A história dos computadores e da computação

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A história dos computadores e da computação

Faetec Ead Curso de Montagem e Manutenção Leonardo Alves


O início - Ábaco Hoje em dia, os computadores estão presentes em nossa vida de uma forma nunca vista anteriormente. Sejam em casa, na escola, na faculdade, na empresa ou em qualquer outro lugar, eles estão sempre entre nós. Ao contrário do que parece, a computação não surgiu nos últimos anos ou décadas, mas sim há mais de 7 mil anos. O Ábaco, foi a primeira calculadora da História. Muitos povos da antiguidade utilizavam o ábaco para a realização de cálculos do dia a dia, principalmente nas áreas de comércio de mercadorias e desenvolvimento de construções civis. Ele pode ser considerado como a primeira máquina desenvolvida para cálculo, pois utilizava um sistema bastante simples, mas também muito eficiente na resolução de problemas matemáticos. É basicamente um conjunto de varetas de forma paralela que contém pequenas bolas que realizam a contagem. Seu primeiro registro é datado do ano de 5.500 a.C., pelos povos que constituíam a Mesopotâmia. Contudo, o ábaco também foi usado posteriormente por muitas outras culturas: Babilônia, Egito, Grécia, Roma, Índia, China, Japão etc. Cada um desses povos possui uma versão de específica dessa máquina, entretanto, preservando a sua essência original. Seu nome na Roma Antiga era "Calculus", termo de onde a palavra cálculo foi derivada.

O fato deste instrumento ter sido difundido entre todas essas culturas se deve principalmente a dois fatores. O contato entre povos distintos é o primeiro deles, o que fez com que o ábaco fosse copiado de um lugar para vários outros no mundo. Por outro lado, a necessidade da representação matemática fez com que os sistemas de contagem utilizados no cotidiano fossem implementados de forma mais prática. Sobre as operações matemáticas, ele é bastante útil para a soma e subtração. Já para a multiplicação e divisão, o ábaco comum não é muito recomendado, somente algumas versões mais complexas que a padrão.


Régua de Cálculo Durante vários séculos, o ábaco foi sendo desenvolvido e aperfeiçoado, se tornando a principal ferramenta de cálculo por muito tempo. Entretanto, os principais intelectuais da época do Renascimento precisavam descobrir maneiras mais eficientes de efetuar cálculos. Logo, em 1638 depois de Cristo, um padre inglês chamado William Oughtred, criou uma tabela muito interessante para a realização de multiplicações muito grandes. A base de sua invenção foram as pesquisas sobre logaritmos, realizadas pelo escocês John Napier. Até o momento, a multiplicação de números muito grandes era algo muito trabalhoso e demorado de ser realizado. Porém, Napier descobriu várias propriedades matemáticas interessantes e deu a elas o nome de logaritmos. Após o fato, multiplicar valores se tornou uma tarefa mais simples. O mecanismo consistia em uma régua que já possuía uma boa quantidade de valores pré-calculados, organizados de forma que os resultados fossem acessados automaticamente. Uma espécie de ponteiro indicava o resultado do valor desejado.


Máquina de Pascal

Apesar da régua de cálculo de William Oughtred ser útil, os valores presentes nela ainda eram pré-definidos, o que não funcionaria para calcular números que não estivessem presentes na tábua. Pouco tempo depois, em 1642, o matemático francês Bleise Pascal desenvolveu o que pode ser chamado de primeira calculadora mecânica da História, a Máquina de Pascal. Seu funcionamento era baseado no uso de rodas interligadas que giravam na realização dos cálculos. A ideia inicial de Pascal era desenvolver uma máquina que realizasse as quatro operações matemáticas básicas, o que não aconteceu na prática, pois ela era capaz apenas de somar e subtrair. Por esse motivo, a tecnologia não foi muito bem acolhida na época. Alguns anos após a Máquina de Pascal, em 1672, o alemão Gottfried Leibnitz conseguiu o que Pascal não tinha conseguido: criar uma calculadora que efetuava a soma e a divisão, além da raiz quadrada.


