Introdução à Mitologia Grega

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Copyright © 2020 by Laura Scopel Título Original Introdução à Mitologia Grega Preparação Laura Scopel Revisão Laura Scopel Design e Capa Laura Scopel Ilustrações e Elementos Gráficos Laura Scopel

CIP - BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DO LIVROS, RJ Scopel, Laura Introdução à Mitologia Grega/Laura Scopel. 1ª ed. -- Porto Alegre: 2020. 64 p: il. ; 24 cm. 1. Mitologia grega CDD: 292.08 CDU: 255.2

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SUMÁRIO A origem I. Os deuses Primordiais / 6 II. Os titãs / 12 III. Titanomaquia / 20 IV. O Olimpo / 22 Os deuses I. Afrodite / 26 II. Apolo / 28 III. Ares / 30 IV. Ártemis / 32 V. Atena / 34 VI. Deméter / 36 VII. Dionísio / 38 VIII. Hades / 40 IX. Hefesto / 42 X. Hera / 44 XI. Hermes / 46 XII. Poseidon / 48 XIII. Zeus / 50 Contos e Mitos I. A caixa de Pandora / 54 II. Midas e o Toque de Ouro / 56 III. Teseu e o Minotauro / 58 IV. Narciso e o Espelho / 60 V. Perseu e Medusa / 62

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A ORIGEM 5


I OS DEUSES PRIMORDIAIS Na origem, nada tinha forma no universo. Tudo se confundia, e não era possível distinguir a terra do céu nem do mar. Esse abismo nebuloso se chamava Caos. Uma força misteriosa, talvez um deus, resolveu pôr ordem nisso. Começou reunindo o material para moldar o disco terrestre, depois o pendurou no vazio. Em cima, cavou a abóbada celeste, que encheu de ar e de luz. Planícies verdejantes se estenderam então na superfície da terra, e montanhas rochosas se ergueram acima dos vales. A água dos mares veio rodear as terras. Obedecendo à ordem divina, as águas penetraram nas bacias para formar lagos, torrentes desceram das encostas, e rios serpearam entre os barrancos. Assim, foram criadas as partes essenciais de nosso mundo. Elas só esperavam seus habitantes. Os astros e os deuses logo iriam ocupar o céu, depois, no fundo do mar, os peixes de escamas luzidias estabeleceriam domicílio, o ar seria reservado aos pássaros e a terra a todos os outros animais, ainda selvagens. Era necessário um casal de divindades para gerar novos deuses. Foram Urano, o Céu, e Gaia, a Terra, que puseram no mundo uma porção de seres estranhos.

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caos A primeira divindade a surgir no universo, portanto o mais velho dos deuses. A natureza divina de Caos é de difícil entendimento, devido às mudanças que a idéia de “caos” sofreu com o passar da épocas. Caos, primeiramente vou dito como o AR, só que mais tarde passou a ser visto como uma mistura de todos os elementos juntos.

gaia A mãe de todos os Deuses, simbolizava a Terra. Ela seria a Segunda Divindade Primordial nasceu logo após Caos. Teria uma natureza forte, por fazer surgir Urano, Pontos e as montanhas.

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URANO Era a personificação o céu. Foi gerado espontaneamente por Gaia (a Terra) e casou-se com sua mãe. Ambos foram ancestrais da maioria dos deuses gregos.

TÁRTARO Era a personificação do Inferno. Nele estavam as cavernas e grutas mais profundas e os cantos mais terríveis do reino de Hades, o mundo dos mortos, para onde todos os inimigos do Olimpo eram enviados e onde eram castigados por seus crimes. Lá os Titãs foram aprisionados por Zeus após a Titanomaquia.

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ÉREBO Era a personificação da escuridão; precisamente o criador das Trevas. Tinha seus domínios demarcados por seus mantos escuros e sem vida, predominando sobre as regiões do espaço conhecidas como “Vácuo” logo acima dos mantos noturnos de sua irmã Nix, a personificação da noite.

NIX Era a personificação da noite. Era filha do Caos, o que a torna uma das primeiras criaturas a emergir do vazio. Dessas forças primordiais sobreveio o resto dos deuses gregas. E Nix era responsável por dar origem aos filhos divinos.

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HÉMERA Era personificação do dia (a deusa é interligada ao fato mitológico de poder ter sido a primeira deusa a representar o sol). Filha de Nix (a noite) com Erebo (deus da escuridão). Teve um romance com seu irmão Éter e com ele teve uma filha, Tálassa. Unida a este, também gerou seres não antropomorfizados: Tristeza, Cólera, Mentira, etc.

ÉTER Era a personificação do conceito de “céu superior”, o “céu sem limites”. Era o ar elevado, puro e brilhante, respirado pelos deuses, contrapondo-se ao ar obscuro, que os mortais respiravam, sendo deus desconhecido da matéria, em consequência as moléculas de ar que formam o ar e seus derivados.

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PONTOs Antigo deus do mar, tal como Urano, nasceu por partenogénese de Gaia, a Terra.

TALÁSSA Foi uma deusa primordial do mar, filha de Éter e Hemera. Ela era a personificação feminina do mar Mediterrâneo. Com Pontos, ela foi a mãe da ninfa Hália, às vezes também do Gigante Egeon, a personificação do mar egeo, dos nove Telquines e de todos os peixes e seres do mar. Quando o sêmen de Urano a fecundou, ela teve Dione, a deusa das ninfas.

