Diagramação

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DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente à Deus, por criar a natureza como é e permitir, junto à ciência, a evolução natural. Dedico à minha família, em especial meus pais e minhas avós que foram e são meus maiores suportes durante esta trajetória chamada vida. Dedico aos meus amigos, cujo ajuda e companheirismo nunca me negaram, em especial Daiane Ravazi, por sua aura iluminada que me cobriu nos dias onde não existia luz e Túlio Dolce que me fez enxergar a beleza que a natureza transforma. E por último, dedico este trabalho à ONU (Organização das Nações Unidas) pelo árduo trabalho junto a outros órgãos governamentais de frisar a importância da educação ambiental e da" biodiversidade do planeta Terra

"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” (Antoine Lavoisier)


UNIVERSIDADE PAULISTA ARQUITETURA E URBANISMO

PANGEIA Centro de Integração Ambiental.

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, apresentado a UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA da cidade de São José do Rio Preto, como exigência parcial à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: M.Sc. Daniele Campitelli da Silva Ramos.

São José do Rio Preto 2018


LUCAS DE ANDRADE PEDROSO

PANGEIA Centro de Integração Ambiental. Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA: _______________________________/_____/_____ Avaliador

BANCA EXAMINADORA: _______________________________/_____/_____ Avaliador

BANCA EXAMINADORA: _______________________________/_____/_____ Avaliador

São José do Rio Preto 2018


RESUMO Nos primórdios da história, homem e natureza tinham uma relação de pura igualdade e conforme a evolução da civilização, esta relação se distanciou e perdeu relevância. O número de espécies em extinção e/ou extintas da fauna e da ora do planeta vem aumentando gradativa e aceleradamente devido ao descuido e negligência das ações humanas em busca do capitalismo. Contudo, pesquisas apontam que a mente humana vem se preocupando mais com a questão ambiental do planeta. Órgãos governamentais, projetos ambientais e conscientização sociedade auxiliam na busca da preservação da biodiversidade mundial. Desta forma, o projeto tem o intuito de retomar a relação igualitária homem-meio ambiente para a conscientização popular em relação a diversidade de espécies em perigo, por meio de um complexo constituído por um parque bioclimático que reproduzirá diferentes biomas da Terra e cultivará espécies em extinção destes locais. Além disso, o complexo possuirá salas interativas de educação ambiental, com a ajuda de tecnologia avançada. O maior objetivo do trabalho é o projeto arquitetônico com soluções sustentáveis, já que o tema envolve a natureza e sua relevância para a evolução. Pelo levantamento, foi possível analisar que a cidade de São José do Rio Preto – polo industrial, tecnológico e cultural do noroeste paulista – possui escassez no âmbito de educação ambiental. Como uma metrópole do interior que vem crescendo aceleradamente, a cidade necessita de projetos que visam a conscientização de seus usuários para com o meio ambiente.


PERSPECTIVAS DE UMA DIREÇÃO Introdução Aspectos Conc. e Históricos.

TUDO SE TRANSFORMA

CONSTRUIR, PRESERVAR E EVOLUIR

Estudos de caso e análises projetuais

Proposta: A Implantação

O Lugar

Plantas dos Pavimentos

Análise da área de Intervenção Conceito e Partido Elementos Pré-projetuais

Tecnologias Construtivas Conforto Ambiental

Paisagismo


P E R S P E C T I V A S D E U M A D I R E Ç Ã O


Assim, analisando a relação entre homem e natureza na história, bem como suas consequências e repercussão, nota-se que na cidade de São José do Rio Preto, uma das principais metrópoles do interior do estado de São Paulo e polo industrial da região noroeste do estado, que vem passando por um período de acentuada urbanização, há uma escassez de conscientização e também, especialização de sua população em relação ao meio ambiente.

INTRODUÇÃO Quando relacionamos homem e natureza, além de ressaltarmos sua evolução e adaptação, podemos identicar claramente as consequências desencadeadas pelos processos Quando relacionamos e natureza, de industrialização e urbanização. Segundo o MMA homem (Ministério além de ressaltarmos sua evolução e do Meio Ambiente) o crescimento dos centros urbanos, adaptação, identicar claramente fragmentando os espaços naturais para podemos o bem-estar humano, as meio consequências pelos vem causando degradação do ambiente e desencadeadas reetindo tais processos de industrialização e urbanização. consequências nos principais agentes causadores desta, o Segundo o MMA (Ministério do Meio homem. Ambiente) o crescimento dos centros fragmentandodeosespécies espaços naturais O Brasil é contemplado com urbanos, a maior biodiversidade para o bem-estar humano, de animais e plantas (terrestres e marinhos) do planeta. Estavem rica causando degradação do meio ambiente e reetindo diversidade é reconhecida pelos países desenvolvidos e pela tais consequências principais agentes ONU como patrimônio natural, o qual deve sernos preservado, causadores desta, o homem. garantindo e mantendo a vida dos recursos naturais. Para conservação da biodiversidade brasileira, os governos (Federal, Estadual e Municipal), como forma de conscientização, propõem disciplinas de educação ambiental e sustentabilidade. Contudo, a iniciativa de se conscientizar e pôr em prática os estudos ambientais, depende não apenas dos órgãos governamentais, mas também essencialmente, da participação social.

