por JĂşlia Barreto Pereira
UNIVERSIDADE VILA VELHA ARQUITETURA E URBANISMO
JULIA BARRETO PEREIRA
MOQUECA HOSTEL : FEITO PARA OS MILLENNIALS NA CIDADE DE VITÓRIA - ES
VILA VELHA 2020
JULIA BARRETO PEREIRA
MOQUECA HOSTEL : FEITO PARA OS MILLENNIALS NA CIDADE DE VITÓRIA - ES
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Vila Velha, como prérequisito do Programa do Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Dra. Melissa Ramos da Silva Oliveira.
VILA VELHA 2020
Figuras Figura 1. Fachada Selina Lapa Hostel. Figura 2. Bar/Restaurante aberto ao público. Figura 3. Espaço de coworking Selina Hostel. Figura 4. Refeitório, local de socialização e compartilhamento. Figura 5. Terraço Selina Hostel 01.
Figura 21. Mesas compartilhadas – Manifesto Coworking. Figura 22. Na direita, sala privativa de reunião. Figura 23. Café – Manifesto Coworking. Figura 24. Espaço para jogos. Figura 25. Planta Baixa – Manifesto. Figura 26. Vista superior edifício existente Figura 27. Edifício existente.
Figura 6. Terraço Selina Hostel 02. Figura 8. Fachada The Vietnam Hostel.
Figura 28. Estudo solar. Figura 29. Fluxograma
Figura 9. Área interna de estar. Figura 30. Fluxograma Figura 10. Átrio central. Figura 30. Estudo estrutural Figura 11. Suíte privativa. Figura 31. Planta Baixa Térreo Figura 12. Planta primeiro pavimento. Figura 32. Planta Baixa 1° pavimento Figura 13. Cabines individuais. Figura 33. Planta Baixa 2° pavimento Figura 14. Cabines individuais 02.
Figura 34. Planta Baixa 3° pavimento Figura 15. Planta segundo pavimento. Figura 35. Planta Baixa Terraço Figura 16. Planta terceiro pavimento.
Lista de quadro Figura 17. Planta quarto pavimento. Figura 18. Planta quinto pavimento. Figura 19. Terraço The Vietnam Hostel. Figura 20. Cinema no terraço.
QUADRO 1. Estratégias de Inovação dos Hostels no Mercado Brasileiro e Internacional...............................................................22
Lista de Tabela Tabela 1 - Tabela de áreas propostas........................................... 42
1.INTRODUÇÃO 1.1.CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA 1.2.OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo geral 1.2.1 Objetivos específicos 1.3.METODOLOGIA 1.4.ESTRUTURA DO TRABALHO 2.REFERENCIAL TEÓRICO 2.1.HOSTELS PARA A GERAÇÃO DOS MILLENNIALS 2.1.1 Os hostels como modalidade de hospedagem 2.1.2 Breve panorama histórico dos Youth Hostels 2.1.3 Hostel dos Millennials
15 15 16 16 17 17 18 18 18 18 20 21
3.REFERÊNCIAS PROJETUAIS 3.1.SELINA LAPA - RIO DE JANEIRO, BRASIL 3.1.1. Programa 3.2.THE VIETNAM HOSTEL - DA NANG, VIETNÃ 3.2.1. Programa arquitetônico 3.2.2. Espacialidades e fluxos 3.3.MANIFESTO COWORKING - ASA NORTE, BRASIL 3.3.1. Espacialidades e fluxos 3.4.CONCLUSÃO DAS ANÁLISES 4.PROPOSTA PROJETUAL 4.1.PROPOSTA INICIAL 4.2.PROGRAMA DE NECESSIDADES 4.3.DEMOLIÇÃO E CONSTRUÇÃO 4.4.PROPOSTA DE SETORIZAÇÃO 4.5.PRANCHAS TECNICAS 4.6.PRANCHAS 3D 5.CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS
27 27 28 31 31 33 37 39 40 41 41 42 43 44 52 58 73 74
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus que me deu a oportunidade de encontrar uma profissão a qual tenho tanto amor e por ter me dado resiliência para ultrapassar os desafios encontrados pelo caminho. Aos meus pais Delton e Teresa Cristina, minha homenagem por não medirem esforços para que eu pudesse realizar esse sonho, por toda a paciência, pelas palavras de ânimo, pelos ensinamentos que recebi em toda minha vida e principalmente por moldarem meu caráter, com certeza é a maior herança que me deixam. À minha irmã Carolina por me inspirar todos os dias a ser uma pessoa melhor. Aos meus amigos, companheiros de jornada, que, sempre me apoiaram e me deram forças. Em especial Arthur Henrique, Mylena e Beatriz, obrigada por cuidarem de mim. Por fim, às minhas orientadoras Ana Dieuzeide e Melissa Oliveira, vocês me ensinam como profissionais, como professoras e como mulheres, que honra aprender com vocês, mestras.
GRATIDÃO
RESUMO O presente trabalho propõe a elaboração de uma proposta de
hostel na cidade de Vitória, que atenda aos
desejos da
geração dos millennials, localizado no centro da cidade, onde já há um apelo turístico no entorno. A proposta é adaptar a construção existente, que hoje se encontra na lista de imóveis
subutilizados, para receber
viajantes com o anseio de
ambientes compartilhados. Para tanto, foi analisado o perfil dos millennials para entender as demandas na arquitetura e como elas podem
ser aplicadas à realidade de Vitória. O
objetivo é promover aos millennials viajantes uma estadia com conforto, compartilhamento, praticidade e que essa arquitetura interaja com seu entorno. Palavra-chave: Arquitetura; hostel; millennials; designhostel;
ABSTRACT
This work proposes the development of a hostel in the city of Vitรณria, focused on the wishes/necessities of the
millennials,
located downtown, where there is already a tourist appeal in the surroundings. The proposal is to adapt the existing building, which today is on the list of underutilized properties, to receive travelers with a desire for shared environments. To this end, the profile of millennials was analyzed to understand the demands in architecture and how they can be applied to the reality of Vitรณria. The goal is to provide traveling millennials with a stay with comfort, economy, sharing, practicality, and that
architecture interacts with their surroundings. Keywords: Architecture; hostel; millennials; designhostel
this
1. INTRODUÇÃO O presente trabalho consiste em uma proposta projetual de um hostel com uso híbrido, propondo, assim, um edifício que interaja com o urbanismo local em sua morfologia e no uso, que seja aberto ao público externo, com uma arquitetura convidativa. Como uma proposta de hospedagem em Vitória, Espírito Santo, símbolo de turismo crescente. O tema foi escolhido a partir de uma carência de hospedagens em Vitória que acolha os novos desejos dos millennials de uma hospedagem dinâmica, econômica e que valorize os encontros sociais.
Os millennials compõe a geração nascida entre 1982 e 2005 (HOWE; STRAUSS, 2007), esse grupo cresceu junto com a internet, viu uma evolução exponencial do uso da internet, por isso se caracteriza como uma geração conectada (ERNST & YOUNG, 2014). Pela característica citada, a também chamada também de geração y, mesmo em suas viagens, procura estar conectada, além disso há a busca por flexibilidade, conveniência e interação social em suas hospedagens (ERNST & YOUNG. 2014).