Programação funcional

Em todas as máquinas e mecanismos mostrados, as operações já estavam previamente programadas, não sendo possível inserir novas funções. Contudo, no ano de 1801, o costureiro Joseph Marie Jacquard desenvolveu um sistema muito interessante nesta área. A indústria de Jacquard atuava no ramo de desenhos em tecidos, tarefa que ocupava muito tempo de trabalho manual. Vendo esse problema, Joseph construiu a primeira máquina realmente programável, com o objetivo de recortar os tecidos de forma automática. Tal mecanismo foi chamado de Tear Programável, pois aceitava cartões perfuráveis com entrada do sistema. Dessa maneira, Jacquard perfurava o cartão com o desenho desejado e a máquina o reproduzia no tecido. A partir desse momento, muitos esquemas foram influenciados pelo tear, incluindo o que vamos explicar logo abaixo.


Máquina de Diferenças e o Engenho Analítico

No ano de 1822, foi publicado um artigo científico que prometia revolucionar tudo o que existia até então no ramo do cálculo eletrônico. O seu autor, Charles Babbage, afirmou que sua máquina era capaz de calcular funções de diversas naturezas (trigonometria, logaritmos) de forma muito simples. Esse projeto possuía o nome de Máquina de Diferenças.

Houve um grande boom na época por causa disso, pois as ideias aplicadas no projeto estavam muito à frente do seu tempo. Devido a limitações técnicas e financeiras, a Máquina de Diferenças só pôde ser implementada muitos anos depois.


Máquina de Diferenças e o Engenho Analítico

Após um período, no ano de 1837, Babbage lançou uma nova máquina, chamada de Engenho Analítico (Máquina Analítica). Ela aproveitava todos os conceitos do Tear Programável, como o uso dos cartões. Além disso, instruções e comandos também poderiam ser informados pelos cartões, fazendo uso de registradores primitivos. A precisão chegava a 50 casas decimais. Novamente, ela não pôde ser implementada naquela época, pelo mesmo motivo de limitações técnicas e financeiras. A tecnologia existente não era avançada o suficiente para a execução do projeto. Contudo, a contribuição teórica de Babbage foi tão grande que muitas de suas ideias são usadas até hoje.


Teoria de Boole Se Babbage é o avô da computador do ponto de vista de arquitetura de hardware, o matemático George Boole pode ser considerado o pai da lógica moderna. Boole desenvolveu, em 1847, um sistema lógico que reduzia a representação de valores através de dois algarismos: 0 ou 1. Em sua teoria, o número “1” tem significados como: ativo, ligado, existente, verdadeiro. Por outro lado, o “0” representa o inverso: não ativo, desligado, não existente, falso. Para representar valores intermediários, como “mais ou menos” ativo, é possível usar dois ou mais algarismos (bits) para a representação. Por exemplo: 00 – desligado 01 – carga baixa 10 – carga moderada 11 – carga alta Todo o sistema lógico dos computadores atuais, inclusive o do qual você está usando, usa a teoria de Boole de forma prática


Máquina de Hollerith O conceito de cartões desenvolvidos na máquina de Tear Programável também foi muito útil para a realização do censo de 1890, nos Estados Unidos. Nessa ocasião, Hermann Hollerith desenvolveu uma máquina que acelerava todo o processo de computação dos dados. Em vez da clássica caneta para marcar X em “sim” e “não” para perguntas como sexo e idade, os agentes do censo perfuravam essas opções nos cartões. Uma vez que os dados fossem coletados, o processo de computação da informação demorou aproximadamente 1/3 do comum. Foi praticamente uma revolução na maneira de coleta de informações. Aproveitando todo o sucesso ocasionado por sua máquina, Hollerith fundou sua própria empresa, a Tabulation Machine Company, no ano de 1896. Após algumas fusões com outras empresas e anos no comando do empreendimento, Hoolerith veio a falecer. Quando um substituto assumiu o seu lugar, em 1916, o nome da empresa foi alterado para Internacional Business Machine, a mundialmente famosa IBM.