01.

bioclimáticas, as principais biozonas do planeta, para atrair e intensicar o conhecimento da população em geral, referente a biodiversidade. Além destes, a proposta também visa a capacitação e especialização de acadêmicos e prossionais das áreas biológicas, como: Biologia e Biomedicina por meio de espações que abrigarão cursos de extensão das universidades presentes no local e região.

Em meio a estes contextos, estão localizadas na O universo de pesquisa deste trabalho consiste na região noroeste da cidade de São José do Rio fundamentação de bibliograas em meios físicos Oa Brasil é contemplado a maior biodiversidade de espécies Preto, Estação Ecológica docom Noroeste Paulista e e eletrônicos, na análise de projetos já construídos de animais e plantas (terrestres e marinhos) Esta ricaque possam dar diretrizes à a Estação Experimental, que juntas, formam ado planeta. e referências diversidade é reconhecida pelos desenvolvidos e pela ONU estrutura do Parque Tecnológico de países São José do proposta estabelecida e na elaboração do projeto como patrimônio natural, o qual deve ser preservado, garantindo Rio Preto. Os locais estão destinados somente à arquitetônico. e mantendo a vida dos recursos naturais. realização de pesquisas cienticas, com visitação proibida, exceto quando o objetivo for Para conservação da biodiversidade brasileira, os governos educacional com autorização prévia do órgão (Federal, (REZENDE, Estadual e Municipal), como responsável. Anelise Gomes de,forma p. 1, de conscientização, propõem disciplinas de educação ambiental e sustentabilidade. 2015). Contudo, a iniciativa de se conscientizar e pôr em prática os estudos ambientais, dependeé não apenas dos órgãos De acordo com este conteúdo, possível governamentais, mas de também essencialmente, da participação reconhecer a necessidade trabalhar na Região umasocial. maior qualidade da educação ambiental, através da proposta de um complexo, formado por um edifício que abrigará diferentes áreas de educação ambiental, para melhor conscientização sobre a preservação dos recursos naturais; e, além disso, um parque que reproduzirá, com a ajuda de pesquisas

Parque Tecnológico de São José do Rio Preto


A

S

P

E

C O N C E I T U A I S

BIODIVERSIDADE NA PATAGÔNIA O QUE É BIOMA? De acordo com o IBGE, bioma pode ser denido como o conjunto de vida vegetal e animal presentes em um ambiente que possui condições naturais (clima, relevo, características geológicas) parecidas e que historicamente foi inuenciado pelo mesmo processo de formação. O bioma pode ser dividido em Bioma Aquático e Terrestre. O bioma aquático é representado pelos oceanos (segundo a ONU, 70% da superfície terrestre, sendo, portanto, o maior ecossistema do planeta) e os rios (principal manutenção da vida terrestre); Já o bioma terrestre, segundo Wagner de Cerqueira e Francisco em Geograa Física do Brasil, é dividido em categorias geoclimáticas, e são eles: Tundra, Floresta Boreal, Floresta Temperada, Floresta Tropical, Campos e Desertos.

Segundo levantamento do Instituto Nacional de Promoção Turística da República Argentina, a região da Patagônia, localizada na parte mais meridional da América do Sul, se estendendo por parte da Argentina e do Chile. Seus 1.043.000 quilômetros quadrados são compostos por um território rico em biodiversidade ainda pouco explorado.

C E

T

O

S

H I S T Ó R I C O S

O clima é extremamente frio, com média geral de 10ºC. Segundo os Institutos argentino e chileno, o lugar possui diversos biomas, como desertos secos e frios, vales, rios, montanhas, orestas de pinheiros, e gelo glacial, sobretudo, próximo da Cordilheira dos Andes. Na Patagônia a fauna é riquíssima e composta com pinguins, leões marinhos, biguás imperiais raposas, lobos e baleias, que chegam nos meses de julho a dezembro. Entre as espécies arbóreas destacam-se as coníferas e fagáceas: o pehuén ou araucária araucana, o gigantesco lahuán ou "alerce patagônico", o lipain ou "cipreste patagônico", o cohiue ou "guindo", o quetri ou arrayán, o rauli, o radal, o ñiré, o maitén e a lenga.

Segundo a Agência Europeia do Ambiente (AEA), a biodiversidade abrange a variedade de genes, espécies e ecossistemas que constituem a vida no planeta. É comum nos dias atuais, assistirmos a uma perda cada vez maior da biodiversidade causando as mais diversas consequências para o mundo e o bemestar da humanidade. O Ministério do Meio Ambiente (MMA), arma que as causas responsáveis por esse resultado são os impactos nos habitats naturais e no meio ambiente.

Figura 1 - Vista de uma região montanhosa da Patagônia

Figura 2 - Lhama, animal muito comum na Patagônia.


Figura 5: Animais do sudão

Figura 3 - Paisagem da vegetação europeia

BIODIVERSIDADE NA EUROPA Conforme a AEA(Agência Europeia do Ambiente) , a Europa não possui climas tropicais, apresentando principalmente climas subtropicais, microtérmicos (temperados e subpolares) e frios (polar e de montanha). Dessa maneira, no continente, há cinco regiões botânicas. A tundra, que aparece nas áreas mais ao Norte do continente (Escandinávia, Islândia, Rússia). A faixa situada ao sul dessa área é coberta pelo bosque boreal de coníferas (pinheiros, abetos e lariços). O bosque temperado se estende ao longo da costa atlântica (faias, carvalhos, tílias) e limita-se, a leste, com a estepe, cuja vegetação gramínea se prolonga da Hungria à Ucrânia. Ao sul do bosque temperado, prevalece a vegetação mediterrânea (pinheiros, azinheiras e sobreiros).

