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Editorial O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO PARA MELHORAR O NOSSO PAÍS ?

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indignação tomou lugar da indiferença em que vivíamos nós brasileiros. O movimento das ruas mexeu com nossos sentimentos adormecidos, acordamos, em nossas veias e em nossas mentes houve uma oxigenação, uma purificação mental e passamos a cobrar os nossos legítimos direitos, que somente são lembrados por aqueles que deveriam providenciá-los, em anos de eleição. Aí, lembram-se de tudo e prometem, novamente, tudo aquilo que deveriam ter feito, mas a nossa juventude, cansada de promessas, reagiu. Infelizmente, como sempre, oportunistas aproveitaram as manifestações pacíficas e ordeiras de estudantes e trabalhadores para badernarem, destruírem e roubarem. Ainda bem, que era uma minoria de fácil identificação, que poderá e deverá sofrer as consequências de seus atos tão nefastos, se as autoridades quiserem. Nossa juventude pediu um basta, ao caos que nossos políticos têm causado ao nosso país, legislando em causa própria, de comum acordo com os outros poderes. Começaram a fazer a sua parte, como jovens de lutas pacíficas pelos seus direitos e dos outros, ou seja, pelo futuro de todos, e nós, mais experientes, bem ou mal, aposentados , sem o vigor físico da juventude, mas com quilometragem de percurso nas mais diversas áreas da sociedade, com muita experiência de vida, o que estamos fazendo ? O Panathlon (todos os esportes) surgiu em Veneza, na Itália, em 1951 e, na década de 60, tornou-se uma entidade internacional , baseado nos pilares da Amizade, Cultura, Ação e Ética , tendo o “ Ludis Iungit “ ( o esporte une) como lema, e o “ Fair Play “ (jogo limpo) como uma de suas bandeiras.

É uma entidade sem fins lucrativos, um clube de serviços, de voluntariado, onde a satisfação proporcionada pelos serviços de seus membros é o nosso pagamento, pois temos recebido muito, a começar pela nossa vida, família, amigos, saúde, aposentadoria e, a nossa contra- partida a tudo isso, é o trabalho voluntário naquilo em que recebemos talento, para aqueles que mais necessitam. Nossa ferramenta de trabalho é o esporte, é o nosso carro chefe para ajudarmos crianças, jovens, pessoas com dificuldades ou deficiências, idosos, enfim, pessoas que precisem de atividades físicas para minorar seus sofrimentos , alegrar, motivar e até trazê-los de volta para o convívio social e engrossar o movimento de ajuda aos seus semelhantes. Você esportista, está fazendo alguma coisa ? não tem essa de ex esportista, (está ou não ?) então, vamos à luta, o esporte é para ser vivido, compartilhado, buscando sempre novos amigos, novas aventuras, novos destinos. Tem muita gente precisando necessitando do seu talento, daquele talento que Deus lhe deu, e que você não quer ou não sabe valorizar, vamos nos mexer, procure um Panathlon para usar as mais diversas modalidades esportivas para colaborar com o seu semelhante. Você é muito importante, tenha iniciativa. No conflito entre o bem e o mal, fique com o bem; ajude a fundar um clube Panathlon em sua cidade. Faça do seu trabalho voluntário, algo prazeiroso, motivante, de auxilio ao próximo, visando ao bem estar dos outros com reflexos positivos em sua própria existência. Faça, do seu trabalho voluntário, uma belíssima oração.


Ă?ndice


“A capacidade de um esportista e Professor de Educação Física, provou que para se alcançar o sucesso, Primeiro tem que se trabalhar com idealismo e persistência.”

E isso foi o que fez o EDUCADOR, Panathleta fundador do Panathlon Club Santos, e seu Presidente em 1993/94/95, Professor Edésio Del Santoro.