Para acompanhar as novas necessidades, o setor hoteleiro tem pensado em como agradar esse público (ERNST & YOUNG, 2018). O hostel é um tipo de
Para a obtenção de entendimento sobre tal disciplina, faz-
hospedagem
que
se necessário compreender a evolução dos hostels e
estudantes, em 1909 (HOSTELLING INTERNATIONAL,
como eles se apresentam no mercado atual e quais são
2018), da época de sua criação para os dias de hoje, vê-
os anseios apresentados pelos jovens adultos de hoje em
se o hostel ainda como opção mais acessível do que os
dia.
hotéis convencionais, por sua informalidade e sistema de compartilhamento,
foi
e
criado
um
para
ambiente
atender
a
jovens
proporcionar
interação social com diversas culturas (ERNST & 1.1.CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA
YOUNG. 2014), mas hoje, além disso, oferecem mais
conforto, privacidade e lazer com produtos e serviços
forte atração turística. Nesse sentido a cidade de Vitória,
como Wi-Fi gratuito, alimentos e bebidas no local,
no estado do Espírito Santo, de acordo com o Instituto
serviços de limpeza diária, eventos sociais, aluguel de
Jones dos Santos Neves (IJSN, 2020), mostrou-se em
bicicletas, bibliotecas, entre outros (HOSTELWORLD
alta de +2,9% no volume das atividades turísticas no
GROUP, 2016).
Indicador da Atividade Turística (LATUR) de 2019.
Outra inovação muito comum nos hostels é ter outros
Considerando a realidade de Vitória, Espírito Santo, em
usos que interajam no mesmo edifício e que sejam
que se tem um crescimento anual considerável do
independentes e harmônico entre si. Vê-se usos como
turismo,
restaurantes,
compartilhados,
algumas edificações no centro de Vitória, propõe-se a
chamados de coworking, e outros. Geralmente, esses
elaboração de um edifício híbrido que comporte o Hostel
usos secundários são abertos para a comunidade vizinha.
de uso misto de modo a suprir as novas necessidades
bares,
escritórios
considerando
o
potencial
subutilizado
de
dos millennials, trazendo, assim, vitalidade ao local Para a arquitetura, a estratégia de usos mistos além de agregar
valor
econômico
para
ambas
atividades,
promove a vitalidade urbana (JACOBS, 2011). Pensando
escolhido, interação com os usos e atendimento às demandas do turismo.
nesses benefícios, tanto para os hóspedes, quanto aos frequentadores do entorno deste projeto, propõe-se um hostel de uso misto, para que as atividades possam mutuamente agregar financeiramente e possibilitar a
1.2.OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo geral
vitalidade urbana. O objetivo geral deste trabalho é elaborar uma proposta Para o local de intervenção de projeto, buscou-se um com
projetual de hospedagem com uso misto a partir de uma
arquitetura
que
supra
as
novas
necessidades
demandadas pela geração dos millennials em Vitória, local de turismo crescente.
hostel, a fim de realizar programa de necessidades e soluções arquitetônicas adotadas; ▪Elaborar um projeto arquitetônico em nível preliminar de um edifício de uso misto com as atividades de hostel em Vitória, ES.
1.2.1 Objetivos específicos Com intuito de alcançar o objetivo geral, o trabalho tem os seguintes objetivos:
1.3.METODOLOGIA
▪
Para o alcance dos objetivos estabelecidos, foi adotada a
Estudar as características dos hostels;
seguinte ▪
Apresentar um breve panorama histórico dos hostels
internacional e nacionalmente;
abordagem
metodológica:
construção
do
referencial teórico e contextualização do tema a partir de fundamentação teórica da bibliografia levantada, por meio
▪Conceituar os Millennials e descrever as características
de livros, sites, teses e dissertações; análise de projetos
das novas demandas da geração do milênio nos hostels;
de referência de hostels para compreensão do programa e outras soluções adotadas nos projetos arquitetônicos e,
▪Identificar as estratégias de inovação no setor de hostels no Brasil e no exterior, dentre elas a diversidade de usos; ▪
Desenvolver estudos de projetos precedentes de
por fim, aplicação das referências teóricas e projetuais para o desenvolvimento projeto arquitetônico.
1.4.ESTRUTURA DO TRABALHO
conclusão do trabalho.
O trabalho apresenta-se em capítulos da seguinte forma: O primeiro capítulo faz uma breve apresentação do tema
2. REFERENCIAL TEÓRICO
a ser exposto, junto com contextualização, justificativa, objetivos específicos e geral e a metodologia a ser
2.1.HOSTELS PARA A GERAÇÃO DOS MILLENNIALS
utilizada no trabalho.
2.1.1 Os hostels como modalidade de hospedagem
No segundo, é abordado o referencial teórico com as
Há grande diversidade de tipos de hospedagem existente
características do tema, um breve apanhado histórico e
hoje,
como ele se apresenta na atualidade.
econômicas, em tema específico, comodidades, entre
O capítulo 3 apresenta o referencial projetual, que consiste em três estudos de projetos relacionados aos temas de hostel, sendo dois em nível nacional e um internacional, comparando-se ainda as propostas. A partir dos capítulos anteriores, no quarto capítulo faz-se a apresentação da proposta projetual com análise dos
condicionantes do local, as diretrizes do projeto e as soluções espaciais. Por último, mostra-se as considerações finais por meio da
tais hospedagens
se
diferem
em
questões
outras características. A professora Karla Ribeiro (2016) lista uma série de tipos de hospedagem, a partir de definições de autores. Dentre os tipos de hospedagem destacam-se alguns
conceitos, o do hotel para executivo que, ainda de acordo com Ribeiro (2016), são hotéis que tem um serviço direcionado para atender executivos, caracterizado como grupo
extremamente
exigente.
Na
disciplina
de
arquitetura do hotel para executivo, ele se difere em demandar sala de reunião, sala com computadoresem
seu programa para atender os executivos. Outro conceito
da Juventude’, que mais tarde foi incorporado pelamarca
a se destacar é o de hotéis econômicos que são os que
“Hostel” (GOMES. 2010).
oferecem serviços mais baratos sem perder a qualidade, priorizando um bom lugar para dormir. Facilidades como piscina, academia e restaurantes são desnecessários nesse tipo de hospedagem.
No entanto, Giaretta afirma que o nome “Hostel”, para identificar os “Albergues da Juventude” ainda não era tão usual no Brasil, mas logo isso ia mudar. Hoje, após 10 anos, os sites de busca unificaram o nome para Hostel,
Nota-se que os hostels não são abordados por Ribeiro em
pois este tem caráter universal e pode ser facilmente
sua lista, entretanto hostel é uma palavra de origem
encontrado por brasileiros e estrangeiros.
inglesa que em traduz-se (tradução livre) por ‘albergue’
que, no entanto, aparece nos conceitos como: “forma econômica de hospedagem, dirigida normalmente para estudantes e pessoas de baixa renda, dispondo de cômodos individuais ou coletivos. Muito utilizados nos Estados Unidos e na Europa” (RIBEIRO, 2016, p.33).
