Revista INEAna nº 1

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Levando em consideração que 95% do comércio exterior brasileiro passam pelos portos (...) novos investimentos no setor são oportunidades que se apresentam favoráveis na atual conjuntura econômica

O Estado do Rio de Janeiro possui graves problemas estruturais, muitos deles derivados da sua própria evolução política e econômica. No entanto, a expectativa para os próximos cinco anos é de investimentos públicos e privados, de capital nacional e estrangeiro, da ordem de R$ 155 bilhões, com 50% dos recursos a serem desembolsados entre 2011 e 2016 (FIRJAN e Governo do Estado, in O Globo, 31/12/2010), o que o torna o Estado de maior destaque no atual cenário econômico brasileiro, com objetivos de implantação de novas plantas ou de modernização e expansão das existentes. A Região Metropolitana do Rio de Janeiro que, historicamente, abrigava a maior parte das atividades econômicas e condicionava o próprio desenvolvimento do Estado, vem seguindo ritmo distinto, com o avanço, em especial, da Região Norte Fluminense, que deve receber R$ 83 bilhões dos investimentos acima mencionados. A proposta da gestão pública, estabelecida a partir de 2007, de remodelar a administração estadual e consolidar um novo modelo de gestão voltado aos resultados, com foco na profissionalização da gestão, tem na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (SEDEIS) o apoio à implantação dos projetos estruturantes, como o Complexo do Açu: Polo Industrial e Logístico de grande dimensão, em instalação no Norte Fluminense, no município de São João da Barra, empreendimento capitaneado pelo grupo EBX, envolvendo suas subsidiárias LLX e MMX, com investimentos de R$ 2 bilhões, abrangendo, principalmente, porto, retroporto, termoelétrica, mineroduto, pelotização, duas siderúrgicas, indústria automobilística e outras atividades do setor minero-industrial. Segundo estudo realizado pelo Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS) (2009), o Brasil tem uma das piores infraestruturas de logística entre os países do BRIC (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China). São 41 portos marítimos e 16 portos fluviais. Existem mais de 2000 portos no mundo, com 36% do tráfego envolvendo produtos a granel líquidos (óleo, derivados de petróleo e químicos), 24% de granéis secos (carvão, ferro, grãos, bauxita e fosfato) e 40% de cargas variadas. Dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviário (ANTAQ) (2010) dão conta de que nos últimos anos o comércio exterior permeou

as discussões nos setores de produção, logística e transporte do país. As exportações brasileiras saltaram de US$ 73,2 bilhões, em 2003, chegando ao pico de US$197,9 bilhões em 2008, fechando 2009 com o valor de US$ 153 bilhões. As importações, por sua vez, saíram de US$ 48,3 bilhões, em 2003, para o seu maior valor, em 2008, com US$ 173 bilhões, encerrando 2009 com US$ 127 bilhões. Em 2010, as estimativas preliminares da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) refletem a retomada após a crise mundial, com novo pico das exportações, chegando a US$ 202 bilhões, superando por pequena margem o valor de 2008. Levando em consideração que 95% do comércio exterior brasileiro passam pelos portos e que o sistema portuário foi identificado como o principal gargalo à necessária expansão dos embarques de produtos brasileiros para o exterior, novos investimentos no setor são oportunidades que se apresentam favoráveis na atual conjuntura econômica vivida pelo Estado do Rio de Janeiro. Por outro lado, nas duas últimas décadas, a siderurgia nacional tem atraído intensos investimentos, tanto a partir de capital nacional, quanto de investidores estrangeiros, buscando atender não apenas ao mercado interno, como, também, a uma maior parcela do mercado externo. Os resultados

R. Ineana | Rio de Janeiro | v.1 n.1 | p. 65-88 | jan.- jun. | 2012

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