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ormado em 1942 na Escola Superior de Educação Física (USP), em 1947 assumia a Direção do Ginásio e Escola Normal “José Cursino” e logo deu início a um trabalho que resultou em uma total transformação na maneira de dirigir um estabelecimento de ensino. Mostrando a importância da participação dos pais dos alunos na vida da Escola, transformou o Órgão de Cooperação Escolar em Associação de Pais e Mestres, com as mesmas funções, mas com real envolvimento, principalmente, da comunidade. Foi assim que no campo material a Escola passou a contar com quadra de basquetebol iluminada, com arquibancada, sala ambiente para Artes Industriais, Cantina, Biblioteca, mais duas Salas de Aulas – estas, construídas com o produto do leilão de rezes doadas pelos criadores de gado leiteiro, para receber os alunos aprovados no exame de admissão e alunos que ultrapassavam a capacidade do prédio, além da aquisição de material para o Laboratório de Química e Biologia. Do ponto de vista cultural a Escola tornou-se um verdadeiro centro de irradiação de atividades artísticas e culturais. Professores da USP e intelectuais de diversas áreas atenderam os convites da A.P.M. e proferiram palestras sobre temas de suas especialidades, entre eles,

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Sólon Borges dos Reis, Tito Lívio Ferreira, Rubens do Amaral, Otto dos Santos Mercadante, Dr. Sérgio Miliet, Ascânio Brandão e Suzana Rodrigues, criadora dos Teatros de Bonecos, que ministrou um curso sobre a confecção e utilização dos bonecos no ensino das diferentes disciplinas do Curso Primário. Os professores de Educ.Artística promoveram para pais e mães de alunos, seminários sobre encadernação, corte e costura, tricô, bordado, pintura em tecido, utilização da tábua e palha de milho para confecção de cestas, flores, arranjos diversos. Com a colaboração do Juiz de Direito da Comarca, o professor de História realizou o julgamento de Luiz XVI e do antigo regime dos reis da França. Peças de teatro foram encenadas no salão paroquial com os alunos orientados pela professora de Educação. Concursos de redação e poesia. Visitas às indústrias locais, com premiação para os melhores relatórios apresentados. Dois diretores da Companhia Rodia, ministraram aulas de francês gratuitamente aos alunos interessados, sendo a melhor aluna premiada com uma bolsa de estudos na França, tendo a Associação de Pais e Mestres pago a passagem de navio. Em 1952, removido para Bauru, assumiu a direção


do Instituto de Educação Ernesto Monte, instituindo de imediato, a Associação de Pais e Mestres, e os resultados logo se fizeram presentes com melhorias; a instalação da Cantina, bebedouros, Biblioteca, Museu Ernesto Monte, três quadras poliesportivas iluminadas, minipista de atletismo com caixas de saltos e arremessos, o levantamento de 300 metros de muro em substituição à cerca de sebe, salas para Educação e Artes Industriais com todo o ferramental necessário, uma Sala Ambiente de Música, atualização dos Laboratórios de Química, Física e Biologia, coleção completa de Mapas para o ensino de Geografia e História. Do ponto de vista cultural, palestras proferidas por diversas personalidades convidadas, entre outros, Silveira Bueno, Emílio Nérice, prof. Melo e Souza (Malba Tahan), Flamínio Fávero, Lucas Nogueira Garcez, Plínio Salgado. A Escola passou também a ter uma excelente fanfarra. Em 1959, removido para Santo André, assumiu a direção do Instituto de Educação Américo Brasiliense e novamente a primeira preocupação foi a instalação da Associação de Pais e Mestres, que de imediato conseguiu mobilizar todas as forças vivas da cidade. Com a colaboração do Bispo Dom, Jorge Marcos de Oliveira milhares de assinaturas foram obtidas e levadas ao Governador Carvalho Pinto, que se responsabilizou pela construção do prédio atual da Escola. Renovado o material didático, com a aquisição de mapas, máquinas de escrever para a secretaria, organizada a Cantina, melhorada a praça de esportes, ampliada a Biblioteca e os Laboratórios de Química, Física e Biologia. Palestras foram proferidas por personalidades de diversas áreas culturais e educacionais, entre elas, o ilustre matemático professor Melo e Souza, conhecido por Malba Tahan, o pedagogo Emílio Giusepi Nérice, e Sólon Borges dos Reis. Diversos seminários foram realizados para atualização dos professores primários, com a colaboração do Serviço de Expansão Cultural da Secretaria de Educação.

