Relatorio by Julio Leitao

Relatório da Análise do Levantamento Benchmark selecionados para os aspectos materiais ESG mais significativos

NOTA AOS LEITORES Os autores, revisores, editores e a DuPont Sustainable Solutions desenvolveram esforços para garantir que a tecnologia, os sistemas de gestão e outras informações aqui contidas sejam precisas e conformes às melhores práticas conhecidas por eles no momento da publicação. Contudo, novas abordagens para a gestão da segurança, diferenças razoáveis de opiniões entre especialistas, aspectos únicos de situações individuais e diferentes leis e culturas, exigem que o leitor exercite julgamento independente quando tomar decisões que afetam a segurança, prática ou processo de qualquer instalação. O leitor deve considerar a aplicabilidade das ideias e opiniões oferecidas a cada situação com base no conhecimento do leitor da cultura do empregado, premissas físicas, prática ou processo em questão. Sugestões para melhorias serão bem-vindas e cuidadosamente consideradas.

CONFIDENCIAL Este relatório e as informações contidas nele foram fornecidas somente para a Petrobras. Terceiros não poderão depender deste Relatório ou informação ou usá-lo de qualquer outra forma DSS Sustainable Solutions do Brasil ltda não assume quaisquer responsabilidades por danos ou reclamações relacionadas pelo uso das recomendações, representações ou práticas aqui contidas. Este Relatório representa todo o entendimento entre a DuPont Sustainable Solutions e a Petrobras, e a beneficiada não deve se basear em quaisquer declarações, recomendações ou representações que não estejam estabelecidas neste Relatório. Quaisquer observações verbais ou explicações que possam ter sido dadas em relação ao presente. Relatório não substituem uma leitura adequada e não têm a intenção de dizer qualquer coisa que não esteja aqui descrita.

1. Sumário Executivo 1.1 Breve explicação de benchmark.............................................................................................................. 00 1.2 Metodologia benchmark ............................................................................................................................... 00 1.3 Óleo e Gás: ESG e desafios 2030 .............................................................................................................. 00

2. Lista de Abreviações 3. Introdução 4. Empresas Selecionadas 4.1 Critérios e referências considerados para a seleção das empresas ............................................ 00 4.2 Quadro de empresas e fontes de informações .................................................................................. 00 4.2.1 Perfil das empresas analisadas ............................................................................................................... 00 4.2.2 Categorias de análise e fontes de informação ................................................................................ 00

5. Partes Interessadas 5.1 Metodologia para a classificação das partes interessadas ............................................................. 00 5.2 Partes interessadas por empresa (Passo 1)........................................................................................... 00 5.3 Criação de categorias e subcategorias de partes interessadas (Passo 2) 00 5.4 Mapa das partes interessadas (Passo 3)................................................................................................ 00

6. Temas Materiais 6.1 Metodologia para análise e classificação dos temas materiais...................................................... 00 6.2 Mapeamento de temas materiais do setor (GRI)................................................................................ 00 6.3 Temas materiais e ODSs............................................................................................................................... 00 6.4 Temas materiais separados por tópicos (Passo 1)............................................................................. 00 6.5 Lista de tópicos materiais por organização (Passo 2)...................................................................... 00 6.6 Mapa de temas materiais (Passo 3)......................................................................................................... 00

7. Próximos Passos 8. Bibliografia 9. Anexos 9.1 Benchmark detalhado – Categorias de Análise.................................................................................... 00

1. SUMARIO EXECUTIVO Considerando a realidade institucional da 3R Petroleum, bem como suas ambições e desafios, a DuPont Sustainable Solutions traz neste sumário questões de relevância sobre a construção deste “Relatório da análise do levantamento benchmark selecionados para os aspectos materiais ESG mais significativos”. Este documento faz parte da primeira entrega prevista do projeto ‘’Desenvolvimento da Jornada de Sustentabilidade – ESG’’ contendo também o mapeamento das partes interessadas.

