2 como arruinar a minha vida adolescente simone elkeles

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How to Ruin My Teenage Life

SIMONE ELKELES


Nesta sequência de como arruinar as férias de Verão, tudo na vida de Amy Nelson Barak de 16 anos, está errado! Sua mãe casou-se e se mudou para o subúrbio, e agora eles vão ter um bebê. Amy se muda com seu pai para Chicago e o inscreve para um serviço de namoro online. Seus quatro primeiros encontros são essa noite. . O que mais? Seu cão Mutt engravida a poodle premiada de seu vizinho mal-humorado, então Amy vai realmente ter que conseguir um emprego de meio-período para pagar metade da conta do veterinária. E há esse garoto totalmente chato, Nathan Rubin, que acabou de se mudar para seu prédio. Felizmente, Amy tem um namorado bonito chamado Avi. Só que ele é mais como um não namorado, considerando que Avi estará no exército israelense durante os próximos três anos. O que uma menina tem que fazer quando todo mundo está conspirando para arruinar a sua vida?


Capítulo 1 Na aula de conversão, o Rabbi Glassman me disse que cada palavra de Torah1 está lá por uma razão. Não desperdiçou palavras. Isso me faz pensar em todas as palavras desperdiçadas que eu usei na minha vida.

Meu nome é Amy Nelson-Barak. Minha mãe é uma Nelson e meu pai é um Barak. E não, eles nunca foram casados. Ser uma criança ilegítima me assusta, mas acho que neste verão passado, quando meu pai me levou Israel, sua terra natal, eu superei isso. Mamãe se casou há poucos meses com Marc ‘com um c’. Ele é bom, eu acho, se você gosta do tipo ultraconservador. Eles se mudaram para o subúrbio após o casamento, como se o casamento de alguma forma justificasse a mudança para um lugar onde você tem que dirigir um carro para chegar ao mais próximo Starbucks. Eu estou vivendo com meu pai em Chicago. Eu o chamo de Aba, que significa papai em hebraico. Ele é dono desse condomínio legal em um edifício em Chicago, no quadragésimo andar. Ele foi muito inexistente na minha vida até alguns meses atrás. Vamos encurtar uma longa história, no verão passado o meu pai e eu conhecemos um ao 1

Torá é o nome dado aos cinco primeiros livros do Tanakh e que constituem o texto central do judaísmo. Contém os relatos sobre a criação do mundo, da origem da humanidade, do pacto de Deus com Abraão e seus filhos, e a libertação dos filhos de Israel do Egito e sua peregrinação de quarenta anos até a terra prometida.


outro e resolvemos nossos problemas. Ele está aprendendo a ser pai de uma adolescente (eu) e eu estou aprendendo a lidar com um pai superprotetor. Eu decidi viver com ele até eu terminar o ensino médio, então não vou ter que mudar de escola. A melhor parte sobre a sua casa é que está situada junto a um café chamado Perk Me Up! É como um Starbucks, só que esse tem o melhor café. Ok, eu não exatamente bebo café. Acabei de fazer 17 em dezembro e não obti esse gosto peculiar, acabou acontecendo. Mas esse não é o ponto. Eu sou uma garota da cidade. E uma cafeteria a poucos passos da sua porta é tão cidade grande. Eu estou sentada no Perk Me Up! agora, fazendo lição de casa de álgebra sobre este dia frio de janeiro. Férias de inverno terminaram há uma semana, mas eu ainda estou lutando para entrar no balanço das coisas na escola. Eu poderia estar lá em cima estudando em um lugar calmo, mas meu pai está voltando para casa hoje à noite eu estou relaxando aqui. Além disso, a proprietária do Perk Me Up!, Maria, é super legal. Ela sempre faz uma torre alta de chantilly na minha calda de chocolate quente extra. Você sabia que o chantilly tem pouco ou nenhum carboidrato? É verdade. Você poderia pulverizar toda lata de creme em sua boca toda de uma vez só e ainda tem menos carboidratos em seu sistema do que uma nutritiva maçã. Nada se compara com chantilly extra, a menos que seja um sushi de atum picante do meu restaurante de sushi favorito, Hanabi. Ok, então eu admito um sushi rodeado de arroz não é exatamente o departamento de ingestão de carboidratos. Sushi é minha obsessão e vício, por isso dou-lhes um amplo espaço quando se trata de contagem de sushi como alto teor de carboidratos. — Seu pai está trabalhando até tarde de novo? — Maria pergunta enquanto limpa a mesa ao lado da minha. Eu fecho meu livro de álgebra. — Sim. Eu juro que o mundo entrará em colapso se ele faltar um dia. — Ele é um homem dedicado. — Maria diz, um jornal na mão de alguém que deixou sobre a mesa. — É admirável.


— Eu acho. Novos clientes estão de pé na porta. Maria dirige-se ao caixa, deixando o jornal sobre a minha mesa. Percebo que está aberto na seção de namoro. Homens que procuram mulheres. Mulheres que procuram homens. Cara, que desespero das pessoas? Quero dizer, quem realmente precisa sair e anunciar um encontro? — O que você está fazendo? — diz uma voz familiar. Eu olho para minha melhor amiga, Jessica. Ela tem cabelos e olhos escuros, assim como seus pais. E seu irmão e irmã. E seus primos. Eles todos são morenos, de olhos escuros são clones um do outro. Eu juro que não há um único gene recessivo em sua árvore genealógica judaica inteira. — Eu? Eu não estou fazendo nada. — Eu digo, depois jogo o papel na minha mochila. — Amy. — diz Jess. — Eu vi você lendo a seção de namoro. — Ok, você me pegou. — Eu mostro-lhe o papel. — Observe todos esses anúncios, Jess. Eles são tão... Pessoais. — Eu sinto como se estivesse espiando dentro na vida dessas pessoas. Jess inclina-se e nós tantamos ler:

Touro com grande coração HBS2 de 38 anos, preguiçoso, gosta de uma boa música, dançar, cassinos, jantar fora. Buscando MBS3, 30-42, que sejam preguiçosas para RLP4.

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homem branco solteiro mulher branca solteira 4 relação de longo prazo 3


— Ele não pode estar falando sério. — eu digo. Jess ri dissimuladamente — Quem iria querer um jogador preguiçoso? — Nós nos inclinamos nossas cabeças juntas e lemos mais:

Modelo profissional Sexy MBS, de 28 anos, 1,70, 50 Kg, Cabelo loiro, olhos azuis, gosta de experimentar coisas novas e se divertir. Buscando HBS, 25-65, para RLP.

Sério, eu estou confusa. — Você pode, por favor, me dizer o que é um RLP? — Relação de longo prazo. Oh. Eu acho que não tem uma linguagem pessoal para baixo escalão. — Por que uma modelo loira e magra quer um de 65 anos?— Eu poderia entender uma garota preguiçosa, mas uma modelo? Eu chamo Maria até a nossa mesa. — Precisa de mais creme chantilly, querida? — Não, obrigado, — eu digo. — Por que uma modelo coloca um anúncio para uma RLP no jornal? — Huh? Jess sacode a cabeça. — Relação de longo prazo. — Ela detém o jornal de Maria. — Não julguem, — Maria diz. — Eu conheco muitas pessoas que conheceram sua alma gemea em uma seção de namoro. Jess toma um gole do meu chocolate quente. — Amy não consegue entender. Avi é o cara perfeito, certo?


Sorrio com a menção do meu não-namorado, que está servindo no exército israelense. Nós não podemos realmente ser ‘namorado e namorada’ com ele a um bilhão de quilômetros de distância. E ele não é perfeito. Um namorado perfeito não estaria vivendo em outro país. — E Mitch? — Pergunto a Jess. — Na semana passada você me disse que Deus o fez apenas para você. Ela faz uma cara de nojo. — Nem sequer mencione o nome dele ao meu redor. Isso não parece promissor. — Tudo bem, o que está acontecendo? Jess suspira. — Bem, ele não liga há dois dias e o Baile de São Valentim5 está aí. Você não acha que se ele quisesse me convidar, ele já teria feito isso? Minha mãe quer ir comprar o vestido, mas eu nem tenho um namorado. — Ela está prestes a chorar. — E eu verifiquei o meu sorriso no espelho esta manhã e percebi que meu rosto está torto. — Não está. — Está, muito. Veja. — ela diz, sorrindo como se ela estivesse com dor. — O lado direito da minha boca inclina para baixo. — Vamos para o parque de cães. — eu digo, dirijindo uma grande fúria sobre o quão ruim é Mitch e como seu rosto é torto. Será que ela realmente acha que Deus pode fazer com que todos fiquem totalmente simétricos...? Quer dizer, dê ao cara um descanso. Além disso, Jess tem sido uma hipocondríaca e hipercrítica de si mesma desde a terceira série, quando ela pensava que tinha piolho, mas foi descamação. Ela só precisa relaxar e redirecionar sua energia para pensamentos positivos. — Eu preciso andar com Mutt. Mutt é o meu cão. E sim, ele é um vira-lata. Avi me deu Mutt antes de eu vir embora de Israel. Sem nada de raça pura em seu sangue. Ele costumava ser uma bolinha de pêlo, mas nos últimos dois meses ele triplicou de tamanho.

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No original : Valentine's Dance – Baile do dia dos namorados.


De volta ao nosso apartamento eu vou buscar o meu cão e os sacos de cocô. Jess e seu rosto centésimo-de-uma-polegada torta está esperando por mim quando eu volto para fora. — Oh meu Deus, ele está ainda maior do que quando eu vi pela última vez. — ela diz, cada respiração causando nuvens de vapor no frio do inverno. — Eu sei. Se ele crescer mais eu vou ter que comprar uma cama king-size apenas para caber nós dois. — eu digo, colocando a minha jaqueta North Face... Aqui os visitantes perguntam por que nós de Chicago enfrentamos o tempo frio, quando poderíamos estar vestindo shorts agora se vivêssemos no Arizona. Eu vou admitir que amo os invernos de Chicago. Eu amo o frio, eu amo Chicago, e eu amo a mudança das estações. Eu necessito viver em um lugar onde no outono as folhas realmente caem das árvores. Jessica morde o lábio inferior. — Você não acha que Mitch vai estar no parque de cães com Zeus, não é? Sim. — Não Jess, por que você apenas não o convida para o baile? — Então eu posso me tornar a garota mais perdedora de toda a escola? Um pouco de exagero, não acha? Mas eu não concordo com ela. Às vezes você tem que desafiar Jess, e outras vezes não. Esta seria um dessas outras vezes. Além disso, Mitch, provavelmente, nem sequer pensou no Baile de São Valentin. É janeiro e o baile não será até o meio do próximo mês. Rapazes são uma raça diferente, eu digo a você. Olho para Jessica, que tem esse olhar, patético e triste no rosto. Estamos andando na rua com a minha monstruosidade branca e peluda praticamente puxando meu braço para fora... Mutt fica extraanimado apenas por sair para uma caminhada. Mas quando ele percebe


que estamos indo para o parque do cão, cuidado. Ele é um completo louco pelo o parque de cão. — Você não pode mandá-lo para um lugar de adestramento ou algo assim? — Jess diz tentando nos alcançar. — Ele apenas veio para este país há cinco meses. — afirmo. — E ele tem que ser colocado em quarentena. Eu me recuso a colocá-lo em outra situação estressante, o pobre rapaz vai precisar de terapia. Jess sacode a cabeça. — Ele é um cão, Amy. Você o mima demais. Eu não. Ok, eu faço. Mas Mutt é meu companheiro. Ele me protege. Ele me faz rir. Ele é tudo para mim. Chegamos ao parque do cão e Mutt não pode se conter. Assim que eu fecho o portão e solto a coleira de seu colarinho, ele brinca em direção a seus companheiros de cão. Sr. Obermeyer, o velho rabugento do décimo quarto andar do nosso prédio, zomba de mim. — Mantenha o cachorro à distância da Princesa. Princesa é o poodle campeão do Sr. Obermeyer. Ele odeia Mutt. Isso é muito bom porque eu odeio poodles com nomes de Princesa. — Não se preocupe, Sr. Obermeyer. — eu digo. Por que o velho ainda passeia pelo parque além de mim. Ele não conversa com ninguém, exceto para reclamar e dizer às pessoas para manterem seus cães longe de sua cachorrinha mimada. — Olhe, é Mitch! — Jess sussurra, então se esconde atrás de mim. Olho para o outro lado do parque e vejo Mitch. — Vamos conversar com ele.


— Não! Amy, você sabia que ele ia estar aqui. Admita. Chega a ser um problema quando as pessoas gritam com você por seu comportamento passivo-agressivo. — Jess, ele é seu namorado. — Ok, Mitch costumava ser meu namorado, mas isso é outra história. Eu não estou com ele. Além disso, eu estou contente com ele ser meu ex-namorado. Bem, mais ou menos. Eu odeio a parte — ex — dela. Desejaria que Avi não tivesse que me prometer não fazer nenhum compromisso formal com ele e viceversa. Jess espreita sobre meu ombro. — Você não vê com quem ele está? Eu torço meu pescoço. Uma quantidade de cabelo vermelho e uma menina de pernas longas fica à vista. Roxanne Jeffries. Eu odeio Roxanne Jeffries quase tanto quanto eu odeio cachorros chamados Princesa. Ela está sorrindo para Mitch. É uma vadia. — Jess, levanta a tua bunda daí! — Eu ordeno, em seguida, saio do caminho. — Ele está sorrindo para ela! Roxanne não tem boca torta, apenas uma personalidade torta. Você acha que ele pediu para ela ir ao Baile de São Valentin? — Não. — eu digo. — Ele é seu namorado. Com o que você está sendo muito insegura? Você tem lindos cabelos lisos que eu morro por tê-los, características perfeitas e peitos empinados. Agora vá lá e reclame o seu homem. Não há nenhuma maneira de poder ficar sem ser detectado. Mutt é o maior, mais macio, mais amigável cão desse lugar. Na verdade, todo mundo do bairro conhece Mutt. E todo mundo no bairro sabe que Mutt


é o meu cão. Mitch, que pensa que é muito legal para vestir um casaco em um clima de inverno, já viu a minha besta e acena para mim. — Ele me viu. — eu digo a Jess. — Merda. — Jess murmura em minhas costas. Ok, eu já tive o suficiente. — Ele não pode perguntar se você não fala com ele. — Eu começo a andar até onde Mitch está, assumindo que Jess me seguia. — Oi. — eu digo para Mitch e Roxanne. Só agora eu olho para trás e percebo que Jess não me seguiu. Mitch me dá uma meia olhada. — Ei, Amy. Roxanne está agasalhada com um cachecol, luvas de couro e um casaco novo de inverno. Ouvi dizer que ela tem um Barney e custou mais de quinhentos dólares, não me cumprimentou com um ‘hey’, ‘Olá’, ou até mesmo um ‘oi’. Em vez disso, ela diz: — Seu cão está em cima de Zeus. Olho para Mutt. Ela não estava brincando, ele está encoxando o labrador preto de Mitch como se não houvesse amanhã. — Ele está mostrando para Zeus quem é o macho alfa. — eu digo com naturalidade. Roxanne olha para Mitch com um olhar de nojo. Mitch ri. Mutt sai de Zeus, então faz um despejo enorme e fumegante. Sério, antes eu nunca pensaria que teria um cachorro pervertido, ou ainda, que eu cataria seu cocô quente e fumegante com um saco plástico, sendo a única coisa que separa a mim e o excremento. — Onde Jess foi? — Mitch pergunta. Eu rapidamente olho em volta do parque de cão e avisto Jessica recuando. Ela está saindo. — Vamos, Mutt! — Eu ordeno, então corro em direção ao portão. Mutt está preocupado olhando a bunda de um pug. Maldito. Abro o portão, dizendo: — Mutt, surpresa! — e ele vem mais rápido do que um cavalo no Kentucky Derby.


Eu tenho o saco de cocô quente em uma mão e Mutt na outra. O problema é que, em vez de parar para que eu possa colocar a coleira e despejar o cocô, Mutt voa direto por mim, através da porta aberta, e sobe a rua lotada de Chicago. — Mutt, volte aqui! — Eu grito no fundo dos meus pulmões. Eu juro, quando eu pegar o animal, ele estará morto. Você acha que o meu querido cão quis me ouvir. Mas não. Ele está correndo tão rápido que eu posso imaginá-lo cantando — Born Free6 — quando eu ouvi em um desses shows de animais. Eu corro cerca de dois quarteirões da cidade que, devo acrescentar, é muito maior do que todos os blocos do subúrbio. E meus seios estão pulando juntos, o que não é uma vista bonita, não importa qual é o seu gênero. Estou ofegante e parece que meus pulmões não estão mais funcionando. Eu ainda vejo uma mancha de pele branca inchado e um rabo abanando, mas está ficando cada vez mais longe. Eu amaldiçôo um pouco mais para a neve que derreteu e agora está congelada nas calçadas. Eu estou escorregando e deslizando em minhas botas, que eu escolhi pela moda e não por precisão, ao tentar evitar as barricadas em frente da maioria dos edifícios. Se você vive ou trabalha em Chicago, você sabe que é muito perigoso apenas andar nas ruas no inverno, quando o gelo derrete nos topos dos arranha-céus. Gelo cai na rua e as pessoas abaixo são alvos. Uma vez eu fui marcada por um pedaço de gelo de um prédio. Felizmente, eu coloquei minha cabeça para baixo, então eu só tinha um galo enorme e uma grave contusão em cima da minha cabeça. Se eu estava olhando para cima... bem, vamos apenas dizer que eu teria morrido ou meu nariz teria sido quebrado. Eu sou agora cuidadosa quando ando em frente e ignoro os sons ou avisos de gelo caindo. — Mutt! — Eu grito, mas o meu estado de capacidade pulmonar diminuiu, pareceu como um guincho. Estou prestes a desistir quando vejo Mutt parado. Agradeço ao Senhor. Eu deslizo até a pessoa que o deteve. 6

Nascido Livre.


Um adolescente, vestindo camisa xadrez e calças de tecido, está ajoelhado e segurando a coleira de Mutt. — Ele é seu? — ele pergunta enquanto empurra os óculos no alto de seu nariz, quando eu venho a um impasse. Estou bufando, mas eu digo um sim. Antes que eu possa recuperar o fôlego e agradecer formalmente o cara, ele se levanta e diz: — Ele deve estar em uma coleira, você sabe. É a lei. — Obrigado pela dica. — eu digo entre baforadas, em seguida, alcanço e prendo a coleira em Mutt. — Sério. — diz ele. — Ele poderia ter sido atropelado por um carro. — Sério. — eu digo. — Eu sei. O cara passa em minha direção. — Você percebe quantos cães são atingidos por carros ou acabam em abrigos por causa dos donos descuidados? Esse cara está brincando comigo? A última coisa que eu preciso é de uma palestra sobre segurança do cão. Eu aceno com o saco de coco, que ainda está em minha mão, para o cara. — Escute, eu não sou uma proprietária descuidada. Proprietários descuidados não carregam sacos de cocô. E, como você pode ver, o meu cão está a salvo e sadio. Ele levanta as mãos em sinal de rendição simulada. — Não fique com raiva de mim. Eu sou apenas um cidadão preocupado. — Tanto faz. Obrigado por pegar meu cachorro. — eu digo, então, caminho em direção à casa com o saco de cocô que ainda está em minha mão. — Arg! — Mutt late enquanto caminhamos. Olho para o meu cão e dou-lhe o meu famoso desprezo, aquele em que meu lábio se curva na quantidade certa. — Está com problemas.


Meu cachorro peida em resposta. É um vapor, e tambÊm, nojento. Fale-me sobre o passivo-agressivo.


Capítulo 2 Deus falou com Moisés (Êxodo 3:4). Deus ainda fala com as pessoas? E como é que quando eu falo com Deus, ele nunca parece responder?

No domingo, eu dirijo para a nova casa da mamãe em Deerfield com Mutt. Desde que fui morar com meu pai, eu vou visitá-la somente nos fins de semana. Mutt se mete dentro da casa antes mesmo de eu abrir a porta. — Arg! Arg! Eu não preciso adivinhar onde está minha mãe. Seu gritinho me alerta que ela está na cozinha. — Amy! Aqui vai ela. — O quê? — Eu digo sem muito entusiasmo. — Você tem que trazer esse vira-lata? — Mutt, mãe. Seu nome é Mutt. — Ok, ele também é tecnicamente um vira-lata. — Argh! — Mutt responde. — Por que ele está latindo assim? — Eu já lhe disse, ele tem um problema de fala. — Ele ocorre na família. Meu pai não pode dizer o “th” porque os israelenses não têm o “th” em sua língua. Eu estou acostumada com isso, embora, eu nem sequer ouço o seu sotaque. É da mesma forma com Mutt.


— Talvez tenha algo de errado com ele. — ela diz, fazendo uma análise. — Será que ele tomou todas as suas vacinas? Reviro os olhos. — E você me chama de rainha do drama. Ele é perfeitamente saudável. — Então... Deixa-o lá fora, ok? Marc é alérgico. Eu me sinto mal deixando Mutt no frio, especialmente porque ele era de Israel e está acostumado com o calor. Mas, hey, ele tem um casaco de pele, eu não deveria me preocupar. Certo? — Mutt. Fora. — Eu ordeno, enquanto abro a porta. Ele não parece se importar de ir lá fora, na verdade, dá pulos para fora da porta. Para ser honesta, eu acho que Marc é alérgico à idéia de ter um cão por perto. Ele é louco por limpeza. E Mutt é um famoso derramador de saliva. Eu me viro e encontro minha mãe olhando para meu peito. — Eles parecem um pouco caídos recentemente. Eu acho que é hora de ir comprar sutiãs novos. — Mãe. — eu digo, horrorizada. — Meu sutiã está ótimo. — Quando foi a última vez que foram instalados corretamente? Oh, não, aqui vamos nós de novo. Eu vou ficar dentro de um vestiário e tem uma senhora entrando com os tamanhos para ver/ajudar a empurrar meus seios nos sutiãs. Uma vez minha mãe me fez ir a uma dessas lojas especializadas em sutiã. Foi o momento mais embaraçoso da minha vida. (Ok, então eu tive uma tonelada de momentos embaraçosos na minha vida, mas este está no topo da lista). — Podemos não falar sobre meus seios, por favor?


Ótimo. Agora, o Santo alérgico está caminhando para a cozinha. Espero que ele não tenha ouvido o conto sobre meus seios flácidos. — Olá, Amy. — ele diz. Eu murmuro um — oi. Ele se inclina sobre a minha mãe e a beija. Eca! Sério, se ele começar com fescuras com ela, eu estou dando o fora daqui. — Ah-tchoo! — Oh, querido. — a mãe diz (não se referindo a mim). — O cachorro de Amy estava em casa. — Está tudo bem. — diz. Beije minha bunda!7 Eu não posso suportar essa cena. — Eu estou levando Mutt para uma caminhada. — Espere. Queremos falar uma coisa para você. — Viro-me para mãe. — O quê? — Então... Venha sentar-se. Eu sento em uma cadeira na cozinha. Mamãe se senta ao meu lado. Marc senta ao lado de mamãe. Ela estende a mão para segurar minha mão. Ok, isto é mais do que conversa sobre peitos. Posso dizer apenas pelo modo como a minha mãe está apertando minha mão. — O quanto você gostaria de ser uma irmã mais velha? Eu dou de ombros. — Eu não gostaria. Eu gosto da minha vida exatamente como é. Eu tenho a minha mãe, eu tenho meu pai, eu tenho Jessica, eu tenho o meu nãonamorado Avi, e eu tenho Mutt. Minha vida está boa, porque eu iria querer um pirralho me enroscando?

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Algo como “To nem azul” daqui...


A excitação da minha mãe esvazia. — Por quê? Você estava pensando em adotar um bebê? Ouça, mamãe, eu duvido que as pessoas permitam que você adote na sua idade. — Como é que é?! Eu estou com apenas 37. Duh! — Você está com quase 40! — Além disso. — ela diz, ignorando-me. — Nós não estamos pensando em adotar. Estou grávida. Pausa. Silêncio. Faço uma recapitulação. Será que ouvi direito? — Você está grávida? Como você vai ter um bebê? Marc dá um sorrisão. — Sim. Eu me levanto. — E você não me consultou sobre isso? — Quero dizer, você acha que teriam, pelo menos, conversado comigo sobre isso. Estão substituindo-me, porque fui morar com meu pai? Não é como se eu não chegasse perto do subúrbio. Eu venho. Mas minha mãe vendeu o nosso condomínio na cidade. Eu não conseguia me mudar de escola no meu primeiro ano. Então eu teria que fazer novos amigos. Oh, Cara. E eles estão tão empolgados com isso, também. Como se um garoto novo e brilhante fosse muito melhor do que o modelo velho e usado. Um bebê. Não há como contornar o fato de que estou sendo substituída. — Eu não vou trocar fraldas. — eu deixo escapar. Sim, eu sei que soa imatura e infantil dizer isso, mas acabou de sair. Processe-me por ser uma adolescente. Mamãe me dá um olhar choroso. — Você não tem que trocar fraldas.


Desculpe-me, eu não posso ficar aqui parada calmamente. Minha mente está girando com perguntas. — Foi planejado isso? Marc e minha mãe se entreolham. — Bem, sim. — ele diz. — E você não acha que era importante perguntar a minha opinião? — Amy, Marc e eu queremos ter filhos juntos. Eu pensei que você estaria tão animada quanto nós estamos. Eu engulo, o que não é tarefa fácil, porque eu tenho um nó na minha garganta do tamanho de uma bola de basquete. — Eu tenho que ir. — eu digo, e pego Mutt. — Vamos lá, garoto. — eu digo, levando-o à frente do quintal. Eu preciso ficar longe da casa e descobrir onde eu me encaixo na minha família. Minha mãe corre atrás de mim. — Amy, fique. Eu não quero que você fique com raiva. Eu suspiro. — Eu não estou com raiva, mãe. Eu só preciso resolver tudo isso na minha cabeça. No meu carro, eu pego o meu telefone para escrever um SMS para Jessica.

Eu: Adivinha quem está grávida? Jess: você? Eu: Caia na real. Jess: sua mãe? Eu: sim Jess: Mazel tov!?8

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Em hebraico significa felicidades


Eu: Não me parabenize, por favor. Jess: Poderia ser pior Eu: Como? Jess: Poderia ser vc? Eu: eu sou virgem. Jess: Ninguém é perfeito. Eu: Não me faça rir. Jess: Melhor do que chorar, certo? Deixe isso para minha melhor amiga colocá-lo em perspectiva. Mas Jessica não sabe que não há história com a minha mãe e meu pai. História que eu acho que atormenta, até hoje, um dos meus pais. E isso não é brincadeira. Quando eu voltei para a cidade, eu juro que a temperatura diminuiu em pelo menos vinte graus. Ela imita o frio no meu corpo. Chorar não é meu tipo, mas meus olhos enchem de água por conta própria. Maldição. Sinto muito por meu pai, ainda mais agora que sei que mamãe e Marc vão realmente se tornar uma nova família. Meu pobre pai está sozinho. Ele nunca vai pegar minha mãe de volta agora. Quando ele descobrir sobre o bebê, ele realmente vai ficar deprimido. Vou ter que fazer algo sobre isso, mais cedo ou mais tarde. Minha vida familiar perfeita explodiu na minha cara. A família me deixa supostamente louca? Eu preciso falar com alguém sobre isso. Eu gostaria de falar com o meu não-namorado, mas ele está em algum lugar no meio de Israel, em formação. Não há chamada telefônica durante o treinamento. Olho para a foto de Avi no meu criado-mudo. Ele está em seus uniformes do exército, uma metralhadora presa ao seu ombro. E ele


está sorrindo. Sorrindo. Como se estar preso no meio do deserto quente de Negev durante o acampamento militar fosse nada demais. Eu sinto falta dele mais do que qualquer coisa agora. Ele é tão forte, dentro e fora. Eu queria ser assim. Em sua última carta ele escreveu sobre as estrelas. Ele disse que no deserto de Negev, à noite ele olhou para cima e o céu estava tão claro que ele poderia jurar que viu um bilhão de estrelas. Ele disse que pensou em mim lá, perguntando o que eu estava fazendo sob as mesmas estrelas. Meu coração quase derreteu em molho de alho e manteiga (que eu adoro mergulhar em minha pizza) quando li a sua carta. Às vezes eu sinto que ele tem a perspectiva correta da vida. Eu? Eu provavelmente olho para bilhões de estrelas e penso, eu sou tão insignificante. Eu sento na minha cama e abro a minha mochila. Lá, olhando para mim, está a seção cantinho do encontro. Devo ter enfiado lá dentro acidentalmente. Eu limpo meus olhos e me concentro no papel. Uma pequena idéia, tão minúscula como uma estrela distante, começa a formar no fundo da minha mente. Se minha mãe e Marc podem criar sua própria pequena família suburbana, eu vou criar a minha própria para o meu pai solteiro... Aqui na cidade. Afinal, o que há de errado com a colocação de um anúncio pessoal para o meu pai? Talvez, como Maria disse, ele poderia encontrar sua própria alma gêmea.


Capítulo 3 Questão de Kosher # 1: Em Levítico (11:1), Deus lista o que é kosher (comida japonesa) e o que não é. Em nenhum lugar na Bíblia inteira não menciona nada sobre rolos de sushi de atum picante com pequenos pedaços de tempura cozido dentro.

Lindo pai judeu, solteiro, com uma filha adolescente adorável, procura mulher para jantares, baile e caminhadas no parque. Precisa gostar de cães e sujeito a concordar com qualquer neurose ou obssessividade.

— Amy, eu estou em casa. E eu trouxe sushi para você. Enfio o documento em minha mochila e corro para a porta. Ok, ok, eu sei que o anúncio precisa de um pouco de ajustes. Mas eu vou lidar com isso mais tarde. Sushi não pode esperar. — Você conseguiu rolos de atum picantes? — Sim. Eu o beijo na bochecha e digo: — Você é o melhor. Você se lembrou de pedir flocos de tempura9 dentro? — Desculpe, eu esqueci. Espero que eles estejam bons ainda.

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Tempura é um prato clássico da culinária japonesa. Consiste de pedaços fritos de vegetais ou mariscos envoltos num polme fino. A fritura é realizada em óleo muito quente, durante apenas cerca de dois ou três minutos.


Ele está brincando comigo, porque ele está bem ciente que eu vou devorar os rolos de atum picantes com ou sem tempura. Meu pai procura correspondências pela porta da frente. Ele vive por correspondências. Domingos, com certeza ele enlouquece pelo correio não trabalhar. Quando é segunda-feira, eles ficam ao redor, ele vira um falcão. Eu abro o saco branco de comida e coloco em cima da mesa pela porta da frente. Minha boca já está cheia de água, em antecipação por pegar um sushi para comer. — Como foi o trabalho? — Agitado como de costume. Como foi a escola? — Agitado como sempre. Ele olha de soslaio para mim. — Bem, foi. — eu digo. — Eu tinha três provas, uma que eu provavelmente falhei, duas horas de lição de casa, e eu não tenho nenhum convite para o Baile de São Valentin. Tudo isso. Caminhamos para a cozinha juntos. — Avi está em Israel. — diz ele como se eu estivesse ansiando por um relacionamento que está fadado ao fracasso. Fale sobre a síndrome tal pai, tal filha. — Eu sei. — eu digo. Meu pai me dá um sorriso fraco e dá de ombros. — Eu só não quero que você perca. Mutt chega à cozinha e começa a pular em mim. — Arg! — Temos que tentar corrigi-lo. — ele diz.


Sento-me no chão da cozinha com Mutt e uma porção de elástico de cabelo. — Nós não vamos fazer isso. — Eu digo ao meu cão. — Somente poucas pessoas fazem isso com seus cães. Mutt responde e lambe meu rosto. Não há nenhuma maneira de eu tirar as bolas de meu cão. Meu pai pegou mais comida para ele da geladeira, porque ele trata equivocadamente o sushi como um aperitivo. Ele diz que sushi não o enche. — Amy. Dou-lhe meu olhar eu-não-concordo. — O quê? — O veterinário disse. — Sim, o veterinário pensou que Mutt era um golden cruzado, também. Você pode acreditar nisso? Um vira-lata cruzado, nem menos. Eu não confio nesse cara. — Dá um tempo. Meu cão é um vira-lata, puro para campeonato. Meu pai pega um pedaço de pita10 e coloca Hummus11. É o seu alimento básico. Os israelenses estão com hummus como os meninos estão para cerveja. (Estamos estudando analogias em Inglês. Você pode perceber?) — Sem mergulhos duplos no molho — Eu o adverti. — Eu não sonharia com isso — ele diz, enfiando a pita em sua boca. — Talvez você não tenha tido um encontro há um tempo porque você enfia a comida em sua boca quando come. — eu digo. — Talvez eu não tenha tido um encontro há algum tempo, porque eu estive ocupado. — ele diz de volta. 10 11

lanche arabe molho arabe


Sim, certo. — Então, que tipo de mulher você gosta? — Por quê? — Talvez eu possa ajudá-lo. — Amy, não estamos tendo essa discussão. — Mas... — Mas nada. Pare de pensar em me arranjar um encontro e comece a se concentrar em seu trabalho escolar. Asseguro-o que trabalho escolar é muito mais chato. — Você sabe qual é seu problema? — Pergunto-lhe. — Sim. Eu tenho uma filha que insiste que ela sabe de tudo. — Este não é seu problema, Aba. Essa é a sua bênção. Meu pai ri, em seguida, coloca o nosso jantar na mesa. Pegando os pauzinhos da sacola para viagem, eu pego um rolo de atum picante do prato e mergulho em um pequeno recipiente de molho de soja. Estou tão feliz que ele tenha comprado o sushi no meu lugar favorito. Eles sempre têm o atum sem veias brancas e fibrosas. Eu não como sushi com veias brancas e fibrosas. Depois deu colocar o rolo em minha boca, sorrio satisfeita. — Eu me esqueci de perguntar: — o meu pai diz. — Como foi ontem com a sua mãe? Eu avalio a sua reação quando eu digo: — Ela está grávida. O pobre homem abaixa o garfo e olha para mim. — Sério? Concordo com a cabeça. Eu não posso falar agora mesmo que eu queira. Eu me recuso a ficar emocionada. — Wow. Ele volta a comer depois de seu comentário — wow. — Quero pedir desculpas, mesmo que não seja minha culpa. Ele provavelmente está devastado por minha mãe escolher um idiota ao invez dele. Agora


ela não só está casada com o cara novo, mas ela teve relações sexuais com ele para procriar. Eca. O pensamento de minha mãe fazendo sexo com a sua idade é simplesmente nojento. O fato de que ela está fazendo com o meu padrasto é ainda mais denso. A única maneira de corrigir esta situação é encontrar para o meu pai uma esposa. Não para a procriação, mas para que ele não se sinta como um estranho sem um parceiro. Ele com certeza está escondendo seus verdadeiros sentimentos, abrangendo a sua devastação de perder minha mãe para me fazer sentir melhor. Depois de terminar o jantar, ele vai para a sala de ginástica do prédio enquanto eu vou direto para o computador. Estou navegando na net. Não se preocupe, eu sei que não devo dar qualquer informação pessoal quando estou em salas de bate papo. Meu pai é um consultor de Departamento de Segurança Interna e tem me entediado até a morte com os perigos da Internet, até que pensei que meus ouvidos iriam sangrar. Eu não estou interessada em salas de bate papo, não senhor! Estou focada exclusivamente em encontrar para o meu pai uma esposa. Agora... Onde posso encontrar a mulher perfeita? Eu navego na Net até que eu finalmente encontro. Yeah! Rede Profissional de Solteiros Judaicos. Eles garantem que você irá encontrar um companheiro judaico de causar ciúmes. Eu vi um violinista no telhado12. Esta é a melhor notícia possível. Meu coração dispara quando leio a página inicial e os requisitos para participar do RPSJ. Precisa estar solteiro. Duh! Necessidade estar entre as idades de 21 e 75. Confere. Meu pai é um gritante 37. Precisa ter um diploma universitário. Confere. Meu pai tem o primeiro grau na 12

Fiddler on the Roof br: Um violinista no telhado) é um filme estadunidense de 1971, do gênero drama e musical, , baseado num musical da Broadway com o mesmo nome, que por sua vez foi baseado em contos de Sholom Aleichem.


Universidade de Illinois. Precisa ter um cartão de crédito para pagar uma taxa de R$ 59,99 mensais. Ok, na coisa do cartão de crédito vou ter que perssuadi-lo. Meus olhos foram até a porta da frente. Sua carteira está sobre a mesa onde colocamos as correspondências. Eu sei que seu cartão de crédito está dentro. Eu caminho até a sua carteira. Eu usei o cartão de crédito da minha mãe antes. Claro que eu tinha permissão. Não faria mal por apenas tirar o cartão para fora. Apenas olhar para ele. Eu lentamente abro a carteira. Sim, tem uma tarja no topo de um cartão de crédito em ouro brilhante olhando para mim. Eu o coloco para fora e olho nervosamente para a porta da frente. Eu tenho pelo menos trinta minutos antes dele voltar. Depois que eu coloco a carteira de volta na mesa eu volto para o computador com seu cartão de crédito na minha mão. Eu não estou pensando sobre como é provavelmente ilegal que estou usando o cartão de outra pessoa - trata-se de ajudar o meu pai. As palavras em minha cabeça estão cantando alma gêmea, alma gêmea, alma gêmea. Meu pai não pode apenas viver o resto de sua vida na solitária miséria. Clico na palavra registro. O computador me pede para responder a uma lista de perguntas. Meus dedos automaticamente digitam a informação.

Nome: Ron Barak Idade: 37 A cor do cabelo: castanho escuro Cor dos olhos: castanho escuro


Crianças: Uma doce menina de 17 anos de idade Ocupação: consultor de segurança Estado: Illinois Hobbies: leitura, caminhadas, tênis e beisebol.

Ok, eu estou tendo um momento difícil com a questão ‘hobbies’. E, para ser completamente honesta, eu falsifiquei alguns dos passatempos que eu listei. Meu pai não sabe nada sobre baseball. Não é exatamente um esporte popular israelense. Mas se você vive em Chicago, você tem que saber algo de beisebol, basquetebol, hóquei ou futebol. Esta é uma cidade centrada em esporte. Eu não vou nem entrar em rivalidade com North Side Cubs / Sox, / South Side. Para a próxima questão: Descreva-se em duas palavras. Hmm... O que em duas palavras irão atrair as mulheres? Eu digito algo como israelense e bom algo rápido e clico em entrar. Ele me pede para colocar uma imagem para o perfil dele e eu acho uma da nossa viagem para Israel. Finalmente, ele pede o número do meu cartão de crédito. Quero dizer o seu número de cartão de crédito. Eu soco os números e antes que você possa dizer — cartão de crédito roubado — meu pai tem seu próprio perfil RPSJ e e-mail, e está pronto para achar sua alma gêmea. Oh Cara, oh Cara, estou animada. Meu pai está na Rede Profissional de Solteiros Judaicos e está pronto para entrar nos encontros. Oh, merda. Eu ouço a porta abrir e eu ainda tenho o cartão de crédito do meu pai na minha pequena mão quente. Faça algo rápido, minha mente me diz. Eu deslizo o cartão de crédito sob o teclado e fecho todas as janelas abertas no computador. Eu coloco o Visa em sua carteira mais tarde. No momento que ele descobrir que eu usei, ele vai ficar tão feliz por ter encontrado sua futura esposa que ele não vai ficar chateado. Na


verdade, ele estará me agradecendo todo momento até quando o rabino casar eles. — Amy? Ele vai até mim. Ele sabe que peguei o seu cartão de crédito sem autorização. Oh, não. Eu engulo, rígida. — Sim? — Você não acha que Mutt precisa sair? — Deixei escapar um suspiro. — Uh, eu acho. — Bem... Levanto-me, coloco a coleira em Mutt, e vou para o elevador. Assim que a porta do elevador se abre, eu sou empurrada para trás por uma caixa de papelão enorme e quase caio para trás. Meus peitos estão espremidos, eu te digo. Eu provavelmente passei de um taça 46 para um taça 40. — Hey! — Eu grito. — Desculpe. — murmura uma voz masculina, então o cara da caixa aparece. Mas ele não é um homem, pelo menos não um real. É o menino de ontem que pegou Mutt e me deu a palestra de cidadão preocupado. Hoje ele está vestindo uma camisa xadrez verde e calça jeans com cintura muito alta. E eu juro que o irritante do Sr. Obermeyer tem aqueles mesmos sapatos de ginástica. — Arg! — Mutt late, então tenta cheirar a virilha como se estivesse escondendo algo lá. O cidadão preocupado cobre suas partes íntimas com as mãos como um jogador de futebol durante uma cobrança de pênalti. Em seguida, ele empurra os óculos no alto de seu nariz, circulando seus olhos verdes — Oh, é você. Eu puxo Mutt para longe de suas calças. — Basta ver onde você está indo na próxima vez. Como um cidadão preocupado, devo


acrescentar, você deve saber quando não colidir com as pessoas com grandes caixas. Com o meu discurso eu perco o elevador. Porra. Eu empurro a seta para baixo novamente. Ele avança e aparece sobre a caixa. — Você sempre é simpática? Eu nem sequer respondo-o. Onde é que ele ia me desafiando? Felizmente o sensor do elevador e a porta se abrem. Corro para dentro com Mutt. Não há nenhuma maneira de eu perder a minha segunda chance de liberdade. — Arg! Quando a porta do elevador se fecha, ele se agacha para pegar a caixa novamente. Eu me pergunto o que esse menino está fazendo no meu prédio, no meu chão, em minha vida. Avi diz que tudo acontece por alguma razão. Eu odeio discordar, mas ele está errado.


Capítulo 4 Já vi ‘Violinista no Telhado’. Tinha aquela mulher, Yente, que era a casamenteira, aquele era seu trabalho na vila. Agora eu sou a casamenteira. Talvez eu tenha encontrado meu chamado…

— Ei, garota. — Maria diz quando entro no Perk Me Up! depois da escola, no outro dia. — Jessica está no canto do computador. Maria disse que começou com os computadores porque as pessoas queriam estar conectadas com a internet e a seus e-mails não importa onde estivessem. E se elas querem internet gratuita e conveniente enquanto estão tomando o café delas, melhor ainda. Fico atrás de Jessica. — O que você está fazendo? Suas mãos estão ocupadas clicando longe. — Checando o e-mail de Mitch. — Que ladra, Jess. Como você conseguiu a senha dele? — Eu tenho minhas maneiras. Olha, aquela vaca da Roxanne está mandando e-mails para ele. — Jess diz, apontando para a tela. Oooh, fofoca. Eu sei que é ruim, mas fofoca é seriamente viciante e menosprezada. — O que ela diz? — Só que precisa de ajuda em biologia, ahaaam. — É melhor você tomar cuidado com ela. — digo. — Agora saia do computador para que eu possa checar uma coisa.


— Ainda estou brava com você, você sabe. Comigo? Com a inocente, euzinha? — Você vai superar isso. Além disso, o que eu fiz foi provavelmente para o seu próprio bem. — Você me levou ao parque de cachorro sabendo que Mitch estaria lá. Pare de se intrometer na minha vida. Eu xingo. — Sou judia, o que você esperava? Eu nasci para me intrometer. Jessica balança a cabeça. Ok, então ela tem mais sangue judeu porque seus dois pais são judeus e meu pai é o único que me deu meus genes judeus. Minha mãe me deu genes de bom senso de moda. Enquanto Jessica vai ao banheiro, rapidamente checo o site do RPSJ e entro no perfil de meu pai. Ai. Meu. Deus. Eu tenho trinta e sete respostas de mulheres que querem sair comigo... Quero dizer, com meu pai. E, olhando a home page, meu pai ficou na lista dos mais visitados do site do RPSJ nas últimas vinte e quatro horas. Isso traz a popularidade a um nível totalmente novo. Estou quase vertiginosa (alguém ainda usa essa palavra?) enquanto leio as respostas das mulheres. Três fazem insinuações sexuais. Estão fora. Dez moram no subúrbio. Definitivamente fora. Cinco não colocaram suas fotos no site. Questionável. E se a suposta mulher for um homem? Sete têm mais de cinqüenta anos. Dez têm mais de dois filhos. Fora. Fora. Meu pai mal consegue dar conta de mim. Como ele conseguiria lidar com uma tribo inteira? Com isso, sobram duas.


Uma é de recursos humanos, a outra é uma advogada. Mando um e-mail para as duas e pergunto a elas se querem tomar um café dia desses. Ok, é um pouco assustador chamar mulheres para sair. Mas é ainda mais difícil ter que manipular meu pai de alguma maneira para fazê-lo ir a um encontro. Sei que se encontrar para um café não é o encontro mais original, mas pelo menos não é um jantar ou almoço onde você tem que sentar e conversar o tempo inteiro, esperando por aquele silêncio desconfortável quando vocês dois querem fugir. — Seu pai sabe disso? Grito e ralho com Jessica. — Sua mãe não lhe disse que não é legal espiar as pessoas? — Não. Minha melhor amiga balança a cabeça e põe as mãos sobre os olhos. — Por favor, diga-me que você não cadastrou seu pai em um serviço de encontro online. — Eu não cadastrei meu pai em um serviço de encontro online. — Você está mentindo, Amy. — É claro que estou mentindo. — Amy, dia desses seu planinho vai sair pela culatra e vai bater na sua cara. — Oh, vós de pouca fé. — digo. — Meu pai terá uma namorada na Páscoa. — Oh, vós de ideias desmioladas. — Jess diz. — Sua cabeça está ficando maior que seus seios. — Cale a boca. Você já precisou de algo que você não queria? — Sim, uma vacina contra a gripe. E doeu mais em mim do que doeu em minha mãe, que me fez tomar uma.


Jessica não entendeu. — Você não espera que eu sente por aí enquanto minha mãe faz filhos com Marc e meu pai fique sozinho pelo resto da vida, espera? — Fico triste ao pensar que ele está ansiando pela minha mãe. — Seu pai não parece se importar. — Jess diz. Viro em minha cadeira e encaro-a. Admito que meu pai não mostra externamente sua infelicidade, mas está lá dentro. Bem no fundo. E ele está começando a envelhecer. — Ele já tem uns fios brancos de cabelo. — Seus pais são mais jovens que os meus, Amy. Meu pai é totalmente careca e minha mãe tem quase cinqüenta e o cabelo é totalmente branco... Bem, debaixo de toda tintura de cabelo, ela é tão branca como uma bola de neve. — Ótimo. Em alguns anos minha mãe vai ter cabelos grisalhos e as pessoas vão pensar que minha pequena irmã ou irmão é meu próprio filho. Vão pensar que minha mãe é avó. — Pessoas nos seus trinta e tantos anos têm filhos o tempo todo. Não se estresse com isso. Ponho minhas mãos sobre meu coração. — Eu, estressar? Nunca me estresso com nada. Jess levanta suas sobrancelhas para mim e sorri. Porque nós duas sabemos que isso não é verdade. Meu telefone está tocando. Clico no botão verde. É meu pai. — Hey, Aba. — Amy, acabei de levar meus clientes para jantar fora. Estou quase pagando a conta. Então? — Então... — ele diz numa voz angustiada. — Você, por um acaso, sabe onde meu cartão de crédito está?


Oh, não. Eu me esqueci de colocar o cartão de volta na carteira dele depois do meu desentendimento com o Garoto Nerd. — Humm... Aba... Você não vai acreditar nisso...


Capítulo 5 Para fazer uma oferenda de pecado a Deus: a) sacrificar um animal para o Senhor (Levítico 6:18) ou b) esperar pelo Yom Kippur e jejuar um dia inteiro. (Levítico 16:29) Tão bom saber que posso apagar meus pecados. (Apagar a culpa é descrito em Levítico 5. Se Deus pode perdoar, certamente os humanos devem, também.)

Estou de castigo pelo resto da vida. Meu pai estabeleceu essa regra poucos minutos atrás, e ele parecia sério. Agora ouço suas pequenas explosões de raiva vindo da cozinha. O telefone toca. É provavelmente Jessica. — Não ouse atender esse telefone! — ele grita do outro lado do apartamento, seu sotaque hebraico ficando mais forte a cada minuto. Eu juro, os vizinhos vão começar a chamar a polícia logo, se ele não se acalmar. Ouço-o se aproximar do meu quarto. Ele abre a porta e franze a testa para mim enquanto passa a mão pelos cabelos, sua marca e movimento registrado de eu-estou-frustrado-e-não-sei-o-que-fazer-comminha-filha-adolescente. — Você não entende que o que fez foi errado


em muitos níveis, Amy? Você roubou meu cartão de crédito... — Peguei emprestado — corrijo-o. — Você me fez parecer como um idiota na frente dos clientes. Você me cadastrou em um serviço de encontros... O que mais? Antes que eu possa abrir minha boca para me defender, ele diz: — Quanto isso me custou? — O serviço de encontro? Ele concorda com a cabeça. — Hum... Menos que sessenta dólares por mês. — respondo. — Quanto a menos? — Um centavo. — Vá ao computador agora e cancele isso antes que eu tenha que pagar por dois meses. — Hum, Aba? — O quê? — Eu fiz para você uma assinatura de seis meses. Era mais barato pagar mais meses. Eu fiz um negócio. Pense em mim como sua Yente de Violinista no Telhado. Sua casamenteira pessoal. Nessa hora, ele ri e acho que ele está quebrando sua barreira de raiva e está deslizando em direção ao delírio. Um ex-comandante israelense delirante não é boa coisa. — Qual é o problema com um serviço de encontros? É para judeus. — digo, na esperança de diminuir o golpe. — Você deve amar mulheres judias. Você é israelense. — Essa não é a questão. Você usou meu cartão de crédito sem pedir. — É, bem, eu não tenho exatamente um próprio.


