Catalogação análise e parâmetros gerais da representação da informação - Dayane Bruna; Emanuele Alve

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS CURSO DE BIBLIOTECONOMIA DIRETÓRIO ACADÊMICO DE BIBLIOTECONOMIA XIV Encontro Regional de Estudantes de Biblioteconomia, Documentação, Ciência da Informação e Gestão da informação Os novos campos da profissão da informação na contemporaneidade 16 a 22 de janeiro de 2011

Catalogação: análise e parâmetros gerais da representação da informação 1

Dayane Bruna Emanuele Alves **

RESUMO A Catalogação é a descrição de dados relacionados aos recursos bibliográficos, que consiste na finalidade de representar um determinado item de um centro informacional, facilitando à procura, o processo da recuperação da informação. Desse modo, entendemos o processo de catalogar, como o instrumento de análise do documento em qualquer suporte, identificando as informações necessárias para a recuperação da mesma. Com isso, pode-se perceber a importância desse processamento técnico inserido na biblioteca para tornar possível localização do item no acervo, seguindo claramente as regras estabelecidas Anglo- Americano Cataloguing Rules. E adicionado a este processo, a importância do estudo do usuário e do centro brevemente, para melhor efetivação na prática da catalogação, evidenciando o objetivo primordial na descrição e tratamento dos itens. Utilizamonos de metodologias diversas, como entrevistas semi-estruturadas de maneira presencial e também entrevistas on-line com bibliotecários, no intuito de compreendermos, a visão dos mesmos no uso desse processamento técnico na sua atividade profissional e a identificação de vantagens e necessidades que este processamento traz para o usuário. Para que pudéssemos alcançar a finalidade aqui apresentada e discutida recorremos a um estudo bibliográfico por meio de leituras de Mey (1995), Souza (2009), Memória(2009) entre outros. Palavra-chave: Catalogação. Recuperação da informação. Usuário.

1 INTRODUÇÃO

Catalogar é o processo de análise, compreensão, descrição, avaliação do item compostos por dados a serem descritos de acordo com o código internacional que estabelece regras de como executar tal fato, pelo profissional bibliotecário, com o objetivo de representar 1

Trabalho científico de comunicação oral apresentado ao GT 3 – Representação da Informação. Universidade Estadual do Piauí-UESPI,Graduanda em Biblioteconomia, Email: dayane_bruna28@hotmail.com. **Universidade Estadual do Piauí-UESPI, Graduanda em Biblioteconomia, Email: emanuelemk@gmail.com


o item de forma concisa e verídica para facilitar e colaborar na busca da informação e localização da mesma, pelo o usuário. A questão tratada nesse estudo tem como objetivo explanar de forma geral a importância da catalogação, e o uso de catálogos nos centros informacionais a fim de viabilizar instrumentos para a consulta dos documentos no acervo. Colocar a importância do uso do código ACRR2, para a descrição da ficha catalográfica dos itens e deixar em ressalva a abertura desses critérios diante das novas tecnologias. A pesquisa deu-se a partir de pesquisa bibliográfica e levantamento de dados, entrevistas com profissionais por meios presenciais e via on-line, para a busca de colocações destes profissionais da importância de catálogos e o processo de catalogação dos recursos bibliográficos. Fundamentamos- nos de dados teóricos para trabalhar a proposta de elaboração da pesquisa, na Mey (1995), Souza (2009), Memória (2009), dentre outros.

2 O QUE É CATÁLOGO E QUAL SUA FUNÇÃO ?

O catálogo é um dos meios de ferramenta muito utilizado desde a antiguidade até hoje nas bibliotecas. Muitas vezes pode-se confundir catálogo como uma lista ordenada dos materiais existentes em uma ou mais coleções de biblioteca. No entanto, catálogos são instrumentos de comunicação entre a biblioteca e o usuário e que pode, ser definido assim: Catálogo é um canal de comunicação estruturado, que veicula mensagens contidas nos itens, e sobre os itens, de um ou vários acervos, apresentando-se sob forma codificada e organizada, agrupadas por semelhanças, aos usuários desse(s) acervo(s). (MEY, 1995, p. 9)