Além do nome, os hostels hoje têm mudado a forma de se comunicar com seu público, com ambientes bem decorados e muita arte. Essas mudanças citadas, são nominadas de Design Hostel (SEBRAE, 2016) que acabam por atrair um público mais exigente, mas que gosta da economia e a oportunidade de encontros sociais
No Brasil, há um tempo atrás, muito se usava a expressão
oferecidos
“albergue”, mas como explica Maria José Giaretta, grande
comparação com hotéis tradicionais, maior flexibilidade,
estudiosa dos albergues, em entrevista à Gomes Filho
conveniência e interação social (ERNST & YOUNG.
(2010), o termo ‘albergue’ pode ser muito generalizado,
2014).
pois também é um termo usado para abrigar pessoas sem moradia e sem lugar para dormir. Como tipo de hospedagem, o nome chegou ao Brasil como ‘Albergue
pelo
hostel.
Ainda
oferecerem,
em
2.1.2 Breve panorama histórico dos Youth Hostels
INTERNATIONAL, 2018).
Para entender a evolução no setor hoteleiro jovem, faz-se
Paralela à história da pioneira HI Hostels, a ideia de
necessário um rápido apanhado histórico de como essa
mercado foi se expandindo e chegou no Brasil em 1961,
modalidade surgiu e evoluiu para o que é hoje. Segundo
no Rio de Janeiro, por meio de um casal de educadores
a rede de hostels Hostelling International (2018), em 1909
que visitaram um hostel na Europa e trouxeram a ideia
um professor alemão teve a necessidade de hospedar
para o país fundando o primeiro “Albergue da Juventude”.
seus alunos durante uma aula de campo, para tanto, ele
Em 1971, foi fundada a Federação Brasileira de
usou uma escola e transformou as salas de aula em
Albergues da Juventude (FBAJ) no Rio de Janeiro (APAJ,
dormitórios.
2012), o que catalisou a expansão da ideia e o surgimento
Com o intuito de permitir que outros jovens estudantes pudessem viajar com menores custos, 3 anos mais tarde,
de albergues em mais estados brasileiros, sendo eles vinculados à associação ou não.
este professor criou o primeiro “youth hostel” (“albergue
No setor de turismo, ano após ano os jovens, vêm se
da juventude”, tradução livre), com o lema "É impossível
tornando protagonistas. Em 2014, os gastos por esse
espremer o mundo ilimitado em uma sala de aula lotada.
grupo somavam 1/3 dos gastos totais em viagens e a
Então a escola deve sair para o mundo." (Richard
projeção era que em 2020 eles superassem os gastos
Schirrmann, tradução nossa). Em poucos anos, foi criada
com viagem dos seus pais geracionais (ERNST &
uma fundação e depois federação quando o movimento
YOUNG, 2014). Com essa receita tão significativa para o
se espalhou pelo mundo. Em 2006, a Federação
setor hoteleiro, o investimento para suprir a necessidade
Internacional de Albergues da Juventude (IYHF) começou
desses
a operar como Hostelling International (HI), que ainda é
consequente da evolução das demandas.
conhecida como referência até hoje (HOSTELLING
novos
viajantes
é
apenas
uma
resposta
individualistas, essa geração tem grande percepção de
2.1.3 Hostel dos Millennials Há várias classificações para a idade geracional da geração do milênio, millennials ou ainda Geração Y. Oliveira (2011), por exemplo, considera a geração Y
sociedade, zelo com os direitos humanos e o meio ambiente, gostam de encontros sociais e atentam-se à sustentabilidade.
como os nascidos entre 1980 e 2000, mas a classificação
Matewmann (2012) diz que a geração Y é a geração que
mais conhecida é a de Neil Howe e William Strauss
mais viaja na história, o que aponta para uma grande
divulgada
(HOWE;
atenção do mercado de turismo para com os jovens de
STRAUSS, 2007) que classifica como Millennials os
hoje em dia. Como visto no tópico anterior, o tipo de
nascidos entre os anos 1982 e aproximadamente 2005.
hospedagem que teve sua criação pensada nos jovens foi
Por nascerem junto com o avanço e democratização do
o hostel.
na
Harvard
Business
Review
uso da internet, essa geração tem a característica de ser globalmente conectada e curiosa (ERNST & YOUNG, 2014).
Hoje, os hostels ainda direcionam sua atenção para os jovens (que, neste contexto, compõe a Geração Y), a pesquisa feita pela EY’s Greater Los Angeles Hospitality
Além das características apresentadas, a geração do
Sector RoundtableI mostra que, entre os administradores
milênio prioriza seus valores morais e vivem por eles,
do
buscam de tempo de qualidade com sua família e amigos,
perguntados
é uma geração acelerada e inquieta, conectada com o
desenvolvimento de marca, 45% dos entrevistados
mundo através do uso constante das redes de Internet,
responderam que era a Geração do Milênio (ERNST &
sendo também uma geração que busca por resultados e
YOUNG, 2018). O que indica que o mercado de
novidades imediatos (LOIOLA, 2009). De acordo com
hospedagem como um todo está valorizando essa nova
Tulgan (2009), mesmo tendo características
geração e pensando em como agradá-la.
setor
de
hospedagem qual
era
seu
pesquisados, público
quando alvo
no
Mesmo assim, acabam por atrair outros públicos que,
de hostels tem colocado em prática estratégias de
mesmo não fazendo parte da mesma geração, têm os
inovação. Neste assunto, Fischmann, Andrade e Kim
mesmos anseios e preocupações. É a alternativa
(2014) listam essas estratégias conforme apresentado no
preferida pelos hóspedes que buscam maior flexibilidade,
QUADRO 1.
conveniência e interação social do que é comum em um
ambiente tradicional de hotel (ERNST & YOUNG. 2014).
QUADRO 1. Estratégias de Inovação dos Hostels no Mercado Brasileiro e Internacional.
Hoje nos hostels, além de quartos compartilhados, 9 em
Quartos e banheiros individuais: oferecem mais privacidade aos hóspedes, principalmente os que experimentam o hostel pela primeira vez.
cada 10 hostels conta com quartos privativo para grupos substituindo a ideia de albergue do passado. Outras
facilidades como Wi-Fi gratuito, alimentos e bebidas no
Bares/Festas: atraem moradores da cidade, além dos hóspedes e turistas. O hostel deixa de ser apenas local de hospedagem e vira um espaço de lazer.
local, serviços de limpeza diária, eventos sociais, aluguel de bicicletas, bibliotecas e centros de mídia são cada vez mais comuns (HOSTELWORLD GROUP, 2016). Deste modo, promove-se um equilíbrio entre privacidade, conforto e atividades de interação social, com uma “hospedagem
interativa
e
socialmente
Produtos/Serviços
Design: com apelo para elementos da infraestrutura. O hóspede sente que se hospedou em um lugar diferenciado.
motivada,
oferecendo comodidades como amplo espaço público, eventos em grupo, design vibrante e alta capacidade
Serviços extras: internet sem fio, transfer, lavanderia, arrumadeira e enxovais opcional. Assim os hostels buscam atender aos diversos públicos.
tecnológica” (ERNST & YOUNG, 2014. Tradução nossa.). Para que essas novas expectativas sejam atendidas,
tanto em nível nacional, quanto internacional, todo o setor
Limpeza: alimentos e bebidas, quarto, enxovais e banheiros.