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II OS TITÃS Da união de Gaia e Urano nasceram primeiro seis meninos e seis meninas, os Titãs e as Titânides, todos de natureza divina, como seus pais. A descendência de Urano e Gaia não parou nesses filhos. Conceberam ainda seres monstruosos como os Ciclopes, que só tinham um olho, bem redondo, no meio da testa, e os Cem-Braços, monstros gigantescos e violentos. Todos viviam no Tártaro, uma região escondida nas profundezas da terra. Nenhum deles podia ver a luz do dia, porque seu pai os proibia de sair. Gaia, a mãe, quis libertá-los. Ela apelou para seus primeiros filhos, os Titãs, mas todos se recusaram a ajudá-la, exceto Crono. Os dois arquitetaram juntos um plano que deveria acabar com o poder tirânico de Urano. Certa noite, guiado pela mãe, Crono entrou no quarto dos pais. Estava muito escuro lá, mas o luar lhe permitiu ver seu pai, que roncava tranquilo. Com um golpe de foice, cortou-lhe os testículos. Urano, mutilado, berrou de raiva, enquanto Gaia dava gritos de alegria. Esse atentado punha fim a uma autoridade que ela estava cansada de suportar, e a inútil descendência deles parava aí — ou quase... Algumas gotas de sangue da ferida de Urano caíram na terra e a fecundaram, dando origem a demônios, as Erínias, a outros monstros, os Gigantes, e às ninfas, as Melíades.

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CRONOS Era o rei e o mais poderoso dos titãs. Era o deus primordial do tempo, no qual o é tempo descrito como uma força destrutiva e devoradora. Com ajuda de seus irmão titãs, Cronos foi capas de destituir seu pai Urano e governar o cosmos.

OCEANO Simbolizava os oceanos, acreditavase que ele continha todo o mundo em suas águas e foi um dos poucos que não participou da batalha da contra os deuses, permanecendo neutro. Era o marido da titãnide Tétis e pais de três mil espíritoscórregos e três mil ninfas do oceano.

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CEOS Foi o deus titã do norte e o titã da resolução e da inteligência. Mas também da incorporação dos eixo celeste ao redor do qual os céus giram. Era casado com sua irmã Febe, a titã da radiância e profecia. Juntos o casal foi a fonte primal de todo o conhecimento no cosmos.

CRIO Representava o inverno, o frio e as manadas. Ele desposou Euríbia e gerou: Palas, Astreu e Perses

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HIPÉRION Representava a luz, sabedoria e vigilância. Era o pai do sol, da lua e do amanhecer. Era casado com sua irmã, Theia, e eles tiveram três filhos, Helios (sol) Selene (lua) e Eos (amanhecer). Ele era considerado um dos quatros pilares que mantinham os céus e a terra separados, ele era provavelmente o pilar do leste.

JÁPETO Titã do Oeste, que foi pai de Atlas, Prometeu, Epimeteu e Menoécio. Era por vezes considerado o titã da mortalidade, do fim do ciclo da vida.

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TÉTIS Deusa titã da fertilidade e da capacidade de fecundação das águas. Tétis, juntamente com seu irmão, Oceano, tiveram milhares de filhos.

FEBE Era uma deusa titã com o dom da profecia. Como todas as suas irmãs, ela nunca esteve envolvida na batalha entre os deuses do olimpo e os titãs. Ela então teria sido poupada de ser capturada no Tártaro. Teve dois filhos com seu irmão Ceos.

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TÊMIS Simbolizava a ordem, os costumes e a tradição. Ela foi a segunda esposa de Zeus. Segundo alguns textos mitológicos, Têmis inventou os oráculos e os rituais religiosos. Antes do surgimento de Apolo, ela era chamada também de deusa das profecias

TÉIA Era a deusa titã da visão e o éter brilhante do céu azul brilhante. Ela também foi a deusa que dotou o ouro e prata com seu brilho e valor intrínseco. Téia teria dado à luz a três crianças brilhantes – Helios (sol), Eos o (Amanhecer) e Selene (Lua).

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MNEMÓSINE Foi uma titãnide deusa da memória e em muitas ocasiões é referida como Mneme. Ela era a deusa oracular do oráculo subterrâneo de Trofônio na região Beócia. Zeus teria dormido com Mnemosine por nove dias consecutivos, eventualmente levou ao nascimento das nove musas.

RÉIA Esposa de Cronos, Réia é conhecida nas primeiras tradições como “a mãe dos deuses”, onde está fortemente associada com Gaia. Réia e Cronos tiveram seis filhos: Héstia, Deméter, Hera, Hades, Poseidon e Zeus.