São, portanto, caminhos facilitadores de interação, organizados de modo a facilitar a busca, abordando o material entre seu semelhante o que possibilitará assim, o conhecimento superficial de outros materiais dentro de uma coleção. É assim um modo de recuperação da informação desejada onde vai disponibilizar todos os documentos com a informação desejada. A função do catálogo destina-se a permitir ao utilizador: o Encontrar recursos bibliográficos em uma coleção real ou virtual; o Identificar um recurso bibliográfico selecionando as informações desejadas ou distinguir uma ou mais com características similares;


o Selecionar um recurso bibliográfico que seja apropriado as necessidades do utilizador (escolher um requisito que corresponda as suas necessidades no que diz respeito ao conteúdo, formato físico e etc. ou rejeitar os que sejam inadequados as suas necessidades); o Adquirir ou obter acesso a um item descrito ( ou seja, disponibilizar informações ao utilizador que permitirá adquirir um exemplar através de compra, empréstimo, etc.). Nota-se que as funções acima estão intimamente relacionadas nos três objetivos do catálogo proposto por Cutter : 1. Permitir a uma pessoa encontrar um livro do qual ou: (A) o autor (B) o título e (C) o assunto seja conhecido. 2. Mostrar que a biblioteca possui: (D) de um autor determinado (E) de um assunto determinado (F) de um tipo determinado de literatura 3. Ajudar na escolha de um livro (G) de acordo com sua edição (bibliograficamente) (H) de acordo com seu caráter (literário ou tópico). Em suma, a função do catálogo é transmitir as mensagens codificadas pelo processo de catalogação relativo a um ou vários acervos e isto o torna uma característica do mesmo que é o que se verá em um dos tópicos a seguir. Porém, pode-se dizer que o catálogo, cumpre suas funções com as seguintes características: “integridade, clareza, lógica e consistência” (MEY, 1995, p.7). Sendo que essas características dependem do catalogador, ao qual cabe não omitir nenhum serviço de qualidade que possa prejudicar a recuperação de um item documentário pelo usuário.

3 HISTÓRICO DOS CATÁLOGOS E DA CATALOGAÇÃO

Como todo e importante surgimento, o acontecimento passa a ser registrado e utilizado para pesquisas e fonte de conhecimento. Não seriam diferentes com a representação da informação, os catálogos e a descrição da informação propriamente dita, a catalogação. Os catálogos mais dignos de nota surgiram no século IX, na Alemanha, mais


especificamente na biblioteca de Richenau. Outro catálogo importante é o do mosteiro de Saint Requier, na França, compilado em 831, organizado por autor, porém sem ordem, registrava o conteúdo dos volumes e o número relativo de volumes em uma obra. Diante de tantas tentativas de entendimento do que seria realmente e pra que serveriam com precisão os catálogos, surgiu ainda em 1389 o que viria esse importante instrumento de registros. Considerado como tal, surge assim, a lista de convento St. Martin, em Dover, dividindo-se em três seções de como se apresentaria cada item. Em 1560, Florian Trefler, monge beneditino, publicou um tratado sobre a manutenção de uma biblioteca, desenvolvendo nessa obra um sistema de classificação e números de localização dos livros defendendo e dividindo o catálogo em cinco partes: catálogo alfabético de autores, listas das estantes, índice classificado para os registros das partes (entradas analíticas), índice alfabético para o índice classificado e lista dos livros não integrados ao acervo geral. Já em 1595, o livreiro inglês Andrew Maunsell compilou um catálogo dos livros ingleses impressos e no prefácio, determinou as regras de registro das obras. Estabeleceu a entrada dos nomes pessoais pelo sobrenome; para obras anônimas utilizou tanto o título como o assunto como busca e as vezes ambos; defendeu a idéia de que um livro deve ser encontrado pelo sobrenome do autor, pelo assunto ou pelo tradutor; inclue em seus registros: tradutor, impressor ou a pessoa para quem foi impresso, data e número do volume. As criações de Trefler e Maunsell forma de fundamental importância para os primeiros códigos de catalogação na história. Surgiram também importantes trabalhos onde assinalava a importância dos catálogos na recuperação e indentificação de um livro, bem próxima da dentre elas, as idéias do então reconhecido e refugiado político italiano Anthony Panizzi, com seu código, as conhecidas 91 regras de elaboração de um catálogo que no entanto passou por várias controvérsias mais que foi de tal importância para as questões biblioteconômicas. Em 1850, Charles C. Jewett reconhecia o trabalho de Panizzi, porém ainda com algumas discordâncias. Os cabeçalhos de responsabilidade e obras anônimas de Jewett são seguidos até hoje. JEWETT (1850), estabeleceu a finalidade de um código de catalogação de acordo com Strout onde dizia:" As regras de catalogação devem ser estritas e devem ir ao encontro, o mais possível, de todas as dificuldades do detalhe. Nada, o máximo que se possa evitar, deve ser deixado ao gosto individual ou ao julgamento do catalogador."

