TGI I - Habitar o território: da fragmentação à articulação urbana de Hortolândia.

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HABITAR

O TERRITÓRIO:

da fragmentação à articulação urbana de Hortolândia.



HABITAR O TERRITÓRIO: da fragmentação à articulação urbana de Hortolândia. JULIANA PEREIRA DE SANTANA Instituto de Arquitetura e Urbanismo | IAU Universidade de São Paulo | USP Trabalho de Graduação Integrado I Comissão de Acompanhamento Permanente | CAP Prof. Dr. David Moreno Sperling Prof. Dr. Joubert José Lancha Prof. Dr. ª Lucia Zanin Shimbo Prof. Dr. ª Luciana Bongiovanni M. Schenk Coordenador do Grupo Temático | GT Prof. Dr. Paulo Fujioka São Carlos | SP junho, 2017



SUMÁRIO

1. 2. 3. 4.

QUESTÕES

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LEITURAS URBANAS

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AÇÕES PROJETUAIS

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1. QUESTÕES


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O DIREITO À CIDADE

O direito a cidade, conceito concebido por Henri Lefebvre

(2001), é a questão que perpassa toda a construção desse trabalho. É entorno dela que se encaixa a discussão sobre as formações das cidades nos âmbitos sociais, políticos e econômicos. Em “O Direito a Cidade”, Lefebvre (2001)

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faz uma crítica ao conjunto de dog-

matismo do urbanismo moderno, que em um contexto histórico foi defendido pela Carta de Atenas, difundida na segunda metade do século XX. O urbanismo moderno remete-se ao processo de divisão técnica e social do trabalho, em uma concepção funcionalista, formalista e estruturalista em que se pretendia uma reorganização de toda a vida social.

Este procedimento do urbanismo moderno dissociou as fun-

ções e atividades que se encontravam articuladas de forma espontânea nas cidades históricas, e as projetou isoladamente no território, “a cidade historicamente formada não vive mais” (LEFEBVRE, 2001: p.106). A habitação e a vida cotidiana permanecem como auxiliares a organização técnica do trabalho, a ausência da vida social nestes

LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2001.

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capítulo 1 • QUESTÕES • 9

projetos mostra, segundo Lefebvre (2001), a urgência em superar estes modos de pensamento.

A sociedade moderna industrial e o urbanismo moderno fa-

zem parte de um mesmo processo. A industrialização causa profundas transformações na cidade e nas práticas sociais. A cidade política-comercial perde sua força social, produzindo uma anticidade, com uma generalização das relações de espaço-tempo, de valor de troca e um esvaziamento da qualidade em favor da quantidade e, consequentemente, a substituição da obra pelo produto. A industrialização é então considerada por Lefebvre (2001) o meio indutor das transformações na cidade, que desencadeia as crises de habitação, de segregação, de centro e periferia.

O direito a cidade é então o direito à vida urbana renovada

e transformada, à habitação, aos espaços, equipamentos e transportes públicos, à dignidade. É pensar a cidade como um espaço de usufruto cotidiano, como um lugar de encontro e não de desencontro. A luta cultural pelo direito à cidade, passa pela reafirmação dos espaços sociais coletivos, e essa luta torna-se cada vez mais necessária sob as formas econômicas que parecem renegar as cidades, desintegrando-as: A distribuição dos lotes é a mais rentável, as áreas públicas com dimensões mínimas e cada construção com sua solução particular, o conflito entre a vivencia do lugar e a brutal


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infraestrutura metropolitana e também a brutal falta de infraestrutura, equipamentos e espaços públicos nos lugares relegados a classe de baixa renda. A classe dominante comanda não só a produção do material, seu valor e seu preço, mas também a produção do espaço urbano e as ações do Estado sobre esse espaço (legislação urbanística, sistema de transporte, aparelhos de Estado) e ainda a produção das ideias dominantes a respeito dele.

(...) o direito à cidade (não à cidade arcaica, mas à vida urbana, à centralidade renovada, aos locais de encontro e de trocas, aos ritmos de vida e empregos do tempo que permitem o uso pleno e inteiro desses momentos e locais etc.). A proclamação e a realização da vida urbana como reino do uso (da troca e do encontro separados do valor de troca) exigem o domínio do econômico (do valor de troca, do mercado e da mercadoria) e, por conseguinte se inscrevem nas perspectivas da revolução sob a hegemonia da classe operária. (LEFEBVRE, 2001: p.139).