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III TITANOMAQUIA Depois de derrotar seu pai Urano, juntamente com os outros Titãs, Cronos governa o universo. Porém, Urano profetiza que Cronos iria ser derrotado por um de seus filhos, então ele ordena a sua esposa Réia a entregar todos os recém nascidos para que ele engolisse. Réia, entristecida por não ter seus filhos, engana Cronos, o dando uma pedra enrolada em panos para salvar seu filho Zeus, que é levado a ilha de Creta e criado até a fase adulta por Gaia e ninfas e por uma cabra chamada Amaltéi. Quando adulto, Zeus não tinha forças para superar os Titãs sozinho, então engana o pai se passando por mercador e dar uma poção (dada pela Métis) para que Cronos vomitasse a pedra e depois seus irmãos. Zeus, apoiado pelos irmãos libertos, inicia a Titanomaquia. Nessa luta que durou dez anos, os deuses posicionaram-se no monte Olimpo e os titãs adversários, convocados por Cronos, no monte Ótris. Tiveram, ainda, a ajuda dos titãs hecatônquiros, gigantes e ciclopes que forneceram a Zeus suas armas. No primeiro ataque, do topo do monte Olimpo, Zeus joga um raio mortal nos titãs e nesse momento todo o planeta treme. De um lado os hecatônquiros arrancando pedras da montanha e jogando nos titãs. E de outro os titãs lutando com os demais deuses. Após anos de guerra, os olimpianos já estavam chegando à vitória, mas os titãs usam sua última arma e das profundezas do tártaro sai uma besta colossal e sombria, Tifão, uma criatura extremamente forte que desafia Zeus, um último desafio para os deuses reinarem sobre o universo. Zeus domina a luta após muito tempo e com um raio muito forte acerta Tifão, que cai de novo nas profundezas do Tártaro. Assim, vitoriosos, Zeus se torna o rei do universo e os deuses do Olimpo banem definitivamente os Titãs para o Tártaro.

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IV O OLIMPO De acordo com a Titanomaquia, Zeus e seus aliados construíram uma fortaleza no topo do Monte Olimpo para lutar contra os Titãs, que por sua vez batalharam de cima do Monte Ótris. Com a vitória dos deuses o palácio, que leva o nome do monte, tornou-se a morada oficial das entidades divinas. O Olimpo abrange estruturas características para ser a morada dos deuses. É neste ambiente que diversas histórias são contadas e muitos acontecimentos são apresentados, como a relação entre os deuses e as narrativas de fatos sobrenaturais. Era descrito como uma acrópole situada no topo da colina. Um magnífico complexo de enormes palácios de colunas brancas e douradas. Os portões desta fortaleza, também de ouro, eram vigiados pelas três Horas. O complexo continha ainda menores palácios de bronze, pequenas construções de pedra e estábulos. Outro ambiente importante descrito em citações antigas é o salão de festas onde aconteciam os grandes banquetes e as várias histórias já registradas. Um local situado bem ao alto do palácio com visão ampla da terra, onde os deuses observavam o que acontecia com os humanos, como seus avanços, retrocessos, grandes destaques materiais, intelectuais, construções significativas, etc. Sendo todas os acontecimentos anotados. Apesar do completo arbítrio que permitia que vagassem por onde quisessem, os deuses escolheram este lugar específico para habitar. Tudo foi construído por Hefesto, o deus artesão, entre as nuvens.

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OS DEUSES 25


AFRODITE 26


I AFRODITE Afrodite é a deusa do amor, da beleza e da sexualidade. Era filha de Zeus, o deus dos deuses e dos homens, e Dione, deusa das ninfas. Ela nasceu na Ilha de Creta com uma beleza estonteante, sendo muito vaidosa, sedutora, charmosa e vingativa. Com um casamento arranjado pelo pai, ela casou-se com Hefesto, deus do fogo, no entanto, não tiveram nenhum filho. Para Afrodite, que primava pela beleza e o amor, ele era feio e destituído de senso de humor. Diante disso, ela seduziu diversos homens, tendo muitos amantes, e dessas uniões nasceram diversos filhos. Afrodite se apaixonou por Ares, deus da guerra, e com ele teve os filhos Eros: deus do amor; Anteros: deus do amor não-correspondido; Deimos: deus do terror; Fobos: deus do medo; Harmonia: deusa da harmonia; Himeros: deus do desejo sexual; Pothos: deus da paixão. Quando Hefesto descobre a traição de sua amada, ele os prende num rede mágica, o que resultou na fuga dos amantes. Também se relacionou com Hermes, deus mensageiro, com quem teve o filho Hermafrodito. Ele nasceu com ambos órgãos sexuais e seu nome representa a união dos nomes dos deuses: Hermes e Afrodite. Teve um caso com Apolo, deus da luz, e dessa união nasceu Himeneu (deus do casamento). Além deles, teve uma relação com Dionísio, deus do prazer, das festas e do vinho, e com ele, o filho Príapo (deus da fertilidade). Além dos deuses, ele teve casos com homens mortais, do qual se destaca Adônis. Ele era um belo jovem que chamou a atenção de ambas filhas de Zeus: Perséfone e Afrodite. Quando Ares, amante de Afrodite, descobre que ela está apaixonada por Adônis, ele envia um grande javali para matar seu rival. Depois de atacado pelo animal, Adônis se transforma numa anêmona. Quando chega ao submundo, Perséfone, esposa de Hades, se apaixona por ele e assim, torna-se uma das rivais de Afrodite.

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APOLO 28


II APOLO Apolo é o deus do Sol, da profecia, da poesia, das artes, da música, da cura, da justiça, da lei, da ordem, do tiro ao alvo e da peste. É um dos mais amados deuses olímpicos, sendo visto com um deus justo, que defendia a tolerância. Também é conhecido como o deus dos rebanhos e das colheitas. Filho de Zeus e Leto, Apolo nasceu na ilha de Delos, quando sua mãe se escondia da esposa de Zeus, Hera. É irmão gêmeo de Ártemis, a deusa da caça, da magia, do deserto e dos animais selvagens. Além disso, Apolo é irmão de Hermes, Hefesto, Ares e Atena. Assim que nasceu, ele foi alimentado com néctar dos deuses e ambrosia. O alimento o transformou diretamente de bebê para homem. Com apenas um ano de idade, ele derrotou a serpente píton, que tentava atacar sua mãe. Auxiliou os troianos na Guerra de Troia salvando em mais de uma ocasião os guerreiros Eneias, Glauco e Hector. Sua força ajudou a destruir as muralhas de Troia e por seu intermédio, Paris conseguiu acertar com uma flecha o calcanhar de Aquiles, que foi derrotado. Apolo foi pai de muitos deuses, entre eles Aristeu e Asclépios, embora não tenha tido muita sorte no amor. Teve diversos envolvimentos amorosos tanto com mulheres, quanto com homens.