Segurança de pessoa e bens: o hostel tomará as devidas precauções para
garantir a segurança dos membros e dos seus bens.
atender e as expectativas comerciais e vêm se moldando
Privacidade: deve haver banheiros separados por gênero; instalações comuns tranquilas; cortinas nas janelas dos dormitórios.
atendendo somente as necessidades dos jovens do início
Conforto/Instalações: tamanho mínimo dos quartos e camas; áreas comuns equipadas, como cozinhas.
aspecto a se destacar, é a oferta de festas abertas aos
Imagem internacional: com a adoção do nome hostel, em vez de albergue.
de lazer e proporcionando interação social com várias
Uso de tecnologia: como softwares de gestão de vendas e ocupação, e fontes de energias alternativas.
para que a sua categoria não se torne obsoleta, não
do século passado, que era basicamente abrigar, mas que ofereça conforto, privacidade e outros serviços. Outro
moradores da cidade e aos hóspedes, virando uma opção
pessoas de diferentes lugares. Há intencionalidade dos hostels ofertarem serviços que gerem a possibilidade de interação social com diferentes
Marketing Branding
&
Sites de reserva: venda através de brokers (booking.com; hostelworld.com). Marketing/Comunicação pelas redes sociais: Facebook, Tweeter, Youtube e próprios websites. Mídias espontâneas: com o crescimento do mercado e o interesse das pessoas em conhecer o tipo de hospedagem, jornais e revistas têm publicado sobre os hostels.
fonte: FISCHMANN, ANDRADE e KIM, 2014. (adaptado pela autora)
culturas, pois é um dos atrativos esperados pelos hóspedes. Quase 1/5 dos viajantes considera o espaço social como o mais importante para escolher onde se hospedar (HOSTELWORLD GROUP, 2019). O viajante da Geração do Milênio quer se conectar além do virtual (HEIN, 2015). Outra prioridade para os millennials, que tem grande peso na hora de escolher a estadia, é a relação do
estabelecimento com a sustentabilidade: Percebe-se que os hostels estão preocupados em
atrair os moradores locais tornando-se uma opção de
“Avaliar o impacto ambiental de hotéis, restaurantes e atividades tornou-se uma prioridade para muitos viajantes milenares. Isso influenciou a maneira como os locais avaliam suas próprias práticas e levou à instalação de painéis solares, luzes automáticas e condicionadores de ar, além de procurar maneiras de reduzir o desperdício”. (KENT STATE UNIVERSITY, 2018, sem página)
lazer na cidade ou até gerando outros tipos de encontros, como quando o hostel tem uma biblioteca ou espaço de coworking compartilhando o uso. A oferta de outros serviços destinados a um público que vai além dos hóspedes potencializa a possibilidade de
Logo, é importante que a arquitetura dos hostels seja
interação do edifício com o seu entorno. O uso misto, se
pensada de modo a contemplar as soluções de
no
arquitetura bioclimática.
desconhecidos, intensifica o uso do solo, ‘densificando’
contexto
certo,
“favorece
o
contato
entre
cada vez mais as relações” (FERNÁNDEZ, 2009. p. 08). Através do exposto, percebe-se que os hostels foram criados para atender às necessidades dos jovens
Essa importância da diversidade urbana para que haja
estudantes em viagens, com soluções de praticidade e
vitalidade é retratada por Jane Jacobs (2011) quando a
economia. Hoje para ganhar destaque no mercado de
autora fala da união dos usos principais e derivados.
hotelaria,
novas
Jacobs revela que a união dos usos é relevante para
características que atendam às novas demandas dos
promover sustento econômico para ambas atividades.
jovens atuais, os millennials.
Assim, a atividade primária agrega valor à atividade
os
hostels
têm
apostado
em
secundária, desde que haja o devido cuidado para que Com nova configuração, esse meio de hospedagem tem alcançado, além dos jovens, outros públicos que têm o mesmo
espírito
livre
e
gosto
por
espaços
compartilhamento social. Além de oferecer meios de
de
essas atividades possam suprir necessidades do meio em que estão inseridas e conversar entre si.
Percebe-se nas propostas de hostels que é bastante
de trabalhar em um ambiente inspirador... No coworking, você encontra ambientes especialmente pensados para o trabalho autônomo, muito networking com pessoas de diversas áreas e toda a estrutura para receber seus clientes com um custo menor do que teria ao alugar uma sala comercial.” (COWORKING BRASIL, 2012)
comum ter outra atividade atrelada à hospedagem. Muitos optam por serviços alimentícios como bares, restaurantes, lanchonetes, outros compartilham o espaço alternativo com hotel convencional, ou até exemplos de hostels com livraria e espaços de coworking. Esses espaços são destinados aos clientes do hostel, mas
Fora de uma lógica de um escritório convencional, os
também atendem a comunidade próxima.
coworking spaces apresentam-se como opção para os
Essas atividades extras possibilitam interação entre os
vizinhos, assim, potencializam a riqueza de interação social
esperada
pelos
hóspedes.
Olhando
pela
profissionais
que
são
autônomos,
freeancers,
empresários que buscam interação (LEFORESTIER,
2009).
perspectiva econômica, a segunda atividade pode auxiliar
São muitas as vantagens de espaços de coworking, Scott
em tempos de baixa temporada.
Birnbaum (citado por WABER, MAGNOLFI e LINDSAY,
Destaca-se uma dessas atividades, o coworking que, assim como aos hostels, os millennials têm recorrido à essa solução econômica e eficaz de espaços de trabalho compartilháveis:
2014), fala sobre a importância dos funcionários de “esbarrarem”, de acordo com ele, esses encontros não programados melhoram o desempenho dos funcionários. Pela pesquisa feita por Waber, Magnolfi e Lindsay (2014),
“Coworking é uma nova forma de pensar o ambiente de trabalho. Seguindo as tendências do freelancing e das start-ups, os coworkings reúnem diariamente milhares de pessoas a fim
quando um vendedor tinha mais interações, quando eles se “esbarravam” 10% mais, as vendas feitas por ele aumentavam proporcionalmente. Além do contato com
outras pessoas possibilitadas pelo ambiente, o coworking permite que o profissional tenha acesso a um ambiente corporativo
com
pouco
investimento
e
é
outra
característica que pode atrair mais colaboradores. Os espaços dos hostels de hoje, como visto, são projetados de modo a,
também, tentar suprir a
necessidade de encontros, logo, tem meios para potencializar
os
resultados
dos
trabalhadores
de
coworking. E o coworking, por sua vez, pode contribuir como um meio de atrair os moradores locais para dentro o hostel, assim como, promover um espaço qualificado para os viajantes à negócios. Logo, a contribuição é mútua, pois enquanto as interações benéficas dentro do coworking aumentam, a combinação de usos dá ao hostel visibilidade e integração com o entorno, além de ser uma fonte de renda extra para aos proprietários.