Eu juro que o ouço elogiar o fato sob sua respiração. A campainha toca. Mutt está enlouquecendo, latindo sem parar. Arg! Arg! Arg! Arg! - Isso chama a atenção de meu pai. Ele tem medo de que tenha que pagar uma multa se tiver muitas reclamações dos vizinhos por causa dos muitos latidos de Mutt. Estou salva da raiva de meu pai por agora. Obrigada, Mutt! — Fique aqui. — meu pai ordena, deixando meu quarto. Então agora estou sentando na minha cama, sozinha novamente. E estou aterrada. Gostaria de saber quanto tempo vou ficar presa aqui antes que ele ceda. — Amy, venha aqui!— ele grita. — Sim? — Digo inocentemente quando vou para o corredor de nosso apartamento. Papai está segurando a coleira de Mutt, impedindoo de pular e de cheirar a virilha de quem está na porta. Já tive uma conversa com Mutt, mas ele não escuta. Não sei qual é a grande coisa com as virilhas. Suponho que uma vez que você cheirou uma, você cheirou todas elas. Não que eu saiba. Não tenho nenhuma vontade de ir perto da virilha de alguém para testar minha teoria. — Você conhece a Sra. Keener, não? Examino o terno e as roupas sob medidas da mulher, certa de que ela não sorriu no último ano. Ela consegue puxar aquele coque de 1970 mais apertado em seu crânio? Viro meu olhar para a pessoa ao lado dela. Ah, não. É o Garoto Cidadão Preocupado, em pessoa. A Sra. Keener o empurra para mais perto de nós e dirige sua conversa para meu pai. — Este é meu sobrinho, Nathan. Ele veio morar conosco por um tempo. — Ela balança sua cabeça ao dizer: — é uma longa história e sei que sua filha é da mesma idade e estava pensando se ela poderia mostrar a ele a cidade. Nathan parece tão feliz quanto eu estou de estar nessa situação. Mas suponho que estar aterrada e presa no meu quarto é pior do que


estar presa com Nathan Keener. Apenas o nome por si só poderia deixar uma criança norteada. — Amy está de castigo. — meu pai diz. Muito obrigada por compartilhar esse pedaço humilhante de informação, Pai. — Ah. — A Sra. Keener diz, obviamente colocada numa situação embaraçosa. — Mas eu acho que se ela levar Mutt para dar uma volta, ela poderia sair um pouco... Não precisando de um empurrão mais forte, pego a guia de Mutt fora da nossa árvore do corredor e encaixo em sua coleira. — Venha, Nathan. — chamo por cima do ombro quando me apresso em direção ao elevador com um filhote muito grande e animado. Nathan, ao que parece, não precisa de um empurrão mais forte, também. Ele anda bem atrás de mim e entra no elevador logo depois de Mutt e eu. Não temos música de elevador no nosso prédio, então é apenas o silêncio, exceto pelo favor ofegante e pesado do meu cão. — Você não precisa tomar conta de mim, você sabe. — ele diz enquanto cruza os braços sobre o peito, tentando parecer durão. Ele não consegue. — Sua tia parece achar que eu preciso. — respondo. A porta do elevador abre. Nathan Keener está bem atrás de mim, não perdendo um passo enquanto eu saio de nosso prédio. Mas quando viro para o parque de cachorro, não ouço mais seus passos atrás de mim. Virando-me, encontro Nathan andando na direção oposta. Com suas longas pernas embrulhadas em veludo, ele já está a meio quarteirão de distância. Mutt está me puxando para o parque. — Hey, Nathan! — grito, mas o garoto não se vira. Agora o que eu devo fazer?


Capítulo 6 Sopa de galinha pode te ajudar a melhorar quando você está doente. Existe uma receita para curar relacionamentos?

Se você puder acreditar, descobri esta manhã que Nathan Keener está indo à minha escola, uma escola preparatória particular chamada Academia de Chicago. Sim, é verdade. Eu também tenho o prazer de sentar atrás dele na aula de inglês e ele ainda está na aula de ginástica comigo. Não seria tão ruim, mas ele já é a conversa na escola inteira. O que há nos alunos transferidos que fascinam tanto as pessoas? Se eu ouvir mais uma vez Amy, você viu o cara novo? juro que vou gritar. É o quinto período. Tenho sala de estudo. Sento perto de Kyle Sanderson, o centro do time de basquete da Academia de Chicago e dos garotos populares. A única falha é que Kyle usa nada menos que meio vidro de perfume todo dia. Você pode dizer quando Kyle deixa uma sala de aula em que esteve. Ele é como um urso, deixando seu perfume atrás para as garotas. — E aí, Nelson? — ele diz, chamando-me pelo meu sobrenome quando ele desliza agilmente para a cadeira ao meu lado. Você acha que ele pratica aquele movimento? Eu não vou dizer a ele que estive hifenizando meu sobrenome desde o início do ano letivo, usando os dois sobrenomes dos meus pais. Sou agora Amy Nelson-Barak. Não vou dizer a Kyle porque 1) ele não se


importaria e 2) ele não se lembraria se eu contasse a ele. — Não muito bem. — respondo. — Isso não é o que eu ouvi. Ãn? — O que você ouviu? — pergunto a ele. Tem um boato sobre mim? — Que você se cadastrou em um serviço de encontros. — Quem te contou isso? — Não é verdade... Exatamente. Kyle inclina sua cadeira para trás sobre duas pernas. — O cara novo. Você sabe, aquele com óculos e roupas de bobo. — Nathan? Kyle encolhe seus grandes ombros e diz: — Sim, o cara é meu parceiro de biologia nesta semana. Eu vou matar aquele idiota alto e magro que não saberia a diferença entre Dana Buchman e Armani. Como ele se atreve a espalhar boatos sobre mim! — Então... Você está tão na dureza? — Kyle pergunta. — Porque você é meio que bonitinha, Nelson, e tem belos seios. Ergo minha cabeça e o encaro. — Seios? Nossa, Kyle, você disse essas palavras? Ele põe as mãos para cima, em dúvida. — Você prefere que eu diga tetas? — Cale a boca. — digo antes de abrir meu livro de trigonometria e enfiar minha cabeça nele. Eu juro, se ele começar a encarar meu peito, certificarei-me de que ele não consiga passar a bola no próximo jogo de basquete. — Senhorita Barak, você se importaria de compartilhar sua conversa com o resto de nós? — O Sr. Hennesey tosse da frente da sala.


O Sr. Hennesey é um professor de ginástica tão bom quanto monitor de sala de estudo. Policial da sala de estudo é mais conveniente. Se Kyle mencionar meus seios com o resto da sala, vou matá-lo... Junto com Nathan Keener. — Não. — digo. — Então sugiro que vocês dois parem de falar ou vou separá-los. — Assim espero. Dez minutos depois, o Sr. Hennesey sai da sala. Como todo mundo sabe, quando um professor sai da sala, é um convite para começar a conversar. Agora eu não quero conversar. — Você precisa de um par para o Baile de São Valentin? — Kyle diz alto, devo acrescentar. Ergo minha cabeça para o lado e respondo docemente — Por quê? Você está me convidando? — Ha! De volta para você. Nada como uma humilde aluna do primeiro ano colocando um veterano popular em seu lugar. Estou certa de que todos na sala inteira ouvem nossa conversa. As risadinhas e os olhares em nossa direção são uma dica. Acho que somente as palavras — Baile de São Valentin — iriam virar cabeças. Está na cabeça de todo mundo desde que os cartazes foram postos semana passada. — Convidarei, se você quiser fazer algo a três. Eu já convidei Caroleen Connors, mas sou homem o suficiente para levar as duas de uma vez. Kyle tem a coragem de piscar para mim. Eca! O cara precisa de um sério ajuste de ego. O Sr. Hennesey volta à sala, então não posso responder. Então estou agora sentada aqui, fervendo o Kyle por ser um porco chauvinista e Nathan por espalhar boatos sobre mim. Depois da sala de estudos, caminho até estudos sociais enquanto


encontro caminhos para enfrentar o nerd que se mudou para o meu prédio. É ele aquele socialmente incapaz que tem que parar de espalhar boatos sobre mim para chamar atenção? — Você viu o cara novo? Olho para minha amiga Raine, que não tem noção que meu coração simplesmente pulou e minhas veias se enrijeceram com a menção dele. Olho para ela com meu claro desprezo. — O que eu fiz? — Raine pergunta, com os olhos arregalados. — Nada. — digo. — Por favor, apenas não fale de Nathan Keener. Uma voz de garoto atrás de mim diz: — PSI13, é Nathan Greyson. Fico com minha boca aberta, encarando meu vizinho e seus enormes óculos com aro de tartaruga escorregarem pela ponte de seu nariz. Raine diz: — Calças legais — e caminha para longe rindo. — Você e seus amigos realmente sabem como jogar fora o tapete de boas vindas. — Nathan diz com um sorriso falso. — Escolas particulares são um terreno fértil para falsas e plastificadas pessoas. Esta escola não é exceção. Não entendo esse garoto. Ele é nerd, mas tem uma atitude que não se mistura com sua aparência externa. — Quem é você? — pergunto. — Sei lá. — ele responde, e sem mais nenhuma palavra, caminha para longe. Deixando-me a perguntar se ele é um vampiro ou alienígena em forma de humano. Entro em estudos sociais e a última coisa em minha cabeça é o atual assunto. Mas a Sra. Moore é obcecada com a discussão de sala vibrante sobre o presidente, seus policiais, e tendo a certeza de que 13

FYI – for you information – Para Sua informação = PSI


todos nós sabemos o que está acontecendo neste nosso ótimo país. Acho que o simples ato de olhar para a bandeira americana traz lágrimas a ela. Quando o sinal toca ao final do dia, entulho minha lição de casa em minha mochila e marcho pela lama para o ponto de ônibus com Jessica, Cami e Raine. Mitch já está parado no ponto de ônibus e quando Jessica se aproxima, ele casualmente coloca o braço sobre os ombros dela. Posso contar que Jess ainda está chateada por ele não ter convidado-a para o baile. Ela está tão enrijecida quanto o gelo pendurado no ponto de ônibus. — Sério, Amy. Você participou de um serviço de encontros para conseguir um par para o Baile de São Valentin? — Roxanne diz e ri como uma hiena em um parto doloroso de gêmeos. Eu realmente a odeio. Ela sabe disso, também, porque no último ano nós quase viemos a explodir no tênis quando eu a derrubei do versátil time do JV. A fraude sempre finge hiperventilar no meio de um jogo que ela está perdendo para que ela possa conseguir uma pausa e reestabelecer. Bela tentativa, Roxy. Eu ainda bato na sua bunda. — Ela tem um namorado. — Jessica diz enquanto revira os olhos. — Deixe-a em paz, Roxanne. Quero gritar Vai Jessica, Vai!, mas não faço. Jessica não revela o fato de que cadastrei meu pai no RPSJ porque ela sabe que isso me embaraçaria. Um desses dias Roxanne vai se encontrar banida do ponto de ônibus se sua boca continuar funcionando como diarréia. Infelizmente, temos que esperar mais dez minutos pelo ônibus. Todos nós moramos no Gold Coast e temos que pegar transporte público para a escola. Não faz sentido ter um carro quando você mora e vai à escola na cidade. Então, estamos à mercê da Autoridade de Trânsito de Chicago. É legal durante o verão e a primavera, mas quando a neve cai em Chicago, pode ficar bem difícil. Nós geralmente esperamos dentro da escola até o último minuto possível, então marchamos para fora e congelamos nossas bundas até o ônibus parar e abrir as portas. Como se ficar perto de Roxanne não fosse ruim o suficiente, Nathan


vem esgueirando-se pela calçada e fica conosco. Ele tem seu fones de ouvido do iPod nas orelhas, destacando que não se importa em começar conversa com pessoas falsas e plastificadas. Kyle meio que acena com a cabeça ao reconhecê-lo. Nathan acena de volta e então empurra os óculos para cima novamente. Alguém deveria lhe dizer que agora vendem antiderrapantes para óculos. O ônibus vira a esquina. Tempo de alívio! Sou a primeira a entrar, pronta para me livrar da vista de Roxanne e de Nathan nem que seja por dez segundos. Vou para o fundo do ônibus onde ficamos até nossa parada. Jess e Mitch – o casal – sentam na minha frente. Cami e Raine sentam juntas, assim como Kyle e Roxanne. Isso leva a Nathan e eu, os sozinhos. Nathan nem ao menos contempla se sentar ao meu lado quando ele e seus fones de ouvidos caem em um banco na frente do ônibus. Ele deixa muito claro que não se considera um de nós. Não tenho idéia de porque isso me irrita tanto. Talvez porque ele insultou minha escola e meus amigos. E eu. O que quer que seja. Não me importo com o que Nathan Keener Greyson pensa sobre mim. Tenho meus próprios amigos e namorado, mesmo que ele more do outro lado do globo. Arg. Eu sinto falta de Avi, especialmente em tempos como esse, quando preciso de alguém apenas para divagar. Jess tem estado depressiva ultimamente – não tenho ideia se é realmente sobre Mitch ou se outra coisa está incomodando-a. Ela não vai se abrir para mim. Cami está estudiosamente fazendo sua lição de casa para que tenha menos a fazer quando chegar em casa. E Raine é o oposto, concentrando em colocar seu gloss para mantê-lo fresco. Ela não dá a mínima para lição de casa. Na verdade, aposto que provavelmente sua mãe resolve para ela. Roxanne está flertando com Kyle. Talvez ela esteja mudando para alguém que não tenha uma namorada. Pergunto-me se ela sabe que ele vai ao Baile de São Valentin com Caroleen Connors. Provavelmente não, pela maneira como ela está se inclinando para ele e o tocando como se


ele fosse propriedade dela. Eu juro, Kyle só come atenção. Mas graças a Deus ele está focado nos seios dela agora ao invés dos meus. O ônibus para na esquina do Dearborn com a Superior, quando eu desço. É claro que Nathan desce do ônibus, também, e entramos em nosso prédio juntos. Elevadores são um estranho lugar para começar. Os sons de rangido e chacoalhar das portas conseguem colocar qualquer um no canto. Mas quando você está em um elevador com alguém que você particularmente não gosta, o lugar pode fazer até um não-claustrofóbico sentir que está preso em um caixão. Estou em um lado do elevador; Nathan está no outro. Ele ainda tem seus fones de ouvidos do iPod nas orelhas, mas não tenho ideia se há alguma música tocando neles. Eu quase quero dizer algo para testálo. Eu sei que pessoas que fingem estar ouvindo música, mas estão realmente na escuta das conversas quando os outros pensam que eles não podem ouvir. — Não sou de plástico. — digo a ele. — Ou falsa. Nenhuma reação, exceto por uma pequena contração em sua mandíbula. E sua respiração parou, apenas por um milissegundo. É verdade. Sou tão real quanto eles, sem reservas. Meu pai diz que às vezes é uma boa característica e, às vezes, é horrível. Nós finalmente chegamos ao quadragésimo andar. — Vejo você depois, Barbie. — Nathan murmura. Eu ouvi direito? Barbie? Hum... Isso não vai rolar comigo. De forma alguma. Paro morta em meu caminho e me viro. — Do que você me chamou? — pergunto. Eu deveria saber que o cara me aparentemente, a especialidade de Nathan.

ignoraria.

Ignorar

é,

Dentro do meu apartamento, Mutt me cumprimenta com um bote e uma lambida infestada de germes. A maioria das pessoas diz que a


boca de um cachorro é mais limpa do que a boca de uma pessoa. Mas a maioria das pessoas não testou a boca do meu cachorro. Ele lambe demais as partes íntimas para ser considerado limpo para os padrões de qualquer um. Olho para cima quando Mutt corre até sua guia. Para a minha surpresa, meu pai está sentado na frente da mesa de jantar. — Você foi demitido? — pergunto. Meu pai olha para cima. — Não. Apenas queria estar aqui quando você chegasse em casa. Essa é nova. — Por quê? A atenção de meu pai é tomada por Mutt, segurando a guia em sua boca e abanando o rabo por aí como uma lança. — Vamos falar depois de você levar o Mutt para sair. Isso não me soa tão bem. — Diga-me agora. — Ele vai fazer um acidente no chão se você não levá-lo. — Eu vou enlouquecer se você não me contar. O que é pior? Meu pai respira fundo e diz: — Sou novo em ser um pai, mas tenho que tentar o meu melhor. Você usou meu cartão de crédito sem minha permissão. Você me cadastrou em um serviço de encontros sem minha permissão. Aquela assinatura de seis meses está me custando mais de trezentos dólares. Isso resume tudo. — Eu disse que estava arrependida. — Desta vez, Amy, arrependimento não é bom o suficiente. Agora estou começando a entrar em pânico. Ele quer que eu o deixe e vá morar com a minha mãe e seu marido hiper-alérgico? Não há chances de eles me deixarem ficar com Mutt em sua casa suburbana intocada com o bebê novo chegando. E terei que começar numa nova escola com pessoas que eu nem conheço? Ensino Médio é difícil o suficiente sem ser a pessoa nova e nem vou pensar no Nathan agora


porque ele não merece minha simpatia. — Farei qualquer coisa, Aba. Por favor, não me mande embora. Meu pai fica de pé. Não consigo dizer se ele vai contar as más notícias agora e eu estremeço. — Não vou mandar você embora, querida. — Não vai? — Não. Consegui um emprego para você.


Capítulo 7 Moisés tinha incríveis habilidades de negociação, ele conseguiu mudar a cabeça de Deus, o cara #1, sobre destruir o povo judeu (Exodo 32:13). Se isso não prova que qualquer um pode mudar o curso de sua vida, nada irá. Eu gostaria de ter as habilidades de Moisés para lidar com meu pai.

— Amy o que você está fazendo aqui tão cedo? A classe de conversação não começa por mais dez minutos. Eu estou parada na porta do escritório do Rabino Glassman no templo Beit Chaverim. Rabino está lendo jornais, enquanto coça sua barba preta e cinza. — Preciso conversar com alguém. — Eu digo à ele. Colocando os papéis de lado, Rabino Glassman me convida a sentar na cadeira em frente à sua mesa. — Estou sempre aqui para ouvir, se alguém precisar de um ouvido. Esse é meu trabalho. — Ouvir as pessoas reclamarem? — Entre outras coisas. — ele diz com um sorriso, se inclinando em sua grande cadeira almofadada — O que está acontecendo? — Muitas coisas, mas eu vou escolher o que está me incomodando mais. Eu estou com problemas.


— Com a lei? — ele pergunta — Com meu pai. Eu peguei o cartão de crédito dele sem permissão, e agora ele quer que eu devolva o dinheiro que usei. — Eu olho para o Rabino, para me certificar que ele não está em choque ou envergonhado. — Com que você gastou, se me permite perguntar? — Eu levanto minhas mãos — Eu sei que isso vai soar estranho, mas foi por uma boa razão. Eu cadastrei meu pai em uma rede social para judeus solteiros. É um serviço de encontros, eu fiz isso por ele. Rabino levanta as sobrancelhas — Você cadastrou seu pai em um serviço de encontros sem a permissão dele? Eu concordo com a cabeça — Ele precisa de uma esposa. Rabino Glassman suspira e diz em uma voz baixa — Amy às vezes você tem que deixar as pessoas escolherem seus próprios caminhos na vida. — Sim, mas e se eles estão indo pelo caminho errado? — Todo mundo comete erros, até os Rabinos. Somos todos humanos. Eu acho que estou extrapolando minha cota de erros humanos recentemente. — Então você está dizendo que eu deveria deixar meu pai viver sua vida sozinho e solitário? — Bobagem. Ele tem você, não tem? Algumas coisas não são medidas pelo tamanho, mas sim pela importância. — Isso é muito filosófico Rabino. — Você me pegou em um dia bom. — Eu mordo a parte interna da bochecha — Eu não tenho tido muito desses ultimamente.


— Ah, mas você não pode apreciar dias bons, a menos que você tenha experimentado dias ruins. — Como Jonas, quando Deus fez a baleia comê-lo? — Eu vejo que você tem estudado para as aulas. Eu me inclino e suspiro — É, embora eu não acredite Rabino. É meio absurdo pra mim, se você entende o que eu quero dizer. Posso ser uma judia, mesmo quando meu cérebro não consegue encontrar sentido em algumas histórias da bíblia? — A razão de eu falar abertamente com Rabino Glassman, é que ele nunca me julgou ou riu dos meus argumentos na sala de aula. Ele me faz sentir que tudo que tenho a dizer é realmente importante e inteligente, mesmo quando estou discordando dele. Rabino Glassman se inclina e sussura — Amy eu também acho absurdo. — Você acha? Não se preocupe Rabino, seu segredo está seguro comigo. Rabino Glassman sorri e diz — Eu acho que tudo se resume a fé e confiança. — Nas pessoas? — Eu pergunto. Ele encolhe os ombros, como se não tivesse respostas para todas as suas perguntas. — Nas pessoas, em Deus, em si mesmo. Você acha que tem fé e confiança? — Eu olho para ele — Tenho que responder isso agora? Meu Rabino balança a cabeça. — Eu não sei se você está pronta para responder isso ainda. Porque você não pensa a respeito disso por um tempo, e voltamos a conversar quando você tiver, vamos ver, vinte anos? Eu me levanto, absorvendo todas as informações que o Rabino Glassman me deu, enquanto deixo seu escritório. — Te vejo na aula Rabino. — Eu falo sobre o ombro. — E obrigada pela conversa.


— À disposição. — Ele responde. Cinco minutos depois estou na aula de conversação com cinco outras pessoas. Embora meu pai seja judeu, minha mãe não é. Eu vivi com a minha mãe a vida inteira, e ela me criou sem religião. Eu fui para Israel no último verão, e percebi que estava perdendo algo em minha vida: ser judia. Portanto estou aprendendo o máximo sobre fé, minha fé, o que eu puder. Esse é o motivo da classe de conversação. Encontramos-nos uma vez por semana, Rabino Glassman lê histórias da bíblia, nós discutimos opinões e refletimos sobre as lições por trás das histórias. Ele também nos ensina sobre os feriados judaicos e as leis. Rabino diz que muito do judaísmo vem de tradição, mesmo que eu não tenha nenhuma tradição judaica, acho que vou ter que fazer algumas eu mesma. Em casa eu pego Mutt para dar uma volta, passo no Perk me Up!. Sim, eu sou oficialmente a nova funcionária do Perk me up! graças ao meu pai e a Maria. Meu castigo é trabalhar no meu café favorito, e eu não estou estusiasmada com isso. Maria me recebe com um grande sorriso — É bom ver que estamos todos alegres essa noite. — diz sarcasticamente. — É, tem sido um longo dia. — Oh, então terei que varrer o chão e limpar as mesas, assim você não precisará interagir com os clientes. — Eu coloco um falso sorriso no rosto. — Essa é a minha garota! — Maria diz — Isso é o que meus clientes gostam de ver. Maria me dirige para trás do balcão, me faz assinar alguns formulários e me entrega um avental amarelo. — Aqui, coloca isso, você pode me cobrir até o fim do seu turno.— Amarelo não é extamente a minha cor, mas eu seguro a coisa em volta do meu pescoço e amarro em volta do meu corpo sem reclamar.


Mesmo sendo sete horas da noite, ainda tem cliente pedindo pastel, eles estão até bebendo café, especialmente aqueles que ficam a noite toda. Os que ficam a noite toda geralmente são advogados, os únicos que tem que ir ao tribunal de manhã, se preparar para o que chamam de depoimentos. Você acha que o dinheiro que eles ganham vale a pena o tanto de sono que eles perdem? De maneira alguma eu seria advogada; eu gosto muito do meu sono. Depois de quinze minutos, Maria me dá um pano branco com álcool e me diz para limpar as mesas. Eu realmente estava esperando me esconder a noite toda atrás do balcão, mas Maria acha que não. Eu pelo menos estou agradecida por ela não me pedir para limpar os banheiros. Eu me movimento entre as mesas e começo a limpá-las; começo a limpar um canto em particular, onde um sofá e duas cadeiras macias estão localizadas, e congelo. Sentado na cadeira lendo, está Nathan Keener ‘esse não é meu sobrenome’ Greyson. Ele olha para cima e posso dizer que ele está tão feliz em me ver quanto eu estou a vê-lo. O copo para em seus lábios, ignorando a vontade de confrontá-lo sobre espalhar boatos sobre mim, eu rapidamente limpo sua mesa antes que ele abaixe o copo com o que quer que esteja bebendo. — Você deixou uma mancha. — Nathan murmura. Eu xingo por dentro. EU NÃO DEIXEI NENHUMA MANCHA! — Todas as mesas estão limpas. — eu falo à Maria de volta a máquina registradora. Ela parece feliz enquanto faz uma varredura no café. Pelos próximos trinta minutos, Maria me passa um resumo de como fazer expressos, bebidas geladas, bebidas mistas, as preferências de alguns clientes. Ela também explica como usar a máquina registradora; Estou tonta com tantas informações, mas acho que entendi, ou pelo menos vou fazer com que pareça que entendi. — Você pode segurar as pontas pelos próximos quarenta e cinco minutos enquanto eu encomendo mais copos? — Maria pergunta. — E não se esqueça de sorrir, o café é chamado de Perk me up!14

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Alegre-me!


Pode me chamar de a 'extraordinária barista sorridente'. Eu realmente não sei enfeitar os cafés como Maria faz, colocar nozmoscada, canela e outras coisas extravagantes. Eu venho ao Perk me up! desde que eu vim morar com meu pai, então já conheço a rotina básica. É o não-básico que me confunde. Enquanto estou contando quantos copos sobrou, a porta do café abre. Meu primeiro cliente. Eu sorrio, e relaxo quando vejo que meu primeiro cliente é meu pai. — Bem vindo ao Perk me up! Posso te ajudar? — Ele caminha até o balcão e examina a cena — Você parece uma mulher trabalhadora. — ele diz orgulhoso. — Chega de besteira, o que você quer? — Eu ouço uma arfada atrás de mim. Ops! É a Maria. Ela não viu que estou falando com meu pai ao invés de um cliente. — Amy. — ela grita, mas quando chega até mim ela suspira aliviada. — Cara, você tem funcionários difíceis. — meu pai diz e dá uma piscadela à Maria. — Amy eu vou querer um copo de café preto, e uma dose de expresso. — Você nunca vai conseguir pegar no sono. — eu falo. — Que bom, tenho muito trabalho a fazer hoje à noite. É um milagre meu pai não ser um advogado. Ele nunca me diz exatamente o que faz em seu trabalho, acho legal ele ter um trabalho ultrassecreto, então não o incomodo sobre trabalhar até tarde. Eu coloco a mistura dentro de um copo, enquanto Maria me observa; ela sorri quando termino e entrego ao meu pai. Ele toma um gole de imediato, sem nem deixar esfriar — Melhor café que eu já tomei na vida, muito saboroso. — ele diz à Maria, que nota o tom de exagero em sua voz. Eu reviro os olhos — Aba, vai sentar já.


— Por que você não vai com ele? — Maria diz — Seu turno já acabou—. — Eu só estive aqui por uma hora, como assim acabou? — Esse é o nosso acordo. — meu pai fala — Uma hora por dia nos dias de semana e três horas aos domingos. Eu não queria interferir nos seus trabalhos escolares. — Oito horas por semana, não é tão ruim assim, especialmente porque eu ainda tenho as noites de sábado livres. Eu devolvo meu avental amarelo para Maria que recusa e diz para trazê-lo de volta amanhã, para trabalhar. Pego minha bolsa no armário e sento em uma das mesas com meu pai. Ele tira a correspondência de sua pasta e começa a remexê-la, e eu estico meu pescoço quase quebrando, para ver se tem alguma carta do Avi. Já faz mais de duas semanas desde que eu recebi uma, não é típico dele. —Então. — eu pergunto. Ele tem um sorriso malicioso que o entrega completamente; eu estico minha mão — Me dá — Ele segura a carta, e eu arranco de suas maõs. Meu coração pula, e parece que borboletas estão voando dentro do meu estômago enquanto eu passo os dedos no endereço do remetente. Desde que eu e Avi temos essa relação à longa distância, eu fico insegura. Quando estou na cama eu fico pensando no quanto eu sinto falta dele, e me pergunto: ele se esqueceu de mim? Ele conheceu alguém mais bonita, mais legal? Ou alguém que simplesmente não surta tanto quanto eu? Estou me sentindo um pouco melhor quando abro a carta, mas percebo meu pai me encarando, avaliando minha reação. — Por que você não lê em voz alta? — Ele sugere. — AH tá, claro. — eu falo sarcasticamente. Dobro a carta e coloco em meu bolso traseiro, vou ler mais tarde, quando estiver na cama... Sozinha.


— Espera! — Maria chama quando estamos saindo do café. Ela está segurando uma mochila. — Você conhece aquele garoto que estava sentado em uma daquelas cadeiras ali? Ele esqueceu isso. — É do Nathan. Eu tenho certeza que ele vai perceber e voltar para pegar. — Não seja boba Amy. — meu pai diz — Você pode devolver para ele, é no caminho de casa.


Capítulo 8 Déborah foi uma grande profetisa de Israel, até mesmo liderou Israel por um tempo (Fudges 4:4). Ela ordenou que um homem chamado Barak (um parente, talvez?) levasse dez mil homens para a batalha. Barak disse que só faria isso se ela fosse junto. Meio paralelo a minha vida, não? Também reforça que os homens precisam das mulheres como um suporte, para apoiá-los.

Eu quero protestar, mas a mochila já está sendo jogada em minhas mãos. — Pai, eu tenho certeza que ele vai voltar assim que perceber. — Amy, não seja esnobe. — Minha boca abre em total choque. Minha própria carne e sangue me chamou de esnobe. Dirijo-me para fora do carro e para dentro do condomínio. Aceno para o porteiro, que responde do banco do elevador. — Amy, volte aqui. — meu pai diz. Coloco minhas mãos nos quadris — Eu não posso acreditar que você, de todas as pessoas, me chamou de esnobe. Meu pai nunca recua. Eu acho que ser um ex-comandante faz com que você aja como um cara durão na sua vida pessoal, tanto quanto no exército. Risco ocupacional. — Só porque ele não se parece com as pessoas que você geralmente costuma sair, não significa que não possam ser amigos. — Pai, ele disse a Kyle Sanderson que eu me cadastrei em um site de encontros, porque eu não consegui um par para o Baile de São


Valentin. — Quem é o esnobe agora? Ele me olha preocupado suas sobrancelhas estão franzidas enquanto ele absorve essa nova informação. — Então o confronte. Falando como um verdadeiro israelita. Estamos no elevador que acabou de chegar ao nosso andar. Pisando para fora eu me viro para enfrentar meu pai, e ofereço a mochila de Nathan (que devo acrescentar, pesa uma tonelada). — Você entrega a ele, depois você pode confrontá-lo sobre espalhar boatos sobre sua filha. — Vamos juntos. — Oh, parceiros no crime — Tudo bem. — Tudo bem. Eu sigo meu pai até o fim do nosso corredor, até o apartamento dos tios de Nathan. Meu pai anda batendo os pés no chão, fazendo um som absurdamente alto, como se não soubesse o poder de sua própria força. É, esse é meu pai. Sr. Keener abre a porta, mas não nos convida a entrar. — Nathan esqueceu a mochila no café. — Meu pai diz. — Amy queria devolvê-la. Sr. Keener sorri e abre a porta — Você pode devolver pessoalmente, ele está no quarto de hóspedes. Segunda porta à direita. — Meu pai coloca suas mãos em minhas costas e me empurra. Eu nunca estive no apartamento dos Keener antes, eles são bastante reservados. Entro na sala, estou me sentindo estranha, mas feliz que meu pai está aqui para me apoiar. Um telefone toca, é o toque do celular do meu pai. O hino de Israel. Bobo, mas totalmente ele. Ele ainda está na porta quando atende o celular — Desculpe Motek, mas eu preciso atender. — Ele diz me deixando no apartamento


dos Keener. Maravilha! Agora eu estou indo confrontar Nathan sozinha, sem nenhum apoio. Sr. Keener acena em direção ao quarto do Nathan. Ok, eu consigo, eu não estou com medo dele, na verdade, depois que eu entregar a mochila eu vou lhe falar umas boas verdades; Porque ninguém faz Amy Nelson-Barak de idiota. Eu ando com propósito até a segunda porta à direita. A porta está fechada então tenho que bater. Eu noto que Sr. Keener não me seguiu. Com a mão vazia eu bato levemente na porta. Sem resposta. Bato novamente mais forte; depois de bater mais algumas vezes e não receber resposta, eu penso que talvez ele nem esteja em casa. O que seria bom eu acho, quero dizer, eu quero enfrentá-lo e tal, mas eu não tenho certeza se quero fazer isso em seu território. Na guerra quando você está em seu território, isso conta como uma vantagem, você tem o upper hand15. Eu verifico a maçaneta da porta para ver se está trancada. Não. Giro a maçaneta e abro a porta para que eu possa espiar. Nathan está no quarto, mas ouvindo música no Ipod enquanto bate o lápis contra uma capa de livro, então ele não me ouviu. Assim que olho para sua face vejo dois olhos verdes se estreitando, olhando para mim. —Estou te vendo. — ele diz. Caramba! Eu abro a porta e entro, enquanto ele retira os fones de seus ouvidos — Você esqueceu sua mochila no Perk me Up! Eu trouxe em um gesto de boa vontade. O cara simplesmente dá de ombros; Obrigado teria sido legal. Nathan precisa urgentemente de aulas de etiqueta. Enquanto coloco sua mochila no chão, eu escaneio o quarto. É obviamente o quarto de hóspedes, estantes velhas estão alinhadas contra a parede e uma cama enorme ocupa a maior parte do quarto. Nathan está inclinado sobre a cama, contra a parte de trás me encarando.

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no pôquer, upper hand significa, mão alta, aposta boa, vantagem.


— Quem é a garota? — Eu pergunto pegando a foto de uma garota loira de biquíni com cabelo curto e um abdômen que eu sequer posso imaginar ter — É sua irmã? — Nathan empurra os óculos no nariz e diz: — É a minha namorada. — AHHH tá! De jeito nenhum essa garota é namorada do Nathan, eu posso apostar meu cachorro. — Qual é o nome dela? — eu pergunto, a curiosidade me ganhando. — Bicky16. Espera. O que ele disse? — Becky? — eu pergunto, porque a outra alternativa é ridícula demais. — Bicky. — ele diz novamente. — Bicky. — Você está agindo toda Barbie de novo. — Ela nasceu com esse nome ou é apelido? — eu pergunto ignorando o insulto. Nathan desliza da cama e tira a foto da minha mão. — O nome dela é Bicky. Sem apelido. Apenas Bicky. Enquanto ele joga a foto dentro de uma mala fechada eu falo. — Você me acusa de agir como uma Barbie, quando é você que deliberadamente espalha boatos sobre mim, só pra você parecer legal. — Eu não fiz isso. — ele diz — E realmente eu não quero andar com seus amigos se é isso que você quer dizer. — Você falou para o Kyle que eu me inscrevi em um site de encontros. Para sua informação, e isso não é da sua conta, eu inscrevi meu pai. — Nathan dá de ombros, como se manchar minha reputação não fosse nada demais. — Por que você me odeia tanto? — Ele esfrega a mão em cima de seu cabelo castanho desgrenhado, que se assemelha à cor de xarope de bordô, e suspira. 16

biscoitinho


— Amy, eu não te odeio, eu odeio pessoas como você. — É a mesma coisa. — eu falo e saio do apartamento. Quando entro em meu apartamento meu pai está sentado na mesa de jantar, ainda no telefone, enquanto mexe em alguns papéis. Cara, estou sentindo o gostinho de vingança. Vou até o escritório onde fica o computador e digito WWW.PJSN.COM, o site de relacionamentos me pede a senha e o login. Cinquenta e cinco pessoas deixaram mensagens no perfil do meu pai, e a mulher que eu convidei para o encontro respondeu. WOW. A mulher dos recursos humanos, Kelly, adoraria tomar um café, que tal na próxima semana? E a advogada Wendy disse que está procurando por um cara americano, portanto não está interessada. Ahh que bom, eu não queria uma advogada como minha madrasta de qualquer forma. Advogados provavelmente são muito certinhos, sempre seguindo as regras da vida; Eu vivo nas aréas mais cinzentas e eu amo. Eu respondo o e-mail da mulher dos recursos humanos, e peço para ela me encontrar (meu pai) no Perk me Up! Amanhã às sete. Quando me mexo na cadeira escuto um crack no bolso de trás dos meus jeans. Meu Deus. Não acredito que esqueci, com toda essa comoção Nathan/meu pai, eu me esqueci de abrir a carta do Avi. O meu esquecimento poderia significar uma traição ao nosso relacionamento? Eu mergulho em minha cama e abro o envelope. — Desculpa Avi. — ele não pode me ouvir, mas talvez minha consciência possa. Quando abro a carta minha pulsação acelera. Amy, Você sabe que eu não sou bom com cartas, mas eu prometi te escrever então aqui está. Fui designado para uma nova base no exército, mas não posso te dizer, é ultrassecreto, o que posso te dizer é que consegui uma nova arma. Eu sei que você odeia armas de fogo, mas essa aqui é bem legal, ela dispara em cantos. Nós corremos todos os dias até eu achar que minhas pernas irão cair. Amanhã minha unidade treinará


em Nagev, à noite, para ver se podemos navegar com nada mais que as estrelas para nos guiar, no meio do deserto. Acho que é isso. Se eu sobreviver ao treinamento no deserto eu te escrevo novamente. Você sabe que eu sinto sua falta, não sabe? Avi.

Eu seguro a carta em meu peito me concentrando na última sentença — Você sabe que eu sinto sua falta, não sabe? — Avi não é um desses caras melosos, ele é reservado, isso porque perdeu seu irmão em um bombardeio; Ele não se deixou abrir, para se lamentar ou se sentir vulnerável. Eu sei que ele não quer que eu o espere, enquanto ele fica os três anos necessários no exército israelense; Basicamente é por isso que ele não escreve cartas piegas e melosas. Eu não quero um cara romântico e meloso, eu quero Avi. Eu sei que não irei vê-lo até o verão, quando for para Israel. Eu não estou esperando que ele esteja esperando por mim. Tá bom, na verdade eu estou, mas eu não vou admitir em público. Inclinando-me em minha cabeçeira, eu abro a gaveta e pego a pulseira prata de Avi. Ele me deu depois que começamos a sair, no verão passado, eu também peguei uma foto dele. Foi depois do nosso último encontro oficial, quando ele me deu o Mutt e um jantar japonês. Eu tirei a foto com a câmera do meu pai, antes da despedida. Eu olho para a foto, ele com seus olhos escuros, cabelos curtinhos escuros para combinar, sem mencionar seu meio sorriso que é sua marca registrada, e que faz com que meu coração pare. De maneira alguma as meninas de Israel irão deixá-lo sozinho, isso é um fato. Isso me assusta e traz à tona minhas piores inseguranças. Eu não sou muito bonita, meus seios são grandes demais, e eu não sou magra o suficiente. Ughhh eu odeio quando eu paro e penso em todos os meus defeitos. Avi gosta de mim por quem eu sou, eu sei que ele gosta.


Beijar a foto dele seria a coisa mais besta a se fazer, eu nunca faria. Mas eu coloco-a em meu peito e abraço, ainda é besta, mas eu considero menos besta do que beijar, eu acho. — Amy,desculpa era uma ligação importante. Ótimo, agora meu pai está invadindo meu espaço pessoal e testemunhando eu abraçando uma foto. A única coisa me impedindo de dizer o quão importante é bater na porta do quarto de uma adolecente, é a data do encontro que armei pra ele. — Você sabe qual é o seu problema? — eu falo. — O que? — Você acha que seu trabalho é mais importante que sua vida pessoal. — Ele leva a vida muito a sério, mas eu estou ajudando-o a relaxar. É a parte do trabalho que me preocupa. Eu juro que um dia desses, ele vai ter um ataque cardíaco se não relaxar nas horas de trabalho. Ele se aproxima da minha cama, e eu deslizo a foto e a carta do Avi embaixo do meu travesseiro. — Eu tenho responsabilidades Amy, algumas em que me comprometi há um tempo atrás. — Sim, sim. — eu falo me sentando — Eu já ouvi esse lengalenga, o que agora? O presidente dos Estados Unidos quer você como guardacostas? — O serviço secreto já faz isso. — Então o que é tão importante? — Eu pergunto a ele. — Eu vou ter que sair da cidade. Era sobre isso que eu estava falando no telefone; Não pode ser adiada, não dessa vez. Bacana. Então eu terei o apartamento só pra mim? As possabilidades são infinitas. — Quando? — eu digo um pouco ansiosa.


— Sexta-feira de manhã, eu volto no domingo. Duas noites inteiras sem figuras parentais? Tempos melhores estão definitivamente chegando. — Posso usar seu carro? — Apenas para ir para a casa da sua mãe. Você vai ficar por lá, acabei de falar com ela. Você pode ir pra lá com meu carro, está tudo bem. Não, não está tudo bem. — Eu não vou ficar com a mamãe e o Marc. O que eu vou fazer com o Mutt? Além disso, eu acho que o Marc é alégico a nós dois. — Nós colocaremos Mutt no canil. Eu gostaria que estivéssemos falando de Marc, mas eu não sou tão sortuda. Dessa vez eu me levanto, pronta para a batalha. — Primeiro de tudo, Mutt e eu somos um pacote. Ele não vai pro canil, ponto, fim de conversa. Leva-me cinquenta e seis minutos para convencer meu pai que eu sou grande o suficiente pra ficar no apartamento sem surpervisão dos pais. Tempos bons estão definitivamente chegando.


Capítulo 9 Questão Kosher #2: Você não pode misturar carne e leite porque Deus ordenou. — Não cozerás o cabrito (bebê cordeiro) no leite de sua própria mãe. — (Êxodo 23:19). Então por que não posso misturar leite com frango? Porque você não pode ordenhar uma galinha.

— Por que você fica olhando para a porta a cada dois segundos? — Maria me pergunta no dia seguinte no trabalho. Talvez porque a mulher do encontro vai estar aqui a qualquer momento, seguida pelo meu pai que nem sabe do encontro. Ele acha que Maria quer falar sobre o meu horário de trabalho. Eu criei uma história ridícula para trazê-lo ao café às sete horas. — Estou esperando meu pai. — eu respondo a minha chefe me sentindo um pouco culpada. A porta do café abre; É uma mulher que eu nunca vi na minha vida. Será que é a Kelly, a mulher do encontro? Ou será outra pessoa? Kelly escreveu no e-mail que é loura morango17. Essa mulher é meio loura morango, embora seja frizado e precise de produtos caros para ajudar a domar a cabeleira. Na foto que ela postou online, o cabelo estava liso, talvez ela esqueceu de usar a chapinha hoje. Ela caminha até o balcão, e de repente estou auto-consciente, como se tivesse que impressionar essa mulher — Você é a Kelly? — eu pergunto.

nos Estados unidos, loura morango descreve uma mulher que tem cabelos acobreados, nem loura, nem ruiva; mas sim um intermédio dos dois 17


A mulher sacode o cabelo bombrill — Não. — Ah, que bom. — Quando ela franze a testa para mim, eu me recupero. — Posso anotar seu pedido? Ela olha para cima no nosso quadro de cafés especiais, analisando todos os cafés. Eu tenho vontade de emitir um som de ronco (eu sou muito boa nisso), mas acho que Maria não iria apreciar meu humor, então sorrio e espero. E espero. Eu juro que se tiver que esperar mais um pouquinho eu vou começar a franzir minha testa. Minha boca não aguenta mais esse sorriso falso, então começo a cantarolar. Eu só percebo isso quando a mulher me olha com uma expressão severa. Sério, graças a Deus essa mulher não é a loura morango do encontro. O sino da porta toca. Outro cliente. — Está pronta para pedir? — eu pergunto à mulher que não consegue se decidir. Eu poderia vê-la como minha madrasta: eu esperando ela me pegar na escola, levando uma eternidade para escolher os mantimentos no mercado, esperando ela pedir um simples rolinho de atum picante no Hanabi. Olhando em volta dela, outra mulher que poderia passar muito bem pela loura morango. Ela se aproxima do balcão. Eu seguro a respiração. Essa mulher é enorme, e olha que eu estou sendo gentil. Talvez a foto que ela postou foi pré-ganho de peso. Meu pai é um maluco por exercícios e super saudável, e essa mulher parece que vem beliscando Kit Kats demais, se você me entende. Ela tem um rosto agradável, entretanto. Talvez meu pai possa colocá-la em um plano de dieta em um desses acampamentos, para perder esses quilos extras em pouco tempo. Ignorando a insossa, eu pergunto pra gordinha — Você é a Kelly? — Não, mas eu gostaria de pedir um café com leite, com caramelo e chantilly, copo grande.


Eu mantenho o sorriso Perk me up! Embora esteja tentada a sugerir apenas o leite com café sem o caramelo e o chantilly. Enquanto anoto o pedido da gordinha, a insossa acena que está pronta para pedir. Será que ela não está vendo que eu estou ocupada com outro pedido? Maria está no escritório, eu não quero que ela pense que eu não estou cuidando dos clientes. Eu me viro para a insossa. — Já decidiu? — Quantas calorias têm no café médio de baunilha? É o mesmo que o normal? — Ela tá brincando comigo? Eu olho pra cima do balcão para ver se tem a descrição de calorias das bebidas, mas não tem. Agora eu não sei o que fazer. Eu deveria fazer a bebida da outra mulher, ou chamar a Maria para me ajudar? Eu olho para meu relógio. É sete em ponto, Kelly vai estar aqui a qualquer segundo, meu pai vai estar aqui a qualquer segundo, e a miss insossa está preocupada com as calorias. Eu bato na porta do escritório e chamo Maria até o balcão; apresso-me para fazer o café com leite/caramelo e chantilly, enquanto Maria cuida da mulher com cabelo frizado, clientes de alta manutenção. O sino da porta toca, e uma mulher entra no café. Ela parece exatamente com como a mulher do perfil, Kelly. Ela escaneia o café e senta em uma mesa vazia esperando pelo meu desavisado pai. Meu pai entra pela porta lateral. Meu coração está a mil, meu pai acena e caminha até a caixa registradora. Kelly deve ter reconhecido ele pela foto do perfil, ela se move por trás dele e está prestes a bater em seu ombro. — Eu preciso te falar uma coisa. — Eu falo ao mesmo tempo que Kelly diz — Ron. — ele se vira para ela. — Posso te ajudar? — Pai, é importante. — ele junta os dois dedos em uma das mãos e move para cima e para baixo, um sinal israelense, que diz para eu esperar. O problema é que eu não posso esperar, eu preciso dizer, mesmo que ele não esteja conciente, que está em seu primeiro encontro da RPSJ.


— Eu sou a Kelly, você é o Ron? — Kelly pergunta. — Sim. — Da rede de judeus solteiros? — Pausa. — Ummm, você pode esperar um instante? — Meu pai diz a Kelly e vira-se para mim — Me diz o que está acontecendo Amy. Agora. Estou supondo que Maria não queria falar comigo sobre ajustar seu horário de trabalho. — Pai você vai rir quando eu te contar. — Eu duvido. Kelly parece chateada e envergonhada. — Estou perdendo alguma coisa aqui? Okay esse é o momento de confessar, pensei que seria mais fácil do que isso. Queria me esconder em um canto escuro agora. — Eu marquei um encontro para vocês, eu sou a filha dele. — eu digo a Kelly. Entendendo quando Kelly recua. — OH. — ela ajusta a bolsa Coach pendurada em seu ombro — Então isso me faz parecer estúpida. — Na verdade isso me faz parecer a estúpida. — eu falo para ela. — Eu também — meu pai emenda. — Vou te dizer Kelly, por que não sentamos e pedimos os drinks mais caros desse café para minha filha, será uma prazer, certo Amy? Kelly dá de ombros e acena em acordo — Parece bom pra mim — Não parece bom pra MIM! — Estou faminto, que tal um desses bolinhos? — Meu pai pergunta. Estou adicionando a conta na minha cabeça, sabendo que terei que trabalhar pelo menos mais duas horas para pagar essa conta.


