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SIM, É POSSÍVEL! - página

Jovem é exemplo de superação e diz que deficiência não é uma barreira

Com paralisia cerebral desde o nascimento, ele fala sete idiomas e está no sétimo período do curso de Direito

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DA REDAÇÃO redacao@jvregional.com.br

Superação! Não há outra definição para a história do jovem Igor Ramos Cruz de Santana, morador de Jundiaí, que aos 22 anos tem uma impressionante trajetória de realizações em sua vida. Igor que é portador de paralisia cerebral, devido ao nascimento prematuro aos seis meses de gestação, que veio afetar a coordenação motora, desde quando nasceu, está no sétimo período do Curso de Direito na Faculdade Anchieta em Jundiaí. Ele fala seis idiomas (Inglês, Espanhol, Francês, Italiano, Russo, Latim Clássico e Árabe Libanês), além do Português e desenvolveu um método de ensino da língua árabe. “O método de aprendizado de Árabe que desenvolvi se chama Yalla A'arabīya, @yalla.arabiya, voltado ao dialeto falado no Líbano, uma vez que o idioma Árabe em si não é unificado ” , explica. E todas estas conquistas, Igor credita ao apoio que tem de sua família, que o ajuda a superar os desafios físicos que encontra, pois as barreiras psicológicas, o jovem já as derrubou com ações e atitudes e diz que as pessoas com deficiências também podem vencer. “A família é também um ponto importante na construção da consciência de capacidade dada através do respaldo voltado à deficiência, no desenvolvimento das potencialidades ” , pontuou Igor, fazendo questão de destacar os pais Rosely Ramos Cruz de Santana e Geraldo Souza de Santana e a irmã Ana Clara Ramos Cruz de Santana.

Muito consciente de sua condição, Igor demonstra e irradia segurança, pois entende que, apesar das conquistas, a pessoa com deficiência ainda encontra dificuldades, entre elas, estar no mercado de trabalho. “Ainda falta conscientização de muitos empresários em facilitar o acesso de pessoas com deficiência, mas é possível dizer que, estas pessoas devem sim, se preparar para o mercado de trabalho ” , salientou, destacando que o primeiro passo é preciso se aceitar, nunca desistir e conhecer a sua potencialidade e limitações e ver o que é possível realizar.

Sobre seu futuro profissional, Igor disse que num primeiro momento quer sim, atuar como advogado, mas em função de sua facilidade com os idiomas, está avaliando a possibilidade de atuar na área de Letras.

Em relação à questão do preconceito, ele entende que, apesar de ainda haver muito preconceito, já houve uma evolução e aos poucos, a sociedade está aceitando mais as pessoas com deficiência. “Acredito que estamos caminhando para uma inclusão mais efetiva, tanto nas questões educacionais, quanto nas profissionais, mas para isso é preciso que haja a qualificação dos profissionais de Educação, para que possam atuar neste setor e fortalecer a inclusão. Já profissionalmente, é preciso reestruturar as empresas fisicamente para que a pessoa com deficiência possa se adaptar. E também que outros profissionais que atuam nestas empresas, aceitem o deficiente, com naturalidade, pela sua capacidade e

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“É preciso ter consciência do que se é capaz de fazer para não se tornar refém de si mesma”

com respeito ” , enfatizou.

E é justamente sobre inclusão e preconceito que ele quebra as barreiras que apareceram em sua vida, pois, desde que se ‘ conhece por gente ’ , ele vem se superando. Foi assim na infância no ensino infantil e médio. “Com relação às dificuldades enfrentadas no período do Fundamental, em um primeiro momento, foi exatamente a falta de respaldo e preparo de professores no tangente à deficiência, mas que depois fora sanado com a mudança de instituição de ensino. Já no Ensino Médio, não tive tantas dificuldades relacionadas à inclusão propriamente dita, mas sim a falta e deficiência de estrutura do próprio prédio com relação a minha mobilidade, o que infelizmente se vê na maioria das instituições públicas ” , avaliou.