3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS As referências projetuais foram escolhidas de acordo com as características apresentadas a seguir, a primeira a ser estudada é o Selina Lapa Hostel, que faz parte de uma rede de hostels e atende a proposta de programa desse trabalho de um edifício de uso misto com hostel e coworking que funcionam colaborativamente, além de ser uma referência brasileira.
3.1.SELINA LAPA - RIO DE JANEIRO, BRASIL A rede Selina hostels apresenta-se em outros países e
todos com a mesma proposta de oferecer espaços de coworking para seus hóspedes e para os moradores locais também. Selina Lapa fica localizado no bairro da Lapa que é bem característico por suas atrações de lazer noturno, seus bares, restaurantes e pubs movimentam
The Vietnam Hostel, o segundo a ser analisado, tem uma
diariamente a noite carioca, também é local de um grande
proposta que exemplifica a escala e porte desejados e o
cartão postal do Rio de Janeiro: os Arcos da Lapa, antigos
conceito sustentabilidade aplicado na arquitetura, sendo
aquedutos que hoje servem como via para o bonde.
um edifício que prioriza a ventilação e a iluminação
Outros pontos turístico próximos é a escada de mosaicos
naturais. Por último, o Manifesto Coworking que, apesar
de Selarón, Teatro Municipal e a Catedral Metropolitana
de não ter a função de hospedagem, se apresenta como
do Rio de Janeiro.
referência do programa de coworking, a ser estudado para uma possível atividade secundária a compor na proposta a que este trabalho tem como objetivo, também para entendimento das espacialidades, de leiaute e propostas de diversas de ambiências em um único espaço.
Em um edifício antigo, foi feito um retrofit pelo escritório JDJ Interiores. De dois prédios, um preservado e um
novo, o conceito apresentado foi o de um hotel jovial, moderno, que conversasse com o local e com um toque industrial. A transformação desde edifício para rede Selina foi feita pelo próprio arquiteto da rede.
Figura 1. Fachada Selina Lapa Hostel. fonte: BOOKING, jul
academia e espaço de coworking. Esses espaços são abertos ao público e comportam eventos corporativos, no caso do coworking ou até aulas de yoga na academia (BOOKING, jul/2016). Essa interação faz com que haja uma identidade local, mantida pela empresa e trazida pelos vizinhos, e um caráter global, pelos dos hóspedes, promovendo, assim, uma troca benéfica para ambos lados pela ótica de Jacobs (2011). Figura 2. Bar/Restaurante aberto ao público.
fonte: BOOKING, jul/2016
A Figura 1 o hostel mostra a fachada conservada, mas internamente se vê uma forte influência contemporânea industrial com paredes de pedras expostas e a influência do ‘design hostel’. O Selina Lapa Hostel destina seus
fonte: BOOKING, jul/2016
aposentos para diferentes usos. 3.1.1.
Programa
Além de hostel, eles têm bar/restaurante (Figura 2),
O hostel conta com quartos de diversas capacidades,
Figura 3. Espaço de coworking Selina Hostel.
atendendo de 2 a 8 pessoas em quartos privativos ou compartilhados (SELINA, 2016). No que diz respeito aos usos, Selina Lapa além de hostel, tem um restaurante/bar e oferece serviço de coworking (Figura 3). Neste último, a rede oferece diversos planos diários, semanais ou mensais, tendo a possibilidade de ter um lugar fixo pelo período contratado. Alguns dos ambientes do hostel se estendem ao uso dos frequentadores do coworking como a cozinha, refeitório ( Figura 4), o lounge e os banheiros. No
refeitório
vê-se
a
junção
do
antigo
com
o
contemporâneo. As paredes de tijolinho, chão de pedra portuguesa, junto com o mobiliário colorido e diverso são muito característicos de hostels que desejam agregar ao design hostel. Os pendentes de estilo industrial se
contrapõem com a leveza da arte orgânica na parede, fazendo uma composição harmoniosa e respeitando a história local.
fonte: BOOKING, jul/2016
No
refeitório
vê-se
a
junção
do
antigo
com
o
contemporâneo. As paredes de tijolinho, chão de pedra portuguesa, junto com o mobiliário colorido e diverso são muito característicos de hostels que desejam agregar ao design hostel. Os pendentes de estilo industrial se contrapõem com a leveza da arte orgânica na parede, fazendo uma composição harmoniosa e respeitando a história local.
Figura 4.Refeitório, local de socialização e compartilhamento.
Figura 5. Terraço Selina Hostel 01.
fonte: BOOKING, jul/2016
Figura 6. Terraço Selina Hostel 02. fonte: BOOKING, jul/2016
Como já dito, o espaço social é muito importante para os novos modos de se hospedar, nesse assunto vê-se a cozinha compartilhada, sala de tv, sala de cinema e um espaço encontrado em muitos hostels que une os hóspedes e é, geralmente, um local de grandes eventos: o terraço (Figura 5, Figura 6). O wi-fi gratuito entra também nessa necessidade de espaço social, só que
fonte: BOOKING, jul/2016
neste caso, diz respeito a necessidade de interação social
Os pontos fortes desse projeto são os ambientes
online.
compartilhados. Destaca-se o terraço como um ambiente que agrega à experiência de hospedagem namodalidade
do hostel, vê-se vários núcleos de usos em um mesmo
sustentabilidade, The VietNam Hostel foi construído no
ambiente, logo na entrada tem assentos e uma
coração da cidade, perto do importante e simbólico
arquibancada que é usada nos eventos, filmes e shows,
mercado Han. Assim como o referencial projetual
também há o deck em madeira com espreguiçadeiras e
anterior, há uma programação extensa e um trabalho da
mesas.
empresa de promover entretenimento aos hóspedes. São disponibilizadas agendas de passeios a pé, noites de
3.2.THE VIETNAM HOSTEL - DA NANG, VIETNÃ Localizado em Da Nang, no Vietnã, o projeto foi feito pelo escritório de arquitetura 85 Design, com uma área de 600m², em 2018 (ARCHDAILY, 2018). Com um forte turismo marítimo, o local onde está localizado é perto de praias e, principalmente do rio Han, que muito movimenta o turismo local e fez com que se a área recentemente se tornasse valorizada. Com o crescimento do turismo, cresceu também a demanda do setor hoteleiro, mas este não cresceu com a mesma velocidade e hoje não a consegue atender todos os turistas (ARCHDAILY, 2018). 3.2.1.
cinema, tênis de mesa e ainda jogos de tabuleiros (BOOKING, Nov/2018). A fachada (Figura 8) tem grande recuo da calçada,
permitindo espaço de área externa próxima a entrada. As luzes, plantas e a parede grafitada alinham à linguagem de design hostel. Os 6 pavimentos se intercalam com avanços, varandas e formas diferentes, dando riqueza a volumetria, mas ao mesmo tempo com uma conversa entre eles pelo mesmo grupo de materiais: concreto aparente, alumínio preto e vidro. Internamente, a arquitetura segue a mesma linguagem, com conduítes expostos, laje e blocos de concretos aparentes, como mostra a
Programa arquitetônico
Com arquitetura pós-moderna e seu
apelo para a
Figura 8.