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SEGREGAÇÃO URBANA

O espaço social – o espaço urbano – é socialmente produ-

zido pelo trabalho humano. É a partir dessa concepção em que se pode entender a lógica do materialismo histórico, da dominação e do conflito de classes. O maior problema do Brasil, segundo Villaça VILLAÇA, Flávio. Reflexões sobre as cidades brasileiras. São Paulo: Editora Nobel, 2012.

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(2012)2, não é a pobreza, mas sim a desigualdade econômica e a desigualdade política associadas a ela. No caso das cidades brasileira a segregação é a mais importante manifestação espacial-urbana da desigualdade, ela a forma de exclusão social e de dominação social que tem uma dimensão espacial. “Nenhum aspecto do espa-

ço urbano brasileiro poderá ser jamais explicado/compreendido se não forem consideradas as especificidades da segregação social e econômica que caracteriza nossas metrópoles, cidades grandes e médias” (VILLAÇA, 2012: p.44) Entre nós, não há a consciência de que os problemas dos mais pobres são diferentes dos problemas dos mais ricos. É talvez sabido que a solução dos problemas dos mais pobres depende mais do poder público e que a solução da maior parte dos problemas


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dos mais ricos depende mais do mercado. Essa é, aliás, a razão fundamental pela qual a iniciativa privada e o mercado são tão decantados no Brasil. Como há uma forte segregação urbana em nossas cidades, os problemas urbanos são diferentes conforme ocorram nas regiões onde moram os mais ricos (...) ou não. Consequentemente, as populações dessas regiões mais ricas pressionam o poder público de uma forma duplamente diferente: em primeiro lugar, com força ou poder político diferente; e, em segundo lugar, sobre problemas diferentes. (VILLAÇA, 2012: p.75)

Apenas grupos, classes sociais capazes de iniciativas revo-

lucionárias podem se encarregar delas e trazer soluções para os problemas urbanos, “com essas forças sociais e políticas, a cidade

renovada se tornará obra” (LEFEBVRE, 2001: p.113). Desfazendo as estratégias e as ideologias dominantes na sociedade atual, colocando em questão as estruturas da sociedade existente (das questões da propriedade da terra, aos problemas de segregação) e das relações cotidianas. A estratégia de renovação urbana tem necessidade de um suporte social e de forças políticas para se tornar atuante e revolucionária, não pela força das coisas, mas contra as coisas estabelecidas.


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O HABITAR

O ato de habitar é uma condição revolucionaria, ela é capaz

de se opor ao movimento de homogeneização do capital. Habitar não se resume apenas em ter uma moradia, trata-se do direito a cidade no sentido político, trata-se da produção do espaço urbano como um todo, sobre a forma de distribuição da população e seus locais de trabalho, compra, lazer... a apropriação do espaço no sentido de atender as necessidades de uma vida social.

O habitar significa um acontecimento e uma qualidade mental e experiencial, bem como um cenário material, funcional e técnico. A noção de lar se estende muito além de sua essência física e seus limites. Além das questões práticas da habitação, o próprio ato de habitar é um ato simbólico e, imperceptivelmente, organiza o mundo inteiro para o morador. Além de nossas necessidades físicas e corporais, nossas mentes, memó rias, sonhos e desejos também devem ser organizados e habitados. Habitar faz parte da própria essência do


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nosso ser e da nossa identidade. (PALLASMAA, 2016: p.8)

Jane Jacobs (2000)3, em Morte e vida das grandes cidades,

questiona o desenvolvimento do planejamento urbano nas cidades. Faz uma crítica em relação à função, uso e ocupação das construções, e a infraestrutura das cidades, que desfavorece sempre a classe mais baixa em relação ao lazer, moradia e mobilidade. Resgata as ricas pré-existencias da cidade multifuncional, compacta e densa, onde a rua, o bairro e a comunidade são vitais na cultura urbana.

O bairro é um misto de usos e atividades que transmitem uma

visível “independência”, pois eles são diferentes tanto no sentido social quanto econômico e cultural, porém não é independente da cidade, é parte integrante dela. Jacobs defende a vida urbana gerada pela diversidade, pela combinação e mistura dos usos e não os usos separados. Quando usos principais são associados, consegue-se atrair pessoas para a rua em diferentes horários, locais que atraiam além de moradores e trabalhadores, pessoas que querem apenas espairecer. “Se um projeto elabora para um distrito no qual haja carência de pessoas ao longo do dia não atuar na causa do problema, só conseguirá substituir a velha estagnação por uma nova” (JACOBS, 2000: p.176). Se não há vida no espaço, se ele for desolado e vazio, nenhuma atividade social acontece, as pessoas buscam

JACOBS, Jane. Morte e vida das grandes cidades. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2000.