Computadores pré-modernos Na primeira metade do século XX, vários computadores mecânicos foram desenvolvidos, sendo que, com o passar do tempo, componentes eletrônicos foram sendo adicionados aos projetos. Em 1931, Vannevar Bush implementou um computador com uma arquitetura binária propriamente dita, usando os bits 0 e 1. A base decimal exigia que a eletricidade assumisse 10 voltagens diferentes, o que era muito difícil de ser controlado. Por isso, Bush fez uso da lógica de Boole, onde somente dois níveis de voltagem já eram suficientes. A Segunda Guerra Mundial foi um grande incentivo no desenvolvimento de computadores, visto que as máquinas estavam se tornando mais úteis em tarefas de desencriptação de mensagens inimigas e criação de novas armas mais inteligentes. Entre os projetos desenvolvidos nesse período, o que mais se destacou foi o Mark I, no ano de 1944, criado pela Universidade de Harvard (EUA), e o Colossus, em 1946, criado por Allan Turing. Sendo uma das figuras mais importantes da computação, Allan Turing focou sua pesquisa na descoberta de problemas formais e práticos que poderiam ser resolvidos através de computadores. Para aqueles que apresentavam solução, foi criada a famosa teoria da “Máquina de Turing”, que, através de um número finito de operações, resolvia problemas computacionais de diversas ordens. A máquina de Turing foi colocada em prática através do computador Colosssus, citado acima.


Computação moderna A computação moderna pode ser definida pelo uso de computadores digitais, que não utilizam componentes analógicos com base de seu funcionamento. Ela pode ser dividida em várias gerações. •

Os computadores de Primeira Geração (1945-1959) usavam válvulas eletrônicas, quilômetros de fios, eram lentos, enormes e esquentavam muito.

A Segunda Geração (1959-1964) substituiu as válvulas eletrônicas por transistores e os fios de ligação por circuitos impressos. Isso tornou os computadores mais rápidos, menores e de custo mais baixo.

A Terceira Geração de computadores (1964-1970) foi construída com circuitos integrados, proporcionando maior compactação, redução dos custos e velocidade de processamento da ordem de microssegundos. Tem início a utilização de avançados sistemas operacionais.

A Quarta Geração, a partir de 1970 até 1981, é caracterizada por um aperfeiçoamento da tecnologia já existente, proporcionando uma otimização da máquina para os problemas do usuário, maior grau de miniaturização, confiabilidade e velocidade maior, já da ordem de nanosegundos (bilionésima parte do segundo).

A arquitetura de um computador depende do seu projeto lógico, enquanto que a sua implementação depende da tecnologia disponível. As três primeiras gerações de computadores refletiam a evolução dos componentes básicos do computador (hardware) e um aprimoramento dos programas (software) existentes.


Primeira geração (1946 — 1959) A primeira geração de computadores modernos tinha com principal característica o uso de válvulas eletrônicas, possuindo dimensões enormes. Eles utilizavam quilômetros de fios, chegando a atingir temperaturas muito elevadas, o que frequentemente causava problemas de funcionamento. Normalmente, todos os programas eram escritos diretamente na linguagem de máquina. Existiram várias máquinas dessa época, o ENIAC foi o computador mais famoso dessa geração.


ENIAC John W. Mauchly e J. Prester Eckert Jr., junto com cientistas da Universidade da Pensylvânia e em parceria com o Governo dos EUA, construíram o primeiro computador eletrônico, conhecido como ENIAC (Eletron ic Numerical Integrator and Calculator). As idéias de von Neumann - que são utilizadas até hoje - fizeram com que os computadores pudessem ser programados através de programas, rotinas de manipulação de dados que se utilizam de instruções próprias do computador. O ENIAC tinhas as seguintes características: • • • • • • • •

Totalmente eletrônico 17.468 válvulas 500.000 conexões de solda 30 toneladas de peso 180 m² de área construída 5,5 m de altura 25 m de comprimento 2 vezes maior que MARK I

No ano de 1946, ocorreu uma revolução no mundo da computação com o lançamento do computador ENIAC (Electrical Numerical Integrator and Calculator), desenvolvido pelos cientistas norte-americanos John Eckert e John Mauchly. Esta máquina era em torno de mil vezes mais rápida que qualquer outra que existia na época.


