O Beijo das Sombras - Vampire Academy 01

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“Ah sim. Você apenas adivinhou. Sem qualquer prova.” "Eu tenho toda a prova de que necessito, apenas observando você." “Você ficou me observando – me espionando – para provar que eu estou usando compulsão?” Ele se encolheu. "Não. Na verdade, eu estive observando você só porque eu gosto disso. A compulsão foi um bônus. Eu vi você usá-la no outro dia para estender o prazo de entrega da tarefa de matemática. E você a utilizou em Sra. Carmack quando ela quis que você fizesse mais provas.” “Então você presumiu que é compulsão? Talvez eu seja apenas muito boa em convencer as pessoas.” Havia um tom desafiante em sua voz: compreensível, considerando o seu medo e a sua raiva. Mas, ela entregou a mensagem com uma sacudida de cabelo, que – se eu não soubesse – poderia ter sido considerado um flerte. E eu sabia... certo? De repente, eu não tinha certeza. Ele continuou, mas algo em seus olhos me disse que ele reparou no cabelo, que ele sempre reparava em tudo sobre ela. “Pessoas ficam com esse olhar pateta quando você fala com elas. E não é qualquer pessoa – você é capaz de fazer isso com Moroi. Provavelmente dhampirs, também. Agora,isso é loucura. Eu nem sabia que isso era possível. Você é algum tipo de celebridade. Algum tipo maligno de celebridade usuária de compulsão.” Isso era uma acusação, mas seu tom e sua presença irradiava a mesma linha de flerte dela. Lissa não sabia o que dizer. Ele estava certo. Tudo o que ele disse estava certo. Sua compulsão era aquilo que tinha nos permitido driblar as autoridades e viver mundo afora sem ajuda de adultos. Era o que tinha nos permitido convencer o banco a deixá-la tocar em sua herança. E era considerado tão errado quanto usar magia como uma arma. Porque não? Isto era uma arma. Uma poderosa, uma que poderia ser utilizada abusivamente com muita facilidade. Crianças Moroi aprendiam desde cedo que compulsão era algo muito, muito errado. Ninguém era ensinado a usá-la, apesar de que todo Moroi, tecnicamente, tinha essa habilidade. Lissa apenas meio que se envolveu com ela – profundamente – e, como Christian tinha salientado, ela podia fazer isso em Morois, bem como em humanos e Dhampirs. “E o que você vai fazer, então?” ela perguntou.“Você vai me dedurar?” Ele sacudiu a cabeça e sorriu. "Não. Eu acho que é atraente.” Ela o encarou, com o olhar bem aberto e coração acelerado. Algo sobre o formato de seus lábios a intrigava. “Rose acha que você é perigoso,” ela soltou por causa do nervosismo. “Ela pensa que você pode ter matado a raposa.” Eu não sabia como me sentir por ter sido envolvida nessa conversa bizarra. Algumas pessoas tinham medo de mim. Talvez ele também tivesse. A julgar pela diversão em sua voz quando ele falou, parecia que ele não tinha. "As pessoas pensam que sou instável, mas devo dizer-lhe, Rose é dez vezes pior. Claro, isso torna mais difícil para as pessoas ferrarem com você, então por mim está tudo bem.” Inclinando sobre seus calcanhares, ele finalmente quebrou o espaço íntimo entre eles. "E eu com certeza não fiz aquilo. Descubrir quem fez, no entanto… e o que eu fiz com Ralf nem vai se comparar.” Sua galante oferta de vingança assustadora não exatamente tranqüilizou Lissa... mas a deixou um pouco emocionada. “ Eu não quero você fazendo nada disso. E eu ainda não sei quem fez aquilo.” Ele se inclinou de volta na direção dela e pegou os pulsos delas em suas mãos. Ele começou a dizer alguma coisa, depois parou e olhou para baixo surpreso, passando seus dedos sobre leves, quase apagadas cicatrizes. Olhando novamente para ela, ele tinha uma estranha – para ele – bondade em seu rosto. "Você pode não saber quem fez. Mas você sabe alguma coisa. Algo que você não está contando." Ela o encarou, uma espiral de emoções brincando em seu peito. "Você não pode saber todos os meus segredos,” ela murmurou.


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