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outras pessoas, se reúnem onde outras atividades acontecem.

Se as únicas formas de bairro que demonstram ter funcionalidade proveitosa para a autogestão na vida real são a cidade como um todo, as ruas e os distritos, então o planejamento físico de bairros eficiente deve almejar as seguintes metas: Primeira, fomentar ruas vivas e atraentes. Segunda, fazer com que o tecido dessas ruas forme uma malha o mais contínua possível pôr todo um distrito que possua o tamanho e o poder necessário para constituir uma sociedade em potencial. Terceira, fazer com que parques, praças e edifícios públicos integrem esse tecido de ruas; utilizá-los para intensificar e alinhavar a complexidade e a multiplicidade de usos desse tecido. Eles não devem ser usados para isolar usos diferentes ou isolar subdistritos. Quarta, enfatizar a identidade funcional de áreas suficientemente extensas para funcionar como distritos. (JACOBS, 2000: p.141)


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ESPAÇO PÚBLICO, COLETIVO E PRIVADO O conceito de “público” e “privado” podem ser vistos e compreendidos em termos relativos como uma série de qualidades espaciais que, diferindo gradualmente, referem-se ao acesso, à responsabilidade, à relação entre a propriedade privada e a supervisão de unidades espaciais específicas. (HETZBERGER: 1999, p.13)

Segundo Hertzberger (1999)4, as responsabilidades e a sensa-

ção de acesso marcada pelas demarcações territoriais é o que difere espaços públicos e privados. Se um espaço oferece oportunidades de utilizações, além da liberdade de tomar iniciativas, os usuários que o utilizam se sentirão responsáveis e dele tomarão conta. O envolvimento com o espaço pode também ser estimulado pelo grau de acesso, destacando as diferenças materiais, de formas, dimensões, e assim ordenar o projeto como um todo. Pode-se articular o interior com o exterior, o público e o privado, criar áreas intermediárias, zonas de transição, igualmente acessíveis pelos dois lados, de modo que as fronteiras entre o exterior e o interior se tornem menos explícitas.

HERTZBERGER, Herman. Lições de arquitetura. 2º ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

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São as diferentes gradações dos espaços públicos que im-

pulsionam de forma amena o sentimento de pertencimento ao lugar. Se os espaços públicos forem impostos de maneira agressiva, com demarcações rígidas, o homem não se sentirá parte do espaço, se sentirá estranho em seu próprio ambiente. Como Hertzberger (1999) aponta, este é o grande paradoxo do conceito de bem-estar coletivo, onde o sistema que foi produzido para libertar o homem o subordina. “É como se as obras públicas fossem uma imposição vinda de

cima; o homem comum sente que ‘não tem nada a ver com ele’, e, deste modo, o sistema produz um sentimento generalizado de alienação.” (HERTZBERGER, 1999: p.45).

As ruas e calçadas, são os órgãos vitais de uma cidade, pois é

nelas que se dá toda a integração e convivência de uma sociedade. É onde desde crianças aprendemos a socializar e construirmo-nos em comunidade, se a rua passa a privilegiar o carro ao invés do pedestre, ela morre e a cidade também.

As ruas da cidade servem a vários fins além de comportar veículos; e as calçadas – a parte das ruas que cabe aos pedestres – servem a muitos fins além de abrigar pedestres. Esses usos estão relacionados à circulação, mas não são sinônimos dela, e cada um é, em si, tão fundamental quanto a circulação para o funcionamento adequado das cidades. (JACOBS, 2000: p.29)



2.LEITURAS

URBANAS


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A ESCALA METROPOLITANA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS

As transformações na estrutura produtiva das cidades estão

relacionadas as etapas da acumulação do capital e aos seus efeitos na configuração socioespacial. O processo brasileiro de expansão urbana, caracterizado pela distribuição de renda desigual, resultou em uma estrutura urbana social e espacial fragmentada.

evolução da mancha urbana • RMC figura 01 | Fonte: CAIADO, Maria; PIRES, Maria; 2006; p.281


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A evolução da mancha urbana, no período mais recente

(1989-2000), foi marcada por uma urbanização dispersa, pela incorporação de pequenas manchas, em grande parte descontínuas como pode ser visto na figura 01. Seu crescimento se deu ao redor dos principais eixos rodoviários que dão acesso ao centro da metrópole. Sendo na região sudoeste e noroeste do município de Campinas - vetor 1 de expansão localizado na figura 02 - onde se consolida um padrão de urbanização caracterizado pela precariedade dos assentamentos urbanos ao longo da rodovia SP 101 (Campinas – Monte Mor), diferentemente de outros vetores onde se predominou loteamentos fechados, chácaras ou zonas rurais.