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ARES 30


III ARES Ares é o deus grego da guerra. Filho de Zeus e Hera, é um dos 12 deuses do Olimpo. Amante de Afrodite, a deusa do amor, Ares odiava os pais sendo considerado perigoso pelo comportamento insaciável no campo de batalha. Ares é considerado um contraste com Atena, que em guerra priorizava a estratégia. Em geral, era acompanhado dos filhos Phodos e Deimos, medo e terror, quando estava em batalha. Sua beleza física e o comportamento sedutor seriam os elementos que atraíram Afrodite. O envolvimento com a deusa lhe custou o castigo de Hefesto, e Ares foi banido do Olimpo temporariamente. As características o marcaram como amante de muitas mulheres amazonas, com quem teve vários filhos mortais. Sua mais importante batalha foi a travada contra Hércules após o guerreiro matar Kyknos. A fúria e a habilidade bélica não foram suficientes na luta e Ares perdeu para o semideus, protegido de Atena. Participou dos combates na Guerra de Troia, onde é descrito por seu ódio, assassinados e pela impulsão à batalha. Foi chamado de a “maldição dos homens”, na Ilíada. Sua busca pelo combate era desproporcional à força e Ares é sempre chamado de fraco. Houve uma ocasião em que é espancado por Atena ficando tão ferido que, segundo a Ilíada, gritava tão alto quanto 10 mil homens.

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ÁRTEMIS 32


IV ÁRTEMIS Ártemis é a deusa da caça, da Lua, da castidade, do parto e dos animais selvagens. É uma das mais veneradas divindades da mitologia grega. Considerada uma fantástica caçadora, Ártemis era cultuada por aliviar as doenças femininas, proteger as crianças e os jovens. Filha de Zeus e Leto, Ártemis teve um irmão gêmeo, Apolo, o deus do Sol. Nasceu um dia antes de Apolo e ficou sendo sua tutora. A tarefa de cuidar do irmão teria despertado o lado de protetora. Ártemis pediu ao pai, Zeus, que a fizesse virgem por toda a eternidade. Essa condição incitava o desejo de deuses e homens, mas somente um, Orion, ganhou sua atenção. Ártemis, porém, o matou acidentalmente. Embora fosse amorosa, também tinha traços de uma personalidade vaidosa e vingativa. Quando um desejo era desobedecido, agia de maneira raivosa. Em uma ocasião, matou Agamenon, que teria ferido um de seus animais. Em outra, puniu Adônis, que contou vantagens por ser um caçador melhor que ela.

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ATENA 34


V ATENA Atena é a deusa grega da sabedoria, das artes, da inteligência, da guerra e da justiça. É considerada protetora das cidades, dos arquitetos, dos tecelões e dos ourives. Atena nasceu da cabeça de Zeus, o senhor dos deuses e, por isso, era sábia e corajosa. Era filha da primeira esposa de Zeus, a astuciosa Métis, sendo a filha preferida dele. Quando Métis estava grávida, Zeus a engoliu depois de saber por um oráculo de Gaia, que o filho poderia nascer mais forte que ele. Com o passar do tempo, Zeus sofre forte dor de cabeça e, para curá-la pediu a seu filho Hefesto, filho de Hera casado com a bela Afrodite, que lhe cortasse a cabeça com um machado. Obediente, Hefesto deu-lhe um golpe e Atena surgiu já crescida, armada e lançando um grito de guerra. Sendo protetora de vários heróis, Atena surge em vários episódios da mitologia grega, entre eles, Belerofonte, que sozinho matou a Quimera, terrível monstro que vomitava chamas. Atena deu-lhe uma rédea de ouro, com a qual o herói apanhou Pégaso, o cavalo voador, que o conduziu pelos céus até o covil da Quimera. E, ainda, seu meio irmão Perseu, a quem Atena entregou um escudo, que o ajudou a matar a Medusa, cujos olhos transformavam em estátuas de pedra todos aqueles que a encarassem.

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DEMÉTER 36


VI DEMÉTER Deméter é a deusa grega da colheita, da fertilidade, da terra cultivada, do direito sagrado e detém o ciclo da vida e da morte. Foi a reveladora da agricultura para o ser humano e orientou sobre o cultivo do milho e do trigo. Por isso, é também conhecida como deusa da agricultura. Filha de Cronos e Reia, Deméter era irmã de Héstia, Hera, Poseidon e Zeus. Ela teve uma filha com seu irmão Zeus chamada Perséfone. A ligação que teve com sua filha influenciava diretamente na natureza. Deméter sofreu quando Hades, o deus do submundo, sequestrou sua filha Perséfone e a levou para o submundo para ser sua esposa. O ato teve o consentimento de Zeus, que prometera a filha a Hades. Muito triste pelo rapto, Deméter parou as estações do ano e houve imensa desolação sobre a Terra. Ela saiu do Olimpo e não permitia que as plantas produzissem. A vida foi quase extinta, a terra estava estéril, os seres vivos enfrentavam a fome, e Zeus interferiu no episódio enviando uma mensageiro ao submundo para resgatar a filha. Astuto, Hades permitiu a libertação de Perséfone, mas ordenou que comesse uma romã, o fruto proibido. Por este instrumento, ficou ligado a ela por um terço do ano. Assim, no verão, outono e primavera era permitida a permanência com a mãe. Por sua vez, o inverno é a estação que aponta o maior sofrimento de Deméter longe da filha. Sendo assim, ela é considerada a controladora das estações do ano, uma vez que as mudanças refletem o seu humor.