Em 1963, a última remoção – Cidade = Santos. Instituto de Educação Canadá (Colégio Canadá). Modo de agir, o mesmo. Instalar a Associação de Pais e Mestres. Conquistas, sempre com a participação dos familiares dos alunos e de empresas e indústrias locais. Ampliação da Biblioteca, com aquisição de livros solicitados pelos professores, coleção de mapas históricos, geográficos e bibliográficos, instalação de Salas Ambientes para Artes Industriais femininas e masculinas e material pertinente, inclusive com o aproveitamento de maquinário e ferramentas já em desuso na Escola Industrial Dona Escolástica Rosa; Com a colaboração da Estrada de Ferro Sorocabana, diversas obras foram levadas a efeito, como a construção de um Laboratório completo de Química, aquisição de microscópios para Biologia, cobertura na ligação entre os prédios antigo e novo, piso cimentado de 800 metros quadrados, dois ginásios poliesportivos, residência do zelador. Palestras diversas também marcaram a ação da A.P.M., sempre preocupada com a formação dos alunos. Ex-governador Franco Montoro, Prof. Sólon Borges dos Reis, Pedagogo Emílio Nérice, Padres Antônio (drogas), Geraldo (literatura), Waldemar (religião), Bispo David Picão (conduta humana), matemático Malba Tahan, prof. Silveira Bueno, Dr. Nelson Manoel Hipólito do Rego (doenças transmitidas sexualmente) foram alguns dos palestrantes convidados. Cursos de artes plásticas, poesia, teatro, com a presença de Ney Latorraca, ator de renome nacional e que foi aluno do Colégio Canadá. Excursões recreativas e didáticas, participação em Campeonatos Colegiais de Esportes, enfim, uns cem números de realizações que só se tornaram possíveis com a assistência das Associações de Pais e Mestres. Em um espaço de quatro anos, de 1974 a 1978 o Colégio Canadá ficou privado a sua atuação como Diretor, transferindo sua dedicação e empenho em favor da educação, à Prefeitura de Santos, ao assumir a Secretaria de Educação do Município – SEDUC, e

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não é preciso dizer que as escolas municipais foram contagiadas com a instalação de A.P.M.. Reassumiu a direção do Colégio Canadá onde permaneceu até 1980, quando se aposentou.

1942 – Formado em Educação Física (USP). ESPORTE BASQUETEBOL Sorocaba – Tricampeão do Interior; Espéria (SP) – Campeão Paulista; Taubaté – Tri-campeão do Interior; São José dos Campos – Campeão do Interior.

Malefícios

do

Tabagismo

Introdução A real dimensão do problema que o tabagismo acarreta à sociedade em geral e em especial ao jovem praticante de esportes tem direta implicação com o fato de ser um produto legalizado e que vicia muito rápido. As pesquisas confirmam a resistência do vício ao tratamento e projetam a importância do trabalho preventivo. Contudo, não há dúvida, os interesses mercadológicos contaminam e deturpam a verdade em prejuízo da saúde pública. Nessas condições a educação assume papel vital quando se discute o porquê das drogas. Nesse sentido, a mudança de velhos hábitos ajuda muito a liquidar com a rotina do vício. De modo

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EDUCAÇÃO DIRETOR: 1947 a 1952 – Ginásio e Escola Normal “Coronel José Cursino” – São José dos Campos. 1952 a 1959 - Instituto de Educação “Ernesto Monte” – Bauru. 1959 a 1963 – Instituto de Educação “Américo Brasiliense”. – Santo André. 1963 a 1974 – Colégio “Canadá”. – Santos. 1974 a 1978 – Secretário da Educação. – SEDUC - Santos. 1978 a 1980 – Colégio “Canadá”. – Santos. Mais dois anos como Diretor do Colégio Leão XIII.

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análogo e, sem medicação, o fumante que deseja ou queira parar de fumar terá nos Grupos de Autoajuda um valor inexcedível em termos de saúde pública. O tabagismo é uma doença crônica, progressiva, incurável e fatal, que pode e deve ser controlada a exemplo da hipertensão e diabetes. Catalogada na, Décima Classificação Internacional de Doenças, CID 10 F17.2, continua subestimada e tolerada pelo elevado interesse econômico do governo. Aromatizantes para tornar a fumaça perfumada, edulcorantes para adoçar, e mais chocolate, maçã, cravo, canela, baunilha, morango e sabe-se lá o que mais, fazem do cigarro uma mistura heterogênea e, com sa-


