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25/4/2008
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base montada – foi só trazer a comunidade. O mérito da Cooperifa foi fazer com que pessoas que nunca tivessem escrito poesia começassem a escrever. Agora tem vários saraus, mas todos usufruem o que a Cooperifa construiu, tanto que são quase sempre os mesmos poetas. Para a poesia isso não é interessante, porque não expande. Por isso estou fazendo saraus e oficinas poéticas no EJA (Escola de Jovens e Adultos), para formar outros escritores.
o pessoal, o Mano Brown, o GOG, o Afro-X, o Marcelo Rubens Paiva e de repente tinha cem pessoas”, sintetiza Vaz. A partir daí, Sérgio passou a pedir microfone nos intervalos de shows de rap, fez o projeto Poesia Contra a Violência. Começou inclusive a aparecer nos cartazes de show, como uma atração. Iniciava-se uma trajetória de sucesso, entendido obviamente como a oportunidade de ser reconhecido pela comunidade na qual está inserido. “Tenho mentalidade de gente pequena: adoro ser conhecido pelo pessoal do meu bairro, ser reconhecido onde vivo. Eu sou muito fechado, fico preso só àquele entorno.” Para quem diz ter mentalidade miúda, até que Sérgio Vaz foi longe.
E criou vários escritores na Cooperifa. Sim, Allan da Rosa, Elizandra, Fuzzil, Dughetto, que já vinha no sarau do Taboão.
Como o Sarau chegou ao Bar do Zé Batidão? Foi em março de 2003, quando o cara vendeu o bar no Taboão. A gente já tava indo lá de segunda-feira. E eu havia lançado meu livro em 1988 no bar dele, que era em outro lugar. Pra você ter uma idéia, no lançamento, tinha frango com maionese (risos). E o bar já havia sido do meu pai. E já tinha feito eventos lá, levado o Lobão, feito um evento que era samba e poesia. Mas quando chegamos, tínhamos uma
Vai muita gente do centro expandido lá? Tem cerca de 40% do público. E muita gente foi lá porque viu na televisão, inclusive gente do próprio bairro. Porque o cara chega em casa umas seis ou sete da noite e entra direto, vê aquela muvuca ali na frente do bar mas não se interessa. Várias pessoas foram por causa de matéria na televisão. O louco é que o lugar virou uma referência geográfica. 35