BIODIVERSIDADE NO SUDÃO Na zona mais setentrional vivem animais de peles nas, como a rena e a foca. Nos bosques temperados habitam o urso pardo, a raposa, o lince e a lontra e, na área mediterrânea, lebres, javalis, perdizes e faisões. A montanha apresenta uma fauna peculiar, com animais como o alce e o cabrito montês. Além dessas espécies você também pode encontrar uma variedade de animais na Europa, entre Anfíbios, aves, insetos, mamíferos, répteis e muito mais, espalhados por todo continente.

O Sudão é o maior país da África, com uma extensão de 2.505.815 quilômetros quadrados. Ao norte e oeste do país estendem-se grandes áreas de desertos onde é muito difícil de se encontrar vida, somente poucas plantas (FRANCISCO, 2008). Ao Leste está o semideserto de Núbia. Nestas regiões apenas chove, e quando isso acontece são frequentes as inundações. Para o sul, o deserto vai deixando lugar à savana e depois à selva. Nelas a ora é composta por gramíneas, árvores de espinhos e baobás. Também mais concentrada ao Sul, a fauna sudanesa consiste em leões, leopardos, guepardos, crocodilos, elefantes, antílopes, girafas, zebras, chimpanzés e rinocerontes. Conforme dados ONU (2010), no país, o petróleo equivale a 95% das exportações e tem sido uma fonte de grande tensão entre a região de Khartoum e a parte sul do Sudão, semiautônoma.

Figura 4: Urso Pardo

“A extração de petróleo e a exploração dos campos petrolíferos de Mala e Thar Jath trazem sérias ameaças os seres humanos, à pecuária e ao meio ambiente”, armou o ativista de direitos humanos Klaus Stieglitz. Stieglitz é vice-presidente da organização alemã de direitos humanos Sign of hope, segundo a qual a produção de petróleo no Sudão está contaminando a água, espalhando doenças e ameaçando umas das maiores regiões úmidas do mundo.

Figura 6: Savana


Segundo a ONU, o Brasil possuí uma rica biodiversidade de espécies da fauna e da ora, um verdadeiro patrimônio natural reconhecido pelos países desenvolvidos. Suas proporções continentais ocupam quase metade da América do Sul. São 8,5 milhões de km² que abarcam diferentes zonas climáticas e, que por este motivo, formaram-se regiões biogeográcas distintas, caracterizando os biomas brasileiros.

BIODIVERSIDADE BRASILEIRA


A Fauna brasileira possui mais de 100 mil espécies de invertebrados e quase 9 mil espécies de vertebrados. Veja a Tabela 1.

Já a Flora brasileira é contemplada com mais de 46 mil espécies. Segundo tabela 2. GRUPO

GRUPO

FAUNA

MAMÍFEROS AVES RÉPTEIS ANFÍBIOS PEIXES

INVERTEBRADOS

Nº DE ESPÉCIES 720 1.924 759 1.024 4.509 DE ÁGUA DOCE: 3.133 MARINHOS: 1.376 100.000 A 105.000 (ESTIMATIVA)

FLORA

Nº DE ESPÉCIES

ALGAS ANGIOSPERMAS BRIÓFITAS GIMNOSPERMAS SAMAMBAIAS E LICÓFITAS FUNGOS

4.749 32.886 1.534 30 1.299 5.722

Por este paradoxo, é fundamental que o Brasil aprimore as pesquisas para um melhor aproveitamento de sua biodiversidade, garantindo a conservação dos recursos naturais.

EXTINÇÕES

Figura 7: Araras vermelhas

Segundo o IBGE, a biodiversidade ocupa lugar importante na economia nacional, como o setor agroindustrial, que responde cerca de 40% do PIB brasileiro (estimados US$ 866 bilhões em 1997) e possui repercussão internacional. Contudo, a exuberante diversidade biológica vem sendo excessivamente afetada pelas ações do homem.

A perda da biodiversidade tem se tornado um dos problemas mais contundentes no planeta. A crescente lista de espécies extintas e em extinção (segundo a ONU, cerca de 10 mil vezes maior que o natural) demonstra que o planeta Terra não está suportando mais as atividades humanas.

CAUSA DAS EXTINÇÕES O Ministério do Meio Ambiente contextualiza que existem sete biomas no Brasil e podem ser subdivididos em: a Floresta Amazônica, maior oresta tropical úmida do mundo, onde se encontra a maior biodiversidade de espécies por região do planeta; o Pantanal, maior planície inundável; o Cerrado de savanas e bosques; a Caatinga de orestas semiáridas; os campos dos Pampas; a oresta tropical pluvial da Mata Atlântica; e a costa marinha de 3,5 milhões km², que inclui ecossistemas como recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e pântanos.

De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas) o processo de extinção está relacionado ao desaparecimento de espécies ou grupos de espécies em um determinado ambiente ou ecossistema. No entanto, o surgimento e a extinção de espécies, são eventos extremamente lentos, como a extinção dos dinossauros há milhões de anos. Atualmente, as principais causas do processo de extinção das espécies são desencadeadas da degradação e da fragmentação dos ambientes naturais.

