Brusque: 160 Anos de Superação

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terça-feira, 4 de agosto de 2020

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FOTOS: BRUSQUE MEMÓRIA/DIVULGAÇÃO

“CALCULA-SE QUE 20 MIL PESSOAS FICARAM DESABRIGADAS EM BRUSQUE E SENTIRAM DE PERTO A SOLIDARIEDADE DE TODO O PAÍS”

MAIS UMA VEZ, CIDADE FICOU DEBAIXO D’ÁGUA

DA ENCHENTE, A BEIRA RIO PIOR CHEIA DA HISTÓRIA MOTIVA GOVERNO A CRIAR A PRINCIPAL AVENIDA DA CIDADE, FUNDAMENTAL AINDA NA ATUALIDADE

Dois dias depois de completar 124 anos, Brusque viveu aquela que seria considerada a pior enchente de sua história até então. Em 6 de agosto de 1984, após dias de chuva incessante, o rio Itajaí-Mirim mostrou sua força e deixou a cidade inteira debaixo d’água. As águas passaram formando uma grande correnteza, levando muros, árvores e até casas. O cenário de destruição até hoje não sai da memória daqueles que viveram dias de terror e incerteza. A cidade, durante um longo tempo, ficou irreconhecível. Em nada

parecia a Brusque pujante e em pleno desenvolvimento das semanas anteriores à cheia. Calcula-se que 20 mil pessoas ficaram desabrigadas em Brusque e sentiram a solidariedade de todo o país. O prejuízo econômico também foi gigantesco. Relatório da Secretaria de Indústria e Comércio do Estado publicado na edição de 21 de setembro do jornal O Município, contabilizou 82 empresas atingidas e 77 paralisadas no setor industrial da cidade. Juntas, essas empresas empregavam 3.653 pessoas.

No setor comercial, o relatório apontou que foram atingidos 291 estabelecimentos, e 275 paralisados, representando 1.959 empregos. Ao todo, 5.612 empregados deixaram de produzir em Brusque, representando uma folha de pagamento na ordem de 2,63 bilhões de cruzeiros. Ainda de acordo com o relatório, no primeiro semestre de 1984, o faturamento dessas empresas foi de quase 70 bilhões de cruzeiros, já os prejuízos totais com a enchente acumularam 10,26 bilhões de cruzeiros. Além das empresas e inúmeras residências, prédios públicos, como o antigo Fórum, localizado no bairro Jardim Maluche, foi bastante afetado, com prejuízos estimados em 150 milhões de cruzeiros. A cheia que assolou todo o Vale do Itajaí foi notícia no país, assim como em 1961. Em outubro de 1984, a cidade ainda se recuperava, quando uma comitiva de repórteres de jornais como Zero Hora, O Globo, Folha de S. Paulo e Correio Braziliense estiveram em Brusque para conferir de perto os estragos causados pela chuva.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

ÁREA CENTRAL DE BRUSQUE FICOU COMPLETAMENTE ALAGADA


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Brusque: 160 Anos de Superação by Julia Fischer Barni - Issuu