliado ao esforço para exercer, com liberdade, equilíbrio e senso crítico, o papel reservado ao intelectual nesses novos tempos. Meu muito obrigado!

DILERCY ARAGAO ADLER

POR RENÉ AGUILERA FERRO Dilercy Aragáo Adler nasceu em São Vicente Ferrer-Mato Grosso-Brasil em 07 de julho de 1950, escritora e de profissão psicóloga. Realizou seu doutorado em pedagogia em Cuba, tem seu mestrado em Educação, também várias especializações em sociologia e metodologia da pesquisa. Atualmente está aposentada da Universidade Federal de Maranháo. No entanto, trabalha de professora de graus e pós-graduação da Universidade de Maranháo e do Instituto de Diversidade e Ciência. Tem uma dúzia de livros publicados e figura em várias antologias nacionais e internacionais, também escreveu livros de caráter acadêmico dedicados ao ensino universitário. É membro de diversas instituições culturais, científicas do Brasil e do exterior. Escreva para revistas e jornais do Brasil e do exterior. Pertence a várias instituições científicas e culturais, como a Sociedade Brasileira dos Médicos; é Correspondente Internacional da Sociedade Argentina de Letras, Artes e Ciências. Representante no Brasil do jornal ′′ Portal ′′ da Itália. Foi nomeada sócia e membro da União dos Escritores e Artistas de Tarija-Bolívia. Dilercy Aragão Adler, atualmente reside na sua cidade natal São Vicente Ferrer.

Extraído do livro ′′ Vidas luminosas ′′ de Rene Aguilera Fierro

DISCURSO DE POSSE

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Cadeira 92

Senhor Presidente, Meu Padrinho João Batista, Confrades e Confreiras

Agradeço a honra que me foi dada de adentrar neste sodalício. Não sou merecedor, haja vista não ser Poeta, nem Escritor, muito menos Historiador... Sou um Professor, e de Educação Física, com Mestrado em Ciência da Informação... um Cientista da Informação, que trabalha basicamente com documentação esportiva, no resgate da memória do Esporte, Lazer e Educação Física no/do Maranhão; dedico-me também à memória da literatura ludovicense/maranhense... Sou Editor, com registro no IBICT – 9177536 - , responsável, hoje, pela minha própria revista: MARANHAY –Revista Lazeirenta, dedicada ao Lazer: Esportes e Cultura, atualmente já ultrapassados os 60 números; também voltei a editar a ALL EM REVISTA, da Academia Ludovicense de Letras; e já fui editor da Revista do IHGM; e da Revista Nova Atenas, de Educação Tecnológica... todas eletrônicas... Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil, e organizador/editor do Atlas do Esporte no Maranhão, nesses anos de atuação, tenho participação em cerca de 20 livros e mais de 350 artigos publicados em revistas e jornais, dedicados às áreas de atuação. Quando Mhario anunciou que seria recebido como membro dessa Casa de Cultura, me foi dito que teria que escolher um Patrono: o fiz, recaindo a escolha sobre Elza Paxeco Machado, ludovicense, filha de Fran Paxeco; escrevi o elogio ao patrono e o enviei à Mhario, aguardando a posse, que seria em São Luis; atropelada pela pandemia, só agora será efetivada... Acompanho Mhario desde muitos anos, jornalista em São Luis; depois, nos encontramos em Curitiba, minha terra natal; junto, João Batista Gomes do Lago, hoje, meu Padrinho nesta Casa... de lá para cá – quantos anos? Meados dos anos 2000? – temos mantido conversas proveitosas, culminando com este encontro, proporcionado pelos dois. Gratidão... única palavra que me vem à mente. Espero poder corresponder à confiança depositada...