bor! O mentol, utilizado em perfumes e dentifrícios pelo seu efeito refrescante, é também adicionado na composição do cigarro! Calcula-se que 600 aditivos são utilizados na sua fabricação. Substâncias adventícias e de efeito imprevisto são agregadas para tornálo agradável ao paladar... O tema remonta ao século passado e nos idos de 1982 os pesquisadores Dube e Green contabilizaram 4.720 elementos em 15 funções químicas existentes no fumo do tabaco. Por sua vez, a Revista Jama, de 09 de agosto de 2000, publicou estudo liderado pelo PhD Frank Baker com a cifra de 6.700 tóxicos! Essa sofisticada mistura invade os pulmões irritando a mucosa respiratória com repercussão sobre os alvéolos e brônquios. A nicotina chega ao cérebro do fumante em menos de dez (10) segundos e, com a adição de amônia, esse espaço diminuto de tempo se reduz ainda mais. O fumante gasta, em média, 10 minutos para fumar um cigarro, utilizando de 8 a 10 tragadas. Sua compulsão por fumar se repete, em média, a cada meia hora! O Uso do Narguilé e do Snus Além dos óbices à saúde trazidos pelo cigarro, como à saciedade antes comentado, precisa-se lembrar da repercussão negativa pelo uso do aparelho chamado narguilé, uma antiga maneira de fumar, permitindo o uso em grupo, que atualmente está se difundindo na animação da vida noturna. Também o uso do tabaco mascado, o snus. Os indígenas usam o tabaco in natura na gengiva inferior fato que colore seus dentes de verde. Industrializado na Suécia ganhou o nome de snus e é utilizado para saciar a síndrome de abstinência dos fumantes em locais que proíbem o fumo. A negligência quanto ao fumo atingiu os extremos. São utilizados ao arrepio da lei e sem vigilância nem controle. O cinema americano se encarregou de difundilo à saciedade novamente. Essas experimentações consentidas aumentam o número de viciados porque, por curiosidade e desapego

à vida, até os que não fumam, principalmente jovens, estão se iniciando no tabagismo; e algumas casas oferecem de graça a primeira vez do uso do aparelho. A Lei A palavra latina caput significa cabeça e é freqüentemente utilizada no meio jurídico para indicar na lei a parte fundamental do artigo. Depois do caput sucedem-se os parágrafos, as alíneas e os itens. O elemento estrutural da Lei Federal 9.294/96, sua unidade básica, é a proibição do tabagismo quer seja pelo consumo de cigarros, cigarrilhas, cachimbos, charutos ou qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, em recinto coletivo, privado ou público, portanto tudo! A parte complementar dessa lei oferece uma saída assim redigida pelo legislador: a não ser em área destinada exclusivamente a esse fim, devidamente isolada e com arejamento conveniente. Ora, por interesse direto das tabaqueiras, dos sindicatos de bares, restaurantes, hotéis e similares, criou-se a figura do fumódromo uma excrecência que admitiu a divisão de um mesmo ambiente em alas para fumantes e não fumantes como se isso fosse possível! Situação antagônica, feita às canhas (às avessas). Pois bem, se desde o seu nascedouro, nos idos de 1996, a lei estivesse visivelmente afixada nos locais determinados, certamente o cenário seria outro. A exigência de ambientes livres de tabaco, não é só da lei, emana também de um tratado internacional a “Convenção Quadro”, do qual o Brasil é signatário. O cotidiano dessa gente vazia de espírito público, alimentado pela conivência gananciosa daqueles diretamente interessados, afunda a saúde pública do país, impunemente. Portanto, cabe ao movimento panathletico, no âmbito do esporte, participar e difundir esses importantes conhecimentos, visando salvaguardar a sua saúde de nossa juventude.

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“Machura

no

Rebote”

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á dias, uma turma de alunos do então Colégio Estadual Prof. Macedo Soares reuniu-se para comemorar algumas décadas de formatura. Naturalmente convidou para a reunião os professores que conseguiram localizar e, neste rol, estava o escritor destas linhas, que colateralmente à vida jornalística viveu todas as emoções do magistério, principalmente na gratificante cadeira de educação física. O reencontro com um grupo excepcional, que tinha sido campeão colegial de vôlei e basquete, foi rico em recordações, em lembranças de passagens dos tempos em que os eventos colegiais promovidos pelo governo estadual constituíam a meta dos estudantes e professores. É impressionante como o adolescente grava cada detalhe, o resultado de cada jogo, as cestas que marcou, independentemente dos anos transcorridos. Quase todos os que pertenciam ao time lembravamse da recomendação que eu passava a cada pedido de tempo e, às vezes, não resistindo, gritando mesmo do banco: “Machura” no rebote! Sim, quando a bola bate no aro e volta para a quadra, ela não é mais de ninguém. O rebote é de quem saltar mais alto, de quem mais se empenhar em conquistá-la. Aquela frase serviu de ignição para que os motores da mente avaliassem um significado bem mais sério, que ultrapassa o desenho do “garrafão” do basquete para transformar-se em uma verdadeira lição de vida.