O processo de catalogação deve ser um trabalho detalhado e minusioso que envolve o catalogador. A busca incessante de detalhes faz da catalogaça ão um importante


meio de recuperação da informação. Melvil Dewey também estabeleceu regras de catalogação, mas seu destaque se deve à Classificação Decimal (1876), que hoje leva o seu nome. No mesmo ano de 1876, Charles Ami Cutter publicou suas Rules for a dictionary catalogue [Regras para um catálogo dicionário], um código completo que inclue a catalogação de assuntos e de materiais especiais, normas de transliteração e elaboração de catálogos auxiliares. Além disso, criou ainda um esquema de classificação e uma tabela representativa de sobrenomes que está em uso até hoje. Mas sua contribuição mais importante determinar os objetivos dos catálogos e a visão do catalogador. Em 1901, um importante fato, a impressão e a venda de fichas catalográficas pela Library of Congress (LC) dos Estados Unidos, veio marcar a história dos códigos. Ao invés de cada biblioteca fazer a própria catalogação dos livros, a LC passou a vender as fichas impressas somente no ponto de acrescentar os cabeçalhos também impostas por ela. A adotálas não significou a aceitação dessa imposição, porém essa prática resultou em uma importante padronização, pois eram rigorosamente idênticas. No entanto, a padronização internacional só chegaria mais tarde. Em 1920, foram editadas as Normes per il catalogo degli stampati[Normas para o catálogo de impresso] ou código da Vaticana, elaborado por um grupo de bibliotecários norteamericanos, baseados no código da ALA (American Library Association) comissão que estudava as regras adotadas pela LC. Veio assim, exercer uma enorme influência na biblioteconomia brasileira, abrangindo escolas de biblioteconomia como do Rio de Janeiro e São Paulo, no colégio Mackenzie. Surge em seguida, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em 1946 que apresentava-se dentro de suas finalidades e funções, a de manter, desenvolver e disseminar o conhecimento, por meio da cooperação internacional, tornando assim, todos os materiais publicados acessível a todos. Dentro das funções da UNESCO é estar voltada ao estabelecimento de padrões para as bibliotecas nacionais que se refletem sobre as práticas biblioteconômicas. Criou um programa de Controle Bibliográfico Universal, que elegeu como norma básica para a descrição bibliográfica a ISBD, e com o formato de intercâmbio, o UNIMARC, a UNESCO e a IFLA (Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias) vêm exercendo um papel fundamental no intercâmbio de registros bibliográficos e consequentemente, na catalogação. No ano de 1954, um marco foi a criação do Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (IBBD) na biblioteconomia brasileira, com a segunda edição do Código de


catalogação da Biblioteca Vaticana e sua difusão no país, o curso de especialização que originou o curso de mestrado na área de informação; várias bibliografias especializadas; um catálogo coletivo de monografias e em especial, o Serviço de Intercâbio de Catalogação (SIC). Logo após, em 1975 o IBBD transformou-se em Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBCT) agora como gerente e suporte técnico. A década de 1960 trouxe a evolução dos recursos computacionais. Surge assim, o projeto MARC (Machine Readable Cataloging) e do MARC II, pela LC, quer dizer, um formato padrão para entrada de informações bibliográficas em computador. Não um processo de mecanização, pelo contrário, um ajuste dos recursos tecnológicos da época a catalogação tradicional. O primeiro evento no sentido de normalização internacional foi a Conferência Internacional sobre Princípios de Catalogação, ou Conferência de Paris, realizada em 1961, onde se determinou através de acordos e discursões vários pontos básicos da catalogação. Como a decisão sobre cabeçalhos de nomes de pessoais e títulos uniformes; cabeçalhos de acordo com o o uso da língua ou país da pessoa responsável pela obra, ou assunto da obra; uso de títulos uniformes, além de discusões sobre cabeçalhos para nomes de entidades coletivas. Em 1967, publicou-se a primeira edição das Anglo-American cataloging rules (AACR) [Regras de catalogação anglo-americanas] que representa as interpretações das regras de catalogação em conjunto com a ALA, Canadian Library Association e Library Association (Inglaterra). Passou em 1969, a ser editada pelo Brasil com a tradução para o português da versão americana com o título de Código anglo-americano de catalogação, seguindo de uma segunda edição em 1978, conhecida como AACR2, passando a ser adotada em todas as ecolas biblioteconômicas, e consequentemente, extinguindo a diversidade de códigos no ensino. Um evento em 1969, marca substancialmente o caminho da padronização: a Reunião Internacional de Especialistas em Catalogação (RIEC), realizada em Copenhague que trouxe um notável especialista em catalogação, Michael Gorman, apresentando um documento básico à RIEC, denominado International standard bibliografic description [Descrição bibliográfica internacional normalizada] ou ISBD, que padronizava as informações contidas na descrição bibliográfica. Gorman, sistematizou a ordem das informações e a pontuação utilizada antes de cada informação, de modo a tornar possível seu reconhecimento pelos computadores. Com isso, a ISBD se tornou um caminho da padronização utilizado por todos os países que se dispuseram a usá-la aceitando-a,