CATEGORIA DE RISCO DE EXTINÇÃO

FAUNA

EXTINTA NA NATUREZA (EW) CRITICAMENTE EM PERIGO (CR) EM PERIGO (EN) VULNERÁVEL (VU)

TOTAL DE ESPÉCIES

1 318 406 448

1.173

Fonte: Portarias MMA nº 444 e 445, de 18 de dezembro de 2014.


MUDANÇAS DE PENSAMENTO DO HOMEM EM RELAÇÃO A NATUREZA

De acordo com SPAREMBERGUER E SILVA (2005), sobre a história da civilização, desde seu primórdio, a degradação do meio ambiente se confunde com a origem do homem. Na idade antiga, a natureza era relatada como uma criação divina e deveria ser respeitada, logo, o homem não a agredia indiscriminadamente e dela retirava só o necessário para o seu sustento. Ainda assim, o homem modicou o seu ambiente a m de adequá-lo às suas necessidades.

CATEGORIA DE RISCO DE EXTINÇÃO

SPAREMBERGUER E SILVA (2005), relatam que problema ecológico só foi enfrentado e regulamentado pelos legisladores no período do segundo pósguerra do século XX (1939-1945). Nessa fase, a conscientização da necessidade de proteção ao meio ambiente espalhou-se pelo mundo por meio das Organizações Não-Governamentais (ONGs).

FLORA

EXTINTA NA NATUREZA (EW) CRITICAMENTE EM PERIGO (CR) EM PERIGO (EN) VULNERÁVEL (VU)

0 467 1.147 499

TOTAL DE ESPÉCIES

2.113

Fonte: Portarias MMA nº 443, de 18 de dezembro de 2014.

O sistema econômico capitalista levou a sociedade a seguir um caminho que não prioriza a preservação e alternativas sustentáveis. Nos últimos anos, tem-se falado mais e mais sobre as mudanças climáticas e alternativas de sustentabilidade, contudo, é importante não se esquecer que o consumismo continua a todo vapor, gerando lucros às empresas e movimentando a economia que prioriza o instante a eternidade. (Redação do Pensamento Verde, 2013)

Deste modo, a humanidade começa a perceber que a proteção ao meio ambiente é um determinante de sua própria sobrevivência, pois, até então, as agressões contra ele eram as mais diversas possíveis. A denição de meio ambiente é necessária para a compreensão da grande crise ambiental do planeta, ocasionada pela ação de degradação promovida pelo homem sobre a natureza. Tal degradação deu origem a preocupações com o tipo de desenvolvimento das nações, surgindo assim a expressão desenvolvimento sustentável. Assim, OLIVEIRA (2004, p. 25) considera que:

Neste sentido, surgiram os princípios da vida sustentável: respeitar e cuidar da biosfera, melhorar a qualidade da vida humana, conservar a vitalidade e a diversidade do planeta Terra, minimizar o esgotamento dos recursos não- renováveis, permanecer nos limites da capacidade de suporte do planeta, modicar atitudes e práticas pessoais, permitir que as comunidades cuidem do seu próprio ambiente, gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e conservação e constituir uma aliança global. (OLIVEIRA, p. 25, 2004).


2.5.5. Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio de Janeiro, 1992. Realizada no Rio de Janeiro, em junho de 1992 e, por isso, também chamada de Rio-92, Eco-92, ou ainda, Cúpula da Terra, a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento, foi considerada um dos principais marcos da questão ambiental em termos de políticas internacionais ao longo da história (FRANCISCO, 2005).

Figura 7: homem na natureza

De acordo com CALVO (1994), a Conferência teve como objetivo estabelecer acordos, estratégias globais e internacionais, partindo do princípio de que se respeitem “os interesses de todos e se proteja a integridade do sistema ambiental e o desenvolvimento mundial. ” (CALVO & CORRALIZA. p. 64).

BREVE ANÁLISE SOBRE A EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MUNDO A Educação Ambiental é um pensamento que surgiu na segunda metade do século XX, mais precisamente no período de pós-Segunda Guerra Mundial, como uma “estratégia” colocada para desaar os problemas ambientais existentes e os sinais de uma iminente crise ambiental (RAMOS, 1996 p. 8). Segundo BAZZO (2006), os efeitos negativos do avanço do “progresso cientico” passaram a ter grande inuência em debates e manifestações populares. Movimentos contrários à sociedade consumista levantaram-se, principalmente, entre a classe média que começa a sentir a sua qualidade de vida ameaçada pelos problemas ambientais. Aliado a estes fatos, muitos conceitos, diretrizes, metodologias e outras questões sobre a Educação Ambiental, foram concebidos ou desenvolvidos em diversas conferências internacionais, regionais e nacionais sobre meio ambiente, muitas delas tendo a Unesco como promotora ou apoiadora (BARBIERI & SILVA, 2011). A partir de então, a questão ecológica e de desenvolvimento sustentável começou a fazer parte da agenda dos governantes dos países desenvolvidos.

Figura 8: Bússola


TUDO SE TRANSFORMA


ESTUDO DE CASO E ANÁLISES PROJETUAIS

Implantado em um patamar plano na Baía de Guanabara, o projeto do Museu teve sua fundação própria com 2500 estacas de 18 a 20m de profundidade.

ESTUDO DE CASO E ANÁLISES PROJETUAIS

Localizado na zona portuária do Rio de Janeiro, o Museu do Amanhã é um espaço de sensações, onde os visitantes têm capacidade de absorver rapidamente seu conteúdo através da tecnologia.