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A nossa existência apresenta, a cada dia, uma série de rebotes, uma série de situações representadas por desafios, oportunidades, obrigações ou tarefas difíceis. Trata-se da luta para a manutenção do lar, da família, do emprego. E justamente a “machura” com que se enfrenta estas circunstâncias nos levará à posse da bola, ao comando de nossa vida, à conquista final de ponto a ponto no jogo que nos conduzirá, sem faltas, a uma vitória final. Contemplei, na saída daquela confraternização, o estacionamento dos carros que os convivas haviam trazido àquela reunião. A quase totalidade de alto gabarito. Uma classe de alunos de uma escola do Estado, a maioria proveniente de famílias que enfrentavam na época problemas econômicos, dava demonstração de vitória no grande campeonato da vida. Provavelmente, parte do segredo do êxito estivesse no que se aprende nas sessões de educação física e esporte. “Machura” no rebote! O HINO DO PANATHLON É impressionante o conteúdo da letra do hino brasileiro do Panathlon, de autoria do maestro e panathleta Mário Albanese, composto em 1986. Suas palavras correspondem a uma verdadeira apoteose à filosofia panathlética. O interessante é que seus versos, escritos há quase três décadas, já tivessem


naquela época conseguido absorver toda uma filosofia que pregava a apologia à amizade e ao Fair Play. Nosso país estava (e está) separado por oceano da sua sede central, mas naquele tempo já se incluía num contexto de valores universais. Nosso hino, em ritmo alegre, diz que somos uma “nobre entidade, uma verdadeira irmandade”, envolvendo gerações, no presente e no passado. Defende a eugenia, afirmando que o ideal do esporte está na esperança de uma geração sadia e forte. Defende a tradição das diversas modalidades esportivas em sua terceira estrofe e o Fair Play tem sua melhor definição

com os quatro últimos versículos do hino: E depois de dura prova Com o corpo já cansado A amizade se renova Vencedor ou derrotado. Ele é efetivamente lindo e é cantado em todos os convívios. Seria ainda mais significativo se, ao cantar, os panathletas estivessem se concentrando no significado de cada palavra pronunciada.

Futsal

altera regra para beneficiar o Fair Play

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m fevereiro, a cidade paranaense de Foz do Iguaçu sediou o XIV Congresso Nacional de Arbitragem de Futsal, numa realização da Associação dos Oficiais de Arbitragem do Paraná, com apoio da Confederação Brasileira de Futsal (CBFS), Federação Paranaense de Futsal (FPFS) e Liga Iguaçuense de Futsal-PR. Cerca de 650 pessoas, entre árbitros, anotadores e dirigentes de departamentos de arbitragem de 17 estados, acompanharam o evento que revelou novidades para a temporada. O presidente da CBFS, Aécio de Borba Vasconcelos, ressaltou a qualidade do encontro. Ele acompanhou cada uma das palestras e se emocionou quando entregou uma homenagem a árbitra Renata Leite, FIFA (SP), eleita durante o mundial de 2012, na Tailândia, a segunda melhor do mundo – o primeiro foi um árbitro espanhol. Na palestra mais aguardada por todos com o Dire-

tor Nacional de Arbitragem da CBFS, Daniel Pomeroy, vieram as novidades sobre a mudança da regra. O principal objetivo das alterações é garantir o “Fair Play”, explicou Pomeroy, que convidou Renata Leite e o também árbitro Michel Jean Bonnaud FIFA-SP para colaborar nas explicações. A partir de agora, nas partidas oficiais o número de atletas por jogo passa de 12 para 14. Fica terminantemente proibido o uso de publicidade nas áreas técnicas, zonas de substituições e dentro dos gols. Também não se admite propagandas a uma distância inferior a 1 metro das linhas que demarcam a quadra de jogo. Já no inicio de cada partida, após a relação de atletas ser entregue ao anotador, se acontecer alguma alteração na equipe que inicia o jogo, esta mudança tem que ser comunicada a um membro da equipe de arbitragem. Caso contrário, assim que o jogo se iniciar e a arbitragem tomar conhecimento da troca, ela irá