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DIONÍSIO 38


VII DIONÍSIO Dionísio é o deus grego do vinho, das festas e um dos mais importantes deuses da mitologia grega. Além de ter os conhecimentos de preparação do vinho, ele possuía o poder de criar drogas poderosas. Dionísio é considerado também o deus grego da natureza, da fecundidade, da alegria e do teatro. Dionísio era filho de Zeus e Sêmele, que morreu no parto. Vítima de uma armadilha de Hera, Sêmele levou um grande susto e explodiu quando Zeus apareceu em sua frente na forma humana. Dionísio foi salvo pelo pai e, por conta deste evento, afirmam que ele nasceu duas vezes. Diante do esplendor de Zeus, Sêmele foi feita em pedaços e o menino também. Zeus, então, salvou seu coração e o costurou na coxa, onde permaneceu até o nascimento. Continuamente perseguido por Hera, Dionísio é criado por um protetor a mando de Zeus. É assim que aprende a arte de fazer a vinho. Sua figura é sempre associada a uma videira e é representado na companhia de muitas pessoas. Dionísio casou com Ariadne, filha do rei de minos, que no entanto, era apaixonada por Teseu.

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HADES 40


VIII HADES Hades é o deus grego do submundo, do reino dos mortos. Também é chamado de deus da riqueza porque possui todos os metais preciosos do planeta. Reside e governa o lugar mais sombrio da Terra, para onde vão as almas dos mortos. Dono de uma personalidade impiedosa, Hades era repugnante, insensível, monstruoso e poucos tinham coragem de pronunciar seu nome. Assim, na mitologia grega ele é considerado o mais temido dos deuses. Hades é filho de Cronos, rei dos Titãs, e Reia. Ele possuía mais quatro irmãos: Poseidon, Zeus, Deméter, Héstia e Hera. Com a vitória dos filhos sob Cronos, Hades teve direito de governar o submundo. Assim, ele era o único que não morava no Monte Olimpo, uma vez que residia em um palácio debaixo da Terra. Seu símbolo era um capacete confeccionado por Hefesto cujo adorno o tornava invisível. Entre as histórias que retratam Hades está sua paixão pela deusa Perséfone, filha de Zeus e Deméter. Ela foi raptada por Hades e levada ao submundo. Hades a seduziu e a enganou, fazendo com que comesse uma romã, o fruto proibido. Caso não se alimentasse no submundo, Perséfone poderia voltar ao mundo dos vivos. Como ela ingeriu a romã, só teve o direito de voltar 9 meses por ano. Esse ciclo é descrito como o regime das estações do ano por representar o humor de Deméter.

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HEFESTO 42


IX HEFESTO Hefesto é o deus do fogo, dos metais e da metalurgia na mitologia grega. Sua figura também estava associada ao trabalho, pois foi um grande forjador e joalheiro. Filho de Zeus e Hera, Hefesto nasceu com uma deficiência: era manco. Isso causou repugnância em sua mãe que o rejeitou desde o nascimento. Reza a lenda que ela o lançou do Monte Olimpo para que ninguém visse seu filho, pois estava envergonhada. Como era o deus do fogo e dos metais, seu trabalho era feito nos vulcões. Ali, ele contava com a ajuda dos ciclopes, gigantes que possuíam somente um olho. Hefesto foi responsável por forjar diversos objetos dos deuses como o escudo mágico de Zeus (Égide), a armadura de Aquiles, o arco e flecha de Eros, o cetro de Agamenon, o tridente de Poseidon, a cinta de Afrodite, dentre outros. Na lenda, ele foi aceito novamente no Monte Olimpo, mas recusou a proposta. No entanto, com a ajuda de Dionísio, Hefesto retornou ao Monte Olimpo, e estava certo de que ali se vingaria de sua mãe. Foi assim que ele lhe construiu um trono e quando ela sentou ficou presa. Assim, Hefesto pode chantagear seus pais pedindo-lhes em troca um casamento com a mulher mais bela. Para que ela saísse de sua armadilha, o pedido de Hefesto foi aceito por ambos. A pedido de Zeus, Hefesto se casou com Afrodite, a deusa da beleza e do amor. No entanto, por conta de sua feiura, foi também rejeitado por ela. Por isso, eles não tiveram filhos e ainda foi traído diversas vezes por sua esposa. Afrodite teve relações com deuses e mortais, o que resultou na geração de diversos filhos. Um de seus casos que merece destaque é sua relação com Ares, deus da guerra.

