ESPAÇOS PÚBLICOS PARA BRINCAR: ENSAIO PROJETUAL NA REGIONAL GRANDE ARIBIRI, VILA VELHA - ES

UNIVERSIDADE VILA VELHA

ESPAÇOS PÚBLICOS PARA BRINCAR:

ENSAIO PROJETUAL NA REGIONAL GRANDE ARIBIRI, VILA VELHA - ES

LAYRA MARQUES PAIXÃO

VILA VELHA - ES 2019

UNIVERSIDADE VILA VELHA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

LAYRA MARQUES PAIXÃO

ESPAÇOS PÚBLICOS PARA BRINCAR: ENSAIO PROJETUAL NA REGIONAL GRANDE ARIBIRI, VILA VELHA - ES

VILA VELHA - ES 2019

LAYRA MARQUES PAIXÃO

ESPAÇOS PÚBLICOS PARA BRINCAR: ENSAIO PROJETUAL NA REGIONAL GRANDE ARIBIRI, VILA VELHA - ES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo apresentado à UVV, como requisito parcial para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista.

Orientador: Prof.ª. Drª. Larissa Leticia Andara Ramos

VILA VELHA- ES 2019

A Deus, o que seria de mim sem a FÉ que eu tenho nele. Aos amores da minha vida: Meus Pais, Lindaura e Marcos e aos meus avós.

AGRADECIMENTOS

À Deus, que me fez forte e corajosa e está comigo por onde quer que eu for, à quem eu devo a vida e em quem eu deposito meus sonhos e esperança.

Ao meu pai, Marcos Paixão, e à minha mãe, Lindaura Marques, que sempre me incentivaram, acreditando nos meus sonhos.

Vocês são exemplos de vida. Agradeço por todo o esforço e ensinamentos que me fizeram quem eu sou hoje. À minha orientadora Prof.ª Dr.ª Larissa Letícia Andara Ramos, por seus ensinamentos, paciência e confiança ao longo das orientações. À minha co-orientadora, Arquiteta e Urbanista Suzany Rangel, pela disponibilidade em acrescentar no meu trabalho com seu conhecimento.

Aos meus amigos de graduação, Diego Possebão, Mariana Menini, Milena Bastos, Tayná Mozine e Vinicius Soares, que entenderam minhas crises, sempre torcendo e estando comigo, ajudando e apoiando em cada dia dessa caminhada.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigada.

“É no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fruem sua liberdade de criação. ” D.W. Winnicott

RESUMO Os Espaços Livres de Usos Público para brincar possuem função essencial no desenvolvimento das infâncias contemporâneas, na medida em que influenciam no crescimento sócio cultural e colaboram para a construção de cidades inclusivas e acolhedoras, possibilitando, assim, o ciclo completo da convivência urbana. O brincar é considerado a primeira etapa do aprendizado da criança, contribuindo diretamente na criatividade, na racionalização, no domínio de linguagem, no desenvolvimento motor e cognitivo e na consciência de cidadania.

Esse trabalho é um desdobramento de uma pesquisa de iniciação científica que analisou os espaços livres para brincar na Regional Grande Aribiri, em Vila Velha.

Onde foram desenvolvimento analises críticas dos espaços livres de uso público da regional, através de mapeamentos, observações e estudo de referencial teórico buscando refletir e compreender sobre a qualidade dos espaços para o brincar na cidade, a partir dos resultados foram selecionadas três áreas para propostas projetuais de um espaço livre de uso público destinado ao brincar.

Sendo assim, para o ensaio projetual proposto nesse trabalho de conclusão de curso buscou-se identificar espaços com características diversas e, portanto, foram selecionadas as seguintes áreas de intervenção: Praça próxima a uma escola; Praça avaliada como “insuficiente” e com a pior nota na avaliação geral dos espaços para brincar na Regional Grande Aribiri. Área potencial para apresentação de uma nova proposta projetual.

Palavras-chaves: Espaços Livres de Uso Público; Espaços para o Brincar; Cidade Contemporânea; Crianças; Regional Grande Aribiri.

ABSTRAT Public Play Free Spaces play an essential role in the development of contemporary childhoods, as they influence social and cultural growth and contribute to the construction of inclusive and welcoming cities, thus enabling the complete cycle of urban living. Playing is considered the first stage of the child's learning, directly contributing to creativity, rationalization, language mastery, motor and cognitive development and citizenship awareness. This work is an offshoot of a scientific initiation research that analyzed the free spaces to play in the Grande Aribiri Regional, in Vila Velha. Where critical analysis of the public free spaces of the regional development was carried out, through mappings, observations and theoretical reference study seeking to reflect and understand about the quality of the spaces for playing in the city, from the results three areas were selected for project proposals. of a free space for public use intended for play. Thus, for the project essay proposed in this course work, we sought to identify spaces with different characteristics and, therefore, the following intervention areas were selected: Square near a school; Square rated as “insufficient� and with the worst score in the overall assessment of play spaces in the Grande Aribiri Regional. Potential area for presentation of a new project proposal.

Keywords: Public Spaces Free; Spaces to Play; Contemporary City; Children; Regional Grande Aribiri.

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Playground acessível....................................................................................24 Figura 2 - Playground acessível....................................................................................24 Figura Figura Figura Figura

3 4 5 6

-

Piso emborrachado........................................................................................25 Piso emborrachado........................................................................................25 Localização do Playground Grande Set......................................................29 Implantação do Playground Grande Set.....................................................29

Figura 7 - Setorização do Playground Grande Set......................................................30 Figura Figura Figura Figura Figura

8 - Setor 01 "Praça".............................................................................................31 9 - Setor 01 "Praça".............................................................................................31 10 – Setor 02 "Área elevada"............................................................................31 11 – Setor 02 "Área elevada"............................................................................31 12 – Setor 03 - "Área central"...........................................................................32

Figura Figura Figura Figura Figura Figura

13 14 15 16 17 18

– Setor 03 "Área central"..............................................................................32 – Setor 03 - "Área central"...........................................................................33 – Setor 03 - "Área central"...........................................................................34 – Setor 03 - "Área central"...........................................................................34 - Localização do Atlântica Parque...............................................................34 - Implantação do Atlântica Parque.............................................................35

Figura Figura Figura Figura Figura Figura

19 20 21 22 23 24

- Pista de skate...............................................................................................36 – Mirante.........................................................................................................36 - Playground para crianças maiores............................................................36 – Pergolado....................................................................................................37 – Pergolado....................................................................................................37 - Pista de bicicross........................................................................................37

Figura 25 – Petpark.........................................................................................................37 Figura 26 - Playground para crianças menores...........................................................38 Figura 27 - Mapa de Localização das Regiões Administrativas de Vila Velha ES........................................................................................................................................39 Figura 28 - Mapa dos Bairros da Região III.................................................................40 Figura 29 - Imagem área da Grande Aribiri.................................................................41 Figura 30 - Antiga estação dos bondes de Aribiri......................................................41 Figura 31 - Terminal portuário de Capuaba................................................................41 Figura 32 - Vista do Parque da Manteigueira..............................................................41 Figura 33 - Mapa dos Espaços Livres de Uso Público da Região III (Praças).........42 Figura 34 – Mapa dos Espaços Livres de Uso Público que possuem Espaço de Brincar...............................................................................................................................43

LISTA DE FIGURAS Figura 35 - Mapa da Localização das Unidades de Ensino Público da Região III..44 Figura 36 - Praça José Vereza (P15.3)...........................................................................45 Figura 37 - Praça de Argolas (P1.1)..............................................................................45 Figura 38 - Praça de Paul - espaço para brincar.........................................................47 Figura Figura Figura Figura Figura

39 40 41 42 43

-

Praça Praça Praça Praça Praça

de Paul...............................................................................................47 de Aribiri............................................................................................48 de Santa Rita.....................................................................................48 Conjunto Barcelos............................................................................49 Conjunto Barcelos............................................................................49

Figura Figura Figura Figura Figura

44 45 46 47 48

-

Praça Ilha da Conceição.............................................................................49 Praça Conjunto Barcelos............................................................................49 Gráficos radar das categorias avaliadas..................................................51 Mapa com as avaliações finais das praças..............................................52 Mapa síntese................................................................................................56

Figura Figura Figura Figura

49 - Localização da Praça de Argolas...............................................................57 50 - Implantação da Praça de Argolas.............................................................58 51 - Perspectiva geral da Praça de Argolas.....................................................59 52 - Praça de Argolas: espaço para o brincar e rampa de acesso para a

escola.................................................................................................................................59 Figura 53 - Praça de Argolas: espaço para o brincar..................................................60 Figura 54 - Praça de Argolas..........................................................................................60 Figura 55 - Praça de Argolas..........................................................................................61 Figura 56 - Praça de Argolas: área com mesas............................................................61 Figura 57 - Praça de Argolas: vista da arquibancada.................................................62 Figura 58 - Praça de Argolas: Arquibancadas com acesso a escola.........................62 Figura 59 - Praça de Argolas: quadra...........................................................................62 Figura 60 - Praça de Argolas atual................................................................................63 Figura 61 - Proposta da Praça de Argolas....................................................................63 Figura 62 - Localização da Praça Conjunto Barcelos.................................................63 Figura 63 - Implantação da Praça Conjunto Barcelos................................................64 Figura 64 - Perspectiva da Praça Conjunto Barcelos.................................................65 Figura 65 - Praça Conjunto Barcelos............................................................................65 Figura 66 - Praça Conjunto Barcelos: Playground......................................................66 Figura 67 - Praça Conjunto Barcelos: pista colorida..................................................66 Figura 68 - Praça Conjunto Barcelos: quadra esportiva e bike compartilhada......67 Figura 69 - Praça Conjunto Barcelos: obstáculos para skate, pergolados e área de mesas.................................................................................................................................67

LISTA DE FIGURAS Figura 70 - Praça Conjunto Barcelos: área com mobiliários urbanos......................68 Figura 71 - Praça Barcelos atual...................................................................................68 Figura Figura Figura Figura

72 73 74 75

-

Proposta da Praça Conjunto Barcelos......................................................68 Localização da área potencial...................................................................69 Implantação da área potencial..................................................................70 Área potencial: Playground 01..................................................................70

Figura 76 - Área potencial: bicicleta compartilhada..................................................71 Figura Figura Figura Figura Figura

77 78 79 80 81

-

Área Área Área Área Área

potencial: potencial: potencial: potencial: potencial:

área de vivência e atividades lúdicas..........................71 Horta comunitária...........................................................72 playground 02..................................................................72 área de mesas..................................................................73 jardim sensorial...............................................................73

Figura Figura Figura Figura Figura

82 83 84 85 86

-

Área potencial: pista de skate...................................................................74 Área potencial: academia popular............................................................74 Área potencial: vista do deck para contemplação..................................75 Nova área: imagem atual...........................................................................75 Nova área: proposta projetual...................................................................75

LISTA DE ABREVIATURAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas PMVV – Prefeitura Municipal de Vila Velha RMGV – Região Metropolitana da Grande Vitória UTM – Universal Transversa de Mercator UMEF – Unidade Municipal de Ensino Fundamental

LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Equipamentos existentes nos Espaços Livres de Uso Público da Regional III.......................................................................................................................45 Tabela 2 - Ficha técnica dos espaços livres de uso público.....................................52

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...................................................13 1.1 Contextualização e justificativa do tema..............................................................13 1.2 Objetivos.....................................................................................................................14 1.1.1 Objetivo Geral.........................................................................................................14 1.2.2 Objetivos específicos.............................................................................................14 1.3 Metodologia...............................................................................................................14 1.4 Estrutura do trabalho................................................................................................15

2 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR..............................17

2.1 A importância do brincar..........................................................................................17 2.2 O brincar na cidade contemporânea......................................................................19 2.3 Segurança e Acessibilidade no espaço do brincar...............................................22 2.4 Critérios de análise dos espaços de brincar..........................................................25

3 ESTUDO DE CASO.............................................27

3.1 Playground Grande Set.............................................................................................27 3.2 Atlântica Parque........................................................................................................33

4 A REGIONAL GRANDE ARIBIRI.............................38

4.1 4.2 4.3 4.4

Caracterização da Regional em estudo..................................................................38 Identificação dos espaços livres de uso público da Regional Grande Aribiri..41 Identificação das unidades de ensino da Região III............................................43 Analise dos espaços para o brincar na Regional III.............................................44

5 PROPOSTAS PROJETUAIS...................................53

5.1 PROPOSTA PROJETUAL 1 – Praça de Argolas.......................................................55 5.1 PROPOSTA PROJETUAL 2 – Praça Conjunto Barcelos..........................................61 5.1 PROPOSTA PROJETUAL 3 – Área potencial “Caminho para a escola”...............65

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................67 REFERÊNCIAS....................................................68

ANEXOS............................................................71 ANEXO A............................................................................................................................71

CAPÍTULO 1

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1 INTRODUÇÃO 1.1 Contextualização e justificativa do tema

O espaço público para brincar possui papel fundamental no desenvolvimento da criança, contribuindo no enriquecimento sociocultural, na construção de cidades inclusivas, e possibilitando o ciclo completo da convivência urbana. É essencial promover às crianças o direito à cidade, à vida urbana e ao lazer, através do direito de brincar nos espaços livres de uso público. O brincar na cidade contribui na reprodução da vida social, influenciando no desenvolvimento da criança fisicamente e socialmente, fortalecendo os vínculos comunitários e contribuindo para a construção da cultura infantil. É necessário a criança frequentar os espaços livres pois é nele que ela tem a oportunidade de vivenciar e aprender sobre os elementos da natureza, conhecer e exercitar seus movimentos e a possibilidade de trabalhar seus sentidos e sentimentos.