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adotar os procedimentos de uma substituição irregular, porém sem a aplicação do cartão amarelo. Além dessa medida, o árbitro principal deverá relatar o fato na súmula para que a comissão organizadora do evento tome as devidas providências. Fica proibido o uso de qualquer sistema de comunicação eletrônica entre atletas e comissão técnica e entre comissão técnica e demais membros quando estes estiverem fora do banco de reservas. Quando o cronometrista avisar o final de cada período de jogo, ou da prorrogação, e este coincidir com a marcação de alguma falta, com a cobrança ou repetição de qualquer tiro livre direto ou indireto, esta infração será cobrada e o jogo será encerrado com a trajetória final da bola para a marcação ou de um gol ou que a mesma saia do limite da quadra. Caso ocorra outra infração na cobrança desta falta, o procedimento será o mesmo da anterior. Também fica permitido que o goleiro receba a bola, quando este fizer uma defesa parcial, se a devolução for com os pés ele poderá só tocar com os pés, se for

com qualquer outra parte do corpo ele poderá então segurar a bola com as mãos e partir desta posse de bola irá ser aberta a contagem dos 4 segundos. “O mais importante é saber identificar a posse de bola”, explica Pomeroy. Para acabar com a falta de unificação na aplicação da regra, agora o jogador que tocar intencionalmente com a mão na bola será obrigatoriamente advertido com cartão amarelo, independente de onde foi o lance. Juiz de Fora esteve representada no congresso através do Panathleta, presidente da Liga Juizforana de Futsal e árbitro da Federação de Futsal do Estado do Rio de Janeiro, Adilson Mattos, que avaliou como bastante positivo o evento, cujo principal tema foi a padronização na aplicação das regras do jogo. As modificações já foram implementadas, desde a disputa da Superliga Futsal, em Concórdia (SC). Os próximos congressos já estão marcados para Brusque (SC), em 2014, Rio de Janeiro (2015), Espírito Santo (2016) e Paraná (2017).

Panathlon Club de São Paulo: Comemoração do Dia Olímpico Internacional – 2013

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s Jogos Olímpicos foram instituídos na Grécia Antiga para promover a paz. 776 antes de Cristo – realizados em Olímpia, cidade sagrada, os primeiros Jogos Olímpicos a serem firmados nos registros públicos. A partir daí, a cada quatro anos, três meses antes da cerimônia de abertura da grande festa esportivo-religiosa, os espondóforos, mensageiros encarregados de proclamar a trégua sagrada, percorriam o território helênico e anunciavam a boa nova: “QUE O MUNDO ESTEJA LIVRE DO

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CRIME, DO ASSASSINATO E DO RUÍDO DAS ARMAS”. Os conflitos eram suspensos e a alegria espalhavase pelo país, na expectativa de mais uma jornada a ser promovida em honra a Zeus – dono e senhor do Olimpo, imagem da justiça e da razão, da ordem e da autoridade. Com o passar do tempo a Grécia entrou em decadência e, no ano 146 a.C., foi transformada em província romana. 393 da Era Cristã – Teodósio I, O Grande, impera-


dor de Roma, aboliu oficialmente o festival que representou uma das mais extraordinárias contribuições da Grécia à História. Paris, 1894 – por iniciativa do pedagogo e humanista francês Pierre de Coubertin, em um congresso realizado na Sorbonne, Universidade de Paris, representantes de vários países aprovaram a reinstituição dos Jogos Olímpicos. Dois anos mais tarde, em Atenas, aconteceram os I Jogos Olímpicos da Era Moderna. A partir daí, até 1912, foram realizados quadrienalmente. Por força da Primeira Guerra Mundial ocorreu cancelamento daqueles que seriam promovidos em 1916. Reiniciado após a guerra, o movimento olímpico atingiu o apogeu em 1936, nos Jogos de Berlim. O aperfeiçoamento dos meios de comunicação transformou os campeões olímpicos em heróis internacionais. O mundo aplaudia seus ídolos com entusiasmo. Os Jogos Olímpicos de 1940 e 1944 não foram realizados – Segunda Guerra Mundial. Vários países perderam seus mais valorosos campeões. “O esportista foi visto na Infantaria, Artilharia, Aviação ou Marinha. Envergando a farda, confundido entre milhares de compatriotas, já não era o grande nome aplaudido nos estádios pela multidão. Era o “praça número tal”. Transformara-se em número apenas. Pois esse número foi um grande soldado. Foi alemão, brasileiro, inglês, francês, polonês, finlandês, italiano, soviético, romeno, grego ou norte-americano. O esportista esteve em toda a parte e morreu em quase todas as batalhas. Seu nome repleto de glórias esportivas apagou-se em silêncio. Todos eles foram patriotas, acorreram ao primeiro apelo e tomaram bravamente a posição que lhe indicaram. Um dia qualquer receberam uma ordem: “MORRE!” ... e eles, disciplinadamente, morreram em nome de seu ideal.” (Texto condensado da crônica O ATLETA DESCONHECIDO – Almanaque Esportivo Olympicos – 1945-1946. Fácil imaginar-se a consternação geral provocada pelas perdas e pelo rastro de destruição deixado pelo maior conflito bélico do século passado. Mas o espíri-

