StatURT[1]

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Lobato, Isabel; Videira, Ana; Chinita, Pedro Unidade de Radioterapia Hospital do Espírito Santo, Évora, E.P.E.

Casuística de um Serviço de Radioterapia

Um dos mais importantes pilares no crescente diálogo multi-disciplinar da moderna terapêutica oncológica é o crescente conhecimento, entre as partes, das possibilidades e limitações de cada uma das diferentes modalidades e do seu posicionamento na estratégia terapêutica. Com o presente trabalho, procuramos caracterizar, desde o início do funcionamento da Unidade de Radioterapia, o tipo de patologias e de doentes para os quais nos foi solicitado tratamento com radioterapia, com o duplo propósito de mantermos um levantamento actualizado dos mesmos mas também identificar o melhor timing para a sua realização no conjunto da sequência terapêutica. Estadio IV Não Estadio IV 11/21 doetes 52/167 doentes

Mama M1 ósseas M1 SNC

2009

2010

2009

2010

18% 10 1

11% 18 3

82%

89%

RT pós-CC

31

111

RT pós-MRM

9

49

RT radical RT pré-op Recidiva gg/ cutânea Progressão sob QT/Hemostase

Ginecologia (útero e vulva) M1 SNC M1 óssea RT Radical paliativa QTRT radical: RTE+Braqui RT pós-op: RTE+Braqui Braqui pós-op. exclusiva QT => RTE RT pós-op. Vulva

Próstata M1 ósseas M1 SNC M1 ganglionares M1 compr. medular

1/2 doentes

5/46 doentes

6 + 48 = 54 doentes

2009

2010

2009

2010

17% 1

4% 1 1

83%

96% Ovário

1 4 31 3 2 5

1 4

Estadio IV 11/19 doentes

Recid. ovário e útero 1 em recidiva pós-op.

Não Estadio IV 15/88 doentes

2009

2010

2009

2010

42% 7 1 1 2

18% 15 1 0 3

57%

82%

8 0 7

Estadio IV 3/7 doentes

62 5 21

Não Estadio IV 3/6 doentes

2010

2009

2010

50%

54%

50%

46%

3

4 3 1

RT pós-op.

Total 2009 + 2010 26 + 107 = 133 doentes

3

5

Total 2009 + 2010 6 + 13 = 19 doentes

Não Estadio IV

Total 2009 +2010

4 /3 doentes

23/73 doentes

27 + 76 = 103 doentes

2009

2010

2009

2010

15% 1 1 1 1

4% 2 0 0 0 1

85%

96%

3 0

Finalmente constatou-se um 3º grupo patológico, especialmente ORL, mas também algumas patologias intestinais (com exclusão dos tumores rectais) e pele, onde a terapêutica exclusiva não tem sido praticamente empregue – em que não se verificou uma evolução da situação inicial. Tal facto deve-se, no caso da ORL à inexistência de experiência cirúrgica por parte daquela especialidade o que estará em vias de se modificar com a recente contratação pelo HESE de profissionais com competência nessa área.

2 Rim, 1 Bexiga 4 Rim 1 Rim, 2 Bexiga 1 Bexiga Testículo: 3 RT pós-op Pénis : 3 RT pós-op. Bexiga: 1 RT pós-recidiva Testículo: 1 RT pós-op.

Estadio IV

16 1 3

Contudo, existe um 2º grupo patológico, Pulmão, no qual verificámos um uso insuficiente das terapêuticas combinadas pois, só aumentaram significativamente, os doentes enviados num contexto de metastização cerebral em detrimento de tratamentos locais.

adjuvante – 3 => 7 rec. bioquímica – 4 => 14

2009

M1 gg RT Radical

M1 ósseas M1 SNC M1 compr. medular M1 –só hemostase M1 ganglionares QTRT pré-op. QTRT pós-op. RT pré-op. RT pós-op. RT Radical QTRT Radical

2

Total 2009+ 2010

RT pós-PR

Recto

8

Não Estadio IV

RT pós-escape hormonal

M1 ósseas

5 0

Material e Métodos: Os doentes foram divididos por ano, patologias e 2 grupos de Estadio (Estadio IV e Não Estadio IV) tendose procedido a uma comparação no decurso de 2009 e 2010 da sua evolução, em termos absolutos e percentuais. A análise destes elementos permitenos constatar que, no decurso do ano de 2010, se verificou não apenas um aumento da sua casuística, como seria de esperar, mas uma evolução positiva no sentido de cada vez mais nos serem referenciados doentes em Estadios de doença localizada (Não Estadio IV) com especial incidência nas seguintes patologias: Mama, Próstata, Recto, Ginecologia e Hematologia. Também se constatou um aumento de abordagens multimodais já que ocorreu um aumento percentual dos doentes enviados para terapêuticas combinadas, pós ou pré-operatórias, com intuitos curativos.

CC => RT + HT – 22 => 56 CC => QT => RT – 5 => 52 QT neo => CC – 4 => 3 MRM => RT + HT - 2 => 3 MRM => QT => RT – 4 => 26 QT neo => MRM – 3 => 20

Estadio IV

RT Radical

Uro-genitais

3 1

Total 2009 + 2010 63+188= 251 doentes

57 8 1 1 3 3

1 Recidiva pós-op RAR

Esófago

Não Estadio IV 2 doentes 2009

QTRT Radical

Pâncreas

Cólon M1 ósseas M1 SNC RT pós-op. QTRT pré-op. QTRT Radical

Não Estadio IV 1/5 doentes

2009

2010

2009

2010

50%

29%

50%

71%

1

Total 2009 + 2010 2 + 7 = 9 doentes

Ampola de Vater QTRT pó-op.