A cobertura é coberta por placas de aço patinável móveis, nos quais estão instaladas painéis fotovoltaicos para captação da energia solar que se movem de acordo com o ângulo solar.

Inaugurado em 17 de dezembro de 2015, o museu explora 6 grandes tendências: mudanças do clima, alteração da biodiversidade, crescimento da população e da longevidade, maior integração e diferenciação de culturas, avanço da tecnologia e expansão do conhecimento. (SOULVIAJERO, 2017).

A divisão interna do Museu do Amanhã chama a atenção para os grandes vãos livres da edicação, ao qual as exposições interagem entre si, propondo um caminho entre passado, presente e futuro.

Toda obra com exceção da cobertura metálica, foi feita de concreto armado. As lajes do subsolo e térreo seriam protendidas para vencer os maiores vãos, porém, para acelerar a entrega do edifício, a protensão foi deixada de lado e as lajes foram divididas em trechos armados.

Figura 9: Museu do Amanhã

A setorização do projeto facilita os uxos no seu interior. O subsolo por exemplo, é composto pelo setor de serviço sustentável, como reservatórios de água, tratamento de água, climatização do edifício e quadro geral de baterias, ou seja, o cérebro da obra.


O Térreo é composto pelo setor social e administrativo. O hall de entrada do museu atende a todas as necessidades dos usuários, como guarda-volumes, segurança, bilheteria e cafeteria. Conforme a circulação vai se prolongando, salas de interação, auditório e foyer temporário vão criando espaços sinuosos que promovem a interação com o conceito do projeto. E por nal, encontra-se o setor administrativo e o restaurante com vista para o mar.

A interação entre as exposições do Museu do Amanhã representa a vida e ajuda na percepção das ações humanas para com o meio ambiente. No corte abaixo, podemos observar a cronologia das exposições: O lado sustentável da obra chama a atenção dos visitantes. A refrigeração do local utiliza água do mar que é reutilizada, ltrada em um reservatório e aquecida nos espelhos d’água para ser enviada novamente ao mar. Além disso, a cobertura oferece calhas de captação de água das chuvas para a irrigação da vegetação presente e utilização nos vasos sanitários e lavatórios. Estas técnicas concederam a obra de Santiago Calatrava, títulos e prêmios de sustentabilidade.


Podemos vericar, pela imagem ao lado, a disposição dos edifícios. O Loud (Área de Visitantes) situado no nível mais alto, o edifício que abriga educação ambiental situado no nível médio, o palco um pouco mais abaixo e por m, as estufas, localizadas no nível mais baixo do terreno.

Figura 10: Projeto Eden (Disposição dos Edifícios)

ANÁLISES PROJETUAIS 7.1 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

THE EDEN GARDEN (INGLATERRA) Figura 13: Implantação Projeto Eden O Projeto Eden (assim falado no Brasil) é o maior complexo que abriga orestas tropicais controladas bioclimáticamente. Localizado em Cornwall, Inglaterra, o complexo de estufas atrai observadores de todo o mundo e já recebeu cerca de 11 milhões de visitantes, segundo Fernando (Blog Somos Verdes). Arquiteto: Nicholas Grimshaw.

O projeto Eden foi construído em uma antiga pedreira, o que possibilitou a criação da circulação e edifícios em seus diferentes níveis. Ao todo o complexo possui 4 edifícios: As estufas bioclimáticas, o palco principal, o edifício de educação ambiental e o loud (loja, bilheteria e hall).

ACESSO DE SERVIÇO

O Complexo possui dois acessos (tanto para veículos como pedestres) de serviço e um acesso para visitantes (pedestres) indicados. Os acessos foram designados de acordo com as vias que circulam o complexo. Como o Projeto Eden foi instalado em uma antiga pedreira, são poucas as vias de acesso que o envolve, mais precisamente duas vias do tipo vicinal.

Figura 11: Projeto Eden

ACESSO DE VISITANTES

Para o melhor aproveitamento do terreno, os passeios foram projetados de acordo com a topograa. Os 19m de desnível que a antiga pedreira possui, desenhou a circulação pelo parque, chamando a maior atenção dos observadores. São passeios levam a todos os pontos do parque, cruzando pelos principais equipamentos de necessidade e lazer.


Segundo Grimshaw, as grandes atrações do Projeto Éden são os dois biomas internos e o bioma ao ar livre, restauração e remanescente paisagístico do poço de argila. Os biomas internos são uma série de grandes abóbadas geodésicas que consistem em hexágonos de favos de mel revestidos por uma camada tripla de membrana plástica de polímero etileno tetrauoretileno (ETFE).

Figura 16 - Bioma Tropical, Projeto Eden

Figura 14: Croquis do Projeto Eden

Ainda de acordo com Grimshaw e o conceito do Projeto Eden, o bioma da oresta tropical, emergindo da extremidade sul do limite da pedreira, cobre quase 5 hectares e tem 240 metros de comprimento e 110 metros de largura. Eleva-se a 55 metros no ponto mais alto e tem uma cachoeira e um córrego extremamente realísticos que correm para o centro. Esse bioma é dividido em cinco regiões principais e está repleto de plantas úteis dos trópicos. Quatro delas são geográcas: África, América, Ásia e Ilhas Oceânicas e a quinta, Cornucopia, é uma demonstração das diversas colheitas tropicais importantes.