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HERA 44


X HERA A deusa Hera era a rainha do Olimpo, também chamada de rainha do paraíso. Deusa do nascimento e do casamento, Hera é o símbolo da monogamia, da fidelidade conjugal e da fertilidade. É a protetora dos nascimentos e das mulheres no casamento. Filha de Cronos e Reia, Hera era mãe de Hebe, a deusa da juventude, Ares, o deus da guerra, e Ilítia, a deusa do parto. Casada com seu irmão Zeus, Hera protagoniza diversos episódios de vingança contra as amantes e os filhos do esposo. Essa deusa possuía um temperamento ciumento e vingativo, e era temida até mesmo por ele. Entre eles está o de Hércules, filho de Zeus com uma mortal. Hércules, que era um semideus, só foi perdoado por Hera quando morreu. Impedida de pensar de maneira racional devido à raiva e inveja, Hera era, muitas vezes, injusta. Em uma das ocasiões transformou a deusa Calisto, por quem Zeus se apaixonara, em um urso. Nem mesmo os bebês escapavam de sua fúria. Foi o caso de Dionísio, feito em pedaços ainda no ventre da mãe. Zeus, compadecido do filho, o costurou na coxa até o nascimento e o bebê ressuscitou.

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HERMES 46


XI ARES Hermes é o deus grego da riqueza, da sorte, da fertilidade, do sono, da magia, das viagens, das estradas, do comércio, da linguagem e dos ladrões. Mensageiro dos deuses e muito venerado pelos gregos, Hermes é considerado um dos deuses mais irreverentes da mitologia grega. Patrono da ginástica, era o deus das competições esportivas. Também é apontado como deus da astronomia e da astrologia, por ser o patrono dos astrônomos. O nome Hermes significa “marcador de fronteira” sendo que uma de suas funções era guiar os mortos para o submundo, o reino de Hades. Como guardião da entrada do submundo, Hermes também é chamado de deus dos viajantes e protetor das estradas. Filho de Zeus e da ninfa Maia, Hermes era o pai do deus Pan. Tido como um deus brincalhão, ele teria roubado quando ainda um bebê, o meio-irmão Apolo. Reza a lenda que no primeiro dia de vida ele inventou o fogo e criou a lira, um instrumento musical. Hermes é considerado um deus astuto e malandro, que usaria essa característica para fazer o bem e o mal. Usava suas habilidades diplomáticas e de tradutor para fazer um contraponto entre deuses e os homens. Entre seus feitos mais comentados está a derrota da Medusa por Perseu, que recebeu auxílio de Hermes. O deus teria emprestado suas sandálias voadoras a Perseu, que conseguiu derrotar a mulher com cabelos de cobra evitando a maldição que o faria virar pedra, caso a olhasse.

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POSEIDON 48


XII POSEIDON Poseidon é o deus grego do mar, dos terremotos, das tempestades e dos cavalos. Protetor das águas e auxiliar dos marinheiros, também era chamado de deus da fertilidade. Dono de um temperamento instável e violento, foi considerado um deus vingativo, de comportamento explosivo e humor difícil. Ele vivia nas profundezas do oceano e as tempestades, tormentas e maremotos que ocorriam no mar eram provocadas por ele. Poseidon é um dos três governantes do mundo, juntamente com Zeus, deus do céu, e Hades, deus do submundo. Filho de Cronos e Reia, Poseidon é irmão de Zeus, Hades, Deméter, Héstia e Hera. Segundo a mitologia grega, não teria sido engolido pelo pai, Cronos, porque a mãe evitou simulando ter dado a luz a um cavalo. O mesmo destino teve Zeus, que foi preservado. Após derrotar os Titãs, Poseidon, Hades e Zeus foram autorizados a dividir o mundo para governar. Hades escolheu o submundo e Zeus os céus. Já Poseidon tornou-se senhor de todas as águas. Tinha uma paixão pela irmã Deméter que, para fugir de suas investidas, transformou-se em um cavalo. Poseidon, por sua vez, transformou-se em um garanhão e perseguia a irmã. Os dois geraram um cavalo que foi chamado de Arion. Poseidon era amante de muitas mulheres. Casou-se com Anfitrite, uma sereia, e com ela tiveram Tritão, metade homem e metade peixe. Com Medusa, era o pai de Pégasos, um cavalo voador.

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ZEUS 50


XIII ZEUS Zeus é o deus dos trovões, considerado o senhor de todos os deuses e dos homens. Ele é considerado o símbolo da justiça e da ordem. Zeus era filho de Cronos, o mais forte dos titãs, que casou-se com sua irmã Reia. Ele nasceu na ilha de Creta e foi criado em uma caverna no monte Ida. Quando se tornou adulto, Zeus derrotou o pai e o obrigou a ressuscitar seus irmãos. Libertou também os ciclopes da tirania de Cronos e eles em recompensa deram-lhe as armas do trovão e do relâmpago. Assim, Zeus tornou-se senhor dos homens e supremo mandatário dos deuses que habitavam o monte Olimpo. Casou a deusa Hera, sua irmã, com quem tinha um relacionamento tumultuado: Zeus apaixonava-se por muitas deusas e mulheres humanas, por isso Hera tornou-se ciumenta. Assim, para se aproximar de uma nova mulher, Zeus costumava transformar-se em um animal, como um cisne ou um touro. Ele teve muitos filhos, entre eles os deuses Apolo (deus do sol), Ártemis (deusa da lua e da caça), Hermes (alado mensageiro dos deuses), Ares (deus da guerra), Dionísio (deus do vinho), Afrodite (deusa da beleza e do amor) e Perseu (herói que matou a Medusa).