Por isso a importância das crianças frequentarem os espaços públicos.

São nos espaços públicos das cidades que acontecem as relações e interações sociais, através dos jogos e brincadeiras ao ar livre que possibilitam as crianças a se conectarem com a comunidade, possibilitando também encontros com diferentes classes sociais e culturais. A apropriação lúdica nos espaços livres ainda suscita sensação de segurança, vinculo de identidade, pertencimento e elo afetivo, tornando esses ambientes mais vivos e atrativos.

O tema deste trabalho de conclusão de curso é um desdobramento do projeto de Iniciação Cientifica desenvolvido na Universidade Vila Velha, com orientação da docente Larissa L. A. Ramos, intitulado “Espaços livres para brincar: estudo dos espaços públicos para as infâncias contemporâneas da Regional 3 – Grande Aribiri, Vila Velha – ES” que buscou realizar uma análise crítica dos espaços livres para práticas sociais, de modo a verificar de que maneira tais espaços estão incluindo as infâncias contemporâneas. Onde foram identificadas nove praças na regional, dessas nove praças apenas sete possuem espaços livres para o brincar. Também foram identificadas áreas potenciais para receber um espaço livre de uso público destinado

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ao brincar, que, por estarem localizados em áreas estratégicas e com carências desses espaços, podem ser utilizados em futuras intervenções de modo a equilibrar o acesso dos espaços livres de uso público.

A partir dos resultados das análises foram identificadas as praças que obtiveram a pontuação mais baixa, também foram mapeadas áreas potenciais para receber um novo espaço livre de uso público. Com os resultados mapeados foi possível selecionar três áreas para propostas projetuais. Sendo duas áreas já destinadas ao uso público, mas que não possui qualidade para tal, e uma nova área potencial para receber este espaço público destinado ao brincar.

Visando ampliar as áreas contempladas por espaços para brincar, foram destacas três categorias de praças para serem realizadas as propostas projetuais, são elas: aquelas avaliadas como “suficientes”, praças avaliadas como “insuficientes” e áreas potenciais – situadas próximas a escolas de ensino infantil e/ou médio.

Esse tema é de grande valor para a sociedade como um todo, pois o espaço livre uso público é um local de lazer para as práticas sociais e palco de manifestações, além de ser um direito de todos. As analises apontadas neste trabalho podem contribuir para o poder público direcionando seus investimentos para suprir as reais demandas que inclua as infâncias contemporâneos nos espaços livres de uso público.

1.2 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo geral desenvolver diretrizes projetuais ilustrativas para os espaços livres da Regional Grande Aribiri, de modo a incluir as infâncias contemporâneas e o brincar no contexto urbano.

1.2.2 Objetivos específicos

a) Compreender a importância do brincar no desenvolvimento da criança com foco nos espaços livres de uso público;

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b) Identificar aspectos que contribuem para a qualidade dos espaços para brincar na cidade contemporânea; c) Investigar projetos de espaços livres de uso público destinados ao lazer infantil no Brasil e no mundo; d) Verificar, na regional em estudo, espaços livres potenciais para aplicação das propostas de intervenção; e) Propor diretrizes projetuais que incluam as crianças e o brincar no espaço público.

1.3 Metodologia

Trata-se de uma pesquisa de natureza aplicada, de abordagem quanti-qualitativa com a definição de objetivos exploratórios e explicativos. A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho contempla a pesquisa bibliográfica e documental sobre a importância do brincar na cidade contemporânea, bem como uma abordagem técnica sobre segurança e acessibilidade nos espaços livres de uso público.

Autores como Dias (2018), Santos (2011), Bauman (2001), Oliveira (2004) e Bartlett (2002) auxiliaram na compreensão do referencial teórica. Para auxiliar no critério de segurança e acessibilidade foi utilizado a NBR 14350 de 1999 que estabelece sobre a “Segurança de brinquedos de playground”, compreendendo os requisitos mínimos de segurança que visam evitar os perigos apresentados pelos equipamentos de brincar.

Além de compreensão dos conceitos abordados através das bibliografias, o trabalho conta com estudos de casos de Espaços Livres de Uso público para o Brincar. Os projetos escolhidos foram o Atlântica Parque localizado Vitória – ES e o Playground Grande Set , localizado em Alfortville – Paris, apontando um realidade local e outra internacional. Foram apresentadas informações como localização, implantação, caracterização e análise crítica de cada estudo de caso, de acordo com os critérios levantados na fase de revisão bibliográfica.

Para a escolha da área da intervenção foi necessário o estudo da Regional Grande Aribiri, Vila Velha - a partir dos resultados desenvolvidos na pesquisa de iniciação científica - compreendendo a caracterização dos espaços livres de uso público da

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região através de mapeamentos e análises. As características e o diagnóstico da área de estudo foram realizados a partir do levantamento de dados via ferramentas digitais, como Google Earth e Street View e visitas de campo, utilizando como base para produção dos mapas desenvolvidos na ferramenta Arcgis.

Por fim, será apresentado propostas projetuais de espaços livres de uso público destinados ao brincar, a partir da fundamentação teórico desenvolvida durante a pesquisa, a fim de criar espaços que supram a demanda da regional. As propostas contam com implantações humanizadas desenvolvidas na ferramenta de desenho Autocad, as perspectivas foram idealizadas no SketchUp e a renderização na ferramenta Lumion, permitindo a sua melhor compreensão das propostas.

1.4 Estrutura do trabalho

O trabalho foi divido em cinco (05) capítulos: 

Capítulo 01: Introdução



Capítulo 02: Referencial Teórico



Capítulo 03: Estudo de Caso (Internacional e nacional)



Capítulo 04: Caracterização da área de estudo



Capítulo 05: Considerações Finais

O primeiro capítulo aborda a introdução do trabalho, apresentando um panorama geral da pesquisa através da contextualização e justificativa do tema, objetivos gerais e específicos, bem como a metodologia e a estrutura do trabalho.

O capitulo 2 apresenta a fundamentação teórica, enfatizando a importância do brincar na cidade contemporânea e a relevância da presença da criança no espaço livre de uso público para o seu desenvolvimento.

O capitulo 3 traz um estudo de caso onde foram analisados dois projetos (nacional e internacional), a fim de compreender a concepção desses projetos, através da setorização e caracterização desses espaços por meio de uma avaliação crítica, a partir dos critérios mencionados na revisão bibliográfica.

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O capitulo 4 apresenta as características da área de estudo (Região 03- Grande Aribiri) através de mapeamentos e análises, identificando potencial para um espaço livre de uso público destinado para a criança.

O capitulo 5 contém as propostas projetuais para brincar nos espaços livres de uso público da regional Grande Aribiri, desenvolvidas a partir da fundamentação e análises realizadas nos capítulos anteriores. Neste capitulo são apresentadas três propostas projetuais para praças da regional de estudo onde foram escolhidas a partir dos resultados das análises.

O último capitulo traz as considerações finais do estudo, onde são mostrados os resultados da pesquisa e das propostas projetuais, além da conclusão do trabalho.

CAPÍTULO 2

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2 O BRINCAR NA CIDADE

2.1 A importância do brincar

O brincar trata-se de uma atividade lúdica, realizada principalmente por crianças e adolescentes, fundamental para o crescimento e desenvolvimento da infância. É considerada a primeira etapa do aprendizado, influenciando diretamente na criatividade, na racionalização, no domínio de linguagem e na consciência de cidadania. Segundo Chateau (1987), a criança é, por excelência, um ser que brinca, e não se pode esperar dela outra opção.

Utilizado para denominar as atividades lúdicas das crianças o verbo “brincar” é definido por Ferreira (1986) como sinônimo de divertir, recrear, entreter, distrair, folgar, agitar-se alegremente, foliar, saltar, pular, dançar, zombar e gracejar. O autor ainda afirma que aquele que brinca está sempre bem-humorado e que a palavra “brincadeira” está relacionada ao divertimento, especialmente entre crianças, podendo envolver brinquedos, jogos, passatempos, entretenimentos, gracejos, piadas, zombarias, festas e folias. Já com um sentido distinto, o jogo é entendido como uma atividade física ou mental organizada por um sistema de regras que caracterizam a perda ou o ganho (FERREIRA, 1986).

Segundo os autores Kishimoto (2002), Friedman (1996) e Chateau (1987), as brincadeiras desenvolvem-se em diversas modalidades, sendo divididas em jogos não regulamentados e jogos regulamentados. Os primeiros jogos - os jogos de bebês são chamados de não regulamentados, pois correspondem a gestos espontâneos que a criança reproduz, por efeito de reação circular. Dentro dos jogos não regulamentados, têm-se ainda os jogos de destruição e desordem.

Em relação aos jogos regulamentados têm destaque aqueles de imitação, construção, aqueles simbólicos ou “faz de conta”, as brincadeiras tradicionais infantis e os jogos com regras. Os jogos de imitação são os prediletos entre as crianças de 7 a 10 anos e estão ligados, principalmente, ao meio familiar ou ao meio social imediato (CHATEAU, 1987).

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Jogos de construção são brincadeiras que se iniciam muito cedo, junto com as primeiras imitações. Tratam-se de realizações abstratas, de algo que não se conhece, permitindo o desenvolvimento da experiência sensorial e estimulando a criatividade, ampliando as habilidades da criança (SANTOS, 2011). São jogos que possibilitam a criação de casas, móveis e objetos para as brincadeiras simbólicas ou de faz de conta, aumentando a complexidade da brincadeira à medida que a criança se desenvolve.

Ainda de acordo com Santos (2011), nos jogos simbólicos - mais conhecidos como “faz de conta” - há uma mediação entre o brincar e o simular; uma representação de papéis, deixando claro uma situação imaginária. Já as brincadeiras tradicionais infantis, também comentadas por Santos (2011), são consideradas como parte da cultura popular, tradicionais e universais, transmitidas de geração em geração. Estas podem estar relacionadas ao folclore, assumindo características de tradição, conservação e universalidade, como a amarelinha, pião, empinar pipas e jogar pedrinhas. Esses jogos permitem as crianças o relacionamento entre elas mesmas de maneira lúdica. Já os jogos com regras são de diversos tipos, e desenvolvidos através da organização coletiva das atividades lúdicas.

Para o desenvolvimento e aprendizagem, o brincar é uma importante ferramenta, envolvendo difíceis processos de articulação entre o já dado e o novo, entre a experiência, a memória e a imaginação, entre a realidade e a fantasia, sendo marcado como forma particular de relação com o mundo, afastando-se da realidade da vida comum, ainda que nela referenciada. O brincar não só promove muitas aprendizagens como também constitui um espaço de aprendizagem.

Como ressalta Machado (2003, p.37): Brincar é também um grande canal para o aprendizado, senão o único canal para verdadeiros processos cognitivos. Para aprender precisamos adquirir certo distanciamento de nós mesmos, e é isso o que a criança pratica desde as primeiras brincadeiras transicionais, distanciando-se da mãe. Através do filtro do distanciamento podem surgir novas maneiras de pensar e de aprender sobre o mundo. Ao brincar, a criança pensa, reflete e organiza-se internamente para aprender aquilo que ela quer, precisa, necessita, está no seu momento de aprender; isso pode não ter a ver com o que o pai, o professor ou o fabricante de brinquedos propõem que ela aprenda.

O brincar, seja interagindo com objetos, pessoas, situações ou acontecimento, permite que a criança construa conhecimentos do mundo e no mundo que a cerca.

