Nossos Filhos Sao Espiritos

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menor segurança e determinação. Não é, portanto, o meio que forma ou contribui, de modo decisivo, inquestionável e inevitável, para que a pessoa seja desta ou daquela maneira, embora possa contribuir com alguma pincelada, tonalidade ou matiz. Vamos repetir, para refrescar nosso entendimento: a criança éum espírito que ainda há pouco estava no mundo invisível, entre a vida que se foi, alhures, no tempo e no espaço, e a que mal recomeça, na carne. Entre uma existência e outra, passamos todos por um período de reavaliação pessoal, de revisão do que fizemos anteriormente, de reestruturação de conceitos e, finalmente, de reprogramação da vida. Em suma, o que fizemos até então, onde erramos ou acertamos, o que precisamos fazer para desenvolver esta ou aquela linha evolutiva? Como corrigir erros cometidos? Que fazer para recuperar afeições perdidas devido à nossa insensatez? Como nos recompor com pessoas que transformamos em adversários ou mesmo inimigos difíceis? Que tarefas temos a desenvolver na próxima existência ou nas subseqüentes? Que traços de caráter devemos batalhar para retificar e que virtudes ou faculdades estimular? Onde, quando e junto de quem vamos renascer da próxima vez? Com que programa de trabalho ou projeto pessoal? Considerados esses e inúmeros outros aspectos de maior complexidade e traçada uma escala de prioridades, acabamos por elaborar, com a assistência de devotados e competentes conselheiros, um programa de ação que envolve considerável número de variáveis. Em tudo isso, porém, fica reservado espaço para o exercício do nosso livre-arbítrio, respeitado pelas leis cósmicas que nos regem até limites bastante elásticos, mas não arbitrários ou indefinidos. Em casos extremos, a lei interfere com um dispositivo inibidor que resulta, praticamente, no cerceamento da liberdade de continuar cometendo desatinos. Exemplo: depois de repetidos fracassos, vida após vida, com idêntico ou muito semelhante tipo de erro, pode ocorrer uma encarnação compulsória em corpo deformado, ou dotado de vida meramente vegetativa, a fim de que a pessoa fique, paradoxalmente, protegida de si mesma, ao abrigo de suas próprias paixões e insensatez. É como se a lei determinasse uma prisão dita perpétua, porque dura enquanto durar a própria vida, e pode até transbordar para a seguinte e além... Como a criança é um espírito que traz uma programação, um planejamento, um projeto a executar, é até possível que venha para um ambiente hostil às suas aspirações, precisamente porque, no passado, quando dispôs de facilidades e recursos adequados e suficientes, deixou de realizar sua tarefa, por negligência, irresponsabilidade ou desinteresse. No entanto, para que possamos avaliar a dificuldade da posição de pais ou tutores da criança, a fim de compreendermos tudo isso, convém mostrar outros aspectos dessa complexa problemática. Suponhamos que a criança venha para a nova existência com uma carga mais pesada de deformações pessoais e erros a retificar. Não é difícil imaginar que, em um caso desses, trata-se de um espirito ainda um tanto rebelde, desajustado e desarmonizado, sobre o qual serão ponderáveis as influências do ambiente em que viver. Se encontra pessoas que o ajudem a combater suas inclinações negativas, poderá conseguir muito maior êxito do que se conviver com pessoas que o abandonem a si mesmo, quando não contribuam para que mais se consolidem as deformações emocionais que está programado para atenuar, senão corrigir de todo.


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