Segundo Grimshaw, entre cada camada há um espaço aéreo inado como um travesseiro gigante, proporcionando assim um efeito de vitricação triplo, uma grande economia nas contas de aquecimento. Usando esse material de baixo peso, ao invés de vidro, não foi necessário a utilização de qualquer coluna interna para suportar a estrutura. O ETFE também permite a entrada de luz U/V, assim como aproximadamente 80% da luz útil quando a membrana está limpa.

Figura 17 - Material Biomas Projeto Eden

O Projeto Eden tem como objetivo a interação etnobotânica, mostrando aos seus visitantes a importância de várias espécies da ora presentes no planeta. Além disso, para conquistar a atenção dos usuários, o complexo promove atividades de lazer. Restaurantes, simpósios, atividades interativas e até eventos grandes, como shows.

Figura 15: Croqui Projeto Eden, Bioma Tropical

Figura 18 - Show no palco do Projeto Eden


De acordo com o portal Archdaily, chegando dentro do Ecorium, os visitantes serão recebidos por um grande lobby que fornece um vislumbre das várias zonas climáticas e oferece rotas de acesso convenientes para várias instalações, incluindo exposições permanentes.

Figura 19 - Vista Projeto Ecorium

Figura 21 - Planta baixa Terreo Projeto Ecorium

ANÁLISES PROJETUAIS

ECORIUM (COREIA DO SUL) Localizado em Seocheon, Coreia do Sul, o Centro Nacional de Ecologia, ou mais conhecido como Projeto Ecorium, abriga o maior complexo de sistemas de controle ambiental do mundo.

Nacional de Ecologia da Coreia Do sul). Segundo o portal Engenharia Civil, o Projeto Ecorium possui cinco zonas distintas que simulam, na perfeição, as

O Projeto foi uma colaboração do Samoo Architects & Engineers com o Grimshaw Architecture para o Ecoplex (Instituto

condições climatéricas dos ecossistemas de oresta tropical, oresta de altitude, tropical seco, temperado frio e antártico.

Figura 20 - Vista 2 Projeto Ecorium

Figura 22 - Biozona Tropical Projeto Ecorium

Possuindo três acessos para visitantes e um único acesso de serviço, o Projeto Ecorium foi implantado à frente de uma rodovia que corta a cidade de Seocheon, de modo a facilitar o acesso ao complexo.

Segundo Grimshaw, a zona tropical será a primeira zona climática a ser apresentada aos visitantes. Projetado como a maior estufa, a zona oferece espaço suciente para que várias plantas e árvores cresçam no futuro. A estufa fornece um ambiente realista onde os visitantes podem realmente ver, ouvir, sentir e tocar como se estivessem dentro de uma oresta tropical.

ACESSO DE SERVIÇO

ACESSO DE VISITANTES

Figura 23 - Implantação humanizada Projeto Ecorium

7.1 REFERÊNCIAS PROJETUAIS


Ainda de acordo com Grimshaw, o Ecorium é estrategicamente projetado para se tornar uma instalação líder em termos de sustentabilidade. O alinhamento e a orientação das várias estufas foram simulados para criar um ambiente ideal, d Com o objetivo de se tornar centro de educação ambiental e pesquisa ecológica, o Ecorium desempenha um papel de suma importância no mundo. Fazendo com que seus visitantes tenham contato com os principais biomas do planeta e zelar pelo patrimônio natural que ainda nos resta.

Figura 7: Araras vermelhas

Figura 24 - Lobby Projeto Ecorium (Entrada de iluminação natural

Figura 25 - Vista 3 Projeto Ecorium


O LUGAR

A cidade é considerada polo tecnológico do noroeste paulista, por sua referência em medicina e medicina veterinária, industrias e universidades que recebem alunos de toda a região. São José do Rio Preto está formando o primeiro parque tecnológico da região. Situado no sudoeste da cidade, o parque tecnológico é composto pela Estação Experimental e Estação Ecológica. Esta área tem projetos para receber polos de universidades como UNESP (Universidade Estadual de São Paulos) e UFScar (Universidade Federal de São Carlos) para oferecer cursos nas áreas biológicas que possam atender a região na questão ambiental.

Figura 26: São José do Rio Preto

Em São José do Rio Preto, questões acerca da Educação Ambiental são elaboradas e desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Educação em conjunto da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo e alguns parceiros, formando assim, o Grupo de Trabalho de Educação Ambiental contendo professores das escolas e especialistas da CEA/SMA

(Coordenadoria de Educação Ambiental / Secretaria do Meio Ambiente). O município possui vários parques e o maior deles é o estudo deste trabalho. O Parque da Represa, localizado na região centro-leste é destinado à proteção de APPS (Áreas de Preservação Permanente) e das nascentes ao longo do Rio Preto e do Córrego Piedade. O apoio e cuidado com os animais é de suma importância, tanto que foram criadas leis onde os maus tratos recebem punições rígidas. A “Represa” como os moradores denominam é paisagisticamente, o cartão de visitas da cidade de São José do Rio Preto. Ao longo de seu trecho, pode-se observar comércio para lazer dos usuários, playgrounds, ciclo faixas e pistas para caminhar. Além disso, possui equipamentos culturais importantes, como o Teatro Municipal e a Biblioteca Municipal.