2 1 1 2

pT3 pN1 R1 pT4 pN0 Em recidiva pós-op. Em recidiva pós-op.

Total 2009 + 2010

1/37 doentes 4/17 doentes

5 + 54 = 59 doentes

2009 20%

2010 69%

1

10 23 4

M1 ósseas M1 SNC M1 partes moles QTRT/ RT SVC Sup RT adj. pós-QT QTRT Radical QTRT pós-op.

2009 80%

2010 31%

2+2 3 Mesotelioma 8

1 3

1

PCI - IPC

1

ORL

Estadio IV

Não Estadio IV

Canal anal

0 /1 doentes 1 / 8 doentes 2009 2010 2009 2010 11% 89%

QTRT Radical

1 + 9 = 10 doentes

M1 ósseas M1 SNC RT pós-op.

1

RT+Cetuximab

pT4a pN0 M0 Laringe

6

1

1

QTRT

Nasofaringe

1 Não Estadio IV

SNC - tumores 1os

Total 2009 + 2010

4 / 14 doentes 4 + 14 = 18 doentes 2009 2010 2 8 Temozolamida

QTRT radical QTRT pós-op.

1

RT pós-op

1

1

Temozolamida

RT Radical

2

Meningiomas

RT paliativa

3

Pele

Estadio IV Não Estadio IV Total 2009 + 2010 1/2 doentes 1/22 doentes 2 + 22 = 24 doentes 2009 50%

2010 8%

1

1 1

M1 SNC (RT pós-op) M1 ósseas RT pós recidiva op. RT pós-op. (adjuvante) RT + Cetuximab RT Radical

Hematologia LNH Progressão sob QT Persistência pós-QT Adjuvante de QT Radical LH Persistência pós-QT Adjuvante de QT Outros

2009 50%

2010 92%

ambos Melanomas Melanoma 1

13 2 1 6

Não Estadio IV 3 / 23 doentes 2009

Total 2009 + 2010 3 + 23 = 26 doentes

2010

1 4 2 7 2010 2 2 2010

2 1 2009

2009

Radical

Persistência pós-QT – 2 LNH SNC - 2

Mieloma – 3 Mielofibrose -1

5

Plasmocitoma - 1 Total

Diversos

3

23

Estadio IV Não Estadio IV 2 doentes 2009

M1 gg M1 ósseas RT pós-op. RT pré-op. RT Radical

Desconhecidos Total 2009 + 2010 1 doente

2010

1 Não Estadio IV 3 doentes 2009

Total 2009 + 2010 3 doentes

Total 2009+ 2010

2010

3/2 doentes 2009

Total 2009 + 2010 5+4= 9 doentes

2010 50%

1 1 2 1

1 1

1 Tiróide 1 Sarcoma 1 Timoma, 1Sarcoma 1 Sarcoma 1 Sarcoma, 1 Sarcoma

2010

2 1 Não Estadio IV 1 doente 2009

1 1

QTRT pós-op. QTRT Radical

Total 2009 + 2010 2 doentes

2010

2 Não Estadio IV 3 doentes 2009

Estadio IV 1/2 doentes

Não Estadio IV

50%

2 QTRT e 1 RT Exclusiva 2 QTRT e 1 RT Exclusiva

Pulmão

Estadio IV

2010

3

pT3 pN0 (margens escassas)

Total 2009 + 2010 3 doentes

M1 ósseas M1 SNC M1 – Compres. medular RT Radical (paliativa anti-álgica)

Estadio IV Não Estadio IV 4/5 doentes 1/0 doentes 2009 80%

2010

2

2

2009 20%

Total 2009 + 2010 5 + 5 = 10 doentes

2010

3 2 1

Dificuldade Dx; recusa da doente de outras terapêuticas

Resultados e conclusões: Entendemos que a importância deste tipo de trabalho é a de que ele nos permite, com algum rigor, monitorizar os progressos ou retrocessos de um autêntico programa de formação contínua, possibilitando que sejam realizadas acções específicas de formação e actualização junto de determinados grupos profissionais. Desta análise podemos já concluir que, quer em número absoluto quer sobretudo percentualmente, se registaram evoluções significativas na maior parte das patologias em avaliação (a Próstata é um bom exemplo de como o mais fácil acesso alterou muito a abordagem terapêutica), seja no número de doentes tratados com intenção curativa seja num crescente diálogo multidisciplinar. Não sendo todas as evoluções positivas (ex: patologia pulmonar) iremos, no futuro, trabalhar de forma mais dirigida a sua abordagem terapêutica procurando incentivar o autêntico diálogo multidisciplinar desde o início da mesma. A continuação deste estudo, no futuro, irá permitir-nos medir o seu sucesso ou insucesso. Referências bibliográficas: Todas as imagens e quadros são propriedade do Serviço de Radioterapia do Hospital do Espírito Santo Évora, E.P.E.


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