ENIAC A principal inovação nesta máquina é a computação digital, muito superior aos projetos mecânicosanalógicos desenvolvidos até então. Com o ENIAC, a maioria das operações era realizada sem a necessidade de movimentar peças de forma manual, mas sim pela entrada de dados no painel de controle. Cada operação podia ser acessada através de configurações-padrão de chaves e switches. As dimensões desta máquina são muito grandes, com aproximadamente 25 metros de comprimento por 5,50 metros de altura. O seu peso total era de 30 toneladas. Esse valor representa algo como um andar inteiro de um prédio. Tipo de válvula a vácuo utilizada pelo Eniac. A válvula é um tubo de vidro do qual praticamente todo o gás foi retirado, criando um ambiente de vácuo, contendo eletrodos e grades metálicas, cuja finalidade é controlar o fluxo de elétrons.


TRANSISTOR - 1947 O primeiro transistor (transfer + resistor) foi criado em 1947 na Universidade de Standford nos EUA, por John Bardeen, William Shockley e Walter Brattain, mas seu uso comercial só ocorreu a partir do final da década de 50. Os transistores vieram a substituir as válvulas. Por ser um componente baseado na tecnologia dos semicondutores - elementos com propriedades físicas especiais, tal como o germânio e o silício - o transistor é considerado um "componente do estado sólido" e possui a grande vantagem de não se aquecer como as válvulas nem muito menos quebrar por choque físico, além de ser fisicamente muito menor. Gradativamente as válvulas passaram a ser substituídas por transistores, fazendo com que a maioria dos equipamentos eletrônicos, e leia-se aí os computadores, passassem a ocupar um menor espaço físico, esquentando menos e consumindo menos corrente elétrica.


EDVAC - 1949 O EDVAC (Electronic Discrete Variable Computer) ou "Computador Eletrônico de Variáveis Discretas". Apesar de ser mais moderno, não diminuiu de tamanho e ocupava 100% do espaço que o ENIAC ocupava. Todavia, ele era dotado de cem vezes mais memória interna que o ENIAC - um grande salto para a época. As instruções já não eram passadas ao computador por meios de fios ou válvulas: elas ficavam em um dispositivo eletrônico denominado linha de retardo. Esse dispositivo era um tubo contendo vários cristais que refletiam pulsos eletrônicos para frente e para trás muito lentamente. Um outro grande avanço do EDVAC foi o abandono do modelo decimal e a utilização dos códigos binários, reduzindo drasticamente o número de válvulas. Seus criadores, Mauchly e Eckert, começaram a trabalhar neste modelo logo após o lançamento do ENIAC.O EDVAC foi planejado para acelerar o trabalho armazenando tanto programas quanto dados em sua expansão de memória interna. Os dados, então, eram armazenados eletronicamente em um meio material composto de um tubo cheio de mercúrio, conhecido como linha de retardo, onde os cristais dentro do tubo geravam pulsos eletrônicos que se refletiam para frente e para trás, tão lentamente quanto podiam, de fato a reter a informação, semelhante a um desfiladeiro que retém um eco, que Eckert descobriu por acaso ao trabalhar com radar.

EDSAC - 1949 Em 1949, surge o EDSAC - Eletronic Delay Storage Automatic Calculator ou "Calculadora Automática com Armazenamento por Retardo Eletrônico", o qual marcou o último grande passo na série de avanços decisivos inspirados pela guerra: Começou a "Era do Computador"! Seu inventor foi o cientista inglês - Maurice Wilkes, o EDSAC foi o primeiro computador operacional em grande escala capaz de armazenar seus próprios programas.


UNIVAC - 1952

LEO - 1954 LEO 1 - O PRIMEIRO COMPUTADOR COMERCIAL A computação comercial na Inglaterra começou em um lugar inusitado. Em 1947, foi tomada uma decisão pioneira: tentar construir um computador que pudesse automatizar o trabalho de escritório. Seria o primeiro computador de uso comercial do mundo. Essa decisão criativa partiu de uma fonte surpreendente: a J. Lyons, empresa proprietária de uma rede de casas de chá. As operações da Lyons envolviam grande número de pequenas transações e, para que o negócio fosse rentável, era necessário manter a contabilidade sob rígido controle. Mesmo depois da devastação causada pela Segunda Guerra Mundial, a empresa empregava mais de mil funcionários para controlar a contabilidade das casas de chá. Na verdade, a J. Lyons já tinha uma longa tradição de inovações nos métodos administrativos: introduziu o uso de máquinas de calcular em suas lojas em 1896 e, por volta de 1930, fazia experiências registrando transações em microfilmes. Nessa época, criou também o primeiro centro de pesquisas de administração para introduzir novos métodos operacionais. O LEO (Lyons Electronic Office), que foi o resultado de uma parceria entre a J. Lyons e a Universidade de Cambridge, foi, portanto, projetado de acordo com essas necessidades, mas só se tomou operacional em 9 de fevereiro de 1954, quando calculou a folha de pagamento dos 1.700 membros da equipe.