— Parece maravilhoso. — Kelly diz sorrindo — Vocês não tem Eli's cheesecake? Por que você não me traz um pedaço querida? Eu não estou gostando da Kelly loura morango tanto quanto meu pai parece gostar. Me ensinando uma lição, essa não era minha idéia de encontro. Meu pai senta-se com a Kelly enquanto eu levo os pedidos, café duplo holandês (adiciono algumas doses de extras de expresso, como bônus). Eu espero que os dois fiquem acordados a noite inteira sem conseguir dormir. Esses drinks especiais custam quatro dólares e vinte e cinco centavos cada, junto com o cheesecake que custa dois dólares e cinquenta e cinco centavos, e os scones de dois dólares e trinta e quatro centavos. Como se meu dia não estivesse desastroso o suficiente, Maria me diz para limpar o chão, eu encontro Nathan em seu lugar de sempre no canto. — Você foi pega em uma de suas mentiras, Barbie? — Nathan diz — Vou te dar um conselho, da próxima vez que marcar um encontro pro seu pai, você provavelmente deveria informá-lo de antemão. Eu atiro um olhar desagradável. — Pelo menos eu tenho pais. — eu digo, me arrependendo instantaneamente. Nathan empalidece e começa a empacotar suas coisas. Talvez seus pais estejam mortos, ou em algum hospital por aí. Eu sou uma idiota — Sinto muito pelo o que eu disse — eu falo rapidamente. Quando ele joga o último livro na mochila, ele me olha. — Não, você não sente. — Então sai do café, me deixando para limpar seu copo que está praticamente cheio de chá. Estou me sentindo pior do que antes. Olho em direção ao meu pai, que está apertando a mão de Kelly. Ela sai do café deixando meu pai sozinho na mesa, até que me aproximo e pergunto. — Então?


Meu pai me olha da cadeira — Então o que? — Como foi o encontro? — Tudo bem. Tudo bem é provavelmente a palavra mais descomprometida e não descritiva na Língua Inglesa. Eu odeio essa palavra, não significa nada. Eu tento uma aproximação diferente que não possa ser respondida com tudo bem. — Você vai vê-la novamente? — Talvez. Ótimo! Mais uma palavra não descritiva — Você pegou o telefone dela? — Meu pai se levanta, o que não é bom porque ele é bem mais alto do que eu. — Escute Amy, mas escute direitinho. Não marque outro encontro sem meu conhecimento, ou você ficará sem telefone. Entendeu? — Tudo bem.


Capítulo 10 Rosh Hashanah18: Duas noites de grandes refeições festivas: Hanukkah, comer alimentos cozidos no óleo. Páscoa, a Haggadah (livro de orações da páscoa) diz especificamente para comer a refeição festiva. Sukkot, construir uma sukkah e convidar os amigos para comer na mesma. Yom Kippur, comer três refeições de uma só vez para compensar o dia do jejum. Eu vejo um padrão aqui. Por que tantos feriados judaicos giram em torno de comida?

Depois que meu pai saiu da cidade essa manhã, Jéssica me convidou para o jantar do Shabbat. Então a rotina é a seguinte, depois da escola vou pra casa e levo Mutt para passear, e depois pego um táxi até a casa da Jéssica. Eu também devo acrescentar que Nathan me ignorou o dia inteiro, mesmo quando eu tentei me desculpar novamente, ele simplesmente se virou e escancaradamente me deixou falando sozinha. — Entra Amy. — a mãe da Jess diz quando abre a porta do flat. — Jéssica está no quarto. — Eu subo a familiar escada caiada e encontro Jéssica em seu quarto, sentada na escrivaninha socando o teclado do computador. — Você não está fuçando no e-mail do Mitch de novo, né? — Sem me olhar ela responde: — Pode apostar que eu estou, ele nem imagina. Eu olho os e-mails e depois marco como 'não lido'. 18

Rosh Hashaná (em hebraico ‫ השנה ראש‬, literalmente "cabeça do ano") é o nome dado ao ano-novo no judaísmo.


— Jess, termina com Mitch se você não confia nele. — Jéssica gira em torno de sua cadeira para me encarar. — Ele disse que me amava na véspera de ano novo, Amy. Eu não escuto isso de uma cara desde 'aquele cara'. 'Aquele cara' é Michael Greenberg, com quem Jess perdeu a virgindade no ano passado. Ele a dispensou depois da grande noite juntos, e desde então ela fica insegura sobre todos os caras, ela nem mesmo me deu detalhes, sua melhor amiga no mundo, sobre o que aconteceu com Michael. Eu nem ao menos posso dizer o nome dele sem ela sair da sala. — Ele disse que te amava no calor do momento? — Suas mãos estavam embaixo da minha blusa. — OK, eu não vou declarar o óbvio, ele basicamente quis dizer: 'Eu te amo, vamos transar'. Eu olho para ela e noto que ela não quer mais falar sobre isso. Eu olho dentro do armário dela escaneando as roupas novas que ela comprou, para pegar alguma coisa emprestada. Eu escolho uma camisa vintage cinza com escritos em rosa. — Onde você comprou? — Não tenho ideia, minha mãe que me deu. — É linda. — como sempre me sinto em casa. Melhores amigas dividem roupas, segredos, e truques de beleza. Eu acho que dividimos garotos também porque eu namorei Mitch por um milésimo de segundo antes dele começar a sair com a Jéssica. Tirando minha blusa eu experimento a cinza vintage. A camisa serve, exceto quando eu olho no longo espelho atrás da porta, parece que meus seios vão explodir por conta do tecido fino da camisa. Tirando a camisa eu estudo meus seios cobertos pelo sutiã. — O que você está fazendo? — Jess pergunta. Mantenho meus braços para os lados e observo meu sutiã rosa rendado no espelho. — Meus peitos parecem caídos nesse sutiã? —


Testando para ver como seria se eles fossem mais em pé, eu coloco as mãos no fundo do sutiã e levanto. — Agora eles estão quase no seu queixo — Jessica deixa escapar um suspiro de frustração. — Eu queria ter seus peitos, os caras amam seus peitos. — Eles são caídos. — Eu digo, deixando minhas mãos caírem. — Como não seriam, eles pesam o que... Dois quilos cada um? Eu devo dizer que nunca pesei meus seios, e eu tenho certeza que eles não pesam mais que um quilo cada um. Viro-me para minha melhor amiga — Jess seus seios são perfeitos e em pé. — Também conhecido como inexistente. — Jess diz — Eles só parecem perfeitos porque eu comprei esse Sutiã Fantasia na semana passada. Ela puxa a camiseta para me mostrar um sutiã acolchoado, que é mais acolchoado que o casaco que minha mãe usa no inverno. — Eu preciso disso para parecer que eu tenho alguma coisa. A porta do quarto abre, é o Bem, seu irmão de doze anos, chato e cheio de testosterona. Ele arregala os olhos com a visão de nós duas de sutiã. Eu grito e seguro minhas mãos para cobrir meus seios. — Sai daqui seu monstrinho. — Jess grita colocando a camiseta. — Vocês estão comparando peitos? — Ben diz rindo — Amy eles são de verdade? Jéssica e eu pegamos travesseiros de sua cama e jogamos na porta que já está se fechando. — A propósito, o jantar já está pronto. — ele diz ainda rindo. Quando entramos na sala de jantar, alguns instantes depois, Jess bate forte na parte de trás da cabeça de Ben, antes de sentar na mesa. — OW! —


— Se você não bater na porta da próxima vez, eu vou tirar uma foto sua no banho e mandar para o e-mail de todo mundo da sua escola. — Já chega. — Sr Katz diz, colocando seu Kippah19 e acenando para Ben fazer o mesmo. Na cozinha Jess e eu ajudamos a encher as tigelas com sopa matzoh. Sra. Katz ajeita dois castiçais com velas do Shabbat e pega os fósforos no armário — Amy você gostaria de fazer as honras? — Eu? — Eu costumo assistir enquanto Jéssica ou sua mãe acendem as velas e fazem uma oração em hebraíco — Você tem certeza? — Absolutamente. A sala inteira fica em silêncio quando eu limpo a garganta. Riscando o fósforo eu acendo as duas velas, quando estão acesas eu cubro meus olhos com as palmas da mão e digo — Baruch ata Adonai Eloheinu, melech ha'olam, asher kid'shanu b'mitzvotav v'tzivanu l'hadlik ner shel Shabbat. ‘Bendito és tu Senhor nosso Deus, Rei do Universo, que nos fez santos atráves de seus mandamentos e nos ordenou acender a luz do Shabbat’. — Eu sento-me à mesa abandonando as velas no canto, quando a Sra. Katz diz: — Amy, você fez um pedido? — Um pedido? — Sim, sobre as velas. É nosso costume fazer a oração, e em seguida fazer em silêncio um pedido ou um agradecimento, o que quer que seu coração esteja sentindo no momento. Levantando-me e voltando para as velas amarelas, eu cubro meus olhos novamente e penso sobre o que quero dizer. — Peça para Deus que o fio do aparelho dental de Ben estoure e cale a boca dele. — Jess diz. — Peça para os peitos de Jess crescer — Ben fala. 19

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Ignorando os dois, eu falo para Deus: Por favor cuide da minha Safta em Israel, ela tem câncer e precisa da sua ajuda. E também muito obrigada por ter essa família para jantar, assim eu não estou sozinha. Eu olho para cima esperando que todos estivessem me encarando e querendo saber o que eu pedi, mas eles não estão. Eles respeitam meu pedido de Shabbat, graças a Deus. Eu amo Jéssica e sua família, até mesmo Ben. — Eu vi os peitinhos da Amy, lá em cima. — Ben diz abanando as sobrancelhas pra cima e pra baixo em minha direção. Ok, talvez não Ben. Sra. Katz bate na mesa — Eu posso ter um pouco de respeito no Shabbat? — Escuta a sua mãe — Sr. Katz diz enquanto pega uma taça de prata do Shabbat, e derrama o vinho tinto até que esteja transbordando e diz: — Baruch ata Adonai Eloheinu, melech ha'olam, boray pri hagafen. Amém. — Depois de tomar um gole, ele passa-o para todo mundo da mesa. Ben faz uma cena para beber o vinho, mas engasga e espirra em toda a toalha branca. Jess revira os olhos e toma um gole, e passa o copo pra mim. Eu não sou uma bebedoura de vinhos, mas esse é tão doce que é como beber xarope de açúcar para crianças com tosse. Ben levanta o pano que está em cima do challah, o pão do Shabbat, que é habilmente trançado na padaria Kosher no fim da rua. — Baruch ata Adonai Eloheinu, melech ha'olam, ha-motze lechem min ha'aretz. — ele faz um grande show para dizer — AAAA-meem. — Jess e eu murmuramos — Amém. Ben arranca pequenos pedaços do pão e distibui para todos nós. Eu acho que ele tentou jogar o meu pedaço no meu decote, mas eu não tenho certeza. E quando entrega o pedaço da Jess ele a chicoteia. Eu acho que essa criança precisa de uma terapia, ou pelo menos ficar trancado até completar dezoito anos. — Como está indo a classe de conversação Amy? — Sr. Katz me pergunta enquanto toma uma colher de sopa de Matzoh.


— Bem, o Rabino Glassman é muito legal. — Sra. Katz coloca a mão em cima da mão de seu marido. — Ele nos casou, você sabe, vinte e cinco anos atrás. Pergunto-me se o Rabino Glassman irá oficializar meu casamento um dia, embora ele não seja ortodoxo, ele não oficializaria um casamento de um judeu com um não judeu. Ele é meio rígido quanto a isso, até mesmo se recusou a casar sua própria irmã porque ela se casou com um cara cristão. Eu quero casar com um judeu, porque irá salvar muitos argumentos. É importante que meus filhos sejam judeus, é importante que a minha família não coma carne de porco, ou mariscos, ou misture carne com produtos lácteos. — Você irá à reunião do grupo de jovens amanhã? — Sra. Katz pergunta. Jéssica concorda com a cabeça — Você vai Amy? — Eu não estava planejando. — Você deveria ir, é divertido. Depois do jantar Jess e eu convencemos os pais dela a deixá-la passar a noite na minha casa. Nós passamos o resto da noite falando sobre garotos, sutiãs e livros até ficarmos cansadas. Depois eu tiro um sorvete do congelador, e assistimos alguns filmes na TV, até eu conseguir convencer Jess a ligar pro Mitch. Ele não atende o celular então ela tenta a casa. Infelizmente quem atende ao telefone é o pai do Mitch que passa um sermão por estar ligando depois das onze. Ele nem ao menos diz se o Mitch está em casa ou não. O que duas adolecentes podem fazer sem os pais à meia-noite? Eu tenho uma ideia brilhante — Vamos ligar pra minha prima em Israel, são oito horas a mais lá. — Antes que Jess possa me dizer que é uma ideia terrível, eu começo a digitar os milhões de números para o sistema de telefone em Israel. — Alô. — Minha Doda Yucky responde. — Doda Yucky, é a Amy. — Eu grito no receptor.


— Ah, Amy'leh. Mah nishmah? — Ela acha que eu sou fluente em hebraico, mas meu pai me contou que Mah nishmah significa ‘como vai tudo?’. É uma frase costume dos israelenses. — Ótimo, a Osnat está? — Ela está bem aqui, mande um beijo para seu Aba, tov? — Tov — — Amy? — Osnat pergunta. — Yeah, é a sua prima americana, lembra de mim? — Como eu poderia esquecer, nossa ovelha ainda está com o Moicano, de quando você raspou. HA HA, muito engraçado. Ok minhas habilidades de cortes em ovelhas são realmente escassas, mas eu fiz um grande esforço. — Mah nishmah? — eu pergunto pra ela. — Ah, evreet shelach mitzuyan. — Ok, chega de hebraico; você sabe que eu não tenho ideia do que você disse. Como está o Avi? — Muito gostoso. — Você o viu? — Sim, por quê? Ele não te ligou desde que o treinamento básico acabou? — Não. — Eu tenho certeza que ele estava ocupado. — Ele escreveu que estaria no treinamento básico por mais uma semana. — Eu me pergunto o que é que ele foi fazer em casa, mais ainda, eu me pergunto por que ele não ligou. Você sabe o que eles dizem: se eles não estão a fim eles não ligam. Se eles estão afim eles acharão tempo. Os músculos do meu estômago se apertam, mas continuo falando com a Osnat. Depois eu falo com Safta, minha avó, que me diz que os


médicos acham que seu tumor diminuiu desde seu último conjunto de tratamentos de quimioterapia. Ela insiste em dizer que está bem, mas sua voz está mais fraca desde a última vez que eu me lembro. Eu prometo ligar na próxima semana, ela promete ficar saudável e forte até a minha visita a Israel no verão. Jéssica está folheando minha coleção de Cd's, parecendo mais deprimida do que eu. Eu tenho uma ideia — Tenta enviar uma mensagem para o Mitch. — Eu já tentei, ele ignorou. — Eu pego o celular dela e começo a digitar; Jess senta na cama, do meu lado. — O que você esta fazendo? — Conseguindo a atenção do seu namorado. — Eu falo. Mitch é obcecado pelo seu celular, ele com certeza está com ele agora e se ele estiver ignorando Jess de propósito eu irei matá-lo. EU: Mitch é a Amy. Jess está beijando outro cara. MITCH: O que? EU: Brincadeirinha, onde você está? MITCH: No cinema com uns amigos, não dá pra falar. EU: Liga pra sua namorada amanhã, ou então... MITCH: Você não me assusta Amy. EU: Por que não? MITCH: Mais late do que morde. EU: Eu não mordo. MITCH: Eu namorei com você, você morde. Eu desligo o telefone e olho para Jess — Ele disse que vai te ligar amanhã. — Sério? — Ela me pergunta olhando esperançosa — Onde ele está?


— No cinema com os amigos. — Eu falei com ele mais cedo e ele não disse nada sobre cinema, desde quando eu não posso ir com ele e os amigos ao cinema? Eu dou de ombros. Eu não consigo entender nem mesmo o meu namorado, como vou entender o dela? Mas tarde, eu deito na cama pensando em todas as promessas que eu me esqueci de pedir ao Avi. Talvez eu esteja maluca, pensando que ele está esperando por mim em Israel. Se ele não está pensando em mim, por que eu estou tão obcecada por ele?


Capítulo 11 Quando uma mulher no parto dá à luz a um macho, será imunda por sete dias. Se ela der à luz a uma fêmea será imunda por duas semanas — (Leviticus:12:2-5). Ummm, isso significa que os homens são mais limpos que as mulheres? Será que Deus tem visto ultimamente o banheiro masculino da Academia de Chicago?

— Você já sabe se é menino ou menina? É domingo e estou no subúrbio com a minha mãe; Nós estamos sentadas em seu carro indo para uma loja especializada em roupas para maternidade. Ela está bem animada com essa nossa pequena excursão, eu não. Minha mãe esfrega o galo no seu estômago, como uma mulher grávida nos cinemas faria. — Nós queremos que seja surpresa. — E se forem gêmeos? — eu pergunto. Quando ela sorri o canto de seus olhos dobra, ela não é muito velha para ter um bebê? — Só tem um batimento cardíaco, não são gêmeos. O bebê está previsto para daqui a seis meses, e a barriga da minha mãe já está parecendo uma bola de boliche. Eu não acredito que não notei antes, ela está tentando esconder a barriga nesses ponchos enormes que ela está usando. Quando chegamos a um lugar chamado Maternidade Moderna, eu me sinto estúpida. Eu tenho dezessete anos, eu poderia ser mãe.


— Marc e eu queremos você envolvida nessa gravidez. — ela diz. — É importante para nós. — Minha mãe não é judia, mas definitivamente tem essa coisa de culpa judaica. Eu coloco um sorriso enorme e cheio de dentes, provavelmente estou exagerando, mas a realidade é que eu quero minha mãe feliz. — Estou tão feliz por você. — eu falo — E eu também quero fazer parte dessa nova família. — Amy eu sou mãe, eu posso ver atráves de você. Nós ainda estamos sentadas no carro, e eu vejo seu rosto ir de exaltação para infelicidade em questão de segundos. OH não! Eu tenho que falar alguma coisa antes que ela começe a chorar. — Mãe eu estou feliz por você e o Marc, é apenas estranho pra mim. Primeiro o casamento e agora o bebê, eu só preciso de um tempo para me acostumar com isso, ok? Eu me lembro de quando minha mãe me levou para minha primeira aula de balé. Eu implorei pra ela me inscrever e praticamente a arrastei para o estúdio de dança da Miss Gertie, onde a Jess já estava tendo aulas. Ela pagou a carrísima mensalidade e comprou as sapatilhas de balé e um collant bonito, e lá fomos nós para a primeira aula. Por alguma razão desconhecida (até pra mim) eu chorei no carro até que minha mãe me forçou a entrar no estúdio, chorando e chutando. Ela realmente me forçou a ir. Em retaliação eu sentei em um canto do estúdio me recusando a mover minhas sapatilhas de balé, o tempo todo. Essa rotina continuou assim, aula após aula, até que as roupas do recital chegaram. Minha classe dançou uma música chamada — The buzy bees — nós eramos pequenas abelhas com lantejoulas pretas e amarelas e antenas de elástico brilhantes. O que posso dizer? Todo aquele brilho instantaneamente transforma qualquer criança relutante em uma bailarina esperando para se apresentar. O dia em que as roupas chegaram levantei-me do meu canto e dançei como se estivesse compensando o tempo perdido. Essas aulas de balé me ensinaram uma coisa: Minha mãe é mais paciente do que eu pudesse imaginar, e ela definitivamente vai esperar até que eu resista.


— Amy, eu sei que não está sendo fácil pra você, muitas mudanças em tão pouco tempo. — ela olha pra placa da Maternidade Moderna. — Deveríamos voltar para casa? Ou ir comprar sutiãs pra você? Eu posso fazer isso outro dia. — Não, já estamos aqui e você realmente precisa comprar roupas que não estrangule o bebê. — Além disso eu não quero comprar sutiãs com a minha mãe, ela provavelmente irá escolher aqueles enormes que parecem toalhas de mesa com tiras. Ela não precisa de mais encorajamento. Ela sai do carro como se alguém estivesse chutando seu traseiro; Eu juro, minha mãe costumava ter um corpo que um professor de aeróbica teria inveja. Agora? Agora, digamos que ela mudou, muito. Eu a sigo para dentro da loja, silenciosamente esperando que a vendedora não me confunda com a cliente. — Posso ajudar? — a vendedora baixinha e alegre nos pergunta. Minha mãe acaricia a barriga novamente. — Estou grávida de três meses e as roupas não estão me servindo mais. A vendedora bate as mãos. — Estamos procurando por algo causal, negócios, ou para alguma ocasião específica? — eu gostaria de cortar a palavra 'nós' do vocabulário da mulher. — Casual e negócios. Enquanto minha mãe passeia com a vendedora pela loja, eu as sigo em silêncio. Para ser honesta, algumas roupas não são tão ruins. Depois de algum tempo minha mãe começa a provar as roupas, me fazendo entrar no provador junto com ela. No banco do provador eu noto algo estranho, é branco creme com cordinhas saindo dos lados. — Eu acho que alguém esqueçeu isso aqui. — eu falo para a vendedora, apontando para o objeto estranho.


— Não, tem um em cada provador. É uma barriga falsa, você amarra no estômago pra fazer parecer que você está com cinco ou seis meses. — Eu não consigo segurar a risada que escapa da minha boca, minha mãe me silencia e fecha a porta do provador. — Posso experimentar? — eu pergunto; antes que minha mãe me impeça eu levanto minha blusa e amarro a barriga no meu estômago e abaixo a blusa. — Essa realmente não é a imagem que eu quero da minha filha de dezessete anos. — ela fala, me olhando esfregar a barriga como ela faz. Eu imagino como deve ser estar grávida. Um bebê crescendo na sua barriga, até conseguir sobreviver sozinho. Virando-me para os lados eu me olho no espelho. Se eu quero ter filho? Quer dizer, eu sinto pelos meus pais por terem que lidar comigo. Algumas vezes eu acho que não sou normal, que estou muito atrasada para um psiquiatra conseguir me endireitar. E algumas outras vezes, eu acho que todo mundo é maluco e eu sou a única normal. Talvez mamãe esteja esperando que esse bebê seja o normal, o resistente à maluquice. Eu encaro a barriga da minha mãe enquanto ela experimenta um terno preto e branco com um elástico na parte de trás da calça. Isso me faz perceber que isso dever ser um grande negócio pra ela; criar outro ser humano, ela vai ser responsável por ele pra sempre. — Você pode tocar minha barriga se quiser. — ela diz. Eu quero, mas não faço. Eu me lembro de quando deitava minha cabeça em sua barriga, quando ela ria e eu ouvia barulhos vindos de lá. Agora tem um bebê crescendo lá dentro... Acho que ela sente minha hesitação, porque ela pega minha mão e coloca e sua barriga. — Você já sentiu mexer? — eu pergunto. — Ainda não. — Eu olho para minha mão em sua barriga, perto do meu meio-irmão ou meia-irmã. É realmente estranho para minha


mãe ter outro filho, eu estou me sentindo super protetora dela agora. Eu retiro minha mão, isso está ficando muito esquisito. Ela experimenta uma enorme camiseta branca com uma seta apontando para baixo dizendo ‘Futuro Médico’. — O que você acha? — ela me pergunta abrindo os braços para me ofereçer visão completa. — Eu acho que é weak sause20. — Weak sause? — ela diz com o rosto retorcido em confusão — Gíria nova que eu não conheço? — Ahh você sabe, é a mesma coisa que besta/bobo. Em suma é tudo sobre salada, se a salada for ruim ninguém gosta. — Essa é uma salada besta? — eu não a corrigo dizendo que é 'salada fraca' ao invés de 'salada besta'. Agora ela está segurando uma camiseta que diz 'Quase pronto'. — Você pode comprar, mas eu não vou sair em público com você usando isso. Eles não têm uma que diz 'Eu sou uma mãe idiota?' — Eu não vi uma dessas na prateleira. — ela diz me provocando. No final das contas ela compra uma calça social para o trabalho, um vestido, duas calças jeans e três camisetas lisas. Antes de a minha mãe casar ela realmente tinha um emprego e se vestia como uma modelo da Vogue. Ela sabia tudo sobre moda e me ensinou tanto. Agora que ela se casou e largou o emprego, aparentemente não sabe mais se vestir. Eu realmente espero que depois que o bebê nascer, ela volte a ser a mãe que eu tinha antes. — Você vai ficar para jantar? — Ela me pergunta no caminho pra casa. — Desculpa não vai dar, eu vou com a Jéssica no grupo de jovens judeus. 20

na tradução literal seria ' salada ruim ou salada fraca' mas em uma gíria seria 'besta ou bobo';


— Você tem certeza sobre essa rota judaica, Amy? Marc e eu estávamos discutindo outro dia, e não entendemos esse seu súbito interesse em conversão. Minha mãe não entende que depois da minha viagem para Israel eu mudei. É como se eu tivesse achado um pedaço de mim, um pedaço pequeno, mas algumas vezes eu sinto que quando acho esses pequenos pedaços eu estou chegando mais perto de estar completa — Não é súbito mãe. — O que seu pai acha disso? Pelo que eu me lembro ele nem é tão religioso. Eu olho para a janela, lutando com contra o meu desejo de discutir com ela. Converter-me para o judaísmo é algo que tenho certeza sobre, não tem nada a ver com mãe ou pai, e sim tudo a ver comigo. Tentar discutir ou argumentar com ela será em vão, minha mãe tem suas próprias ideias e pontos de vista sobre religião, e eu realmente não divido os mesmos. Quando Sofia me deu o pingente, uma estrela de cinco pontas judáica, eu senti algo que nunca senti antes. Uma conexão com pessoas que não antes não conhecia. E quando escalei o Masada eu realmente senti. Meu pai é judeu, então eu sou metade judia. Ignorar seria dissolver parte de mim, algo que eu sou. Eu admito aprender sobre o judaísmo e ler a Tanakh (seria a Torah21) e aprender sobre os inúmeros profetas não é fácil. E para ser honesta eu não concordo plenamente, ou entendo a Torah. Rabino Glassman encoraja a discussão, até mesmo os desentendimentos, o que é bom porque eu sou um desentendimento por natureza. Eu questiono tudo, como por exemplo: por que Abraham iria matar seu filho? E é claro, quem foi o homem que escreveu a Bíblia, e

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Torá (do hebraico , significando instrução, apontamento, lei) é o nome dado aos cinco primeiros livros do Tanakh(também chamados de Hamisha Humshei Torah, ‫ תו חומשי חמש‬- as cinco partes da Torá) e que constituem o texto central do judaísmo. Contém os relatos sobre a criação do mundo, da origem da humanidade, do pacto de Deus comAbraão e seus filhos, e a libertação dos filhos de Israel do Egito e sua peregrinação de quarenta anos até a terra prometida. Inclui também os mandamentos e leis que teriam sido dadas a Moisés para que entregasse e ensinasse ao povo de Israel.


se posso dizer, eu acho que é meio machista. Mas essas histórias realmente aconteceram ou foram inventadas? — Papai me apoia. — Mas eles não podem te considerar judia, já que seu pai é judeu? Parece-me besteira ter que passar por meses de aulas... — Eles não estão me fazendo passar por nada, mãe. — Ela não entende, ou talvez ela não queira entender. — Eu não preciso me converter, eu quero me converter. Deixa isso pra lá está bem? Mamãe dá de ombros. — Está bem, eu só quero te ver feliz. — Então pare de me chatear sobre religião, me irrite sobre outra coisa. — Me olhando de lado ela sorri. OOPS, eu não deveria ter dito isso, até porque como você pode imaginar, ela nos dirige até a boutique de roupas íntimas da Sally, do outro lado da cidade, pra comprar sutiãs. Depois da corrida pelos sutiãs ela dirige até o meu apartamento. Eu a beijo e saio do carro, tentando esconder a sacola rosa embaixo do meu braço. Esfriou tanto, que eu aperto meu casaco contra meu corpo, e avisto Nathan parado na esquina com um buquet de tulipas amarelas na mão. Ainda estou olhando para Nathan quando o carro da minha mão desaparece na estrada. Quando o ônibus indo para a Evanstop pára, Nathan entra sem olhar pra trás. HUMM... Eu me pergunto se ele está indo ver a Binky22... Quero dizer a Bicky. Não que eu realmente acredite que ele esteja namorando a garota da foto. Eu ainda não consegui entendê-lo, por que ele está hospedado na casa dos tios? Se é temporário porque ele está estudando na minha escola? Simplesmente nada se encaixa.

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Binky - chupeta


Sacudindo os pensamentos de Nathan da minha cabeça, eu corro até o apartamento antes do meu pai chegar em casa. Apressadamente eu verifico a conta ainda aberta do meu pai no RPSJ. O único problema é que se eu marcar outro encontro ele vai me matar. Eu tenho que armar outra coisa, algo mais criativo. Eu ouvi falar do 'encontro rápido', onde a pessoa vai a vários encontros em três minutos, em apenas uma noite; Talvez eu consiga convencer a Maria a armar um desses no Perk me UP! Uma noite. Tenho que admitir, eu tenho as melhores ideias. Meu pai entra no minuto em que estou fechando a página do RPSJ. Ele me pergunta sobre o final de semana sem ele, e eu pergunto sobre a viagem. Nós jantamos enquanto jogamos shesh besh, o que em hebraico seria gamão. É algo que gostamos de jogar, e até existe uma certa rivalidade. Eu atendo o telefone quando toca, depois do jantar, sabendo antes mesmo de olhar o verificador de chamadas, que é a Jéssica. — Eu preciso dos conselhos de melhor amiga. — Jess diz. — Eu também, preciso saber o que usar essa noite — Quer dizer, eu não estive em uma reunião de jovens. — Eu pensei que você iria usar os jeans Fuego e aquela camiseta cinza que você comprou na semana passada na Saks. — Eu deito na cama frustrada, acariciando Mutt que acabou de pular no meu estômago quase me deixando sem ar. — É, mas eu mudei de ideia, estava pensando em usar aquela minha saia longa e uma camiseta branca lisa. Do outro lado da linha eu escuto um Huff. — Amy, você não precisa se vestir religiosamente para a reunião. — Vem pra cá me ajudar a escolher algo para usar, por favor! Eu faço sua maquiagem e ouço seus problemas com Mitch ao mesmo tempo. — Jéssica ama quando eu a maquio. Ela vai vir com certeza. Eu sei os pontos fracos dela: Sr Mitch e Maquiagem. Pelos dois M'S ela com


certeza vai encarar a tortura de achar uma vaga para estacionar nas ruas super-populadas de Chicago. — Ummm... Eu vou primeiro passar para pegar a Miranda Cohen. — Jess diz. — Miranda Cohen? — eu pergunto — A garota que hiperventilou quando corremos um km na aula de educação física ano passado? — Pobre Miranda, a coca-cola que ela bebe não se apaga do seu sistema. — Miranda está no grupo de jovens. — E daí. Eu não sou melhor amiga da Mirandam mas preferiria sair com ela do que com a Roxanne. — Jess, eu preciso da sua ajuda, traz a Miranda. — Eu não quero falar sobre Mitch na frente dela, Amy. — OK, mas eu vou te dar um conselho sobre namorados. Dê algum espaço ao Mitch para ele te procurar, ignore-o por um tempo. Ele ama desafios, e talvez você esteja muito acessível. — Mas... — Sem mas, me escuta eu sei o que estou falando, eu namorei com ele também, se lembra? — Sim, eu lembro. — Então você vai vir ou o que? — Estou indo, só se lembre de ser legal com Miranda, ela é sensível. — Eu sempre sou legal. — eu falo e desligo. Eu amarro um robe no meu corpo e espero por Jess e Miranda. Dez minutos depois o porteiro liga pra dizer que as garotas chegaram, e para autorizar a entrada. Quando eu abro a porta, Miranda está atrás da Jess, olhando por chão. Miranda está usando calças strech preta e um suéter vermelho enorme que fica nos joelhos, como se estivesse tentando esconder seu corpo.


— Oi Miranda. — eu falo, ela diz um pequeno — Oi — e segue a Jess para dentro do apartamento. Levando-as para meu quarto eu abro a porta, e Mutt, que estava lá dentro vai direto para a virilha da pobre Miranda. — Deixe ela em paz — eu falo pro Mutt, que cheira alto e sai do quarto. Eu abro as portas do meu armário — Ok, o que eu deveria usar? — Eu admito, eu fui abençoada com uma mãe que teve a ideia da campanha do Starbucks 'Todo mundo é uma estrela'. Não encham o meu saco. Meu guarda roupa inteiro provavelmente foi pago com jingles e slogans que minha mãe criou. O slogan 'Não cuide de mim' para bebês preciosos com dedos de comida foi um sucesso com o jingle se você conhece alguém que precisa falar com alguém ligue 1-800 terapia. — Esses são verdadeiros sapatos Jimmy Choo? — Miranda pergunta estupefata. Minha mãe me comprou em um desfile em Nova Iorque no ano passado. — É sim, você quer experimentar? — Miranda recua — Oh não, eu sou muito pesada. Provavelmente quebraria o salto. — Não seja ridícula. — Eu falo e pego os sapatos, entregando-os a ela. Eles são abertos atrás e provavelmente serviriam em qualquer um. — Só não deixe o meu cachorro lamber. — Miranda hesita e depois lentamente estende a mão para pegá-los. Eu olho pra Jess quando Miranda senta na beirada da cama para tirar o tênis e experimentar o Jimmy Choo. Jess está vasculhando meu guarda-roupa, tirando as roupas e colocando-as nos braços. — Eu vou te dar algumas opções. — Obrigada mãe. — eu falo sarcasticamente. Jess revira os olhos quando encontra a roupa que eu usei no meu último encontro com Avi. Eu sei que parece idiota, mas é sagrado pra mim. As memórias daquela noite ainda estão naquela saia e naquele top. Eu definitivamente não vou usar. — Não, próximo. — Ela


me mostra uma calça jeans apertada e rasgada com um suéter. — Não, muito alternativo. Uma batida na porta nos interrompe. — Amy, sou eu. — Meu pai. Quando falo para entrar, ele examina as roupas espalhadas pelo meu quarto e Miranda tentado se equilibrar nos Jimmy Choo. — Vocês estão fazendo um desfile de moda? Eu posso até dar dinheiro pra vocês, se fizerem a Amy limpar esse quarto. — Pai não seja besta. — eu falo empurrando-o pra fora do quarto, antes que ele me envergonhe ainda mais. — Estou indo para a reunião de jovens essa noite, lembra? — Eu lembro, mas você disse que era às quatro. — E começa — ele olha para o relógio — São cinco para as quatro, melhor se apressar. Quando ele sai, eu vejo a terceira roupa que a Jess escolheu. Calça jeans azul escura, uma camiseta de manga comprida com um 'O' dourado na frente. Enquanto estou dançando para entrar no jeans, Miranda tropeça e se apoia na minha mesa-de-cabeçeira. Ela pega a foto de Avi. — Seu namorado? Jess morde os lábios para não falar — Ele é o não-namorado dela. Eu hesito antes de dizer. — Mais ou menos. Miranda olha da foto para mim — Ele é um gato. Uma pequena parte do meu coração revira. Virando, eu termino de me vestir e falo. — Estou pronta, vamos. — Porque eu também não quero falar sobre o Avi. Eu não respondi a carta e nem liguei para casa dele, não quero agir como uma namorada psicótica. Estou confusa e odeio me sentir assim.


Quando chegamos à reunião de jovens na sinagoga, estou surpresa de ver a quantidade de adolecentes aqui, provavelmente quarenta pessoas só no hall. Alguns deles eu conheço da escola, mais a maioria eu nunca vi na vida. Um homem com cabelo enrolado preto, com seu Kippah na cabeça, provavelmente em seus trinta anos, tenta acalmar os jovens. — Ele é o Rabino Doug, o novo rabino assistente — Jess me diz. Miranda fica perto da Jess o tempo todo, até encontrarmos um lugar vazio no chão para sentarmos. Demora um tempo pra todo mundo ficar quieto, mas finalmente todos os olhos estão no Rabino Doug. — Está todo mundo preparado para construirmos a Sukkah, pro nosso jogo? Se você me perguntasse há um ano o que é uma Sukkah, eu não saberia responder. Agora eu sei que é uma pequena estrutura onde você convida a família e seus amigos para comer a 'refeição da colheita'. Normalmente os judeus constroem a Sukkah perto de outubro, para o feriado de Sukkot, mas o grupo está encenando para os alunos das escolas hebraicas sobre os feriados e a Sukkah será construída essa noite. Rabino Doug nos separa e, portanto estamos em grupos diferentes. Eu estou em um grupo com pessoas que não conheço. Esse cara que se designou o líder do nosso grupo nos faz sentar no corredor. Uma garota com cabelo encaracolado preto e sobrancelhas espessas está no meu grupo com outras garotas e garotos. Eu sento do lado da sobrancelha espessa e lhe ofereço um pequeno sorriso. — Eu sou Nikki com K — ela fala. OHH Não! Flashbacks do meu padrasto, Marc com C bate na minha consciência. — Eu sou Amy, com Y. — eu retruco. — Onde você estuda? — Na Academia de Chicago e você? — A menção do nome Academia de Chicago faz Nikki piscar duas vezes. O que está


acontecendo com as pessoas ultimamente? Eu juro que você pensaria que a Academia de Chicago é um sinônimo 'escola para mimados'. — Mather. — ela diz. — Que legal. — Nikki não está mais super amigável comigo depois que eu disse Academia de Chicago, é como se de repente ela estivesse desconfiada de mim. Por sorte um cara legal vestindo um moletom preto com capuz senta do meu lado e começa a falar. — E aí?! Eu sou o Wes. — Eu sou a Amy. — Eu nunca te vi aqui antes. — Wes diz enquanto me seca. Ele é tão óbvio, um cara que definitivamente merece uma brincaderinha — Eu sou a virgem do grupo de jovens. — eu falo, ao invés de ficar chocado ele ri. — Legal, embora eu ache que você não irá querer sair comigo, eu não sou virgem e posso te assustar. — Estudo na Academia de Chicago. — eu falo — Eu posso te assustar. Ao invés de se sentir intimidado, Wes se inclina pra frente — OHHH, você é uma daquelas crianças ricas. É verdade que seus pais te deixam dar festinhas com álcool e maconha? — É claro. — eu minto — O que mais faríamos com todo esse excesso de dinheiro? — ele sorri e me dá um grande sorriso arrogante. — Eu gostei de você Amy. Rabino Doug nos dá a nossa tarefa. — Vocês estão no comando de pendurar os frutos na Sukkah. Os cestos, ganchos e cordas estão no quarto dos fundos. Sejam criativos. Eu sigo meu grupo até o quarto dos fundos. Wes e eu instantaneamente nos tornamos amigos, e descubro que ele estuda na Mather e canta em uma banda chamada 'Lickity Split'. Nikki está se


aproximando novamente e está me tratando super bem, ou talvez ela goste do Wes, porque ela está sendo forçadamente legal. — Você tem namorado? — Wes me pergunta enquanto estamos tentando amarrar as bananas juntas em uma corda. Eu olho para o grupo da Jéssica que está trabalhando com pregos e maderia para construir a estrutura da Sukkah. — Mais ou menos. — Como assim ‘mais ou menos’? — Nikki chia. É realmente da conta deles? — Eu tenho um namorado, mas ele está em Israel. Wes mergulha uma agulha na casca da banana. — Você quer dizer que ele mora lá? — Sim. — Como ele pode ser seu namorado, quando está a milhas de distância? Eu paro com o segmento da banana. Parece que todo mundo está falando o que ultimamente está na minha cabeça, está me irritando. Desde que eu falei com a minha prima em Israel, ontem, eu venho repensando minha relação com o Avi. Obviamente eu não sou sua primeira prioridade, por que ele deveria ser a minha? Sem responder a Wes eu me distancio do grupo e vou para a janela olhar a vista do Lago Michigan. O quintal da sinagoga dá de frente pro lago, é uma propriedade privada. Eu tenho certeza que meu padrasto adoraria colocar as mãos nesse pedaço de terra. Eu consigo me ver em uma praia de areia branquinha em baixo da sinagoga. Uma imagem de Nathan aparece em minha cabeça, interrompendo meus pesamentos sobre Avi. Por quê? Eu não tenho ideia. É só que... Nathan meio que me lembra o Avi. Não pela aparência, de jeito nenhum, Avi é OH-MEU-DEUS-LINDO-DE-MORRER, um modelo da Abercrombie,


Nathan é o oposto. Ele é esquisito e age da mesma forma, nem ao menos se importa de ser solitário. Avi tem vários amigos leais. Avi e eu nos apaixonamos depois de termos nos odiado pela maior parte do verão. No começo, nós brigavamos toda vez que estavamos próximos. Quando ele me beijou, foi tão explosivo quanto as brigas, e o mais incrível beijo que já tive. Eu tenho certeza que beijar Nathan não seria nada parecido como beijar Avi. Eu coloco as mãos dos lados da minha cabeça e fecho os olhos. Como eu posso estar pensando em beijar o Nathan? EWWW. OK, eu admito, ele tem olhos verdes maravilhosos. Eles têm pequenas partículas de castanho e dourado, e quando ele olha pra mim, eu me encontro procurando por essas partículas. Um cara como ele não deveria ter olhos tão bonitos. — Hey Amy, você está bem? — É a Jéssica; Eu realmente não estou com vontade de conversar agora, nem mesmo com a minha melhor amiga. Eu sou do tipo que gosta de curtir a depressão sozinha. — Estou bem. — Você acha que o grupo de jovens é weak sause não é? Desculpa-me se eu te fiz... — Não é weak sause. — Então por que você está toda deprimida? — minha melhor amiga revira os olhos pra mim, dá pra acreditar? — Sério Amy, você vai ter que superar o Avi. Você está totalmente reclusa ultimamente e isso já está dando nos nervos de todo mundo, especialmente nos meus nervos. Você não pode seguir em frente? Eu tenho certeza que o Avi não está todo deprimido, fazendo todo mundo ao redor dele se sentir miserável. Eu fico parada com os olhos arregalados, sem acreditar por um segundo no que Jéssica acabou de falar. Ela nunca fez isso, nós sempre nos apoiamos quando se trata de pais, garotos, escola, espinhas.


— Eu acho que é pedir muito que minha melhor amiga me ampare quando eu mais preciso. — Quer saber Amy, eu estava pensando a mesma coisa. — ela diz trotando de volta para a construção da Sukkah. O que diabos acabou de acontecer? Estou muito confusa para pensar, tudo o que eu quero fazer é voltar pra casa. O pior é que eu estou à mercê da Jéssica, porque foi ela quem nos trouxe. Voltando para meu grupo eu me sento novamente ao lado do Wes da Lickity Split. — Amy, você acabou de sentar em uma banana. — ele começa a rir seguido de Nikki e o resto do grupo. Todos os olhos estão em mim, para ver o que vou fazer em seguida. Eu poderia chorar, não faria tanto esforço, na verdade eu posso sentir a cascata de lágrimas se formando atrás das minhas pálpebras. Fechando meus olhos eu me concentro na meleca molhada da banana na minha calça que levou quase uma hora para escolher, e no longo discurso da Jéssica, e na gravidez da minha mãe, e no Avi, e no Nathan; e o encontro desastroso do meu pai. E no insaciável vício do Mutt em cheirar a virilha de todo mundo. Caso você não tenha notado, a minha vida adolecente está oficialmente arruinada.


Capítulo 12 Rabino Glassman disse que percebeu que queria estudar para ser rabino quando estava no colégio. Para ser honesta eu acho que Deus o escolheu para ser rabino em vez do contrário. Ele é muito imparcial e sábio para ser uma pessoa normal.

Sim, eu tive que passar o resto da noite com o jeans molhado, pegajoso e incrustado com banana. E não, Jéssica e eu não estamos nos falando. Miranda está, entretanto. — Essa noite foi tão divertida, né? — Miranda fala quando entramos no carro da Jéssica, no fim da noite. Antes de sentar eu pego uma sacola plástica e coloco no banco traseiro, enquanto o motor do carro esquenta. Jéssica grunhe e eu falo: — Bem divertido. É, eu amo ser ridicularizada por um grupo de estudantes do ensino médio enquanto estou cheirando a papinha de bebê. Onde posso me inscrever para a próxima reunião? — Sinto muito sobre a sua calça. — Miranda fala do banco do passageiro — Embora eu esteja feliz que você tenha vindo, não tem muita gente da Academia de Chicago por aqui. — Nós não necessariamente temos uma grande população de judeus na Academia de Chicago. — eu digo me encostando no banco, e


ouvindo o saco plástico embaixo da minha bunda dobrando a cada movimento que faço. As crianças judias provavelmente são quinze ou vinte por cento da população estudantil na Academia de Chicago, e olha que a CA não é a maior escola em Chicago. — Eles acham que somos ricos esnobes. — eu deixo escapar. Miranda vira para me olhar, enquanto Jéssica se concentra em dirigirnos de volta pra casa. — Eles não me acham esnobe. Eles me veem como a garota gorda, eles pensam que você é esnobe porque é linda e não sorri muito. — Sorrir é superestimado. Jéssica bufa e Miranda parece animada agora, no modo entusiasmada. — Sorrir leva anos da sua vida. Você sabia que é preciso mais músculos para franzir a testa do que para sorrir? — Você sabia que é preciso mais energia para falar do que para ficar em silêncio? Eu acabei de falar isso? OHH cara. Miranda morde os lábios e se afunda no banco da frente. Eu não queria dizer isso, eu só queria parar de me sentir como se estivesse sendo bombardeada com todo mundo apontando o que há de errado comigo. Jéssica para o carro, eu acho que ela está tão irritada que vai me despejar na estrada, mas aí percebo que chegamos ao meu prédio. Estou prestes a engolir meu orgulho e agradecer a Jéssica pela carona, mas ela fala. — Fecha a porta. — Assim que eu saio do carro e fecho a porta, ela acelera o carro como um piloto da Nascar e desaparece na estrada. Estou me sentindo como a maior vadia, talvez eu seja. Deveria me sentir melhor por que sou uma vadia com consciência? Porque eu estou me sentindo completamente miserável.


Eu fico na calçada por mais alguns minutos antes de entrar. Eu quero sorrir, eu quero ser uma boa amiga para Jess, até mesmo para a Miranda. Miranda não se parece ou se veste como eu, mas ela sorri e é legal. Ela sorri por que é genuinamente legal ou é por que ela percebeu que para ser legal tem que sorrir? Realmente importa? Exausta fisicamente e emocionalmente, eu passo pelo nosso porteiro Jorge, que abre a porta pra eu entrar, e me dirijo para o elevador. — Você teve uma boa noite com suas amigas, Srta Barak? — Jorge pergunta. — Não exatamente — eu respondo. — É, alguns dias são assim eu presumo. — É alguns dias são um lixo. No elevador eu encosto minha cabeça contra a parede. As portas começam a fechar, até que eu ouço alguém parar as portas de fechar com as mãos. Aquelas mãos estão ligadas a ninguém mais, ninguém menos que Nathan. Ele entra no elevador suado e com calças de ginástica. Uma senhora que já vi algumas vezes e que mora no quinto andar segue bem atrás dele. Eu fecho meus olhos para bloquear tudo. Quando paramos no quinto andar a senhora desce e eu abro meus olhos. Nathan está me encarando por trás de seus óculos. Seus olhos são tão brilhantes quantos o Sapo Caco, e as partículas de ouro neles estão brilhando nas luzes do elevador. Luzes estúpidas. Elevador estúpido. Eles fazem a minha mente ter pensamentos estúpidos, como: o que eu poderia fazer para o Nathan gostar de mim? Ele toma um gole d'água de uma garrafa que está carregando em sua mão. Eu começo a respirar pesadamente, como se minha mente fosse um grande e gordo purê de batata. Eu olho para os lábios dele, eu nunca notei antes, mas eles estão ainda mais brilhantes por conta da água. Nathan me odeia, mas talvez...