vetores de expansão urbana • RMC figura 02 | Fonte: CAIADO, Maria; PIRES, Maria; 2006; p.283


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A década de 70 foi o período de crescimento industrial mais

intenso na metropole de Campinas, em grande parte impulsionada pelo processo de interiorização do desenvolvimento econômico do estado de São Paulo, atingindo não só a cidade-sede, mas também as cidades vizinhas, conduzindo a formação de conglomerados de cidades com a dispersão das industrias do núcleo central em direção aos demais municípios da região. “A espacialização dessas

indústrias associadas ao processo produtivo globalizado, na RMC, demonstra que a localização privilegiada é o centro metropolitano” (CAIADO; PIRES; 2006: p.294)

localização das industrias com baixa intensidade tecnológica • RMC (2002) figura 03 | Fonte: CAIADO, Maria; PIRES, Maria; 2006; p.295.


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As diferentes formas e condições da expansão urbana metropolitana estão relacionadas, ao menos em parte, às condições históricas de ocupação urbana de Campinas e dos municípios de seu entorno, às rodovias e ao papel que tiveram em cada momento do desenvolvimento econômico da região, enquanto locais privilegiados de localização industrial. (CAIADO; PIRES; 2006: p.282)

localização das industrias modernas • RMC (2002) figura 04 | Fonte: CAIADO, Maria; PIRES, Maria; 2006; p.296.


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Os municípios ao longo do vetor 1 de expansão (figura 02)

foram caracterizados como “cidades dormitório”, apresentando um elevado número de viagens devido aos movimentos pendulares gerados pela necessidade de inserção produtiva da população, visto que o centro da metrópole se manteve como principal localização de empregos e serviços.

A ocorrência de viagens entre os vetores de expansão definidos está relacionada principalmente ao papel funcional que pode ser atribuído aos diferentes segmentos espaciais que os compõem. O centro metropolitano, principal ponto de concentração de empregos, principalmente no que se refere às atividades de comércio e serviço (setor que mais emprega na região), evidentemente aparece como produtor do maior número de viagens pendulares. (CAIADO; PIRES; 2006: p.289) distribuição das viagens totais na RMC por motivo de destino figura 05 | Fonte: Fonte base: PREFEITURA MUNICIPAL DE AMERICANA; 2008; p.


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deslocamento diário por transporte coletivo • RMC figura 06 | Fonte base: PREFEITURA MUNICIPAL DE AMERICANA; 2008; p.21 | Elaboração própria.


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A ESCALA DO MUNICÍPIO MUNICÍPIO DE HORTOLÂNDIA

O entendimento da produção do espaço urbano de Hortolân-

dia passa pela história social, política e territorial da região metropolitana de Campinas como um todo. O território que constitui o atual município de Hortolândia já fez parte dos respectivos municípios de Campinas até 1953 e de Sumaré até 1991, e está localizado as margens da Rodovia Bandeirantes, e próximo à rodovia Anhanguera.

inserção urbana de Hortolândia na RMC figura 07 | Elaboração própria.


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A região do atual município de Hortolândia foi primeiramente

um bairro rural constituído devido ao prolongamento da linha férrea de Campinas ao longo do rio Jacuba, com uma população composta predominantemente por famílias de pequenos e médios agricultores pecuaristas. Com a emancipação do município de Sumaré em 1953, o bairro do Jacuba ficou para este município e passou a se chamar Hortolândia.

A sua expansão urbana e adensamento populacional se deu a

partir de 1960/70 com a interiorização do desenvolvimento do estado de São Paulo e o processo de industrialização da região de Campinas. Neste contexto, o atual município de Hortolândia que ainda fazia parte do município de Sumaré, possuia uma localização privilegiada em termos de via de acesso e escoamento, e como estava localizada na periferia passou a se tornar a localidade direcionada a implantação de industrias de médio e pequeno porte, atraindo uma população que passa a morar em moradias suburbanas irregulares em áreas com grande falta de infraestrutura urbana, em uma lógica de segregação urbana.

No fim da década de 80, diante da falta de ação do poder pú-

blico municipal para resolver as carências de infraestrutura da região, ganha força entre a população a ideia de emancipação, com o argumento de que não havia um retorno da receita fiscal que as indústrias


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proporcionavam para o município de Sumaré, em forma de infraestrutura mínima para aquele espaço. Em uma região com aproximadamente 90 mil habitantes e 51 industrias, apenas 3 postos de atendimento médico, 8% de vias pavimentadas e sem rede de saneamento básico.

