25 anos de um legado que é também um ‘endurecedor’ para o futuro
Esta é a história de um empreendedor dinâmico, incapaz de dizer não a uma boa oportunidade de negócio numa área que dominasse.
25 anos depois da fundação da JRP, a empresa que também é família, celebra a história e projeta o futuro.
Há 25 anos, Jaime Silva reuniu toda aquela que tinha sido a sua experiência de vida e profissional sob três letras: JRP. Fundada em julho de 1998, a J. R. P., empresa sediada em Pedrome, Santa Catarina da Serra, está a comemorar um quarto de século de existência, crescimento, legado e liderança de mercado.
A história da empresa é indissociável à vida do fundador que, nos anos 60, apenas com 17 anos de idade, emigrou para França para trabalhar na construção civil. Foi lá que conheceu Andre Gloumeaud, aquele que seria o seu patrão durante parte da estadia naquele país e, anos mais tarde, seu sócio.
É precisamente através de Andre Gloumeaud que Jaime Silva entra no mundo dos pavimentos industriais. O empresário francês era, tal como o português, funcio-
nário de uma construtora norte-americana, e foi instigado, pelo irmão, arquiteto, a criar uma empresa dedicada a este sector que estava em crescimento nos Estados Unidos da América, mas que estava ainda por explorar na Europa. Fê-lo e contratou o futuro empresário português para ser o responsável de produção.
As saudades da família e do país acabaram por forçar o regresso de Jaime Silva a Portugal na década de 80, anos que o revelariam um empreendedor dinâmico, décadas antes da palavra estar na moda, com aventuras no mundo dos táxis e da produção animal. No entanto, a área dos pavimentos não haveria de o largar mais e cerca de dois anos após o regresso à sua terra natal, Andre Gloumeaud voltou a contactar o ex-colaborador para o desafiar a trabalhar em conjunto num grande
projeto na Argélia, oferecendo-lhe, em troca, sociedade.
A experiência em África foi bem sucedida e a dupla luso-francesa criou um grupo no sector para o mercado ibérico, à semelhança daquilo que, anos mais tarde viria a ser a JRP, ou seja, dedicado à fabricação de produtos ligados aos pavimentos industriais.
Na década de 90, Andre Gloumeaud, sócio francês que detinha a maior participação do grupo na área dos pavimentos a nível internacional, teve uma oportunidade de venda de todo o grupo e, nesse sentido, foi adquirindo as participações aos vários sócios que tinha nos diversos mercados, onde se incluíam também as empresas que liderava com Jaime Silva.
Nesse contexto, o empresário português vendeu as participações que tinha
no grupo tendo ficado simplesmente como administrador a nível ibérico. Na sequência do negócio, a nova equipa de gestão deixou cair o interesse em vários produtos, nomeadamente no âmbito das argamassas, uma oportunidade que Jaime Silva não descurou: tinha um produto com nome e conhecia o mercado.
Após negociações com os novos proprietários e sem deixar de ocupar o cargo de administrador ibérico, fundou a 15 de julho de 1998, a J. R. P. - Produtos e Revestimentos para Construção Civil.
A empresa, que hoje conhecemos pelo nome de JRP Flooring Products, começa assim a operar no lote 50 da Zona Industrial de Ourém, em Casal dos Frades, com uma unidade fabril onde eram produzidas argamassas para rebocos projetados e onde eram também comercializadas diversas ferramentas para a construção civil. As argamassas eram vendidas a aplicadores ligados à atividade, e as ferramentas vendidas a revendedores, man-
Linha cronológica da empresa
tendo-se assim distante do mundo dos endurecedores de forma a respeitar as leis da concorrência.
Ao mesmo tempo que a JRP crescia e se afirmava no mercado, Jaime Silva acabou por entrar em rutura com a liderança do grupo onde exercia funções como administrador ibérico, não se revendo numa estratégia mais rígida, menos flexível à adaptação a cada mercado, e acaba por sair. Livre de qualquer restrição de concorrência, uma vez que o pacto apenas obrigava Andre Gloumeaud, e depois da venda da linha de produção de argamassas para reboco projetado à OPTIROC, Jaime Silva voltava à estaca zero, mas pronto para fazer aquilo que sabia fazer melhor: pavimentos.