Não, eu não posso. Mas ele está olhando diretamente pra mim, nossos olhos presos um no outro. Eu não posso mudar mais nada na porcaria da minha vida, mas talvez eu possa mudar sua atitude e animosidade contra mim. Se eu não tentar eu nunca vou saber. Eu largo minha bolsa no chão do elevador e corro para ele, pressionando meus lábios nos dele. Estou beijando Nathan no elevador, do quinto para o quadragésimo andar, meus olhos ainda fechados enquanto espero alguma reação dele. E obtenho nenhuma. Minhas mãos, o que eu deveria fazer com as minhas mãos? Eu coloco-as no peito dele, o que é extremamente difícil para um cara como ele, e inclino minha cabeça para tentar um beijo mais íntimo. Nathan não está respondendo, seus lábios são macios e convidativos, mas ele está parado rigidamente com os braços para os lados. Ele não está me empurrando, mas definitivamente não está agindo como uma cara que está sendo beijado por uma garota. Seus lábios estão separados contra o meu e seu hálito é quente e tem um cheiro adocicado, mas ele não está completamente aqui, e também não está afim e eu sou a única fazendo todo o trabalho. Quando o elevador para e as portas se abrem eu me inclino para trás — Bem isso foi agradável. — eu falo enquanto pego minha bolsa e saio do elevador. — Pra quem? — Nathan responde passando por mim. Estamos no hall do quadragésimo andar do prédio com mais ninguém por perto. Nathan está na frente da sua porta e eu na minha. Eu olho no corredor, para ele, enquanto ele procura por suas chaves. — Pra ninguém Nathan, aquilo foi uma piada. Você obviamente não gosta de garotas. — Ele dá uma risada curta e cínica — Como quiser Barbie. Alguém já te disse que você tem cheiro de fruta? — Para de me chamar de Barbie. — eu grito, ignorando o comentário da fruta, por agora. Nathan não responde e abre a porta do apartamento e em seguida bate-a atrás dele.


A porta do meu apartamento abre rapidamente e meu pai corre em minha direção — O que aconteceu? Com quem você estava gritando? — Ninguém pai. — Eu ouvi você gritando, está tudo bem? — Não enche tá, eu estou bem — eu falo passando por ele. Meu pai me segue até o meu quarto, meu santuário privado, onde posso ficar sozinha — Eu sou seu pai, eu tenho direito de te encher. Por que você está agindo assim? E por que você está cheirando a bananas? Eu dou a ele meu famoso sorriso sarcástico — Agindo assim como? — Como se estivesse com raiva do mundo. — Eu não estou com raiva do mundo. Ele é que está com raiva de mim, e para sua informação eu sentei em uma banana. Agora se me der licença eu gostaria de alguma privacidade para me trocar. — isso faz com que ele saia rapidinho. Depois que eu danço pra fora do jeans, agora incrustado com banana, eu visto meu pijama e passo pelo corredor até o banheiro para escovar os dentes e lavar o rosto. Com todo esse estresse e essa pressão que estou vivendo eu acho que vou ter duas ou três espinhas... Ou vinte. Estou no banheiro esfregando meus lábios e aquele beijo com uma toalha. De volta ao meu quarto eu olho e vejo meu pai parado na porta do quarto, ele se inclina no batente da porta. — Eu admito, não estou acostumado com adolecentes com problemas, mas estou aqui para ouvir. — Eu posso dizer que ele está mentalmente preparado para uma discussão pesada. Ele não está acostumado a fortes discussões de garotas adolecentes com problemas. Meu pai é um cara e tanto. Ele precisa de uma influência feminina em sua vida. — Por que você não quer uma namorada?


— Porque relacionamento é um compromisso em tempo integral. — eu reviro os olhos e falo: — Não é segredo que você tem problemas com compromissos. Vamos deixar isso em aberto. Você está se recusando a sair para um encontro, por que ainda é apaixonado pela mamãe? — Eu não vou falar disso com você. — Por que não? Você obviamente não está falando com ninguém, e se você está pensando que trabalhar até a morte irá esconder a verdade, eu te digo, não irá. — Eu tenho um compromisso com você, Amy. Eu mal tenho tido tempo pra ficar com a minha própria filha esses dias, e está me matando por dentro. Como eu posso trazer outra pessoa para me distanciar ainda mais da minha família? — Você chama duas pessoas, uma família? — Sim. — Meu pobre pai não entende. — E quando eu for pra faculdade? Você ficará completamente sozinho, enquanto a mamãe e o Marc terão mais filhos juntos. E depois da sua aposentadoria? Você vai ficar sentado sozinho em casa sem ninguém para te fazer companhia, mas sim um conjunto de dentaduras e um corpo velho e enrugado. O canto da sua boca levanta em diversão. — Obrigado por pintar o quadro completo. Considere-me oficialmente avisado do meu destino. — Ótimo, agora você vai sair para um encontro? — Não, mas vou voltar pra casa cedo amanhã pra passar algum tempo com você, depois que terminar o turno no Perk me Up! Eu vou te levar para onde quiser ir, Tov? — Às vezes ele diz algumas palavras em hebraico. — Tov — eu respondo.


Quando ele deixa o meu quarto eu deixo escapar um longo suspiro frustrado e olho para meu celular. Eu fui muito rude com a Miranda esta noite no carro, eu praticamente a mandei calar a boca. Eu odeio brigar com a Jess, toda vez que discutimos eu fico muito mal. Eu decido mandar uma mensagem pra ela. Eu: Você está aí? Jess: Não Eu: Gostaria de conversar? Jess: Não Eu: OK Jess: OK Cruzando meu quarto eu vou até a minha escrivaninha e tiro o diretório com o número de estudantes da CA, da minha gaveta, procurando o número da Miranda. E disco: — Alô? — Miranda? — Sim? — É a Amy, eu só liguei para dizer que sinto muito pelo jeito que te tratei no carro hoje à noite. Se eu feri seus sentimentos, eu não tive intenção. O incidente com a banana e a... — Briga com a Jéssica. — ela diz afirmando o óbvio. — É, isso também, bem eu só queria me desculpar. — Desculpas aceitas. Phew. Uma pessoa a menos na lista de pessoas bravas comigo. — Talvez pudéssemos sair um dia desses. — Eu acho que a Miranda acabou de deixar o telefone cair, porque eu escuto um barulho


estrondoso do outro lado da linha. Ela, entretanto, recupera o telefone rapidamente. — Você realmente quer sair comigo? — Claro, eu sei que você praticamente está em todas as aulas avançadas, e eu não, mas você estava realmente legal essa noite. — WOW obrigada. — Miranda diz animada — Você é bem mais popular do que eu Amy, mas você precisa saber disso. Só achei que você pensaria que eu era uma idiota como as outras garotas idiotas do colégio, bem exceto a Jéssica. Apesar de Jéssica e eu não sairmos, a não ser no grupo de jovens. Aqui está essa coisa sobre popularidade: aqueles que se declaram populares, são aqueles que todos consideram popular. Você tem que agir e falar 'grande', como se você fosse importante e as pessoas irão te tratar como grande e importante. Minha maravilhosa mãe que me ensinou a ser quem eu quissese ser, sem desculpas. Eu admito, às vezes eu passo do limite em meus comentários e ações, mas tenho consciência e peço desculpas. É claro que só me desculpo com quem merece desculpa. Eu acho que você pode me chamar de 'desculpadamente seletiva' (acho que criei isso, mas gostei). — Você não é vizinha daquele cara novo da escola? — Miranda pergunta — Ele é muito lindo. UGH! — Você quer dizer o Nathan? Eu consigo sentir a vibração de exaltação do outro lado da linha. — Sim, o Nathan. Ele senta na minha frente na aula de cálculo e tem os olhos mais lindos que eu já vi, tipo esmeraldas. — Nem perca seu tempo Miranda. Ele não gosta de garotas.


Capítulo 13 Desde o início, quando os israelitas eram escravos do Faraó no Egito até as tentativas de aniquilar a raça judaica pelos nazistas, os judeus sofreram, mas no final prevaleceram e se tornaram mais forte. Eles até mesmo superaram a ira de Deus (Êxodo 32:10). Superar obstáculos está no meu sangue judeu.

— A escola toda pensa que sou gay. Estou em frente ao meu armário, procurando meu livro de História Americana. Está aqui, em algum lugar. — Você disse algo? — eu disse docemente para Nathan, mantendo minha atenção nos meus livros empilhados no meu armário. — Amy. Ah, aqui está. Eu me estico e pego meu livro, me perguntando quando o Sr. Kranzinski irá jogar um questionário em nós. Talvez eu devesse levar o livro pra casa hoje à noite. Nathan segura meu braço, me afastando do armário. — Ai. — eu digo. Ele é mais forte do que eu imaginava, mas não me machuca. Eu esfrego meu braço para dar um efeito. — Eu não te machuquei. Ainda. — O que você quer de mim, Nathan? Tenho que ir para a aula e eu já estou atrasada.


Ele está vestindo uma camisa completamente brancas com botões até em baixo e calças de pregas da Marinha. Eu não estou nem me concentrando em sua falta de senso de moda, porque eu estou tentando não olhar para os olhos. Fico pensando no comentário ridículo que Miranda fez sobre esmeraldas. — Eu quero que você admita que você disse para toda a escola que eu sou gay... Recostada nos armários enquanto evito seus olhos, eu digo. — Escute Nathan. Eu não disse a ninguém que você é gay. Eu posso ter dito que você não gosta de garotas. — Por quê? Porque eu não estou a fim de você? — Isso é baixo, Nathan. — Oh, eu posso ser pior, Amy. Apenas tente. — Ele dá um passo à frente e apoia as duas mãos nos armários atrás de mim, me fechando. — Olhe para mim. Eu gostaria de manter meu olhar na parede oposta a ele, mas isso seria covardia. Eu sou qualquer coisa, menos covarde. Ele é alto e está perto. Eu posso sentir a colônia picante radiando de seu corpo. E quando eu olho para cima, estou encarando seus olhos diretamente porque seus óculos escorregaram. Eu engulo a seco e então falo: — Qual o probelma das pessoas pensarem que você é gay? Jason Hill é gay e ele provavelmente é o cara mais popular da escola - tanto com as garotas quanto com os garotos. — Se eu fosse, eu não ligaria à mínima. Mas eu não sou. — Então diga a todos que você é hétero. Assim como eu tenho que dizer a todo mundo que eu não entrei em serviço de encontros. — Eu empurro seus braços para longe do caminho e vou para a aula, pensando em como sua personalidade não combina com sua aparência. É como vestir um búfalo de hiena. Simplesmente não é certo. Jessica está na minha aula de História Americana. Eu sento no lugar habitual próximo a ela, após ter sido interrogada pelo Sr.


Kranzinki sobre o porquê de eu estar atrasada. Eu menti e disse que foi um problema feminino e isso o calou rapidamente. Jess parece horrível. Eu ficaria surpresa se ela tivesse tomado banho essa manhã, ela parece tão despenteada. Seu cabelo castanho está cheio de frizz; ela está usando suéter e nenhuma maquiagem. Eu não me importo se ela foi insensível comigo noite passada. Eu preciso descobrir o que está acontecendo. Tenho sido a melhor amiga de Jessica por 12 anos. Nossa amizade pode resistir a qualquer luta. Eu espero. Agora estou preocupada. Ela nem mesmo olha em minha direção, então eu espero até que o sinal toque para encurralá-la. Eu juro que essa escola deveria ser chamada de Academia do Drama ao invés de Academia de Chicago hoje. Quando o sinal toca, Jess junta suas coisas e corre da sala mais rápido que um jackrabbit23 sendo perseguido por um cachorro. Eu empurro os outros estudantes do meu caminho para alcançá-la. Estou ouvindo xingamentos do pessoal enquanto eu passo por eles, mas tudo que eu consigo pensar é em minha amiga com problemas. Eu a encontro no banheiro feminino. — Jess, eu sei que você está aqui. Eu vi você. — Quando não consigo nenhuma resposta, eu continuo. — Eu admito que tenho me embrulhado na minha própria merda e tenho ignorado você, mas por favor, vamos falar sobre isso. A porta de uma baia se abre. É Roxanne Jeffries. Sacudindo seu cabelo vermelho e com um sorriso no rosto, ela diz: — Eu ouvi que Mitch trocou Jessica por uma caloura. — Cale a boca, Roxy, ou vou contar às pessoas que você colocou implantes no verão passado, quando disse a todos que foi para um acampamento durante a noite.

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Jazz Jackrabbit é uma série de jogos desenvolvidos pela Epic Megagames exclusivos para computador e uma versão de GBA. Jazz, um coelho verde que porta a arma de plasma "LFG-2000", atravessa cenários surreais para salvar seu planeta Carrotus e a Princesa Eva.


— Você é uma vaca. — Roxanne diz, mal humorada. — Assim me disseram. Agora suma. Seu perfume está me deixando doente. Ou talvez seja seu OB que está cheirando. Roxanne lavou as mãos, então saiu tempestuosamente do banheiro. — Você não é uma vaca. — A voz de Jessica chegou até a mim de uma das cabines. Eu posso dizer pelo tom que ela esteve chorando. — Você só está preocupada. — Não, eu acho que todos estão certos. Eu sou uma vaca porque não importa o que está acontecendo em minha vida, eu nunca deveria deixar minha melhor amiga de lado. Jess empurra a porta do box com um pacote de lenços nas mãos. — Sinto muito pelo que eu disse sobre você e Avi. — Sinto muito por não ter percebido antes que você estava tendo uma crise. O que está acontecendo? O que Roxanne disse é verdade? Seus olhos se enchem de lágrimas e eu estico um papel para ela. — Mitch me ligou antes de eu sair do grupo jovem ontem à noite. Ele disse que tinha algo importante para falar comigo. Eu tentei o fazer falar, mas ele disse que nós conversaríamos depois. Eu perguntei a ele se eram boas notícias e ele disse que não. Eu mordo meu lábio inferior com medo. — Ele disse que não? — É. Depois que cheguei em casa, eu liguei para ele. Ele terminou comigo e disse que estava chamando Kailey Pulson para o Baile de São Valentin. Minhas sobrancelhas franzem em confusão. — Kailey Pulson? A caloura Kailey Pulson? Kailey Pulson é uma garota totalmente atlética. Acho que ela escala por diversão.


Lágrimas correm pelas bochechas de Jess enquanto ela acena. — O que eu vou fazer agora? O sinal toca novamente. Estou atrasada para outra aula. — Eu vou pensar em algo, Jess. Eles não me chamam de sua melhor amiga à toa. O que nós temos que fazer é encontrar pares gatos para o baile. Deixa isso comigo. Jess funga. — Para ser sincera, eu não quero ir. A última coisa que quero é ver Kailey e Mitch juntos. Ela tem um ponto. Enquanto eu abro a porta do banheiro, eu me viro e encaro minha melhor amiga. — Então nós curtimos, nós duas, as garotas sem par. Nós vamos assistir DVD's, pedir pizza, e fofocar a noite toda. Parece bom? — Obrigada, Amy — Jess diz. Eu vou para a aula de Inglês atrasada por causa do meu papo de garotas com Jess no banheiro, mas a Srta. Haskell tem um substituto então não foi grande coisa. Pode ser um sinal de bom carma vindo em minha direção? No almoço, eu pago pela salada no balcão, então procuro por Mitch. Eu vou achar meu antigo (namorado? amigo? não sei o começo da história) e chamá-lo à razão. Jessica me disse para não fazer. Ela quer que eu o deixe sozinho, mas eu não posso. — Barbie. — uma voz masculina diz atrás de mim. Eu me viro. Claro que é Nathan. Ninguém mais teria coragem de me chamar de Barbie. Sem dizer outra palavra, ele me puxa para perto e começa a me beijar. Eu digo, realmente me beijar. Ao ponto de eu derrubar minha bandeja de comida e nem me importar se acabei de fazer uma bagunça no chão e em meus sapatos com uma mistura de alface e vegetais. Os lábios macios e convidativos de Nathan estão abertos no meu e logo quando eu estou quase me afastando e gritando com ele, ele passa suas mãos em minha cintura e me puxa mais para perto.


Meu cérebro está mandando eu me afastar mesmo que meus lábios estão enrolados com o de Nathan agora. Eu agarro os bíceps Nathan e tento afastá-lo, mas ele é muito forte e eu não estou tão determinada quanto eu quero estar. Nathan é o primeiro a recuar, após seus óculos atingirem meu rosto e eu estremeço. Ele se vira para a multidão com um sorriso enorme depois que ele empurra os óculos para cima e diz: — Tudo bem, eu vou para O Baile de São Valentin com você. Tudo bem? Nada está bem por aqui. O refeitório está em alvoroço com aplausos dos caras. Eu ainda estou em transe quando a senhora do refeitório, Gladys, vê a bagunça da salada no chão e nos move para o lado com um olhar de nojo e comentários sobre as regras de PDA na Academia de Chicago. Quando meus olhos finalmente entram em foco, eu ainda estou em choque. Nathan tenta ajudar a catar a bagunça com Gladys, mas ela enxota-o para longe com um aceno de sua mão. Sem uma palavra, eu ando pelo refeitório e sento em uma cadeira ao lado de uma Miranda de boca aberta. Eu sei. Eu nunca sentei à mesa de Miranda. Eu só conheço Miranda, e seus amigos não fofocam como meus amigos fazem. Dou-lhe um pequeno sorriso. Infelizmente o Sr. Olhos de Esmeralda segue minha liderança e se senta ao meu lado. — Aqui. — ele diz, empurrando uma sacola marrom para mim. — É o meu almoço. Você pode tê-lo desde que você deixou cair o seu. Como se ele fosse um cavalheiro. Olho para Jessica, sentada à mesa das garotas populares. Menos de duas horas atrás eu disse a ela que eu ia ficar em casa no Baile de São Valentin, em vez de ir. Ela provavelmente pensa que eu estava mentindo e que estou ficando com Nathan.


— Eu não estou com fome.— Eu jogo as palavras em Nathan. Na verdade, eu não acho que eu poderia comer nenhum dia depois daquele beijo.


Capítulo 14 Eu amo ouvir orações hebraicas colocadas em canção. Eu não tenho nenhuma ideia do que as palavras significam, mas ouvir o cantor e a congregação cantar juntos me faz querer cantar junto com eles.

Ok, eu admito. Nathan me surpreendeu. Eu nunca teria imaginado que o cara iria em frente e faria uma coisa louca como me beijar no refeitório e nos declarar como um par para o Baile de São Valentine. Agora todas as crianças na escola estão cochichando sobre nós pelas costas, pela fente, e ao meu redor. Eles estão esperando ansiosamente por outra cena de Amy / Nathan. Eu não vou deixar isso acontecer. Então, depois da escola eu peguei um táxi para casa em vez de esperar o ônibus. Se Nathan não tem nenhum problema de me beijar na frente de metade do corpo discente, que outro dublê é que ele vai puxar para o ônibus para casa? Depois que Mutt faz suas coisas, eu vou até Perk Me Up! O rico cheiro que vem do café imediatamente faz com que eu me sinta energizada e levanta meu ânimo. Eu nem sequer preciso consumir o café, a fim de obter a correção de cafeína. Maria me dá um avental e estou imediatamente no modo Perk Me Up! empregado. Eu limpo mesas, começo a pegar os pedidos, e tento manter um grande sorriso brilhante na minha cara. Mostre os dentes quando você sorri, Maria me disse na semana passada. Sim, eu estou tentando.


Meus sorrisos cheios de dentes desaparecem quando Nathan caminha para o café. Ele tem sua mochila pendurada no ombro e eu não percebi isso antes, mas ele tem manchas de molho Thousand Island em sua camisa branca. Eu não acho que essas manchas vão sair. — Sinto muito. — ele diz, quando ele alcança o caixa. Infelizmente ninguém está na fila atrás dele. Maria está ao meu lado, observando e ouvindo. Ignoro as desculpas de Nathan e ao invés, digo a ele: — Bemvindo ao Perk Me Up! Posso anotar seu pedido, senhor? — Vamos, Barbie. Você me beijou ontem. Porque eu sou o vilão por beijar você hoje? — Você o beijou? — Maria pergunta. Viro-me para ela. — Só porque eu queria que ele parasse de me odiar. Maria franze as sobrancelhas em fascínio. — Você beija as pessoas que odeiam você? — Eu não a odeio. — Nathan interrompe. — Oh, realmente? — Eu digo sarcasticamente, colocando as mãos nos quadris. — Então por que você continua me chamando de Barbie? E por que você não me beijou de volta ontem, quando estávamos no elevador, mas hoje você não teve nenhum problema em me agarrar com a escola inteira assistindo? — Foi para provar um ponto. — Para provar que você não é gay? Ouça, você não é bonito o suficiente para ser gay. Nathan ri. — Você está brincando comigo? Você é a garota mais estereotipada, insensível e detestável que eu já conheci.


— Eu me ofendi com isso. — eu digo, então, cruzo os braços na frente do meu peito. — Eu também. — Maria exclama. — Amy é áspera por fora, mas ela é tão boa quanto o ouro. — Oh, você é tão doce, Maria. — eu digo, então abraço-a. Nathan aponta para mim. — Ela pensa que eu sou um idiota, porque eu visto roupas velhas e uso óculos. — Bem, ele acha que eu sou uma vaca porque eu digo em voz alta o que todo mundo está pensando. — Você sabe o que eu acho? — Maria diz, aproximando-se do balcão. Nathan e eu dizemos: — O quê? — em uníssono. — Acho que vocês dois gostam um do outro. Reviro os olhos enquanto Nathan se arrepia, como se o pensamento de gostar de mim o enojasse. — Não. — ele diz. — Nem um pouco — digo. — Além disso, tenho Avi. E ele tem Bucky. — Bicky. — Que seja. — Sim. — Maria diz, então sai a caminho do almoxarifado como se ela soubesse o que está acontecendo. — Vocês definitivamente gostam um do outro. Nathan começa a rir. — Não é engraçado. — eu digo. Mais clientes entram no café, por isso é a minha chance de dizer a Nathan — Por favor, peça ou afaste-se para que eu possa atender outra pessoa.


— Vou tomar um chá verde médio com gelo, sem adoçante. — ele diz, desviando minha atenção de volta para ele. Agradecendo que ele pede algo tão simples. Depois que eu pego seu dinheiro e me viro para fazer a sua bebida chata, Nathan diz de modo que só eu posso ouvir: — Não cuspa nele. Como se eu fosse fazer. Por favor. Eu entrego a bebida para ele e foco minha atenção em outros clientes. A hora passa rápido. Preparando bebidas, limpando as mesas, e ignorando Nathan teclando no canto do computador é cansativo, apesar de tudo. Eu suspiro de alívio quando o meu pai passa pela porta para me pegar. Meu pai já mudou a roupa de trabalho. Ele está vestindo jeans escuros e uma camiseta de manga longa preta. Eu o convenci a deixar seu cabelo crescer um pouco, para que ele pareça um pai mais bonito e legal, mas ainda faltam cerca de dois meses antes que ele possa obter um bom estilo. — Ei, Aba. — eu cumprimento-o. Com o canto do meu olho eu juro que eu vi Nathan nos observando. — Como foi a escola hoje? — meu pai pergunta. Olho para Nathan. Agora ele está fingindo ler na tela do computador, mas sei que ele não está lendo uma maldita coisa. Ele está perguntando se eu vou dizer ao meu pai o que aconteceu no refeitório. — Nada demais. E você? Meu pai beija o topo da minha cabeça. — Apenas me preparando para uma apresentação em DC24. Está pronta para ir? — Sim. 24

Washington, D.C. é a capital dos Estados Unidos. D.C. é a abreviatura de Distrito de Colúmbia, onde a cidade está localizada.


— Ótimo. Para onde? Eu pego o cotovelo do meu pai e vou para o ar frio lá fora. — Sigame. — eu digo, levando-o para baixo State Street. Eu me aproximo do meu pai para tentar absorver um pouco do calor de seu braço forte. — Desculpe-me, eu gritei com você ontem. — eu digo. — Eu só quero que você seja feliz. — Sinto muito, também. Você não arrumou mais nenhum encontro para mim, não é? — Aqui estamos nós. — digo-lhe enquanto viramos na artsy Oak Street, com as lojas de grife e salões de luxo. Puxo-o para o primeiro edifício que aparece, um lugar chamado Sheer-Ahz. Eu propositalmente deixei de fora a coisa de encontro rápido. — Você vai fazer um corte de cabelo? — ele pergunta quando ele percebe que Sheer-Ahz é um salão de beleza. — Não. Ele interrompe os seus passos de forma abrupta. — Então por que o salão? — Eu olho para ele e sorrio amplamente como se ele fosse um cliente em Perk Me Up! — Nós vamos fazer as unhas. — Quer dizer que você vai fazer a unha. — Nope. Você me ouviu logo na primeira vez, Aba. — Os homens não fazem as unhas. — Vamos lá. Você não ouviu falar de homens metrosexuais? Meu pai balança a cabeça. — Não. E eu tenho certeza que eu não quero ser um. — Você não disse que eu poderia escolher o que fazer hoje à noite? — Sim, mas...


Eu me viro para o meu pai, uma das poucas pessoas que aceita minhas besteiras e me ama apesar disso. Talvez ainda mais por causa disso. Meu pai finge que não tem medo de nada, mas eu acabei de descobrir sua fraqueza... Ter as unhas cortadas e lixadas. Dá um tempo. — Isto é o que eu quero fazer. Minhas unhas estão todas secas e rachadas. Pense nisso como um tempo de união entre pai / filha. — Não podemos nos vincular jogando futebol de salão ou algo assim? — ele diz. — Eu não jogo futebol. Eu faço as unhas. — Eu empurro toda sua altura até a recepção. — Nós temos hora marcada com duas manicures. — Eu informo a senhora. — Para Amy e Ron Barak. Ela não se mexe enquanto ela soca os nossos nomes no computador, escreve alguma coisa em dois bilhetes, e me entrega. — Sinta-se livre para pegar bebidas na sala de meditação, enquanto você está esperando. Meu pai se vira para mim e diz: — Ela acabou de dizer sala de meditação? — em sua voz profunda e viril. Juro que ele está fazendo isso soar mais profundo do que o habitual. Uma vez dentro da sala de seda branca drapeada, com velas aromáticas e música suave, ele parece nervoso. Eu não acho que um comandante israelense aposentado já esteve em um lugar como este. Ele provavelmente parece mais em casa no deserto. Ou em uma zona de guerra. Não há outros caras na sala, apenas uma senhora em um roupão felpudo. Aposto que ela não tem nada por baixo. Ela está lendo uma das revistas de cortesia e não presta nenhuma atenção para nós. — Sente-se. — devo dizer ao meu pai enquanto eu afundo cadeira de cor creme, macia e felpuda e respiro ao ritmo da música lenta. — Eu prefiro ficar de pé. — ele diz laconicamente. Meus olhos se fecham enquanto minha mente desvia. — Faça como quiser.


Depois de alguns minutos, duas mulheres vestidas de longos jalecos brancos chamam: — Ron e Amy Barak. — Somos nós. — ele diz, em seguida, aperta as mãos e as esfrega. O som está me fazendo estremecer e todo mundo está olhando para ele. Bem suave, papai. Quando estamos sentados um ao lado do outro, a manicure pega a mão do meu pai e coloca em um pequeno recipiente com água e sabão. — Eu não quero uma cor. — diz para a mulher imediatamente. Eu quero gemer. Será que ele honestamente pensa que elas vão pintar suas unhas de vermelho brilhante ou rosa fúcsia? — Aba, homens ficam só com a base. Ou apenas um lustre. — Duh. — Oh. Ok... Eu acho. Sério, coloque um cara fora de seu elemento e ele fica todo confuso e inseguro. Minha própria manicure, Sue, é hábil massageando meus pulsos, palmas e mãos enquanto eles se transforam em geléia com seu toque hábil. — Minha filha me fez vir aqui. — meu pai diz para as mulheres, mas ele diz que alto o suficiente para que todos no pequeno salão possam ouvi-lo. Vá, homem viril! Sim, diga a todas as mulheres que você é um homem guerreiro e forte. Poupe-me. — Aba, você tem calos e sua pele é toda seca e rachada. Eu juro que você parece com um dinossauro. Certo, Sue? Basta olhar para as patas. Sue é extremamente neutra enquanto ela olha para as mãos do meu pai. Ela sorri docemente para ele, então, continua a fazer magia com os dedos. Eu posso dizer quando a manicure do meu pai começa a massagem sua mão. Seus ombros, pela primeira vez desde que chegamos aqui, relaxam em modo de descanso.


Seu cabelo já enrolado da umidade no ar, fazendo-o parecer mais jovem e vulnerável. Gostaria de saber se ele sempre foi inseguro. Enquanto adolescente passou por uma fase estranha ou ele era duro e viril e confiante desde o dia em que nasceu? Meu pai olha para Middle Eastern com a sua tez escura de oliva, características escuros e nariz cinzelado forte. Se ele fosse um estranho, eu não diria imediatamente que ele era judeu, no entanto. Eu me pergunto se ele alguma vez quis ser algo diferente do que ele é. Porque eu nunca pensei que eu iria querer ser de qualquer religião, mas agora eu me sinto diferente. Ser judeu não é uma escolha, é uma parte de mim. Uma parte que eu acabei de descobrir, mas é significativo em qualquer caso. — Depois que eu me converter, eu quero um bar mitzvah — digo a meu pai, chamando sua atenção. — Com uma grande festa? — Ele pergunta. Pensando mais sobre isso, decido que não quero um grande baile. — Eu gostaria apenas de Jessica e alguns outros amigos. E a mamãe e Marc. Você sabe, se estiver tudo bem para você. — Está tudo bem. Na verdade, é ótimo. Ele está observando atentamente como suas cutículas são cortadas e fortificadas e as suas unhas são lixadas. Eu acho que ele está gostando disso tanto quanto eu, mas eu não tenho certeza se o meu pai — homem viril— vai admitir isso. Eu escolho uma francesinha, enquanto ele escolhe um vidrinho puro quase invisível de esmalte. Quando pronto, as manicures nos levam para a área de secagem e instruem-nos para colocar as unhas úmidas sob luzes ultravioletas para secar rápido. Eu coloco minhas mãos sob as luzes, enquanto o meu pai pega sua máquina de luz ultravioleta e a examina.


— Largue isso antes de nos causar problemas. — eu sussurro. — Antes de meter as minhas mãos em algo, eu gostaria de saber exatamente o que é. Não confie tanto, Amy. — ele aconselha, entrando em modo de segurança da Pátria. Eu rio. — Sim, manicures são inimigas. Tenha medo. Tenha muito medo. Ele larga a máquina, mas ainda não coloca as mãos debaixo da luz fluorescente azul. — Vamos falar sobre Avi. — ele diz, continuando a recusa em colocar as mãos sob a luz. — Por quê? Ele encolhe os ombros. — Eu só quero saber se você ainda é um item25. — Pai, a palavra 'item' saiu de moda na década de setenta, mas sim, eu ainda gosto dele. Quero dizer, não temos sido capazes de ver um ao outro, mas eu estou esperando que no verão, quando voltarmos a Israel, ele vai ter tempo livre. — Eu dou uma olhada de soslaio para o meu pai. — Você sabe que ele é o meu não-namorado, certo? — O que exatamente isso significa? — Ele pergunta. — Eu ouvi você e Jessica usando a frase, mas eu não entendo. Eu verifico minhas unhas para ver se elas ainda estão pegajosas e se precisam de mais raios ultravioletas, mas elas estão tão secas como o armário de bebidas do meu padrasto. Eu tento explicar o rótulo da relação que Avi queria. — Isso significa que podemos ver outras pessoas, porque obviamente não podemos estar fisicamente juntos. Não há compromisso. Nós somos casuais, grandes amigos. Entendeu? Ele acena com a cabeça. — Entendi. — Falando de amigos casuais, eu tenho uma surpresa para você. — Não é outro encontro on line, não é? 25

se duas pessoas são um item , eles têm um romântico ou sexual relacionamento


— Oh, não. — eu digo, balançando a cabeça vigorosamente. — É um monte de encontros. Hoje à noite. Encontros rápidos no Bar Blues em Chicago Avenue e você tem que estar lá em quinze minutos. Não se preocupe em impressionar alguém. Você só tem três minutos para cada uma. É tudo sobre como fazer uma conexão.


Capítulo 15 Israel é pequena, mas todo mundo luta por ela. Eu acho que é verdade que as coisas maiores e melhores vêm em pequenos pacotes.

Minhas habilidades de manipulação, obviamente, precisam de ajuda, porque meu pai se recusou até mesmo a pisar um pé dentro do bar para os encontros rápidos na noite. Parada na frente do bar, eu espero até o segurança estar ocupado e deslizo para dentro sem ele perceber. — Ele não vem? — Maria está lá, usando um vestido preto escavado no pescoço. Ela ficou tão excitada quando contei a ela sobre o encontro rápido, que ela decidiu se inscrever, também. Ela e meu pai não são compatíveis. Ela gosta de caras românticos e meu pai é... Bem, ele não é. Ele é israelense. Eu ando até o cara que comanda o programa, um cara careca com um anel de cabelo vermelho em torno de seu couro cabeludo. Ele tem um crachá no peito com a palavra LARRY em grandes letras pretas. — Meu pai não conseguiu vir. — eu digo a Larry, olhando para suas anotações. O bar está lotado. Recuso-me a cancelar reserva do meu pai para se encontrar com vinte mulheres em uma hora e meia. Larry olha para mim. — Seu pai? — Sim, eu meio que o inscrevi.


— Você não pode fazer isso. Você leu as regras? — O cara nem sequer questiona o que uma garota de 17 anos está fazendo em um bar, em primeiro lugar. Umm... — Eu não sou uma pessoa de regras. — Qual é o nome dele? — Ron. Ron... Barak. Minha boca se escancara enquanto ele pega uma caneta vermelha grande e risca o nome do meu pai da lista. — Você não pode fazer isso! — Eu digo, totalmente chateada agora. Paguei trinta e cinco dólares para inscrever o meu pai para a noite de encontros rápidos. Ok, para ser completamente honesta, Maria pagou e eu estou trabalhando para isso. É um pequeno acordo de negócios que eu fiz com ela. Maria ocupa um lugar ao lado de Larry e faz beixinho. — Existe alguma maneira de você ajudá-la? — O cara dá de ombros. — O que você quer que eu faça? — Maria olha para mim esperando uma resposta. — Deixe-me ir aos encontros no lugar do meu pai. — Eu admito que não é a idéia mais brilhante, mas tem potencial. Se eu pudesse encontrar a mulher perfeita para ele, conhecê-la pessoalmente... Antes que o cara recupere seus sentidos, eu puxo um crachá e uma cartela de pontos da mesa. — As mulheres, por favor, sentem-se em seus lugares atribuídos. Homens, vocês passam em cada mulher, marcando ou um — sim— ou um — não — no cartão. Mulheres, vocês vão fazer o mesmo para os homens. Basta escrever o número do seu cartão e marcá-lo com um ‘sim' ou 'não'. Se você tem duas marcas de 'sim' correspondentes, nós vamos encaminhar por e-mail as informações de contato. Todo mundo entendeu?


Nope. Mas eu não posso dizer nada porque eu vou ser expulsa deste ridículo encontro. Agora eu não estou culpando o meu pai. Eu estou tão nervosa, como se fosse ser julgada por minha aparência e cérebro e... — Comecem! Dirijo-me ao primeiro assento desocupado no local. Eu estou sentada em frente de uma mulher com o nome Dru no crachá. Ela parece muito confusa. Leva-me um minuto para me explicar. — Oi, eu sou Amy. Era para meu pai estar aqui, mas não pôde fazê-lo. Bem, na verdade ele não queria vir. É meio que uma história longa, mas ultimamente eu estou procurando uma esposa para o meu pai. Que tipos de qualificações que você... — Mude! Antes de terminar a minha pergunta, eu estou sendo arrastada para fora da cadeira. Eu tomo outro lugar vazio e encontro-me em frente à outra mulher confusa. Ela está parecendo um pouco velha para estar com meu pai, e suas raízes cinzentas precisam ser retocadas. — Quantos anos você tem? — Eu pergunto. — Quarenta. — Você já tentou creme de rosto hidratante noturno? — O quê? Isto é um encontro rápido, não uma consulta de cosméticos. — Eu sei. Eu estou tentando encontrar uma mulher para o meu pai, mas... — Oops, a senhora está levantando a mão, chamando a atenção dos organizadores. Eu torço meu pescoço para encontrar Maria profundamente envolvida em uma conversa com um cara do outro lado do bar. Pelo menos um de nós está tendo sorte esta noite. — Mude! Larry fica em cima da minha cadeira. — Senhorita, você não pode estar aqui. Esta é uma função privada apenas para adultos.


Eu me levanto, derrotada. — Eu vou, eu vou. — eu digo, então, dou um pequeno aceno para Maria e saio. No nosso condomínio, meu pai está sentado à sua mesa, trabalhando. — Vou te falar que eu fui a dois encontros de três minutos por você. — Como foram? — Terríveis. Você sabe como eles dizem que há um pote para cada tampa? Eu acho que você tem um vaso na forma de um trapézio. — Isso é ruim? — Ele pergunta. Para ser honesto, o júri está fora nessa. Ser único e diferente é bom. Mas eu suspeito que há uma linha tênue entre ser único e que necessitam de tratamento principal.


Capítulo 16 Algumas pessoas pensam diferente de mim porque sou judia. Algumas pessoas me colocam apelidos porque sou judia. Algumas pessoas me odeiam porque sou judia. Deveria ignorá-los ou enfrentá-los?

Antes da escola no dia seguinte, encontro Mitch em seu armário. — Você terminar com alguém logo antes do Baile de São Valentin — lhe digo — É falta de educação. Ele franziu sua sobrancelha, as que em algum momento pensei que pareciam fortes e adoráveis. — O que você quer que eu diga? — disse, fecha seu armário e se afasta de mim. Porque as garotas podem ser fortes o suficiente para fazer frente aos garotos com problemas, mas os garotos não podem fazer o mesmo? Fazem declarações estúpidas e fogem. Vou fazer uma declaração generalizada sobre os garotos, assim prepare-se: Os garotos tem uma aversão à confrontação. (E ao compromisso, mas essa é outra história). Mas sou insistente. Alcanço Mitch, lhe toco as costas e lhe digo enquanto estamos caminhando. — Feriu a Jéssica. Isso não está bem.


Mitch para, mas seu cabelo cacheado ainda está pulando para cima e para baixo em sua cabeça. — Supere isso Amy. Gostava de você, então deixei de gostar e me apaixonei por Jéssica. Agora gosto de outra pessoa. — Não pode se comprometer com alguém? — Sim, enquanto gosto. Quando acaba já está feito. Sou um garoto adolescente. Posso me dar ao luxo de ser seletivo. Quero lhe dar uma bofetada. Enquanto ainda estou contemplando sua declaração egoísta, ele me deixa no corredor de pé entre o corpo estudantil. Quantos destes adolescentes são seletivos? Nathan disse a Maria que eu não gostava dele porque usava roupa velha e óculos. Não é por isso. Tenho o repentino desejo de compartilhar com Nathan porque o odeio. Não é que eu seja exigente, ou grosseira, ou pense que sou muito boa para ser amiga dele. — Terra para Amy. Pisco saindo do meu devaneio. Cami e Raine estão de pé diante de mim, agitando os braços na frente do meu rosto. — Bem vinda de volta à realidade — Cami diz rindo. — O que há no menu para o almoço? — pergunto tentando esquecer Mitch e o que acabou de me dizer. Também as segundas-feiras nos surpreendem com Uno´s pizza. (Outra comida alta em carboidratos, eu sei... mas vale a pena igual ao sushi). — Esquece a comida. Diga-nos sobre Nathan e você indo ao Baile de São Valentin. Todo mundo fala dele, se não tem notado. O que você diz, a geek entre nós? Em primeiro lugar beija o garoto no refeitório e depois se senta à mesa de Miranda. O que acontece?


Penso na grande que Miranda foi depois que fui grosseira e rapidamente ele aceitou meu pedido de desculpas sem fazer eu me sentir mal. Poderia ter reclamado, mas não o fez. — Miranda não é tão mal. Raine levanta suas cuidadas mãos. — Ela fede a queijo suíço Amy. E poderia pensar que uma grande pregadora judia como ela se daria conta. E aí está. Minha primeira conversação com alguém que diz um comentário depreciativo para mim sobre os judeus. Mais do que depreciativo. Racista na verdade. Meu coração bate com mais força e mais rápido e sinto que minha garganta começa a se contrair. Estou ficando com um mal estar na boca do meu estômago. — Sou judia — digo, disposta a defender meu povo, embora isso custe minha popularidade. E deixe-me dizer-lhes, que ser impopular na Academia Chicago é como ser um coelho solitário rodeado de um quarto cheio de cachorros caçadores. Ou lobos. — Sim, mas na verdade não. É meio judia apenas — Raine disse sem entender. Eww. Meia. Como se nunca pudesse ser uma inteira porque minha mãe não é judia? Mal. — Umm, tenho que discordar com você aí Raine. Sou judia. Se quiser começar a tirar sarro dos judeus ou insultar, não vão funcionar comigo. Raine parecia como se estivesse cheirando algum queijo mal agora. — Relaxa Amy. — Não me diga para relaxar quando insulta minha gente — digo.


— Insultei a Miranda Cohen, Amy. Não a você. Nem toda a população judia é sua gente. Deus — disse em seguida colocando os olhos em branco. Quero desesperadamente ir, dar um passo atrás e fugir da situação como Mitch fez comigo. Mas não o faço. Porque quero que Raine saiba, ou qualquer outra pessoa que quiser jogar insultos aos judeus, que não está bem. Dói. Nem sequer posso descrever o muito que suas palavras cortam através de mim, embora sei que ela não se dá conta. As batidas do meu coração voltam ao normal quando Raine dá a volta e se afasta em um acesso de raiva. Dirijo-me a Cami que está fingindo procurar algo em sua mochila. Posso dizer que acaba de misturar todas as coisas. — Não estou brava com você — digo a Cami. Cami olha para cima. — Isso foi intenso. — Não estava destinado a ser. Portanto que agora estamos de pé aqui e tenho que dizer algo para quebrar o silêncio. — Ia à cafeteria? Cami vacila antes de dizer. — Nop. Tenho que ir ao Laboratório de Recursos primeiro. Encontro-me com você mais tarde. Sim, claro. — O que seja — digo como se não me importasse. Ao entrar na cafeteria estudo ao meu redor. Raine já está aqui, está falando com um par de garotas com as cabeças juntas, obviamente fofocando. Eu tenho dito que a fofoca era subestimada? Bom, agora que


estou no outro extremo do Caminho da Fofoca não estou tão feliz por isso. O troco é uma merda. Estou de pé na fila, selecionando os alimentos. Ontem foi um desastre com o beijo de Nathan. Agora Raine está fofocando sobre eu ser judia. Estou certa de que está torcendo a história para que me faça ficar mal. Estou decidida a evitar a chamar atenção para mim mesma. Ou não. Nathan acaba de entrar na sala. Está acerca de seis pessoas atrás de mim na fila da cafeteria. Está falando com Kyle. É melhor saber onde está assim não me dá outro beijo surpresa sem estar preparada para isso. Hoje não levo salada, sobretudo porque a senhora Gladys está me observando como um falcão. Peço um sanduíche de peru no pão de massa fermentado, recém-feito no mostrador da delicatessem, e observo as mesas da cafeteria. Aqui é onde a vida fica difícil. A cafeteria. Aonde os estudantes classificam e se separam como grupos de cereal. No geral estou junto a Jéssica. Aonde quer que se sentasse, me sentaria. Neste momento no mostrador de temperos, pingando ketchup em um copo pequeno de cor branca para suas batatas fritas. Ela não tem ideia de que Raine está falando como ela zoava o nariz judeu de Miranda. Miranda está sentada com seu gruo habitual. Não são todos judeus. O que tem em comum é que todos precisam de conselhos de moda. Também são puros estudantes de A. Miranda me saúda e eu devolvo a saudação. Provavelmente pensa que vou me sentar em sua mesa como ontem. Jess se senta com o grupo de Raine antes que eu possa chamar sua atenção. Olhando para trás, Nathan está no caixa a ponto de pagar por suas fatias de pizza e uma garrafa de Arizona Iced Tea.


Bom, é hora de tomar uma decisão. Ao grupo com Jéssica e Raine, onde costumo me sentar. Ou sentar com Miranda e seus amigos de novo. Não há tempo para perder Amy. As garotas populares não perdem tempo. Como se fosse um robô programado me sento com meus amigos de sempre. Sinto-me como uma traidora, embora quando dou uma olhada em Miranda, está em uma acalorada discussão com outra pessoa e não se dá conta que escolhi as garotas populares que sabem o que significa DKNY26, ao invés de sua mesa, onde estão provavelmente discutindo E=MC². Ao tomar assento perto de Jéssica, a mesa fica super tranquila. Jess está confusa. — Então, o que acontece com você e o novo tipo Nathan? — Roxanne pergunta com uma risadinha. — Vocês dois deram um espetáculo muito bom ontem. Alguma possibilidade de repetição? Dou uma mordida em meu sanduíche de peru, assim não tenho que responder de imediato. Preciso de tempo para pensar em uma resposta, embora eu tenda a ser prudente. Exatamente enquanto estou engolindo meu primeiro pedaço, escuto a voz de Nathan atrás de mim. — Posso me sentar? Olho para Nathan e quero dizer — Não — porque todo mundo está esperando que comecemos a nos expor. Porque não vai se sentar com Kyle e seus amigos? Ou com os geeks na mesa dos geeks? Jéssica faz com que todos se movam para que ele possa se sentar ao meu lado. Ugh, todos os olhos estão postos em nós. Quero falar com Nathan, mas em particular, sem estar rodeada e exposta pelos olhares do grupo.

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são as siglas em inglês de Donna Karan New York, marca de roupas modernas e juvenis


— Então, escutei que vão ao Baile de São Valentin — Roxanne disse, seus olhos pequenos e brilhantes concentrados em minha reação. — Vocês dois estão, tipo, saindo? — Oh sim. — digo. — não sabia? Foi amor à primeira vista. Certo, Nathan? Ou bem ia ser eu e Nathan contra Roxanne e o resto do grupo, ou eu contra todos. Viro minha cabeça e olho a Nathan, sentado ao meu lado. As luzes fluorescentes da cafeteria refletem em seus óculos, assim não posso ver seus olhos. Mas essas estruturas redondas estão, sem dúvida, dirigidas a mim. — Sim, claro — disse. — Suponho que é o certo. Os polos opostos se atraem. Como outro pedaço do meu sanduíche, olhando fixamente minha comida, assim não tenho que falar. Mas vejo os dedos de Nathan alcançando sua pizza. Dentro de três minutos ele está pegando sua segunda pizza. É provavelmente um recorde mundial ao comer pizza. No momento em que termina seu segundo pedaço, os estudantes continuam entrando na cafeteria. Um gole de chá gelado e terminou. Ainda estou tentando engolir meu sanduíche. Nathan murmura algo em meu ouvido que não posso entender e se vai. — O que disse? — Jess pergunta obviamente confusa. Sabe que Nathan e eu nem sequer somos amigos. Bem, nos beijamos. Mas foi para o espetáculo. Nem sequer estava disposta a participar uma segunda vez. — Não tenho ideia — murmuro e depois dou outra mordida.


Depois da escola, Jess me alcança no caminho do ponto de ônibus. — Amy — disse. — Não entendo. Você acredita que Nathan é um idiota e nem sequer discute comigo porque lhe conheço melhor do que sua própria mãe. Então o beija diante de toda a escola enquanto está em suspenso com Avi. Raine está dizendo a todos que se portou como uma idiota com ela. Não tem sentido. — A vida não tem sentido Jess. Odeia-me? — Porque a odiaria? Pode ser que não a entenda. Pode ser que me irrite com você. Mas nunca a odiaria. Nathan está caminhando para nós, seu andar tão estípido que quero me contrair de dor. Juro que o homem precisa de uma lição de relaxamento e diversão. Provavelmente dança como alguém de sessenta anos. Avi é um dançarino incrível. Lembro-me de em Israel no verão passado, ele estava dançando com uma garota e me deixou ciumenta, então peguei um homem ao azar e o tirei para a pista de dança. O maior erro. Digamos que o resultado final terminou quase me arrastando pela polícia Israelense. Quando Nathan chega a nós, Jéssica caminha para o ponto de ônibus para nos dar privacidade. É uma boa amiga. Totalmente equivocada sobre a situação entre Nathan e eu, mas seu coração está no lugar correto. Toco no cotovelo de Nathan. — Temos que falar. — Por quê? Quer que nos beijemos outra vez? — E ter seus óculos me batendo de novo? Não acredito. Quero falar. O tipo de conversa em que os lábios não se tocam. — Sinto muito. Não posso fazer.


O ônibus está dobrando a esquina. — Bom, não podemos continuar fingindo que somos namorados. — Claro que podemos — ele diz, colocando seu braço ao redor de mim e me levando para a parte de trás para nos sentar com todos os demais. Faço caso omisso de seu braço. Quando chegamos à nossa parada, descemos do ônibus e ele põe seu braço ao redor dos meus ombros outra vez como se fôssemos um casal realmente. Antes que possa fazer caso omisso de novo olho para cima. Meu coração golpeia em meu peito e estou a ponto de cair para trás. De pé na parte da frente do meu edifício, como um modelo da Abercrombie posando sem sequer pretender está Avi. E está me observando caminhar para ele com o braço de Nathan ao meu redor. Estou muito surpresa para perguntar a Avi como chegou aqui, porque está aqui, quanto tempo vai ficar, ou se ainda se preocupa comigo. — Avi — digo em voz baixa quando nos aproximamos. Juro que ainda estou em transe quando adiciono. — O que está fazendo aqui? — Quem é esse cara? — responde.