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Os jogos e as brincadeiras são caminhos privilegiados para estabelecer essas interações (NICOLAU e DIAS, 2003). Deste modo, a brincadeira, quando realizada nos espaços livres, em especial aqueles de uso público, permite que a criança interaja socialmente fazendo com que ela desenvolva sentimentos de apropriação e pertencimento em relação ao espaço urbano (DIAS, 2018).

2.2 O brincar na cidade contemporânea A cidade é o lugar ideal para a socialização e aprendizado das crianças. É nela que as crianças desfrutam de seus direitos e deveres, compreendem que pertencem a um grupo social e que são responsáveis pelo bem comum, chamado de espaço público.

São nos espaços públicos, como parques urbanos e praças, que estão inseridos os ambientes destinados a brincadeiras e o lazer das crianças.

Diante disso, é essencial promover às crianças o direito à cidade, à vida urbana e ao lazer, por meio do direito de brincar no espaço público. O brincar no espaço público desempenha um papel essencial na reprodução da vida social, influenciando no desenvolvimento da criança tanto fisicamente quanto socialmente. Influencia no fortalecimento dos vínculos comunitários, contribuindo para a construção da cultura infantil.

São nos espaços públicos das grandes cidades onde as possibilidades de relações e interações sociais, de jogos e brincadeiras ao ar livre para as crianças acontecem.

Conectada a sua comunidade, através das vivências, a criança desenvolve sua autoestima e autonomia como autora de transformações, tornando-se capaz de interferir positivamente no desenvolvimento e crescimento futuro da cidade (DIAS, 2018).

Inseridas em ambientes urbanos, as crianças se tornam “outro” – cidadãos -, por meio do convívio nesses espaços, possibilitando encontros com diferentes classes sociais e culturas ali presentes. A apropriação lúdica dos espaços cria a sensação de segurança, o vínculo de identidade, o pertencimento e o elo de afetividade. Tais características são constantemente transformadas e redefinidas, uma vez que o espaço depende das ações que acolhe, e o valor das ações e práticas sociais

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dependem do espaço onde se desenvolvem. Com isso ocorre a construção social do espaço e a construção espacial das práticas sociais (SANTOS, 2006).

Segundo Oliveira (2004), a criança quando frequenta espaços livres de uso público como parques e praças – consegue visualizar o mundo de forma diferente do adulto.

Ela necessita do espaço para conhecer e exercitar seus movimentos, trabalhar seus sentidos e sentimentos. São nos espaços livres onde a criança tem a oportunidade de vivenciar e aprender sobre os elementos da natureza, onde é aguçado todos os seus sentidos, onde experimenta mudanças da temperatura e conhece o comportamento dos animais - como por exemplo observa o voo dos pássaros (OLIVEIRA, 2004).

Para que a criança desenvolva seus conhecimentos, ela precisa crescer em um ambiente com liberdade, com a possibilidade de se movimentar sem restrições. O medo e a insegurança bloqueiam a abertura aos estímulos para o aprendizado. A superproteção vinda dos pais pode dificultar o desenvolvimento da criança fazendo-a não conhecer novas possibilidades e não experimentar seus movimentos. Ela precisa se sentir segura, brincar livremente em um ambiente seguro e não deve ser entrevada em suas pesquisas exploratórias, que são fontes de conhecimento (OLIVEIRA, 2004).

Através dos jogos e das brincadeiras, a criança atribui sentidos e significados ao seu mundo e um novo conceito em relação as suas ações concretas para a formação de um cidadão consciente, por isso a importância de levar a criança para praças e parques onde ela cresça e desenvolva um vínculo com essa cultura.

Os ambientes diversos proporcionam maneiras diferentes de brincar, o que leva a entender que o contexto e a brincadeira estão fortemente ligados (BICHARA e SANTOS, 2005), e com isso a necessidade de espaços livres de uso público planejados considerando as necessidades das infâncias contemporâneas.

Atualmente, com a decadência da vida pública e dos espaços públicos, aliados ao processo de individualização fortemente relacionado ao crescimento da tecnologia, a relação da criança com a cidade também vem se modificando. Muitos fatores contribuem para essa mudança, dentre eles, o incremento da urbanização, a redução dos espaços públicos e das habitações, o advento do trabalho feminino, o uso de aparelhos elétricos - principalmente TV e computador - e também a antecipação da ida da criança a escolas e creches (OLIVEIRA, 2004).

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Sendo assim, nos últimos anos, tanto o tempo e os espaços destinados às crianças estão sendo necessariamente modificados. O crescimento exacerbado dos interesses do mercado capitalista e da expansão dos espaços privados vêm fortalecendo a “cultura do medo” e tornando os espaços urbanos menos frequentados (BAUMAN, 2001). A violência, a presença de pessoas em situação de rua, o uso de drogas, as atividades ilícitas, o trafego de veículos e outros fatores são ameaças constantes na cidade, e a infância livre está sendo prejudicada pela ausência de oportunidades de se apropriar da cidade, esvaziando os espaços públicos e perdendo sua representatividade.

De acordo com Bauman (2001), no século XXI passa a ocorrer uma inversão do papel histórico da cidade. A luta contra a insegurança, riscos e perigos, contra o sentimento de “medo”, passa a assombrar às cidades. A sociedade visualiza a cidade por um filtro da “cultura do medo” – criada por interesse políticos e econômicos, e apoiada pelos meios de comunicação de massa – que, mais que uma dimensão concreta, é uma prática discursiva.

Com isso, segundo Bartlett (2002), o brincar foi deslocado de fora para dentro (BARTLETT, 2002). Na tentativa de manter as crianças afastadas dos problemas urbanos, as infâncias contemporâneas estão utilizando espaços privativos, segregados da vida social em comunidade, distantes dos perigos físicos e influenciadas por uma sociedade digitalizada e individualista.

Entretanto, como já exposto, é necessário que a criança tenha o contato com a cidade para aprender a vivenciar o meio que está inserida, para criar uma socialização com as diferentes pessoas. Oliveira (2004) ainda analisa a vivência das crianças na cidade que coloca a forma de viver de diversas maneiras de acordo com o espaço que estão inseridas. O autor enfatiza que as ruas e as calçadas são os primeiros lugares vivenciados pelas crianças depois do ambiente doméstico. Entretanto, a rua, antigo local de relações sociais e brincadeiras, torna-se, nas cidades contemporâneas, perigosa e nada encantadora para a uso das crianças. Com isso as áreas privadas passam a ganhar espaço, porem são locais de exclusividade e isolam da cidade, promovendo a segregação e revelando a desigualdade social. Espaços privados como pátios de escola, playgrounds de clubes e condomínios, permitem a integração de um pequeno grupo de crianças que geralmente são da mesma classe social.

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Lima (1989) afirma que, somado a “cultura do medo”, existe uma tendência de padronização dos equipamentos e mobiliários infantis presentes nos espaços públicos, limitando as habilidades motoras, sensoriais e cognitivas das crianças e gerando desinteresse e desafeição por esses espaços. Grande parte dos equipamentos existentes com formas e significados pré-concebidos restringem o uso a uma única interpretação e se adiantam à imaginação (LIMA, 1989). Por conta disso, os projetos para espaços e equipamentos infantis necessitam instigar a iniciativa e a curiosidade da criança, sem adiantar-se as suas formas de apropriação.

2.3 Segurança e Acessibilidade no espaço do brincar Na elaboração de um espaço para a criança é de suma importância incluir todas as crianças, associando a acessibilidade com o ato de brincar. Permitir que todas as crianças utilizem dos espaços lúdicos auxilia no processo de construção e desenvolvimento das habilidades, capacidades e potencialidades, além de contribuir para a aquisição da cultura e promover a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais (BRASIL, 1998b; CRUZ; PFEIFER, 2006; DISCHINGER et al., 2008).

Sendo assim, tanto os espaços quantos os equipamentos presentes em parques infantis devem dar suporte ao brincar, preenchendo e satisfazendo as necessidades de cada criança (VIGOTSKI, 1998; BRASIL, 1998b). Espaços que acolhem crianças e adolescentes com deficiência física ou com mobilidade reduzida permitem que as mesmas se relacionem com outras crianças possibilitando a troca de experiência garantindo a inclusão social.

As figuras 1 e 2 ilustram os brinquedos acessíveis do Parque Moscoso, situado em Vitória, onde é possível confirmar que existem brinquedos que permitem a inclusão de todas as crianças, conforme preconizado na Lei nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000 (Brasil, 2000) que estabelece que os parques de diversões, públicos e privados, devem adaptar, no mínimo 5% (cinco por cento) de cada brinquedo e equipamento e identificá-lo, para possibilitar sua utilização por crianças com deficiência ou mobilidade reduzida, tanto quanto tecnicamente possível. (Incluindo pela Lei nº 11.982, de 2009).

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Figura 1 - Playground acessível.

Figura 2 - Playground acessível.

Fonte: Disponível em: https://brasil.estadao.com.br/blogs/vencerlimites/brinquedos-acessiveis-em-vitoria/.

Acesso em 22 de maio de 2019.

Fonte: Disponível em: https://brasil.estadao.com.br/blogs/vencerlimites/brinquedos-acessiveis-em-vitoria/.

Acesso em 22 de maio de 2019.

Já em relação aos materiais que compõem esses espaços públicos infantis, esses devem estar de acordo com a NBR 14350 que estabelece sobre a “Segurança de brinquedos de playground”. Segundo a referida norma, os materiais e características de pisos de área de circulação devem levar em consideração: durabilidade e estabilidade; condição não abrasiva da superfície acabada; resistência a escorregamento em superfície molhada ou seca; facilidade de aplicação e manutenção; resistência a atos de vandalismo; baixo índice de retenção de água.

Todas essas condições devem ser consideradas na especificação do material mais adequado visando a garantia da segurança e acessibilidade das crianças que utilizam o espaço. Já quando existe áreas com a superfície de grama a NBR 14350 diz que essas áreas devem ser preparadas e bem conservadas para ajudar na durabilidade e na estabilidade dessas superfícies. Podem ser incorporados ao nível da superfície, ou um pouco abaixo, uma camada composta de uma rede de material plástica, a prova de decomposição. É comum encontrarmos em praças e parques áreas de playground com a superfície de concreto, porém a NBR 14350/1999 evidencia que esse tipo de revestimento pode ser abrasivo. Em algumas condições meteorológicas, o concreto ainda pode se tornar escorregadio se não tiver uma textura adequada. Quando utilizado, é indicado que o concreto seja de boa qualidade para resistir a ação da geada e deve possuir juntas de expansão adequadas (NBR 14350, 1999). Também é essencial a drenagem de água e uma boa queda superficial.

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Em relação aos materiais específicos para superfícies absorventes de impactos, a NBR 14350 indica alguns materiais para esse uso, como por exemplo a borracha fundida no local, que é uma superfície resiliente de borracha (Figura 3 e 4) produzida a partir de fragmentos de borrachas ligados por resina que podem ser aplicadas também in loco.

Figura 3 - Piso emborrachado

Figura 4 - Piso emborrachado

Fonte: Disponível em: https://www.aterradecoracoes.com.br/piso-deborracha/piso-de-borracha-para-playground/.

Acesso em 05 de junho de 2019.

http://www.haiah.com.br/piso-de-borrachapara-playground. Acesso em 05 de junho de

Fonte: Disponível em:

2019.

Em relação as superfícies de areia a NBR 14350 enfatiza que pode ser usada em torno de equipamento estático, e quando utilizada, a areia deve ser mantida limpa e macia, mediante o tratamento diário com ancinho e forquilha, com limpeza, desinfecção e substituição periódicas.

Para a segurança de brinquedos de playground a NBR 14350 estabelece requisitos mínimos de segurança que visam evitar os perigos apresentados por equipamentos para brincar, projetados para instalação permanente ao ar livre, como balanços, escorregadores, gangorras, carrosséis, entre outros brinquedos utilizados para o brincar em espaços livres de uso público. Para evitar que crianças corram próximo da área de trajeto dos balanços em movimento, devem ser erguidas barreiras de segurança em torno do grupo de balanços.

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Em relação aos escorregadores a NBR 14350 indica sobre a altura de queda. Onde a altura de plataforma de acesso ao escorregador aberto for maior que 2,5 m, devem ser instaladas plataformas intermediarias em intervalos de altura não superiores a 2,5 m. Para as gangorras é indicado que o ângulo de elevação máximo de 20º em relação à horizontal, no ponto extremo da movimentação e a superfície superior não deve ultrapassar o limite de 1,0 m acima do nível do chão.