acarretando em mudanças no código de catalogação, que incorporaram essas normas em novas edições, tornou-se assim, a norma internacional para intercâmbio de registros bibliográficos. Com a evolução das tecnologias, a área da chamada documentação evolui com isso, a Organização Internacional do Trabalho desenvolveu um sistema (não apenas um formato) para gerenciamento automatizado de informações científicas, o ISIS (Integrated Scientific Information System) assumido pela UNESCO, havendo versões para mini e microcomputadores : Mini-ISIS e Micro-ISIS. Foram eleitos como padrões o AACR2 eo formato MARC, totalmente compatíveis com sistemas internacionais de intercâmbio de registros bibliográficos, no espírito do programa de Controle Bibliográfico Universal. Grandes realizações aconteceram nacional e internacionalmente no tocante aos recursos tecnológicos e que marcaram a história dos catálogos e da catalogação. Porém, é notável a ausência da evolução ao lado das práticas biblioteconômicas percebendo-se principalmente a carência de recursos financeiros para dar suporte a prática biblioteconômica, induzindo a necessidade de parcerias com a indústria de informação, o que leva muitas vezes a flexibilidade e à mudanças de nossas práticas.

4 PROCESSO DE CATALOGAÇÃO

Inicia- se com a leitura técnica do item, que requer a análise para levantar os dados informacionais necessárias para representar o mesmo. Esses dados são retirados da Fonte principal de informação que são as seguintes: página de rosto e outras páginas que a antecedem, capa, colofão, encartes, apêndices, anexos, glossários, bibliografias, contêiner. Após a leitura técnica, a catalogação compreende- se em três fases: a descrição bibliográfica, o ponto de acesso e dados de localização. A descrição bibliográfica é o processo de caracterização do item no qual será descrita a ficha catalográfica que consiste nas seguintes áreas: título, indicação de responsabilidade, edição, local de publicação, editora, data de publicação, descrição física, séries, área de notas. Os pontos de acesso são dados os quais os usuários consultarão a representação do item, em que se dividem em principal e secundários, no qual o primeiro é a primeira informação registrada e a segunda são dados mais os pontos de acesso além do principal, denominadas pistas. Os dados de localização é o meio em que permite o usuário localizar o item no acervo, em que em bibliotecas são denominadas números de chamada, que geralmente compreendem o código da biblioteca e o número de chamada.


5 O QUE É CATALAGODO?

Todo suporte que contenha dados, características que dispõe de informações essenciais a preservação, registro e disseminação será catalogado seguindo os critérios do código ACRR2, e analisado pelo profissional bibliotecário para devido processo de catalogação. Colocando a ressalva sobre a importância da fiel descrição do mesmo com a finalidade de fácil localização e recuperação da informação. O que pode ser catalogado são livros, materiais cartográficos, manuscritos e coleções de manuscritos são músicas (impressa: partituras e partes), gravações de som: registros sonoros, filmes cinematográficos e gravações de vídeos, materiais gráficos, recursos eletrônicos, artefatos tridimensionais e reália, microformas, recursos contínuos, artefatos tridimensionais e reálias.