“Hoje quem está no Rosolém diz: vou a Sumaré. Quem está no Matão diz: vou lá a Sumaré. Quando eu estou em São Paulo eu não falo que vou lá em São Paulo se eu estiver no Bairro do Limão indo para o Jabaquara, que é muito mais longe que essas distâncias. Por que? Porque há um sentimento do todo. Sumaré, infelizmente, por uma razão histórica e até por falhas de planejamento caracterizou-se como um município onde todos não estão dentro de Sumaré, salvo aqueles que moram na sede. Nós temos casos de aberração, como o caso da região do Parque Bandeirantes, Bom Retiro – uma malha muito grande de população – que os ônibus que trafegam por lá carregam em sua placa ‘Cidade’ e se você embarca, você vai para Campinas.” (Paulino Carrara, então prefeito de Sumaré, em entrevista à Gazeta de Hortolândia em 01/10/1989 apud DUARTE, Jr., 1992 apud MANFREDO, 2007, p.136).


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Hortolândia era a responsável por mais da metade da receita

fiscal de Sumaré e não recebia investimentos proporcionais a esta arrecadação e por ser formado em sua maioria por migrantes, a região matinha poucos vínculos históricos com Sumaré. Em 1991 então, Hortolândia foi emancipada com quase a totalidade de votos a favor. Assim como afirma Lefebvre, as relações de propriedade desempenham um papel fundamental na configuração do espaço urbano, Hortolândia desde o início de sua ocupação até os dias de hoje é produto de profundas desigualdades. redes de infraestrutura de água e esgoto • RMC • censo 2010 figura 08 | Fonte base: PERA, Caroline K.L; BUENO, Laura M.M.; 2016; p.739 | Elaboração própria.


30 • ­HABITAR O TERRITÓRIO: da fragmentação à articulação urbana de Hortolândia.

Após 1991 ocorreu uma expressiva expansão demográfica,

em 1970 a população de Hortolândia era de 4600 habitantes, chegou a 33 mil habitantes em 1980, cerca de 90 mil em 1991 e 152 mil no ano de 2000, tento atualmente uma população de 192 mil habitantes. (Retirados dos Dados Distritais dos Censos Demográficos de 1970, 1980 e 1991). Hortolândia foi o grande receptor da migração na RMC, sendo a maioria dos migrantes de segmentos populacionais de baixa renda atraídas pelo baixos valores para obtenção de moradia e as melhores condições econômicas, que mantiveram seu trabalho na Região Metropolitana de Campinas, tornando Hortolândia uma “cidade dormitório”.

Devido ao alto e rápido crescimento populacional e a falta de

infraestrutura, a configuração urbana do município é caracterizada por dispor extensas terras ao longo das vias de acesso, com um padrão de ocupação fragmentado e rarefeito. Suas porções territoriais que se integram mais a Campinas e Sumaré do que ao próprio município, com núcleos urbanos autônomos entre si, o que agrava o problema de infraestrutura na cidade e faz com que a cidade seja desarticulada internamentem, não tendo de fato um lugar que revele sua centralidade.

Com base nas representações de Lynch (1960), a figura 09

representa um esquema dos elementos mais visíveis ao se analizar o território do múnícipio como um todo.


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forma esquemática de Hortolândia

LEGENDA Zonas conurbadas Núcleos urbanos

figura 09 | Elaboração própria.

Área central Marcos Fraturas no território Principais avenidas Rodovias Ferrovia Limite municipal Hidrografia

0

250

500

750

1000


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evolução da mancha urbana e vetores de expansão figura 10 | Elaboração própria.


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equipamentos e transportes públicos + espaços livres e vazios urbanos PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

LEGENDA Equipamentos Públicos - Educação Equipamentos Públicos - Saúde Equipamentos Públicos - Cultura Feiras Livres Transporte público Praças e Parques Públicos Espaço Livre Intra Quadra Área de Preservação Permanente Vazios Urbanos com vegetação Vazios Urbanos Limite municipal Ferrovia Hidrografia 0

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

figura 11 | Elaboração própria.

250

500

N 750

1000


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A ESCALA DA INTERVENÇÃO VAZIOS URBANOS

A área de intervenção foi escolhida devido a sua caracterís-

tica de ser um grande vazio urbano localizado na principal entrada para o município, ao redor da principal via que dá acesso ao centro da cidade. Vazio urbano conformado pelo padrão de ocupação desordenado e descontinuo de Hortolândia, o qual cria uma fratura na cidade que a separa em duas áreas: a que possui maior relação com a cidade de Campinas onde a população dessa áreas se desloca mais ao centro de Campinas para as suas atividade de compra, lazer, trabalho e outras necessidades, e a que a população possui uma maior relação com o centro urbano de Hortolândia, mesmo que ainda haja um grande deslocamento ao centro de Campinas para as necessidades que o centro do município não supre.