Capítulo 17 Se Deus criou o mundo em seis dias (Genesis 2:2), certamente pode dar sentido à minha vida em sete.

Sacudo o braço de Nathan de cima de mim. Ele o deixa cair dos meus ombros, mas se mantém de pé próximo a mim. O que Nathan está esperando, um convite formal? Não estou preparada para lhe dar, mesmo quando me encontro dizendo. — Avi, este é Nathan. Nathan, este é meu... Este é Avi. Foi um assunto importante para Avi que não nos rotulássemos como namorado e namorada, com ele estando no exército israelense pelos próximos três anos. Por muito que minha mente estivesse de acordo, meu coração não estava. Nem meu ego. Assim, acabei dizendo a todos que é meu não-namorado. E que eles decidam o que significa. Olho para Avi; sua postura é rígida e sua mandíbula está apertada. Sempre tem sido cuidadoso e duro, e posso sentir que já está erguendo um grosso muro invisível entre nós, pronto para me deixar fora. E já tem estado comigo menos de dois minutos. O que na realidade me incomoda, porque ele foi quem não quis que fôssemos namorado e namorada oficiais. Eu sim o queria. Observo enquanto Avi estende sua mão para estreitar a de Nathan. São tão opostos. Avi é do tipo modelo e Nathan é o eterno — Garoto da casa ao lado americano — (que precisa trocar de imagem urgente). Eles se dão um duro sacudir e soltam suas mãos.


— Consegui um tempo livre Surpresa, surpresa.

— Avi diz. — Por uma semana.

Uma semana. Tenho uma semana com ele. Uma parte de mim está atordoantemente alegre porque terei sete dias para passar com ele, e a outra metade está irritada porque isso é como uma brincadeira de mau gosto. Logo quando estou pronta para seguir adiante com a minha vida, aparece e volto a me enrolar toda. Nathan ainda está parado ao meu lado, observando-me com esses estúpidos olhos esmeraldas. — A vejo depois Amy — diz, depois abre a porta do nosso edifício. Não disse Barbie. Porque esse fato se pega ao meu cérebro está fora da minha capacidade de entendimento. — Não tem uma mala? — pergunto para Avi. — Deixei minha bolsa de lona com o cara da segurança dentro. — Enfia suas mãos nos bolsos dos seus jeans e olha longe de mim. — Essa foi uma má ideia Amy. Pensei... Bem, a merda com o que pensei. Tenho um amigo em Northwestern com quem posso ficar. Uma rajada de vento de Chicago se movimenta através da rua e me estremece até os ossos. — Não devia ter me surpreendido. Odeio surpresas. Embora provavelmente devesse ter dito isso faz muito tempo. Mas agora que sabe, não o faça outra vez. A sobrancelha de Avi se levanta rapidamente. — Disse ao seu pai. — Ele diz. Sua voz é suave e me lembra a leite com chocolate escuro. — Genial. Meu pai sabe mais do meu namor... Sobre você do que eu sei.


Tudo, tudo tinha sentido agora, o porquê do meu pai ter me perguntado como me sentia sobre Avi quando nos fizemos nossas unhas. — Pensei que queria que viesse. — Eu quero Avi — digo, mas posso dizer pela forma que ele está tão rigidamente parado que não acredita em mim. Exatamente agora é a etapa incômoda. Quero dizer, nem sequer temos nos tocado, verdadeiramente se abraçado, verdadeiramente olhado um para o outro. Posso dizer-lhe o muito que está estranho até que meu rosto fique azul, apesar de que meu rosto já está azul porque estou me congelando até o traseiro aqui fora. — Vamos falar no meu apartamento, está bem? Ele assente e me segue. O porteiro entrega a Avi sua enorme bolsa verde de lona do exército quando passamos. No elevador, Avi olha firmemente para frente enquanto estou de pé junto dele. Não posso acreditar que está realmente aqui, na América, em Chicago, no meu elevador! Tenho tantas perguntas correndo por minha cabeça, sendo a número um: porque ele está aqui? Pensei que estaria em treinamento até fevereiro. Olhando-o, analiso as diferenças que um par de meses podem fazer. Wow, está mais alto e muito mais musculoso que o verão passado, obviamente tem estado se exercitando. E juro que está parando de forma mais formal e tem um olhar determinado que não me recordo. Confiança primitiva. Um soldado em formação. Também há uma energia de animal enjaulado irradiando dele, como se o pensamento de estar em um elevador estivesse tornando-o claustrofóbico.


A porta do elevador se abre e o encaminho ao meu andar. Mutt nos saúda com um energético Args! E um balançar de cauda tão violento que penso que poderia cair se ele se emocionar um pouco mais. Os olhos de Avi se abrem completamente. — Ele está gadol... Grande — diz em hebreu e inglês enquanto se inclina para acariciar Mutt. Quando Mutt vai para sua entreperna, Avi diz em uma voz calma e profunda — Die! — Isso não é algo lindo para se dizer ao meu cachorro — digo. Talvez Avi não seja o garoto que uma vez eu pensei que era. Dizer ao meu cachorro que morra não é minha ideia de ser genial. Avi se coloca de pé em toda sua altura. — Die significa ‘pare’ em hebreu Amy. Como em — isso é o suficiente; não quero seu nariz em minha bola. — Isso está bem para você? Oh não. As coisas não vão ficar úmidas por nada. — Sim — digo timidamente. — Isso está bem. Mutt arranha a porta e arrasta a coleira. Desejaria que Mutt esperasse, mas quando tem que ir, tem que ir, sem importar se é humano ou animal. — Preciso levá-lo fora ou fará xixi no chão — digo. Avi deixa sua bolsa cair e diz. — Irei com você. O problema é que nós precisamos falar honesta e abertamente (e isso não vai acontecer no parque de cachorros). Não quero perturbar Avi mais do que já tenho feito. — Não é necessário. Levará apenas um minuto. Quero dizer, a Mutt levará apenas um minuto. Espera aqui, sim? Ele assente.


— Bem. Apresso-me e engancho a correia de Mutt a sua coleira. No elevador, Mutt me olha com seus olhos de cachorro que algumas vezes são tão expressivos que penso que tem uma alma humana debaixo de todo esse pelo. — Avi está aqui — lhe digo. — E é incômodo. O que posso fazer para que tudo fique melhor? Mutt me olha, tira sua língua e balança como... Como um cachorro que quer fazer xixi. Não há respostas deste cachorro gênio. No parque de cachorros, solto a correia quando estamos no interior do cercado. Minha mente não está sobre Mutt. Está sobre Avi. Contemplo o que vou dizer quando voltar para cima. Digo-lhe que beijei Nathan... Duas vezes? Não significou nada, mas ainda assim participei. Mas quanta participação deve ter antes que se possa ser realmente classificado como engano? Embora, como é possível que possa enganar alguém com quem nem sequer estou saindo oficialmente? Importa a etiqueta de — saindo — ou são os sentimentos em seu coração que tem prioridade? Oh, cara, estou tão fodida. Pode minha vida ficar pior? Como se estivesse cronometrado, escuto gritos e um alvoroço vindo do outro estremo do parque de cachorros. Viro-me e meus olhos se abrem completamente quando vejo Mutt fodendo a outro cachorro. No modo geral ele está fodendo a outro cachorro macho, mostrando-lhe quem é o maioral. Mas não desta vez. Meu bobo Mutt está fodendo a Princesa.


Princesa, a preciosa de raça pura do Sr. Obermeyer. E ele está levando muito a sério. Oh merda. Quando corro para ele, o Sr. Obermeyer está me gritando. — Tira seu cachorro de cima dela! Eu engulo com dificuldade. — O que... O que quer que eu faça? Em estado de pânico, vislumbro Mitch observando toda a cena e rindo. A maioria do resto das pessoas tem suas bocas completamente abertas em horror, porque todos sabem que devem manter seus cachorros afastados da Princesa e do Sr. Obermeyer. Começo a gritar palavras para fazer que Mutt deixe Princesa em paz. — Mutt vem! Surpresa! Não! Deixe-a em paz! DIE! — Sim, até a última palavra que Avi acabara de me ensinar não funcionou. Agora tudo o que eu quero que ele faça é MORRER. — Faça algo além de dar ordens que seu cachorro não segue — grita o Sr. Obermeyer — apresse-se! Dou um passo para os dois cachorros envoltos em uma dança romântica. — Desce da Princesa — grunhi através dos meus dentes apertados. — Ela não é o seu tipo. Mutt, obviamente tem uma audição seletiva. Quando me movo mais perto, começo a me enjoar. Não sou do tipo de pessoa completamente cômoda com a natureza das espécies. Interrompi aos dois cachorros no meio de um momento muito privado e em um lugar muito público não é o meu e nunca será.


Tomo uma profunda respiração e me preparo para a humilhação, paro atrás de Mutt e envolvo meus braços ao redor do seu torso. E puxo. E puxo. Mas Mutt se recusa a se afastar. Demônios. Assim que liberei meu agarre, rindo Mutt se afasta de Princesa como se toda a coisa não fosse nada importante. O Sr. Obermeyer corre para sua cadela. — Manchou seu ventre. — Senhor Obermeyer é apenas um cachorro. O ancião pisca em choque e penso que está ficando um pouco mais pálido de tão branco, se isso fosse possível. — Princesa é uma campeã estadual de obediência. — Obviamente — murmuro. O Sr. Obermeyer observa a multidão, ainda reunida ao redor. — Alguém chame a polícia. Posso-me ver sendo arrastada ao cárcere porque meu cachorro fodeu a uma preciosa poodle chamada Princesa. — Senhor Obermeyer... Por favor. — Quem vai pagar aos custos do veterinário por esse fiasco? Está no cio e supõe-se que devia cruzar com um cachorro puro. Agora terá uma ninhada de cachorros vira-latas no lugar de cachorros raça pura. Tudo isso é porque não pode controlar seu animal. O ancião parece como se estivesse a ponto de ter um enfarto e suas rugas ameaçam com marcas ainda mais proeminentes em sua pele branca. — Sinto muito — digo, tentando romper a tensão enquanto penso que o único culpado aqui é meu cachorro vira-lata. O Sr. Obermeyer levanta suas mãos.


— Sinto muito? — ele diz. — Como vai o seu — sinto muito — trocar a situação? Não o fará. — Não sei. — Sim ele não é raça pura, é sua responsabilidade fazer que o esterilizem. — Franzindo seus lábios, o Sr. Obermeyer caminha para longe com Princesa pavoneando-se ao seu lado. Não me importa se Mutt não é de raça pura. Ele é meu. E Avi me deu ele, o que o faz muito mais valioso que qualquer cachorro de raça pura. Oh não! Avi. Corro para Mutt e engancho a correia. Caminho de volta para casa, mas me mantenho a uma distância segura atrás do Sr. Obermeyer e sua cadela, esperando o suficiente para que eles voltem ao seu andar antes de me aventurar para o interior do elevador com o meu mascote. Encontro Avi sentado sobre nosso sofá, seus cotovelos descansando sobre seus joelhos e suas mãos entrelaçadas juntas. — Lamento que levou muito tempo — digo, soltando Mutt e pendurando a correia de novo no gancho. — Houve um tipo de comoção no parque de cachorros. — Olho para Mutt, que agora está estendido sobre suas costas aparentando estar mais relaxado e contente do que nunca tinha visto. O que vou dizer ao meu pai sobre Princesa e Mutt? — Pensei que tinha me abandonado — Avi disse um lado de sua boca curvado para cima. — Amy, quanto mais tempo enquanto estou aqui, mais me dou conta de que isso foi uma má ideia. Caminho ao redor do sofá e me sento junto a ele. — Não diga isso. É somente que há um monte de coisas ocorrendo nesse momento.


Seus olhos de meia noite são tão diferentes dos de Nathan. São melancólicos, igual aos do meu pai. Posso dizer que tem passado por um montão de coisas apenas olhando-os. Está preocupado por algo, mas está tentando não mostrá-lo. — Como vai o exército israelense? — Pergunto. — Sababa — ele disse. — O que é sababa? — Significa: genial, assombroso, sem problemas. — Fala nessa voz profunda e escura que pode derreter os muros invisíveis que tenho construído ao meu redor. — Está muito mais musculoso neste verão. — A maioria dos homens americanos aos que conheço não se vêem tão sérios ou varonis aos dezoito anos. — O treinamento de sobrevivência faz isso a um homem. Eu assinto. Treinamento de sobrevivência. Minha sobrevivência consiste em correr as prateleiras em Neiman Marcus no dia da inauguração da sua venda de liquidação de inverno. Não põe todos os meus músculos, mas definitivamente aperfeiçoa minhas habilidades de cheirar as melhores ofertas antes que alguém mais possa chegar a elas. Um pouco diferente de estar preso no deserto com uma arma como sua única companhia. Apesar de que Neiman Marcus pode ser considerado um campo de batalha nesses dias de liquidação de inverno. — Senti sua falta — digo. Omito o fato de que tenho pensado nele cada dia que voltei da viagem a Israel. Também evito mencionar que tenho estado tendo dúvidas sobre nossa relaç... Ou nossa nãorelação, como pode ser chamada também. E apesar de que estou totalmente impressionada por vê-lo outra vez, não quero ser uma — amiga com benefícios. Quero mais. O que ele quer? E aonde encaixa Nathan em tudo isto? Ugh sou um desastre emocional.


A mão de Avi se estende para a minha. Enquanto a pego, o calor e conforto que tenho sentido falta desde o verão correm sobre mim. Sua outra mão toca meu ombro e se move lentamente para cima, acariciando meu pescoço e bochecha. Descanso minha bochecha sobre sua palma, o calor dela me arrastando. — Senti sua falta também — ele diz. Timidamente lambo meus lábios, assustada por esse primeiro beijo que nos dirá a ambos onde estamos parados nesta relação. Ambos temos muito que viver. Nossas sessões de beijocas de verão foram sensuais e emocionais e me faziam sentir drogada sem nenhuma química ou álcool. Ele se inclina para frente, observando-me. Seus olhos estão fixos nos meus. — Não deveria te querer tanto — ele diz depois seus lábios capturam os meus por completo. Começa como antes. Pincela seus lábios sobre os meus como se tivesse pintando-os... Memorizando a forma e a suavidade. Estou me envolvendo totalmente nisto, mas logo minha mente divaga. Não tenho ideia do por que. Pensamentos sobre Nathan, o fiasco de Mutt, a gravidez da minha mãe, os compromisso que sigo consertando e... Quando a língua de Avi toca a minha, os eventos do dia turbilhoam em minha cabeça. E tenho a incômoda sensação de que estou me esquecendo de algo realmente importante, mas não posso me lembrar o que. Especialmente enquanto Avi está tentando levar nosso beijo ao próximo nível, e me concentrar é impossível. Inclino-me para trás e quebro o beijo. Esses formosos olhos melancólicos estão devolvendo-me o olhar. — O que acontece? É esse cara? Somente me diga — ele diz. Agora me lembro! Com seus lábios sobre os meus não podia pensar, mas agora meu cérebro começa a funcionar outra vez.


— Tenho que ir trabalhar — digo pulando fora do sofá.


Capítulo 18 Jonas tentou dizer a Deus que negava-se a ir para Nínive como Deus mandara. O pobre homem foi jogado ao mar e se sentou no ventre de um peixe por três dias como castigo (Jonas 2;1). Jonas não sabia que não podia se esconder de Deus, ele sabe tudo. Meu namorado, no entanto, não. (Exceto quando meus amigos abrem suas boconas).

Avi insiste em me acompanhar ao trabalho. Quando entramos de novo no elevador, quero dizer tudo que tem estado em minha mente e porque estou confusa. Mas não há tempo. Minha vida está fora de controle e não há nenhum botão ou interruptor para detê-la. O tempo suga dessa maneira. — Avi — digo. Realmente não tenho nada que dizer, somente quero que deixe de afastar seu olhar de mim. — Sim? — diz, virando para mim. Gostaria de poder dizer o que está pensando. — Verei se posso conseguir algum tempo livre no trabalho esta semana para que possamos fazer algum turismo aqui em Chicago. — Não preciso fazer turismo Amy. Ele não tem que dizer que veio aqui por mim. O fato de que viesse aqui para passar uma semana em Chicago é lisonjeiro e contundente ao mesmo tempo.


No balcão de Perk Me Up! Apresento-o a Maria. Maria sorri amplamente e solta o copo que está sustentando para poder lhe dar a mão. Depois ri bobamente, algo que nunca havia visto fazer antes. Quando conheci Avi foi um momento muito confuso e torpe da minha vida. Para ser honesta, estava revelando-me. Avi é o único garoto que tem me desafiado. Permaneceu em luta tempo o suficiente para brigar..., mentalmente, claro. Ele é tão forte por dentro como é por fora. Estou atendendo os clientes. Avi senta em uma das cadeiras grandes e cômodas e espera. Está encostado com os braços cruzados diante do peito e não posso acreditar que está realmente aqui enquanto eu estou fazendo café com leite desnatado ao invés de passar um tempo com ele. Olho para ele cada vez que tenho um segundo livre. E quando não há ninguém mais no café, pergunto a Maria se posso fazer para Avi uma das minhas bebidas favoritas de chocolate quente. — Não me disse que estava de visita — Maria sussurra enquanto estou misturando a bebida. — Sim, bom, não sabia. No entanto, meu pai sim — lhe informo enquanto jogo o cacau com uma dose tripla de creme batido com sabor de baunilha. — E se esqueceu de te dizer? — Suponho que queriam que fosse surpresa. — Ainda tenho que lembrar ao meu pai que odeio surpresas. As surpresas são como ter seu período no meio de uma aula. Inicialmente está surpreendida e confusa, depois está envergonhada e tem que lidar com os olhares de todo mundo. Estou suficientemente consciente de como é isso; não preciso de surpresas em minha vida que me fazem sentir mais consciente das pessoas me olhando. Maria sustenta um copo para mim, assim posso deslizar o cacau perfeitamente quente.


— Saudades da minha adolescência — disse com um sorriso melancólico em seu rosto. — Garotos, escola, amigos. Desfrute-a antes que cresça e tenha mais responsabilidade do que jamais tenha registrado. Já sinto que tenho mais responsabilidades das que jamais tenha registrado. E apenas tenho dezessete. Com minha bebida especial na mão, caminho para Avi enquanto a porta de Perk Me Up! Abre-se. É Jéssica. — Me inteirei do que aconteceu hoje no parque de cachorros. Amy, está bem? — Seu cabelo é castanho e liso e seus olhos parecem mais escuros que o habitual devido a usar um top preto. Leva um segundo para centrar no garoto na cadeira, mas quando o faz um pequeno grito escapa da sua boca. — Avi? — pergunta, apontando como uma garota pequena. Avi se coloca de pé e esclareço a garganta. — Jessica, este é Avi. Avi está é minha melhor amiga Jéssica. — Chame-me de Jess — disse, sorrindo tão amplamente que acredito que suas bochechas vão quebrar e seus lábios se estendem tanto que me lembra a mulher elástica do filme de desenho animado. — Porque não me disse que ia vir? — disse entredentes, embora Avi pudesse escutar cada palavra que saía da sua boca. Duh! Está parado logo ali. — Não sabia — respondo. — Foi uma surpresa. — Oh. Jessica sabe que odeio as surpresas, por isso o comentário do — Oh. — O que aconteceu hoje no parque de cachorros? — Avi pergunta.


Realmente não queria compartilhar o desastre, assim que somente digo. — Um... — Mutt saltou sobre uma cadela e envergonhou Amy em frente de todos — Jess exclama. — O dono do outro cachorro quase chamou a polícia. — Não foi grande coisa — digo, tentando não dar importância. Bom, ao menos estou tentando. Na realidade é algo importante e meu pai vai me matar quando se inteirar que o ventre da Princesa está arruinado por causa do meu cachorro. E o fato que ele será avô de uma cesta cheia de cachorros em poucos meses. — Amy, está zoando? Todo mundo sabe — Jess disse. Avi se inclina para frente com um olhar confuso em seu rosto. — Porque não me disse? — Não... Não sei. — É verdade. Gostaria de dar para Avi a mistura de chocolate quente que fiz, mas o creme batido está derretendo e caindo pela borda do copo para minha mão e não parece tao decadente e apetitoso como fazia antes que Jess entrasse no café. E agora minha mão estava pegajosa pelo creme batido dos lados. — Vou dar um passeio — Avi diz, obviamente irritado porque o excluí. Nem sequer posso culpá-lo por estar irritado enquanto o vejo abrir a porta e sair no frio. Gostaria de poder lhe dizer o que está acontecendo, mas, como posso expressar quando nem sequer sei de tudo? Assim que agora estamos somente Jessica e eu paradas aqui. — Oh, posso ter isso? — diz olhando a bebida em minha mão. Entrego minha — oferenda de paz para Avi — e volto a trabalhar atrás do balcão. Porque as coisas não podem ir da minha maneira? Esta


é a maneira de Deus de me divertir e assim não tenho uma vida aborrecida? Eu juro, por uma vez gostaria de ter um dia tranquilo, sem complicações. Maria está no meio da mistura do novo Tango Mango Creme Blend para um cliente. O café inteiro agora cheira a mangas. — Posso ter o resto da semana livre? — lhe pergunto. — Trabalharei em turno duplo na próxima semana. — Está bem para mim. Jessica estacionou em um computador quando começo a limpar as mesas. — Pode, por favor, não dizer para Avi sobre a minha vida? lhe peço.

— Porque não? — Porque se quero que saiba algo, serei eu a dizer. Ele não precisa escutar de segunda mão dos meus amigos. Jess joga sua cabeça e diz. — O que está tentando esconder Amy? — Nada. Bom, isso não é totalmente certo. Gostaria de esconder minhas partes más, e somente compartilhar as partes impressionantes. Não pode me culpar. Ele está aqui somente por uma semana. Se sabe que o fodi o tempo todo, não há forma que queira ser meu... Não-namorado. Estou seriamente doente de me referir a ele como — não. Algo em minha vida realmente tem que mudar.


Capítulo 19 Mesmo sabendo que o exército israelense é forte, me preocupo por Israel, rezo pela segurança da minha família vivendo em Israel e meu namorado que está ali no exército. Tem algo que possa fazer para converter esse mundo em algo mais pacífico?

Estou quase terminando meu turno no Perk Me Up! Quando, como terá adivinhado, Nathan chega caminhando. Caminha até o balcão e diz. — Chá verde médio com gelo e sem açúcar. Nem sequer me olha. Está focado nos pacotes de açúcar próximos à caixa registradora. E obviamente não está interessado nos pacotes de açúcar porque não gosta das bebidas com açúcar. Maria está de pé próxima a mim, cantarolando uma melodia enquanto deliberadamente tenta não prestar atenção na interação entre Nathan e eu. Quando entrego a bebida para Nathan ele diz: — Onde está Abi? — Seu nome é Avi, e você sabe. Nathan bebe um gole do seu chá gelado enquanto me olha por cima da borda do copo. Quando para de beber diz: — Como seja... — imitando nossa conversa prévia. — Já te devolveu?


Não teria doído tanto se não estivesse tão próximo da verdade. — Não. Não pode ver que estou trabalhando? — Sou um cliente. Acredito que se supõe que deve ser amável com os clientes. Olho para Maria que já não tenta ignorar nossa conversa. — Ok. — ela diz. — Não se preocupe por mim. Estou muito entretida. Acredito que inclusive posso começar a cobrar a entrada... Ou começar uma noite Perk Me Up! de microfone aberto. Tendo uma respiração profunda, balanço minha cabeça e me volto para Nathan. Ainda está de pé no balcão. O garoto não irá. Inclina-se para frente e sussurra. — Te desgosto porque sou nerd... Idiota... Patético... Fraco... Como queira me rotular. — Isso não é certo — lhe digo. — Oh não? Então me diz por que está pendurada por esse garoto Avi? Diga-me que seu cérebro é tão grande como seus bíceps. — Não que seja da sua conta, mas o fato é que ele é muito inteligente. Não tem sempre que julgar as pessoas por suas notas. Ser alegre, extrovertido e ser cuidadoso também é importante. — Se está tão caída pelo homem, porque me beijou no elevador? Oh, é verdade. O fez como uma zoeira. — Não é verdade. — Sim, claro, as garotas plásticas como você gostam de jogar com a vida das pessoas. Nunca pensa nas consequências de seus atos ou a quem fere com eles. Minha boca se abre violentamente. Nathan está zoando? Não o beijaria como uma brincadeira, nem sequer um desafio. O beijei porque queria o controle. Se começar a gostar por nosso beijo, poderia controlar


nossa relação. Poderia fazê-lo me odiar ou me querer. Admito que fosse uma manipuladora. Os óculos de Nathan deslizaram por seu nariz e ele os empurrou para cima. — Aposto que se eu agir casual e me vestir bem, você chuta esse cara Avi e sai comigo. — Quer apostar? A porta do café se abre. É Avi. E não parece feliz em me ver falando com Nathan. Nathan deve sentir minha dúvida, porque bebe seu chá gelado sem acúçar e se dirige a sua cadeira de estudo usual. Maria me dá um toque no ombro. — Pode ir Amy, seu turno já acabou. Obrigada Senhor. Tiro o avental amarelo. Ergo-me na ponta dos pés e dou em Avi um grande beijo enquanto envolvo meus braços ao seu redor. Isto vai lhe mostrar o quanto senti sua falta, a Nathan e a todos os demais (incluindo Jessica) o quanto Avi significa para mim, como Avi é importante em minha vida. Pegando meu sinal, Avi envolve seus braços ao meu redor. — Vamos sair daqui — sussurra contra minha boca, depois pega minha mão e deixamos o café juntos como um casal. Acredito que o gelo está quebrado entre nós quando saímos para o frio da noite. Meu telefone toca. É meu pai. — Hey Aba. — digo em meu telefone. — Recebeu uma grande surpresa hoje? — Sim. Ele está comigo. — Falarei com meu pai mais tarde sobre a nova regra de — nada de surpresas — que estou a ponto de implementar.


— Encontremo-nos para jantar. Que tal Rosebud? Rosebud é um lugar incrível italiano sobre a Calle Rush próximo ao nosso edifício. Aos sábados a noite se torna um dos restaurantes mais concorridos da cidade. — Certo. — Estarei lá em meia hora. — Genial. Vejo-te lá. Desligo e nem sequer me dou conta que estava levando Avi longe do nosso edifício e Rosebud. Noto que não estamos de mãos dadas. Dirigimos-nos para a praia apesar de que o lago Michigan está congelado e a brisa está soprando forte o suficiente para que meu rosto se congele, fazendo difícil falar. — Pensei que se dizia que ia vir, você diria que não — Avi disse. Ainda estamos caminhando, ambos olhando para o lago espreitando pelas ruas da cidade. Quero pegar sua mão e sustentá-la enquanto caminhamos, mas tem seus punhos dentro dos bolsos dianteiros de seus jeans. — Pensei que tinha me esquecido — disse. Solta um breve riso. — Não tive tempo Amy. Estava no treinamento básico, lembra? Estou totalmente consciente que as outras garotas que caminham próximas a nós nas ruas de Chicago o estão olhando. Sempre será assim? Ele desprende tal carisma e confiança de propósito? — Que tal se tivesse tempo Avi? — lhe perguntei. — Encontraria alguém mais, uma bonita garota israelense para me substituir? — Por quê? Para que não se sinta culpada de começar uma relação com esse tipo, Nathan?


— O beijei na frente dele Avi. Como haveria feito isso se gostasse dele. — O fez para deixá-lo com ciúmes — disse de maneira casual. — Isso não é certo. Além do mais você nem sequer queria uma relação. Deixou claro no último verão. Sem compromissos. Sem nada de namorado/namorada. Sabe o que digo aos meus amigos...? Que é meu não-namorado. Tem ideia como me sinto? Bom o direi Sr. Cara Duro Israelense. Faz me sentir horrível, como se não valesse o tempo, o esforço ou o sentimento para colocá-lo em uma relação verdadeira. Engulo, mas não é fácil porque minha garganta está começando a se fechar pela emoção. A maioria do tempo tento manter minhas emoções dentro, longe da superfície. Assim que isso suga duplamente porque Avi é a única pessoa com a qual não quero ser muito emocional, porque sei que somente o afastará mais. Tenta me puxar para ele, mas empurro sua mão longe. Não quero sua simpatia. Quero seu amor. O que sente é muito pior que nem sequer acredito que seja capaz de dizer. Deus sabe que nunca diria. — Não sei o que quer — ele diz agora totalmente frustrado. — Amy sinto muito, pensei que tudo isso estava resolvido. — Sim, bom, não está. Porque veio aqui? Somente para brincar com a minha vida? — Não — ele diz, puxando-me para seu peito, mas desta vez não me deixa resistir. Segurando-me fortemente, depois sussurra em meu cabelo. — Acabei o treinamento básico e estou designado para uma unidade especializada em combate. O exército israelense está adotando um enfoque diferente ao terrorismo, vão nos ensinar como atuar, pensar e ser o inimigo. — Toma uma respiração profunda e diz. — Não sei se terei autorização para contatar você no verão quando for de visita.


Capítulo 20 Jacó teve dois filhos. Cada um se converteu em uma das duas tribos de Israel (Números 1:4). Pergunto-me que tribo eram meus descendentes. Estou certa que a Internet não faz um seguimento dos registros de nascimentos tão antigos.

Leva-me alguns minutos para compreender o que Avi acaba de me dizer. Uma unidade especializada em combate. Sendo o inimigo. Afasto-me e olho em seus olhos. — Supõe-se que devemos nos ver em todos os verões quando eu for de visita. — Tenho tempo livre agora ao invés. — Onde estará vivendo no verão? — Avi me dá um pequeno sorriso. — Vou viajar muito. — No Oriente Médio? — lhe pergunto. — Sim. E Europa. — Não gosto disso — lhe digo. — Nem um pouco. — Dando uma olhada em meu relógio me dou conta que é melhor nos dirigirmos ao Rosebud ou meu pai se preocupará. — Meu pai nos encontrará para o jantar — digo a Avi, depois começo a caminhar, mas me sinto como se estivesse em transe. Avi pega seu lugar próximo a mim.


— Te assustei? — Pergunta. — Sim. — Assustou-me totalmente. Todos esses pensamentos estão se executando através da minha cabeça, especialmente aqueles em que os homens são capturados, torturados e mutilados. Quero dizer, é humano o que está acontecendo com o mundo. Sério, gosto da minha vida aqui, tão segura como poderia estar em uma grande cidade como Chicago. Estou em silêncio pelo resto do caminho até Rosebud. Meu pai já está ali, sentado e esperando em uma mesa. Saúda-nos e se levanta para estreitar a mão de Avi e para lhe dar uma palmadinha nas costas. Meu pai sabe? Tem alguma ideia de que Avi está a ponto de arriscar sua vida por Israel, igual ele fez na idade de Avi? Rodo meus olhos, já que de imediato começam a falar em hebreu, palavras e sons estranhos saindo de suas bocas super-rápido. Meu telefone vibra com uma mensagem de texto. Leio por debaixo da mesa. Jess: Para onde fugiu? Eu: Jantar. Jess: Avi está bem? Eu: Sim. Jess: Sabe que beijou Nathan? Eu: NÃO!!!!!!! A garçonete está de pé na nossa mesa, mas os garotos são inconscientes disso. — Vou beber uma Coca-Cola — lhe digo. — Sem gelo. Nem limão. — Não há nada pior que Coca-Cola aguada. — Anotado. E para os cavalheiros? Os cavalheiros estão borbulhando e fazendo gargarejo através de uma conversação muito intensa. Provavelmente estão falando da


formação do exército de Avi, porque meu pai está totalmente concentrado e impressionado com o que seja que Avi estiver falando. Os garotos e suas conversas sobre armas... Apenas quero me esquecer das armas, o exército e as forças de elite pelos próximos sete dias. Vou tratar ao serviço militar como se não existisse. A ignorância me mantém a cabo às vezes. — Quando estiverem prontos para falar inglês, acabem de me acordar — digo, depois coloco minha cabeça sobre a mesa. — Sinto muito carinho — meu pai diz. — Estava dizendo a Avi que sua mãe está grávida. — Obrigada Aba — lhe digo com sarcasmo. — Estou certa que não poderia fazê-lo por mim mesma. — Não entendo porque todo mundo em minha vida simplesmente não podiam manter a boca fechada. Enquanto minha temperatura sobe e meu coração bate, sinto a mão de Avi chegar à minha debaixo da mesa. Logo que nossos dedos se tocam, pego uma relaxante respiração. É como se Avi soubesse que estava começando a entrar em pânico. Recebe grandes pontos de brownie por isso. Apesar de que no geral sou consciente dos hidratos de carbono, não posso resistir ao pão quente em Rosebud. O pão crocante por fora e suave e quente por dentro. Pegando a garrafa de azeite de oliva, jogo um pouco do líquido ouro no meu pequeno prato de aperitivo e o queijo parmesão na parte de cima. Avi está me olhando de forma estranha. — O que está fazendo? — Diga-me que nunca mergulhou pão molhado em azeite e queijo parmesão. — Tenho mergulhado pão de pita em purê de húmus — diz.


— Não é o mesmo. — Tiro um pedaço de pão e o passo para Avi. — Aqui, prove-o. Ele aceita e assente com a cabeça. — Isso é impressionante. Totalmente pouco saudável, mas impressionante. Quando nossos pratos chegam, Avi escava em sua comida com gosto. Sua boca vai se contagiar com alimentos pouco de Chicago. Temos os melhores restaurantes em todo o país, as maiores porções, e provavelmente uma das maiores taxas de obesidade. — Está me observando comer? — Avi pergunta, diminuindo sua velocidade em mastigar. — Somente quero me assegurar que goste. — Amy, no exército como ovos, marmelada, pão e carne cozida a fogo lento. Enquanto não tenha que comer nenhum deles, estou no céu. Meu pai sorri, depois entra em uma história longa e detalhada sobre os alimentos horríveis que serviram quando estava no exército. Eu deixo de escutar quando fala das abelhas apanhadas na marmelada. O resto da comida está bem, exceto que é tudo sobre meu pai e Avi falando e me pergunto quando posso conseguir um tempo a sós com meu não-namorado. Suponho que agora é melhor do que nunca revelar ao meu pai antes que ele se inteire por outra pessoa. — Mutt teve um pequeno incidente esta tarde no parque de cachorros. Os dois me olham. — Que tipo de incidente? — meu pai pergunta. Começo a raspar o esmalte da unha que acabei de fazer.


— O tipo de mergulhar na Princesa. Bom, não estou cem por cento segura, mas o Sr. Obermeyer parece pensar que ele o fez e é mais esperto com estas coisas do que eu. A mão do meu pai bate em seu rosto e aperta seus olhos. — Por favor, diga que está brincando. — O Sr. Obermeyer quase chamou a polícia. — Depois deixo escapar. — Mas não o fez, assim está tudo bem. — Bem? Bem? Amy, lhe disse que deve corrigir ao Mutt. Jogo minhas mãos no ar e digo. — Eu entendo papai. — Um pouco tarde, não acha? Fico de pé, contente que a comida tenha terminado e começo a caminhar para fora do restaurante. O último que preciso é que Avi nos veja, a mim e meu pai brigando. É provável que já acredite que sou a rainha do drama já que todos me acusam de ser. Avi me alcança na porta principal. — Amy — grita. Paro e me viro. — Não sou a garota que pensava que era Avi. Arruíno minha vida, como em noventa e nove por cento do tempo. Sou como um erro que não para. — Nasci como um erro e sempre serei um. Avi pega meus ombros e me faz olhá-lo. — Diz uma coisa boa. — Huh? — Uma coisa boa que não seja um erro. Uma coisa que não meta os pés.


Procuro através dos cantos do meu cérebro para chegar a algo, sem sorte. — Esse é o problema Avi! Equivoco-me em tudo! Meu pai saiu do restaurante antes que possamos terminar nossa conversa. Parece cansado e abatido. — Aba, sinto muito o fiasco de Mutt — lhe digo. — Não era minha intenção que isso acontecesse. — Eu sei — meu pai diz. — Já sei — repete. — Escuta, eu me encarrego do Sr. Obermeyer, Amy. Apenas vigie melhor a Mutt. Combinado? — Combinado. Começamos a caminhar de volta ao apartamento e Avi pega minha mão na sua, depois, bate meus dedos com seu hálito quente. É tão bom. Quero gemer e lhe dar a outra mão, também, mas então teria que embaralhar meus lados e isso seria idiota. No apartamento, Mutt corre para o hall de entrada tão rápido que não posso deter-me sobre o chão de ladrilhos e voa sobre a parede. Olho para Avi, que sorri com seus lábios sensuais que estiveram nos meus faz um par de horas. Avi, seus lábios e esse beijo que me tirou a tensão. Neste momento, seus lábios formam um terno sorriso que me faz menos estressada. — Mutt precisa de um passeio — digo, depois agarro a correia e ajusto em seu pescoço. Tenho que dizer, que isso é uma coisa negativa sobre a vida na cidade. Nos subúrbios, as pessoas abrem suas portas e os cachorros correm em seus próprios pátios e fazem suas necessidades. Na cidade, é uma prova inteira. Bolsas de caca, correias, elevadores... — Eu o levarei — meu pai diz, dando um passo a frente e pegando a correia.


— Genial. — Dou-lhe um beijo na bochecha. — Obrigada Aba. Meu pai disse algo em hebreu para Avi, que obviamente não pude entender. Avi separou-se poucos passos de mim. Oh Deus, espero que meu pai não tenha advertido Avi que se mantivesse longe de mim como o fez durante o verão. Às vezes os pais podem ser muito protetores. Em todo caso, este verão Avi foi o que nos impediu de ir muito longe fisicamente, não eu. Passei de um minuto a outro de ser um cabo de dezesseis anos de idade, que sempre tinha prometido ser virgem quando se casasse, a uma questionadora de tudo porque estava presa no momento com um tipo como ele que tinha uma conexão importante. — Seja boazinha — meu pai disse justo antes de nos deixar sozinhos no hall de entrada. Os pais não devem dizer — seja boazinha. — Se conhecem os rebeldes adolescentes contra a autoridade, e dizer — seja boazinha — para um adolescente é procurar problemas. Estou tentada a não — ser boazinha — somente para mostrar-lhe o quão independente sou. — O que está pensando? — Avi pergunta. Engulo forte. — Nada. Nada absolutamente. — Parece nervosa. Não tem que estar nervosa. Sim, eu estou, quando estou pensando em ser uma rebelde. — Não estou — lhe digo, então, começo a caminhar para trás. — Quer um tour pelo apartamento? — Ken. — Sei hebreu o suficiente para saber que ken significa sim. Começo a divagar enquanto mostrava a cozinha, o banheiro, o escritório, o quarto do meu pai, e finalmente, meu próprio quarto. Em meu quarto, Avi observa os perfumes na penteadeira e a cama desordenada, sem fazer. Inclino-me com indiferença e recolho as


calcinhas de ontem no chão e as jogo no armário com o resto das roupas que tem que lavar. — Geralmente não deixo esse desastre, e se eu soubesse que iria vir e não houvesse me surpreendido, teria limpado para você. Avi pega uma foto de mim, Jessica e Cami no Halloween do ano passado. Vestimos-nos dos três ratos cegos. Todas usavam collant e óculos de sol pretos. — Lindo — disse. Sento-me em minha cama e abraço a um velho ursinho que minha mãe comprou quando tinha seis anos e tinha nocauteado o dente quando estava aprendendo a andar de bicicleta. Ela me soltou e ao invés de pedalar mais rápido, virei à cabeça para me assegurar que estava ainda me sustentando. Quando me dei conta que não o estava fazendo, entrei em total pânico e parei tão rápido a bicicleta que caí e bati os dentes no asfalto. Eu estava bem, até que vi a cara da minha mãe. Estava presa do pânico, e quando limpei a boca com a manga da minha camisa e a vi cheia de sangue, chorava tão forte que me tomou mais de uma hora deixar de respirar de forma pesada, desigual e em uma forma de estou-tentando-parar-de-chorar-mas-não-posso. Aposto que se Avi me visse naquele estado, histérica e com mucos escorrendo por minha cara ensanguentada, não acreditaria que fosse tão linda. Tenho crescido desde então. Bom, mais ou menos. Ainda odeio andar de bicicleta. Prefiro caminhar. E a água funda me dá medo, mas Avi já sabe disso. Avi estuda meus troféus de tênis que ganhei, alinhados em minha estante. — Ainda joga? — pergunta. — Não em uma equipe. — Não entrei na equipe este ano, em parte devido ao fato de que não fui ao acampamento de tênis no verão passado. Também é em parte porque tenho estado muito ocupada com


a classe de conversa e saindo com os amigos. Estar em uma equipe de AC leva muito tempo e me perdi um dia inteiro de versões de prova para ir ao barco dos pais de Jessica no dia antes que fossem navegar para Wisconsin e atracaram ali durante o inverno. Antes deste ano, nunca teria pensado que nada era mais importante do que conseguir entrar na equipe de tênis. Avi se concentra na fotografia dele em minha mesinha de noite. — Me lembro dessa foto. Foi seu último dia em Israel. — Foi antes que estivesse no exército. — Ele assente com a cabeça lentamente. — O odeia? — O que, o exército? Estou orgulhoso de servir ao meu país, se isso é o que quer dizer. Todos os garotos se colocam alto no espectro, disparam uma arma tão forte que poderiam levar a cabo todo um edifício de três andares. Faz sentir-se invencível. — Mas você não. — Você aprende isso, também. Especialmente durante o treinamento de combate. Com um instrutor capacitado que é um chute no traseiro, vigiando. — Eww. — Eu estaria reprovando no treinamento de combate com certeza. Não sou fã de dor física, causada em mim mesma ou nos demais. Não é nenhuma surpresa que Mutt não é castrado. — Não é a tortura que vai meter-se com a gente. É o jogo da mente. — Encostado em meu armário, ele pega seu lábio inferior com os dentes e olha diretamente para mim. Vê-se tão adorável que somente quero correr para ele e abraçá-lo apertadamente até que me sinta a salvo e segura em seus braços. — O que? — digo totalmente consciente que está me olhando como se estivesse memorizando meu rosto.


— Eu penso em você. Durante o treinamento mais duro, quando minha mente enfraquece e não tenho pensamentos escuros, tenho pensado em você. — Eu? Sou a Garota Desastre, lembra? — Não. Você é a única garota que conheço que espera que a vida seja perfeita e se irrita quando não é. Você é a garota que não só é bonita e tem um corpo chuta traseiros, mas é divertida quando não quer ser e prefere comer terra que retratar-se em uma briga. — Odeio a maioria das coisas. — Diga uma coisa que odeie. — Azeitonas. — Mas ama sushi. — Não gosto do meu padrasto, Marc. — Mas é muito próxima com seu pai agora. — Meu quarto está desordenado. Seus olhos descansaram em meu armário e a roupa estalando para fora. — Sim, ele está. Pegando meu velho urso, atiro para ele. Ele pega o boneco de pelúcia com uma mão. — Tenha cuidado com o que joga Amy. — Por quê? O que vai fazer? — Pego uma de minhas almofadas e lhe jogo. Com sua mão livre ele apanha sem pestanejar. Levanta uma sobrancelha. — Somente está buscando problemas.


— Já estou em problemas. — Recolho minha última almofada puxando-a. — Já não tem mais mãos — lhe digo. — O que vai fazer agora? Antes que tivesse a oportunidade de joga-la, Avi se lança sobre a cama e me joga abaixo enquanto mantém minhas mãos dos lados e minhas pernas com seus pés. — É isso o que tem aprendido no treinamento de combate? — lhe pergunto, rindo e tentando escapar, assim poderia manejá-lo melhor, mas não tive sorte. O tipo é puro músculo grosso. Aposto que tem zero por cento de gordura corporal. Aposto que apenas meus seios tem mais gordura que todo seu corpo. Ele está sentado em cima de mim, mas somente com peso suficiente para não me fazer dano. — Julga as fortalezas do seu inimigo... E as debilidades — disse. — Sou o inimigo Avi? — O é? Porque agora posso sentir que está tramando algo. Essa mente hiperativa sua está planejando uma fuga. — Como sabe? — Eu posso ver em seus olhos — diz. — E sinto a adrenalina que irradia do seu corpo. Meu coração bate rápido e estou ansiosa, mas não porque queira escapar. Não tenho estado tão perto de um garoto desde este verão, quando Avi e eu fomos passear por Israel. Quero que me beije agora, como antes. Mas não o faz. Por quê? — Amy, estou de volta! — Ouço a voz do meu pai desde a entrada. Avi salta da cama rápido e recupera sua posição, apoiando-se na minha penteadeira. Quando meu pai enfia sua cabeça na porta do meu quarto, olha de Avi para mim. Arrumei-me para me sentar, mas meu conforto está arruinado e estou certa de que meu cabelo não está muito melhor.


— Avi, porque não espera na sala de estar, enquanto falo com Amy um minuto? Avi esfrega as mãos por cima do seu corte de cabelo militar, destacando-o, e pode dizer que quer ficar e ser meu protetor. — Pai está me envergonhando — lhe digo e depois digo a Avi que espere na sala de estar para que ele não tenha que escutar a conferência do meu pai. — Isto não levará muito tempo Amy. Simplesmente escute. — Se tratar-se de sexo, mamãe já me contou a respeito. — Sim, bom agora vamos obter a versão do papai, de acordo? — Esfrega as mãos como se tivesse a ponto de fazer algo de pesos pesados. O ruído de suas mãos secas fazendo som no papel me fazem desejar obrigá-lo a comprar creme para mãos secas para manicure feminina. Esclarece a garganta e diz. — Nada de sexo. — Já sei. Obrigada pelo bate-papo papai. Ajudou totalmente. Alegro-me que estamos na mesma página. — Amy... — diz em um tom de advertência. Gemi, situo minhas almofadas que estão espalhadas ao longo da minha cama, e me recosto sobre elas. — O que? — Avi tem dezoito anos, um homem. Você acaba de completar dezessete... — Faz mais de um mês — o interrompo. — Sim, bom, os garotos são diferentes das garotas. Os garotos, ummm, tem impulso e, pelo que tem que ter cuidado, e uh, seu corpo está mudando e, eh, já sabe. Pode ser que, eh, seus sentimentos também...


Todos os umms e uhs estão fazendo que meu cérebro tenha uma contração. — Aba, talvez devesse ter ido a esse seminário que nossa escola teve o ano passado sobre como falar com seus filhos sobre o sexo. Mamãe foi. Disse que tivesse cuidado, tem um montão de enfermidades. E que me protegesse em todo o momento, não importa o que. E que se um garoto me diz que tenho que fazer algo para que me queira, então deveria dar-lhe a velha demissão. E que os riscos de ter relações sexuais na minha idade superam o benefício. E que ainda posso ser uma adolescente e gostar sem explorar a mim ou aos meus valores. Isso cobre tudo? Ele me olha atônito. — Suponho que sim. — Não confia em Avi? — Carinho, não confio em nenhum tipo com a minha filha. E algo estava acontecendo aqui entre vocês dois antes que voltasse. — Aba, nada estava acontecendo. Meu pai se abaixa, pega meu velho urso do chão e me joga. — Não se pode enganar os olhos de Israel. — É um israelense com os olhos paranóicos — lhe digo. — Essa é uma boa coisa. Chame-o de risco laboral. Temos que criar algumas regras agora que Avi está aqui. Odeio a palavra — regras — . Diminuem a diversão, a liberdade e a espontaneidade. — Diga-as — lhe digo, sabendo que é inútil discutir. — Sem garotos no seu quarto. Você e Avi podem passar um momento na sala onde ele dormirá, a sala de estar e a cozinha. — Aba, estava somente dando um tour pelo apartamento.


— Claro — diz, obviamente sem acreditar. — Regra número dois: sem escapulidas para a sala para visitar Avi no meio da noite. — Porque não acaba me trancando no quarto para que não fuja — lhe digo com sarcasmo. — Não me tente Amy. Rodo meus olhos. — Papai, muitos dos meus amigos têm mais experiência do que eu. — Isso é um problema dos seus pais, não o meu. Paro e o enfrento. — Quero dizer, se tivesse querido fazer algo já o teria feito. Não o fiz. Não se preocupe. Antes que possa continuar sua conferência, abro a porta e encontro Avi. Ele vai com a sua mochila para a sala de estar. — Tudo bem? — pergunta. — Tive o bate-papo sobre sexo — lhe digo. — Avi, boyenna b´vakasha — meu pai diz em voz alta. Oh não. — O que disse? Avi está de pé. — Acredito que estou a ponto de receber a conversa do sexo também. — Ele se aproxima da parte posterior do piso, onde meu pai está. Oh, genial. Porque meu pai não confia em mim? Quero dizer, não sou o tipo de garota rebelde que no geral passa um tempo com drogados e bêbados. Eu sou pura. Bom, eu roubei o cartão de crédito do meu pai e nesse verão tenho tido sentimentos por Avi que tem me surpreendido...