Figura 8. Área interna de estar.
Figura 7. Fachada The Vietnam Hostel.
fonte: ARCHDAILY, 2018 – Huu Dung.
O intuito do projeto pelos arquitetos foi que ele fosse
minimalista e os materiais fossem os mais simples e baratos, com a premissa de sustentabilidade incubada em toda concepção, nas aberturas para iluminação e ventilação natural e no uso dos materiais menos agressivos como tijolos não cozidos (ARCHDAILY, 2018). O edifício conta com dois átrios centrais, um deles recebe o elevador panorâmico (Figura 8) e o outro um jardim interno ( Figura 9).
Ambos auxiliam na entrada de ventilação natural,
o que é muito importante pelo clima do local em que está inserido, além de contribuir com a iluminação natural, sendo, o uso de átrio, uma estratégia coerente com o foto: Huu Dung.
apelo à sustentabilidade do conceito do projeto.
Figura 9).
Ambos auxiliam na entrada de ventilação natural,
o que é muito importante pelo clima do local em que está inserido, além de contribuir com a iluminação natural, sendo, o uso de átrio, uma estratégia coerente com o apelo à sustentabilidade do conceito do projeto. Figura 10. Suíte privativa. Figura 9. Átrio central.
fonte: ARCHDAILY, 2018 – Huu Dung.
fonte: ARCHDAILY, 2018 – Huu Dung
O hostel oferece 7 dormitórios compartilhados, variando
vê o elevador panorâmico que leva aos dormitórios.
entre dormitórios mistos e femininos, mais 6 suítes privativas (Figura 10), e 2 apartamentos maiores para
Figura 11. Planta primeiro pavimento.
alugar. Os apartamentos projetados, de acordo com os autores de projeto, 85 Design são para dar um plano de segurança financeira para o proprietário, podendo ser alugado em um período maior para turistas, têm grande demanda no local (ARCHDAILY, 2018). 3.2.2.
Espacialidades e fluxos
Os fluxos são distribuídos nos 6 pavimentos, divide os
fonte: ARCHDAILY, 2018
tipos de acomodação por andar, deixando o fluxo bem
Nos 2º e 3º andares (Figura 14, Figura 15), ficam
explícito e funcional. No 1º andar (
dormitórios compartilhados, todos eles têm a mesma estrutura de cabines individuais revestidas em madeira,
Figura 11),
a entrada do edifício é recuada, liberando
espaço para um estar, um jardim e estacionamento, acaba por ser uma solução acústica, intencionalmente projetada pelos arquitetos (ARCHDAILY, 2018). Entrando pela recepção, logo se vê à direita o restaurante e o café que servem os visitantes e os hóspedes. Nos fundos, fica a parte de serviço (lavanderia compartilhada) e de administração do hostel. Voltando para o salão central, se
cada uma com uma cama de solteiro, cortina, tomada e luminária individuais (Figura 12 e Figura 13). Perto dos dormitórios, ficam os banheiros, varandas e áreas multiuso que são usados para atender demandas pessoais como trabalho, relaxamento ou atividades em grupos como os jogos de tabuleiro, acaba por ser um espaço que supra as necessidades sociais dos hóspedes (BOOKING, 2018).
Figura 12. Cabines individuais.
Figura 14. Planta segundo pavimento.
fonte: ARCHDAILY, 2018 fonte: ARCHDAILY, 2018 – Huu Dung
Figura 15. Planta terceiro pavimento.
Figura 13. Cabines individuais 02.
fonte: ARCHDAILY, 2018 fonte: ARCHDAILY, 2018 – Huu Dung
No andar seguinte (Figura 16), são os espaços dos
alugar em maiores temporadas, gerando uma renda fixa,
quartos privativos, conta ainda com uma área externa de
mais estável para o proprietário. Cada apartamentos tem
estar, cozinha compartilhada e cafeteria. Esses quartos
dois quartos, sendo um suíte, área social e cozinha
privativos têm banheiro privativo, uma cama de casal,
integradas. O apartamento que dá para a fachada
cabideiro e escrivaninha. Uma opção para quem quer
principal tem duas varandas e o outro tem uma varanda
maior
lateral com jardim também privativo.
privacidade,
mesmo
assim
compartilhar
do
ambiente informal e jovem do hostel. Figura 16. Planta quarto pavimento. Figura 17. Planta quinto pavimento.
fonte: ARCHDAILY, 2018
fonte: ARCHDAILY, 2018
No 5º andar (Figura 17), ficam os dois apartamentos para
Por último, o 6º andar recebe o terraço (Figura 18) onde
acontece
a
maior
parte
das
interações,
com
Figura 19. Cinema no terraço.
programações diárias. Esse espaço tem a área técnica do elevador e só é possível chegar lá pela escada, foi colocada uma estrutura de toldo para cobrir uma parte do terraço, deixando-o próprio para noites de chuva em atividades como cinema (Figura 19). Figura 18. Terraço The Vietnam Hostel.
fonte: ARCHDAILY, 2018
Os fluxos do hostel são bem definidos, tanto pelos usos de cada pavimento, quanto pela relação dos ambientes,
as separações coerentes de acordo com o tipo de hospedagem, com privacidade e, ao mesmo tempo tente a proporcionar encontros sociais. Atende uma demanda da cidade de hospedagem, interage com espaço externo e tem uma arquitetura significativa, por sua morfologia fonte: ARCHDAILY, 2018
rica (com avanços, recuos, varandas, ângulos), e pela
reunião (Figura 21).
preocupação com a sustentabilidade na escolha dos materiais e na utilização da arquitetura como meio de criar
Figura 20. Mesas compartilhadas – Manifesto Coworking.
ambientes climaticamente confortáveis.
3.3.MANIFESTO COWORKING - ASA NORTE, BRASIL O escritório de coworking fica localizado em uma pequena galeria comercial na Asa Norte, com 400m², o
projeto foi feito pelo escritório StudioVRM em 2017. Manifesto Coworking foi criado pelos arquitetos com a
fonte: ARCHDAILY, 2017, Artur Dias.
proposta de ser um espaço que busca conexões e que incentive a produtividade (MANIFESTO COWORKING,
Figura 21. Na direita, sala privativa de reunião.
2019). Este projeto foi escolhido para entendimento de um programa de coworking com planta baixa para compreensão das espacialidades, mesmo sem de uso híbrido a algum hostel. Uma das características do projeto é que há possibilidade de muitos ambientes diferentes em um único local, como mesas compartilhadas (Figura 20) ou salas privativas de
fonte: ARCHDAILY, 2017, Artur Dias.
