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Revista JMx Esperança no Tratamento do Autismo: Probiótico Derivado do Leite Apresenta Resultados

Esperança no Tratamento do Autismo: Probiótico Derivado do Leite Apresenta Resultados Promissores

Um estudo recente trouxe avanços significativos no tratamento natural do transtorno do espectro autista (TEA). Pesquisadores descobriram que um probiótico encontrado na fermentação do leite pode aliviar e até reverter sintomas do autismo, abrindo novos horizontes além das terapias tradicionais com medicamentos como antipsicóticos e antidepressivos.

A pesquisa, realizada com camundongos geneticamente modificados para apresentar comportamentos semelhantes ao autismo, revelou avanços surpreendentes. Esses animais, que mostravam sinais como isolamento social e desequilíbrios em neurotransmissores essenciais ao aprendizado e memória, receberam doses diárias do probiótico Lactobacillus murinus — uma bactéria comum em produtos lácteos como queijo e iogurte. Após

um mês de tratamento, os camundongos demonstraram melhora no aprendizado, maior flexibilidade cerebral e recuperação da saúde intestinal.

Segundo o Centro de Controle e

Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, uma em cada 36 crianças é diagnosticada com TEA. Apesar das causas do transtorno ainda não serem completamente conhecidas, evidências apontam que fatores ambientais, como poluição e toxinas, podem afetar o desenvolvimento cerebral fetal, provocando inflamações e interferindo nas conexões nervosas.

O estudo, conduzido por uma equipe de pesquisadores chineses, utilizou 34 camundongos com alterações genéticas no gene CHD8, o que resultou em sintomas típicos do autismo, como ansiedade, dificuldades de

interação social e problemas de memória. Com o tratamento probiótico, observou-se não apenas melhora nos comportamentos sociais, mas também a normalização da microbiota intestinal — um fator chave, conforme indicou uma pesquisa de 2022 do Hospital Zhujiang, que associou disfunções intestinais a problemas comportamentais em indivíduos com TEA.

Os avanços se estenderam ao cérebro: o equilíbrio excitatório/inibitório (E/I), crucial para o processamento de informações e funções cognitivas, foi restaurado. Além disso, os níveis de receptores de dopamina D2 — essenciais para a memória, atenção e aprendizado — aumentaram significativamente com o uso do Lactobacillus murinus.

Outro ponto relevante foi a recuperação de genes importantes para a organização sináptica e a redução da inflamação cerebral. Os astrócitos, responsáveis pela regulação dos neurotransmissores, apresentaram notável recuperação,

reforçando a importância da comunicação entre bactérias intestinais e o cérebro para o tratamento do autismo.

Com efeitos colaterais mínimos e potencial para complementar terapias comportamentais, o Lactobacillus murinus desponta como uma promissora alternativa no tratamento do TEA.

Essa descoberta não apenas reforça a conexão entre o intestino e o cérebro, mas também oferece esperança a milhares de famílias que buscam novas abordagens para o cuidado de seus filhos com autismo.

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