1.1 Breve explicação sobre benchmark Nos tempos atuais, as empresas de petróleo e gás precisam investir em operações mais eficientes para reduzir o impacto das flutuações nos preços do petróleo e reduções no fluxo de caixa. Além disso, as pressões regulatórias e ambientais fazem com que os desafios aumentem à medida que atividades do setor de óleo e gás venham se intensificando e este aumento em produtividade traz consigo maiores índices da emissão de hidrocarbonetos e GEE (Gases do Efeito Estufa). A exploração e produção de petróleo e gás natural sob o regime de partilha de produção em áreas do pré-sal e em áreas estratégicas é regida pela Lei Federal n. 12.351/2010, que, dentre outras cláusulas, impõe a apresentação de inventário periódico sobre as emissões de gases que provocam efeito estufa. Assim, considerando a

SUMÁRIO EXECUTIVO

obrigação definida nos contratos de partilha de produção, o ano de 2020 totalizou cerca de 386.766,91 toneladas de CO2 equivalentes em comparação a 33.685,65 no ano de 2014. Benchmarking é uma análise estratégica relevante utilizada por empresas, independentemente do porte, de um mesmo setor e caracterizada por um processo de pesquisas e organizado de maneira sistemática mostrando pontos fortes, estratégicos em relação à produtos, processos e serviços de empresas selecionadas. Em outras palavras, trata-se de uma poderosa ferramenta capaz de mostrar a uma organização como ela está sendo comparada em relação a seus pares dentro do universo de competição entre as empresas. Por meio deste levantamento, será possível entender o cenário atual da 3R Petroleum bem como compreender o que pares ou parceiros comerciais tem adotado como parâmetro para riscos e impactos de suas atividades e operações.

1.2 Metodologia benchmark Neste projeto, o benchmark contempla a análise de aspectos materiais ESG de empresas relacionadas ao setor de óleo e gás, por meio dos principais padrões reportados, em especial o GRI. As etapas que envolvem a construção de um benchmark vão desde a seleção das organizações a serem pesquisadas, o desenho de critérios de avaliação (temas ESG), passando pela coleta e comparação de dados, mensuração de informações, chegando no relatório para apresentação dos resultados. Vale destacar, portanto, que a construção de metodologia não deve ser feita de forma aleatória.

Relatório da Análise do Levantamento Benchmark selecionados para os aspectos materiais ESG mais significativos

Para este benchmark, avaliou-se 8 empresas (Dommo Enauta, Eneva, Equinor, Petrobras, Petroreconcavo, Petrorio e Shell) que foram selecionadas por operarem diretamente no Brasil e oferecerem informações públicas sobre suas práticas de gestão e informações ESG. Dentre as companhias escolhidas, a Equinor, Petrobras e Shell foram selecionadas por apresentarem as melhores práticas de gestão e, portanto, as demais entraram na posição de avaliação e comparação de empresas concorrentes. Também foram avaliados outros indutores que podem impactar os temas materiais. Para a identificação dos temas materiais relacionados ao segmento empresarial e ao mercado investidor foram também analisadas duas organizações setoriais, sendo elas: (a) The International Association of Oil & Gas Producers (IOGP) fórum global da indústria petrolífera no qual os membros identificam e compartilham as melhores práticas para alcançar melhorias em saúde, segurança, meio ambiente, entre outras questões. A IOGP é a voz da indústria mundial de upstream, onde os membros (78) são responsáveis pela produção de 40% do petróleo e do gás do mundo. Eles operam em todas as regiões produtoras: Américas, África, Europa, Oriente Médio, Mar Cáspio, Ásia e Austrália. (b) International Petroleum Industry Environmental Conservation Association- IPIECA, que é o canal da indústria para o Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) e o UNFCCC, ambos preocupados com as mudanças climáticas. A IPIECA possui uma posição única na indústria de petróleo e gás como um pólo central de comunicação e conhecimento comum onde sua meta é reunir a indústria para lidar com questões ambientais e sociais. Seus membros IPIECA estão em 36 empresas, incluindo 6 grandes corporações e 7 empresas

SUMÁRIO EXECUTIVO

nacionais de petróleo, e mais 16 associações que formam uma rede que representa mais de 400 empresas de petróleo e gás. Também foram consultadas outras duas fontes de informação vinculadas ao mercado financeiro, sendo o primeiro o informe divulgado pela S&P Global Ratings, responsável pelo relatório de agência de rating da 3R Petroleum (outubro de 2021) e o segundo, o informe de governança corporativa 2021 da 3R Petroleum. Como forma de se obter uma visão mais organizada do que cada organização selecionada tem considerado como tema material, foi elaborada uma planilha a fim de comparação e preenchimento de aspectos específicos de cada uma.