6 CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DOS CATÁLOGOS

Os catálogos por serem meios de comunicação entre a biblioteca e o usuário, tendem a serem facilitadores da busca e com isso, tornam a informação acessível e de fácil compreensão. Os catalogadores são os responsáveis por essa compreensão, pois ainda que o processo de catalogação descritiva de um material seja demorado e minucioso, o material o qual é procurado tem que estar claro e facilmente localizado dentro dos catálogos. Como fala Charles Ami Cutter, em 1904, à conveniência do público deve ser colocada sempre à frente da facilidade do catalogador. O público é o principal alvo e o modo como devem ser apresentados é de fundamental importância para os usuários que buscam a informação de maneira precisa e coerente. Assim, a melhor escolha do tipo de catálogo vai depender dos recursos disponíveis em cada biblioteca, do tamanho de seu acervo e das características do público que irá utilizá-lo. Podem ser vinculados a somente um acervo como também a vários ao mesmo tempo, denominando-se no último caso, como catálogo coletivo e apresentando-se comumente em dois tipos, manuais ou automatizados sobre os seguintes meios: manuais: em livro, em folhas, e em fichas (os mais comuns) automatizados: em relatório (completamente em desuso), em fichas, em microfichas, e em linha (online, os mais modernos). Os catálogos sobre a forma de CD-ROMS ou discos rígidos são classificados em catálogos em linha por serem suportes automatizados mais modernos.


Por se tornarem suportes informacionais de referência, e assim terem a necessidade de facilidade de consulta e manutenção, os catálogos possuem características quanto ao seu suporte. Segundo Mey, (1995, p. 10) são elas:

flexibilidade: que permitem alterações de qualquer tipo, como inclusões e exclusão de itens descartados ou perdidos e mudanças quando necessário; facilidade de manuseio: que significa além da facilidade de manuseio propriamente dita, ter boa localização; estar em local visível e acessível e apresentar instruções de uso; portabilidade: que permite ser consultado dentro e fora da biblioteca; compacidade: que significa ocupar pouco espaço.

Porém, nem todos tipos de catálogos possuem todas as qualidades cabendo a somente algumas características: a) catálogo em fichas: não-compacto, fácil manuseio, não portátil e muito flexível; b) catálogo em livro: compacto, portátil e inflexível; c) catálogo em folhas soltas: pouco flexível e de relativa facilidade de manuseio, compacidade e portabilidade; d) catálogo em microfichas: compacto, portátil e com elevado dificuldade de manuseio; e) catálogo automatizado em linha: apresenta todas as características porém é mais favorável às mudanças do meio externo. Mais, assim como características os catálogos possuem qualidades importantes que em sua elaboração são essenciais sempre estarem presentes para uniformizá-los. São elas: uniformidade: nas representações para uma melhor compreensão do código, reunião de semelhanças entre itens, estruturação do catálogo, facilidade de manuseio pelo usuário; economia na preparação e na manutenção: que significa economia de recurso e de tempo. atualidade: que deve estar atualizado atendendo as necessidades da biblioteca. Pois assim com a catalogação descritiva de um material, os catálogos seguem a um alinhamento, uma uniformidade para uma busca precisa da informação.

7 TIPOS DE CATÁLOGOS

Todo material bibliográfico que vá-se catalogar se classificará em automatizados


ou manuais. Mas além disso, ou de suas cacterísticas estrutural, os catálogos apresentam ainda dois importantes tipos de representação da informação: os externos, ou do público e os internos, ou de assistência aos bibliotecários. Os externos ou do público são aqueles que possuem todas as informações bibliográficas e que possibilita o resgate de um registro. Utiliza-se assim, as que o material possuem que basicamente, esse resgate acontece através dos pontos de acesso que são as partes nas quais os usuários podem acessar a representação de um item. Como os livros podem ser classificados em manuais ou automáticos, há também uma diferença como são organizados. Sendo assim, os catálogos externos manuais podem ser agrupados para uma melhor compreensão: alfabeticamente: como um todo, constituindo de entrada de responsabilidade, título e assunto intercaladas, denominando-se assim de catálogo dicionário; com entradas de autores, títulos e assuntos organizados separadamente, cada uma formando um catálogo com suas respectivas denominações, denominando-se assim, catálogo dividido e com entrada de autores e títulos juntamente e entradas de assuntos separada, formando assim, dois catálogos. sistematicamente: com entradas de assuntos organizados pelo número de classificação que consequentemente vai precisar de um índice alfabético dos assuntos para remeter ao número de classificação, e entradas de responsabilidade ou títulos organizados alfabeticamente, em catálogos separados. Os catálogos internos ou auxiliares são os materiais que dão suporte as atividades dos catalogadores e demais profissionais da informação. Esses são indispensáveis ao controle do bibliotecário, nos quais permite uma padronização do trabalho. Podem ser divididos em: catálogo de identidade: também denominado catálogo de autoridade, pois aborda os cabeçalhos autorizados para nomes de pessoas e entidades coletivas. catálogos de assuntos: compreende os termos que resgatam os assuntos dos itens, além de fontes pesquisadas, termos relacionados com os assuntos. catálogos dos números de classificação: é empregado para resgatar um determinado assunto, eliminando assim, as chances de virem grande quantidade de números ou interpretação. catálogos de títulos: pois como o próprio nome diz, acontece de reunir títulos que é essencial. catálogo decisório: serve indicar as alterações e decisões tomadas pelos profissionais bibliotecários quanto a catalogação durante o trabalho. Medidas que cabem a cada biblioteca como a utilidade ou não de certos tipos de acesso ou o uso ou não da tabela de Cutter, etc. catálogo topográfico: serve para fazer levantamento de localização de itens no acervo. Muito