Um diferencial no coworking é a possibilidade de
Figura 23. Espaço para jogos.
ambientes mais informais do que nos escritórios convencionais,
um
exemplo
são
os
espaços
de
networking, espaços onde as diferentes empresas e empregados trocam vivências. Espaços como o café (Figura 22), lounge e espaço para jogos (Figura 23) cumprem essa função. Figura 22. Café – Manifesto Coworking.
fonte: ARCHDAILY, 2017, Artur Dias.
3.3.1.
Espacialidades e fluxos
Uma das premissas em projetos de escritório é a necessidade de criar uma circulação funcional, segundo
os arquitetos do StudioVRM foi priorizada a circulação fonte: ARCHDAILY, 2017, Artur Dias.
pela planta livre e poucas divisórias e a permeabilidade visual, pois além da planta livre, as salas são separadas por materiais que possibilitam a visão, usando vidro com
película nas salas de reunião ou salas de empresas. Os arquitetos também usaram a paginação de piso como estratégia de dar movimento ao ambiente, com dois diferentes pisos, de diferentes texturas. (ARCHDAILY,
Figura 24. Planta Baixa – Manifesto.
2017), Em planta ( Figura 24),
logo na entrada vê-se a recepção à esquerda e
à direita o espaço do café, com assentos individuais e mesa para duas pessoas. Entrando pela catraca, na extrema esquerda tem uma sala separada com mesa única e 8 cadeiras, com barreira física do salão geral. A frente, aparecem mais duas salas reservadas, uma pequena com 4 cadeiras e a maior com 8 e espaço para apresentação. Aos fundos, a sala de jogos e descanso e banheiros. Cadeiras individuais e outras duas pequenas
fonte: ARCHDAILY, 2017.
Vê-se os diversos ambientes criados ora com a mudança de mobiliário, ora com divisões leves. Criando assim, diversas
salas de reunião ficam ao lado do banheiro. A maior área
atmosferas em um só projeto. A importância dessa variação é
é destinada a um auditório com lugar para 18 cadeiras e
atender as demandas de diferentes públicos: desde o
uma arquibancada pequena com dois níveis.
autônomo até uma empresa maior consolidada. 3.4. CONCLUSÃO DAS ANÁLISES
Em conclusão das análises dos dados de cada referencial
projetual, tanto o Selina Lapa quanto o The Vietnam
4. PROPOSTA PROJETUAL
apresentam soluções novas para os hostels. As características atendem os desejos dos millennials e de outros viajantes que
4.1.PROPOSTA INICIAL
buscam por soluções econômicas, confortáveis e que
A proposta de projeto o qual este trabalho se dedica, é
valorizem os encontros sociais.
pensado com base no conceito de atender a demanda Outro ponto a se destacar é que ambos apresentam usos secundários como restaurante, bar, coworking e apartamento para alugar. Essas atividades acontecem concomitantemente com o hostel e oferecem para o estabelecimento uma segunda fonte de renda que pode auxiliar em tempos de baixa
dos milênios, com base nisto, é importante ressaltar que os ambientes compartilhados, os diversos usos e uma
arquitetura que interaja com o seu entorno são pontos primordiais a serem pensados. Por isso, o projeto tem como conceito as palavras-chave: jovem, integrado e
temporada.
compartilhado. Comparando os espaços de coworking, que acontece no Hostel Selina Lapa da realidade do Manifesto Coworking, são
Para que o conceito fosse aplicado à arquitetura, foi
poucas as diferenças. No caso do Manifesto Coworking, por ter
decidido que o projeto iria contemplar vários tipos de usos
um espaço maior, acaba por oferecer ambientes diferenciados,
diferentes, que teria uma fachada convidativa, seria
como for exemplo o auditório, sala de reunião ou cabine
agregado ao conceito de design hostel, com muita cor e
individual, que não é visto no Selina Lapa.
arte e, por fim, que os principais pontos do projeto fossem
Mesmo assim, os dois casos analisados podem atender a necessidade
de
pequenas
empresas
que
estão
dedicados aos espaços compartilhados.
se
desenvolvendo, de pessoas autônomas que precisam de um
Um hostel na cidade de Vitória que atenda aos desejos
espaço para trabalhar com custos menores ou ainda de
dos millennials, adaptando a construção existente para
pessoas em viagem a negócios.
receber os viajantes.
Quanto à localização, o centro de Vitória é um local com muitas atividades, com um enorme potencial turístico e histórico, localizado, pela divisão interna da cidade de
Alguns outros eventos também podem ser pontuados no
Vitória, na Zona central de Vitória.
centro de Vitória como o Carnaval com seus tradicionais bloquinhos de rua, Shows em comemoração ao dia de
Entre muitos pontos importantes, a praça Costa Pereira é
Vitória, Desfile de 7 de setembro ou até outras
considerada um dos pontos turísticos mais importantes
apresentações como cantatas de Natal a céu aberto.
da capital. Hoje, 127 imóveis encontram-se abandonados e um deles foi escolhido para esta intervenção. Figura 25. Estudo do entorno.
Após essa análise, o projeto teve também como objetivo honrar o local a qual ele foi idealizado. Para tanto, o tentou-se adaptar ao máximo a estrutura já existente tanto do prédio a ser colocado em uso quanto das lojas existentes no terreno. Figura 26. Vista superior edifício existente
fonte: Google/Set 2020. Adaptações pela autora
No entorno do terreno escolhido, pode-se ver a praça Costa Pereira, o Teatro Glória, o Teatro Carlos Gomes e a
Catedral Metropolitana de Vitória. Além da sua
vocação turística histórica, o centro de Vitória também é conhecido por suas opções de lazer boêmios, a rua 7 é um exemplode movimentação com bares e restaurantes servidos à população.
fonte: Google/Set 2020. Adaptações pela autora
Figura 27. Edifício existente.
A partir do estudo solar da massa existente no terreno, pôde chegar a conclusão que o período de insolação é pouco, sendo apenas na parte da manhã. Os prédios no seu entorno fazem sombra de maneira significativa. Figura 28. Estudo solar.
fonte: Google/Set 2020. Adaptações pela autora.
Como dito, o edifício escolhido faz parte da lista de edifícios abandonados do Centro da capital do Espírito Santo. Na Figura 27,
vê-se o edifício existente
subutilizado e a loja de companhia telefônica logo a frente. fonte: Google/Set 2020. Adaptações pela autora.
Figura 29. Fluxograma
4.2.PROGRAMA DE NECESSIDADES Reunindo os pontos fortes e dados dos projetos analisados
nas
referências
projetuais,
buscou-se
organizar as necessidades. Como no caso de um hostel as áreas podem variar muito, e, mais importante que estas, são os usos e como foram setorizados em cada pavimento. Tabela 1 - Tabela de áreas propostas
Fonte: Elaborado pela autora.
A setorização foi feita a partir dos usos. O térreo foi pensado para receber, para acolher. No primeiro pavimento priorizou-se os usos compartilhados de maior
movimento durante o dia. No segundo pavimento, os dormitórios compartilhados, e banheiros também. No terceiro
pavimento
tem
os
apartamentos
com
a
possibilidade de alugar e todos com banheiro privativo. Por sim, o terraço com a lavanderia e espaço para fonte: Acervo pessoal.
receber eventos do Hostel.