1.3 Desafios do setor de óleo e gás em 2030 O investimento ESG visa eleger ativos de organizações que se mostrem comprometidas com o meio ambiente, sociedade e seu próprio modo de fazer negócio (governança). Vale ressaltar que por mais que o assunto ESG seja tendência nos dias atuais, essa preocupação não é de hoje, uma vez que desde a década de 70 os fundos já começaram incluir critérios sociais em seus processos de tomada de decisão, por exemplo. Desastres ambientais, tais como o mais recente caso da explosão de uma plataforma da BP, causaram uma imagem ruim à empresa, que para não perder influência de mercado, passa a se conscientizar e investir em ações para mitigar impactos negativos ao meio ambiente. No mundo corporativo, as companhias têm adotado cada vez mais estratégias em relação aos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) em seus negócios. No entanto, muitos têm sido

Relatório da Análise do Levantamento Benchmark selecionados para os aspectos materiais ESG mais significativos

os desafios e dificuldades enfrentados para enquadrar essas mudanças a novos padrões exigidos, o que tem forçado empresas de diferentes ramos de atuação buscarem alternativas resilientes e sustentáveis para solução de problemas. ESG e ações empresariais voltadas para sustentabilidade compõe os assuntos os quais mais tem se falado na atualidade. Diante disso, o setor de óleo e gás começa a se posicionar em relação ao tema, principalmente no quesito ‘’metas de redução de carbono para 2030’’, produção de hidrogênio verde e ações de sequestro/neutralização e compensação do carbono. Uma análise feita pela S&P Global trouxe que a transição global para fontes energéticas de baixo carbono representa um risco de crédito para 96% das empresas de petróleo e gás cobertas pela Rating. Tal categoria abrange as emissões de carbono de uma empresa e seus esforços para minimizar as emissões e desenvolver produtos com baixo teor de carbono, bem como o risco existencial de que as empresas de petróleo e gás considerem seus produtos severamente restritos ou proibidos. Contudo, não se pode deixar de citar as dificuldades que o setor tende a passar para conseguir um ponto de equilíbrio decorrente as pressões adquiridas pela transição energética e os lucros esperados para este ramo. Por este motivo, empresas de óleo e gás deverão se esforçar para otimizar seus processos em termos de eficiência e, desse modo, estabelecer competências para criação de valores sobre economia de baixo carbono. Apesar do grande desafio de se produzir óleo e gás com redução nos custos e emissões GEE, espera-se que cada vez mais seja possível a entrega de energia acessível à população e atrelada aos compromissos da Agenda 2030 vinculada aos ODS.

SUMÁRIO EXECUTIVO

RELATÓRIO DA ANÁLISE DO LEVANTAMENTO BENCHMARK SELECIONADOS PARA OS ASPECTOS MATERIAIS ESG MAIS SIGNIFICATIVOS

2. LISTA DE ABREVIAÇÕES ABNT

Associação Brasileira de Normas Técnicas

AIDs

Áreas de Influência Direta

Amuquec

Associação das Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu

ANEEL

Agência Nacional de Energia Elétrica

ANEFAC

Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade

ANP

Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural

ARPEL

Asistencia Recíproca Petrolera Empresarial Latinoamericana

ASCM

Association for Supply Chain Management

CCUS

Carbon Capture, Utilisation and Storage

CDP

Carbon Disclosure Project

CEBDS

Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável

Metano

CIGAS

Companhia Maranhense de Gás

CLPI

Consentimento Livre, Prévio e Informado

Monóxido de Carbono

CO2

Dióxido de Carbono

COC

Code of Conduct

COGERH

Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará

COP25

5th Conference of the Parties

COSO-ERM

Committee of Sponsoring Organizations-Enterprise Risk Management

SUMÁRIO EXECUTIVO

CSLF

Carbon Sequestration Leadership Forum

CWT

Cental Weight (Hundredweight)

E&P

Exploração & Produção

EITI

Extractive Industries Transparency Initative

EMAP

Empresa Maranhense de Administração Portuária

EMBRAPA

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EPE

Empresa de Pesquisa Energética

ESG

Environment Social Governance

FCPA

Foreign Corrupt Practices Act

FIFO

Fly-In Fly-Out

GASMAR

Companhia Maranhense de Gás

GEE

Gás de Efeito Estufa

GHG

Green House gases

GRI

Global Reporting Initiative

GWP

Global Warming Potential

IBGC

Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

IBP

Instituto Brasileiro de Petróleo

IFC

International Finance Corporation

IG-SEST

Indicador de Governança da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais

IIRC

International Integrated Reporting Council

ILO

International Labour Organization

IOGP

International Association of Oil & Gas Producers

IPCC

Intergovernmental Panel on Climate Change

IPIECA

International Petroleum Industry Environmental Conservation Association

ISO

International Organization for Standardization

KPI

Key Performance Indicator

MAR

Museu de Arte do Rio

MME

Ministério de Minas e Energia

Óxidos de Nitrogênio

ODS

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

OIT

Organização Internacional do Trabalho

ONGs

Organizações Não Governamentais

ONS

Operador Nacional do Sistema Elétrico

ONU

Organização das Nações Unidas

OPAS

Oferta Pública de Aquisição de Ações

PACI

Partnering Against Corruption Initiative

PCS

Projeto de Comunicação Social

PEA-FOCO

Projeto de Educação Ambiental Fortalecimento da Organização Comunitária

Material Particulado

PNEA

Política Nacional de Educação Ambiental

PNUD

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PPPC

Programa Petrobras de Prevenção da Corrupção

PPRA

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

Rio de Janeiro

SA 8000

Social Accountability certification

SASB

Sustainability Accounting Standards Board

SDG

Sustainable Development Goals

SESI

Serviço Social da Indústria

SGI

Sistema de Gestão Integrado

SIGEA

Sistema de Gestão de Emissões Atmosféricas

Óxidos de Enxofre

TAR

Taxa de Acidentados Registráveis

TCFD

Task Force on Climate-related Financial Disclosures

United Kingdom

UNDP

United Nations Development Program

UNFCCC

United Nations Framework Convention on Climate Change

UNGC

United Nations Global Compact

UNODC

United Nations Office on Drugs and Crime

VOC

Compostos Orgânicos Voláteis

RELATÓRIO DA ANÁLISE DO LEVANTAMENTO BENCHMARK SELECIONADOS PARA OS ASPECTOS MATERIAIS ESG MAIS SIGNIFICATIVOS

3. INTRODUÇÃO

relatório

ora

apresentado

fruto

primeira

entrega do projeto ’Desenvolvimento da Jornada de Sustentabilidade – ESG’’ realizado para a empresa 3R

Petroleum. Este estudo tem como objetivo oferecer uma análise de benchmark das práticas de ESG relatadas em documentos corporativos de empresas de óleo e gás, criando uma base de informações para as próximas entregas previstas para o projeto. O que tem se visto no mercado atual é uma avalanche de informações cruzadas sobre investimento em ESG e de como adaptar essas demandas sob a ótica de investidores e sociedade como um todo.

De acordo com as informações do Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) , a previsão é de que a média anual de investimento em ESG ultrapasse 77 bilhões de reais entre os anos de 2019 e 2022. Porém, a preocupação pelo desenvolvimento sustentável tem feito com que empresas desse ramo repensassem seus processos e produtos, e assim busquem entender seu posicionamento diante dos investidores e concorrentes.

INTRODUÇÃO

Embora os investidores tenham sido e sejam fundamentais na criação do imperativo ESG, esta é apenas uma das muitas partes interessadas que pressionam as empresas de todos os setores a adotarem uma estratégia ESG desenvolvendo métricas adequadas para medir o progresso em suas múltiplas dimensões. Assim sendo, os aspectos “ESG” devem ser integrados à estratégia corporativa, e não serem incorporados apenas de forma tardia, como se a empresa apenas reagisse a uma não conformidade. A falta de uma estratégia ESG acaba afetando o acesso das empresas ao capital, seja ele público ou privado. Neste sentido, um imperativo para o desenvolvimento sustentável das empresas é a compreensão de como as iniciativas com foco na estratégia ESG se comparam às dos concorrentes e estão alinhadas com o mercado investidor e as organizações que representam o setor. Além disso, as empresas do setor de óleo e gás estão sendo pressionadas em relação aos temas socioambientais e, por muitas vezes não sabem quais temas devem priorizar, ou seja, quais assuntos são de fato relevantes para seu negócio e quais os principais riscos a curto, médio, prazo, por que, como fazê-los e por onde começar. Para completar o cenário, a 3R Petroleum deve apresentar em 2022 um aumento significativo de consolidando os campos petrolíferos e as participações recentemente adquiridas. Contudo, os desafios oriundos a transição energética e mudanças climáticas não passam desapercebidos pela empresa, que tem sido reconhecida em relação aos esforços para uma economia de baixo carbono.