John Mauchly e Presper Eckert abriram uma firma na Filadéfia e criaram o UNIVAC - Universal Automatic Computer, ou seja, "Computador Automático Universal", o qual era destinado ao uso comercial. Era uma máquina eletrônica de programa armazenado que recebia instruções de uma fita magnética de alta velocidade ao invés dos cartões perfurados. O UNIVAC foi utilizado para prever os resultados de uma eleição presidencial.


IBM 701 - 1953

IBM 650 - 1954

A IBM passa a dominar o mercado de computadores ao construir seus computadores em escala comercial, com o lançamento do IBM 701 em 1953.

O computador IBM 650 foi disponibilizado publicamente nos USA pela IBM em Dezembro de 1954. Media 1,5 m X 0,9 m X 1,8 m e tinha uma massa de 892 Kg.

No *console do IBM 701 eram utilizados cartões perfurados para o armazenamento de programas e dados.

O IBM 650 era indicado para resolver problemas comerciais e científicos. A empresa projetou a venda de 50 exemplares do computador (mais do que todos os computadores do mundo juntos) - o que foi considerado um exagero.

CONSOLE = Unidade que permite que um operador se comunique com um sistema de computador, terminal principal ou centro de controle. A partir da criação da técnica de circuito impresso, em 1957, os computadores puderam diminuir um pouco mais de tamanho. As placas de circuito impresso são utilizadas na ligação elétrica entre os diversos componentes existentes em um circuito eletrônico. Antes, todas estas ligações eram feitas através de suportes e fios, o que acarretava mau-contato e instabilidade. Com o circuito impresso estas ligações são feitas em uma placa rígida, bastante estável e apresentando muito menos problemas de contato, sem contar que os componentes ficam melhor fixados. Nesse mesmo ano é desenvolvida a linguagem FORTRAN (Formula Translator), a primeira linguagem de alto nível para computadores.

Apesar do pessimismo, em 1958, duas mil unidades do IBM 650 estavam espalhadas pelo mundo. O IBM 650 era capaz de fazer em um segundo 1.300 somas e 100 multiplicações de números de dez dígitos.


Segunda geração (1959 — 1964) Na segunda geração, houve a substituição das válvulas eletrônicas por transístores, o que diminiu em muito tamanho do hardware. A tecnologia de circuitos impressos também foi criada, evitando que os fios e cabos elétricos ficassem espalhados por todo lugar. É possível dividir os computadores desta geração em duas grandes categorias: supercomputadores e minicomputadores.

IBM 7030 O IBM 7030, também conhecido por Strech, foi o primeiro supercomputador lançado na segunda geração, desenvolvido pela IBM. Seu tamanho era bem reduzido comparado com máquinas como o ENIAC, podendo ocupar somente uma sala comum. Ele era utilzado por grandes companhias, custando em torno de 13 milhões de dólares na época. Esta máquina executava cálculos na casa dos microssegundos, o que permitia até um milhão de operações por segundo. Dessa maneira, um novo patamar de velocidade foi atingido. Comparado com os da primeira geração, os supercomputadores, como o IBM 7030, eram mais confiáveis. Várias linguagens foram desenvolvidas para os computadores de segunda geração, como Fortran, Cobol e Algol. Assim, softwares já poderiam ser criados com mais facilidade. Muitos mainframes (modo como as máquinas dessa época são chamadas) ainda estão em funcionamento em várias empresas no dias de hoje, como na própria IBM.


