Guerra civil

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Eles atravessaram um corredor escuro e empoeirado. Não havia nenhuma luz acesa, nem mesmo de emergência. Mais duas vezes, porém, eles escutaram os gritos fracos: “Socorro!” e o “O que você está fazendo?”. O corredor se abria para uma doca de carga abandonada. Tetos altos, cheiro de pólvora e jornal velho. Uma única luz brilhava de uma lanterna elétrica portátil, colocada bem no centro do lugar. Numa grande viga que subia do chão até o teto, um homem tinha sido amarrado com cordas grossas. A lanterna iluminava-o de baixo, projetando sombras gigantes no teto. Ele lutava em pânico e gritava: – O que você quer? A pasta do homem estava aberta no chão, papéis espalhados formando um leque. Havia também um tablet, com a tela rachada. A alguns metros dele, o carrasco estava agachado, limpando uma faca. Braços musculosos, pernas grossas, cenho sério. Um desenho de caveira na blusa. – Aquele é o Justiceiro – sussurrou Johnny. – Eu sei – respondeu Sue. – Ele é registrado? – Eu duvido muito. Justiceiro levantou a cabeça. Por um momento, fitou diretamente a porta. Sue estremeceu; os olhos frios dele pareceram pousar nela. Ainda mais baixo, Johnny disse: – Ainda estamos invisíveis, certo? Sue assentiu bruscamente, e colocou um dedo sobre os lábios. Justiceiro franziu a testa, passou os olhos por todo o lugar. Então, voltou para o seu trabalho, tirou uma pedra de amolar de dentro da bolsa. Sue acenou para que Johnny andasse, e eles se moveram silenciosamente pelo local. Justiceiro era um vigilante, um assassino conhecido por constantemente eliminar chefes da máfia. Depois que sua família foi assassinada em um ataque de mafiosos, ele jurou vingança contra todo o crime organizado.


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