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Sendo assim, considerando as novas exigências de prestação de informações de reforma da Instrução CVM 480 que passará a valer para o report de 2022, tornou-se fundamental a realização dessa jornada de sustentabilidade ESG para a 3R Petroleum. Esse caminho que começa a ser trilhado com o estudo de benchmark realizado neste relatório. A análise benchmark permitirá a 3R Petroleum realizar comparações de processos e práticas, organização por organização. Através dele e possível identificar vantagens, oportunidades e ameaças, e então, desenhar prioridades, objetivos, metas e indicadores de apoio à gestão ESG. Para chegar a esse produto, o estudo de benchmark iniciou-se com uma análise dos documentos de gestão de 8 empresas e 2 organizações setoriais, uma empresa de rating e o informe de governança corporativa 2021 da 3R Petroleum. A segunda etapa consistiu em analisar os documentos relacionados às partes interessadas para, finalmente, estabelecer correlações aos temas materiais levantados na etapa final. Após esse primeiro passo fundamental para a Jornada de Sustentabilidade da 3R Petroleum seguiremos na identificação das partes interessadas, no processo estruturado de escuta das partes interessadas visando definir os temas materiais da empresa. O trabalho se encerrará com a elaboração de roadmap & modelo de governança onde, apresentar-se-á um planejamento macro com iniciativas ESG.

INTRODUÇÃO

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4. EMPRESAS SELECIONADAS

4.1 Critérios e referências considerados para a seleção das empresas Durante o processo de elaboração deste relatório, examinouse os documentos relativos a diretrizes e práticas ESG de oito empresas e duas organizações setoriais listadas em diversas partes deste relatório em ordem alfabética: Dommo, Enauta, Eneva, Equinor, IOGP, IPIECA, Petrobras, Petroreconcavo, Petrorio e Shell. Análises da S&P Global Ratings e do Informe de Governança Corporativa 2021 da 3R Petroleum também foram considerados, mas em momento posterior, quando da elaboração do mapa de temas materiais. As

organizações

selecionadas

possuem

comum

disponibilidade de informações públicas sobre suas práticas de gestão, o que possibilitou a análise de benchmark através desses documentos. Considerando essa dinâmica, cinco empresas foram identificadas como melhores concorrentes da 3R Petroleum (Dommo, Enauta, Eneva, Petroreconcavo e Petrorio).

EMPRESAS SELECIONADAS

Além disso, foram consideradas duas empresas como possíveis melhores práticas no mercado mundial (Equinor e Shell). Por último, foi adicionada ao estudo a Petrobras por. Essa inserção se deve não só por ser uma empresa referenciada como exemplo de melhores práticas, mas também por sua relação com a 3R Petroleum que comprou seus ativos e está, atualmente, incorporando seus antigos funcionários nas operações. Além disso, foram consideradas duas empresas como possíveis melhores práticas no mercado mundial a Equinor e a Shell. Por último, foi adicionada ao estudo a Petrobras. Essa inserção se deve não só por ser uma empresa referenciada mundialmente como exemplo de melhores práticas, mas também por sua relação com a 3R Petroleum que comprou seus ativos e está, atualmente, incorporando seus antigos funcionários nas operações. Em relação as organizações setoriais de óleo e gás, inicialmente estavam previstas três: IOGP, IPIECA e ARPEL. No entanto, por não agregar valor a 3 R Petroleum em razão da abrangência reduzida em relação a IOGP e IPIECA que são organizações indutoras dentro do mercado de óleo e gás de uma forma globalizada, a ARPEL foi retirada das análises. Como se trata de organizações de porte diferentes, o objetivo do estudo não foi ranqueá-las, mas sim usar os dados coletados de forma qualitativa e consolidá-los como valor agregado para que a 3R Petroleum possa se posicionar de forma estratégica em relação às práticas de ESG seguidas e estabelecidas por pares do mesmo setor.

