Revista Lavoura Arrozeira nº 460

Page 20

Seminário

Arroz vermelho: fórmula antiga ainda é mais eficiente Evento internacional reuniu especialistas e mostrou que práticas conhecidas são tão importantes quando as novas tecnologias na prevenção

20

Lavoura Arrozeira

pré-germinado; aplicar herbicidas na lavoura no ponto de agulha; irrigar o arroz na época certa, quando a planta tem três a quatro folhas; e controlar o escape (plantas que resistiram aos demais cuidados). “Muitos produtores usam uma ferramenta só e deixam Auditório da PUCRS recebeu 300 participantes de lado as demais, seja por dificuldade, seja por economia. Com 10 anos de uso, o Clearfield é Só lançam mão de todas quando a tecnologia mais avançada dispoestão no limite”, observa. nível no Brasil. “Mas ele isolado não Prova de que as práticas de maneresolve, entre as plantas existe resisjo devem ser executadas em contência”, ressalta Kalsing. Cultivares junto é que o Rio Grande do Sul tem transgênicas, resistentes aos herbicia maior área de arroz Clearfield do das que eliminam o arroz vermelho, mundo (aproximadamente 60% do 1 ou fruto do melhoramento genético, milhão de hectares cultivados), e ainsão objeto de muita pesquisa mais da perde quase 1 milhão de toneladas ainda não têm aplicação comercial. devido ao arroz vermelho. “Usar os O II Seminário Latino Americano controles químicos mais o manejo do Arroz Vermelho contou com o adequado é a receita do sucesso”, apoio do CNPq, do Flar, da Sosbai e afirma o pesquisador do Irga. da Sbcpd.

As cinco principais práticas de manejo: 1 2 3 4 5

Usar sementes certificadas Cultivar no sistema pré-germinado Aplicar o herbicida no ponto de agulha da lavoura Irrigar na época correta (lavoura com três a quatro folhas) Controlar o escape (as plantas que escaparam ao controle anterior)

Foto: Divulgação/Irga

A

pesar de antigas, as boas práticas no manejo do arroz para evitar a incidência do arroz vermelho ainda não são plenamente adotadas pelo produtor gaúcho. Todos os anos, a praga abrevia em 10% a safra do Rio Grande do Sul, que poderia ser cerca de 800 mil toneladas maior, e impede que circulem US$ 250 milhões na economia. Para trazer à tona o debate que nunca deixa de ser atual, o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) reeditou, nos dias 4 e 5 de julho, o Seminário Latino Americano sobre Arroz Vermelho. Na segunda edição do evento, 15 anos depois da estreia, 300 pessoas reuniram-se na PUCRS, em Porto Alegre, para ouvir 21 palestrantes - de Israel, Estados Unidos, Colômbia, Filipinas, Itália e Brasil. Muito se falou sobre avançadas tecnologias, como o arroz transgênico que a China já planta e o Brasil ainda não, mas igual espaço tiveram os princípios básicos, aquelas práticas de manejo tão fundamentais quanto conhecidas pelo produtor, mas que ainda não são aplicadas como deveriam. Augusto Kalsing, pesquisador da seção de Agronomia do Irga, lista as cinco principais práticas de manejo para combater o arroz vermelho: usar sementes certificadas; cultivar no sistema


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.