Sobre os carrosséis, que são os equipamentos rotativos, a norma indica que tenha um dispositivo para limitar a velocidade de giro, para garantir a segurança, e para cada assento deve existir as alças de segurança. A NBR 14350 recomenda que cada equipamento tenha uma zona mínima de uso, isto é, o espaço ocupado pelo equipamento, mais o espaço operacional, que é aquele espaço ocupado pelas crianças que usam o equipamento mais a margem para a livre movimentação das crianças entre os equipamentos. As zonas mínimas de uso são destinadas a equipamentos individuais e não devem sobrepor-se.

2.4 Critérios de análise dos espaços de brincar

Com base na pesquisa sobre os Espaços Livres para Brincar: Estudo dos espaços públicos para infâncias contemporâneas da Regional Grande Aribiri, Vila Velha – ES, desenvolvida na iniciação científica na Universidade Vila Velha, com orientação da Prof.ª e Drª Larissa Leticia Andara Ramos, foi realizado a leitura de referenciais teóricos para a elaboração de critérios de análises que visam garantir o conforto, a ludicidade e a segurança das crianças nos espaços livres de brincar. Com isso, visando apresentar os resultados de aplicação e analise dos espaços destinados as infâncias contemporâneas da Regional Grande Aribiri, foram selecionados 16 indicadores que analisam as condições do entorno e da própria área infantil afim de garantir a qualidade vivenciada pelas crianças no espaço urbano. Os indicadores foram agrupados nas categorias “proteção e segurança”, “conforto e imagem”, “acessos e conexões” e “sociabilidade, usos e atividades”, conforme anexo na página 80. Conforme parâmetros desenvolvidos pelo grupo de pesquisa “Paisagem Urbana e Inclusão”, em parceria entre a Universidade Vila Velha-ES (UVV) e a Universidade Federal do Espirito Santo (UFES). Em relação a categoria Proteção e Segurança,

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essa agrupa os atributos “segurança viária”, “segurança pública” e “proteção física”, compostos por indicadores que avaliam a segurança do espaço de brincar. Estão presentes nessa categoria os indicadores: travessias viárias para acesso até a praça, tipologia da rua do entorno, iluminação pública, câmeras de segurança, localização do espaço de brincar, material do piso da área infantil, materiais dos brinquedos e o seu estado de conservação.

A categoria Conforto e Imagem refere-se as condições ambientais e de limpeza dos espaços públicos onde foram definidos os indicadores: coleta de lixo, poluição sonora, presença de sombra e abrigo, bem como a presença de assentos. Na categoria Atividades foram identificados indicadores com ênfase nos estímulos sensoriais e motores de modo a verificar se na praça existem equipamentos que contribuem para o desenvolvimento de tais estímulos, bem como lugares que permitem brincadeiras de regras (quadra, campos, etc.)

Para a classificação e pontuação foi considerado o sistema de notas utilizado pelo iCam (ITDP Brasil, 2018), no qual, a partir dos respectivos parâmetros, é atribuída uma nota de 0 (zero) a 3 (três) para o indicador a ser estudado, variando de “ótimo” a “insuficiente”, conforme tabela no anexo A.

CAPÍTULO 3

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3 ESTUDO DE CASO

Os estudos de caso dos Espaços Livres de Uso Público para o Brincar têm como objetivo principal o melhor entendimento de aspectos fundamentais, que podem servir como guias para o desenvolvimento de um espaço para o brincar de qualidade garantindo a segurança das crianças.

Foram selecionados dois estudos de caso para compreensão desses espaços: o “Playground Grande Set” localizado em Paris, escolhido por ser uma referência internacional e ser um espaço destinado especialmente para as crianças; e o Atlântica Parque, localizado em Vitória, escolhido por ser uma referência mais próxima da área de estudo e por possuir diferentes formas de brincar.

O estudo de caso do espaço para brincar Playground Grande Set foi realizado com base em uma publicação na revista “Openfield revue overte sur le paysage” por Matthias Lefebvre e Anael Maulay da agência Espacial Livre. Foi identificado por ser um projeto destinado apenas para o brincar das crianças, que visa estimular o desenvolvimento da infância em múltiplas habilidades, através dos equipamentos e atividades propostas.

O estudo de caso Atlântica Parque foi realizado com base em informações disponibilizadas pela Prefeitura de Vitória e pelo site Folha Vitória. Possui diversos equipamentos que atende vários públicos de diferentes idades garantido a vivência das crianças com diferentes grupos sociais.

3.1 Playground Grande Set

O Playground Grande Set está localizado em Alfortville, em uma comunidade francesa na região administrativa da Ilha-de-França, no departamento de Val-de-Marne próximo a capital Paris, conforme evidenciado na figura 5. A cidade de Alfortville possui uma área de 3,67 km² e cerca 43.886 habitantes, com densidade populacional de 11.958 hab./km² de acordo com informações do site DB City. O playground de Alfortville traz uma abordagem baseada na percepção da criança na faixa etária de 0 a 4 anos, na qual o objetivo é fornecer apropriação de espaço e liberdade para elas.

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Visando proporcionar às crianças um espaço de descoberta e estimulando os sentidos. Proposto no ano de 2013 e executado no ano de 2014.

Figura 5 - Localização do Playground Grande Set.

Fonte: Google Maps, 2019.

A praça é implantada de forma regular, com uma área de 1.900 m². Os usos do seu entorno são diversificados, com presença de residências e comércios como supermercado e padarias. Foi estrategicamente implantada ao lado de uma escola infantil para que a vivência e o uso do lugar fossem constantes, tendo em vista o fluxo rotineiro de crianças na região, principalmente nos horários de entrada e saída da escola infantil.

Figura 6 - Implantação do Playground Grande Set.

Fonte: Google Maps, 2019.

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O projeto foi setorizado em três zonas: 1) uma praça pequena logo na entrada, criando uma espécie de “hall”; 2) uma área elevada para os adultos e 3) uma área central especialmente para a criança. Essa divisão dos ambientes proporciona uma setorização entre a criança e o adulto responsável por ela, possibilitando uma área de espera enquanto a criança se diverte (Agence Espace Libre, nov. 2014).

Figura 7 - Setorização do Playground Grande Set.

Fonte: Espace Livre editado pela autora, 2019.

Setor 01 – “Praça” O setor 01, identificado como “Praça”, está localizado logo na entrada do Playground, criando um ambiente de recepção e preparando as pessoas para a entrada no playground. Criou-se um ambiente de transição entre a rua e a praça, onde também as pessoas podem se encontrar antes de direcionar-se a área dos equipamentos infantis. Foi utilizado como estratégia de delimitação deste setor o material e a cor do piso (Agence Espace Libre, nov. 2014).

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Figura 8 - Setor 01 "Praça".

Figura 9 - Setor 01 "Praça".

Fonte: Street View, 2019.

Fonte: Street View, 2019.

Setor 2 – “Área Elevada” O setor 2, destinado aos responsáveis, está estrategicamente localizado em praticamente todo o perímetro da área central, local onde as crianças utilizam. Além disso, o setor 02 está situado em um nível mais elevado (Figuras 10 e 11) que os outros setores, permitindo que pais ou responsáveis observem seus filhos enquanto brincam. A área elevada possui bancos para que os acompanhantes das crianças fiquem aguardando, contribuindo também para que haja integração, o diálogo e a troca de experiências entre os adultos (Agence Espace Libre, nov. 2014).

Figura 10 – Setor 02 "Área elevada".

Figura 11 – Setor 02 "Área elevada".

Fonte: Disponível em: http://www.landezine.com/index.php/2014/10/atoddlers-playground-by-espace-libre/. Acesso em 22 de maio de 2019.

Fonte: Disponível em: http://www.landezine.com/index.php/2014/10/atoddlers-playground-by-espace-libre/. Acesso em 22 maio de 2019.

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Ao observar as imagens, percebe-se que diferença de nível e a falta de corrimãos podem trazer insegurança para as crianças menores, com essa diferença de nível pode acontecer da criança se desequilibrar e acabar se machucando.

Setor 3 – “Área Central” O setor 3 localiza-se no centro do espaço, se tornando uma região de recinto, com consequência uma área mais protegida (Figura 12) e com maior segurança. É uma área destinada totalmente para as crianças da primeira infância entre 2 a 4 anos de idade.

Figura 12 – Setor 03 - "Área central".

Fonte: Disponível em: http://www.landezine.com/index.php/2014/10/a-toddlers-playground-byespace-libre/. Acesso em 22 de maio de 2019.

Figura 13 – Setor 03 "Área central".

Fonte: Disponível em: http://www.landezine.com/index.php/2014/10/a-toddlers-playground-byespace-libre/. Acesso em 22 de maio de 2019.

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Com intuito de criar um espaço para dar para elas a ideia de apropriação e liberdade, o desafio do projeto foi proporcionar as crianças um espaço de descoberta onde os sentidos pudessem ser postos em jogo (Agencia Espace Libre, nov. 2014). Na área central existe ainda uma setorização de áreas para brincadeiras, como por exemplo a região dos balanços que também possui uma área de quadro negro no chão possibilitando que as crianças se expressem através do desenho (Figura 14) - e a cabana de madeira (Figura 15), permitindo o desenvolvimento de habilidades motoras como pular, escorregar e escalar.

Figura 14 – Setor 03 - "Área central".

Fonte: Disponível em: http://www.landezine.com/index.php/2014/10/a-toddlers-playground-byespace-libre/. Acesso em 22 maio de 2019.

Os equipamentos e atividades propostos estimulam vários sentidos das crianças, tornando possível que ela se expresse de várias maneiras, como por exemplo através das ações motoras como correr, saltar, escorregar e balançar. Também é possível se expressar através de estímulos sensoriais e lúdicos devido a presença de diferentes tipos de texturas no local, como a grama e as plantas que exalam cheiro, por exemplo.

Isso aguça a curiosidade das crianças que podem ter o contato com várias texturas e cheiros diversificados.

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Figura 15 – Setor 03 - "Área central".

Figura 16 – Setor 03 - "Área central".

Fonte: Disponível em: http://www.landezine.com/index.php/2014/10/atoddlers-playground-by-espace-libre/. Acesso em 22 de maio de 2019.

Fonte: Disponível em: http://www.landezine.com/index.php/2014/10/atoddlers-playground-by-espace-libre/. Acesso em 22 de maio de 2019.

Avaliando as imagens deste espaço público destinado ao brincar é possível notar a ausência de arborização, principalmente próximo aos equipamentos existentes. A arborização nestes espaços é importante pois contribui para amenizar as questões climáticas por meio da diminuição das amplitudes térmicas. Além disso melhora o ar a ser respirado, diminui a poluição sonora, e absorve a poluição da atmosfera. O que é justificável devido a sua localização. No entanto no Brasil a ausência de arborização seria extrema prejudicial.

3.2 Atlântica Parque O Atlântica parque se localiza na orla do bairro Jardim Camburi, na cidade de Vitória no Estado do Espirito Santo (Figura 17). Segundo o Censo Demográfico (IBGE, 2010) o bairro de Jardim Camburi é o mais populoso de todo o estado do Espírito Santo, com 39.157 habitantes.

Figura 17 - Localização do Atlântica Parque.

Fonte: Google Maps, 2019.

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O projeto foi realizado através de uma parceria entre o poder público e a iniciativa privada para melhorar a qualidade de vida dos moradores. Este projeto faz parte de um termo de compromisso Ambiental (TCA), como forma de compensação, estabelecido entre a Secretaria de Meio Ambiente de Vitória, a mineradora Vale, Instituto Ambiental de Meio Ambiente e os Ministérios Público Estadual e Federal.

Após a entrega, o local passou a ser de administração da Prefeitura de Vitória.

Localizado bem ao lado da praia de Jardim Camburi, em uma área de faixa de areia recuperada, possui 19 mil m² contendo diversos equipamentos para o lazer (Figura 18).

Figura 18 - Implantação do Atlântica Parque.

Fonte: Disponível em: <http://www.reportercapixaba.com.br/camburi-tera-nova-area-de-lazer-eesportes-com-mirante-e-espaco-para-ginastica/>. Acesso em 25 de maio de 2019.

É setorizado em nove ambientes contendo equipamentos que atendem diversos públicos da região, tais como pista de skate, mirante, playground para crianças maiores, áreas com pergolado, pista de bicicross, petpark, musculação, campo de futebol e playground para as crianças menores.

Nas figuras 19 e 20, são evidenciados a área de skate e a o mirante que possibilita a visão de todo o parque e a visual do mar da praia de Camburi. A Pista de skate é uma das maiores da grande Vitória, atraindo ainda mais pessoas que utilizam deste equipamento para o lazer, gerando um grande encontro de pessoas com um mesmo gosto esportivo.