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4.2 Quadro de empresas e fontes de informações 4.2.1 Perﬁl das empresas analisadas A seguir, apresenta-se um breve resumo dos perfis das oito empresas selecionadas na elaboração desse benchmark:

Empresa brasileira de capital aberto, iniciou suas atividades em 2007 e suas ações passaram a ser negociadas em 2014. Sua carteira de ativos de exploração e produção no setor de óleo e gás é atualmente composta por blocos situados na Bacia de Campos.

Empresa brasileira de capital aberta com dez anos de existência, atua no setor de exploração e produção de petróleo e gás natural onshore e offshore.

Empresa privada brasileira, listada no novo mercado B3 desde 2007, com experiência em exploração e produção de petróleo, assim como gás onshore. Também atua no mercado livre de energia e gás natural, e em geração distribuída.

EMPRESAS SELECIONADAS

Empresa internacional Norueguesa com operações em mais de 30 países, presente no Brasil há duas décadas, com foco em exploração e produção de óleo e gás, e em energias renováveis.

Empresa brasileira com mais de 40000 empregados, sendo uma das maiores produtoras de petróleo e gás do mundo. Atua principalmente na exploração e produção, reﬁno, geração e comercialização de energia. Possui quase 50 anos no desenvolvimento das bacias offshore brasileiras.

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Operadora independente com foco em campos maduros em terra no Brasil. Inicia as primeiras aquisições no período de 1997 a 2003. Seu portfólio inclui concessões de petróleo e gás natural na qual atua como concessionária e/ou operadora e prestação de serviços de risco.

Empresa brasileira de capital aberto com foco no investimento e na recuperação de ativos em produção, especializados em gestão de reservatório e no redesenvolvimento de campos maduros.

Empresa inglesa, suas operações no setor de petróleo iniciam em 1903, e está presente no Brasil desde 1913. Com cerca de 900 funcionários no Brasil, suas operações estão presentes nas Bacias de Campos, Santos, Barreirinhas e Potiguar, com participação em 21 blocos exploratórios no país. Atua também no segmento downstream, produção de açúcar, etanol, geração de energia elétrica, suprimento e distribuição de combustíveis para o varejo e comercial.

EMPRESAS SELECIONADAS

4.2.2 Categorias de análise e fontes de informação Ao considerar as 8 empresas selecionadas neste estudo, focou-se nos documentos de gestão que pudessem auxiliar na formação de uma visão geral do quanto cada organização comtemplava as seguintes categorias de análise: Visão Missão Valores Propósito Adesão e parcerias Código de ética Programa integridade/ compliance Política antissuborno e anticorrupção Gestão de riscos Plano estratégico / negócios e gestão Tendências, desafios e oportunidades Relacionamento com comunidades e investimentos sociais Premiações Relatório sustentabilidade ou similar Política de saúde e segurança Política de gestão ambiental Manual de Gestão SGI Política para o Clima Política de direitos humanos Gestão de pessoas Relação de ODS Partes Interessadas Temas materiais Tipo de serviço

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As tabelas a seguir apresentam o comparativo resumo das 8 empresas. Foram analisados mais de 90 documentos das empresas visando contemplar as categorias de análise listadas anteriormente. Essas categorias foram agrupadas, separadamente em seis tabelas com intuito de facilitar a visualização neste relatório. As informações detalhadas das 24 categorias de análise (incluindo a última categoria “Tipo de serviço” - não mencionada nos resumos) podem ser encontradas ao fim desse relatório no “Anexo 9.1 Benchmark Detalhado – Categorias de Análise”. Tabela 1: Resumo de benchmark com 4 categorias de análise

Empresa

Visão

Missão

Valores

Adesão e parcerias

Dommo

Enauta

l l

Eneva

Equinor

Petrobras

Petroreconcavo

Petrorio Shell

A Tabela 1 evidencia uma tendência particular das empresas de óleo e gás evidenciadas neste estudo. A particularidade está na falta de aderência às categorias do trinômio (visão, missão e valores), que é quase sempre presente para as empresas de outros setores. As informações referentes à visão e missão das empresas não foram evidenciadas nos documentos analisados da Dommo, Enauta e Shell. Porém, a categoria “Valores” foi

