Saga Os Tronos da Luz : A Profecia de Hedhen - Cristina Aguiar

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que nunca vai compreender, Atalia. Até mesmo você está sujeita à Profecia. — “Venha até mim e verá se não sou capaz. Eu lhe mostrarei o que essa Profecia significa para mim” – ameaçou Atalia. — Sim, eu irei, e você sabe disso – Deborah respondeu e tocou novamente nas águas, encerrando a comunicação. – Nos veremos em Salema. Deborah ficou apoiada na borda do poço, mirando as águas imóveis. Ela olhou para Nathan e sorriu. O sacerdote estava sentado no degrau da escada com ar maravilhado. — Você estava certa, Deborah! — Obrigada por não me impedir, Nathan. Agora, volte aos sacerdotes e avise-os para se preparar. Eu mesma avisarei a Ordem. Partiremos ainda esta semana. Não há mais motivos para esperar. Jael passeava pela sacada das Cavernas do Sal. Era a sacada principal, que rodeava um pátio usado como praça pelos sacerdotes e sacerdotisas. Ela sentia-se melhor a cada dia. Os remédios de Miriam foram milagrosos. As cicatrizes que ficariam em suas costas de forma permanente, passariam quase despercebidas. Mas, por dentro, ela sabia que o dano fora maior. Ela agora possuía um ponto de contato com Babilos. Não era como o ferro negro, mas como o punhal de Héber. Ela conhecia muito bem os objetivos de cada arma do inimigo. Nathan foi um bom professor, e Miriam apenas confirmou o que ela já sabia. O veneno serviria para matá-la com o tempo, mas o contato do ferro com seu corpo abriria uma ligação direta com seus captores. Uma maneira útil de se manter um prisioneiro de guerra. Se fugisse, haveria duas opções: morrer ou ser encontrado e levado de volta. Foi isso o que aconteceu com ela. O veneno não era mais uma ameaça, mas o ponto de contato nunca sairia dela enquanto o poder de Babilos estivesse ativo. Eles a usariam para chegar até Deborah. Finéias talvez estivesse certo em desconfiar dela. Ele a interrogara ainda na enfermaria, quando ela tinha acabado de acordar. Suas perguntas a fizeram pensar, e ela chegou a questionar Miriam. A verdade não poderia ter sido mais cruel. Ela tornou-se uma armadilha para a própria irmã. — Estava a sua procura – Miriam aproximou-se dela com um sorriso no rosto. — Eu estava cansada de ficar dentro daquela enfermaria – Jael sentouse em um banco de pedra. — Precisava ver o sol e me sentir viva. — Também precisava ficar sozinha e refletir? Era isso que estava fazendo, não era? – Miriam sentou-se ao lado dela. — Você é exatamente igual à Hulda – Jael sorriu. – Tentar ler os pensamentos é uma atividade normal de profetizas?


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