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Figura 19 - Pista de skate.

Figura 20 – Mirante.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Existem duas áreas destinados para as crianças. Na figura 21 é evidenciada a área de playground para as crianças maiores, que traz diversas formas da criança explorar o brincar, através da possibilidade de subir, pular, escalar e correr, estimulando suas habilidades motoras. O playground possui como principal material a madeira, seu piso se diferencia com as cores que setoriza o espaço. No perímetro deste ambiente o piso é em deck de madeira delimita o espaço e é onde estão situadas as áreas de apoio com bancos para os pais e responsáveis das crianças que utilizam o playground.

Devido ao clima tropical úmido da grande Vitória a presença de árvores é fundamental para o sombreamento dos equipamentos, quando não existe impossibilita o uso nos horários mais quentes. É possível observar na figura 21 que existem árvores plantadas no entorno do playground. Como o projeto foi entregue em Fevereiro de 2019 elas ainda estão na fase de crescimento. Assim que chegarem na fase adulta irão sombrear grande parte deste setor, contribuindo para um melhor conforto térmico.

Figura 21 - Playground para crianças maiores.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

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Ao longo de todo o parque é possível encontrar áreas com pergolados para o descanso, convivência entre pessoas e áreas utilizadas como apoios de outros equipamentos, como por exemplo, a utilização de pais e responsáveis que ficam nessas áreas aguardam seus filhos. Nas figuras 22 e 23 podemos compreender como é composto essas áreas.

Figura 22 – Pergolado.

Figura 23 – Pergolado.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Há presença de diversos equipamentos que atendem vários públicos, como por exemplo, a pista de bicicross (figuras 24), um equipamento que possibilita corridas e manobras radicais entre os praticantes do esporte, atraindo mais pessoas que utilizam este tipo de equipamento. Possui também uma área destinada especialmente para os animais de estimação, o Petpark (figura 25) onde possibilita levar o animal de estimação para se divertir junto com a família em uma área específica, com toda a estrutura de diversão e piso gramado.

Figura 24 - Pista de bicicross.

Figura 25 – Petpark.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

A área de playground para as crianças menores (Figura 26) está localizada em uma área toda sombreada por árvores que possibilita maior conforto térmico, prolongando,

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assim, o tempo de permanência no local. Vale destacar que não existe um cercamento do playground, entretanto ele está localizado em uma região mais protegida do parque, que gera um recinto e garante a segurança das crianças.

Na figura 26 pode-se notar que toda essa área é sombreada e com presença de bancos no entorno para apoio de pais ou responsáveis. O principal material do playgroud é a madeira que, além de segura, garante o conforto térmico protegendo as crianças de altas temperaturas que outros materiais podem chegar. O piso emborrachado também auxilia na diminuição dos impactos pois se acontecer alguma queda esse tipo de piso amortece. Por existir um adensamento de árvores, nota-se a presença de postes de iluminação de pedestre, para que no período da noite seja possível a utilização da área, tornando um local seguro de frequentar.

Figura 26 - Playground para crianças menores.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Com base no que foi apresentado nos estudos de casos pode ser considerado que os dois estudos apresentam alguns indicadores propostos na tabela 1, vale citar a relação de setorização do espaço que os dois estudos possuem, onde propõem setores para utilização de diferentes idades e diferentes equipamento diversificando o uso.

CAPÍTULO 4

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4 A REGIONAL GRANDE ARIBIRI

4.1 Caracterização da Regional em estudo

Vila Velha faz parte da Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV) que compõe 07 (sete) municípios do estado do Espirito Santo: Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra, Viana, Vitória e Vila Velha. Segundo a Lei Municipal nº 4707/2008 (VILA VELHA, 2008), o município é dividido em 05 (cinco) Regiões Administrativas, como mostra a figura 23, a seguir. Esse trabalho traz como recorte de estudo, a Região Administrativa 03 – Grande Aribiri, ilustrada em vermelho na Figura 27.

Figura 27 - Mapa de Localização das Regiões Administrativas de Vila Velha - ES

Fonte: Produzido pela autora a partir do ArcGis, no Laboratório 06, da Unidade Acadêmica III, na Universidade Vila Velha, com base na Lei Municipal nº 4707/2008 e no sistema de referência Sirgas 2000, UTM, Zona 24s, 2019.

De acordo com o censo demográfico (IBGE, 2010), a região possui uma população 68.635 habitantes sendo 18% crianças de 0 a 14 anos. É constituída de 17 bairros, são eles: Aribiri, Argolas, Ataíde, Cavalieri, Chácara do Conde, Dom João Batista,

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Garoto, Ilha da Conceição, Ilha das Flores, Paul, Pedra dos Búzios, Primeiro de Maio, Sagrada Família, Santa Rita, Vila Batista, Vila Garrido e Zumbi dos Palmares, como mostra a figura 28.

Figura 28 - Mapa dos Bairros da Região III

Fonte: Produzido pela autora a partir do ArcGis, no Laboratório 06, da Unidade Acadêmica III, na Universidade Vila Velha, com base na Lei Municipal nº 4707/2008 e no sistema de referência Sirgas 2000, UTM, Zona 24s, 2019.

A denominação Aribiri provém do rio de mesmo nome, que é um braço do mar e tem sua foz próximo a pedra do Penedo, situado na baía de Vitória, com a existência também de um grande manguezal. A Região de Aribiri teve sua ocupação inicial 1912 - incentivada pelo percurso dos bondes que nesse período era o principal meio de locomoção entre o Centro de Vila Velha e centro de Vitória, passando pelo bairro Paul, situado na Regional Aribiri (NEVES; ALVARENGA; PACHECO, 2003).

Quando os bondes chegaram ao fim, as estradas de rodagem tornaram-se o principal meio de ligação entre Aribiri e as outras regiões de Vila Velha. Ônibus e outros veículos motorizados passaram a ser usados pelos moradores. A Avenida Jerônimo

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Monteiro e a Avenida Caros Lindenberg adquiriram importância de desenvolvimento para Aribiri (Figuras 29 e 30).

Figura 29 - Imagem área da Grande Aribiri.

Figura 30 - Antiga estação dos bondes de Aribiri

Fonte: Disponível em: http://www.morrodomoreno.com.br/materias/arib iri.html. Acesso em 25 de maio de 2019.

Fonte: Disponível em: http://www.morrodomoreno.com.br/materias/arib iri.html. Acesso em 25 de maio de 2019.

Em 1970, entre o rio Aribiri e o Morro do Penedo (identificados na figura 29) foi construído um terminal portuário de Capuaba - em funcionamento – de onde são importados e exportados vários produtos. O terminal suporta, em seu cais, navios de até 250 metros de comprimento (Figura 31).

Destaca-se ainda, na paisagem urbana da Regional Grande Aribiri, a Unidade de Conservação do Parque Municipal Morro da Manteigueira. No local existe uma rica fauna, com vista para a baía de Vitória e para o mangue, bem como trilhas ecológicas (Figura 32).

Figura 31 - Terminal portuário de Capuaba.

Figura 32 - Vista do Parque da Manteigueira.

Fonte: Disponível em: http://www.vilavelha.es.gov.br/paginas/desenvol vimento-economico-complexo-portuario. Acesso em 26 de maio de 2019.

Fonte: Disponível em: http://www.vilavelha.es.gov.br/paginas/desenvol vimento-economico-complexo-portuario. Acesso em 26 de maio de 2019.

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4.2 Identificação dos espaços livres de uso público da Regional Grande Aribiri

A Grande Aribiri possui apenas nove (9) praças distribuídas 17 bairros (Figura 33).

Segundo PDM (VILA VELHA, 2018), a regional é constituída por : Zona Especial de Interesse Ambiental (ZEIA A, ZEIA B); Zona Especial de Interesse Social (ZEIS); Zona Especial de Interesse Econômico – Turismo, Patrimônio Cultural, Retroportuário e Empresarial (ZEIE); Zona de Ocupação Prioritária (ZOP 4, ZOP 5) e

Zona de

Equipamento Especial – Capuaba (ZEE 1), Núcleo de Desenvolvimento (ND), Zona de Ocupação Restrita (ZOR) e Zona Especial de Interesse Público (ZEIP).

O mapeamento a seguir identificou os espaços destinados para as práticas sociais destinados ao lazer, atividades recreativas e esportivas, sendo destacado sua localização na Grande Aribiri. Fazem parte deste grupo as praças, parques urbanos, espaços residuais associados a malha viária e faixa de areia da praia próxima ao mar.

Figura 33 - Mapa dos Espaços Livres de Uso Público da Região III (Praças)

Fonte: Produzido pela autora a partir do ArcGis, no Laboratório 06, da Unidade Acadêmica III, na Universidade Vila Velha, com base na Lei Municipal nº 4707/2008 e no sistema de referência Sirgas 2000, UTM, Zona 24s, 2019.

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Considerando um raio de 400 metros das praças, apenas uma parcela da população da regional é contemplada pelos espaços públicos para práticas sociais. Na figura 34 estão evidenciados, em amarelo, os bairros que não são contemplados por praças no interior dos seus territórios, com destaque para os bairros Ataíde e Ilha das Flores, por serem mais extensos. No total dos dezessete bairros, apenas sete possuem espaços públicos para brincar, que são os bairros: Aribiri, Paul, Cavalieri, Ilha da Conceição, Argolas, Santa Rita e Vila Garrido. Os bairros Ataíde, Chácara do Conde, Garoto, Ilha das Flores, Pedra de Búzios, Primeiro de Maio, Sagrada Família, Vila Batista e Zumbi dos Palmares não são contemplados com espaços livres de uso público.

Ainda na Figura 34 estão identificadas, em verde, as praças que possuem espaço para o brincar e, em vermelho, aquelas com ausência de espaço para brincar. Das noves praças, duas não possuem estes espaços, são elas: a Praça P 1.1 localizada em Argolas e a Praça 15.1 localizada em Aribiri.

Figura 34 – Mapa dos Espaços Livres de Uso Público que possuem Espaço de Brincar.

Fonte: Produzido pela autora a partir do ArcGis, no Laboratório 06, da Unidade Acadêmica III, na Universidade Vila Velha, com base na Lei Municipal nº 4707/2008 e no sistema de referência Sirgas 2000, UTM, Zona 24s, 2019.

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4.3 Identificação das unidades de ensino da Região III Na Regional Grande Aribiri existe vinte e nove unidades de ensino público divididas entre ensino infantil que atende criança de 1 a 5 anos e unidades de ensino fundamental e médio que atendem adolescente e crianças a partir dos 6 anos de idade. Essas foram mapeadas e estão identificadas em amarelo (ensino infantil) e laranja (Ensino fundamental e médio) conforme figura 35.

Vale enfatizar que a identificação e mapeamento das escolas foi realizada tendo em vista que a existência de unidades de ensino nas proximidades das praças garante a vivência do local, pois o fluxo e permanência de crianças e adolescente nos espaços par brincar aumentam, significativamente, nos horários de entrada e saída da escola.

Figura 35 - Mapa da Localização das Unidades de Ensino Público da Região III

Fonte: Produzido pela autora a partir do ArcGis, no Laboratório 06, da Unidade Acadêmica III, na Universidade Vila Velha, com base na Lei Municipal nº 4707/2008 e no sistema de referência Sirgas 2000, UTM, Zona 24s, 2019.

Ao observar a figura 35, que identifica as praças e o raio de abrangência de 400 m de cada uma delas, percebe-se que em quase toda a área de influência das praças

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mapeadas existe a presença de uma ou mais escolas. Apenas a praça Conjunto Barcellos (P15.1), no bairro Aribiri, não existe nenhuma escola nas imediações.

Com o mapeamento da figura 35 é possível perceber que algumas praças se destacam por estarem localizadas próximas a escolas, como por exemplo a Praça José Vereza (P15.3) que nas proximidades possui uma escola de ensino infantil e uma escola de ensino fundamental. Cruzando as informações com a figura 34 é possível identificar que, de Argolas (P1.1), mesmo sendo inserida ao lado de uma unidade de ensino, não possui espaço para o brincar.

Figura 36 - Praça José Vereza (P15.3).

Figura 37 - Praça de Argolas (P1.1).

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

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4.4 Analise dos espaços para o brincar na Regional III

Na tabela 01 a seguir, é levantamento de dados em relação aos equipamentos existentes destinado ao brincar em cada espaço livre de uso público da Regional Grande Aribiri. A localização de cada praça está na figura 33. Com esses dados é possível ter conhecimento de áreas que não apresentam nenhum equipamento destinado ao brincar .