ATLAS, IBM 1401 e IBM 7094 - 1962 Em 1962 foram usados pela primeira vez discos magnéticos para o armazenamento de informações, no computador Atlas. Os primeiros computadores a se utilizarem totalmente de transistores foram o IBM 1401 e IBM 7094 que juntos, venderam mais de 10.000 unidades, reafirmando mais uma vez a demanda por um indústria mundial de computadores. Na época, além de serem gigantescos, os computadores usavam imensas unidades de fita magnética para o armazenamento de informações para uso posterior, além de sistemas de cartões perfurados, onde as informações que você queria passar para o computador eram marcadas através de perfurações feitas em cartões para a posterior leitura pelos computadores - processo extremamente demorado. Obviamente tais discos magnéticos ainda estavam longe de serem parecidos com os discos magnéticos como conhecemos hoje em dia.

ATLAS

IBM 1401 IBM 7094


Terceira geração (1964 — 1970) Os computadores desta geração foram conhecidos pelo uso de circuitos integrados, ou seja, permitiram que uma mesma placa armazenasse vários circuitos que se comunicavam com hardwares distintos ao mesmo tempo. Desta maneira, as máquinas se tornaram mais velozes, com um número maior de funcionalidades. O preço também diminuiu consideravelmente. Um dos principais exemplos da terceira geração é o IBM 360/91, lançado em 1967, sendo um grande sucesso em vendas na época. Esta máquina já trabalhava com dispositivos de entrada e saída modernos, como discos e fitas de armazenamento, além da possibilidade de imprimir todos os resultados em papel. O IBM 360/91 foi um dos primeiros a permitir programação da CPU por microcódigo, ou seja, as operações usadas por um processador qualquer poderiam ser gravadas através de softwares, sem a necessidade do projetar todo o circuito de forma manual. No final deste período, houve um preocupação com a falta de qualidade no desenvolvimento de softwares, visto que grande parte das empresas estava só focada no hardware.


Corrida Espacial Um fato importantíssimo favoreceu a criação dos circuitos integrados e o desenvolvimento da computação em geral, na década de 60: A Corrida Espacial. O governo Americano investiu bilhões de dólares em pesquisas, para que os americanos fossem os primeiros a chegarem ao espaço. A criação de um pólo de pesquisas avançadas - a ARPA (Advanced Research Projects Agency) - fez com que surgissem vários conceitos que foram empregados e que refletem direta e indiretamente tudo o que há no mundo da informática hoje. Entre eles podemos destacar a interação homem-máquina - tendo como conseqüências como a criação dos video-games - e redes descentralizadas de computadores - possibilitando a criação de redes globais de computadores como a Internet, que hoje conhecemos tão bem. Neste ponto havia a necessidade de serem criados instrumentos confiáveis e, principalmente, que ocupassem pouco espaço físico. Deste modo, em 1963 começou a produção dos primeiros circuitos integrados, com a junção de vários transistores em um só componente, colocando um circuito relativamente grande dentro de uma só pastilha de silício.


CIRCUITO INTEGRADO (MICROPROCESSADOR) - 1964 Em 1964, os circuitos integrados feitos de cilício permitiram o miniaturização de componentes eletrônicos. Isso tornou possível reduzir o tamanho e o preço dos computadores. Teve também consequentemente a melhoria de seu desempenho, conseqüentemente de seu poder e também de sua confiabilidade. O INTEL 4004 desenvolvido em 1971, foi o primeiro microprocessador, era o primeiro circuito integrado que incorpora todos os elementos de um computador em somente um caso: unidade calculadora, memória, controle do inputs/outputs.


PDP-5 - 1963

Em em 1963 foi lançado pela empresa americana DEC - Digital Equipament Corporation, o primeiro minicomputador.o PDP-5.

IBM 360 - 1964 Um dos primeiros computadores a utilizar circuitos integrados foi o IBM/360, lançado em 1964. Avançadíssimo para a época, fez com que todos os outros computadores fossem considerados totalmente obsoletos, fazendo com que a IBM vendesse mais de 30.000 computadores deste.


MOUSE - 1968 Hoje parece impossível mexer no computador sem a ajuda de um mouse, certo? Pois agradeça ao Douglas Engelbart por ter criado esse "ratinho" em 1968, depois de ter passado 5 anos desenvolvendo esse equipamento essencial aos usuários de computadores. Douglas nasceu no dia 30 de janeiro de 1925 no estado do Oregon, lá nos Estados Unidos, e trabalhou duro no Instituto de Pesquisa de Stanford, onde inventou o mouse. O mais engraçado é que a primeira versão que ele fez era de... madeira! Pois é, além disso, esse primeiro mouse tinha apenas um botão e movia-se sobre pequenas rodinhas. Mas as pessoas comuns só tiveram o gostinho de usar o mouse um bom tempo depois: em 1982, quando a empresa Apple lançou o famoso sistema de "apontar e clicar". Foi nesse mesmo ano que criaram o mouse de duas teclas. Quem iria imaginar que um simples "rato" pudesse simplificar tanto nossa vida.