to olímpico, com sua mensagem de paz e união precisava sobreviver. Foi o que aconteceu. Estocolmo, 1947 – Quadragésima reunião do Comitê Olímpico Internacional. Joseph Gruss, médico e professor da Universidade de Praga propôs uma jornada olímpica anual, para que não perecesse o ideal que inspirou Pierre de Coubertin. Posteriormente, por sugestão do COI, a fim de ser divulgado o movimento olímpico e sua filosofia, poderão ser comemorados pelos Comitês Nacionais um Dia Olímpico ou Semana Olímpica. Serão promovidos no mês de junho, para lembrar a renovação dos Jogos, que foi aprovada em 23 de junho de 1894. Essa comemoração anual manterá viva a chama de amor e respeito ao esporte, que pela primeira vez foi acesa e divulgada em 776 a.C. , do outro lado do mundo, no outro lado do tempo. A partir de 1948 o desejo de unir pelo esporte espalhou-se por diversos países. Foi assim que, impulsionado pelo mesmo ideal e sob o lema do LUDIS IUNGIT, no dia 12 de junho de 1951, na cidade de Veneza, ocorreu a fundação do Panathlon Internacional. E neste mês de junho, tão importante para os movimentos Olímpico e Panathlético, louvamos as iniciativas dos valorosos esportistas que nos antecederam e que tiveram a brilhante ideia de buscar a paz, promovendo a união pelo esporte, a exemplo dos antigos gregos. Cumprimentos especiais ao Panathlon Club de São Paulo que, com pompa e circunstância, comemora anualmente o DIA OLÍMPICO INTERNACIONAL. Lauret Godoy Panathleta e autora do livro Os Olímpicos – Deuses e Jogos Gregos

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Lesões Esportivas. O

portuna à discussão sobre lesões esportivas. A atividade física é um paradoxo, faz bem a saúde e também causa lesões, preocupante quando envolve crianças. Discutir lesões esportivas é buscar o entendimento e conhecimento das lesões decorrentes da prática esportiva, reforçar a ideia da redução delas, investir em um trabalho de prevenção e de participação conjunta com equipes inter e multidisciplinares. Esporte é diferente de Atividade Física, embora utilizando dos mesmos elementos da corporeidade, sejam eles físicos ou gestuais. Esporte competitivo não significa saúde, exige-se o máximo do organismo a todo instante. A Física é clara ao demonstrar aspectos da fadiga de materiais, e seus conceitos são bem aplicados ao ser humano através da Biomecânica. A atividade física tem seus benefícios muito bem descritos pela fisiologia, mesmo assim se feito em excesso, rompemos a barreira da segurança corporal. Outro ponto que não pode ser deixado fora da discussão é o componente psicológico, o aspecto motivacional. A busca da superação nos mostra um ser humano sempre insatisfeito e sempre busca da sua glória pessoal cada vez maior.

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Um corpo humano em movimento previne diversos problemas de saúde, temos visto também um aumento crescente de pessoas participando em esportes competitivos, recreacionais e em exercícios de forma diversa, isto também contribui para o aumento do índice de lesões. Uma lesão física pode ser definida como qualquer estresse imposto ao corpo que impeça o organismo de funcionar adequadamente. Já as lesões no esporte são definidas como qualquer tipo de lesão, dor ou dano físico decorrente do esporte, exercício ou atividade física. As lesões de maneira geral podem ser divididas em agudas ou crônicas, classificadas em graus de intensidade, conforme a gravidade da lesão. Como mecanismo desencadeante, temos fatores de ordem física e psicológica. As físicas acometem de forma mais intensa o aparelho locomotor e em outro momento o sistema cardíaco. Sofrem ainda efeitos de: 1- Fatores metabólicos: Ácido úrico, diabetes. 2- Fatores químicos: anabolizantes, álcool. 3- Fatores decorrentes da Idade e do Sexo 4- Fatores Biomecânicos Intrínsecos: Peso, composição e estrutura corporal. 5- Fatores Extrínsecos: material esportivo, condições ambientais, tipos de treinamento.