São José do Rio Preto está localizado a noroeste do estado de São Paulo, a 451 km da capital. O município possui uma área total de 431.30 km², com 119.48 km² de área urbana, sendo um dos principais polos industriais, culturais e de prestação de serviços do interior do estado (SMPECT, 2013). Atualmente a cidade possui cerca de 442.598 mil habitantes (IBGE, 2015).

Figura 27: São José do Rio Preto (Aéreo)


VENTOS PREDOMINANTES ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

Figura 28: Foto aérea da área de intervenção

A Área de intervenção escolhida foi analisada de acordo com os acessos, uxo e relevância ambiental. Situado na Avenida Duque de Caxias, bairro Vila Ercilia, centro-leste da cidade a área pertence a zona 10, segundo a legislação de zoneamento.

Os ventos predominantes na cidade de São José do Rio Preto estão no sentido sudeste para norte. O projeto visa o aproveitamento destes ventos predominantes na união dos blocos por áreas abertas, assim promovendo melhor conforto térmico e diminuindo a probabilidade de ilhas de calor.

Figura 30: Orientação dos ventos predominantes

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

ORIENTAÇÃO SOLAR

Figura 31: Lei de Zoneamento da área de intervenção De acordo com o software Google Earth, podemos analisar que o Norte está voltado à represa, ou seja, as fachadas voltadas ao Norte recebem incidência solar (9h às 15h), porém, a possibilidade de controle é maior, por exemplo, com o uso de beirais. As fachadas voltadas ao Leste recebem luz natural na parte da manhã. As fachadas voltadas ao sul recebem incidência solar maior em determinado período do ano e no inverno cam menos aquecidas. Já as fachadas voltadas ao Oeste, recebem maior incidência de raios UV na parte da tarde e necessitam de soluções e tecnologias de conforto térmico e lumínico para a proteção dos ambientes.

A Área de intervenção escolhida foi analisada de acordo com os acessos, uxo e relevância ambiental. Situado na Avenida Duque de Caxias, bairro Vila Ercilia, centro-leste da cidade a área pertence a zona 10, segundo a legislação de zoneamento.

Figura 29: Ângulo solar Segundo a Lei Nº 5135 de Dezembro de 1992, Lei de zoneamento, uso e ocupação do solo, consta que a área de intervenção está situada na zona 10 – zonas especiais. A Lei dene que: as zonas 10 são zonas compostas por vazios urbanos, trechos de vias públicas, áreas ou terrenos que, na implementação do Plano Diretor, mereçam tratamento e regulamentação especial para melhor cumprirem sua função social, a critério de SEMPLAN (Secretaria Municipal de Planejamento) e C.P.D.D. (Conselho do Plano Diretor de Desenvolvimento).

Figura 32: Curvas de nível, sem escala


MORFOLOGIA SISTEMA VIÁRIO

O lote da área de intervenção possui 4m de desnível. As curvas que passam pelo lote são +481, +482, +483 e +484. Pelo comprimento do lote e distância entre as curvas, a inclinação é aproximadamente i=1,4%, dispensando a necessidade de movimentação brusca de terra e facilitando a implantação da edicação.

CONFORTO AMBIENTAL CONFORTO TÉRMICO As soluções adotadas para o conforto térmico no edifício foram:

A área em estudo é cercada por vias de muita importância na mobilidade da cidade, as arteriais Av. Alberto Andaló e Av. Murchid Homsi e a coletora Av Duque de Caxias, que percorre o parque da Represa. O uxo de automóveis e pedestres nestas vias é alto, possibilitando a interação da proposta com os usuários.

· A colocação das colunas de sustentação inclinadas que atuam como brises verticais; · Chapas de aço revestidos de cimentício atuam como brises horizontais em todas as fachadas; · Os Materiais de vedação adotados (EPS, ETFE e vidro insulado) que são ótimos isolantes térmicos; De todo o complexo, apenas a estufa que abrigará as espécies da Amazônia permitirá aberturas para entrada de ventilação natural, pois como se trata de um parque climatizado, a ventilação natural é desvantagem.

USO E OCUPAÇÃO

É predominante o uso residencial e institucional por equipamentos culturais. O setor comercial é voltado à represa, para atender as necessidades e lazer dos usuários

CONFORTO ACÚSTICO As soluções adotadas para o isolamento térmico são devidamente empregadas pelos materiais de vedação do edifício (EPS, ETFE e vidro insulado).

CONFORTO ACÚSTICO As soluções adotadas para a entrada de luz natural no edifício são:

GABARITO DE ALTURAS

· Os materiais de vedação transparentes adotados (vidro insulado e ETFE); O que predominam são as edicações térreas, maior parte, residências. Grande parte do comércio é constituído por edicações de 2 pavimentos. Construções com mais pavimentos são dos setores de serviço.

· Aberturas zenitais no Foyer de exposição e Hall de entrada; · Coberturas transparentes com membranas de ETFE nas estufas; A iluminação articial será utilizada com as soluções padrão de projetos luminotécnicos, com incidência direta e indireta e focais quando necessário.