4.3.DEMOLIÇÃO E CONSTRUÇÃO A primeira coisa pensada foi na estrutura já existente como mostra a Figura 29, foi analisada foi a largura do
edifício existente comparada à largura total do terreno,
Figura 30. Estudo estrutural
acrescentando uma nova estrutura para suportar o edifício proposto. A ideia então foi demolir a parede da extremidade da direita e, junto com a nova estrutura, construir um prédio de 4 pavimentos. Assim, confirma-se já na concepção inicial o desejo de
contribuir com uma construção sustentável com o mínimo possível
de
intervenção
no
edifício
existente,
qualificando-o e dando uso ao que antes não tinha.
4.4.PROPOSTA DE SETORIZAÇÃO A proposta foi feita a partir dos diferentes usos, segmentado em hóspedes, moradores, visitantes e clientes. Como pode-se ver na planta do térreo (Figura 30), optou-se por uma planta em conceito aberto, várias fonte: Acervo pessoal.
atividades acontecem no mesmo ambiente e são
Figura 31. Planta Baixa Térreo
setorizadas pelos núcleos de vivência. Logo perto da entrada, à direita, se encontra o bar que pode atender ao público externo tanto no ambiente interno quanto pelo balcão de atendimento externo, proposta tal para ser mais ainda convidativo. À frente da porta de entrada, há um lounge, lugar que pode servir de apoio à recepção ou até de estação de interações entre os usuários. À esquerda da entrada, tem o balcão de atendimento da
recepção, logo atrás, foi separado um espaço para funcionários com dormitório, banheiro, sala e uma pequena copa, dando conforto e ao mesmo tempo privacidade aos que ali trabalham. Ao centro da planta, a torre de circulação vertical com escada e elevador, além de facilitar o fluxo, servem como estratégia de ventilação a todo o edifício.
Por fim, na parte superior esquerda da planta, os banheiros de acesso do público. fonte: Acervo pessoal.
Figura 32. Planta Baixa 1° pavimento
O
primeiro
pavimento
tem
a
característica
de
ser
compartilhado. Chegando pela escada, à direita têm-se o espaço de coworking e arquibancada. O espaço de coworking é projetado para hóspedes que queiram trabalhar em viagem, a ser usado pelos próprios moradores de Vitória ou alugar para reuniões. O espaço dedicado à arquibancada pode ser usado como sala de reunião, sala de brainstorming e para apresentações em geral. Do lado oposto, há a cozinha compartilhada onde são
oferecidas as refeições ou o hóspede/cliente podem fazer sua própria comida como é de costume nesse tipo de hospedagem. Tanto a cozinha compartilhada, como o espaço de coworking são interligados por uma varanda com mesas para o relaxamento ou contemplação da praça Costa Pereira. Ao centro da planta, banheiros para uso coletivo.
fonte: Acervo pessoal.
Figura 33. Planta Baixa 2° pavimento
O segundo pavimento é inteiramente destinado aos dormitórios coletivos. Tem 4 dormitórios sendo eles entre 12 e 17 m², 4 beliches cada um. Estes quartos não têm banheiro privativo, os banheiros são divididos em masculino e feminino, contendo sanitários, chuveiros, e uma área de vestiário com bancos
e armários. Ainda
pensando
na
praticidade
deste
tipo
de
hospedagem, foi feito, no próprio corredor principal, alguns armários que podem ser usados para guardar malas maiores, pois os dormitórios são compactos e de uso coletivo. Para dormir, assim como no hostel estudado, foram pensadas cabines de camas individuais que permitem a privacidade do hóspede. Todos os quartos dão acesso à varanda, assim como no 1° pavimento, a varanda aparece com intuito de ser um local de encontro, de interação entre os hóspedes e com o entorno também.
fonte: Acervo pessoal.
Figura 34. Planta Baixa 3° pavimento
Segundo pavimento se difere em alguns aspectos dos outros, aqui se priorizou os quartos com banheiros privativos, sendo dois deles com sala e copa, o que dá possibilidade destes apartamentos serem alugados. O terceiro quarto deste andar é um dormitório com capacidade para 4 pessoas, uma opção para grupos que procuram mais privacidade e conforto por ter um banheiro privativo.
fonte: Acervo pessoal.
Como estudado nos capítulos anteriores deste trabalho,
Figura 35. Planta Baixa Terraço
o terraço é um local de destaque, pois grandes eventos que recebem pessoas de fora e os hóspedes acontecem ali. No terraço em questão, os espaços possibilitam diversos usos. O primeiro deles é a lavanderia compartilhada, espaço que tantos hóspedes quanto os funcionários podem usar para lavar suas roupas ou o enxoval do hostel. Outro uso que também se apresenta é o de reunir todos em grandes eventos. O bar presente bem no centro, acompanha as curvas da fachada, que também são apresentadas na varanda. Outro espaço a se destacar é arquibancada que pode ser usada em apresentações de bandas, como opção de assento. Como ponto de apoio para os eventos neste pavimento, há 2 banheiros e um lavabo.
fonte: Acervo pessoal.
4.5. FACHADA A morfologia escalonada sugere que o edifício fique recuado em relação aos outros que o circundam, pensou-se em uma fachada que desse protagonismo à praça, que apontasse e sugerisse a interação com a mesma.
O edifício é circundado por arte, cores, e um elemento que sugere uma maior permeabilidade do edifício em
relação ao seu entorno são as varandas que estão em todos os pavimentos e, além disso, são em formato de ondas, provocando maior leveza na fachada.
Uma das diretrizes de projeto é honrar o local escolhido e acredita-se que tanto quem esta na praça Costa Pereira se sinta acolhido pelo edifício proposto, quanto quem estiver nele possa contemplar a praça e o entorno.
4.6.PRANCHAS TECNICAS
1/4
2/4
3/4
4/4
4.7. PRANCHAS 3D
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O intuito deste trabalho foi trazer uma proposta projetual de um hostel que interagisse com seu entorno em matéria
de morfologia e de uso, que fosse um hostel voltado aos Millennials, pronto a atender, em sua arquitetura, o desejo de hospedagens econômicas, dinâmicas e que tivesse como diretriz os encontros sociais.
Para tanto, foi feito um breve apanhado histórico dos hostels, explicitado como evoluíram no passar do tempo, como houve a evolução de público e como o setor de hotelaria tem pensado na geração do milênio. Outro aspecto pesquisado foi a necessidade de vitória em
relação a hospedagens, para esta proposta, o local ideal foi o centro de vitória, aproveitando um edifício já existente que não está em uso atualmente. O trabalho apresentou-se de acordo com a metodologia e estrutura propostas de estudo e por fim, apresentou o projeto coerente com a teoria. Portanto, conclui-se que este trabalho alcançou seu objetivo geral e os específicos propostos. Interagindo com o estudo teórico, aplicandoos à proposta projetual.
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