CÓD.

Tabela 1 - Equipamentos existentes nos Espaços Livres de Uso Público da Regional III

P1.1 P4.1 P5.1 P10.1 P11.1 P13.1 P15.1 P15.2 P15.3

PRAÇAS DA REGIÃO III - VILA VELHA Praça de Argolas Praça de Paul Praça Ramon Martinz Praça da Ilha da Conceição Praça de Santa Rita Praça da Amizade Praça de Aribiri Praça Conjunto Barcellos Praça José Vereza

DADOS GERAIS ÁREA DO ÁREA DA ESPAÇO PRAÇA INFANTIL (m²) (m²) 1.209m² 106 m² 6.803 m² 1.094 m² 124,32 m²

ESQUIPAMENTOS EXISTENTES Playground

Quadra

Campo

✔ ✔

✔

✔ ✔

771,33 m²

66 m²

✔

541,12 m² 1.051 m² 483 m²

41,7 m² 52,65 m²

✔ ✔

1586,07 m²

290 m²

✔

Pista de skate

✔

838,38 m² 92,82 m² ✔ Fonte: Produzido pela autora, 2019.

Para a análise da categoria “Proteção e Segurança”, foi necessário avaliar os próprios espaços para brincar, o entorno da praça e as conexões com a praça, visando observar a segurança e as condições de acesso, como travessias, fluxo de pedestre, câmeras para vigilância, iluminação pública. Além disso os aspectos ligados a proteção física: localização do espaço infantil, material do piso da área infantil, material dos brinquedos e estado de conservação dos brinquedos.

Para garantir a segurança física das crianças, os espaços para brincar precisam estar localizados em uma região mais central e protegida da praça. Os materiais devem ser adequados para garantir a segurança e a acessibilidade das crianças. Para as análises também foi de grande importância observar o estado de conservação dos

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brinquedos e o sombreamento dessas áreas garantindo segurança e ambiência adequada.

Os resultados das análises referente a categoria “Proteção e Segurança” apontam que das 09 (nove) praças analisadas presentes na Regional Grande Aribiri, 4 (quatro) delas foram avaliadas como “suficiente” (evidenciada pela cor amarela) e 05 (cinco) “insuficiente” (evidenciada pela cor vermelha). Nenhuma praça da Regional Grande Aribiri obteve resultado “ótimo” ou “bom” em relação a categoria “Proteção e Segurança”.

A praça de Paul (praça P 4.1 – figuras 38 e 39) foi a melhor qualificada, com as maiores notas em relação fluxo de pessoas, além de ser monitorada por câmeras de segurança, possuir travessias que cumprem com os requisitos da análise, boa iluminação pública e ótimo estado de conservação dos espaços para brincar. Contudo, a praça de Paul recebeu nota “suficiente” no indicador tipologia da rua e localização do espaço para brincar. Já o piso do espaço para brincar é de areia, qualificado como “suficiente” (nota 1) já que não garante a salubridade e acessibilidade. O material dos brinquedos é em metal, avaliado como “insuficiente” devido ao risco de impacto e a possibilidade de corrosão.

Figura 38 - Praça de Paul - espaço para brincar.

Figura 39 - Praça de Paul

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

A categoria “Conforto e Imagem” avalia os elementos que proporcionam a relação entre a pessoa e o ambiente; que influencia nas condições de vivência dos usuários em espaços públicos na cidade. Para garantir a qualidade dos aspectos ambientais das praças, essas devem possuir área sombreada superior a 50% de sua extensão, possuir um nível de intensidade sonora abaixo de 55 dB - conforme recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS) para um ambiente urbano adequado - assim

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como não apresentar concentração de sacos de lixos ou detritos espalhados pela praça.

Para a categoria “Conforto e Imagem” as praças que apresentam um resultado “insuficiente” são 06 praças da regional e 03 delas são avaliadas como “suficiente”.

Nenhuma praça obteve resultado “ótimo” ou “bom” em relação a categoria “Conforto e Imagem”.

Nesta categoria as praças que obtiveram as pontuações mais baixas foram as praças P15.1 localizada no bairro de Aribiri e P 11.1, implantada no bairro Santa Rita. Ambas as praças foram avaliadas como “insuficiente” (evidenciado em vermelho). Os indicadores de “poluição sonora” obtiveram baixa pontuação nas duas praças, pois essas encontram-se localizadas próximas a vias com fluxo intenso de veículos. Na praça Santa Rita ainda foram encontrados lixos em alguns pontos influenciando na pontuação baixa.

As figuras 40 e 41 é possível perceber que a praça de Aribiri e Santa Rita. Ambas possuem pouca área de sombra de árvores, que é um elemento que garante o conforto térmico nos espaços.

Figura 40 - Praça de Aribiri

Figura 41 - Praça de Santa Rita

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

A categoria “Acessos e Conexões” compreende os atributos mobilidade, calçada e pavimentação, com indicadores relacionados a infraestrutura dos pavimentos e calçadas da praça, considerando dimensões e superfície adequadas as pessoas, em especial as crianças. Foram avaliados também nesta categoria os acessos a praça, como por exemplo a dimensão total das quadras no torno da praça e a oferta de transporte público nas imediações. A maioria das praças obtiveram resultados “suficientes”. Apenas a praça do bairro Paul (Praça P10.1) atingiu nota “boa”.

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A praça Conjunto Barcelos, localizada no bairro Aribiri, (Praça P15.2). Alcançou a pior nota tendo em vista a pavimentação e dimensões de calçadas inadequadas. Nas figuras 42 e 43 é possível observar a situação da praça Conjunto Barcelos, classificada como “suficiente” para a categoria de “acessos e conexões”.

Figura 42 - Praça Conjunto Barcelos

Figura 43 - Praça Conjunto Barcelos

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Por fim a última categoria avaliada foi “Sociabilidade, Usos e Atividades”. É nela que os diferentes estímulos motores, sensoriais/lúdicos voltado às crianças são avaliados.

Observando os resultados, seis praças receberam notas “suficiente” (evidenciado em amarelo) e três “insuficiente” (evidenciado em vermelho). As piores praças avaliadas nesta categoria foi a praça Conjunto Barcelos (Praça P15.2) e a praça do bairro Ilha da Conceição (P 10.1) por não possuírem equipamentos que auxiliam nos estímulos motores, sensoriais e lúdicos das crianças (Figuras 44 e 45).

Figura 44 - Praça Ilha da Conceição

Figura 45 - Praça Conjunto Barcelos

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Para ilustrar o resultado quantitativo das análises das praças, foram utilizados gráficos do tipo radar (figuras 46) que possibilitam a interpretação de dados, atribuindo os indicadores de determinada categoria, em uma escala que varia de 0 a 3, correspondendo a pontuação atribuída. Nos gráficos do tipo radar, quanto mais

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próxima da extremidade do polígono, maior o valor atribuído e quanto mais próximo do centro, menor o valor. Uma situação ideal seria os resultados alcançarem a forma do hexágono na sua totalidade.

Em relação a categoria “Proteção e Segurança”, o gráfico radar (figura 16) evidencia que as travessias de pedestres, em grande parte, não cumprem os requisitos das análises, bem como a ausência de câmeras de segurança, recebendo avaliação “insuficiente” (nota zero). O fluxo de pedestre recebe destaque nas análises, sendo avaliado como “bom” (nota 2) pois foram observadas a presença de pessoas na maioria das praças. Os demais indicadores, avaliados como suficientes e insuficientes, evidenciam a necessidade de investimentos maiores nos aspectos ligados a segurança viária, segurança pública e proteção física desses espaços, condições essenciais para inclusão de crianças nos espaços públicos.

Observando o gráfico radar da categoria “Conforto e Imagem” é possível notar que o indicador “Sombra e abrigo em área infantil” foi o pior avaliado. Não é só nos espaços infantis que falta sombreamento, pelo gráfico é possível perceber que existem poucas áreas sombreadas em quase todas as praças (indicador “sombra e abrigo"). Considerando que os espaços públicos devem ser um ponto de encontro dos usuários, as áreas de permanências devem ser exploradas de modo a garantir o conforto e estimular a vivência e vitalidade nesses espaços, sendo o sombreamento essencial para garantir o conforto das crianças (Figura 16).

Na categoria “Acessos e Conexões”, o indicador “largura do passeio” - que avalia a faixa livre que deve ser desprovida de obstáculos permanentes ou temporários obteve pontuação “suficiente”. O indicador “pavimentação” - que analisa a existência ou não de desníveis ou buracos a cada 200 m 2 de extensão de praça - obteve pontuação “suficiente” (Figura 16).

Vale destacar que os indicadores relacionados a categoria “ Sociabilidade, usos e atividade” receberam as pontuações mais baixa, evidencias a carência de equipamentos para o estímulo sensorial ou lúdicos. O indicador com a maior pontuação foram os “estímulos motores”. O indicador “brincadeiras de regras” também recebeu nota baixa, tendo em vista que apenas duas praças possuem espaços de quadras/campinhos que possibilitam as brincadeiras de regras (Figura 46).

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Figura 46 - Gráficos radar das categorias avaliadas.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

De acordo com as análises realizadas, foi possível identificar que a Regional Grande Aribiri possui carência em relação a qualidade das praças no que tange a inclusão das crianças, considerando aspectos ligados a quatro grupos temáticos: “Proteção e Segurança”; “Conforto e Imagem”; “Acessos e Conexões”; e “Sociabilidade, Usos e Atividades”.

Na análise geral considerando as quatros categorias, nenhuma praça da Grande Aribiri foi avaliada como “ótima”. Das nove praças avaliadas, quatro obtiveram pontuações “insuficiente” e cinco “suficiente”, evidenciando a necessidade de investimentos em melhorias que atendam a população, em especial nos seus espaços para brincar, garantido também a segurança e conforto para as mesmas.

Vale destacar que os indicadores de fluxo de pedestre na categoria “Proteção e Segurança” e o indicador coleta de lixo na categoria “Conforto e Imagem” foram o que receberam as melhores avaliações, apesar de nenhum indicador ter recebido nota “ótimo”. Esse resultado indica que a apesar das condições precárias, as praças são bem frequentadas e limpas.

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Com a aplicação da análise foi possível evidenciar aspectos positivos e negativos das praças estudadas. As praças com as pontuações mais baixas foram as praças: Praça de Argolas (praça P1.1) na categoria “Proteção e Segurança”; a praça de Aribiri (praça P15.1) e a praça de Santa Rita (praça P11.1) na categoria “Conforto e imagem”; bem como a praça Conjunto Barcelos (praça P15.2) nas categorias “Acessos e conexões” e “Sociabilidade, Usos e Atividades”.

Na figura 47, indica a média das notas das quatro categorias avaliadas, onde de acordo com a média quatro das nove praças da regional foram avaliadas como “insuficiente” e cinco delas foram avaliadas como “suficiente”. As praças com pontuação mais baixa são a praça 10.1 (Praça Ilha da Conceição), praça 11.1 (Praça de Santa Rita), praça 15.1 (praça de Aribiri) e a praça 15.2 (Praça Conjunto Barcelos), conforme destacado na Figura 45.

Figura 47 - Mapa com as avaliações finais das praças.

Fonte: Produzido pela autora a partir do ArcGis, no Laboratório 06, da Unidade Acadêmica III, na Universidade Vila Velha, com base na Lei Municipal nº 4707/2008 e no sistema de referência Sirgas 2000, UTM, Zona 24s, 2019.

Com os resultados das avaliações, foi elaborada uma ficha técnica de modo a sintetizar as informações referentes aos espaços para brincar das praças da Grande Aribiri. A seguir, a tabela 2 evidencia os principais pontos.

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Tabela 2 - Ficha técnica dos espaços livres de uso público.

