Madeira Livre | Nº74

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Governo quer cana mais bem paga

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Manuel António Correia diz que a cana-de-açúcar deve ser mais bem paga aos produtores e garante que o Governo Regional vai fazer tudo para que isso aconteça, mas assegura o processo será feito, como até aqui, de forma sustentável e sempre em articulação com os industriais, que terão sempre a última palavra no assunto.

FEVEREIRO • 2014

O secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, Manuel António Correia, defendeu, no 8.º Convívio Anual dos Produtores de Cana-deAçúcar, que se realizou em Janeiro, no Engenho da Calheta, que a produção de cana pudesse ser mais bem paga.

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mbora a palavra final seja sempre dos engenhos e da indústria, Manuel António Correia manifestou a «disponibilidade da parte do Governo Regional em colaborar neste processo, de melhoria do pagamento dos agricultores, que já tem acontecido nos últimos anos, mas precisamos pagar um pouco melhor ainda, para que os agricultores vejam o seu trabalho devidamente retribuído e, em conformidade, possam também crescer e aumentar a produção nos próximos anos». Segundo o governante, «tem de ser um crescimento sustentado e deixo bem claro que, da parte do Governo Regional, tudo faremos para, em colaboração com a indústria – a quem pedimos para ser sensível a esta questão, como tem sido nos últimos anos –, que haja condições e se proceda a uma melhoria contínua do pagamento aos agricultores, para que possa crescer ainda mais nos próximos anos». O governante destacou ainda o trabalho excecional que tem sido feito pelos agricultores, que «no caso particular da cana-de-açúcar, e da agricultura em geral, tem levado a que estejamos a percorrer um caminho de sucesso.Temos crescido – e bem – e isso tem sido importante para os produtores, mas também para a Região e para os madeirenses». Tal como recordou, «há 13 anos não tínhamos sequer três mil toneladas de produção de cana na Madeira – e recordo-me na altura a preocupação manifestada pelos industriais do setor, com receio que a produção não fosse suficiente para as necessidades. Desde então, lançouse mãos à obra e prevemos que, este ano, seja o melhor ano, em termos de produção, dos últimos 30 anos.Vamos atingir, pelo menos, as seis mil toneladas de cana, que é mais do dobro da quantidade que tínhamos há 10 anos». Este é um processo, conforme referiu Manuel António Correia, «que já começou há cerca de 10 anos. Aumentou-se o preço pago aos produtores, que era 13 cêntimos por quilo e que, no ano passado, foram 27 cêntimos. Mas, aumentouse também as ajudas técnicas, aumentou-se a mobilização de fundos comunitários, aumentou-se a presença dos en-

genheiros a acompanhar os produtores no terreno. E, em consequência de tudo isso temos, hoje, os números que nos honram e que ficam a dever-se aos agricultores, que são os verdadeiros obreiros destes resultados». Este trabalho, segundo o secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, está também a ser feito em articulação com o evoluir do mercado, até porque, conforme justifica o governante, «seria perigoso passar para o dobro da produção, sem assegurar o seu escoamento. Aí é que era mau, porque gastava-se tempo e dinheiro a produzir, e, no fim, não se conseguia rentabilizar, porque não havia escoamento. Mas, o trabalho está aqui feito passo a passo, ou seja, cresce a produção, cresce o consumo e se este cresce, existem condições para fazer crescer, de novo, a produção». Embora já se tenha registado um aumento na produção no ano passado, Manuel António Correia afirma que «era bom que se crescesse nos próximos anos, porque esse crescimento já vai ser absorvido pelos consumidores, que graças a Deus, também pela melhoria da oferta do sector industrial, tem vindo a crescer». O que importa é resolver os problemas das pessoas Na oportunidade, Manuel António Correia disse ainda

que «há pessoas que pensam que as principais questões da vida em comunidade se resumem à vida dos partidos e aos floreados à volta da vida dos partidos. Não acredito nisso. Considero que quem está na vida pública tem de se empenhar – e muito – é na resolução dos problemas concretos das pessoas. Das pessoas que têm dificuldade em alimentar os filhos, que têm dificuldade em pagar a prestação da casa, que têm dificuldade em comprar medicamentos, e aquelas pessoas que têm dificuldades, em especial os jovens, em encontrar emprego». Para Manuel António Correia, «isso é que nos deve mobilizar e é essa luta que, mais uma vez, quero assumir o compromisso, junto com a nossa equipa, que está a trabalhar neste sector e em outros, para que continuemos a melhorar a vida das pessoas e possamos dar cada vez mais qualidade de vida aos madeirenses». A cana-de-açúcar, de acordo com o secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, é um bom exemplo de crescimento que pretende replicar em mais sectores «para que, com o desenvolvimento económico, também se possa distribuir cada vez mais à população, aumentar os níveis de emprego e criar uma sociedade cada vez mais feliz e mais sustentada e sustentável».

Governo Regional celebra contratos-programa com Bombeiros Voluntários da Região Autónoma da Madeira O Conselho do Governo, reunido em plenário no passado dia 30 de Janeiro, resolveu autorizar a celebração de contratos-programa com as Associações de Bombeiros Voluntários da Região Autónoma da Madeira, com vista à atribuição de uma comparticipação financeira mensal. As Associações de Bombeiros Voluntários da Região Autónoma da Madeira têm desempenhado um papel preponderante na protecção de vidas e bens

nos diversos Concelhos da Região Autónoma da Madeira. Além disso, as receitas próprias das Associações de Bombeiros Voluntários da Região Autónoma da Madeira manifestam-se insuficientes para fazer face às despesas inerentes à sua actividade humanitária, de mérito e relevância socialmente reconhecidos. Tais despesas, quer de funcionamento, quer de conservação e reparação dos equipamentos afectos aos quartéis dos bombeiros e aos

seus parques de máquinas e de viaturas constituem um esforço meritório e indispensável à prossecução dos objectivos de serviço público por parte das Associações de Bombeiros Voluntários. Os contratos – programa a celebrar com as Associações de Bombeiros Voluntários da Região Autónoma da Madeira têm a duração de 12 meses, com efeitos reportados a 1 de janeiro de 2014 e término a 31 de dezembro de 2014.

Associação Beneficiária

Comparticipação Financeira Mensal

Total 2014

ABV da Calheta

13.110,00

157.320,00

AHBV de Câmara de Lobos

17.490,00

209.880,00

AHBV Madeirenses

60.695,00

728.340,00

AHBV do Porto Santo

6.785,00

81.420,00

ABV da Ribeira Brava

16.885,00

202.620,00

ABV de Santana

12.115,00

145.380,00

ABV de São Vicente e Porto Moniz

15.675,00

188.100,00

142.755,00

1.713.060,00

Total (Unidade-Euros)


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