A área proposta ainda instiga a trabalhar outras questões, além

de ser um grande vazio urbano, a área possui ao seu redor grandes vazios demográficos devido a presença de diversas industrias de grande e pequeno porte e de condomínios fechados que conformam muros na cidade e contribuem para a desarticulação da malha urbana.


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inserção urbana da área de intervenção figura 12 | Elaboração própria.

Rodovia Bandeirantes

Av. Emancipação Rodovia Jorn. Francisco Aguirre Proença


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uso e ocupação do solo + vazios urbanos figura 13 | Elaboração própria.


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área de influência dos equipamentos públicos de saúde e educação r=1500m.

figura 14 | Elaboração própria.

UBS Hospital Mario Covas

r=300m.

UPA r=1000m.

UBS


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levantamento de campo figura 15 | levantamento fotográfico da área de intervenção.

1. 2.

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levantamento de campo figura 16 | levantamento fotográfico da área de intervenção.

12. 11. 7. 8. 10. 9.


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3. AÇÕES

PROJETUAIS


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REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS

As referências arquitetônicas utilizadas lidam com as ques-

tões essenciais que norteiam o desenvolvimento do projeto: relações entre público, coletivo e privado, diferenças tipológicas, topografia e conexões.

Quanto as relações entre o público, o coletivo e o privado fo-

ram selecionados os projetos: conjunto CECAP Taubate, figura 17, onde cria um portal de entrada que faz a transição entre o espaço público e coletivo do interior do conjunto, marcando a entrada de forma leve e sutil. O conjunto área de Portais do arquiteto Hector Vigliecca, figura 18, que faz uma transição entre o coletivo e o interior da unidade, o espaço privado. E o conjunto Bairro da Bouça do Álvaro Siza, figura 19, onde faz a transição do coletivo para o privado criando uma espacialidade com as escadas e galerias de acesso as unidades. Ainda aqui vale ressaltar a maneira como é realizado o acesso as unidades tanto no térreo como nos outros pavimentos.


capítulo 3 • AÇÕES PROJETUAIS • 45

CECAP Taubaté | Bonilha e Sanconvski figura 17 | Taubaté, São Paulo, SP

Área de Portais | Hector Vigliecca figura 18 | Osasco, São Paulo, SP | Fonte: disponível em <http://www.vigliecca.com. br/pt-BR/projects/portais-area> acesso em junho de 2018.

Bairro da Bouça | Álvaro Siza figura 19 | Porto, PT | Fonte: disponível em: <http://www.ducciomalagamba.com/imagenes.php?IdProyecto=379&IdImagen=8228&Nom_Imagen=012(9727)-379.jpg&Idioma=En>. acesso em junho de 2018


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O entorno da área de intervenção é predominantemente casa

unifamiliares, portanto a busca foi por tipologias que possam realizar a transição entre o entorno e as unidades habitacionais propostas, trazendo uma diversidade de tipologias. As referências arquitetônicas aqui trazem conjuntos que não se impõe ao espaço, com poucos pavimentos e que fazem a relação entre diferentes tipologias em uma mesmo conjunto criando diversidade, como no conjunto Área de Portais do arquiteto Hector Vigliecca e o conjunto Sache do arquiteto Manuel Correia Fernandes.

Outra questão são os desníveis acentuados dos terrenos, os

arquitetos Eduardo Souto de Moura e José Gigante lidam encaixando as unidades no terreno e colocando o acesso tanto na cota mais alta como na baixa, a referência traz aqui a possiblidade de adaptação da solução para criar unidades sobrepostas, onde cada unidade teria acessos em níveis diferentes.

E por fim, como referência de conexões e passagens, o Par-

que La Villet em Paris, cria um percurso marcado por elementos lineares em todo o parque que conduz a ponto de interesses no parque e na área ao redor. Assim como a passarela Luchtsingel em Roterdam, porém esta conectando espaços em meio a malha urbana. Os projetos ganhadores do concurso Passagens, espaços de transição para a cidade do século XXI, também instigam diversas possibilidades de conectar espaços públicos.

SACHE | Manuel Correia Fernandes figura 21 e 22 | Porto, Portugal | Fonte: disponível em < http://mcfarquitectos.pt/portfolio >. acesso em junho de 2018


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Área de Portais | Hector Vigliecca figura 20 | Osasco, São Paulo, SP | Fonte: disponível em <http://www. vigliecca.com.br/pt-BR/projects/ portais-area> acesso em junho de 2018.