Localização

Ficha técnica Praça de Argolas (P1.1) Bairro: Argolas Área: 1.209 m² Área do espaço infantil: não possui; Mobilidade: não possui nas proximidades Uso do entorno: Predominância do uso residencial Praça de Paul (P4.1) Bairro: Paul Área: 6.803 m² Área do espaço infantil: 106 m² Mobilidade: Ponto de ônibus Uso do entorno: Uso misto Praça Ramon Martinez (P5.1) Bairro: Vila Garrido Área: 1.094 m² Área do espaço infantil: 124,32 m² Mobilidade: Ponto de ônibus; transporte alternativo (vans); Uso do entorno: Uso misto Praça Ilha da Conceição (P10.1) Bairro: Ilha da Conceição Área: 731,33 m² Área do espaço infantil: 66 m² Mobilidade: não possui nas proximidades Uso do entorno: Predominância do uso residencial Praça de Santa Rita (P11.1) Bairro: Santa Rita Área: 541,12 m² Área do espaço infantil: 41,17 m² Mobilidade: Ponto de ônibus Uso do entorno: Uso misto Praça da Amizade (P13.1) Bairro: Cavalieri Área: 1.051 m² Área do espaço infantil: 52,65 m² Mobilidade: Ponto de ônibus Uso do entorno: Predominância do uso residencial Praça de Aribiri (P15.1) Bairro: Aribiri Área: 483 m² Área do espaço infantil: não possui Mobilidade: Ponto de ônibus Uso do entorno: Uso misto

Imagens

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Praça Conjunto Barcelos (P15.2) Bairro: Aribiri Área: 1.586,07 m² Área do espaço infantil: 290 m² Mobilidade: Aribiri Uso do entorno: Predominância do uso residencial Praça José Vereza (P15.3) Bairro: Aribiri Área: 838,38 m² Área do espaço infantil: 92,82 m² Mobilidade: Ponto de ônibus Uso do entorno: Predominância do uso residencial

CAPÍTULO 5

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5 PROPOSTAS PROJETUAIS

O foco das propostas projetuais são os espaços livres de uso público, priorizando o espaço para brincar nas regiões menos favoráveis da Regional Grande Aribiri, para assim, proporcionar um espaço de qualidade que possibilite o desenvolvimento e o aprendizado das crianças.

Para elaboração das propostas projetuais foi necessário a produção de um mapa síntese (figura 48) contendo os resultados das análises das praças da Regional Grande Aribiri. Além disso, tendo em vista a carência dos espaços livres na regional, foram também mapeadas áreas que são consideradas potenciais para receber um novo espaço livre de uso público destinado principalmente ao brincar.

A figura 48 ilustra o mapa síntese elaborado para compreensão dos espaços livres de uso público existentes na regional e as novas áreas potenciais, possíveis de receberem intervenções. Considerando um raio de abrangência de 400 metros de cada praça é possível perceber que parte da regional não é contemplada por espaços livres para práticas sociais.

Sendo assim, visando ampliar as áreas contempladas por espaços para brincar, a figura 48 destaca três categorias de praças e seus raios de influência: a) aquelas avaliadas como “suficientes” (raio tracejado em cinza), b) praças avaliadas como “insuficientes” (raio tracejado em cinza com preenchimento em amarelo) e c) áreas potenciais (raio tracejado em vermelho) - situadas próximas a escolas de ensino infantil e/ou médio - e que não estão contempladas no raio de influência das praças existentes .

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Figura 48 - Mapa síntese

Fonte: Produzido pela autora a partir do ArcGis, no Laboratório 06, da Unidade Acadêmica III, na Universidade Vila Velha, com base na Lei Municipal nº 4707/2008 e no sistema de referência Sirgas 2000, UTM, Zona 24s, 2019.

A identificação das áreas de intervenções considerou o resultado das avaliações realizada nesta pesquisa, mas também áreas potenciais para a instalação de novos espaços para brincar. Sendo assim, para o ensaio projetual proposto nesse trabalho de conclusão de curso buscou-se identificar espaços com características diversas e, portanto, foram selecionadas as seguintes áreas de intervenção: 

Praça próxima a uma escola (identificada como 1* na figura 48);



Praça avaliada como “insuficiente” e com a pior nota na avaliação geral dos espaços para brincar na Regional Grande Aribiri (identificada como 2* na figura 48)



Área potencial para apresentação de uma nova proposta projetual (identificada como 3* na figura 48)

Foi assim, identificada a Praça de Argolas (P1.1), localizada no bairro Argolas, pois além de possuir uma avaliação “insuficiente”, possui, em seu perímetro, uma escola

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municipal de ensino fundamental (UMEF Ana Bernardes Rocha), permitindo, assim, maior integração dos alunos aos espaços livres de uso público.

A segunda área de intervenção trata-se da praça Conjunto Barcelos (P 15.1), localizada no bairro Aribiri. Foi escolhida tendo em vista a pior avaliação em relação as nove praças existentes na regional.

Por último foi selecionado uma área potencial (ponto 3* na figura 46) para receber uma proposta projetual de um novo espaço livre de uso público para a regional Grande Aribiri, esta área está localizada no bairro Santa Rita. Foi identificada por ser uma área onde vai proporcionar maiores vivências para as crianças da região além de possuir uma escola (UMEF Leonel de Moura) ao lado da área.

5.1 PROPOSTA PROJETUAL 1 – Praça de Argolas

A

primeira

proposta

projetual

Figura 49 - Localização da Praça de Argolas.

apresentada está localizada no bairro de Argolas, praça nomeada com Praça de Argolas. Ela possui características importantes que justificam a escolha da mesma para uma proposta projetual, como por exemplo a proximidade com a escola UMEF Ana Bernardes Rocha onde influencia diretamente no fluxo de crianças

que

frequentaram,

possibilitando uma conexão entre a escola e a praça.

Fonte: Google Earth, 2019.

Levando em consideração os indicadores estudados nas análises, foi proposto um espaço livre de uso público ao brincar com a possibilidade de realizar atividades lúdicas fundamentais para o crescimento e desenvolvimento da infância. Tais aspectos justificam a disposição de alguns dos equipamentos presentes na implantação da Praça de Argola, ilustrada na figura 50.

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Figura 50 - Implantação da Praça de Argolas.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

O playground na praça está instalado em uma área mais central e com cercamento garantindo, assim a segurança da criança em relação ao fluxo de veículos. Uma questão importante a ser considerada na área do playground é o material do piso, sendo o piso de borracha o especificado para o projeto pois garante a segurança da criança amortecendo uma possível queda, além de possuir características antiderrapantes e absorção de impacto.

Para facilitar a integração da escola com a praça são propostas rampas que garantem a acessibilidade e escadas – instaladas na parte do talude - que servem como arquibancada trazendo um outro meio de conexão. Uma outra proposta de conexão com a escola e a praça - pensado exclusivamente nas crianças e na integração lúdica com o espaço livre - é o escorregador que conduz até o playground atraindo a criança

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para o uso desses ambientes. Na figura 51 abaixo é possível observar esses três elementos que conectam a escola e a praça.

Figura 51 - Perspectiva geral da Praça de Argolas.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

A figura 52, a seguir, ilustra o espaço para brincar e a rampa de acesso para a escola UMEF Ana Bernardes Rocha. O playground possui proteção, delimitando o espaço para brincar e, assim, promover a segurança das crianças que utilizam esta área.

Figura 52 - Praça de Argolas: espaço para o brincar e rampa de acesso para a escola.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

60

Na figura 53 é possível compreender melhor a conexão do playground com a escola através do escorregador. Para influenciar na criatividade das crianças também é proposto quadros de giz que auxiliam na atividade lúdicas proporcionando o desenvolvimento da criança.

Figura 53 - Praça de Argolas: espaço para o brincar.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

A praça também conta com mobiliários para atender a população residente nas proximidades, tais como paraciclos, bancos e mesas de jogos, criando um espaço livre de uso público para todos, promovendo a vivência urbana. Na figura 54 a seguir é possível observar a distribuição desses mobiliários urbanos na praça.

Figura 54 - Praça de Argolas.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

61

Figura 55 - Praça de Argolas.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

Na figura 56 é possível observar mobiliários pensados na integração, em especial de jovens e adolescentes, que poderão utilizá-los para assistir um jogo ou apenas encontros entre amigos, proporcionando a vivência completa de um espaço livre de uso público.

Figura 56 - Praça de Argolas: área com mesas.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

62

Entre a escola e a praça existe um desnível considerável onde foi possível aproveitar essa diferença de nível para propor uma arquibancada com área de permanência na inclinação do terreno, criando também uma conexão com a escola (Figura 56).

Figura 57 - Praça de Argolas: vista da arquibancada.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

Figura 58 - Praça de Argolas: Arquibancadas com acesso à escola.

Figura 59 - Praça de Argolas: quadra.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

As figuras 60 e 61, a seguir, comprovam como uma boa proposta pode transformar a cidade, trazendo mais vitalidade, acessibilidade, conexão e segurança, através do uso de cores, infraestrutura, mobiliário e materiais adequados. Atualmente (figura 60) é possível notar que a praça não possui praticamente nenhum atrativo aos usuários a frequentarem os espaços públicos. Já na figura 61 que demostra a proposta, é notável a presença de vários elementos que atraem as pessoas para os espaços livres de uso público.

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Figura 60 - Praça de Argolas atual.

Figura 61 - Proposta da Praça de Argolas.

Fonte: Google Earth, 2019.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

5.1 PROPOSTA PROJETUAL 2 – Praça Conjunto Barcelos

A segunda proposta projetual é na Praça Conjunto Barcelos (identificada na figura 46 como 2*), localizada no bairro Aribiri com uma área aproximadamente de 1.586m².

Das nove praças, a Praça Conjunto Barcelos foi a pior avaliada, classificada como “insuficiente” de acordo com as análises. Segue abaixo figura 62 com a perspectiva da localização da praça.

Figura 62 - Localização da Praça Conjunto Barcelos.

Fonte: Google Earth, 2019.

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A figura 63 abaixo ilustra a proposta realizada na praça Conjunto Barcelos. Na praça são propostos equipamentos que atendem a população de várias faixas etárias, mas principalmente crianças e adolescentes, de diferentes idades, tais como: playground, quadra esportiva, mesas de jogos, obstáculos para skate, além de espaço de permanência, pergolado e mesas e outros mobiliários urbanos.

Figura 63 - Implantação da Praça Conjunto Barcelos

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

65

A proposta ainda visa a instalação de uma estação de bicicleta compartilhada, tendo em vista a localização da praça, próxima a uma das vias arteriais da cidade (Av. Carlos Lindeberg). Na figura 64 é possível visualizar esses equipamentos na praça.

Figura 64 - Perspectiva da Praça Conjunto Barcelos.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

A figura 65 apresenta a área destinada ao brincar, contornada por uma pista colorida para atrair crianças menores (2 a 5 anos) para utilizar o espaço com bicicleta, triciclos e patinetes.

Figura 65 - Praça Conjunto Barcelos.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

66

O playground também está localizado no centro da praça, cercado com um gradil e também composto por uma barreira de vegetação que garante ainda mais a segurança da área, tranquilizando os pais ou responsáveis que levam as crianças para utilizaram o espaço livre de uso público.

Figura 66 - Praça Conjunto Barcelos: Playground.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

Figura 67 - Praça Conjunto Barcelos: pista colorida.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

67

Para atender o público adolescente, a proposta inclui uma quadra poliesportiva, onde é possível realizar a pratica de esportes como o futebol, basquete e vôlei (Figura 68).

Figura 68 - Praça Conjunto Barcelos: quadra esportiva e bike compartilhada.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

Ao lado da quadra, estão os espaços de permanências com pergolados e mesas de jogos e uma área com mobiliários urbanos. Próximo a quadra, na parte superior da praça, concentram-se alguns obstáculos para crianças que estão aprendendo a andar de skate. Tais espaços estão ilustrados na figura 69 a seguir.

Figura 69 - Praça Conjunto Barcelos: obstáculos para skate, pergolados e área de mesas.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

68

Figura 70 - Praça Conjunto Barcelos: área com mobiliários urbanos.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

As figuras 71 e 72 a seguir mostram a evolução da proposta para a Praça Conjunto Barcelos, onde atualmente não existe nenhum equipamento atrativo aos usuários para frequentarem os espaços livre de uso público.

Figura 71 - Praça Barcelos atual.

Figura 72 - Proposta da Praça Conjunto Barcelos.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

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5.1 PROPOSTA PROJETUAL 3 – Área potencial “Caminho para a escola”

A área potencial escolhida

Figura 73 - Localização da área potencial.

para elaboração do terceiro ensaio projetual (identificada na figura 48 como 3*), está localizada no bairro Santa Rita voltado para a Av. Capuaba (Figura 73). Foi indicada para a proposta projetual pois é uma área

com

potencial

para

receber um novo espaço livre

Fonte: Google Earth, 2019.

de uso público por estar localização em uma região carente de um espaço de qualidade e por ser contemplada ao lado de uma escola. Esta área está localizada em uma zona de ocupação prioritária – ZOP. A Zona de Ocupação Prioritária corresponde à parcela do território municipal com melhor infraestrutura ou com potencial para incremento, onde deve ocorrer o incentivo ao adensamento e à renovação urbana, com predominância do uso residencial e prevenção de impactos gerados por usos e atividades econômicas potencialmente geradoras de impacto urbano e ambiental.