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Porque se tem falado muito do Brasil nas últimas semanas, aproveitemos para recordar aqui um ilustre setubalense que, em terras de Vera Cruz, viveu grande parte da sua vida. Fran Paxeco, que se viu obrigado a emigrar para o Brasil, percorreu grande parte daquele imenso país tendo vivido no Rio de Janeiro, Belém, Manáus, São Luís do Maranhão, Juruá... Distinguiu-se como Jornalista (fundou e dirigiu periódicos em todos, se não todo os locais por onde passou), Diplomata, Economista, Historiador, Professor, Comerciante etc. Abordemos talvez um dos períodos da sua vida menos conhecido entre nós, quando foi para os confins da Amazónia como Chefe de Gabinete do Marechal Thaumaturgo de Azevedo que fora encarregado de chefiar a Comissão de delimitação de fronteiras, de que resultou a integração da região do Acre no território brasileiro. O Acre é, hoje, o extremo ocidental do Brasil, confrontando com a Bolívia e o Perú, mas só na primeira década do século XX, após compra àqueles países de um vasto território com uma área que quase duplica a de Portugal continental, se resolveu uma longa disputa resultante da ocupação efectuada por seringueiros brasileiros. Fran Paxeco lá se encontrava quando foi celebrado o primeiro dos tratados – Petrópolis – e assistiu à fundação da que é hoje a segunda cidade daquele estado – Cruzeiro do Sul – e sabê-mo-lo, sem sombra de dúvidas, porque é um dos subscritores da acta de fundação contida na “primeira pedra” daquela cidade e que, para além de documentos e moedas, contém o livro “Os interesses maranhenses” de que é autor. Longa seria a história, mas fiquemos por aqui, não sem antes referir que o nosso ilustre conterrâneo é o autor da letra do hino do Município de Cruzeiro do Sul e o seu nome figura na toponímia das cidades de Cruzeiro do Sul, São Luís do Maranhão e São Paulo, para além de Setúbal.

AntónioBentoLASA

7 de julho de 2014 ·

O Jornal, 09 de janeiro

O JORNAL, 14 DE JANEIRO

O Jornal, 31 de janeiro

PACOTILHA, 27 DE FEVEREIRO

PACOTILHA, 28 DE FEVEREIRO

PACOTILHA

PACOTILHA, 02 DE MARÇO

O JORNAL, 08 DE MARÇO

PACOTILHA, 09 DE MARÇO

PACOTILHA, 27 DE MARÇO

PACOTILHA

PACOTILHA

O JORNAL, 15 DE JUNHO

PACOTILHA

O JORNAL, 18 DE JUNHO

O JORNAL, 28 DE JUNHO

O JORNAL, 29 DE JULHO

PACOTILHA, 07 DE AGOSTO

PACOTILHA, 23 DE AGOSTO

PACOTILHA, Ano 1920\Edição 00230 (1) - 29 DE SETEMBRO

PACOTILHA, 03 DE NOVEMBRO

DIÁRIO DE SÃO LUIS, 15 DE NOVEMBRO

DIÁRIO DE SÃO LUIS, 26 DE NOVEMBRO

DIÁRIO DE SÃO LUIS, 06 DE DEZEMBRO

VOLUME 63 – JULHO DE 2021

VOLUME 62 – JUNHO DE 2021 MARANHAY - Revista Lazeirenta - 62 - JUNHO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 61 – MAIO DE 2021 MARANHAY - Revista Lazeirenta 61 - MAIO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 60 – ABRIL DE 2021 MARANHAY - Revista Lazeirenta (Revista do Léo) 60 - ABRIL 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 59 – ABRIL DE 2021 MARANHAY : Revista Lazeirenta (Revista do Léo) 55, abril 2021 - Especial: ANTOLOGIA - ALHURES by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 58 – MARÇO DE 2021 MARANHAY 58 - ANTOLOGIA: OS ATENIENSES, março 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 57 – MARÇO DE 2021 MARANHAY 57 - MARÇO 2021: EDIÇÃO ESPECIAL - OS ATENIENSES, VOL. III by Leopoldo Gil Dulcio Vaz -

issuu VOLUME 56 – MARÇO DE 2021 MARANHAY - (Revista do Léo ) - 56 - março 2021 - EDUÇÃO ESPECIAL: ANTOLOGIA - MULHERES DE ATENAS by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 55 – MARÇO DE 2021 MARANHAY - Revista Lazeirenta (Revista do Léo) 55, março 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 54 – FEVEREIRO DE 2021 MARANHAY (Revista do Léo) 54 - FEVEREIRO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 53 – JANEIRO 2021 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_53_-_janeiro_2021 VOLUME 52 –DEZEMBRO – 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maaranhay_-_revista_lazerenta_52__2020b VOLUME 51 –NOVEMBRO – 2020 https://issuu.com/home/published/maaranhay_-_revista_lazerenta_51__2020b/file VOLUME 50 – OUTUBRO – 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_50_-_2020b VOLUME 49– SETEMBRO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_49_-__2020_VOLUME 48– AGOSTO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_48_-__2020_bVOLUME 47– JULHO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_47_-__2020_VOLUME 46– JULHO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_46_-__2020_VOLUME 45– JULHO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_45_-__2020_-_julhob VOLUME 44 – JULHO - 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_44_-_julho__2020 VOLUME 43 – JUNHO /SEGUNDA QUINZENA - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_43_-segunda_quinzen VOLUME 42 – JUNHO 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_42_-junho__2020/file VOLUME 41-B – MAIO 2020

https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_41-b_-_maio___2020 VOLUME 41-B – MAIO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_41-b_-_maio___2020 VOLUME 41 – MAIO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_41_-_maio__2020 VOLUME 40 – ABRIL 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_40_-_abril___2020.d VOLUME 39 – MARÇO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__39-_mar_o___2020 VOLUME 38 – FEVEREIRO DE 2020 – EDIÇÃO ESPECIAL – PRESENÇA AÇOREANA NO MARANHÃO

https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__39-_fevereiro___2020

A PARTIR DESTE NÚMERO, CORRIGIDA A NUMERAÇÃO, COM SEQUENCIAL, DOS SUPLEMENTOS E EDIÇÕES ESPECIAIS:

VOLUME 28 – JANEIRO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__28_-_janeiro____2020b VOLUME 29 – FEVEREIRO 2020 https://issuu.com/home/published/revista_do_leo_-_maranhay__29-_fevereiro___2020b

REVISTA DO LÉO - NÚMEROS PUBLICADOS

VOLUME 1 – OUTUBRO DE 2017 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_1_-_outubro_2017 VOLUME 2 – NOVEMBRO DE 2017 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_2_-_novembro_2017 VOLUME 3 – DEZEMBRO DE 2017 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_3_-_dezembro_2017 VOLUME 4 – JANEIRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_4_-_janeiro_2018 VOLUME 5 – FEVEREIRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_5_-_fevereiro_2018h VOLUME 6 – MARÇO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_6_-_mar__o_2018 VOLUME 6.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – MARÇO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_especial__faculdade_ VOLUME 7 – ABRIL DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_7_-_abril_2018 VOLUME 8 – MAIO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8__maio__2018 VOLUME 8.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8.1_-__especial__fra VOLUME 9 – JUNHO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_9_-_junho_2018__2_ VOLUME 10 – JULHO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_10_-_julho_2018 VOLUME 11 – AGOSTO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_11_-_agosto_2018 VOLUME 12 – SETEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_12_-_setembro_2018

VOLUME 13 – OUTUBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_13_-_outubro_2018 VOLUME 14 – NOVEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_l_o_-_numero_14_-_novemb VOLUME 15 – DEZEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revisdta_do_l_o_15_-_dezembro_de_20? VOLUME 15.1 – DEZEMBRO DE 2018 – ÍNDICE DA REVISTA DO LEO 2017-2018 https://issuu.com/…/docs/185ndice_da_revista_do_leo_-_2017-201 VOLUME 16 – JANEIRO DE 2019 https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__16_-_janeiro_2019 VOLUME 16.1 – JANEIRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: PESCA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__16_1__-_janeiro__20 VOLUME 17 – FEVEREIRO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_17_-_fevereiro__2019 VOLUME 18 – MARÇO DE 2019

https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__18_-_mar_o_2019

VOLUME 19 – ABRIL DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__19-_abril_2019 VOLUME 20 – MAIO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__20-_maio_2019 VOLUME 20.1 - MAIO 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019__ VOLUME 21 – JUNHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__21-_junho_2019 VOLUME 22 – JULHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__22-_julho_2019 VOLUME 22.1 – JULHO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed VOLUME 23 – AGOSTO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__23-_agosto_2019 VOLUME 23.1 – AGOSTO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__23.1-_agosto_2019_VOLUME 24 – SETEMBRO DE 2019 – LAERCIO ELIAS PEREIRA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec VOLUME 24.1 – SETEMBRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec VOLUME 25 –OUTUBRO DE 2019 –https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__25_-_outubro__2019 VOLUME 26 –NOVEMBRO DE 2019 –https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__26_-_novembro__2019 VOLUME 27 – DEZEMBRO DE 2019 –https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__27_-_dezembro___2019 VOLUME 27.1 – DEZEMBRO DE 2019 – suplemento – OS OCUPANTES DA CADEIRA 40 DO IHGM https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__27.1_-_dezembro___2019 VOLUME 30 – edição 6.1, de março de 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_especial__faculdade_ VOLUME 31 – edição 8.1, de maio de 2018 EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8.1_-__especial__fra VOLUME 32 – edição 15.1, de dezembro de 2018 ÍNDICE DA REVISTA DO LEO 2017-2018 https://issuu.com/…/docs/185ndice_da_revista_do_leo_-_2017-201

VOLUME 33 – edição 16.1, de janeiro de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: PESCA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__16_1__-_janeiro__20 VOLUME 34 - edição 20.1, de maio de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019__ VOLUME 35 – edição 22.1, de julho de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed VOLUME 36 – edição 23.1, de agoto de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__23.1-_agosto_2019_VOLUME 37 – edição 24.1, de setembrp de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: I. XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec

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