E ele provou esses sentimentos. Mas não é o que os adolescentes tem que fazer? Olho a mochila aberta de Avi. Não há muito ali, além de calças jeans, meias, camisetas e roupa íntima, esses boxers apertados como os do anúncio da Calvin Klein. Atrás de mim alguém limpa sua garganta. Dou um puxão a mim mesma, surpreendida, e viro para Avi. — Tive a conversa de sexo. — Foi dura? — Digamos que seu pai tentou me convencer de que tem o conhecimento para me matar com um dedo. Meu pai entra na sala, olhando muito petulante, poderia adicionar. Claro, ele somente ameaçaria a vida de Avi somente porque ele me olhava. — Arg! Mutt é estranho já que tem um hambúrguer sibilante na boca e o deixa cair aos meus pés. O pego e jogo no corredor. Ele avança atrás dele e a trás de volta para outra jogada. — Encontrei-me com o Sr. Obermeyer abaixo quando levei Mutt para dar um passeio — me informa papai enquanto observa Mutt deslizar próximo a ele. — Tivemos uma longa conversa, que parece ser o tema do dia. — E? — E ele disse que está levando a Princesa ao veterinário amanhã para ver se ela está grávida. Se for assim, vamos fazer frente às consequências logo. — Obrigada, Aba.


— Tudo se arrumará, não se preocupe. Escuta, tenho trabalho a fazer e tem escola amanhã, assim acredito que vocês deveriam dizer boa noite e ir para a cama. Como a cama de Avi é o sofá, tiro a roupa de cama do armário e uma manta. Sinto os olhos de Avi em mim enquanto fazemos a cama juntos. — Gostaria que estivéssemos de volta a Israel — lhe digo. — Este verão não tínhamos normas as que fazer frente, ninguém nos dizia o que podíamos ou não podíamos fazer... Foi incrível. — Este é o território do seu pai, sua casa, e suas regras. — Que bom para mim. — Não é este meu território e minha casa também? Quando posso começar minhas próprias regras? Ou ser suficientemente confiável para não ter regras. Quando o sofá se transforma em uma cama, me dirijo para Avi. — Você pode usar o banheiro para se arrumar primeiro. — Todah — disse, pegando uma escova de dentes, creme dental e calças de flanela azul. — Não há de que. Apresso-me ao meu quarto e me visto com uma camiseta e shorts, meu pijama habitual. Sento em minha cama e fico olhando a foto de Avi na minha mesinha de noite e não posso acreditar que realmente está aqui... Em minha casa, em minha vida outra vez. Não é tão perfeito como foi em Israel, mas há algo em Avi que acalma minha alma. Ao mesmo tempo, tento advertir que está aqui somente uma semana e não para sempre. Partirá logo e vou estar sozinha outra vez... Sem encontro para o Baile de São Valentin, sem encontro para a véspera de Ano Novo, sem encontro para os fogos de artifícios do Quatro de Julho, se a viagem de verão para Israel não se concretizar. Nathan estará ao redor, no entanto. Todos os dias.


Porque estou pensando em Nathan quando Avi está aqui? Nem sequer gosto de Nathan, ou seus olhos de esmeralda. Certamente dei tempo suficiente para Avi se trocar e escovar os dentes. Mas a porta do banheiro se abre enquanto a alcanço e Avi sai... Sem camisa e com o cabelo molhado pela ducha. Pele bronzeada, olhos chocolate, cabelo que parece quase negro quando está molhado. — Olá — lhe digo. Ele arrasta seus dedos por seu cabelo molhado. — Sinto muito se levei muito tempo. Precisava de uma ducha. Sentia-me sujo pelo vôo e tudo. — Acredito que vou precisar dessa conversa sobre sexo outra vez — lhe sussurro, depois dou um sorriso tímido e passo diante dele para me fechar no banheiro. Olhando-me no espelho do banheiro, pergunto-me o que faz Avi acreditar que estou no mesmo nível de aparência dele. Meus dentes não são perfeitos, meu lábio superior desaparece quando sorrio, meu cabelo é muito encaracolado, e meus peitos são do tamanho de um copo muito grande. Ainda mantive meu sutiã com meu pijama, porque não quero que Avi note a quantidade de buracos dos meus peitos quando liberar as garotas. Ele disse que me quer porque espero que a vida seja perfeita. Quem não luta para que as coisas sigam o seu caminho? Suponho que algumas pessoas, até mesmo Jessica, se conformam com o status quo27. Está em minha natureza lutar. Suponho que se pode culpar esse traço do meu pai. 27

Status quo, forma nominativa abreviada da expressão in statu quo res erant ante bellum, é uma

expressão latina que designa o estado atual das coisas, seja em que momento for.

[1]

Emprega-se esta expressão, geralmente, para definir o estado de coisas ou situações. Na generalidade das vezes em que é utilizada, a expressão aparece como "manter o status quo", "defender o status quo" ou, ao contrário, "mudar o status quo".


Também me dei conta de que ao cumprir dezessete anos, me converti numa louca por garotos. Penso neles o tempo todo. Tudo começou quando conheci Avi, e não tem parado. Às vezes penso nos garotos nas mais estranhas situações, como na aula de conversão ou mesmo quando vou fazer compras. A semana passada, quando Jessica me contou sobre o concurso do baile, minha mente se envolveu ao redor da palavra — baile — e meus pensamentos vagavam quando estive em Israel no verão passado em uma discoteca e vi Avi dançar. Ele é um dançarino incrível, seu corpo se move tão cômodo com a música, diferente da maioria dos garotos que conheço. Talvez as regras sejam uma boa coisa, depois de tudo. Olho a sala antes de ir para a cama. Avi está jogado no sofá, a manta cobre sua metade inferior, mas o peito tonificado está exposto. Tem um braço apoiado atrás da cabeça, o que faz seus bíceps tencionar. — O que? — Está nos esteróides ou algo assim? Sorri. — Alguma vez tentou sustentar um fuzil de assalto Kalashnikov sobre sua cabeça enquanto caminhava cinco quilômetros com água até sua cintura duas vezes ao dia? Seus braços seriam assim grandes. A pistola toca a água, e te apunhala durante um quilômetro. Não, muito obrigada. — Pensei que havia se instruído no deserto. — O fizemos também. É o sustentar a jerikon cheia de água, que pesa mais de vinte quilos, ou ser um dos quatro apoios dos caras mais pesados em uma padiola enquanto se executa. E não importa onde está, se a unidade líder lhe disse que caia no chão, você abaixa... Sejam rochas cortantes ou não.


— Como se fez essas cicatrizes em seus braços? — lhe pergunto, agora me concentrando na pele em bruto de seus antebraços. — Exercícios de rastreamento. Coisas divertidas. Agora podemos deixar de falar do exército? — Do que quer falar? — Sento-me no canto da mesa de café de frente ao sofá mogno. — Fale-me da sua cidade. O que a faz tão especial? Chicago é única, a diferença de qualquer outro lugar no mundo. Posso dizer uma coisa sobre ela e começar a divagar. — Temos museus de fama mundiais, o maior aquário interno, todas as equipes esportivas que possa imaginar com dedicação-mortaldos-fãs. Temos o Lincoln Park Zoo, um dos únicos zoológicos que é gratuito no país e a biblioteca Harold Washington, que é a maior do seu tipo no mundo. Contamos com três edifícios mais altos do mundo e a melhor comida do país, que incluem pizza, sushi, hot dogs, carne bovina e carne italiana. Quer que continue? Avi senta-se. — Seus olhos iluminam-se quando fala da sua cidade. — Chicago me encanta. Nasci em Weiss Memorial não muito longe daqui e tenho vivido aqui toda a minha vida. Minha mãe se mudou para fora, por isso que agora vivo com meu pai. Não posso suportar não estar aqui. A energia da cidade é contagiosa. Minha mãe e seu novo marido terão o bebê em sua nova casa, de todos os modos, e não precisam de mim dando voltas. — A incomoda que vão ter um filho? Eu lasco mais forte minhas unhas. — Sim. Isso vai mudar toda a nossa família. Logo quando estou tentando me acostumar a um homem permanente na vida da minha mãe, agora tenho que lidar com um bebê. É totalmente estranho. Estou meio confusa sobre aonde minha família começa e aonde termina. Não


há uma família nuclear pequena para mim. De fato, nem sequer sei já quem é minha família imediata. Nunca fui fã de mudanças, e minha vida tem mudado muito nos últimos seis meses. — Amy, pensei que estava na cama — meu pai diz do corredor. — Somente estava dizendo boa noite para Avi. Meu pai nos olha como se fosse um guarda do exército israelense. — Lyla tov Amy — Avi diz depois me pisca um olho. Suponho que minha noite se acaba, não importa se eu quero ou não. — Boa noite — lhe digo, depois volto ao meu quarto e escrevo para Jessica. Eu: Está aí? Jess: Sim, estava esperando que me escrevesse. Como é o sexo? Eu: Genial. Jess: O que, sem detalhes? Eu: Não há nenhum. Jess: Mentirosa. Já lhe deu um beijo? Eu: Sim. Jess: E? Eu: ... Jess: O que tem de mau? Eu: Não foi o mesmo. Jess: Posso tê-lo então?


Eu: NÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Jess: É brincadeira. Tonta, Amy não é preciso gritar. Não sabia que era tão territorial. Eu: Não sou. Está bem, eu sou. Jess: Confunde-me. Eu: Confundo-me eu mesma. E estou cansada. Jess: Eu igual. Eu: Vou para a cama. Vejo-te amanha. Jess: Adeus garota. Eu: Lyla tov.


Capítulo 21 A produção de petróleo da Arábia Saudita: 9.475 milhões de barris por dia. A produção de petróleo do Irã: 3.979 milhões de barris por dia A produção de petróleo do Iraque: 2.093 milhões de barris por dia A produção de petróleo do Egito: 700.000 barris por dia A produção de petróleo da Síria: 403,800 barris por dia A produção de petróleo de Israel: 2.740 barris por dia Você acha que Moisés fez uma curva errada em algum lugar?

No dia seguinte, eu deixo Avi com um mapa de Chicago e uma chave do nosso condomínio antes de eu pegar o ônibus para a escola. Nenhuma súplica para o meu pai deixar-me ficar em casa e perder o teste de álgebra / trigonometria deu certo hoje para que eu possa ficar em casa com Avi. Nathan não está no ponto de ônibus, então eu vou a pé sozinha. No ônibus, Jess está ansiosa para me grelhar. — Então? Como foi ontem à noite depois que mandamos mensagem uma para a outra? — ela pergunta antes mesmo de eu me sentar. — Transcorreu sem intercorrências. Fui para a cama. — E deixei de fazer minha lição de casa, mas eu estou tentando ignorar essa questão até que eu seja forçada a lidar com isso. Uma pessoa só pode lidar com tanto de cada vez.


— E esta manhã? — Eu tomei um banho, tomei café com Avi e meu pai, e saí para a escola. Jess olha desapontada, não há mais para a história. Eu também estou. Eu gostaria de ter notícias mais emocionantes para lhe dizer, mas eu não estou prestes a fazer qualquer coisa. — Ouvi dizer que você vai ser mãe. — Kyle diz do banco atrás de nós. — Ainda não sei. — eu digo, tocando de modo que ninguém perceba o quão assustada eu estou pela escapada de Mutt ontem. Mitch, que tem se escondido na última fileira do CTA ônibus público em uma tentativa óbvia de evitar ser confrontado por uma Jessica abandonada, diz: — Cara, esse cão é um animal. Sim, ele é. E sim, ele é meu. — Onde está o Nathan, Amy? — Roxanne pergunta. — Como eu poderia saber? — Ele é seu namorado, não é? Ou você está indo só para o Baile de São Valentin com ele por pena? Pena? Nathan não precisa da minha piedade. Ok, então ele precisa de um novo guarda-roupa... Mas não pena. — Para sua informação. — Jess diz, virando-se, — Amy tem um namorado, e ele está na cidade visitando. Nathan era apenas um... Infarto cerebral.28 Oh, eu tenho certeza que Nathan vai certamente apreciar sendo descrito como um peido. Às vezes, Jess me deixa com mais problemas do que eu já estou e não tem nenhum indício que ela faz isso. — Vocês devem ir para minha casa hoje à noite. — Kyle diz. 28

é gíria para um tipo especial de anormal atividade do cérebro que resulta em erro humano durante a execução de uma tarefa repetitiva


— Meu pais estão fora da cidade. Um grupo de nós vai sair. Jessica diz: — Eu não posso. — E você, Amy? Você pode até escolher um dos caras do seu harém para trazer. — Kyle diz. É sexta-feira, e eu estou empenhada para fazer para Avi um grande momento, enquanto ele está aqui. Não faria mal eu parar no Kyle e sair. Avi pode realmente gostar dela. Nas trevas da minha mente, eu estou um pouco animada para mostrar Avi a Roxanne, que vai inevitavelmente mostrar o rosto. Ela está sempre pendurada em Kyle e seus amigos como uma daquelas marcas na pele nojentas do pescoço. E meu encontro promissor é estar na festa com Avi. Dirijo-me de volta e me inclino para Jessica. — Onde você vai hoje à noite? — Reunião do grupo de Jovens. Oops. Esqueci-me que deveria ir com ela e Miranda novamente. — Você ficará chateada se eu não for com vocês? Quero dizer, Avi está aqui e tudo... — Isso é legal. — diz ela. — Nós devemos fazer uma caçada em conjunto, mas Miranda e eu podemos fazê-lo sem você. Acho que Avi pensaria que um caçada com o grupo de jovens e adolescentes seria tonto. Estou convencida de que ele vai ter um tempo melhor em uma festa onde todo mundo está dançando e se pendurando. Além disso, eu acho que ele já teve o bastante para organizar atividades em Israel ultimamente, ele não precisa de outro, enquanto ele está em férias. Durante o almoço, Jess está sentada à mesa de Miranda e não em nosso lugar de sempre. Nathan está sentado ao lado de Miranda. Eles estão todos em uma profunda conversa. Eu levo minha bandeja de pizza do chef Especial e sento ao lado de Jessica. — O que há de tão interessante?


Miranda olha para cima e depois volta para o papel que ela estava escrevendo. Ela resmunga: — Nós estamos descobrindo uma estratégia para esta noite. — Para a coisa de grupo de jovens? Jess olha para cima. — Sim. Estamos dividindo a cidade em monumentos, parques e arenas esportivas. Eu olho para Nathan. — Você vai? Ele coloca o braço em torno Miranda e sorri para ela. — Miranda convidou-me. A pobre moça parece nervosa. — Você não se importa, não é, Amy? — Por que eu me importaria? — Bem, vocês parecem ser muito próximos e todo mundo acha que vocês dois tem alguma coisa acontecendo. — Ela diz que como uma afirmação e uma não uma pergunta. — Nathan tem uma namorada. — eu informo. — E Amy tem um namorado. — Nathan deixa escapar. — Espere, eu não entendo. Se você tem um namorado e ele tem uma namorada, por que você estao indo juntos para o Baile de São Valentin? Eu abro minha boca para dizer alguma coisa, mas nada vem. Nathan levanta o braço no ombro de Miranda. — Agora isso é uma grande questão. — Então, qual é a resposta? — Jess pergunta impaciente. — Bem, Avi estará de volta para Israel, e Biscoitinho... Bem, eu não estou convencida de que ela é real, mas se ela não é uma invenção da Imaginação de Nathan, ela é, no entanto, de fora de Chicago. Então, vamos juntos... Como amigos. Certo?


Nathan põe as mãos para cima. — Isso praticamente resume tudo, exceto a parte sobre a minha namorada ser uma invenção da minha imaginação. Ela é real. — Qual a escola que ela freqüenta? — Miranda pergunta. Em vez de responder, Nathan reúne o seu almoço, empurra-o em sua bolsa, e se levanta. — Acabei de me lembrar que eu esqueci de estudar para o exame de química. Eu vejo vocês depois da escola. — Claro. — Jéssica diz. — Qual é o seu problema? — ela pergunta quando ele está fora do alcance da sua voz. Olho para a porta e Nathan parece desconcertado, eu digo: — Não existe nada. Mas se vocês descobrirem, vocês tem que me dizer. Ele vive com sua tia e tio, ele não fala sobre seu passado ou seus pais, e nunca fala sobre qualquer irmãos ou irmãs. Algo está errado. — Talvez ele seja um policial à paisana investigando algo ilegal na escola. Ou talvez ele seja um repórter fazendo uma exposição sobre as coisas privadas da escola. Reviro os olhos. — Miranda, acho que você tem assistido muita televisão. — Nathan é definitivamente um adolescente, tão desconcertado e confuso como eu sou. Eu peguei essa criança desarrumada em seu armário depois da aula. — Miranda acha que você é um repórter disfarçado fazendo uma exposição sobre as escolas privadas... Ou um policial. — Com esses óculos e armação você pensaria que ele era Clark Kent. Não, ele é muito magro e não seria capaz de preencher todo o equipamento Superman. — Legal. — Então, qual é o seu negócio? Por que você está vivendo aqui? Por que você traz flores para alguém toda semana? Por que você diz que tem uma namorada, mas ela nunca está por perto?


Nathan empurra seus livros em sua mochila. — Por que você se importa? — Eu não sei. Ele lançou sua mochila em torno de suas costas e me olhou. — Bem, quando você souber talvez eu lhe diga?


Capítulo 22

Estava me preparando para a classe de conversação hoje, e li uma passagem da bíblia; Se um homem suspeitar que sua mulher não era virgem quando casaram, se a mulher é considerada culpada, é apedrejada pelo marido em praça pública. Se o homem estiver errado, e a mulher fosse de fato virgem, ele é multado e açoitado (Deuteronomy 22:18). Eu seriamente preciso ter uma conversa com o Rabino Glassman sobre isso, porque existem tantas coisas erradas nessa passagem.

Eu levo Avi para a festa do Kyle à noite, pronta para mostar meu namorado para todos os meus amigos da escola (exceto Jéssica, Miranda e Nathan que estão na caçada com o grupo de jovens). Com um grande sorriso eu pego a mão de Avi e entro no prédio do Kyle. Esse prédio é bem maior que o do meu pai - O pai do Kyle é dono de uma das melhores churrascarias de Chicago, e gosta de mostrar sua riqueza com grandes carros, grandes casas, grandes barcos... Na cozinha, Kyle nos passa as latinhas de cerveja — Cara, você deve ser o namorado da Amy. — Kyle diz com uma voz arrastada. Ele já está bêbado. Avi rejeita a latinha, Kyle passa pra mim. — Você não vai beber, vai? — Avi pergunta. Para ser honesta eu acho cerveja nojenta.


— Não. — eu falo, devolvendo a latinha para Kyle, que murmura algo sobre pessoas sóbrias serem chatas. Eu levo o Avi para a parte de trás da casa onde a multidão está reunida, encontramos uma cadeira vazia. Avi senta e eu sento em seu colo. A música está muito alta, quase ao ponto de meus ouvidos estarem batendo no mesmo rítimo da música. Enquanto todo mundo está bebendo, beijando, ou falando por cima da música, eu me inclino no peito de Avi que se aproxima ainda mais. Quando avisto Roxanne chegando, eu rapidamente viro a cabeça e começo a beijar o Avi. Nossos lábios tocam primeiro, deslizo minha língua na dele enquanto escorrego meus braços até seu peito e depois pescoço. Quando eu acabo com o beijo, eu lambo meus lábios em um movimento sensual, e depois lhe dou meu mais conhecido sorriso sexy. Ele se inclina e murmura no meu ouvido — Por que todo esse show? Eu viro a cabeça e tento dizer em uma voz baixa que apenas ele possa ouvir, por cima da música super alta — Você não quer me beijar? — Sim, mas não com um monte de crianças bêbadas nos assistindo. — Você está dizendo que eu sou criança? Antes que ele possa responder, eu escuto a voz esganiçada da Roxanne — Oi Amy, Oi Nathan — Eu olho pra cima, Roxanne está do nosso lado, seus dedos sobre sua boca aberta enquanto suspira. — Oh me desculpe, eu pensei que você fosse o Nathan. Estou encrencada. Avi está sem expressão, mas seus braços afrouxam-se em torno da minha cintura. — Por que ela pensaria que você estava beijando o Nathan? — ele pergunta. Eu limpo minha garganta — Eu posso explicar.


Roxanne ainda está parada do nosso lado com um sorriso perverso pintado em seu rosto. — Você se importa? — me ignorando Roxanne estende a mão. — Eu sou a Roxanne. — Eu sou o Avi. — ele diz em sua voz lenta e sexy com um sotaque israelense, quando balaça a mão dela. Eu posso jurar que ela virou a mão, como se estivesse pensando que ele beijaria as costas da mão dela. — Eu sou o namorado da Amy, de Israel. Roxanne começa a rir — Ohh eu ouvi falar de você. Acho muito bacana o relacionamente aberto de vocês. Você é um cara tão compreensível. Quando ele solta a mão dela, eu aceno meus dedos na cara dela e falo — Shoooo, vaza! — Ela é igual àqueles mosquitinhos chatos que eu adoraria esmagar. Roxanne se afasta quando Kyle entra na sala com uma garrafa de champanhe. — Você beijou o Nathan? — Avi pergunta. Ummm... — Não. Roxanne é o inimigo Avi, não dê ouvidos à ela. Ela adora espalhar boatos sobre mim. Ele levanta (eu tenho que fingir que não acabei de cair do seu colo) e vai até a Roxanne — Vocês querem jogar Spin Bottle?29 Vocês podem, sei lá, trocar de parceiros. Amy adora trocar de parceiros, né Amy? Eu tento puxar a mão do Avi para fazê-lo sair da sala, mas ele está plantado como uma raiz de árvore teimosa. — Eu não gosto de pessoas espalhando boatos sobre a minha namorada. — Eu puxo ainda mais o braço do Avi. — Avi esquece isso. jogo da garrafa,onde várias pessoas sentam em um circulo e o jogador gira a garrafa,onde a garrafa parar e apontar o jogador tem que beijar essa pessoa 29


Roxanne ri — Boatos? Cara, você é o segundo que está beijando a Amy essa semana. E falando do diabo. Hey Nathan, nós estávamos falando naquele show quente que você e a Amy deram no refeitório. OH CARA! Estou frita. Eu olho para porta e vejo Miranda, Jéssica e Nathan vindo em nossa direção. A sala inteira fica em silêncio por um momento, enquanto o próximo CD é colocado no slot. — Oi — Jéssica diz — Nós terminamos a caçada e resolvemos dar uma passada para ver se você ainda estava aqui. Avi sabe da verdade. Ele viu o jeito que eu e o Nathan acabamos de nos olhar. Será que a culpa está tão transparente em meus olhos? — Você mentiu para mim. — ele fala. Na frente de todo mundo ele solta a minha mão e me deixa parada no meio da festa do Kyle.


Capítulo 23 Não é tão fácil de se converter, como se poderia pensar. Eu ainda tenho que percorrer antes de três respeitados membros da comunidade judaica chamada de — Bet Din — fazer um teste verbal. Rabino Glassman me disse para não insistir sobre ele, não é como o SAT. A vida é cheia de pequenos testes SAT, no entanto, não é?

— Você me fez passar por um tonto. — ele diz depois de eu alcançá-lo na entrada do meu prédio. — Avi, me desculpe. Eu não esperava que você iria até Roxanne para obter mais detalhes. Ele se vira para mim, enquanto estamos no elevador. — Você me olhou bem nos olhos e mentiu para mim. Eu coloquei minhas mãos em sinal de rendição. — Ok, eu admito. Eu menti para você. Você está feliz agora? — Não vire esse jogo para me fazer ser o cara mau. Você sempre sai por aí beijando caras? — Ele pergunta quando chegamos no andar e saímos do elevador. — Onde está a sua lealdade e honra? Reviro os olhos e digo: — Não estamos no exército agora, Avi. — Talvez devêssemos deixar assim. — O que é que isso quer dizer? — Quando abro a porta e caminho para dentro do meu condomínio eu volto para ele — Além disso, onde está seu compromisso?


— Por favor, Amy. O que você sabe sobre o compromisso? Abro minha boca em estado de choque. — Vá se danar! — Eu grito, em seguida, vou para o meu quarto e bato com a porta para fechar. Não me lembro quanto tempo passou desde que eu tive um bom choro. Sabe, um daqueles gritos onde você não pode recuperar o fôlego e apenas quando você pensa que não há possibilidade de qualquer lágrima mais sair de seus olhos, uma nova onda de desespero quebra sobre você e você começa tudo de novo. Essa é a maneira que eu estou chorando agora. Eu me sinto tão horrível, eu errei com Avi. Eu me sinto tão horrível que eu quero entender Nathan e o que o tornou do jeito que é. Nathan disse que eu gostava de Avi por causa de sua aparência e me avisou que se ele parecesse tão bom quanto, eu iria atrás dele, também. Eu sou uma pessoa terrível. Não é culpa Avi. É minha. Avi bate na minha porta depois de um tempo. — O quê? — Abra a porta e deixe-me entrar. — Você não tem permissão no meu quarto, lembra? Ele bate de novo, mais alto. — É só deixar a porta aberta. Quando eu faço, vejo que ele tem sua mochila pendurada no ombro. — O que você está fazendo? — Isso não está funcionando. Você e eu sabemos disso. Eu vou ficar com Tarik nos dormitórios Noroeste. Você se lembra de Tarik, não é? — Sim, mas...


— Ele estará aqui em breve. Ouça, Amy... Se você quer beijar outros caras, isso é legal. Esta coisa entre nós não ia durar de qualquer maneira. — Você me disse para não esperar. Você não queria ser o namorado, lembra? — O que está aqui — ele diz, apontando para sua cabeça — e o que está aqui — ele diz, com o punho batendo em seu coração — são duas coisas diferentes. Eu passo em frente e seguro a minha mão, querendo aliviar sua insegurança e a tensão entre nós. — Avi... Vem aqui. Em vez de avançar, ele recua e aponta para sua cabeça. — Tenho que manter minha mente clara. — ele diz. — Lembre-se o que eu disse sobre os jogos da mente? — Sim. Eles são piores do que a tortura. — Deus, eu não posso te dizer quantas coisas irracionais estão passando pela minha cabeça agora. Beijar-te até que você não consiga pensar direito. Chutar a bunda de Nathan. Bater no muro com o meu punho, porque você está olhando para outros caras. — Eu te disse que sou a garota de Desastres. — Não, Amy. Você tem sua vida aqui. A minha é em Israel ou onde quer que o exército me envie. É o jeito que é. É do jeito que sempre esteve destinado para ser. Quem nós estávamos enganando, pensando que esta coisa entre nós poderia dar certo? Eu fiz, mas eu não digo a ele. Ele obviamente desistiu da luta. — Você está realmente indo? — Tarik está, provavelmente, lá embaixo esperando por mim. Novas lágrimas começam a vir, porra. Quero que parem, mas eles não vão. — Eu não quero que você vá. — Eu quero implorar, agarrar a sua perna e ficar até ele concorda em ficar... Mas não posso.


Quando ele aperta Mutt e caminha até a porta, eu o deixo. E então eu vou com ele e caminho para fora, onde eu reconheço seu amigo Tarik em um carro fora do meu prédio. Tarik sai do carro e me dá um pequeno abraço. — Ei, Amy. — ele diz. — Tem sido algum tempo, hein? Eu limpo meu nariz e olhos lacrimejantes com minha manga. — Como está a escola? — Eu pergunto. — Difícil, mas estou me acostumando com isso. — Tarik olha através de mim (obviamente exagerada e devastada) como uma pedraenfrentando Avi. — Hum... Você quer que eu me envolva nisso? — Não. — Avi diz enfaticamente, enquanto eu inclino minha cabeça para o lado e o contemplo para pedir uma intervenção. Talvez o que Avi e eu precisamos é de terceira arbitragem. Eu aprendi sobre arbitragem na minha aula de estudos sociais na semana passada e a magia de uma parte imparcial decidir o seu destino. — Bem, então... Acho que vou deixar vocês dois dizerem adeus. — Tarik volta para o lado do motorista, mas fala por cima do ombro: — Se você precisar de mim, basta dar um grito. Estou tentada a gritar. Avi joga sua mochila no banco de trás do carro de Tarik, então se vira para mim. — Eu vou ligar antes de deixar Chicago. — Eu queria levá-lo ao topo da Torre Sears. Cada turista tem de ir lá. — Eu vou por minha conta. — E o que dizer do Parque de Oz? Você sabia que o cara que escreveu O Mágico de Oz viveu aqui? — Eu vou descobrir isso. — Mas e se você não fizer isso, Avi? E se você voltar para Israel sem ver o que Chicago tem para oferecer?


Avi toca meu rosto com a palma da mão. — tudo não tem que ser perfeito. A vida não é perfeita. — Eu quero que ela seja. Seu polegar lentamente acaricia meu rosto. — Eu sei. É o que a torna única. — Ele aperta os olhos fechados, então diz: — Eu tenho que ir antes que eu faça alguma besteira. Eu vejo como ele se senta no banco do passageiro, diz algo a Tarik, e o carro vai embora. Depois que ele me deixa sozinha, chorando e arrasada, quero ajoelhar-se aqui e começar a chorar tudo de novo. — Você não está chorando por esse cara, é? — Eu ouço a voz de Nathan atrás de mim. Eu o enfrento e aperto os olhos com meus olhos acusadores. — Você estava me espionando todo este tempo? — Não. Por que, foi um rompimento bom? Porque se fosse, me desculpe, eu perdi. Eu ando até Nathan, toco-o com meu dedo em seu peito. — Você é mais rude, mais auto-centrado, com olhos de dragão, imprudente, egoísta... — Estou quebrando a cabeça para pensar em mais palavras quando Nathan toma meu dedo na sua mão e me impede de cutucá-lo novamente. O toque de Nathan não me afeta como Avi. E pela primeira vez é claro que Nathan não é — O único — e nunca foi. Eu tenho uma conexão com ele, mas é, oh, é tão diferente da conexão que tenho com Avi. Estou muito fraca para fazer qualquer outra coisa, mas afundar meus ombros e chorar. A dor é muito grande, como se alguém estivesse rasgando meu coração e apertando-o firmemente. Meus joelhos começam fraquejarem e Nathan me pega.


— Você realmente está chateada, não é? — ele diz, olhando para mim com as sobrancelhas para baixo e franzidas em simpatia. Eu nunca vi Nathan tendo simpatia por ninguém, especialmente eu. Eu espremo os olhos fechados. — Eu não sou de plástico como você me acusa de ser. — Eu não acho. Ouça, Amy. Sinto muito. Você está certa sobre mim. Bem, exceto a parte do olhos de dragão. — O quê? — Eu brincava com você. Eu brinquei com seu namorado. Não era justo, eu sei. Às vezes eu quero destruir a vida de todos ao invés da asneira de como é a minha. Chame um mecanismo de auto-defesa. Ele me ajuda a ficar de pé. Eu limpo meu nariz e os olhos com a manga da minha camisa. — O que há de errado com sua vida, Nathan? Quem é você? Faz-me sentir melhor sobre a bosta de minha vida compartilhando a sua. Eu entendo porque eu sou insegura: o meu pai acabou de voltar para a minha vida, minha mãe e seu novo marido estão planejando uma família sem mim... E eu não sei onde minha vida familiar começa e onde termina. — Eu sou uma criança adotiva. Meus pais me deram quando eu tinha dez anos, porque eles não podiam bancar os oito filhos que tiveram. Estive jogado de um lar de adoção para outro desde então. Espere, eu não entendo. — Eu pensei que o Sr. E a Sra. Keener eram seus tios? — Nenhum outro lar adotivo me aceitaria depois que davam uma olhada no meu arquivo, então eles estavam meio que forçando isso pelos tribunais. Minha tia e meu tio não estão em condições de falar com meus pais. Eles cortaram todos os laços muito tempo atrás. Algo sobre se casar com lixo te faz um lixo.


Eu não consigo imaginar meus pais me dando. Mesmo quando meu pai e eu não estávamos nos falando, ele ainda tentou. Fui eu quem o empurrou. Minha mãe me criou desde que ela estava na faculdade, ia para a escola e trabalhar ao mesmo tempo tentando conciliar ter um filho e começar uma carreira. Eu a admiro muito. Eu não acho que ela já pensou em me dar. — Por que você se veste como... — Como um idiota? — Bem, sim. — Minha tia quer que eu me vista de modo conservador. Acha que se eu me vestir como um garoto mau, eu vou ser uma criança má. — Você é ruim, Nathan? Ele se concentra no chão e dá de ombros. — Eu tenho sido. Você não vai ser chutada para fora de treze lares adotivos em sete anos por ser uma criança modelo. — E agora? — Eu acho que eu ainda estou fodido. — Ele olha para mim. — Eu não deveria ter te beijado na frente de todos no refeitório. E... Eu tenho que admitir... Eu sabia que seu namorado ia vir hoje à noite na festa e estava secretamente feliz que ele descobriu que nos beijamos. Eu sei que te machuquei, Amy. A verdade é que eu me machuquei. Eu deixei minha insegurança e emoções confusas superarem o que eu sabia no fundo do meu coração estava certo o tempo todo. Eu jogo um jogo duro, mas por dentro eu sou fraca. Assim como Nathan. Eu coloco meu braço através de Nathan e digo: — Você tem algum sorvete na sua casa? — Eu acho que sim. Vanilla, talvez. — Isso, vamos.


— Você quer sair comigo?— ele pergunta, totalmente chocado. — Sim. Não é isso que os amigos devem fazer? — Eu tenho que admitir, eu não tive um amigo há muito tempo. Não sei se eu mesmo sei como ser um. — E quanto à Biscoitinho?— Eu pergunto quando chegamos no elevador e seguimos para o quadragésimo andar. — Ela é uma criança adotiva, também. Eu a conheci em uma casa no Freeport no verão passado. — Onde ela está agora? Ele respira fundo e diz: — Reabilitação. Ela entrou em algumas coisas ruins e está toda desarrumada. Trago-lhe flores todos os sábados, mas eles não me deixam vê-la ou falar com ela. Ela recebe as minhas cartas e bilhetes, no entanto. Uau. E eu pensei que a minha vida familiar e amorosa eram ásperas. Eu tenho o desejo de ir abraçar minha mãe e meu pai e agradecer-lhes por ficar comigo. Quando entramos no condomínio de Nathan, ele se vira para mim. — Será que você não quer trocar a sua camisa, ela tem ranho em todo o manga. Como seu amigo, eu só quero ser honesto com você. Olho para minha camisa com ranhos incrustados. É grotesco. — Eu volto já. — eu digo, então eu vou sobre a minha porta. Troco a minha camisa e volto para a casa dos Keeners. Quando estamos no quarto de Nathan, sentamos em sua cama e escavamos o sorvete. Eu olho para Nathan. Se você olhar o passado de seu traje nerd, você pode ver que ele poderia ser legal. Com muita ajuda. — O que você está olhando? — Ele pergunta, virando-se para mim com seus olhos verdes brilhantes.


— Eu só estava pensando se você não tem que se vestir diferente para apaziguar a sua tia e tio. Você deve ser você mesmo. Se eles o expulsarem por ser você, bem... Tenho certeza que você poderia vir morar comigo e meu pai. — Nós poderíamos ser como o irmão e irmã? — Sim. — eu digo, totalmente séria do que significa cada palavra. — Como irmão e irmã. E amigos... Grandes amigos. — eu digo, tomando uma colher de sorvete de baunilha. Aqueles olhos verdes estão começando a encher de água. — Nathan, você está chorando? Uma lágrima solitária cai no rosto. — Sim. — Ele olha para baixo e furto a lágrima de seu rosto. — Eu não tive um irmão há muito tempo, Amy. Eu o abraço. Para ser honesta, eu acho que é o primeiro abraço fraternal que ele teve nos últimos anos. — Você realmente toca guitarra? — Pergunto-lhe, olhando para a capa de couro preto no chão, enquanto eu tento e aliviar o clima. — Usei para estar em uma banda, mas é meio difícil ser um membro de um grupo quando você muda com a frequência que eu tenho. Pegando a guitarra, eu a entrego a ele. — Toque alguma coisa para mim. — Como o quê. — Uma canção. Para mim. — Você quer fazer as pazes? — Se você puder. — Tudo bem... Vamos ver. Vou chamá-la 'Minha irmã Barbie’.


Capítulo 24

Tsedacá é o compromisso que um judeu faz para fazer caridade. Tsedacá não tem que ser tudo sobre dinheiro. Ele pode estar fazendo mitsvot (boas ações) para os outros menos afortunados, também. Meu amigo Nathan precisa de um pouco tsedacá jogado seu caminho.

Levo Nathan para casa da minha mãe em Deerfield na manhã seguinte para dar apoio moral. Ontem à noite, Nathan convenceu-me a ser honesto com ela e Marc sobre questões que tenho sobre o novo bebê. Minha mãe sai correndo da casa e abraça Nathan. Eu acho que seus hormônios emocionais estão em alta. — Avi, é tão agradável finalmente conhecê-lo. — ela diz com um grande sorriso. — Amy me disse muito sobre você. — Mãe... — Você está gostando de estar na nossa grande cidade? — ela diz, me ignorando. — Amy deve estar mostrando grandes partes da cidade. — Mãe, esse não é Avi. — Não é?


— Não. É Nathan. Nathan, essa é a minha mãe. — eu digo quando libero Mutt e o deixo solto na casa de minha mãe e de Marc. — Oh. Eu pensei que seu nome era Avi. — Não, o nome dele é Nathan. Avi é outro cara. — Então onde está este Avi? — Eu não sei. — Oh. Bem, Nathan, por que você não entra e almoça com a gente. Enquanto estamos almoçando na cozinha, Nathan chuta-me debaixo da mesa. É a minha sugestão para começar a trazer à tona questões que eu tenho evitado. — Quando o bebê nascer, onde é que vou dormir? Minha mãe olha para Marc. — Na nossa sala, em primeiro lugar. — Bem, nós só temos dois quartos porque o terceiro é usado como um escritório. — Marc murmura. — O que você está perguntando? — Bem, eu não quero dormir no sofá quando eu ficar aqui. Eu quero manter o meu quarto. Eu não posso viver aqui permanentemente, mas eu ainda quero um quarto quando eu visito. É importante para mim. — Você não pode compartilhar um com o bebê? Eu levanto minhas sobrancelhas e rio. — Eu sou uma adolescente. Como se eu realmente quisesse compartilhar um quarto com alguém de fraldas. Marc coloca o garfo para baixo, enquanto ele pensa. — Talvez eu possa mudar o escritório para o porão. — Não há janelas lá em baixo e pouca ventilação, Marc. — Diz Mãe. — E sobre as suas alergias?


— Amy tem um ponto de situação sobre o ambiente. Posso tomar meu remédio de alergia antes de eu ir para lá. Isso é justo? Você mantém o seu quarto e o bebê vai ficar no escritório. Eu acho que Marc não é um cara tão ruim, afinal. Ele só precisa se acostumar a ter uma filha como eu por aí... E um cão como Mutt. Talvez eu devesse sugerir que ele tome o seu remédio para alergia todos os dias. Minha mãe senta-se em linha reta, ou o mais reto que puder com uma barriga saliente. — Enquanto nós estamos fazendo concessões, quando se eu pedir a minha própria? — ela diz. Esforço-me. — Esforçe. — Depois que o bebê nascer, você será uma babá uma noite de fim de semana por mês. Trocar fraldas e tudo. — Tudo bem. Mas se ela vomitar toda em minha roupa, você estará pagando pela a limpeza a seco. — É um negócio. Após o almoço, nós quatro sentamos e jogamos Scrabble. — Então... Vocês dois são um item? — minha mãe pergunta antes uma de suas voltas. — Nós somos apenas amigos. — Nathan deixa escapar. — Sim. — eu confirmo. — Apenas bons amigos. Marc vence Scrabble por um deslizamento de terra com uma pontuação de uma palavra tripla com a palavra Zareba. Nós todos desafiamos e ele ganhou. Zareba é uma palavra, se você pode acreditar. Em seguida, Nathan e eu levamos Mutt para dar uma volta no quarteirão antes de voltarmos para a cidade. É bom ter Nathan como um amigo, para me dar uma cara de perspectiva material. Meu telefone vibra com uma mensagem de texto quando estamos dirigindo de volta para a cidade.


— Você pode lê-lo para mim? — Peço a Nathan. — É Jessica. Ela quer saber por que você quer o número de Wes. — Escreve de volta e diga-lhe que é uma surpresa. Eu ouço Nathan teclando no meu celular. — Ela diz que você tem gente suficiente em sua vida e precisa tomar um descanso. Eu dirijo o carro para o lado da estrada e pego o meu celular das mãos de Nathan. — O que você está fazendo? — Subornando a minha melhor amiga. — Eu sorrio quando ela finalmente escreve o número de Wes. Eu o marco e espero por uma resposta. — Wes, é Amy. Você sabe, a virgem da reunião do grupo juventude. — Eu me lembro. A menina com o cabelo escuro e olhos azuis claros. Você está respirando pesado de propósito? — Não, isso é apenas o meu cão ofegante no meu ouvido. — Sim certo. — ele diz, totalmente não acreditando em mim. — Escute, se você precisar de um guitarrista para Split Lickity, meu amigo Nath - Quero dizer Nate - Nate Greyson é o seu nome e ele é roqueiro. — Eu canto também. — sussurra Nathan ao meu lado. — Ele canta também. — acrescento. — Estamos ensaiando hoje em Ax Lounge. Se ele quiser vir e tocar com a gente seria legal. Não posso dizer que ele está na banda, mas estamos sempre procurando por submarinos. Eu desligo o telefone e atiro para o colo de Nathan.


— Obrigado. — ele diz. — Eu acho que uma vez eu chamei você de imprudente e rude. Você não é. — Sim, bem, você me pegou quando eu estava deprimida e fraca. Nathan e eu fomos no Salão Ax mais tarde. Eu tenho que pegar Jess e levá-la para jantar. O jantar de suborno. No Hanabi, o nosso lugar favorito de sushi, eu ordeno Especial do Chef judeu sem caranguejo ou mariscos, um rolo de atum picante e tigelas de arroz com atum picante e tempura. O pedido de Jess, um Hwe Dup Bob de sushi kosher, alface e arroz integral. Jess tem a primeira mordida de sua mistura especial e geme de prazer. — Isso é tão bom. — É melhor que seja. Ele está custando-me dezesseis dólares. Ela empurra outra garfada na boca. — Primeiro Avi, em seguida, Nathan... Agora Wes. Eu acho que você tem ido ao fundo do poço aqui. Eu tenho que dizer que lhe dar o celular de Wes valeu tão a pena por esse jantar. Frustrada, digo a Jessica a verdade. — O número foi para Nathan. Ele toca guitarra e precisava dos caras para entrar na banda. — Então você gastou apenas dezesseis dólares no meu jantar para fazer algo de bom para Nathan? Enfio um rolo de atum picante na minha boca e movo cabeça. Jess coloca o garfo para baixo. — Então você não está com Wes? Sacudo a cabeça. — Não. — E quanto Nathan? Outro tremor. — Não. — E Avi?


À menção de seu nome, pica meu coração. — Ele vai ficar na Northwestern com um amigo. É o fim. — Por quê? — Porque ele quer que seja. Eu beijei outro cara, eu o humilhei na frente de todos, e porque ele estará no exército israelense durante os próximos três anos. — Você ainda gosta dele? — Oh, Cara, Jess, você não pode imaginar. É como se ele arrancasse um pedaço de mim quando ele se foi. Eu realmente estraguei tudo. Eu gostaria de saber onde ele esá, mas mesmo se soubesse, eu não saberia o que dizer a ele. — Pena que você não pode seqüestrá-lo. Sim. Muito ruim. Se eu pudesse sequestrá-lo, então eu poderia dizer a ele que não importa que estamos separados. Não importa que eu beijei outro cara. Meu coração ainda pertence a meu soldado israelense e ninguém pode tirar isso, nem... O tempo ou um beijo. Mas por que não posso seqüestrá-lo? Por que não posso fazê-lo ouvir o que ele não quer ouvir? Enquanto a minha mente está produzindo, estou ficando mais animada a cada segundo. — É isso aí. Jess, você é um gênio! — Eu digo. Ela olha para mim, confusa e sem noção. — Eu acho que eu perdi alguma coisa. — Não, você está certa, eu preciso seqüestrar Avi estilo operação militar secreta... — Amy você nem sequer sabe o dormitório que ele vai ficar. — Nós vamos descobrir. A Tia de Miranda não trabalha nas admissões? É por isso que ela acha vai entrar automaticamente? — Ok, então vamos supor que você sabe onde ele está hospedado. Então o quê? Vamos algemá-lo e levá-lo em um carro de fuga? Eu só vi


ele algumas vezes, mas eu sei que ele poderia dominar a nós duas sem problema. Ela está certa. Preciso de mais músculo do meu lado - um cara. — Nathan vai ajudar. — Nathan? Eu o convenço que ele é o único que vai ajudar. Além disso, nosso beijo foi 50 por cento sua culpa. À noite, eu recruto Nathan e Miranda. Nathan é cético, mas Miranda está comigo. Planejamos a missão para a sexta-feira, depois da escola. Dois dias apartir de hoje.


Capítulo 25 Qual é a definição de Deus sobre família? Eu estive tentando descobrir minha própria definição, mas eu não consigo chegar a uma que faça total sentido.

Eu vou ser avó. Sério. Meu pai falou com o veterinário do Sr Obermeyer no telefone que confirmou os resultados. Mutt é realmente um garanhão. Não querendo uma relação ruim com o sogro do Mutt, eu asso biscoitinhos caseiros para cães e bato na porta do Sr Obermeyer. O rangido no chão alerta-me de que ele está em casa, embora eu não tenha certeza de que depois que me ver no olho mágico ele irá abrir a porta. Para minha sorte (ou não) ele abre a porta. Ele não parece feliz em me ver — O que você quer agora? — Segurando o saco de biscoitos que eu amarrei com um laço rosa, eu falo — Estes são para a Princesa. Seus lábios abrem por um nano segundo. Abrindo a porta, ele me deixa entrar, eu não tenho certeza se realmente quero andar no apartamento do Sr Obermeyer. Ele provavelmente irá me fazer tirar os sapatos para proteger seu chão imaculado, ele até colocou plásticos em cima dos móveis, assim não corre nenhum perigo de manchar. Eu entro no apartamento, ouço Jazz tocando suavemente no fundo — Você gosta de Jazz? — eu pergunto tentando fazer conversa, ao mesmo tempo me perguntando se posso sair suavemente sem


insultar o velho homem. A última coisa que quero é o Sr Obermeyer bravo comigo; Sua linha de mau-humor é bem fina. Alcançando o saco de biscoitos, ele puxa um biscoito e oferece a Princesa que está deitada em uma almofada para cachorro, pink de plush com seu nome bordado nela. Sua bacia de água está bem ao seu lado. Essa cachorrinha mimada não precisa sequer levantar para beber água, ela só precisa virar sua cabeça para o lado e terá seu refresco. Que vida hein! — Seu vira-lata bagunçou as coisas, né? Eu mordo meu lábio — Eu sei que a culpa é minha Sr Obermeyer. Eu pagarei as contas do veterinário, e até mesmo venderei os filhotes depois que eles desmamarem, assim você não precisará olhar para eles mais do que o necessário. Apenas... Eu gostaria de pedir que o senhor não termine a gravidez. — Lágrimas estão vindo aos meus olhos, o que é um saco, porque mesmo que eu seja sentimental eu não gosto de mostrar à outras pessoas. — Espere aqui, só um segundo — Sr Obermeyer diz, me deixando sozinha enquanto desaparece no corredor com os pés arrastando lentamente pelo o chão. Ele volta segurando uma foto de uma senhora do lado de uma enorme taça de prata. Um poddle está sentado ao seu lado. A mulher está sorrindo de orelha-a-orelha, você pode dizer que ela está delirantemente orgulhosa. Então é o cão. — Essa é a princesa? — Sim, com a minha esposa. Esther morreu no ano passado, bem depois do show canino. — Sr Obermeyer diz, olhando para a foto com saudade — Eu sinto tanto a falta dela. — Sinto muito por arruinar o útero do seu cão. — eu falo tirando vantagem desse momento sentimental e rezando para ele me perdoar. O velho homem balança a cabeça — Você não arruinou ela, é que, bem eu sou superprotetor da princesa. Você acha?! — E os filhotes?