utilizado em inventários de acervos. catálogo oficial: bastante útil em ambientes não automatizados, é igual aos catálogos externos que incluem apenas um dos registros completos, geralmente o que compõe o acesso principal. catálogo de registro: é um controle patrimonial ou administrativo do acervo. É um meio de controle de entrada e saída de itens já que os livros recebem um número sequencial por sua ordem de chegada, o catálogo é basicamente organizado por este número. Percebe-se assim, que os catálogos sempre buscam a uniformidade com seus itens e características próprias buscando sempre transparecer o máximo possível a sua utilização e o que incluem cada um deles.

8 O AACR2

O AACR2 é um código de catalogação usado de forma internacional e atualmente em uso conjunto com o formato MARC o que favorece o intercâmbio de dados bibliográficos e catalográficos de forma internacional. Adotado como um código padrão de catalogação para desvendar as regras e normas de descrição de um material, o mesmo é utilizado por catalogadores, bibliotecários e demais profissionais da informação para a representação da informação de um item de forma única. Como diz Mey, (1995, p.43): "Descrição bibliográfica é a representação sintética e codificada de um item, de forma a torná-lo único entre os demais.” Utilizado como instrumento de trabalho por bibliotecários e outros profissionais da área, representa um suporte físico para descrever a informação propriamente dita de um item de forma bastante técnica. Publicado em 1978, com três revisões em língua inglesa: 1988 e 1998 e recentemente em 2002, sem contar as alterações de 2003, 2004 e 2005. A tradução de 2002 para o português teve revista a redação e numeração das regras e inclusão de novos exemplos. Previsto para 2008 o AACR3, projeto chamado como Resource Description and Access será composto: – RDA, em 3 partes: _ Descrição de Recurso; _ Pontos de Aceso para pessoas, família e corporações; _ Pontos de Acesso para nome e título. O AACR2 é composto em duas partes a primeira trata da Descrição, em que proporciona informações concernentes à descrição do item que está sendo catalogada. Dispõem


das regras do geral para o específico, em relação ao suporte físico do material bibliográfico: Capítulo 1: Regras gerais e regras básicas que são de aplicabilidades gerais; Capítulo 2: Livros, folhetos, e folhas soltas impressas; o 3 são materiais cartográficos; 4 manuscritos e coleções de manuscritos; 5 são músicas(impressa: partituras e partes); 6 gravações de som: registros sonoros; 7 filmes cinematográficos e gravações de vídeos; 8 materiais gráficos; 9 recursos eletrônicos; 10 artefatos tridimensionais e reália; 11 microformas; 12 recursos contínuos; 13 Análise (capítulo de livro, volume de obra, artigo de periódicos, fascículos de periódicos); capítulos 14 à 19 são para futuras expansões. A segunda parte trata sobre os cabeçalhos, títulos uniformes e remissivas, apêndices e índice: capítulo 20 trata do introdutório; 21 à escolha do ponto de acesso; 22 cabeçalhos para pessoas; 23 nomes geográficos; 24 cabeçalhos para entidades coletivas; 25 títulos uniformes; 26 tratam de remissivas e serve como referência. Nessa parte encontram-se também apêndices e o índice. De acordo com a Memória(2009),o código de catalogação é o mais usado e aceito internacionalmente, juntamente com o formato de intercâmbio MARC21 para catalogação automatizada. Porém até se chegar a esta aceitação aconteceram, ainda com resistência da comunidade biblioteconômica muita reuniões, estudos e discussões.