PANGEIA: UM ÚNICO MEIO, PERSPECTIVAS DIFERENTES. A interação que inuência a relação homem-meio ambiente se deve a lei natural da vida na terra desde os primórdios da história, onde os diferentes biomas se encontravam em um único continente, a Pangeia (supercontinente existente antes da separação das placas tectônicas). Na pré-história, homem e animal circulavam sob as grandes e diversicadas vegetações. O convívio do serhumano com a natureza expressava uma relação pura

de igualdade que, conforme a formação e evolução da civilização, foi perdendo sua essência e homem e natureza, se distanciaram. Deste modo, o conceito deste projeto abrange a conexão entre homem-meio ambiente nos primórdios da história, com a intuição de demonstrar o convívio natural de ambos e proporcionar o sentido de igualdade por meio de um parque bioclimático que reunirá os principais biomas presentes na Terra, reproduzindo um único meio.

CONCEITO E PARTIDO EVOLUÇÃO NATURAL: A UNIÃO DAS PERSPECTIVAS Foi adotado para o projeto os fundamentos da Arquitetura Biomimética, estudo que analisa a natureza em sua função e forma. Os seres vivos são constituídos por células que se multiplicam e se dividem para formar uma cadeia interligada que dá funcionamento ao organismo. Dentro desta cadeia, as células têm função de “criar”, ora tecidos e músculos, ora sistemas de coordenação do corpo, como sistemas nervoso e digestivo. Desta maneira, o projeto parte da fundamentação citológica. Cada bloco representa uma célula, ou um

grupo delas e a correlação entre eles representa a divisão celular, formando um organismo completo. O projeto é composto por blocos de formas similares. Cada bloco possui sua função, sendo eles: Hall de entrada, Foyer e Auditório, setor administrativo e restaurante, setor de serviço e completando, as biozonas (Amazônia, Europa, Patagônia e Sudão). Os blocos se conectam como uma rede, onde a interação entre eles é constituída pelo circuito de circulação dos usuários.


TECNOLOGIAS CONSTRUTIVAS DESENVOLVIMENTO ESTRUTURAL A forma inclinada dos pilares que compõem as fachadas do projeto determinou a solução por estrutura metálica de pórticos rígidos (colunas e vigas). O grupo de pilares que circulam os blocos possui alguns com função estrutural, obedecendo o eixo de modulação radial adotado, e outros apenas com função estética.

Além da estrutura convencional metálica de pórticos rígidos, o complexo que compõe o projeto, possui outra tipologia estrutural. Nas estufas que reproduzem os biomas, foi adotado o sistema de treliças espaciais, constituído de tubos de aço galvanizado que se ligam através de conectores e possuem liberdade nas formas, como as estufas do Projeto Eden, na Inglaterra.

A estrutura de pórticos rígidos determina a ligação entre colunas e vigas através de ligações rígidas com vigas de travamento invertidas (onde os efeitos de exão das vigas são absorvidos pelos pilares) para a necessidade de manter vãos livres entre as colunas da edicação. Para vencer os grandes vãos livres da edicação, foi adotado o sistema de lajes Wall (placas compostas de miolo de madeira laminada ou sarrafeada, contraplacado em ambas as faces por lâminas de madeira, e externamente por placas cimentícias; sustenta cargas de até 500kg/m²). A solução foi necessária para não comprometer o layout e permitir melhor conforto acústico e térmico. Esta tecnologia é sustentada por apoios que formam requadros sequenciais, constituídos de pers C ou I que trabalham no travamento das placas.

VEDAÇÃO E FECHAMENTOS Foi adotado como forma de vedação, três tipos de materiais: O EPS, o vidro insulado e o ETFE. Os painéis de EPS (poliestireno expandido) são constituídos pelo núcleo de EPS, envolvidos por


laminas de aço e argamassa. Esta tecnologia foi considerada pela ONU, uma solução altamente sustentável, pois não utiliza água ou outros líquidos em sua fabricação e montagem, não há esforços físicos da mão-de-obra, tem uma economia de 70% na obra em relação a alvenaria convencional e além disso, possui propriedades de isolamento térmico e acústico. As placas de EPS são leves, o que propicia facilidade na montagem. Em obras pequenas é utilizado até como solução estrutural e em obras grandes, sua função é a vedação e fechamentos. No projeto, os painéis de EPS serão usados nos setores de serviço, nas salas de estudo e sanitários. O auditório será composto por placas de EPS, no entanto, com um sistema que inclui núcleo de lã de rocha para maior isolamento acústico.

Por último e com grande relevância, temos as placas de ETFE (Etileno Tetrauoretileno), polímeros que formam uma membrana ou lme. São painéis inados com ar seco 99% mais leves que o vidro e 50% mais econômico.

O vidro insulado ou vidro duplo é essencial para aproveitar a iluminação natural, evitar a radiação solar e ruídos. É chamado de vidro duplo, pois é composto por um sistema de envidraçamento duplo com uma camada interna de ar desidratado. Na camada interna há um hidrossecante, que garante a ausência de vapor d’água, impedindo seu embaçamento. Este sistema faz com que o vidro duplo seja ótimo isolante térmico e acústico. No complexo da edicação, o vidro insulado será utilizado no Hall de entrada, Foyer de exposição, restaurante e setor administrativo.

As membranas de ETFE são permeáveis aos raios UV-A e bloqueiam os raios UVC. Além de suportarem 400 vezes o seu peso, as placas são 100% recicláveis,

isolante térmico e acústico e possui liberdade na plasticidade. O projeto das estufas será composto pela vedação de painéis de ETFE sob a estrutura espacial.


C O N S T R U I R , P R E S E RVA R E E VO LU I R


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