No caso de Igor, o gosto por estudar, desde cedo, sua facilidade em assimilar livros, pois, possui memória fotográfica, foi fundamental para que atravessasse o ensino infantil e médio. “Sempre gostei de estudar e esta facilidade me ajudou bastante nestes períodos. Acredito que se houvessem mais profissionais capacitados para a inclusão plena, muitas crianças com deficiência evoluiriam melhor e muitas chegariam a níveis educacionais mais elevados. Mas, isso vem melhorando ” .

O ponto crucial que acredita ser importante com relação às deficiências, é que a consciência do que se é capaz de fazer deve ser implantada para que a pessoa não se torne refém de si mesma e possa desenvolver suas potencialidades colocando suas dificuldades como um ponto isolado no desenvolvimento de sua vida.

DEPOIS DE DOIS ANOS Várzea Paulista ganha Centro de Apoio à Pessoa com Deficiência

Foi inaugurado na sexta (13), em Varzea o Centro de Apoio à Pessoa com Deficiência (CEAPEDE), serviço voltado para atender as demandas das 6.800 pessoas com deficiências física, auditiva, visual e intelectual do município. O objetivo desse centro é proporcionar qualidade de vida e cumprir com a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), desta forma, promovendo o protagonismo, interação, participação na sociedade e acessibilidade para as pessoas com deficiência.

De acordo com a chefe de políticas públicas para Pessoas com Deficiência, Talita Moreira, o setor é um sonho que se realiza.

“Estou muito emocionada, pois esse sonho não é somente da minha parte, tudo pensando no bem-estar das 6.800 pessoas com PcD da nossa cidade ” , comentou.

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Talita Moreira falou do sonho realizado

AGENTES E MONITORES Louveira avança na Educação Inclusiva com formação profissional

Em Louveira, para os profissionais da Rede Municipal de Ensino, o ano letivo já começou. Entre as ações da Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação, estão sendo realizados neste mês de janeiro encontros para formação de agentes de apoio à inclusão e monitores de apoio escolar, que atuam como ADEB's (Auxiliar de Desenvolvimento do Ensino Básico), monitores de ensino básico e monitores de creche.

Entre os temas serão abordados o acolhimento, atividades lúdicas, educação de alunos com aspectro autista, comunicação nãoviolenta e musicalização nas escolas. Na próxima semana, de 23 a 27, a Prefeitura promove, a Semana de Formação para os profissionais que atuam como ADEB , monitores de ensino básico e monitores de creche.

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Programa Apoio Escolar forma educadores

Serão oferecidas ações com acessibilidade

Aniversário de São Paulo tem comemoração acessível

Durante as férias escolares as unidades do Sesc São Paulo em todo o estado se preparam para receber ainda mais público, e para isso, a instituição vem ampliando a oferta de recursos de acessibilidade em suas ações socioeducativas, esportivas e culturais.

Entre janeiro e fevereiro de 2023 estão sendo oferecidas mais de 60 atividades com recursos de acessibilidade, como mobilidade em espaços físicos, tradução simultânea em libras, audiodescrição, braile, maquetes e réplicas táteis. Para o aniversário de São Paulo, por exemplo, o Sesc Avenida Paulista traz a oportunidade de conhecer mais a fundo a história da cidade com o passeio “Histórias não contadas da cidade" , que tem o recurso de tradução em Libras para pessoas com deficiência. As unidades da rede possuem estrutura física equipada com rampas, elevadores, banheiros acessíveis e conteúdos em braile.

PCDS encontram dificuldades no mercado

Brasil reduziu vagas para PCDs no ano de 2021

Recentemente o governo divulgou que a geração de empregos no Brasil vem aumentando. Entretanto, seguindo dados do Caged, o Brasil acabou com 5.520 postos para PcDs em 12 meses, terminados em outubro de 2021.

A situação é pior para portadores de algum tipo de deficiência do sexdo masculino, pois, no período 6.442 vagas foram eliminadas entre eles, enquanto o saldo para o público feminino é razoavelmente positivo (+922). A taxa de participação das pessoas com deficiência no mercado de trabalho é de 28,3%, menos da metade do índice registrado entre as pessoas sem deficiência, que é de 66,3%.

O Estatuto da Pessoa com Deficiência, legislação destinada a promover a inclusão social e a cidadania dessa parcela da população, assegura à pessoa com deficiência direito ao trabalho de sua livre escolha em ambiente acessível e inclusivo.

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