9 CATALOGO AUTOMATIZADO

O uso de catálogo automatizado considera- se na importância de facilitar e abranger a disseminação da informação em maior alcance, viabilizando a consulta dos itens do acervo através de softeweres. De acordo com (Castro, 2009):

A representação descritiva no panorama atual vem sofrendo mudanças notórias de modelos de descrição bibliográfica convencionais, permeadas pelas tecnologias de informação e comunicação o que conduz a ou requer olhares diferenciados no tratamento de recursos informacionais.

Dessa forma, compreende- se a importância da interdisciplinariedade entre profissionais na construção de meios que tratam sobre a descrição bibliográfica que ficará disponível na Word wid web para consulta do item, em vários acervos digitais.

10 CONCLUSÃO Conclui- se a importância de profissionais qualificados atuando no processo de


catalogação, o uso devido e contínuo de catálogos nos centros de informação para a melhor procura e disponibilização dos itens no acervo. A ressalva da linguagem comunicacional, para representação da informação no meio de tanto meios de nichos informacionais, validando os dados descritos do item. A colocação de uso de softweres para abranger ao maior alcance a informação, vencendo barreiras na recuperação da mesma. O estudo construindo internacionalmente no estabelecimento de regras a serem seguidas para padronizar a comunicação para a colaboração na continuação das ciências. As explanações gerais de como procede ao processo de catalogação, e os tipos de catálogos a serem utilizados pelo usuário. Os tipos de documentos e suportes a serem catalogados, debruçando-se as regras das características fundamentais do catálogo, na qual todas essas ferramentas trabalhadas e executadas metodologicamente são para agilizar e colaborar a pesquisa do usuário.

CATALOGING: ANALYSIS AND GENERAL PARAMETERS OF THE REPRESENTATION OF INFORMATION

ABSTRACT The cataloging is the description of data related to library resources, which is thepurpose of representing a particular item of an information center, making it easier tosearch, the process of information retrieval. Thus, we understand the process of cataloging, as the instrument of analysis of the document in any medium, identifying the information needed to recover from it. Thus, one can realize the importance of technical processing inserted into the library to make possible location of the item in the collection, following the rules clearly established AngloAmerican Cataloguing Rules.And added to this process, the importance of studying the user center and soon, for better effectiveness in the practice of cataloging, emphasizing the primary goal intreatment and description of items. We have used different methodologies, such assemistructured manner and also face online interviews with librarians in order to realizethe vision of them in the use of technical processing in their professional activity andidentification of strengths and needs that processing brings to the user. To achieve thepurpose that we presented and discussed here we resort to bibliographic studythrough readings of Mey (1995), Souza (2009), Memory (2009) among others. Keyword: Cataloguing. Information retrieval. User.


REFERÊNCIA CASTRO, Fabiana Ferreira; COSTA SANTOS,Plácida Leopoldina Amorim da. Revista Ciência da Informação, v. 39,n. 1. Disponível em: http://revista.ibict.br/index.php/ciinf/article/view/1082/1312. Acesso: 27 dez. 2010. FONSECA, Edson Nery da. Introdução à Biblioteconomia. 2. ed. Brasília: Brinquet de Lemos,2007. 152 p. HISTÓRICO DA CATALOGAÇÃO. Disponível em: <http://www.marilia.unesp.br/Home/PosGraduacao/CienciadaInformacao/Dissertacoes/correa_rmr_me_mar.pdf>. Acesso em: 23 nov. 2010. MEY, Eliane; SILVEIRA, Naira. Introdução à catalogação. Rio de Janeiro: Brinquet de Lemos, 1995. ______. Introdução à catalogação. Brasília: Brinquet de Lemos, 2003. RIBEIRO, Antonia Motta de Castro Memória. Catalogação de recursos bibliográficos pelo AACR2 2009. 2. ed. rev. Brasília: Ed. do Autor, 2004. 1 v. SOUZA, Sebastião de. CDU: Como entender e utilizar a 2° edição padrão internacional em língua portuguesa. 2. ed. Brasília: Thesaurus, 2010. 163 p.


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