DISQUETE - 1971

Em 1971 a IBM lança no mercado mundial o primeiro disquete, seu tamanho era de 8".

Observações: Nas décadas de 60 e 70 os computadores ainda apresentavam aparência bastante grande. Elementos semelhantes a armários caracterizavam os computadores.


APLE II - 1977 O primeiro computador parecido a esses que a gente tem em casa ou na escola apareceu em 1977. Era o Apple II, criado por um norte-americano chamado Steven Jobs, dono da empresa Apple (que faz toda a linha de computadores Macintosh). O Apple II era parecido com os micros de hoje, pois era fácil de ligar, mexer e transportar. Depois disso, foram aparecendo vários outros. Todos já tinham essa forma básica de hoje: teclado, monitor e unidade central de processamento, a CPU, o mouse ainda não existia nessa época. Esses computadores de uso pessoal ficaram conhecidos como PCs (do inglês Personal Computer), computadores pessoais. Esses micros não funcionavam com válvulas, como o Eniac, mas com transistores, que foram evoluindo e ficando cada vez menores. Também ganharou um novo material, o silício, que é um tipo de areia refinada. Nos anos 60, um grupo de americanos descobriu que era possível fazer um transistor especial, usando uma espécie de "sanduíche de silício". Era o chip, o componente básico dos computadores da atualidade, que processam informação cada vez mais rápida.


Quarta geração (1970 até hoje) A quarta geração é conhecida pelo advento dos microprocessadores e computadores pessoais, com a redução drástica do tamanho e preço das máquinas. As CPUs atingiram o incrível patamar de bilhões de operações por segundo, permitindo que muitas tarefas fossem implementadas. Os circuitos acabaram se tornando ainda mais integrados e menores, o que permitiu o desenvolvimento dos microprocessadores. Quanto mais o tempo foi passando, mais fácil foi comprar um computador pessoal. Nesta era, os softwares e sistemas se tornaram tão importantes quanto o hardware.

FOI AÍ QUE COMEÇOU A ERA DOS CHIPS... Na década de 80, foi criado o ICLSI - Integratede Circuit Large Scale Integration, ou seja, "Circuito Integrado em Larga Escala de Integração" ou Chip, onde foram desenvolvidas técnicas para se aumentar cada vez mais o número de componentes no mesmo circuito integrado. Alguns tipos de IC LSI incorporavam até 300.000 componentes em uma única pastilha. Quem inventou o chip foi a Intel, uma empresa que existe até hoje e é uma das mais poderosas do mercado de informática. Um de seus fundadores, Gordon Moore, criou uma regra que ainda é válida: os chips de computadores dobram sua capacidade de processar informação a cada 18 meses. É por isso que um computador antigo acaba virando velharia, porque sempre tem outro mais rápido nas lojas ou sendo inventado.


Altair 8800 O Altair 8800, lançado em 1975, revolucionou tudo o que era conhecido como computador até aquela época. Com um tamanho que cabia facilmente em uma mesa e um formato retangular, também era muito mais rápido que os computadores anteriores. O projeto usava o processador 8080 da Intel, fato que propiciou todo esse desempenho. Com todo o boom do Altair, um jovem programador chamado Bill Gates se interessou pela máquina, criando a sua linguagem de programação Altair Basic. O Altair funcionava através de cartões de entradas e saída, sem uma interface gráfica propriamente dita.

IBM-PC - 1981 Em 1981 a IBM lança o PC-5150, o antecessor de todos os micros existentes atualmente. Tinha 64 Kbytes de memória e velocidade de 4,77 megahertz. O sistema operacional era MS-DOS foi o software utilizado pelo PC-5150, desenvolvido pela Microsoft, o que proporcionou uma aliança entre a IBM e a Microsoft.