A proposta idealizada para esta área foi pensada em um local onde a criança é o principal usuário. Transformando o espaço público uma extensão da escola, possibilitando a realização de atividades educativas nesse espaço, contribuindo no enriquecimento sociocultural, na construção de cidades inclusivas e possibilitando o ciclo completo da convivência urbana.

A figura 74 a seguir ilustra a implantação da proposta projetual de novo espaço livre de uso público para o brincar na regional Grande Aribiri. O espaço foi setorizado nas seguintes áreas: 01) playground 01; 02) bike compartilhada; 03) área de vivência; 04) atividade lúdicas; 05) horta comunitária; 6) playground 02; 07) mesas; 08) jardim sensorial; 09) pista de skate; 10) academia popular; 11) deck para contemplação. São áreas que atendem desde a criança/adolescente que frequenta a escola vizinha e também a população da redondeza. Foi pensando uma setorização que induza, com segurança, a criança até a chegada da escola - nomeado como “caminho da escola”.

70

Figura 74 - Implantação da área potencial.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

A figura 75 ilustra o primeiro espaço do “Playground 01”, localizado exatamente ao lado da escola. A proposta da área para o brincar inclui equipamentos destinados aos estímulos motores que permitem múltiplas atividade como: subir, escalar, pular, correr e escorregar.

Figura 75 - Área potencial: Playground 01.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

71

Ao lado do primeiro espaço para brincar foi proposto a instalação de uma estação de bicicleta compartilhada, tendo em vista a localização da praça, ao lado a Av. Capuaba.

(Figura 76).

Figura 76 - Área potencial: bicicleta compartilhada.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

A figura 77 demostra a existência de áreas para vivência contribuindo para o convívio e a interação social da comunidade. Ainda é possível observar nesta imagem a presença de desenhos e pinturas no pavimento que incentivam as brincadeiras lúdicas durante o caminho das crianças à escola.

Figura 77 - Área potencial: área de vivência e atividades lúdicas.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

72

Proporcionando a integração da escola e da comunidade com o espaço livre de uso público, foi proposta uma horta comunitária de modo a integração das pessoas, em especial as crianças e seus familiares, com a natureza através de práticas que proporcionam benefícios físicos e mentais.

Figura 78 - Área potencial: Horta comunitária.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

O Playgrund 2, indicado na figura 74 (número 6), é a principal área destinada ao brincar, que busca instigar a curiosidade da criança com equipamentos que garantem o desenvolvimento físico e a ludicidade. Nesta imagem ainda é possível visualizar que entre a rua e o espaço para brincar, existe uma distância segura, além de barreiras de vegetação garantindo, assim, a maior segurança e tranquilidade dos pais ou responsáveis.

Figura 79 - Área potencial: playground 02.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

73

Ao lado do playground 2 foram propostas áreas com mesas, garantindo maior conforto para os responsáveis que acompanham as crianças, contribuindo também com a integração e convívio social.

Figura 80 - Área potencial: área de mesas.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

O jardim sensorial foi idealizado pensando na oportunidade de estimular o desenvolvimento físico e psicológico das crianças, proporcionando o contato com a natureza, oferecendo novos espaços para aprendizagem de cores, plantas e texturas, além de estimular o equilibro e os sentidos da visão, audição, olfato e tato.

Figura 81 - Área potencial: jardim sensorial.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

74

Para atender diversas idades e públicos, foi proposta, em um local mais afastado, conforme figura 74, alguns equipamentos para crianças e adolescentes praticarem skate (Figura 82).

Figura 82 - Área potencial: pista de skate.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

Para atender o público adulto da região, foi proposta uma academia ao ar livre que possibilita o acesso a prática de exercícios físicos, oferecendo qualidade de vida a todos (Figura 83).

Figura 83 - Área potencial: academia popular.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

75

Por fim, a última área identificada na implantação é o deck. Com intuito de criar uma área de contemplação do espaço livre de uso público, e também para prática de pipa, foi proposto um deck na pedra existente no terreno, criando um ambiente mais calmo em relação a outras áreas existentes. O acesso ao deck é através de uma pequena trilha que proporciona um contato maior com a natureza presente no local.

Figura 84 - Área potencial: vista do deck para contemplação.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

As figuras abaixo (figuras 85 e 86), ilustram a evolução da proposta de um novo espaço de uso público para a regional, onde atualmente é um local vulnerável, com lixos e entulhos. A proposta projetual proporciona um ambiente seguro e de qualidade para os usuários da região.

Figura 85 - Nova área: imagem atual.

Figura 86 - Nova área: proposta projetual.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Fonte: Produzido pela autora, 2019.

CAPÍTULO 6

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das pesquisas sobre o Brincar na cidade e da leitura de referenciais teóricos sobre Espaços Livres de Uso Público foi possível, com esse trabalho, listar aspectos importantes que devem ser considerados nos espaços livres para brincar, como a aspectos ligados a proteção e segurança, estímulos físicos e sensoriais, a presença de arborização para garantir o conforto térmico, dentre outros.

A fim de compreender como são os ambientes de brincar foram realizados estudos de caso nacional e internacional, trazendo a realidade de projetos pensados próximos a região de análise e projetos que são desenvolvimento no mundo. Através dos Espaços Livres de Uso Público nas grandes cidades, possibilita-se as relações de interações sociais, de jogos e brincadeira ao ar livre para as crianças, conectando a comunidade.

Por meio das vivências a criança desenvolve sua autoestima e autonomia, tornandose capaz de interferir positivamente no desenvolvimento e crescimento futuro da cidade.

Com a aplicação da análise foi possível evidenciar aspectos positivos e negativos das praças estudadas. As praças com as pontuações mais baixas foram as praças: Praça de Argolas (praça P1.1) na categoria “Proteção e Segurança”; a praça de Aribiri (praça P15.1) e a praça de Santa Rita (praça P11.1) na categoria “Conforto e imagem”; bem como a praça Conjunto Barcelos (praça P15.2) nas categorias “Acessos e conexões” e “Sociabilidade, Usos e Atividades”.

As propostas projetuais apresentadas tem como objetivo proporcionar um espaço para o brincar na cidade, garantindo o bem-estar da criança através de equipamentos seguros e com qualidade suprindo a demanda da regional. Além de propor áreas de vivências, espaços para a prática de exercícios físicos ao ar livre, as propostas que visam oferecer qualidade de vida aos usuários.

Com os resultados, obtidos auxiliaram no melhor entendimento da interface entre as infâncias contemporâneas e a cidade, bem como indicam que as praças necessitam de um novo olhar voltado a atender as reais necessidades das crianças. Por meio das diretrizes projetuais indispensáveis na criação de um espaço livre de uso público considerando, a localização desse espaço na praça, cercamento e os materiais

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utilizados nos equipamentos além de se considerado o conforto ambiental através de sombras geradas por arborização urbana.

Esse

trabalho

buscou-se

compreender

melhor

a

inserção

das

infâncias

contemporâneas e a cidade, bem como indicam que as praças necessitam de um novo olhar voltado a atender as reais necessidades das crianças.

REFERÃ&#x160;NCIAS

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

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ANEXOS

ATR Segurança Pública Ambiente

PARÂMETRO DE AVALIAÇÃO Pontuação 2 Pontuação 1 (Bom) (Suficiente) ≥ 75% das ≥ 50% das travessias travessias Travessias* cumprem os cumprem os requisitos requisitos Vias Vias compartilhas compartilhadas Velocidade ≤ 20 Velocidade ≤ 30 km/h km/h Tipologia Vias exclusivas Vias com Vias com da rua para pedestres calçada calçadas segregadas segregadas Velocidade ≤ 30 Velocidade ≤ 50 km/h km/h Resultado da Resultado da Resultado da Iluminação** avaliação = 100 avaliação = 90 avaliação = 60 Em um dos Em um dos Nos turnos turnos (diurno ou turnos (diurno ou Fluxo de diurno e noturno noturno) durante noturno) em pedestres*** em todos os dias dias uteis ou todos os dias da da semana finais de semana semana e feriados Câmeras de Presença segurança Localização Próximo as vias Central e com Central e sem do espaço e com cercamento cercamento infantil cercamento Material piso Piso Grama natural Areia área infantil emborrachado ou sintética.

Materiais Plástico Madeira ou dos Concreto rotomoldado emborrachado brinquedos Estado de conservação Otimo Bom Suficiente dos brinquedos Coleta de Resultado da Resultado da Resultado da lixo**** avaliação = 100 avaliação = 90 avaliação = 80 Poluição ≤ 55 dB(A ≤ 70 dB(A) ≤ 80 dB(A) sonora Sombra e ≥ 75% da área ≥ 50% da área ≥ 25% da área abrigo Sombra e abrigo em ≥ 75% da área ≥ 50% da área ≥ 25% da área área especifica Presença de Presença de Assentos**** Presença de assentos com assentos com * assentos em quantidade quantidade INDICADOR ES

Mobiliá rio

CONFORTO E IMAGEM

Proteção Física

PROTEÇÃO E SEGURANÇA

Segurança viária

CAT

ANEXO A – Tabela para análises dos espaços livres de uso público

Pontuação 3 (Ótimo) 100% das travessias cumprem os requisitos

Pontuação 0 (Insuficiente) < 50% das travessias cumprem os requisitos Vias compartilhadas Velocidade > 30 km/h Vias com calçadas segregadas Velocidade > 50 km/h Resultado da avaliação = <60 Ausência de pedestre em diferentes turnos e dias de semana Ausência Próximo as vias e sem cercamento Piso asfáltico ou intertravado Metal

Insuficiente Resultado da avaliação < 80 > 80 dB(A) < 25% da área

< 25% da área

Ausência de assentos

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adequada para uso (1 assento de 30,5 cm por cada 11m² de praça)

Calçada e pavimentação Estímulos

SOCIABILIDADE, USOS E ATIVIDADES

ACESSOS E CONEXÔES

Largura

Largura mínima ≥2m e comporta o fluxo de pedestres ou trata-se de uma via exclusiva para pedestre

adequada para uso (cumpri até 50% do valor estabelecido para a nota 3) Largura mínima ≥1,5m e comporta o fluxo de pedestres, ou é uma via compartilhada e comporto fluxo de pedestre

locais permanência

Largura mínima ≥1,5m e não comporta o fluxo de pedestres, ou é uma via compartilhada e comporto fluxo de pedestre

Inexistência de pavimentação em algum trecho ou > 10 buracos ou desníveis a cada 100 m de extensão Inexistência de Todo o trecho é pavimentação pavimentado. ≤ em algum trecho 10 buracos ou ou > 10 buracos desníveis a cada ou desníveis a 100 m de cada 100 m de extensão extensão ≥3 <2 equipamentos equipamentos ≥1 Nenhuma possibilidades de possibilidade de estímulos estímulos sensórias/lúdicos sensórias/lúdicos

Pavimentaç ão

Todo o trecho é pavimentado, não há buracos ou desníveis

Todo o trecho é Todo o trecho é pavimentado. ≤ 5 pavimentado. ≤ buracos ou 10 buracos ou desníveis a cada desníveis a cada 100 m de 100 m de extensão extensão

Pavimentaç ão da praça

Todo o trecho é pavimentado, não há buracos ou desníveis

Todo o trecho é pavimentado. ≤ 5 buracos ou desníveis a cada 200 m² de extensão

Estímulos motores

≥5 equipamentos

Estímulos sensórias/ lúdicos Brincadeiras de regras

≥4 equipamentos ≥3 ≥ 3possibilidades possibilidades de de estímulos estímulos sensórias/lúdicos sensórias/lúdicos Presença

Largura mínima < 1,5m

Ausência

* São requisitos de qualidade: presença adequada de faixa de pedestre, rebaixo da calçada, piso podotátil e sinalização viária. ** Cálculo foi obtido através da soma das notas +20 quando há pontos de iluminação voltados para a rua; + 40 quando há pontos de iluminação dedicados ao pedestre; +40 quando há pontos de iluminação nas travessias; -10 quando há obstruções de iluminação devido a presença de árvores ou lâmpadas quebradas. *** O período de contagem para o fluxo de pessoas foi o de 15 minutos, entre às 15h e 17h, durante os meses de dezembro 2018 a março de 2019. **** O cálculo se dá pela subtração das notas a partir da nota +100 (valor de referência para um ambiente limpo e adequado ao pedestre). -10 presença de saco de lixos; -20 e detritos; -40 lixo critico; e -30 entulhos.

Fonte: elaborado pelos autores com base no iCam, 2018.