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Quinta da Avenida | Eduardo Souto de Moura figura 22 | Porto, Portugal.

Jardins da Ponte | José Gigante e Nuno Valemntim Lopes figura 23 | V. N. de Falamicão, Portugal

Parque de la Villette | Bernard Tschumi figura 24 | Paris, França. | Fonte: disponível em: < http://www.croquizar. com/parque-de-la-villette-bernard-tschumi/>. acesso em junho de 2018


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Sol entre os portões | Pierre-Marie Auffret, Vicent Herjenberger e Agathe Lavielle figura 25 | Ganhador do Concurso “Passagens, espaços de transição para a cidade do século XXI“ | Fonte: Passagens, n.2, maio- outro 2016

Luchtsingel | ZUS + Hofbogen BV figura 26 | Roterdam, Holanda | Fonte: disponível em: < https://www. archdaily.com.br/br/01106305/luchtsingel-slash-zus-plus-hofbogen-bv>. acesso em junho de 2018

Luchtsingel / ZUS + Hofbogen BV figura 27 | Roterdam, Holanda | Fonte: disponível em <http://www. architectuur-fotograaf. eu/?p=1937>. acesso em junho de 2018.


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PLANO URBANO DIRETRIZES PROJETUAIS

A partir da ocupação de um vazio urbano, a intenção proje-

tual, é articular a área com a estrutura e o tecido urbano existentes explorando distintos padrões espaciais de conexão e mostrando as diferentes formas de habitar o território. Trazendo para esta “cidade dormitório” uma diversidade onde os moradores possam encontrar em sua própria cidade o seu o local de trabalhar, morar e realizar suas atividades de lazer e de cultura. Um local em que se identifiquem e criem relações com o espaço.

As diretrizes projetuais tomadas como base são: Articulação

da malha urbana e das preexistências; Presença de habitações de diferentes perfis socioeconômicos; Criação de espaços que promovam diversidade socioeconômica e cultural; Presença de equipamentos públicos, serviços e comércio; Articulação e conexão de distintas realidades e paisagens urbanas; Conexão e transição entres espaços públicos, coletivos e privados; Estabelecer diversidade de relações entre edifício e cidade; Possibilitar o uso de transporte alternativo.


capítulo 3 • AÇÕES PROJETUAIS • 51

plano de massas figura 28 Definindo os espaços públicos e as conexões urbanas antes mesmo das edificações, estas podem ser posicionadas da melhor maneira para garantir e enriquecer a vida em seu entorno.


52 • ­HABITAR O TERRITÓRIO: da fragmentação à articulação urbana de Hortolândia.

APROXIMAÇÕES PROJETUAIS IMPLANTAÇÕES

recorte na área de intervenção figura 29


hierarquização de vias figura 30 LEGENDA Vias principais Vias compartilhadas Vias de pedestres principais Vias de pedestres secundárias N

0

50

100 150

200 250

capítulo 3 • AÇÕES PROJETUAIS • 53


54 • ­HABITAR O TERRITÓRIO: da fragmentação à articulação urbana de Hortolândia.

zoneamento figura 31

LEGENDA Habitação Uso misto Comércio Equipamento público Apoio N

Escola de teatro e cinema de rua

Creche

Ginásio esportivo 0

50

100 150

200 250


capítulo 3 • AÇÕES PROJETUAIS • 55

percurso cultural figura 32 LEGENDA Conexões culturais Passarela de pedestres

N

Praça cívica (local para feiras)

Mirante

Escola de teatro e cinema de rua

Ginásio esportivo 0

50

100 150

200 250


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figura 33

LEGENDA Espaços coletivos Espaços públicos Parque Área de preservação Espaços públicos N

0

50

100 150

sistema de espaços livres

200 250


mobilidade urbana figura 34 LEGENDA Ponto de ônibus Linhas de ônibus propostas Linhas de ônibus existentes Ciclovia proposta N

0

50

100 150

200 250

capítulo 3 • AÇÕES PROJETUAIS • 57


58 • ­HABITAR O TERRITÓRIO: da fragmentação à articulação urbana de Hortolândia.