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contos e mitos 53


I A CAIXA DE PANDORA No início, os titãs Prometeu e Epimeteu juraram lealdade à Zeus. Dessa maneira, os irmãos se mantiveram ao lado do deus grego durante a guerra travada contra os titãs. Sendo assim, Zeus permitiu que os dois criassem as primeiras criaturas vivas do planeta. Epimeteu foi rápido e criou os animais, bem como as habilidades especiais de cada um e a proteção para eles. Por outro lado, Prometeu demorou a cumprir sua missão. Quando terminou de moldar o homem do barro e da água, não havia proteção restante para a humanidade. Por causa disso, Prometeu pediu que Zeus oferecesse o fogo dos deuses aos homens. O deus, entretanto, recusou a proposta. Ainda que tivesse sido rejeitado, Prometeu continuou com o plano e roubou o fogo. Em razão do roubo, Prometeu foi amarrado em uma montanha, onde era atacado por uma águia. Todos os dias, a ave comia seu fígado, que voltava a crescer durante a noite. Da mesma forma, Zeus achou que era necessário punir os homens. Assim, Zeus criou a primeira mulher: Pandora. Ela recebeu dons de todos os deuses, incluindo sabedoria, bondade, paz, generosidade e saúde. Além disso, foi moldada com a beleza da deusa Afrodite. Depois de criar Pandora, Zeus enviou a mulher para se casar com Epimeteu. Junto da esposa, ele recebeu uma caixa. Ainda que Epimeteu não soubesse o que a caixa guardava, recebeu a orientação de nunca abri-la. Utilizando sua beleza natural, Pandora convenceu Epimeteu a se livrar das gralhas que guardavam a caixa. Aproveitando a falta de proteção da caixa, a mulher criada para ser curiosa acabou abrindo o presente. Assim que a Caixa de Pandora foi aberta, saíram dali coisas como ganância, inveja, ódio, dor, doença, fome, pobreza, guerra e morte. Assustada, Pandora fechou a caixa. Apesar disso, algo ainda havia ficado lá dentro. Uma voz vinha da caixa, suplicando pela liberdade, e o casal decidiu abri-la novamente. Isso porque acreditavam que nada poderia ser pior do que tudo que já havia escapado.

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O que restava lá dentro, entretanto, era a esperança. Dessa forma, além de liberar a dor e sofrimento do mundo, Pandora também liberou a esperança que permitia enfrentar cada um dos males.

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II MIDAS E O TOQUE DE OURO Midas era rei da Frígia e filho do camponês Górdio. A sua realeza foi herdada do pai, após este ter sido escolhido pelo povo do local, que entendia a chegada de Górdio como o cumprimento de uma profecia de um oráculo. A profecia dizia que o rei da Frígia chegaria em uma carroça e, enquanto a população estava discutindo sobre este destino, chegou Górdio com a mulher e o filho em uma carroça. Após sua morte, Midas tornou-se o rei. Certo dia, Midas recebeu a visita de alguns camponeses que levaram a ele um velho, bêbado e perdido, que haviam encontrado em um dos caminhos do reino. Midas reconheceu o velho: era Sileno, mestre e pai de criação de Baco. Midas cuidou de Sileno e o levou a Baco. O deus da vinha e do vinho, muito benevolente, concedeu um pedido a Midas. Este, sem refletir muito, pediu o dom de transformar em ouro tudo o que por ele fosse tocado. Mesmo percebendo a ânsia gananciosa de Midas, Baco realizou o pedido. O rei Midas voltou para casa feliz e também surpreso com a capacidade por ele adquirida. Transformou várias coisas em ouro pelo caminho: pedras, folhagens, frutos... Ao chegar a sua casa, ordenou aos criados que servissem a ele um banquete. Ao tocar no pão, este foi transformado em ouro. Ao pegar a taça de vinho e tocar com seus lábios na bebida, esta se transformou em ouro líquido. Midas ficou desesperado ao perceber que jamais poderia se alimentar novamente. Sua filha, Phoebe, vendo seu desespero tentou socorrê-lo e, ao tocá-lo, transformou-se em uma estátua de ouro. Mais desesperado ainda Midas orou a Baco, pedindo que este o livrasse daquilo que, na verdade, era uma maldição. Baco consentiu e disse a Midas que deveria se banhar na fonte do rio Pactolo para que pudesse se lavar do castigo. Ao se lavar, Midas passou às águas do rio o poder de tudo transformar em ouro, sendo que a areia do Pactolo se tornou dourada. Arrependido de sua ganância, Midas voltou aos campos, passando a morar longe das cidades.

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III TESEU E O MINOTAURO Segundo o mito, Minos reinava na ilha de Creta. Um dia Poseidon, o deus dos mares, deu-lhe um touro, o qual o rei Minos deveria sacrificar, no entanto ele desobedeceu o pedido de Poseidon e guardou o touro para si. Foi quando a esposa de Minos, Pasífae se apaixonou pelo animal. Acreditase que essa paixão foi uma vingança de Poseidon ou de Afrodite, a deusa do amor. Em Creta também vivia um célebre arquiteto, o inventor Dédalo. Este homem foi quem ajudou Pasífae a atrair o touro para uma novilha de bronze e oca, na qual ela se uniu ao animal. Desta relação nasceria o monstruoso homem com cabeça de touro: o Minotauro. Quando Minotauro nasceu, Minos, envergonhado fez com que Dédalo construísse um labirinto para ali deixar o menino monstruoso. O labirinto tinha inúmero corredores, salas e galerias, todos criados de uma maneira para nunca se achar a saída e confundir até o mais sábio dos homens. Além disso, o labirinto era controlado pelo próprio Dédalo. Os anos se passaram e o Minotauro cresceu no labirinto, longe de outras pessoas. Após a batalha entre Creta e Atenas, o rei Minos, vitorioso, exigiu um tributo dos perdedores: todos os anos Atenas deveria enviar sete rapazes e sete moças para serem devorados pelo Minotauro no labirinto. Disposto a pôr um fim a essa situação, o herói ateniense Teseu foi para Creta junto com outros jovens destinados a morrer nas mãos de Minotauro. Quando chegou a ilhar de Creta, Teseu despertou a paixão de Ariadne, filha de Minos e Pasífae. Ariadne, então, quis arrumar uma maneira de salvar o seu herói. Ela lhe deu um novelo com um fio feito por Dédalo, o também criador do labirinto. O fio deveria ser desenrolado conforme ele penetrasse o labirinto e assim, depois de matar o Minotauro, ele conseguiria encontrar o caminho de volta. Além disso, ela lhe deu uma espada mágica, com a qual Teseu conseguiria matar o Minotauro com apenas um golpe. E assim aconteceu, ele decepou a cabeça do monstro com a espada de Ariadne. Teseu saiu do labirinto vitorioso e salvando todos os seus patrícios.

