Revista Kzuka abril 2014

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Jet surf se afirma como esporte, com regras definidas e atĂŠ campeonato mundial texto felipe costa arte andressa costa

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sonho cantado por Armandinho em Reggae das Tramanda agora ĂŠ real, mas ainda privilĂŠgio de um Ăşnico porto-alegrense. A galera do Kzuka jĂĄ tinha ido em novembro do ano passado atĂŠ a Marina da Conga para encontrar o rider Leonardo Nesbeda, 34 anos, e testar o jet surf, que deve ser a grande novidade dos prĂłximos anos. Cinco meses depois, o esporte, que nĂŁo tem nem verbete na WikipĂŠdia mas teve seu primeiro campeonato mundial realizado em dezembro, em Dubai, começa a se firmar como sensação entre os viciados em adrenalina. Depois da nossa primeira matĂŠria foram criadas normas e procedimentos para a utilização da mĂĄquina e competição no Brasil. Na ĂŠpoca, o hiperativo Capu foi com nosso Comunika Ariel Gil experimentar o brinquedo (leia no quadro). Leonardo, que jĂĄ praticava o jet surf hĂĄ trĂŞs meses, ensinou aos dois o bĂĄsico para parar em pĂŠ na prancha e contou a origem do esporte. O tcheco Martin Sula, ex-engenheiro da FĂłrmula 1 e Moto GP, queria utilizar seus conhecimentos em motores, hidromecânica, componentes de materiais e engenharia elĂŠtrica para criar um produto inovador, que ampliasse as fronteiras dos esportes aquĂĄticos. Com apenas 14 quilos, ĂŠ o Ăşnico veĂ­culo aquĂĄtico motorizado que pode ser transportado dentro de carro, barco e aviĂŁo. Uma facilidade muito maior do que a de um jet ski, apesar do preço das mĂĄquinas se equivalerem – Leonardo pagou R$ 40 mil na sua prancha, que hoje pode ser comprada por R$ 45 mil.

fotos diVulgaĂ‡Ăƒo

As pranchas são importadas em pequenos lotes, direto da República Tcheca, e o custo depende da variação do câmbio. Em agosto de 2013, Leonardo foi a Brasília comprar o seu. Seis meses se passaram e ele se tornou o primeiro e, atÊ agora único, representante da marca no Rio Grande do Sul. O diferencial do original para outras marcas, ele lembra, estå nos materiais da fabricação, que justificam o preço. Pranchas genÊricas, que podem ser importadas da China, pesam de 30 a 40 quilos a mais. O jet surf original possui escapamento, partida elÊtrica, carburador, turbina, bateria, tanque de gasolina e os cascos são feitos de fibra de carbono e kevlar, material utilizado na fabricação de coletes à prova de balas. A MSR Engines, fabricante das primeiras pranchas, Ê especializada no desenvolvimento de motores de combustão e eletrônicos aeroespaciais. A tecnologia Greentech utilizada no motor recebeu o título de State of the art in Technology, dado a produtos fabricados com os melhores materiais possíveis e tecnologia de ponta.

everaldo Pato na primeira etapa do mundial

AgorA com regrAs

Com dois litros de gasolina no tanque, a dupla do Kzuka se revezou sobre a prancha de Leonardo por uma hora. O dono do brinquedo se recuperava de uma cirurgia no joelho e ficou assistindo o show de quedas. Ariel não conseguiu ficar em pÊ. Capu, que jura ter o equilíbrio de anos no skate, disse que a velocidade alta, de atÊ 60 km/h, foi o que mais dificultou nos dois minutos que conseguiu acelerar sobre a ågua. Agora, com as novas regras para a utilização da prancha motorizada (nome definido pela capitania dos portos), os dois não podem repetir a experiência sem habilitação. As normas passaram a valer desde o começo deste ano. Os praticantes precisam de um certificado do fabricante ou revendedor atestando a realização de um treinamento pråtico e a aprovação na prova escrita de motonauta (mesma de jet ski). A prancha só pode ser utilizada a 200 metros de distância da rebentação ou da margem, no caso de rios, lagos e lagoas, e deve conter uma chave de segurança que desligue o motor nas quedas. Colete salva-vidas e capacete agora são itens obrigatórios.

BrAsileiro vence no mundiAl

Talvez pela alta velocidade os primeiros a “pilotaremâ€? as pranchas tenham sido os campeĂľes da FĂłrmula 1 Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen, a convite do inventor do jet surf. Mas a prancha motorizada jĂĄ chegou aos profissionais da tradicional, e entre os destaques do esporte criado em 2008 estĂĄ o brasileiro Everaldo Pato, que venceu em fevereiro a primeira etapa do mundial deste ano, disputado em MacaraĂ­pe, em Pernambuco. Pato venceu na final do evento justamente Sula, o criador do brinquedo, com quem trabalha na preparação da mĂĄquina para enfrentar ondas gigantes. Ăšnico gaĂşcho a participar, Leonardo Nesbeda ficou na 15ÂŞ posição entre os 30 competidores. Com a popularização do esporte, espera que para o prĂłximo verĂŁo nĂŁo seja o Ăşnico a surfar no GuaĂ­ba. – Tenho certeza que no prĂłximo verĂŁo vou ter a companhia de vĂĄrios outros riders – disse Leonardo, que jĂĄ planeja a primeira competição do esporte no estado.


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