Com a melhora do treinamento desportivo, da fisiologia e da biomecânica bem aplicada, as valências físicas tem melhorado o rendimento esportivo, por isso o entendimento da psicologia esportiva passa a ser uma arma importante e diferencial que intervém nos resultados e na longevidade dos atletas. Já existe um transtorno comportamental com a anorexia, vigorexia, doping, drogas sociais e ilícitas, que prejudicam o organismo. Temos que temer por nossas crianças e atletas que ainda sofrem a influência do poder econômico, da mídia. Associado a tudo isso as crianças também são vítimas do excesso de treinamento e da especialização precoce, técnicos despreparados e midiáticos obsessivos querendo resultados a qualquer custo para a sua promoção, levam as crianças ao chamado BURNOUT,

Esporte

que significa queimar até a exaustão. A psicologia moderna define como uma Síndrome multidimensional por exaustão emocional, desumanização e redução à realização pessoal no trabalho. Ainda temos a presença de dirigentes esportivos inescrupulosos, pais frustrados, pais pseudos empresários, jogando uma carga alta de interesses financeiros e estigmas nas crianças. Essas irão sofrer perdas de ordem física, psíquica, comportamental e defensiva e isto vai levar a uma consequência mais grave ao talento esportivo ou ao praticante da atividade física, é o abandono esportivo conhecido como DROPOUT. Intervir para diminuir o número de lesões exige um trabalho multidisciplinar com professores, pais, dirigentes esportivos, técnicos, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, além evidentemente de ações educacionais com os atletas.

é vida.

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sporte é vida. Além de sua prática correta e saudável, provoca relações duradouras entre companheiros e adversários. Representa um dos mais efetivos instrumentos de integração social, capaz de conduzir a melhor compreensão entre os homens. O homem moderno, como no passado sempre evidenciou o seu impeto de superação, ressaltando suas qualidades de força, inteligência e beleza. Sócrates já dizia “como é triste o homem envelhecer sem nunca

ter visto a beleza e a força de que seu corpo é capaz”. O esporte acabou sendo ligado, com o impulso dos meios de comunicação, às forças da cultura, da economia, da politica e da própria afirmação social. É encarado como a identificação de um fim ou registrado como um meio de afirmação individual ou coletiva. Embora, praticado voluntariamente, recebe a afirmação oficial dos governos de todo o mundo, figurando nos programas educacionais de cidadania e desenvolvimento de todos os povos.

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Este tema é uma das grandes bandeiras do Panathlon Internacional e muito utilizado pelo Panathlon Club Sorocaba. O panathleta Otto Wey Netto colocou no seu livro REVELANDO O ESPORTE, que será lançado no dia 03 de agosto deste ano, esta grande mensagem e esclarecendo que a revelação desta centena de atbidades esportivas, demonstra a irriquieta capacidade criadora do esportista moderno, ajustando o seu corpo e o seu intelecto à novas formas de satisfação corporal, de lazer e de evolução pessoal. O conteudo do livro não é novidade, mas tem informações interessantes cujo objetivo é transmitir aos aficionados de um modo geral, ou particularmente aos professores, técnicos e treinadores e autoridades do esporte, algum conhecimento que possa ser util. Além da exposição de cada esporte, está contido um apelo veemente à prática do fair-play e a exaltação às atividades desenvolvidas pelos competidores que carregam suas deficiências físicas. Os princípios basilares do fair-play impoicam sempre na modéstia da vitória,

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na serenidade da derrota e numa disposição suficiente para criar relações humanas, cordiais e duradouras. A panathleta Érica Verderi coloca no prefácio do livro um ponto importante, relatando que “Esta rica obra nos possibilita o resgate histórico dos Esportes e de maneira grandiosa salvar a identidade e um povo, de uma nação, da raça humana” Complementa ainda “Que os esforços e a dedicação do autor, ao longo de sua brilante história em prol do gesto humano consciente e criativo possam despertar através destas linhas e entrelinhas, o interesse dos profissionais em explorar e promover oportunidades, senão a prática destas 160 Modalidades Esportivas, pelo menos a grande maioria. E que, Revelando o Esporte às novas gerações possa manter à Chama da Vitória acesa para Eras futuras.


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