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Com a vitória, Teseu regressou a Atenas levando Ariadne consigo, porém, isso não durou muito. Durante a viagem, pararam na Ilha de Naxos, onde Teseu abandonou Ariadne, deixando-a adormecida. Não se sabe ao certo porque ele fez isso e nem se sabe ao certo o que houve com a princesa. Alguns mitos dizem que ela desapareceu, em outros dizem que ela foi resgatada pelo deus do vinho, Dionísio, que fez dela sua esposa no Olimpo.

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IV NARCISO E O ESPELHO Narciso, o Auto Admirador, era um jovem de uma beleza incrível e herói do território de Téspias e Beócia. Ele era filho de Cefiso, deus do rio com a ninfa Liriope. Sua mãe foi a primeira de todas a perguntar sobre o destino do filho para o adivinho Tirésias, dias antes do seu nascimento. A revelação que fez o sábio foi de que o menino teria uma longa vida, desde que nunca olhasse para seu próprio rosto. Conforme foi crescendo, Narciso se tornou o jovem mais bonito da Beócia e despertava o interesse e a paixão tanto de mulheres quanto em homens. Porém, tudo o que ele tinha de bonito, tinha também de arrogante e, mesmo cheio de pretendentes, se mantinha sozinho, dispensando todos que apareciam, inclusive ninfas e donzelas. Até mesmo a ninfa Eco, que o viu enquanto descansava em seu bosque, e tinha um amor incondicional por ele foi desprezada, visto que o jovem preferia viver só pois não achava que ninguém fosse digno de seu amor. As ninfas, inconformadas com o desprezo e arrogância do rapaz jogaram sobre ele uma maldição: a de que ele ame com muita intensidade sem poder ter para si a pessoa amada. Nêmesis, a deusa punidora, escutou o pedido das ninfas e decidiu atender. Para isso ela aproveitou uma límpida e cristalina fonte que havia na região, da qual ninguém nunca havia se aproximado. Então, ao se inclinar sobre essa fonte para beber água, Narciso acabou vendo seu reflexo e ficou extremamente encantado com sua visão. Fascinado pela imagem o jovem analisou cada detalhe da do reflexo, contemplando e se apaixonando pelos lindos olhos, lábios, cabelos e tudo mais que via ali, sem saber que era a sua própria imagem refletida. Encantado pela sua própria imagem e beleza e, sem conseguir alcançala, Narciso se deitou no leito do rio e lá definhou, olhando-se no reflexo das águas. Logo depois da sua morte, Nêmesis fez com que nascesse nesse local uma flor amarela com pétalas brancas, à qual chamou de Narciso.

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V PERSEU E MEDUSA A princesa Danai (ou Danae) era uma bela jovem. Seu pai, Acrísio, Rei de Argos, consultou um dia um oráculo que lhe disse que sua filha não deveria ser mãe. Segundo o oráculo, se ela tivesse um filho ele seria uma ameaça e poderia causar a morte de seu soberano. Após o aviso do oráculo, Acrísio resolveu trancá-la numa torre bem alta, com o intuito de ninguém se apaixonar por ela. No entanto, Zeus, ao vê-la na Torre se apaixona por Danai. Para encontrá-la ele se transformou numa nuvem dourada e foi ao seu encontro. Após a chuva dourada que recebeu, ela ficou grávida de Zeus. Dessa união nasceu Perseu. Quando o pai de Danai ficou sabendo, resolveu pedir aos guardas para trancar a filha e Perseu numa arca e lançar no mar. Após dias na deriva, ambos foram encontrados por um pescador que lhes ofereceu abrigo e comida. Perseu cresceu e se tornou um jovem muito forte. Assim, o rei Polidecto resolveu enviá-lo para enfrentar o monstro conhecido como Medusa. Para realizar esse feito, ele recebeu ajuda do Deus Hermes, que lhe emprestou suas sandálias voadoras. Além dele, a deusa Atena lhe ofereceu uma espada e um escudo. Sem olhar em seus olhos e com o reflexo do monstro em seu escudo, ele consegue cortar a cabeça da Medusa. Após conseguir matá-la, Perseu coloca sua cabeça num saco e retorna à casa. Na viagem de volta, ele se apaixona por Andrômeda, uma bela mulher que estava acorrentada no meio do mar. Com ela teve oito filhos: Perseides, Perses, Alceu, Helio, Mestor, Sthenelus, Electrião, Gorgófona (sua única filha). Por conseguinte, Perseu fundou a cidade de Micenas e governou Tirinto.

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Criado por Laura Scopel

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