— Minha esposa queria criar a princesa, e filhotes campeões de raça pura. — O que você quer Sr Obermeyer? — Eu só queria minha esposa de volta. Sua dedicação à esposa me faz pensar em Avi. E pela primeira vez desde que me mudei para o apartamento do meu pai eu consigo me conectar com o velho homem. Ele não é amargo. Ele apenas está com ciúmes, porque eu tenho um pai e amigos e ele não tem ninguém. Bem ninguém, exceto um cão feio. Aqui estava eu pensando que essas duas pessoas não poderiam formar uma família, mas acho que estava errada. Sim acontece de eu estar errada, não é muito frequente, mas nas raras ocasiões. — Sr obermeyer, por que o Sr não se junta a minha família para o jantar do Shabbat na próxima sexta-feira? — Eu não sou judeu. — Você não precisa ser judeu para ser parte da minha família. Basta perguntar à minha mãe.


Capítulo 26 Amo o Senhor porque ele escuta minha voz, minhas súplicas; porque ELE volta seus ouvidos para mim cada vez que o chamo (Salmo 116:1) Às vezes minhas brilhantes ideias me metem em problemas e preciso de um pouco de ajuda desde agora.

— Roupas prontas? Miranda nos estende nossos novos gorros que acabara de comprar para nossa operação de sequestro. — Sim. — Roupa Negra? Todos estendemos para assegurar que funcione. — Sim. — Walkie-talkies? Jess nos mostra quatro Motorola's que seus pais utilizam quando vão à Disneylandia todos os anos para que ninguém se perca ou se separe por muito tempo. — Algemas? Levanto uma de plástico que comprei no Walgreeens. — Batom e lacinho de cabelo? — Bom, é aqui onde eu traço uma linha — Nathan diz, apontando


a luz de sua lanterna na minha cara. — Nathan, obviamente não estou me referindo a você. Miranda, está com as chaves? Miranda balança as chaves na sua frente. — Tenho as chaves do seu pai, o carro do seu pai, e a direção. Está pronta pra isso, Amy? Levando em conta que meu coração está batendo um milhão de vezes por segundo, e que não estive comendo direito por dois dias devido à ansiedade do dia de hoje, estou pronta. Subimos no Lexus do meu pai e dirigimos em direção norte até Evanston. Miranda está dirigindo. Eu vou no assento do passageiro. Jess e Nathan na parte de trás. Quando estamos chegando ordeno a todo mundo que coloquem seus gorros na parte de trás de suas calças. — Tenho que fazer? — Jess pergunta — Meu cabelo vai dessarumar. Giro os olhos. — Realmente acredita que me importo que seu cabelo vai dessarumar? — Amy, não somos verdadeiros sequestradores. E Avi irá saber que é você. Isso não se trata de uma operação militar real. E sim de uma garota que quer seu homem de volta. É uma operação real para mim. Quando chegamos em Allison Hall, estacionamos na frente. — E fazemos o que agora? — pergunta Miranda. Olho em volta, analizando o melhor lugar para nos escondermos. — Como sabe que ele estará aqui? — Jess pergunta — Ele poderia estar fora agora, e ficar assim até o resto da noite.


— Jess, não está ajudando — Nathan intervém. Então, ela se cala. — Bem, esse é o trato — digo — Jess, entra e pergunta por ali. Finja que é uma estudante e pergunte se sabem onde está Tarik. Ela coloca sua mão na porta do carro, mas se detém antes de abri-la. — Qual seu sobrenome? — Não sei. Mas tenho quase certeza que não existem muitos Tarik's no dormitório. Observo sua caminhada até o dormitório. Minhas unhas estão um desastre, retirei o esmalte delas, e logo comecei a mordiscá-las. — Para de fazer isso — Nathan ordena — Isso me dá arrepios. Olha, se ele gosta de você, ele gosta, e se não... Bom, ele quem sai perdendo. De qualquer maneira, mordiscar a unha ou não, não mudará o resultado. — Isso é cruel. — Sou realista — Argumenta. Não estou de acordo. Como uma pessoa que pensa que quando a vida é uma merda pode arranhar através dela, e mudar o curso da sua vida, vou fazer o possível pra mudar. Acredito que possa mudar meu destino. Acho que cada garoto que entra no dormitório é Avi. E acredito que cada garota que entra está ali pra vê-lo. Oh, cara, acho que finalmente entendo quando Avi disse sobre o quão perigosa nossa mente pode ser. — É ele? — Miranda diz com entusiasmo pela énesima vez — Não. Dez minutos se passam e minha grandiosa ideia de sequestro talvez não seja tão grandiosa, depois de tudo. Quando Jessica finalmente volta ao carro estou pronta para desistir do plano e voltar


pra casa. — Tarik saiu há meia hora com um cara que suponho ser Avi. Começo a interrogá-la. — Como sabe? Perguntou a um garoto ou garota? Sabe aonde iam? Sabe quando voltam? Quem mais estava com eles? — Amy — Jessica diz — Por que não vai lá e pergunta você mesma? Tenho a informação que queria. Não está no dormitório. Quer ficar e sequestra-lo quando voltar, ou quer abortar missão? Considero ambas opções. Indo embora significa que estaria renunciando a ele... A nós. Indo embora significa que minhas preocupações e dúvidas teriam ganhado por cima do meu desejo de mudar o curso da minha vida para melhor. — Continuaremos com o plano — falo. — Podemos ao menos abortar o uso desses estúpidos gorros tingidos? — Jess pergunta. — Não. Dou a todos seus walkie-talkies e sintonizamos nossos canais. Miranda morde seu lábio inferior. — Só o vi uma vez pessoalmente e outra por foto. Está muito escuro lá fora, mas farei meu melhor. — Está bem — digo — Nathan, espere nessa árvore por esse lado do dormitório e Jess... Espera perto da estátua. Quando vir Avi, Tarik, ou ambos, anunciem pelo walkie-talkie e os rodearemos. Entendidos? Nathan abaixa o gorro tingido negro em sua cabeça, e se dirige à árvore com o waklie-talkie na mão. Jess abaixa seu gorro, mas se inclina sobre o assento dianteiro e move o espelho retrovisor para ela para assim poder ver como parece; Depois de soltar alguns palavrões, acaba falando.


— Estou fazendo isso porque somos melhores amigas, sabe. — Eu sei, e eu te amo por isso. — Uh huh. Deve-me um grande favor por isso, Amy — diz, e sai do carro, indo em direção ao seu posto. — Desde onde os vai cercar... Quero dizer, pará-los assim que cheguem? — Miranda pergunta. Coloco as algemas no meu bolso traseiro, empurro meu cabelo debaixo do gorro. Logo saio do carro, tiro meu telefone celular mostrando pra Miranda. — Estarei do outro lado da rua. Tenho que ter todos os lados do edifíco cobertos. Com um walkie-talkie na mão, as algemas escondidas no bolso, e meu cabelo oculto de vista, realmente sinto como se estivesse disfarçada. Sento-me em um banco em uma parada de ônibus do outro lado da rua do dormitório. E espero. E espero um pouco mais. Acho que estamos na operação de vigilância um pouco mais de quinze minutos. — 10-4, tá na escuta? — a voz de Jessica chama através do walkie-talkie. — Eles apareceram? — Não, só queria saber qual é o nome da nossa operação. Cada operação tem um nome em código. — Sim — Miranda intervém — Que tal operação Lince? Sabem, pelos Linces de Northwestern. — O que acham de Operação Sequestrar Avi? — Jessica fala. — O que acham de Operação Estúpida, 10-4? — Nosso quarto cúmplice diz. — Nathan, cale a boca — Jessica diz.


— Só estava me perguntando... — diz Nathan. Estava tratando de manter o walkie-talkie em um volume baixo para que mais ninguém pudesse ouvir. No entanto não sabia que meus recrutas iam ser tão tagarelas. — O que quer que eu faça se o ver? Bem, planos feitos não são meu forte. Eu digo. — Parem-no. — Como? — Não sei... O que seja necessário pra pará-lo — sussurro no meu walkie-talkie — Só se assegurem de que ele fique tempo suficiente para que eu o algeme e o leve ao carro. — ESSA É A SEGURANÇA DO CAMPUS DE NORTHWESTERN — Uma voz desconhecida e muito autoritária diz através do walkie-talkie em minha mão. — IDENTIFIQUE-SE AGORA E INFORME SUA LOCALIZAÇÃO IMEDIATAMENTE. — Não passe nenhuma informação — Nathan diz — Eles nunca te encontrarão. Falava como um verdadeiro bad boy. — Tenho medo, Amy — A voz de Miranda veio através do walkietalkie. Bato minha cabeça contra o banco que estou sentada. — Acaba de dizer meu nome. — Desculpe. Não era minha intenção. Estou me desculpando por isso agora mesmo. — ESTE É O CHEFE DE SEGURANÇA DO CAMPUS DE NORTHWESTERN — Se escuta no walkie-talkie — AMY, ESTÁ NA FREQUÊNCIA DO RÁDIO DO CAMPUS E TEMOS TODA A CONFISSÃO REGISTRADA. SE ALGUÉM FOR ASSALTADO NA MINHA ESCOLA, TEMOS EVIDÊNCIAS CONTRA VOCÊ.


Sua ameaça nos manteve em silêncio, até Nathan dizer algo. — Estou com fome. — Estou com frio. Acredito que preciso de novos recrutas. Justo quando estou a ponto de enviar todos pra casa, vejo dois garotos de relance que se parecem a Avi e Tarik. De fato, estou segura que são eles. Rapidamente pressiono o botão pra falar. — Os estou vendo! Nathan, vá até a Allison Hall, vão chegar lá num momento. Eu ouvi um. — Pare agora mesmo! — E o walkie-talkie para. Encontro-me na rua, consciente de que Jessica está atrás de mim tratando de entender tudo. O lugar é escuro e está rodeado de árvores, mas posso ver a cena sem luz. Nathan está gemendo no chão, Avi está em modo de comando com as mãos em punhos, e Tarik está atrás deles. Corro e me aproximo de Nathan no chão. — Está bem? Oh, meu Deus, está sangrando. — Arfo quando o lado de seu rosto reflete na luz. — Ele me golpeou e fez essas coisas israelenses de auto defesa em mim — Nathan fala, durante alguns momentos em posição fetal. Avi levanta as mãos como se não tivesse feito nada de mais. — Tá falando sério? Foi você que começou. — Olha de mim para Nathan e por fim Jessica. — Espera, por que todos estão vestidos como ladrões? — Somos sequestradores, não ladrões — Jessica o corrige. — E quem vão sequestrar?


Levanto-me e tiro as algemas. — Você. Avi olha as algemas que estão nas minhas mãos. — São de plástico. E me custaram um dólar e noventa e nove. — Sim. Agora vire-se e coloque suas mãos detrás da cabeça para que possa completar a missão. Avi olha pra Tarik. — Acho que não vamos sair essa noite. Tarik começa a sorrir. — Isso é melhor que um reality show. Eu faria o que a moça pede. Seguindo minhas instruções, Avi coloca suas mãos nas costas e posso prender as algemas nos seus punhos. Quando estou disposta a acompanha-lo até o carro, aparecem luzes intermitentes e barulhos da segurança de plantão ao lado. O pessoal da segurança vem correndo em nossa direção de todos os lados. Não há como escapar. — Qual de vocês é Amy? — Um cara grande que te juro, podia duplicar-se como um lutador de WWE pergunta. — Escuta — Avi diz ao cara dando um passo entre mim e o guarda da segurança. — Eu sou o responsável por tudo isso. — É Amy? Acho que Avi está analizando o homem, vendo se pode pará-lo com sua atitude mesmo estando algemado. Meu cavaleiro israelense de arma brilhante. — Sou Amy — digo ao homem levantando lentamente a mão e mostrando minha cabeça detrás de Avi.


— Amy, posso lidar com isso — Avi diz. — Eu também posso — digo — Até porque, eu te algemei. Não estaria discutindo se estivesse algemada. Avi solta uma breve gargalhada. — Alguma vez pensa nas consequências das suas ações? — Não normalmente. O cara da segurança tosse, conseguindo nossa atenção. — Terminaram sua conversa particular? — Sacudindo a cabeça, aponta Nathan no chão, que parece com um cachorro ferido. — Está ferido? — Sim. E meu ego, também. — Nathan responde. O cara grande avalia a situação. — Temos uma política de novatos no campus — diz — Advirto que por romper a política não só retiramos sua afiliação grega, como até podemos expulsá-los da universidade. — Sorte que não somos estudantes daqui então — Nathan diz brincando. — Têm alguma razão pra essse garoto estar algemado? — O cara grande pergunta, olhando Avi cada vez mais irritado. Deixando escapar um suspiro digo. — Bom, essa é a verdade — aponto pra Avi — Este é o meu namorado... Bem, mais ou menos. Eu estava vindo visitá-lo, mas quando ele descobriu que beijei o... — aponto para Nathan —, foi embora e acabou ficando com ele — aponto para Tarik — Minha melhor amiga está aqui para fins de ajudar e apoio moral — digo apontando pra Jessica (que abaixou o gorro) — E tenho outra amiga no carro por alí — digo, apontando pro carro. Nesse momento uma grande quantidade de pessoas se reuniu ao


redor de nós e acho que um fotógrado de periocidade do campus acaba de tirar uma foto nossa. Quando meus pais descobrirem isso, provavelmente vou estar conectada a terra pela vida. — Vamos ver se entendo. Esse garoto algemado é seu namorado. E você beijou aquele outro que está sangrando no chão ali. — Sim. — E nenhum de vocês são estudantes de Northwestern. Assinto com estusiasmo. — Exatamente — Não há necessidade de envolver o mero espectador inocente, Tarik. Os caras da segurança olham pra Nathan. — Senhor, gostaria de fazer uma queixa contra alguém por agredi-lo? Nathan olha Avi e diz. — Acho que não. — Têm alguém aqui que gostaria de prestar queixa? Estamos todos em silêncio. Aproxima-se de Avi. — Senhor, vire-se para que eu possa retirar as algemas. — Uhm... Gostaria de mantê-las — Avi diz. O vigilante da segurança coloca seus dedos na cabeça como se estivesse com uma enxaqueca. — Bem, então, quem não é um estudante dessa escola deve sair da propriedade da universidade o mais rápido que consigam para que isso acabe. — Escuto o homem falar entre dentes sobre adolescente loucos quando se afasta e trata de dispersar a multidão.


Pelo canto do olho vejo Miranda sair do carro para se unir a nós. Mas não estou prestando atenção nela, estou me concentrando em Avi... Seus olhos mirando os meus quando estamos no Campus de Northwestern com as pessoas olhando, e Nathan sangrando, e Tarik confuso, Jess aproximando-se, e Miranda tratando de parecer inocente. As mãos de Avi continuam atrás das costas, graças às algemas de brinquedo. — E o que acontece agra? — me pergunta. Perco-me na sua voz profunda e sexy. Lambo meus lábios nervosamente. — Bom, o plano era te sequestrar. — Era o plano louco de Amy — Nathan diz enquanto mexe a mandíbula — Não tenho nada a ver com isso. — Eu tampouco — Miranda diz detrás de Nathan para sua proteção. Rolo meus olhos. Meus cúmplices são péssimos. Jessica, que agora está arrumando seu cabello, diz a Tarik. — Suponho que é Tarik. Estende uma mão a ela. — E você? — A melhor amiga de Amy, Jessica. Todo mundo me chama de Jess. E esses são Nathan e Miranda. Tarik me olha, seus olhos sorrindo, mas suas palavras graves; — O que tá planejando fazer com ele? — Se importa? — pergunto. Tarik encolhe os ombros.


— Pode ser. Por outro lado, poderia ser que não. — Não importa o que vai fazer — Avi diz — Faça. Se não percebeu estou de pé algemado no centro do Campus da escola e as pessoas estão olhando. Tarik agita as chaves em seus dedos. — Amy, por que não levo seus amigos pra casa, enquanto vocês ajeitam... Qualquer coisa que necessitem para fazer que funcione. — Sério? — digo, dando minha melhor impressão de um cachorrinho agradecido. — Mas se ele terminar flutuando no Lago Michigan amanhã, não vou te cobrir. Inclinando-se em sua direção, beijo a bochecha de Tarik e sussurro no seu ouvido. — É um bom amigo. Depois de dizer meus agradecimentos aos meus cúmplices e assegurá-los que vão ser bem atendidos por Tarik, acompanho o sujeito Avi até o carro como um oficial de polícia. Quando chegamos ao carro, abro a porta para ele e faço um gesto em direção ao assento. — Não vai tirar as algemas antes de eu entrar? — Nop.


Capítulo 27 Liberdade. Significa liberdade de perseguição? Liberdade pra fazer o que quer? Ou liberdade é um estado de ânimo? O melhor é que é tudo junto.

— Não confia em mim? Dá uma breve risada. — Não causei tudo isso só pra te deixar livre. Entra. Ele inclina sua cabeça, suas mãos ainda estão atadas atrás das costas, e se senta no banco do passageiro. Vê-se obrigado a se acomodar já que não está apoiado contra as incômodas algemas, o que me faz ter vontade de tirá-las. Mas, e se me deixar depois que o liberar? Não, preciso que me escute, não importa o que aconteça. Tenho que me apoiar sobre ele para colocar o cinto. Não pode fazer ele mesmo já que suas mãos estão atrás das suas costas. Posso sentir sua respiração na minha nuca enquanto me aproximo do seu corpo pra ajustar o cinto. É a lei, sabe. Acredito que acabo de ouvir um leve gemido, mas não estou segura. — Está usando um novo perfume? — pergunta, sua respiração na minha pele. — Cheira diferente.


Não respondo. — Aonde vamos? — pergunta, quando começo a conduzir fora do Campus em direção norte a estrada Sheridan. — Você é meu prisioneiro, geralmente os prisioneiros não sabem para onde vão quando são sequestrados. E eles não falam. Para ser honesta não sei para onde estou indo. Algum ligar onde possamos ficar sozinhos, algum lugar onde ninguém possa nos encontrar. Se huvesse um botão que pudesse nos enviar a uma ilha deserta, o pressionaria. Ele precisa me ouvir. Depois disso... Segurarei a respiração até a sua resposta. Quando pego um semáforo vermelho, o olho. Está usando uma camiseta cinza de manga comprida com um logo hebreu nela, junto com umas calças desgastadas com um pequeno buraco em um dos joelhos. Pergunto-me se esse rasgo ocorreu esta noite quando Nathan foi pra cima dele. Não posso ler o rosto de Avi; é um Mestre em esconder emoções. É algo que aprendeu, ou nasceu com esse talento? — Amy, não tem que fazer tudo isso — diz. — Oh, eu tenho — digo depois de acelerar e começar a dirigir de novo. — Escuta Amy, quando vim a Chicago não sabia... — Avi, fique quieto e me escute antes, de acordo? Quero dizer, tenho que desabafar antes que diga que foi um grande erro ter vindo aqui e que vai voltar pra casa em dois dias e nunca mais me ver. — Como quiser — diz, olhando pela janela e tomando uma profunda e frustante respiração. Oh, genial, agora o irritei. Estou passando pelo Templo Baha'i, que parece com um planetário. É tão grande e tão ilumidado.


— É o Templo Baha'i — explico a Avi quando vejo seus olhos aumentarem ao ver o prédio tão diferente. — Wow — Avi diz. — O que está em Hafia perto da casa de minha tia tem uma cúpula de ouro. Está no meio da montanha, é possível vêlo há quilômetros de distância. Conduzo em direção a parte de trás Templo, no Parque Gillson, onde há casas milionárias junto à estrada Sheridan que só pessoas que tem muito dinheiro podem permitir-se, como diz minha mãe. No momento que passamos por Glencoe descubro qual é o meu destino. A praia Rosewood. Uma pequena praia em Highland Park. Mamãe me levou lá durante um verão quando era pequena. Recordo que o vento era tão forte que minha manta voou jogando areia no meu rosto. Não era um pessoa de areia para começar. Era um desastre, estava em todo lado e levou dias pra tirar do meu cabelo e sapatos. E por muito que mamãe quisesse que eu entrasse no Lago Michigan, eu resisti. Vi os garotos que brincavam com seus baldes na água e molhavam ao redor... Eventuamente tiveram que sair da água e caminhar na areia. Essa areia grudou nos seus pés e pernas e mãos e... Ugh, todas as partes. Dirigindo-me ao pequeno estacionamento, penso que às vezes as situações complicadas podem resultar em algo bom. Acho que estou aprendendo isso recentemente. Paro no escuro estacionamento perto da orla da praia, com vista pro lago. Não há nenhum outro carro à vista. Somos os únicos nesse lugar. Quase como se tivéssemos em uma ilha. — Agora vai tirar as algemas? — pergunta. — Não. Não até que escute o que tenho que dizer. — Me viro em direção a ele. As únicas coisas entre nós dois é o apoio de braços e o porta-copos. E nossa tensa relação, se vamos ser técnicos. Aproximo-me e tiro o cinto de segurança, o click o libera da imobilização. Está tão cômodo como se pode estar com as mãos atrás


das costas. O brilho dos seus olhos resplandece por causa da luz da lua. Posso senti-los em mim como se fossem suas mãos. — Não me olhe — digo. — Por que não? — Me dá vergonha. O que estou para dizer me dá vergonha. — Então, deixe-me falar — diz com sua segura e suave voz — Eu não estou envergonhado. Inclino a cabeça e levanto as sombrancelhas. — Só se vire. Nega com a cabeça em confusão, mas no fim se vira e fica olhando pela janela. Preparo-me para o pior e começo a falar. — O verão passado foi o melhor da minha vida. Conhecer alguém que realmente gostava me surpreendeu mais que tudo. — Digo o mesmo — diz em direção a janela. — Sim, mas me disse que não te esperasse. Não queria se envolver, não queria uma relação... Tudo o que queria é uma aventura de verão. — Foi incrível. — Sim, mas ela logo se acabou. Foi para o exército e eu voltei pra casa. Quando as coisas saíam mal com Jess, não pude te ligar. Quando as coisas saíam mal com meus amigos ou com minha família, não estava ali para me tranquilizar e dizer para não me assustar tomando minha mão de um modo familiar. Esta vez ele se vira na minha direção com a mandíbula apertada. — Assim, me substitiu por Nathan. Eu entendo Amy, não têm que dizer o óbvio.


— Admito — digo em voz baixa — Beixei Nathan. Duas vezes. E beija bem. Bom, a primeira vez não foi, mas a segunda foi consideravelmente melhor. — Não quero escutar — Avi diz com a voz tensa. — Sim, tenho que dizer. Porque não quero segredos entre nós Avi. E, não quero que fuja de mim quando as coisas ficarem difíceis. — Eu não fugi. — Foi embora tão rápido que não tive oportunidade de esclarecer minha mente — digo colocando minha mão na sua coxa. Tenho que tocá-lo para o fazer entender o quão é importante pra mim. Será que sabe com meu toque o quanto eu o quero de volta em minha vida, que existe um vazio em meu coração que apenas ele pode preencher? Ele olha para minha mão. — Você sabe? — Sabe que não te sequestrei por nada. Fique comigo Avi. Fique comigo apesar dos meus erros, meus problemas, meu temperamento, e minhas dúvidas, por que... Oh, Deus, eu te amo. Estou esperando que diga algo, não importa o que. Meu amor não vai fracassar. Posso dar uma razão, ou centenas delas do porque o amo. Há uma conexão quando rimos, quando discutimos, e quando nos beijamos... Há uma agitação que arde dentro de mim quando não está comigo, e que se acalma quando estamos juntos. Está no exército israelense, eu sei. E é bem provável que não o veja por muito tempo. Talvez consiga sair no verão, talvez não. Não me importa, sempre e quando tivermos algum tempo para dizer o que quiser, quando quiser.


— Vem aqui — diz. Olho o pequeno espaço do assento do passageiro, o apoio braços e o porta-copos entre nós dois. — Hmm, aonde quer que eu vá Avi? Não têm muito espaço aqui. — É inteligente, descubra. Não me perguntem como meu prisioneiro está me dando ordens. Mas não me importo, estou totalmente de acordo com isso. Abro o caminho sobre o apoio de braços e me movo em direção ao assento do passageiro, no final sentando comodamente nas suas pernas. — Sou egoísta — Avi diz, seus escuros olhos me olham com intensidade — Porque não quero compartilhar. — Inclina a cabeça para baixo e diz algo em hebreu que parece com uma maldição, logo diz —. Meu ego sofreu quando descobri que beijou Nathan. Deixei-te porque meu ego estava ferido. Abaixo minha cabeça para que possa ver meu rosto. — Se pode me perdoar, eu posso te perdoar... E seu ego também — digo — Só quero passar cada segundo junto com você antes que volte pra Israel. — E antes que volte, o que existe entre a gente? São três anos no exército, não se sabe o que pode acontecer. — Não quero terminar Avi. — Eu muito menos. Que tal uma relação não pergunte e não diga nada enquanto estou fora do exército? Não pergunte e não diga nada. Isso parece justo. — Ok. Isso significa que posso te chamar de meu namorado ao invés de meu não-namorado? O canto da sua boca se curva.


— Definitivamente. — Fizemos um contrato? Estendemos as mãos? — Que tal selar o trato com um beijo. Essa vez sem nenhuma distração. Ambos nos inclinamos e nos aproximamos. Justo quando nossos lábios estão a ponto de tocar-se, meu telefone toca. — Não vai atender? Pode ser seu pai. Movo minha cabeça pra um lado e encosto meus lábios contra os seus. — Sem nenhuma distração, lembra? Ignorando o toque insistente, começamos a nos beijar suavemente, da mesma maneira que fizemos da primeira vez. Doce e lento, com paixão e fome como se com isso uma vingança fosse desencadeada. Lábios contra lábios, acaricio seu rosto antes de mover minha mão ao seu abdômen, explorando o caminho enquando ainda está algemado e estamos nos beijando. — Um dia vamos fazer isso em outro lugar que não seja um carro — diz, sua voz e sua respiração são mais irregulares que antes. Através da sua camisa posso sentir seu coração também batendo forte. Sorrio, sabendo que posso fazê-lo se sentir dessa maneira, que me deseje tanto quanto o desejo. Aproximo-me ainda mais e coloco o assento numa posição reclinada, me dando conta que estou jogando com fogo, mas me sinto muito bem para me deter. Sons de gemidos se ouvem no carro. Não estou segura de veêm de mim ou dele. Avi acaricia meu pescoço com seus lábios, lambendo e beijando em direção ao decote em V da minha blusa, enquanto meus dedos vagam pelo seu corpo, dando carícias por si só. Com um deslocamento do seu corpo, de pronto as mãos de Avi


estão na minha cintura, movendo-se pela minha coluna e sustentando minha cabeça. Sua respiração é pesada e irregular e seus olhos são tão intensos quando me olha que está ficando difícil respirar. — Conseguiu se livrar das algemas? — sussurro, sentindo-me débil por seus beijos, suas carícias, suas mãos e suas palavras. — Sim, tinha um botão de liberação nelas. Inclino-me para trás separando nossos lábios e corpos por um segundo. — Quando o encontrou? — Dez segundos depois que as colocou — Seus dedos acariciam as mechas soltas de meus cabelos, os tirando do meu rosto — O importante é que não precisa de algemas para me ater a você, sou seu sem elas. Aproximo sua cabeça em direção a minha e nos beijamos, e continuamos explorando-nos enquanto nos movemos ritmicamente contra o outro. — Quero esquecer o quão inexperiente é — resmunga as palavras no meu ouvido. — Então, me ensine — digo. Mordo meu lábio inferior enquanto me sento e desabotoo os primeiros botões da minha blusa. — Me olhe — Avi diz. — Por quê? — Para poder ver teus olhos. Os olhos de Avi estão centrados no meu rosto, e não na minha blusa, enquanto me movo minhas mãos desabotoam o restante dos botões. Minhas mãos estão tremendo. Não estou segura se é por causa do frio do carro ou por causa dos meus nervos. — Não prestou atenção quando seu pai conversou com você sobre


sexo? Não te disse que os garotos só querem uma coisa? — Você quer Avi? Só quer uma coisa? — digo enquanto abro minha blusa e revelo meu sutiã. — Para ser honesto, meu corpo só está pensando numa coisa agora mesmo. — Igual a mim. Não vai tirar a camisa? No momento que está tirando, diz com uma voz tensa. — Seu pai vai me matar — Logo tira a camisa e joga no assento do condutor, seus olhos nunca deixando os meus. Encosta a ponta dos seus dedos contra minha barriga, e meu corpo se estremece em resposta. — Tá de acordo com isso? — pergunta com seu rosto sério. Concordo e dou uma pequena resposta. — Farei que você saiba quando não estiver. Enquanto me inclino para pressionar nossos corpos, suas mãos buscam abaixo de minha blusa aberta e me puxa em direção a ele. — Teu corpo... É tão quente. Suas mãos são como fogo, consumindo meu corpo com seu toque. Movo minha cabeça em seu peito escutando as batidas de seu coração que tem o mesmo ritmo descontrolado que o meu, nisso, suas mãos acariciam meus cabelos, minha costas nuas, e meus peitos. Reclamo seus lábios. Minhas cruas emoções, e novos e maravilhosos sentimentos passam pela minha cabeça. Sou plenamente consciente que não estou pronta para ter sexo, mas estou pronta pra experimentar mais... — Avi — digo, deixando que meu tom diga mais que minhas palavras —. Quero...


Como se entedesse, Avi muda de novo, dessa vez movimentando nossos corpos, o que faz que agora esteja em cima de mim. — Ow — diz. — O quê? Fiz algo que o feriu? — Só golpeei a cabeça no espelho. — Acho que o cinto de segurança está cravado nas minhas costas — digo. Ou talvez sejam as algemas. Ou os dois. Tudo que eu sei que é ambos estamos incômodos agora. Se move em direção a mim e geme em frustação quando tenta esticar as pernas de modo que não incomodem a mim. Acho que uma das suas pernas está debaixo do volante, mas não estou segura. Minhas mãos estão em seus ombros, meus pés esmagados debaixo do painel, e acredito que o cotovelo de Avi está no porta-copos. E agora meu telefone está tocando de novo. — Isso não está funcionando, certo? — diz. Olho nossa posição, e o quão embaracoso é. — Acho que têm razão — digo totalmente frustada. Se apoia no assento traseiro, recupera o telefone e me entrega. Abro de uma vez. — Oi Aba. Avi se retorce e termina no assento do motorista. — Está bem? — meu pai grita do outro lado da linha. — Sim — Mais que bem. — Então, vou te matar. Onde você tá? Tenho tentando te ligar e só chama. Para que tem um celular se não atende?


— Não escutei — Minto e interrompo seu monólogo — Acho que deve ser problema de sinal. — É uma resposta bem patética, mas não sou muito boa em mentir rapidamente. — Onde está? Perguntei a Nathan, mas têm os lábios mais selados que porta de um submarino. Se meteu em algum problema? — Estou com Avi — Finalmente digo, lançando as algemas no assento traseiro, assim que eram elas que estavam pressionando minhas costas. — Pensei que tinha ido ficar com seu amigo em Northwestern. Tinha me dito que haviam terminado. — Havíamos... Mas agora não. Voltará para casa e ficará conosco — falo e logo olho para Avi esperando que ele aceite dormir em nosso apartamento essa noite e cada noite até ir embora. — Está com ele agora? — Sim. — Sozinha? Olho o vazio estacionamento, a praia deserta, e a água congelada do Rio Michigan brilhando por causa da luz da lua. — Sim — digo. — Coloque Avi no telefone. Agora. — Aba, não me envergonhe. — Deixe-me dizer isso Amy. Se não coloca-lo no telefone, tirarei seu celular, o computador, teus privilégios com o carro e esse garoto não entrará na minha casa. Entendido? Meu pai é um estraga festas. Estendo o telefone pra Avi. — Quer falar com você. Avi pega o telefone com toda a seriedade.


— Ken — diz. Sim. Só escuto a parte de Avi, mas não importa porque a conversa está sendo toda em hebreu. — Ami shomer aleha. Ken. He beseder. Ken, ani rotze lishmor al kol chelkay hagouf sheli. — O que está dizendo? — sussurro. Avi continua com a mão no bocal do telefone... — Está fazendo uma lista de partes do meu corpo que vai reorganizar se acaso te compremeter. Coloco minhas mãos sobre meus olhos. Certo, meu pai podia distanciar qualquer garoto de mim, incluso um a comandantes das forças armadas Israelenses. — Ron, ta'ameen li... ani ohev et habat shelcha ve lo ya'aseh doom lif' goah bah. Depois que Avi diz a última parte há um silêncio na linha por um segundo. Posso sentir a tensão crescente entre os dois homens da minha vida. — Beseder — Avi diz. — Beseder — repete. — Beseder — diz de novo. O silêncio está me matando. — O que significa Beseder? Ao invés de responder, fecha o telefone e o joga no banco traseiro. — Significa, de acordo ou está bem. — Realmente te ameaçou?


— Especialmente depois que disse que a amava. Meu coração está batendo descontroladamente. — Disse que me amava? Concorda. Inclino a cabeça pra um lado e digo com um sorriso. — Sabia que se supõe que deve declarar seu amor à garota antes de dizer ao pai. Ao menos nos velhos tempos, no qual estaria dando ao meu pai cabras, presentes e ouro em troca da minha mão. — Minha família possui a metade das cabras de Moshav — diz, levantando as sombrancelhas. — Que tal se oferecer nossa metade ao seu pai? Estive no Moshav durante o verão. Meu tio possui a outra metade da granja de cabras. — São muitas cabras — digo — Como sabe que valho a pena? Avi me encara. — Você vale, Amy — diz, sustentando de novo minha cabeça em suas mãos — Confia em mim, a vida com você seria uma aventura. Quando estou a ponto de me aproximar, o sinto juntar as partes da minha blusa. — O que está fazendo? — Abotoando a sua blusa — diz enquanto suas mãos se movem com destreza e a abotoam. — Por quê? — Porque prefiro não ter que dizer aos nossos filhos que seu pai declarou seu amor em um assento traseiro de um carro. — Estamos no banco da frente.


— Sim, bom... E por mais que eu pense que posso convencer seu pai e lhe dar uma grande quantidade de dinheiro, prefiro não chegar a esse ponto. Avi coloca a sua camisa, cobrindo seu abdômen sarado e seu peito bronzeado que uma vez pensei que não me afetava. Eu fiz. — Vamos dar um passeio na praia. Olho pela janela e sei que é uma noite fria e com muita ventania no norte de Illinois. — Tá congelando lá fora. — Fique perto, então. Manterei-te quente. Saímos do carro. Avi coloca seu braço ao meu redor enquanto passeamos pela escura e arenosa praia. Tem razão. Seu abraço me mantém quente nessa noite fria. Depois de alguns minutos, se detém e se volta pra mim. Pega a minha mão nas suas entrelaçando seus dedos com os meus. — Amy — diz, sua voz totalmente séria. Meus olhos estão cheios de emoção. Vai dizer... Eu sei. É tão difícil pra ele. Seu irmão morreu em um bombardeio e Avi tem estado lutando com suas emoções desde então. Aperta os olhos como se tratasse desesperadamente para sair as palavras. — Fique aqui. — Pegando as chaves do meu carro do meu bolso, ele corre até o carro e volta — Toma, diz sustentando meu celular — Chame o correio de voz. — Pra quê? — Só faça isso. Aperto meu correio de voz. A primeira chamada foi às cinco em


ponto... Antes do sequestro. — Oi Amy, é o Avi. Ehhh, uh, estva pensando muito essa semana e a verdade é... Bom, sinto saudades. Muitas. Estou morrendo por dentro por não estar perto de você. Quero dizer, entendo se não quiser voltar a falar ou me ver de novo porque fui embora como um idiota ferido, mas... Bom... Se ainda estou em seu coração... Ou até na sua cabeça e pensa que pode me perdoar por ter um ego tão grande como a Torre Sears que visitei ontem, ligue neste número... É o celular de Tarik. Pressiono nove em meu celular e me viro pra ele. — Isso foi muito doce — digo, e também significa muito pra mim que ele tenha ligado antes do sequestro. — Espera, escuta a seguinte mensagem. A seguinte mensagem? Ponho o telefone de novo na minha orelha para ouvir a próxima mensagem. — É Avi de novo. Já te disse que seus olhos me recordam um vidro fundido? Posso ver sua alma através desses olhos, Amy. Ficam escuros quando tenta ser sexy, e brilham quando sorri. E quando acha que está em problemas pisca o dobro que o normal, e quando está triste, os cantos dos seus olhos se fincam para baixo. Sinto saudade dos seus olhos. E não quero que seus olhos tristes sejam minha última lembrança de você. Guardo a segunda mensagem também, e viro em direção a Avi. — Tem outra, não é? Assente. Pressiono o botão e ouço a seguinte mensagem: — É Avi. Eu quero te dizer algo. Não porque quero que diga de volta — Um suspiro profundo — Eu... Te amo. Não é essa classe de amor condicional... É a classe que estará ali para sempre. Até se não me ligar. Até se gostar de Nathan ou outro garoto. Podemos ser amigos. Podemos ser algo mais. Só... Me ligue.


Pressiono o botão para seguinte mensagem. Avi parece como se quisesse mordiscar as unhas nesse momento, ele tá muito envergonhado. — Eu mencionei que a primeira vez que te vi, me senti tão atraído por você que me assustou? Eu, assustado. Mesmo quando estou ao seu redor, porque agora te quero na minha vida para sempre. Quando tempo é pra sempre, Amy? Fecho o telefone. — Não quer ouvir o resto das mensagens? Coloco o telefone no meu bolso de trás enquanto as lágrimas caem. — Não — Bom, de fato escutarei quando estiver sozinha no meu quarto a noite e quiser ouvir sua voz antes de dormir. Nesse momento tudo o que eu quero fazer é ficar com meu namorado e desfrutar dessa pequena quantidade de tempo que nos resta um com o outro. — Avi? — Sim. — Agora terei que dizer a nossos filhos que se declarou por um celular. Sorri amplamente, e logo ri. — Que tal isso, então... — diz, e logo me levanta sem esforço em seus fortes braços e me estende gentimente na areia. Tenho que dizer, estou muito menos preocupada por a areia em meu cabelo ou grudada a minha roupa do que pelas palavras que estão a ponto de sair da boca de Avi. Se inclina sobre mim. Suas mãos uma vez mais pegam as minhas, entrelaçando seus dedos com os meus. — Te amo Amy Nelson-Barak. Desde o momento em que pus


meus olhos em você não pude deixar de te olhar. Desde o momento que conversamos não pude deixar de discutir com você. Desde o momento em que nos beijamos, não pude deixar de te beijar. E desde o momento em que compartilhamos nossas esperanças, medos e inseguranças. Não pude deixar de te amar. Oh, isso é bom. Duas vezes. Talvez hoje seja terça-feira?


Capítulo 28 Rei Salomão não pediu a Deus para ser rico ou viver muito. Ele pediu sabedoria e conhecimento (Reis 3:9). Eu tenho que ser honesta... Eu sou mais egoísta do que o rei Salomão. Abercrombie & Fitch está dando uma liquidação na próxima semana e, bem...

É meia-noite quando voltamos pra casa. Tivemos que recuperar a bolsa de Avi do dormitório de Tarik em Northwestern antes de voltar pra casa, onde meu pai está nos esperando como um leão superprotetor esperando que seu precioso cachorro regresse de sua primeira caça. Meu pai está encostado em uma das paredes do corredor em frente à porta, assim que seu rosto é a primeira coisa que vemos quando entramos. Todo seu cabelo está em mal estado, sem dúvida por ter passado a mão um milhão de vezes. — Oi, Aba – digo, dando um beijo na sua bochecha, tentando suavizar o ambiente. Mutt pula em cima de mim totalmente agitado, balançando o rabo rapidamente. O acaricio, voltando então a olhar meu estóico pai. Seus olhos se estreitam para Avi que está de pé na porta com sua mochila nas mãos. Momento do acerto de contas. — Avi, por que não entra enquanto arrumo sua cama? Avi olha para meu pai buscando aprovação. Oh, não. Acho seriamente que meu pai vai bater nele nesse momento. Alguém vai falar? Ou estes homens vão ficar aqui olhando-se até que um deles desista? São como cães.


— Se você ama a minha filha, então tem que trazê-la para casa em uma hora decente. Avi abre a boca como se fosse responder, mas desiste. Meu pai parece contente com o silêncio de Avi, como se não estivesse esperando uma resposta. Vou ao armário do corredor pegar alguns cobertores porque estou muito envergonhada de ser testemunha do meu pai falando com meu namorado e sei que não posso evitar que isso não ocorra. Quando volto pra sala o ambiente mudou. Avi está sentado no sofá e meu pai pegou a cadeira da sala de jantar, e está na frente de Avi, o olhando. Enquanto Avi e eu organizamos os cobertores meu pai não muda de expressão nem faz nenhum barulho. Quando pegamos a almofada e nossas mãos se tocam, me pergunto se meu pai pode dizer o quão elétrico é o toque. — Hora de dormir — ladra meu pai tão pronto quando vê o sofá ser transformado em uma cama. No meu quarto coloco meu pijama, e vejo Avi no corredor quando vou ao banheiro escover os dentes e lavar o rosto. Olhando no espelho vejo uma pessoa feliz que está contente com sua vida. Não é perfeita, isso é verdade, mas estou tentando. Saio do banheiro e me dou conta que meu pai saiu da sala de estar, e está parado entre meu quarto e a sala, onde Avi está dormindo. — Aba, quanto tempo vai ficar aqui sentado? — pergunto. — Toda a noite. Não posso ficar com raiva dele. Sei que apenas se preocupa comigo, e se questiona sobre se é um bom pai. Depois de tudo, só vivi com ele alguns meses e no entanto se acostumou a ter uma filha adolescente ao redor. É provável que pergunte sobre minha vida a minha mãe. Considerando o ano anterior, não quero dizer nada,


entendo por que está sentado em uma cadeira no meio do corredor, e o porquê não sairá dali tão rápido. — Só quero dizer boa noite ao Avi. Preciso da sua aprovação? — Isso vai depender de quanto tempo durar o boa noite — diz, abandonando seu posto pra me seguir. Bom, três são muitos nesse cenário. Não é fácil dizer boa noite ao garoto de seus sonhos quando seu pai está de pé atrás de você. — Bem, boa noite Avi — digo timidamente quando entro na sala e desejo que na verdade estivéssemos na praia... Sem um guarda-costas. Avi está sentado na sala com uns folgados shorts curtos e... Bem, isso é tudo. Por mais que odeie as pessoas olharem meus peitos, é difícil não olhá-lo nesse momento. Acho que se vestiu assim apenas para me tentar. Dois podem jogar esse jogo. Não posso fazer nada agora, mas amanhã vou tenta-lo vestindo com algo extramente curto. Vamos ver como reagirá amanhã. Ele tem esse enorme sorriso no seu rosto. Não tem nem ideia do que estou pensando nesse momento. — Lyla tov, Amy — me diz boa noite em sua língua mãe. Quero dizer mais, mas não com um guarda-costas atrás de mim, assim volto pro meu quarto. Apesar de que olhando apenas pra Avi sei que não tenho que dizer nada. Ele sabe como me sinto e o que queria dizer. —Sério Aba, sabe o quanto está me envergonhando? — Sério Amy, sabe que não me importo? Reviro os olhos. Deitada na cama me pergunto quanto tempo ficará sentado no meio do corredor. Espero que acabe dormindo na cadeira e acabe com uma cãibra no pescoço.


Entro debaixo do cobertor, desejando abraçar Avi em vez de meu urso de pelúcia. São só mais duas noites antes que Avi vá embora. Como é que meu coração não está se rompendo em pedaços? E como vou dormir essa noite se estou muito agitada para dormir? Estou passando os acontecimentos tarde na minha cabeça, concentrando-me nas partes do — te amo —, pulando convenientemente as partes vergonhosas do campus Northwestern. Essas coisas podem apagar-se facilmente da minha memória. Apesar de que... Me pergunto se Jess, Nathan e Miranda estão bem. Se quiser ajuda técnica a respeito, eu digo esta noite.


Capítulo 29 Sara deu à luz a Isaac quando tinha noventa anos e seu marido Abraham cem anos (Gênesis 17:17). Espero que minha mãe e Marc não continuem tendo filhos quando forem tão velhos.

Eu amo os fins de semana. Especialmente quando não tenho nenhuma tarefa e meu namorado está na cidade. Pela manhã saio do meu quarto com uma camiseta preta, extra pequena que tem um decote enorme. Jess e eu compramos uma no inverno passado, quando era a última na moda, no entanto, estavámos muito envergonhadas para usá-las em público. Durante o café-da-manhã faço um grande espetáculo para chamar a atenção de Avi. Ele não está olhando, seus olhos estão na comida. Continuo trazendo coisas... Pão, purê de grão de bico, suco de laranja. Olha para mim, mas não para o meu decote. O que tá acontencendo? Quando meu pai entra na cozinha me dá uma olhada e coloca suas mãos sobre os olhos. — Amy, onde está o resto da sua camiseta? — Isso é tudo. — Uh... Não. Não. Não. Não. Isso não cobre suas... Partes. — Aponta para Avi —. Feche seus olhos. — Aponta o mesmo dedo pra mim, mas continua com a outra mão nos olhos. — Volte para o seu quarto e coloque algo MUITO conservador. Algo que cubra essas coisas de garotas.


Os ombros de Avi estão tremendo, e acredito que ele acabou de cuspir seu cereal ao tentar disfarçar sua risada. Fico com raiva pela frustação, e olho para meu namorado. — Não se deu conta que meus seios estão praticamente pulando do decote? Avi olha de mim para meu pai. — Uh... Esta é uma briga que não deveríamos ter na frente do seu Aba! Meu pai levanta as mãos parando a conversa. — Essa é uma conversa que não deveria estar acontecendo na verdade. Amy, estou ligando para sua mãe. Depois mude sua camiseta. Isto está fora da minha jurisdição. Troco-me, então, tenho que lidar com minha mãe e meu pai falando pelo telefone sobre mim durante quinze minutos. — Os notei, Amy — Avi diz enquanto sento com um barulho alto na mesa da cozinha. — Bom, não os olhava — digo em tom acusador. — Não, saiba que queria. Com isso me acalmo. Normalmente odeio que as pessoas me olhem devido à abundância que Deus me abençoou (frase da minha mãe, não minha). Avi sabe. Sei que estou sendo ridícula e sem nenhum sentido. — Se isso te faz sentir melhor, quando deu a volta não pude tirar meus olhos deles. Até eu sei que essa conversa é ridícula. — Obrigada, Avi. Dá-me um de seus sorrisos de canto.


— É tudo sababa? — Sim. — digo — É. Depois de que minha mãe teve uma briga comigo por telefone recordando-me que as partes íntimas são privadas, arrastei Avi ao Museu de Ciência e Indústria. É meu museu favorito, em especial a exposição de bebê morto. Bom, tecnicamente se chama exposição neonatal, mostrando os embriões e os fetos no formol. Sempre fui fascinada com essa exposição: ver como a vida humana começa com um ponto e termina com uma pessoa real. Um milagre total, não posso descrever de outra maneira. Faz-te creer em Deus de novo. Pensei que Avi ficaria entediado ao ver os bebês mortos, mas quando o olhei, o encontrei estagnado na exposição. Sei que sente o mesmo que eu. Ao estudar as etapas de desenvolvimento, meu coração está como o das mães destes meninos que não puderam crescer. Eles perderam a vida antes que a mesma começasse. Mas estão fazendo mais pelas pessoas que em toda sua vida, seguramente mais do que fiz nos meus dezessete anos. Eles fizeram que as pessoas sejam mais educadas, que tenham consciência do que é estar dentro do corpo de uma mulher enquanto está grávida, e até aproximar as pessoas de Deus. Avi pega minha mão nas suas enquanto paramos em cada etapa do desenvolvimento e no estudo dos fetos. Estão estiquetados como homens ou mulheres (também os gêmeos idênticos são etiquetados), e quantas semanas de idade têm. Avi põe sua mão sobre o vidro, justo na frente do feto que se vê plenamente desenvolvido exceto por ser pequeno. — Nunca tinha visto nada como isso — diz. Sei que não é a exibição favorita de todos, e se realmente pensa que é um pouco estranho. No entanto, me faz sentir bem saber que compartilhei com Avi e que ele gostou tanto como eu. Talvez um dia...


