OCTAmag 2015

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OM: Você usa o tablet e faz trabalhos manuais para criar suas estampas, como isso funciona? CC: Eu sou canhota, uso o trackpad na mão esquerda, mas também tenho habilidade para usar a mão direita e resolvi testar o tablet. Deu muito certo! Passei a usar como ferramenta de desenho, quase que substituindo o desenho no papel, é ótimo. Uso as duas mãos para desenvolver as estampas, o tablet, para desenvolver os traços, o que agilizou minha vida, pois consigo desenhar a mão e se erro, posso voltar, e refazer facilmente. A coleção de estampas indianas que fiz, foram todas usando tablet, facilitou a vida, pois mantenho o desenho a mão, com as facilidades

OM: É perceptível que todas as suas estampas têm um significado e uma grande pesquisa de inspiração. De que maneira isto acontece? Você segue tendências? CC: Particularmente, não gosto de seguir tendências, acredito que isto acaba limitando a criação. Claro que me atualizo sobre tudo que acontece no mundo, estou sempre atenta a novas informações, pesquisando culturas, lugares, mas não me prendo a birôs de Moda. Fiz um trabalho inspirado no Batik, por exemplo, uma técnica manual de estamparia que nasceu na Indonésia. Outro trabalho muito bacana foi inspirado no fundo do mar.

da tecnologia.

OM: Como funcionou o processo de construção da sua identidade na estamparia?

OM: De que maneira você acredita que o trabalho manual enriquece seu resultado final?

CC: A terapia me ajudou muito a desco-

CC: De fato, é muito claro que a indústria do fast fashion fez um lado da moda perder sua essência. Meu objetivo, quando crio uma estampa, é dar um significado a ela, conto uma história através da arte da estampa, o que a torna exclusiva. Agrego o máximo que consigo, sempre focada em ter um trabalho autoral, sem pesquisar tendências, mas fazendo experimentos, de preferência manuais, usando a fotografia, aquarela, desenho no tablet, canetinhas, reconhecendo novas texturas. Acredito que é isto que diferencia meu trabalho de outros profissionais, pois o traço de cada pessoa é algo muito particular, que torna o trabalho mais único.

brir quem eu era, depois que me mudei para Rio de Janeiro, tudo fluiu, pois é uma cidade mais colorida, com um espírito bem diferente de onde eu morava antes, em São Paulo. Fui criada pela minha avó e o primeiro desenho que ela me ensinou a fazer foi uma flor - todas minhas estampas tem este elemento, que faz parte do meu DNA. Como eu não trabalhei em indústria, sempre fui autônoma. Tendo meu Estúdio, criei minhas próprias técnicas de desenvolvimento. Quando inicio a criação, sempre penso em cinco itens essenciais: contraste, ponto de luz, movimento, animal print e elemento gráfico, o que me ajuda muito na composição da minha identidade e aperfeiçoamento no meu trabalho.

contato: contato@claucicala.com instagram: @claucicala

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