LEGENDA Tipologia A Tipologia B N

tipologias habitacionais figura 35 | disposição das tipologias habitacionais A e B


capítulo 3 • AÇÕES PROJETUAIS • 59

tipologias habitacionais

tipologia A

estudos de possibilidades acesso e unidades habitacionais A

unidades sobrepostas 88 unidades | HMP

Corte AA’ Térreo

A’

Segundo pavimento

tipologia B

B

duplex 288 unidades | HIS e HMP

Térreo

B’

Segundo pavimento

Corte BB’

Terceiro pavimento

Quarto pavimento


60 • ­HABITAR O TERRITÓRIO: da fragmentação à articulação urbana de Hortolândia.

tipologias habitacionais figura 36 | disposição das tipologias habitacionais C e D

LEGENDA Tipologia C Tipologia D N


capítulo 3 • AÇÕES PROJETUAIS • 61

tipologias habitacionais estudos de possibilidades acesso e unidades habitacionais

tipologia C galeria | uso misto 223 unidades | HIS

C

Térreo

Corte CC’

Pavimento tipo

tipologia D

C’

galeria e acesso direto 260 unidades | HIS D

Térreo

Corte DD’

Pavimento tipo

D’


62 • ­HABITAR O TERRITÓRIO: da fragmentação à articulação urbana de Hortolândia.

CORTES E PERSPECTIVAS

indicação de cortes e perspectivas figura 37

F’

F E’

E

CORTE EE’


capítulo 3 • AÇÕES PROJETUAIS • 63


64 • ­HABITAR O TERRITÓRIO: da fragmentação à articulação urbana de Hortolândia.

CORTE FF’


capítulo 3 • AÇÕES PROJETUAIS • 65


66 • ­HABITAR O TERRITÓRIO: da fragmentação à articulação urbana de Hortolândia.

DADOS URBANÍSTICOS

TO (%) 84

tabela de coeficiente de aproveitamento (CA) e taxa de ocupação do solo (TO)

Quadra 1

CA 1,68

Quadra 2

1,88

47

Quadra 3

1,65

41

Área total: 51 ha

Quadra 4

0,87

36

Área urbana: 18 ha

Quadra 5

0,63

16 6

Densidade: 168 hab/ha

Quadra 6

0,12

Quadra 7

0,73

24

Quadra 8

0,87

29

Quadra 9

0,74

24

Quadra 10

0,85

28

Quadra 11

0,81

27

Quadra 12

1,50

37

Quadra 13

1,02

51

Quadra 14

0,92

46

Quadra 15

1,24

31

Número de unidades: 859 73% HIS e 27% HMP Vagas estacionamento: 546 vagas (232 para HMP e 314 para HIS)


capítulo 3 • AÇÕES PROJETUAIS • 67

indicação das quadras figura 36 | indicação das quadras do cálculo de CA e TO

Q11

Q6

Q12

Q7

Q13

Q8

Q14

Q15

Q9

Q10

Q4

Q5

Q2

Q1

Q3



4. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRAFICAS


70 • ­HABITAR O TERRITÓRIO: da fragmentação à articulação urbana de Hortolândia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAIADO, Maria; PIRES, Maria. Campinas Metropolitana: transformações na estrutura urbana atual e desafios futuros. In: CUNHA, José M. P. (Org.) Novas Metrópoles Paulistas: população, vulnerabilidade e segregação. Campinas, SP: NEPO/UNICAMP, 2006. HERTZBERGER, Herman. Lições de arquitetura. 2º ed. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1999. JACOBS, Jane. Morte e vida das grandes cidades. São Paulo, SP: Editora Martins Fontes, 2000. LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo, SP: Centauro, 2001. LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. Lisboa, PT: Edições 70, 1960. MANFREDO, Maria Teresa. Desigualdades e produção do espaço urbano: o caso de Hortolândia na Região Metropolitana de Campinas. Campinas, SP: [s.n.], 2007.


capítulo 4 • REFERÊNCIAS • 71

PALLASMAA, Juhani. Habitar. Barcelona, ES: Editora Gustavo Gili, 2016. PERA, Caroline K.L; BUENO, Laura M.M.Revendo o uso de dados do IBGE para pesquisa e planejamento territorial: reflexões quanto à classificação da situação urbana e rural. São Paulo, SP: Cad. Metrop., v.18, n.37, pp.721-742, set/dez 2016. PREFEITURA MUNICIPAL DE AMERICANA, Diagnóstico Habitacional do Município de Americana. Americana, SP: [s.n.], 2008. PREFEITURA MUNICIPAL DE HORTOLÂNDIA, Plano Diretor do Município de Hortolândia: disponível em: <http://www2.hortolandia.sp.gov.br/servicos-para-o-cidadao/item/4483-legislacao-pertinente>. acesso em abril de 2018 VILLAÇA, Flávio. Reflexões sobre as cidades brasileiras. São Paulo, SP: Editora Nobel, 2012.


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