Olho pra Avi. Ele sorri. Posso dizer que está pensando na mesma coisa. Durante a tarde, o levo junto com Mutt à casa da minha mãe. Não posso deixar que Avi volte para Israel sem conhecer a outra metade da minha família nuclear, mesmo que estou segura de como Marc e minha mãe atuarão ao seu redor. E agora que acabamos de ver a exposição neonatal no Museu de Ciência e Indústria, espero que minha mãe agora grávida não assuste Avi. Tão pronto como minha mãe vê Mutt, diz. — Têm que trazer o animal? — diz. — Mãe, tem um pátio em que pode correr. Ele ama seu jardim. Desde que estou mantendo Mutt com uma coleira de extensão no parque para que não engravide qualquer outra cadela, o lugar da minha mãe é como a Cidade da Liberdade pra ele. — A última vez não pegou todo seu cocô, Amy. Marc teve que fazer na semana passada. Assim que se faz, Mutt! — Sinto muito, mãe — Trato de dizer com sinceridade, mesmo que na minha cabeça creio que Deus teve algo a ver com isso. B'shert, verdade? Destinado a ser. — Amy, não diga que sente muito. Diga a Marc. Depois que Mutt fica solto no pátio, minha mãe diz. — Vou assumir que é Avi. Avi lhe dá um de seus sorrisos assassinos, mostrando seu encanto, e estendendo a mão. Meu coração dá uma agitada porque sei que está fazendo isso por mim, que é importante para ele que minha mãe goste dele. E talvez porque acabou perdendo alguns pontos com meu pai depois de ontem e quer recuperar alguns com minha mãe antes de ir. O garoto é um gênio.


— Então, quantos anos têm mesmo? — Mamãe pergunta enquanto olha seu cabelo preto de modelo. Se não soubesse, acharia que minha mãe está tentando conseguir pontos com Avi. Amy, não brigue com ela. Não está te fazendo passar vergonha de propósito. Espere até mostar as fotos de mim como um bebê pelada. — Dezoito — responde Avi. — E está no exército israelense? — Sim. Minha mãe se senta-se à mesa da cozinha e diz. — Então... O que faz lá? — Mãe, está treinando para ser um comandante — digo, interrompendo. — Não pode dizer o que faz todo o dia. — Disparar armas de fogo? Avi olha de mim pra minha mãe e vice versa. — Quando temos que fazer — diz. Preciso de uma Coca-Cola. Isso é mais difícil do que pensava. Abro o refrigerador, mas não têm Coca-Cola... Nem Coca-Cola Light, nem Coca-Cola Cherry, nem Coca-Cola baunilha. Nem sequer CocaCola Zero. — Ei mãe, onde tá a Coca-Cola? — Não temos em casa. Não é bom para o bebê — diz, logo em seguida tocando a barriga. Enquanto olho sua mão acariciando sua barriga, penso na exposição neonatal que vimos hoje. Pela primeira vez imagino como parece meu irmão ou irmã, nesse momento. É o tamanho do meu punho... Ou talvez menor. Marc tropeça na cozinha, se apresenta para Avi, e ambos se dão


as mãos. — Joga golf? — Marc pergunta, retirando seu taco de uma bolsa. — Não, o futebol é meu esporte — Avi diz, olhando pra mim. Encolho de ombros, confundida. Marc quer golpear algumas bolas no campo de tiro para testar as habilidades de Avi num club? Ou está tentando desesperadamente manter uma conversa de esporte viril ou, mais terrível ainda, uma competição esportiva? — Por que os garotos não vão procurar uma partida de futebol na tv, enquanto Amy me ajuda com a mesa? — Eu posso ajudar também — Avi diz. — Continue — digo e o empurro suavemente pra fora da cozinha. Preciso de tempo a sós para conversar com a minha mãe. Enquanto Marc e Avi se instalam na sala de jantar, minha mãe e eu colocamos a mesa. Mamãe sorri e me olha como se acabasse de me comprometer, ou algo assim. — É adorável — diz — Posso ver porque está tão caída por ele. Caída nele? Estou mais que caída, estou totalmente apaixonada pelo garoto que está longe de mim por uma habitação de distância e me dou conta que é muito pra mim. Não quero nem pensar em amanhã, quando tiver que leva-lo ao aeroporto e ver um avião o levando pra longe. Olhando as flores frescas no centro da mesa da cozinha, digo. — Mãe, quantas vezes já se apaixonou? — Quantas vezes pensei que estava apaixonada, ou quantas vezes estava realmente apaixonada? — Como sabe a diferença? — Não sabe, não no momento que está sentindo. Eu estava apaixonada por Danny Peterson no ensino médio, saímos no meu


último ano. — O que aconteceu com Danny? — O encontrei beijando Shanya Middleton nas grades durante a classe de ginástica. Suponho que não me amava como eu o amava. Então, aí entrou seu pai. No profundo azul dos olhos da minha mãe, vejo tristeza. — Por que não casou com ele mãe? Sei que ele queria casar, mas não você. Ela retorce suas mãos juntas em cima da mesa. — Meus pais... Seus avós... Não achavam que seu pai fosse bom pra mim. Era um extrangeiro, alguém que podia me abandonar e voltar para Israel, ou sei lá onde. Ou que queria casar comigo apenas pela cidadania e depois me deixar. — Gostaria que as coisas fossem diferentes? — pergunto. Quero dizer, se tivesse casado com meu pai quando ficou grávida, então, eu não teria que lidar com um padastro espirrando, e meus pais não viveriam há quilômetros de distância um do outro. Seríamos uma família inteira, não uma rota. Ela diz em voz baixa. — Para ser honesta... Não. Nunca funcionou entre seu pai e eu. Está casado com seu trabalho, e preciso de um homem que me dê atenção. Marc muda seu horário de trabalho por minha causa, e não o contrário. Um pequeno pedaço de esperança em meu peito desapareceu com suas palavras. Cada aniversário pedi que meus pais voltassem, cada centavo que lancei nas fontes, cada vez que soprava um cílio no meu dedo. Agora me dou conta de que toda a esperança e a oração não iriam mudar o caminho das coisas. Existem algumas coisas que não podem ser mudadas, depois de tudo. — Deseja que eu nunca tivesse nascido? — digo com um nó na


garganta. Seus olhos se arregalam. — Não! Amy, não te trocaria por nada no mundo. — Mãe, fui um erro. Aceite, não tinha intenção de ficar grávida na universidade em apenas uma noite. — Só digamos que não te esperava. Mas não havia maneiras de te renunciar quando te segurei nos meus braços pela primeira vez depois de dar a luz, chorei tanto... Por felicidade, Amy. Porque nunca tinha sabido o quanto te queria até que te segurei nos meus braços. A partir desse momento, ganhou meu coração. Sei que não fui a melhor mãe. Amadureci enquanto te criava, e cometi muitos erros. — Todos cometem erros — Eu também. Mas estou tentando repará-los. Meu pai nunca mudará seu trabalho por causa de uma mulher? Sim, talvez quando tiver cem anos e for obrigado a reduzir a velocidade. Tenho que averiguar por que trabalha tanto, o que o faz por sua vida pessoal em segundo lugar. — Sinto muito Amy — mamãe diz, e me dá uma olhada de cachorro de qual Mutt estaria orgulhoso — Gostaria de ter lhe dado a família que sempre quis ter. Sorrio feliz e detenho o retorcimento das minhas mãos, colocando as minhas sobre as delas. — Está bem, mãe. Pela primeira vez na vida eu entendo. O jantar com minha mãe e Marc foi agrádavel. Embora não pudesse ter sushi por causa da gravidez da minha mãe, pedidos comida tailandesa no lugar. Marc tratou de entreter uma conversa com Avi, mas Marc não é a pessoa mais interessante para conversar. Fale de um tema que conheça, e sem dúvida, ele é um maníaco. Como raízes Bines. Ele poderia falar do primeiro raiz Bines de Chicago durante horas. É uma pena que ninguém o quer escutar.


Depois do jantar Avi e eu entramos no carro e voltamos pra cidade. — Vamos à praia? — pergunta — Porque acredito que se existir outra noite como a de ontem, seu pai realmente sacará a Uzi. — O que é uma Uzi? — Uma pistola israelense. Muito popular durante o tempo que seu pai esteve no exército. Sim, posso ver. Meu pai esperando na porta sentado na cadeira no corredor com uma metrallhadora israelense atada ao ombro em vez de só um olhar enojado. — Não. Vou te levar a um club. Você me levou a um club em Israel. É hora de mostrar como são os clubes aqui. — Pensei que tinha que ter vinte e um anos pra entrar nos clubes do EUA. — Sim. Bom, isso é verdade. No entanto, conheço um cara tocando na banda.


Capítulo 30

Abraão teve tanta fé e temor em Deus que ele quase sacrificou o seu filho Isaac porque Deus ordenou (Gênesis 22:2). Abraão sabia que Deus iria fazer tudo certo no final. Eu tenho fé que Deus vai fazer certo no final também.

Vamos esperamos na fila para entrar no Durty Nevin até Jess nos puxar para fora da fila e nos levar para porta da frente. Ela murmura algo sobre o seu tio ser proprietário de parte da empresa de segurança responsável pelos seguranças. Nós andamos em linha reta até o segurança corpulento, ele dá uma olhada em Jess, ele olha nós três. Eu seguro a mão de Avi enquanto costuramos pelo meio do mar de gente. Miranda está sentada em uma mesa na frente. Ela está usando o cabelo preso em um rabo de cavalo e e se maquiou. — Uau, Miranda, você está ótima! — Eu digo a ela. A menina sorri como se eu apenas lhe dissesse que ela ganhou na loteria milhões de dólares. — Jess fez isso para mim.


Eu dou um sinal para Jess com polegar para cima, em seguida, nos juntamos aos outros pegando cadeiras para nós três. Assim que nos sentamos, eu alcanço a mão de Avi. Sua mão já estava alcancando a minha. Olhando para cima, eu engulo em seco quando ele pisca para mim em particular. — Estou feliz por vocês dois estarem trabalhando nisso, mas se vocês começarem qualquer grande DPA eu juro que eu estou banindo vocês dessa mesa. — Jess diz, olhando para nossas mãos. — O que é DPA? — Avi diz no meu ouvido. Jess revira os olhos, pensando que ele está sussurrando sobre o quanto ele me ama e me adora e não pode viver sem mim. Eu me inclino para ele, minha mão se aconchega em seu peito enquanto eu sussurro de volta: — demonstração pública de afeto. Você sabe, fazer na frente de todos. Jess está me puxando fora dele. — Eu preciso falar com você, Amy. É importante. Se você puder separar-se de seu homem por um segundo, qual é. Jogando para Avi uma expressão de desculpas, deixo Jessica me puxar pelo meu cotovelo para o corredor dos banheiros. Música está alta e batendo nos meus ouvidos, mas soa bem. Qualquer coisa soa bem para mim agora. Eu estou feliz. Jess está corada quando ela pára e enfrenta-me. Isso é sério. Eu posso dizer pela forma como sua boca e postura ficam intensa e rígida. — Eu estou apaixonada, Amy. E eu sei que soa estranho e eu não quero agir como uma idiota e com os olhos esbugalhados como você e Avi, mas eu sei que ele é aquele. E os meus pais vão ter um colapso completo quando encontrá-lo porque ele é tudo que sempre quiseram para mim. Ele é judeu, ele é israelense, ele é lindo, inteligente, ele é mais doce do que um bolo de canela... Ele é o sonho de cada pai judeu.


Eu coloquei a mão para cima, perguntando o que isso tem tudo a ver. Bolo de canela? Israel? Sonho? — Jess, o único israelense que você já esteve em contato ultimamente foi Avi e meu pai. Avi está comprometido e meu pai... — Eu torço o meu rosto rudemente. — Eu não estou apaixonada por seu pai, Amy. — Jess diz, com as mãos nos quadris. — Ufa — digo, fisicamente e mentalmente aliviada. Eu só estou me poupando anos de terapia. — Eu estou apaixonado por Tarik. Você sabe, amigo de Avi da Universidade Northwestern. Após o fiasco do seqüestro, ele levou Miranda e Nathan para casa. Então nós conversamos no carro por mais de uma hora na frente do meu prédio. Eu não posso parar a menina ou falar uma outra palavra. Ela é como um trem que não vai parar. Mais como um acidente de trem, porque ela está totalmente sem noção. Eu escuto o resto de seu discurso retórico antes de dar a má notícia. — Ele é o cara mais esperto, Amy. Eu não posso acreditar que você o conhece desde o verão, sabia que ele estava vindo para Northwestern, mas não me apresentou. Gostaria de questionar a sua lealdade a mim, mas eu estou tão ridiculamente apaixonada. Alguma vez você achou que eu iria acreditar em amor à primeira vista? Eu juro, eu não conseguia dormir pensando na noite passada sobre ele e esta manhã tive a maior vontade de ir visitá-lo e surpreendê-lo no dormitório. Você sabe a maneira como você se sente sobre Avi? Me sinto da mesma maneira. — Você acha que eu poderia falar agora, Jess? — Eu pergunto. Ela ri, aquele riso-estou-apaixonada-e-não-pode-ser-louco normal. Pô, eu espero que eu não seja assim em torno de Avi. Alguém, por favor me bate se eu fcar assim profunda e igual a isso. — O que vocês falaram por uma hora? — Tudo. Vida, família, amigos.


— Jess, eu odeio te desapontar, mas... Como posso dizer a ela que 1: Amor à primeira vista é um monte de tourada. E 2: Ele... — Espere. Antes de me dizer que eu sou louca e sair com o eu tenho que ser a amiga realista e sensata, eu preciso saber seu sobrenome. Eu nem sei o nome do meu futuro marido. — Muçulmano. Jess coça a cabeça para o lado em confusão. — Tarik muçulmano? Isso não é um nome judeu, isso é uma religião. Amy, pare de tirar sarro de mim e me diga seu sobrenome antes de eu começe a ficar chateada. — Ele é muçulmano, Jess — eu digo lentamente com uma expressão séria no rosto. É realmente uma expressão de pena, pois eu estou a ponto de dizer a ela que seu bolo de canela tem passas quando ela esperava que fosse um simples. — Amy, você disse que ele era de Israel. — Não, eu disse que ele era amigo de Avi de Israel. Assim, tanto quanto você goste dele, seus pais vão pirar. Especialmente seu pai. Ele não é o presidente do clube dos homens na sinagoga? Admito Tarik é incrível, Jess. Mas seus pais querem que você encontre um bom rapaz judeu e tenho certeza que seus pais querem que ele encontre uma garota legal e muçulmana. Eu não deveria ter falado assim. Só de olhar para Jessica eu posso dizer que ela passou de exaltação à confusão e tristeza para todos os desafios em questão de segundos. Desafiar minha melhor amiga é assustador. — Ele me pediu para sair no sábado à noite. — ela diz o assunto com naturalidade. Oh, cara. — E?


— E é claro que eu disse que sim. Merda. — ela diz, enquanto as lágrimas começaram a encher os olhos. Ela se vira e corre para o banheiro, deixando-me ir atrás dela como uma boa amiga ou prestar atenção ao meu namorado que provavelmente pensa que eu me livrei dele. Eu espreitar ao virar da esquina para ver o que o meu namorado está fazendo. Ele abandonou a mesa e está conversando com um casal de rapazes no bar. Eu decidio ser uma boa amiga e espero que Avi possa se divertir por mais cinco minutos. No banheiro, Jess tem algumas outras meninas da nossa escola em torno dela, perguntando o que está errado. Mitch cruelmente a largou e agora o cara dos seus sonhos acaba por ser um cara que ela provavelmente está proibida de namorar. Jessica vai à escola hebraica duas vezes por semana, na escola dominical, e nos verões Jess monta um ônibus até o meio do Wisconsin para passar quatro semanas em um acampamento judaico durante a noite. Não é preciso dizer que foi enraizado na cabeça de Jessica desde que ela nasceu que ela tem que se casar com um menino judeu. Seus filhos têm de ser judeus, e é sua responsabilidade de levar adiante as tradições judaicas e religião. Mas nunca perco a esperança. Deve haver alguma brecha, alguma forma que Tarik e Jess possam namorar sem causar que sua avó Pearl vá para uma casa de repouso prematuramente. Jessica olha a multidão. — Eu estou bem. Sério. Ela está tentando convencer a si mesma. Não está funcionando. Primeiro de tudo, o rímel está escorrendo pelo seu rosto como estrias de cinza com lágrimas liderando o caminho. Eu empurro todo mundo para fora do caminho. Pegando-lhe o queixo com os dedos, eu digo baixinho,


— Jess, não chore. Tenho certeza de que uma vez que você explicar a situação a seus pais, isso não será um negócio tão grande. Você vai ver. Levando-me para o lado, longe de todo mundo, ela diz: — Não, eu não vou. A família da minha mãe foi morta no Holocausto, Amy. Meu bisavô tem um número tatuado em seu braço a partir de quando ele estava em um campo de concentração. Uma lembrança que você não pode lavar com água e sabão. Se eu sequer mencionar o nome de um rapaz não-judeu em sua presença Eu me sinto culpada. Eu ainda acho que Deus vai cuidar de Jessica e tomar conta dela. Eu tenho completa fé. E há sempre a culpa de ofercer um animal queimado... Jess enxuga os olhos, tentando se recompor. Agarrando as toalhas de papel e olhando para o espelho, ela testemunha a confusão que seu rosto está. — Dê uma olhada em mim, Amy. — ela diz. — Eu não posso ir lá fora, assim. — Você tem. Nathan está contando conosco. Novas lágrimas começam a escorrer por seu rosto e ela se vira para mim. — Tarik disse que ficaria honrado em ir para o Baile dos Namorados comigo, Amy. Honrado. Ele disse quando eu contei que não tinha um acompanhante. Ali mesmo em seu carro na frente do meu condomínio. E nós tivemos um momento. Eu sei que parece loucura e estúpido, mas nós fizemos. Um momento? Ela está brincando comigo? Um momento de luxúria, talvez, mas não o amor. Oh, cara. Eu sei o quanto ela quer ir para o Baile de San Valentin. Não é sobre a dança. Não é sobre o amor. É sobre ser querida e aceita.


Eu gostaria de poder impedi-la de se olhar no espelho novamente, mas não adianta. Mais lágrimas de rímel correndo e eu posso ver a derrota em seus olhos. — Eu estou indo para casa. Diga a Nathan e Miranda eu vou vêlos na escola. Ela se move por mim e sai. Eu nem sequer tento pará-la, porque eu tive momento de melhores amigas com Jessica suficiente para saber que não posso convencê-la a ficar. Além disso, o que mais posso dizer? Eu não posso dizer-lhe que Tarik não é impressionante, porque ele é. Falando de caras incríveis, eu deixei o meu sozinho o suficiente esta noite. Voltando para a grande multidão, eu olho a área e encontro Avi sentado à mesa com Miranda. Eles estão cercados por um grupo de pessoas, conversando e rindo. Duas meninas que eu nunca tinha visto antes estão de pé perto Avi. Eu posso dizer que elas estão flertando pela maneira uma está lançando seu cabelo e a outra menina está lambendo os lábios. Meu radar de proteção liga (ok, meu radar ciúme sai, também) e eu vou através da massa de pessoas com o peito erguido, e dirijo em direção ao meu namorado como um clipe de papel a um ímã. A menina que está lançando o cabelo esta contando uma história sobre sua viagem a Israel, dois anos atrás e como ela está morrendo de vontade de voltar. É difícil ouvir os detalhes de suas aventuras porque a música está tocando no fundo e eu estou presa em pé atrás de Miranda. Não há nenhum lugar ao lado do meu namorado. O lábio lambido está rindo enquanto que eu acho que ela esteve praticando no espelho antes. Ela faz isso assustadoramente bem. Avi está tão intrigado com a conversa que ele não sabe que eu estou aqui. Miranda olha para mim. — Maya está nos dizendo sobre sua viagem a Israel —, me diz Miranda. — Ela foi para Gadna por uma semana. É um campo de treinamento militar. Ah, ótimo. A sacudida de cabelos de Maya pode falar com meu namorado sobre armas e comando. Eu estou me sentindo doente e só


poderia seguir Jessica para fora da porta para que eu possa ir para casa, também. — Eu fui a Israel, também. — eu deixei escapar. Não tenho mais nada a dizer. Eu não ia para um campo de treinamento militar israelense e eu não tenho cabelo suficiente para que eu possa virar meu ombro e fazer parecer que eu o consegui em um salão. Quando eu ganho a atenção de Avi, ele me dá um pequeno sorriso. O lábio lambidor zomba de mim e a menina do salão diz: — Você foi a uma viagem Birthright ou Shorashim? — Nenhum dos dois. Fui com meu pai... Ele é israelense. — Oh. — ela diz, em seguida, sua amiga se vangloria de sua viagem à Irlanda com sua família irlandesa. Enquanto todo mundo fala sobre suas aventuras no exterior, Avi alcança e serpenteia um braço em volta da minha cintura e me puxa para ele. — Não há nenhuma cadeira para mim. — digo a ele. Guiando-me em seu colo, ele diz: — Sim, há. — Ele bate no ombro da de cabelo esvoaçante e eu estou querendo saber se ele quer manter a conversa militar até que eu ouço Avi dizer a ela: — Esta é a minha namorada, Amy. Enquanto meu coração se abre e ama Avi por contar à menina que, obviamente, está dando em cima dele, que ele pertence a mim, Miss cabelo esvoaçante dá-me um pequeno aceno de cabeça e sai para falar com outro cara. — Por que é cada vez que me viro outra menina está falando com você? — Eu estava falando com todo mundo, Amy. Não seja tão paranóica. Aquele cara ali, Dale, é a partir do lado sul e o gajo, Kyle lá, vai para a sua escola. Ele perguntou se eu te conheci em um site de encontros. — O que você disse a ele?


— Eu disse que ele deveria ter uma vida. Onde está Jessica? — Ela foi embora. É uma espécie de uma longa história. — digo a ele. Eu acho que não deveria ter inveja de qualquer outra garota. Eu sei como Avi se sente por mim. Eu acho que uma pequena parte de mim... Aquela parte insegura que mostra a sua cabeça feia de vez em quando, sabe a realidade de tudo. Ele vai voltar para Israel e eu estou aqui. Em menos de 24 horas, Avi estará de volta em um avião voando bem longe de mim. E quem sabe o que vai acontecer. Eu sei o que eu quero que aconteça, mas como virar realidade? — Não pareça toda séria, Amy. — Avi me diz quando ele guia meu queixo para baixo, então eu estou cara a cara com ele. Avi e eu estamos em nosso pequeno casulo imaginário olhando para os olhos um do outro, como se ninguém mais no mundo importasse. Um alto — Ahã — interrompe-nos. Olhando para cima, eu estou chocada com a pessoa em pé na minha frente. Ok, eu sabia que Nathan estaria tocando hoje à noite no bar. Mas eu não sabia que Nathan estaria se transformando em um sósia estrela do rock. Seu cabelo está espetado, ele tem delineador, jeans rasgado e desbotado com uma camiseta vintage desbotada e cinza, e um colar de couro preto pendurado em seu pescoço. Devo acrescentar que ele não está usando óculos, também. — Nathan? — Eu pergunto, não tendo certeza se o cara na frente de nós é um sósia de Nathan ou o negócio real. Nathan inclina-se e diz-me: — Os caras da banda me chamam de Nate. E... Bem, este sou eu. Você disse para ser eu, né? Uau. Fale sobre um geek para... Wow. — Sim. Quando ele se inclina para trás, estou ciente que a pegada de Avi esta ficando mais apertada em volta da minha cintura. Eu olho para o


meu namorado, que tem os olhos um pouco mais escuros e intensos quando ele está pronto para lutar por mim. — Avi? — Eu digo. Ele ainda está olhando para Nathan quando ele diz: — O que? — — Olhe para mim. — Ele faz. — Nathan é o meu amigo, como um irmão. Pare de olhar para ele como se ele fosse o inimigo. — Eu não posso evitar. Além disso, se ele vai ser seu amigo, eu gostava mais quando ele usava óculos e as calças que eram muito curtas. — Cara, não seja tão ridículo. — Nathan diz. — A menina está apaixonada por você. Ou você é realmente o tipo que o que tem de músculos e falta no departamento de cérebro? Eu me sinto que todos musculos de Avi ficaram tensos, mas antes que ele possa responder, eu o abraço em torno do pescoço e o seguro de volta. Felizmente, o locutor começa apresentando a banda e Nathan está muito feliz em saltar em cima do palco e evitar outro confronto com Avi. Percebo que Nathan ainda tem um corte e contusão de ontem quando Avi o enfrentou. — Nathan parece tão quente, não é? — Miranda diz, agora que o vocalista do Split Lickity, toma o microfone. Ok, então ele é o vocalista substituto para o Split Lickity. Não é permanente, mas ainda é super legal. Avi me puxa para mais perto. — Eu nunca quero que você olhe para ele do jeito que você me olha, Amy. Nathan como Nate Greyson coloca o microfone à boca, aponta para mim e diz: — Amy, isto é para você. O quê? Ele acabou de dedicar uma música para mim?


Meus braços ainda estão em volta do meu namorado, e seu braço ainda está me segurando firmemente enquanto Split Lickity começa a música alta. Nathan canta letras que eu nunca ouvi falar antes: Ela vai enlouquecer você, ela vai ferrar com a sua cabeça. Ela vai te beijar uma vez, em seguida, deixá-lo para morrer. Eu paro de ouvir depois da palavra morrer. Nathan e eu vamos ter uma longa conversa sobre essa música. Está muito irritado. Nathan está com raiva? Tenho certeza que com o seu passado há muita raiva construída, mas posso ajudá-lo com isso. Não é para isso que servem os amigos? E para definir o recorde eu beijei Nathan duas vezes, nem uma vez. E eu não queria deixá-lo como morto. Eu sabia que depois que Avi chutou a sua bunda na noite passada ele estava vivo... E deixou isso muito bem entendido. Balanço a cabeça e ouço o resto da música. Eu posso dizer que multidão está gostando a letra e a batida rápida. Nathan é um sucesso. A canção conta a história de um cara apaixonado por uma garota que ele acha que está brincando com ele, mas no final ela apenas está sendo ela mesma. Ele percebe que a amizade é o verdadeiro negócio, a atração foi apenas uma fachada. A massa de pessoas no bar estão pulando para cima e para baixo, balançando suas cabeças com a música, e acenando com as mãos no ar como loucos. Ou mais como as pessoas que estão totalmente absortos na batida e na letras. Nathan como Nate está pulando no palco, como o resto da multidão, entrando totalmente na música. — Vamos dançar. — Avi diz alto para que eu possa ouvir. Eu? Pulando e batendo a cabeça? Sim, eu poderia fazer isso no meu quarto com a observação de ninguém, mas há um monte de crianças da escola aqui e eu não estou acostumado a perder o controle na frente de uma platéia. — Você vai. — eu digo, de pé Avi pode se misturar com a multidão.


— Eu não vou ficar suada em frente de outras pessoas. — Eu prefiro que ele fique comigo, mas eu não vou ser a namorada perdedora que diz a ele o que pode ou não pode fazer. Se ele não tem medo de pessoas olhando para ele... Avi levanta e me puxa para o meio da pista de dança, que se tornou um poço de pessoas suadas se afogando-se na música. Nathan está em sua segunda música. Este é sobre tempos difíceis e tempos ainda mais difíceis à frente. Muito deprimente, se eu digo para mim mesmo... E eu sou uma pessimista. Avi começa a ficar com a música. A música é tão alta que eu acho que meu cérebro é ótimo e nós todos vamos sofrer danos no cérebro ao acordar amanhã de manhã. Eu não consigo parar de assistir Avi e quão masculino e legal ele parece enquanto está agitando o punho no ar e se movendo para o baixo com a batida. —Vamos lá. — ele diz. — Perde o controle comigo. Eu, perder o controle? Não é meu estilo. Além disso, se eu saltar meus seios vão para cima e para baixo como uma bóia no meio de um tsunami. Eu balancei minha cabeça, recusando-me a fazer um espetáculo de mim mesma. Olhando as pessoas ao meu redor, no entanto, me faz perceber que eu estou fazendo um espetáculo de mim mesma por ser a única no meio da multidão que está parada. Mesmo Miranda está pulando, agitando as mãos no ar como se ela estivesse prestes a levantar vôo. E ela tem peitos maiores do que eu. Gostaria de começar dobrando meus joelhos para cima e para baixo. Olhando para Avi, seu cabelo molhado de suor, me inspira. Eu tento uma tentativa de salto para testar o meu novo sutiã para ver quão resistentes meus seios realmente estão, quando estão presos bem apertados. Eu olho para baixo quando eu tomo outro salto teste. A taxa de rejeição é aceitável. Mas quando eu olho para cima e vejo as sobrancelhas Avi franzidas quando ele me olha, eu mordo meu lábio inferior.


— As pessoas vão olhar para mim. — eu tento explicar sobre a música alta. Avi balança a cabeça em frustração. — Vamos lá, Amy. Quero ver você sem suas inibições. Se as pessoas olham, eles estão apenas com ciúmes por que não estão se divertindo tanto quanto você. Olho para os meus seios. Suas sobrancelhas sobem. — Apenas tente. — ele diz. — Eu desafio você. Eu não iria ousar levemente, e ele provavelmente sabe disso. Com uma respiração profunda e determinação que eu nunca soube que estava em mim, eu começo a saltar com a música e balançando a cabeça em torno como Mutt faz depois que ele toma um mergulho no lago Michigan, surpreendentemente, é bom deixar ir e perder o controle de uma vez. A pista de pessoas ficou mais lotada, eu estou sendo empurrada e puxada em torno pela massa de maníacos dançando. Quando eu olho para o palco, Nathan está em sua terceira música... Ou talvez a sua quarta. As palavras estão penetrando em meu corpo:

Lutar a luta vale a pena lutar Lutar até a morte Lutar a luta vale a pena lutar E dar-se todo o resto

Quando as palavras entram na minha consciência, eu me pergunto quantas lutas eu lutei que não valiam a pena lutar. Nathan está totalmente performático. Seu rosto é feroz quando ele canta as palavras no microfone. Ele ainda está tentando descobrir onde ele se encaixa neste mundo e por que seus pais o deram.


Quando Nathan abre os olhos, ele me pega olhando para ele e pisca para mim antes de dobrar para baixo e cantar para uma garota na primeira fila. Logo a música pára e a banda faz uma pausa. Enquanto meus ouvidos se ajustam à ausência da insistente música, eu volto para nossa mesa e me sento em uma cadeira vazia. — Você deve deixar se levar com mais freqüência. — Avi diz atrás de mim. — Eu parecia estúpida. — eu digo, o que praticamente resume tudo. Sim, eu admito que eu tinha me divertido parecendo um idiota por ter meus braços batendo e meus seios balançando ao redor, sem importar com o que se pensava. Mas no final, eu parecia estúpida. E no final, eu ainda me importo com o que as pessoas pensam. Avi curva-se para baixo e beija no meu pescoço. — Você parecia sexy, Amy. — Vocês dois nunca param? — Nathan diz quando ele se junta à nossa mesa. Eu empurro Nathan, mas ele não está prestando atenção em mim. Algo ou alguém na outra extremidade do bar está o ocupando. Eu sigo onde sua atenção está focada. — Bicky. — Nathan sussurra em estado de choque. A menina é ainda mais bonita pessoalmente e eu odeio-a instantaneamente. Ela tem cabelo curto, loiro puxado para trás com uma faixa e uma meia camisa mostrando seu incrível abdômen e piercing no umbigo. E eu juro que os jeans devem ser pintados, eles estão abraçando seu corpo tão apertado. Quando eu uso jeans apertados eu tenho que deitar na minha cama enquanto eu tento fechalos. Bicky deve ter tomado um banho de óleo ou graxa, a fim de enfiar zeros em seu tamanho.


Ela vai até Nathan e coloca os braços em volta de seu pescoço. — Você não vai me apresentar aos seus amigos? — ela pergunta, em voz alta cantilena. Nathan ainda está em choque. Seus braços vão devagar em torno de sua cintura, mas ele está olhando para ela como se algo não estivesse certo. — O que você está fazendo aqui? Você saiu da reabilitação? — Você pode apostar. — Bicky se inclina para ele, quase tropeçando em seus pés. — Eu escutei que estava tocando. Além disso, eu queria conhecer a menina que você beijou e que escreveu uma canção. — Ela me olha de cima a baixo. — É você, não é? Oh, cara, eu estou presa. Mas antes que eu possa negar, Nathan diz: — Você está bêbada, Bic. — Eu estou, baby — ela ronrona, olhando para ele. — Você gostava de ficar perdido comigo, até virou um geek por mim. — Ela olhou de seu cabelo arrepiado e calças jeans desbotadas. — Fico feliz em ver que você está de volta ao normal. Ele agarra-lhe os pulsos e os braços fora dele. — O que fizemos não foi normal, Bic. Foi uma loucura e estupidez. Bicky está ficando brava; suas bochechas estão vermelhas e manchada e os olhos estreitos em pequenas fendas fazendo-a parecer como um duende do mal. — Você gostava de ser louco e idiota, Nate. Ou você ainda está passando por Nathan? Não pode manter-se com todas as suas personalidades. Pode? — ela diz, apontando para mim. Todos os olhos estão em mim agora, analisando minha relação com Nathan, o que não é bom, considerando que eu acabei de voltar com Avi.


— Nós somos apenas amigos. — eu deixo escapar, em seguida, ligo meu dedo no cinto de Avi, tornando-se óbvio que somos um casal. Prendo a respiração e espreito a reação de Avi por tudo isso. Avi leva suas mãos de mim, dizendo: — Você não tem que se defender por mim, Amy. Estarei no bar enquanto você resolver isso. Ele está falando sério? Ele não tem quaisquer dúvidas ou inseguranças sobre a minha amizade com Nathan? — Tem certeza? — Sim — Ele sorri e me dá um aceno tranqüilizador. Eu assisto a sua retirada para trás quando ele entrelaça o seu caminho através da multidão. Wes, o cara do grupo de jovens judeus que me ajudou a conseguir Nathan na banda, faz o seu caminho através da multidão. — Nate arrebenta, Amy. Obrigado por trazê-lo por outra noite. Estamos pensando em fazer dele um permanente para o Split Lickity. — Legal — eu digo, mas eu não estou realmente prestando atenção ao Wes ou Bicky. Ou Miranda, para constar, mesmo que seja em uma conversa profunda com um cara que eu me lembro de ter visto no grupo de jovens. — Nathan... — Eu digo, querendo me desculpar por beijá-lo. Eu também quero dizer a ele que sinto muito, ele tem que lidar com uma namorada que ferrou sua primeira noite com a banda. — Está legal, Amy. — Eu posso ficar e ajudar se você quiser. — Você ajudou bastante, vadia, você não acha? — Bicky me insultou. Eu sinceramente acho que ela quer lutar contra mim, como em uma briga física. Quando eu estou contemplando quem ganharia em uma luta entre mim e Bicky, me pergunto se eles ensinam tae kwon do na reabilitação. Porque a única luta física que eu já tive foi com as


ovelhas no verão passado moshav em Israel. E na discoteca, em Israel, mas isso foi só por causa da orelha — longa história. Bicky mantém suas mãos erguidas, — Você quer um pouco disso? — Na verdade não — eu digo. Ela está brincando? Obviamente que não. Minha resposta realmente a irrita, porque agora Nathan está tentando segurá-la no lugar. Eu juro que eu estou vivendo na zona Twilight. Esta menina quer seriamente me derrubar. Não sabendo mais o que fazer, eu fecho meus dedos firmemente em punho e mantenha na frente do meu rosto. A multidão em volta de mim começa a se mover para trás. Eu acho que eles estão cantando — Briga de galinhas! — mas eu não tenho certeza. O que eles estão cantando, no entanto, está alimentando minha coragem. Entrando no papel, eu começo pulando como os boxeadores fazem. Talvez Bicky esteja muito bêbada e ela vai cair no chão no primeiro balanço. É um desejo, certo? Se eu quebrar uma unha eu juro a garota está pagando por uma manicure nova. — Você quer um pouco disso? Venha me pegar! — Eu digo, no papel, enquanto vai até mim. Eu posso enfrentar isso, agindo toda durona e louca. Tenha medo, todo mundo. Aí vem a lutadora campeã do nosso tempo, Amy Nelson-Barak! Atrás de mim, um braço de cobra entorna do meu lado e me puxa para trás. — Mas que...? Eu estou chutando quem quer que esteja me segurando e soco o braço que está em torno de mim com um aperto mortal. Quem quer que seja, me arrasta para fora e me coloca na calçada. Viro-me e deveria saber que ninguém é tão forte como o meu namorado que disse que não quer lidar com o drama, mas acaba no meio de tudo.


— O que. Você. Pensa. Você. Está. Fazendo? — Avi diz cada palavra lentamente como se eu fosse uma imbecil. Seus olhos são intensos e suas mãos estão tremendo. Eu nunca vi Avi agitado antes e isso me assusta. — Sinto muito. — eu digo. Ele abre as mãos. — Eu a deixo sozinha por dois minutos e você está agindo como um hellcat. Como posso deixá-la por três anos, Amy? Eu não posso te proteger, enquanto eu estou em Israel. Aponto para o clube. — Bicky começou. — Então, você mordeu a isca? Uh, sim. — O que eu deveria fazer, recuar? — Sim. — ele diz, sem hesitar. — Isso não é comigo. Recuar, Avi? Por favor, diga-me uma vez em sua vida em que você recuou. — eu digo, ficando realmente irritada agora porque a adrenalina está correndo através de meu corpo e eu estou com medo porque as mãos de Avi ainda estão tremendo. Nenhuma resposta. Avi olha em suas mãos com horror, amaldiçoa, em seguida, os empurra para os bolsos da frente da calça jeans. Ele engole, parece longe de mim, e diz: — Vamos. Eu fico onde estou, imóvel a partir deste ponto na calçada em frente do Durty Nevin, porque eu finalmente descobri. O que está fazendo Avi balançar. Suas emoções estão correndo soltas e ele não está acostumado a isso. Avi é um cara que está sempre no controle de seu corpo e mente. Mesmo quando eu o seqüestrei, ele estava em total controle da situação


o tempo todo. A adrenalina que ele pode lidar, com as emoções ele não pode. — Você estava com medo que eu ia me machucar. Isso é porque você está tremendo. — eu deixo escapar. Ele pára. De costas para mim. — Eu não me abalei. — Então me mostre suas mãos. — Não. — Avi, não há problema em ser emocional. — Para você, talvez. Mas não para mim. — Eu coloquei minha mão em seu braço, sabendo que sua dor sobre a morte de Micha era tão primal em seu peito agora como foi quando seu irmão morreu. Não tem nada a ver comigo e com a luta. Avi não pode deixar ir a dor da morte de Micha, mas ainda se recusa a se lamentar. — Você tem apenas 18. E eu odeio dar a notícia a você, mas você é humano. — Eu não posso te perder, Amy — ele diz, sua voz tensa apesar de eu sentir que ele está tentando controlar seu tom. — Eu vim para a América para provar a mim mesmo que eu não estava ligado a você, que você não era tão importante para mim como a minha mente me dizia que você era. Que eu estava errado. — Você andou em um avião por 12 horas apenas para terminar comigo? — Eu digo, totalmente confusa e insultada agora. Quero dizer, seriamente, vir até aqui para provar que eu não sou digna. — Isso é a mais estúpida, mais ridícula coisa, que eu já ouvi —, eu digo, então, começo a andar em frente, pois eu preciso de espaço. — Um carro está chegando —, diz ele. Com certeza, eu olho para trás e um Honda Pilot está virando a esquina e vem direito de onde eu estou. — Você não vai me salvar? — Eu grito. — Sim, eu vou.


Ele caminha rapidamente para o meio-fio e está prestes a pisar na rua, quando eu digo a ele: — Se você der um passo mais perto, está tudo acabado entre nós. Quero dizer isso. — Esse carro vai bater em você. — ele diz a sério, os olhos brilhando com intensidade. Mas ele para friamente seu caminho para o meio-fio. — Eles vão me ver — asseguro-lhe. Avi gira a cabeça para o lado em confusão enquanto suas mãos saem de seus bolsos. Ele está tentando parecer relaxado, mas eu posso dizer que ele está pronto para dar o bote e salvar-me a qualquer segundo. — Eles vão parar — eu digo novamente, tentando provar um ponto, o que vou ficar bem se ele estiver aqui para me salvar ou não. Ele não vai estar sempre por perto para brincar de Superman. Assim como ele não estava por perto para salvar seu irmão quando o bombardeiro decidiu matar israelenses inocentes. Meu namorado é humano e por uma vez precisa deixar ir e perceber isso. Avi olha para o carro se aproximando e depois de volta para mim. Eu posso sentir a luta dentro dele todo o caminho até aqui. — Talvez eles não se importem — ele diz freneticamente para mim. — Talvez eles não possam ver você no escuro. Talvez o motorista está bêbado e... — Talvez eu vá ficar bem, Avi. — E se você não ficar? E se você morrer? Eu coloquei minha mão para fora. Quando o carro chega até mim, e para abruptamente. — Você, garota, você vai sair fora do caminho? — um cara grita pela janela. — Todo mundo morre. — Você me culpa por querer protegê-la, Amy? Agora por favor, saia da rua.


O cara para o carro e começa a bufar muito alto e está prejudicando meus tímpanos já sensíveis. — Eu estou tentando ensinar o meu namorado uma lição, — eu grito para o motorista. — Você se importa? — Sim — ele gritou de volta. — Vá ensinar-lhe uma lição onde os malucos em movimentação baixa não te peguem. — Eles dão multas para a raiva na estrada, em Chicago, você sabe — eu digo, então reviro os olhos. — Amy... Eu estou indo para você em dez segundos. — Eles dão multas para pedestres em Chicago — o cara grita enquanto intermitentemente aperta a buzina. Eu recebo um pouco de satisfação que ele não pode me passar, porque não há espaço na rua. — Você tem mais cinco segundos para obter a sua ta'chat por aqui. — Você me ama, Avi? — Sim. Quatro segundos. — Você confia em mim? — Sim. Dois segundos. — Cara, se você não fizer a sua namorada louca sair do meu caminho, eu mesmo vou fazê-la. — Amy — Avi diz, fechando os olhos com força e abrindo-os novamente. Dois segundos vieram e se foram. Ele tinha um olhar de súplica em seus olhos, olhos que estão vidrados de lágrimas não derramadas. — B'vakasha. Por favor. Ok, eu saio. Porque eu tenho provado meu ponto que eu vou ficar bem e Avi provou que ele pode confiar em mim. Vou até ele, meu olhar nunca deixando o seu. Os carros vão embora. — Você vê. Eu sobrevivi. Seus braços envolvem em torno de mim, me puxando para perto.


— Você não está tremendo mais — eu digo. — Eu estou muito bravo com você para ter medo. — Bravo? Escuta, você tem que deixar o tema superman acontecendo em sua vida. Merda acontece. Vida acontece, ok? Você está indo embora amanhã e quem sabe o que vai acontecer. Eu vou ficar sentada em torno do meu quarto e desejar que nada terrível aconteça comigo? Não. Você vai se sentar em seu quartel e informar o seu comandante que você não pode proteger Israel, porque sua namorada louca vai morrer se você chegar com um arranhão no seu corpo perfeito ou rosto, ok? — Pare de falar para que eu possa te beijar. — Você não pode me calar com beijos, você sabe. — Quer apostar? — ele diz, sorrindo com os dentes perfeitos e brancos enquanto colocando as mãos perfeitas no meu corpo quando ele abaixa seus lábios perfeitos para o meu e me prova que ele está certo. — Vamos voltar para sua casa — ele diz, quando para para respirar. Eu estou me segurando em seus bíceps para apoiar, porque seus beijos ainda me fazem sentir bêbada. — Meu aba está lá. Se você ainda quer me beijar ele provavelmente vai te matar primeiro e perguntar depois. Voltar ao apartamento do meu pai está longe de cogitação. Eu verifico as mensagens. Há uma dele dizendo que tem que ficar até mais tarde para uma reunião de emergência. Então ele diz tendo certeza de que Avi está ouvindo a mensagem, também, e o resto da mensagem é tudo em hebraico. Reviro os olhos. — Ele está tendo outra conversa sobre sexo? — Oh, sim. Grande momento.


Eu paro o recado antes de terminar a mensagem e dou a Avi um olhar travesso. — O que você está pensando? — Qual quarto seu pai colocou estrategicamente as câmeras escondidas. Eu riu. — Isso é ridículo. Meu pai não tem nenhuma câmera escondidas em casa. — Ele parecia muito convincente, mas eu tenho uma idéia. Nós fomos para a cama, como um casal, exceto pelo fato de que nós somos apenas dois adolescentes completamente apaixonados um pelo outro. A cama de Avi ainda é o sofá da sala de estar, mas desta vez eu aconchego debaixo das cobertas com ele porque meu pai superprotetor não está em casa assistindo cada movimento nosso. — Eu gosto disso — eu digo. — Então, qual é a sua ideia? Avi puxa as cobertas sobre a cabeça por isso estamos envoltos em completa escuridão. Eu coloco a unha na barba com a ponta dos dedos. — Esta é a sua grande ideia? — Era sob o cobertor ou dentro do armário do corredor. —Está tudo Sababa30— Eu digo, e Avi ri. — Sim, está. Vou dizer-lhe que, sob as cobertas foi uma excelente escolha e muito Sababa, embora eu tenha cem por cento de certeza meu pai não tem nenhumas câmeras de vigilância dentro da casa rastreando cada movimento nosso. Eu sei disso porque, embora meu pai chegasse em casa uma hora mais tarde e eu corresse para o meu quarto e fingisse estar dormindo, aquelas câmeras teriam pego Avi e eu em algumas posições muito comprometedoras apesar da nossa tentativa de manter as cobertas sobre nós.

30

Em hebraico: Legal, ótimo, sem problemas.


Oh, não fique preocupado... Eu ainda sou uma menina pura de 17 anos de idade. Eu apenas estou... Bem... Mais familiarizada sobre certas coisas. (Coisas que eu estou mais curiosa agora do que jamais fui). Na parte da manhã, Tarik pegou Avi e levou-nos a todos para o aeroporto. Eu estava chorando o tempo todo, embora eu tentasse evitar. Nosso beijo de despedida foi mais promissor do que da última vez, embora ambos sabemos que temos que seguir em frente e viver nossas vidas. Não pergunte, não diga. Nós vamos ter um dia de cada vez e ver o que acontece. Esperemos que este verão quando eu for a Israel seja o mesmo que ontem à noite... Bem, sem a luta. Eu propositalmente não trouxe Jessica, embora agora Tarik e eu estamos sentados na Perk Me Up! e Jess poderia entrar a qualquer momento. Maria me traz chocolate quente transbordando o creme batido porque ela sabe o quão chateada eu estou. Você acha que os meus olhos vermelhos, e marejados mandam minha depressão embora? Maria abraça-me, um grande abraço que minha mãe me daria se estivesse aqui.

Uma idéia surge em minha cabeça. Eu não posso acreditar que eu não tinha pensado nisso antes. — Maria, o que você acha de meu pai? Você sabe, se ele sorrir mais e tiver um bom corte de cabelo? Maria ri e caminha de volta para o caixa, ignorando a minha pergunta. Eu acho que eu a vi corar um pouco, no entanto. Meu pai adora seu café, ele nunca bebe em qualquer outro lugar. Na verdade, eu acho que ele me colocou neste trabalho apenas para que ele pudesse vêla mais e ter uma desculpa para não sair do Perk Me Up! Hmm... A porta para Perk Me Up! abre e quem eu acho anda para dentro... Sim, Jess. Junto com Miranda e Nathan muito triste. Pobre Nathan. Pobre Jess.


É hora de eu parar de lamentar minha própria vida e me concentrar em todos os outros. Eu posso fazer isso. Não há nada que diz que eu tenho que ser a menina Desastres tempo todo. Eu posso viver uma vida ficha limpa, ajudando os outros a não ferrarem suas vidas. Sem mais problemas para Amy Nelson-Barak. Meu celular está tocando. É o meu pai. — Ei, Aba, o que há? — O que foi?! Por favor, diga-me o que um par de algemas de plástico está fazendo no banco de trás do meu carro. — Oops. Tudo não é tão Sababa.


Próximo Livro:

Adivinha quem está voando para a Terra Santa neste verão! Lembra—se de mim, Amy Barak—Nelson — também conhecida como a rainha do desastre? Caso você tenha esquecido, meu namorado Avi está no exército Israelense. A visita está definitivamente permitida. De alguma forma, minha avó me convenceu a inscrever-me para duas semanas de puro inferno em uma base de treinamento militar. Levantar-se antes do amanhecer, fazer xixi em um buraco e jogar jogos de guerra no deserto não é minha ideia de diversão. Mas o que é pior? O nosso chefe de equipe acaba por ser Avi!


Tradu巽達o PatiPlm Micaah Anju Kitten Nina Gi

Revis達o Inicial Jess, Lud

Revis達o Final Leidy


Sobre o Autor:

Simone Elkeles nasceu e cresceu em Chicago. Foi designada Autora do Ano pela Associação de Professores de Língua de Illinois. Entre seus livros publicados destacam— se: Leaving Paradise, How to Ruin a Summer Vacation e How to Ruin My Teenage Life. Em Química Perfeita, para dar vida a Fairfield, Simone se inspirou em um subúrbio próximo a sua casa, onde duas comunidades muito diferentes compartilham um mesmo instituto. Atualmente Simone reside com sua família em Illinois.




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