EMPRESAS SELECIONADAS

confirmada como essencial para o setor, pois todas as empresas apresentam essa informação de forma pública. Cabe ainda mencionar a categoria “Adesão e parcerias” presente também para quase todas as empresas, excetuando a Petroreconcavo. Essas adesões e parcerias possuem naturezas diversas que englobam pactos no âmbito ambiental, social e governança. Tabela 2: Resumo de benchmark com 4 categorias de análise

Empresa

Código de ética

Programa integridade/ compliance

Política antissuborno e anticorrupção

Gestão de riscos

Dommo

Enauta

Eneva

Equinor

Petrobras

Petroreconcavo

Petrorio

Shell

As quatro categorias apresentadas na Tabela 2 possuem uma das melhores taxas de aderência entre os resumos de benchmark descritos neste relatório. Dessa forma, fica claro que “Código de ética”, “Programa integridade/compliance”, “Política antissuborno e anticorrupção” e “Gestão de riscos” são categorias mais que essenciais para as empresas do setor. Entretanto, saindo um pouco da regra, não foi evidenciado um “Programa integridade/compliance” para a empresa Dommo e um documento de “Gestão de riscos” para a Petrorio.

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Tabela 3: Resumo de benchmark com 4 categorias de análise

Plano estratégico / negócios e gestão

Tendências, desafios e oportunidades

Relacionamento com comunidades e investimentos sociais

Premiações

Enauta

Eneva

Empresa

Dommo

Equinor Petrobras

Petroreconcavo

Petrorio Shell

Ao considerar o item de maior aderência na Tabela 3, percebe-se que apenas para Dommo e Petrorio não se obteve evidências nos documentos analisados para a categoria “Relacionamento com comunidades e investimentos sociais”. Seguindo a análise, constatouse que Dommo e Petrorio não apresentam evidências públicas para nenhuma das 4 categorias apresentadas: “Plano estratégico / negócios e gestão”, “Tendências, desafios e oportunidades”, “Relacionamento com comunidades e investimentos sociais” e “Premiações”.

EMPRESAS SELECIONADAS

Tabela 4: Resumo de benchmark com 4 categorias de análise

Relatório sustentabilidade ou similar

Política de saúde e segurança

Política de gestão ambiental

Dommo

Enauta

Eneva

Equinor

Petrobras

Empresa

Petroreconcavo

Petrorio

Shell

Manual de Gestão SGI

Considerando esse novo quadro resumo da Tabela 4, pode-se perceber que as empresas Petroreconcavo e Petrorio possuem apenas a “Política de saúde e segurança” como categoria contemplada a partir das quatro categorias em análise. Para as demais três categorias, nenhuma evidência documental pública foi encontrada. Outrossim, as empresas Dommo e Enauta são as únicas a não contemplar a categoria “Manual de Gestão SGI”.

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Tabela 5: Resumo de benchmark com 4 categorias de análise

Empresa

Política para o Clima

Política de direitos humanos

Gestão de pessoas

Relação de ODS

Dommo

Enauta

Eneva

Equinor

Petrobras

Petroreconcavo

Petrorio

Shell

A Dommo apresenta-se como a única empresa a não evidenciar documentalmente dados e informações relativos à categoria “Política de direitos humanos”. Essa mesma empresa também não apresentou evidências para as categorias “Gestão de pessoas” e “Relação de ODS”. Ademais, as empresas Petroreconcavo e Petrorio apresentaram evidências apenas para o item “Política de direitos humanos” dentro das quatro categorias apresentadas na Tabela 5.

EMPRESAS SELECIONADAS

Tabela 6: Resumo de benchmark com 2 categorias de análise

Empresa

Partes Interessadas

Temas materiais

Dommo

Enauta

Eneva

Equinor

Petrobras

Petroreconcavo

Petrorio

Shell

Por fim, o próximo passo visa aprofundar a análise das categorias descritas na Tabela 6: partes interessadas e temas materiais. Nesse panorama, todas as oito empresas apresentaram evidências documentais para esses dois itens que serão detalhados nos capítulos 5 e 6 deste relatório. As organizações setoriais IOGP e IPIECA também apresentam categorias com informações mais detalhadas no “Anexo 9.1 Benchmark Detalhado – Categorias de Análise”. Entretanto, essas organizações não foram consideradas nos quadros comparativos “resumo de benchmark” por razões obvias de não aplicabilidade em diversos dos itens considerados para as empresas do setor.

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EMPRESAS SELECIONADAS