Apple (Lisa e Macintosh)

Vendo o sucesso do Altair, Steve Jobs (fundador da Apple) sentiu que ainda faltava algo no projeto: apesar de suas funcionalidades, este computador não era fácil de ser utilizado por pessoas comuns. Steve sempre foi conhecido por ter um lado artístico apurado, portanto, em sua opinião, um computador deveria representar de maneira gráfica o seu funcionamento, ao contrário de luzes que acendiam e apagavam. Por isso, o Apple I, lançado em 1976, pode ser considerado como o primeiro computador pessoal, pois acompanhava um pequeno monitor gráfico que exibia o que estava acontecendo no PC. Como o sucesso da máquina foi muito grande, em 1979 foi lançado o Apple II, que seguia a mesma ideia. Seguindo na mesma linha, os computadores Lisa (1983) e Macintosh (1984) foram os primeiros a usar o mouse e possuir a interface gráfica como nós conhecemos hoje em dia, com pastas, menus e área de trabalho. Não é um preciso dizer que esses PCs tiveram um sucesso estrondoso, vendendo um número enorme de máquinas.


Microsoft e os processadores Intel Paralelamente à Apple, Bill Gates fundou a Microsoft, que também desenvolvia computadores principiais. No começo de sua existência, no final dos anos 70 e até meados dos anos 80, Gates usou as ideias contidas nas outras máquinas para construir a suas próprias. Utilizando processadores 8086 da Intel, o primeiro sistema operacional da Microsof, MS-DOS, estava muito aquém dos desenvolvidos por Steve Jobs. Por esse motivo, Bill Gates acabou criando uma parceria com Jobs e, após algum tempo, copiou toda a tecnologia gráfica do Macintosh para o seu novo sistema operacional, o Windows. Desta forma, em meados dos anos 80, O Machintosh e o Windows se tornaram fortes concorrentes. Com a demissão de Steve Jobs da Apple, a empresa acabou muito enfraquecida. Assim, a Microsoft acabou se tornando a líder do mercado de computadores pessoais. Desde aquela época, vários processadores da Intel foram lançados, acompanhados de várias versões de Windows. Entre os modelos da Intel, podemos citar: 8086, 286, 386, 486, Pentium, Pentium 2, Pentium 3, Pentium 4, Core 2 Duo e i7. A AMD entrou no ramo de processadores em 1993, com o K5, lançando posteriormente o K6, K7, Athlon, Duron, Sempron, entre outros.

Todos os computadores pessoais que são lançados atualmente são bastante derivados das ideias criadas pela Apple e pela Microsoft.


Multi-core Uma das principais tendências dos últimos anos do mercado de desktops é a chamada “multi-core”, que consiste em vários processadores trabalhando paralelamente. Assim, as tarefas podem ser divididas e executadas de maneira mais eficiente. No início da década de 2000, os transístores usados no processador já estavam muito pequenos, causando um aquecimento maior que o normal. Desta maneira, foi necessário dividir a CPU em vários núcleos. Além da notável diferença em poder de processamento, os processadores de múltiplos núcleos têm uma grande vantagem sobre os antigos processadores: várias tarefas podem ser realizadas ao mesmo tempo. E não para por aí, os processadores multicore esquentam muito menos do que processadores antigos, pois cada núcleo trabalha em uma velocidade menor e consequentemente produz menos calor.


Computação de bolso e tablets Sobre a computação de bolso, que está cada vez mais presente nas nossas vidas. De alguns anos para cá, cada vez mais computadores móveis são lançados no mercado, os quais podem ser carregados dentro do bolso — por isso o seu nome. Entre esses dispositivos, podemos citar primeiramente os celulares, que cada vez mais executam funções existentes nos computadores, possuindo sistemas operacionais completos, além de palmtops, pendrives, câmeras fotográficas, TVs portáteis etc. Na verdade, a principal tendência do futuro, que já está ocorrendo agora, é a união de muitas funcionalidades em um mesmo aparelho. Por isso, após alguns anos, vai ser muito comum que as pessoas tenham somente um único dispositivo portátil, que vai executar todas as tarefas desejadas. A chegada dos tablets ao mercado foi outro grande passo para que isso se tornasse realidade.


E agora, qual será o próximo passo dessa evolução?


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