Pedro Alves, funcionário número um da JRP e atual CEO, que transitou com Jaime Silva da empresa que este detinha com Andre Gloumeaud, recorda um desabafo do patrão por aqueles anos. “Na altura ele dizia, “sou mesmo burro, podia
comprar um Porsche e começar a passear e vou-me meter aqui a investir em novas aventuras... Mas eu sou mesmo assim, não consigo estar quieto”.
Com o negócio a expandir foi necessário arranjar mais espaço de armazenamento e a JRP acabou por se instalar em Fátima, transferindo também grande parte do pessoal administrativo e comercial para o novo local.
Em 2001, a JRP muda a sua estratégia e especializa-se na produção de endurecedores de marca própria para pavimentos em betão, na altura utilizados praticamente em exclusivo para aplicação nas obras executadas pelo Grupo TPB.
O objetivo era simples: ter uma estratégia vertical. Para além de criar os endurecedores, Jaime Silva via na empresa que dirigia a responsabilidade de atuar ao nível do produto, ao invés de o deixar nas mãos de terceiros, que poderia colocar em causa o resultado final. Por isso, em articulação com o Grupo TPB,
15 de julho de 1998
l Constituição da sociedade J. R. P. - Produtos e Revestimentos para Construção Civil e início da operação na Zona Industrial de Ourém com unidade fabril de produção de argamassas para rebocos projetados e comercialização de ferramentas para a construção civil.
2001
l Expansão do negócio obriga a maiores necessidades de armazenamento e a JRP acaba por se instalar em Fátima e especializa-se na produção de endurecedores de marca própria para pavimentos em betão, praticamente em exclusivo para aplicação nas obras executadas pelo Grupo TPB.
2003
l A unidade de produção de endurecedores é transferida para o Pedrome, nas traseiras da sede do Grupo TPB.
2005
l Transformação da JRP em Sociedade Anónima
2006
l Início da fabricação de juntas metálicas, sob a marca registada PROJOINT, na unidade fabril da Zona Industrial de Seiça
assumiu todo o processo, desde a conceção, seleção e fabricação de matérias primas, engenharia, até à execução final do pavimento.
Em 2006, perante as barreiras económicas da comercialização de endurecedores, cujos custos com transporte inviabilizavam o negócio a longa distância, a JRP começou a produção de um novo produto: juntas metálicas para pavimentos.
Primeiro, a produção destinou-se exclusivamente ao consumo próprio, ou seja, às obras executadas pelo Grupo TPB, mas rapidamente acabou por ser registada no mercado com a marca PROJOINT®, passando, a par dos endurecedores, a ser um dos produtos da casa.
A empresa cresceu exponencialmente ao longo de mais de uma década até que em 2018 surge a necessidade de investimento significativo numa nova unidade industrial bem como na internacionalização da empresa, e a JRP apresenta duas
2018
l Ano de dor com a “partida” inesperada de Jaime Silva, fundador da JRP. l Surge a necessidade de investimento significativo numa nova unidade industrial bem como na internacionalização da empresa, e a JRP apresenta duas candidaturas ao sistema de Incentivos no âmbito do PT2020: Internacionalização e Inovação Produtiva. Ambas aceites.
2019
candidaturas ao sistema de incentivos no âmbito do PT2020: Internacionalização e Inovação Produtiva.
O ano em que receberiam o sim para o apoio a uma obra com um investimento global superior a dois milhões e meio de euros, base para o futuro da empresa, acaba por se revelar um ano de dor com o falecimento de Jaime Silva, o homem que era o passado, presente e futuro da JRP.
Mas se ao longo dos anos o empreendedorismo de Jaime Silva foi exemplo máximo, o mesmo se pode dizer do seu contexto familiar que fizeram da JRP uma família, no sentido literal e figurado. Literal, porque pessoas como a sua filha, Susete, a nora, Sandra Silva, que entretanto já não exercem funções na empresa, e o filho, Rui Silva, atual presidente, são exemplos muito concretos de como os pilares da família foram a argamassa da resiliência desta empresa.
Rui Silva é a prova viva de como a família estava dentro da empresa, quando
em poucas linhas explica a qualquer leigo o que é um endurecedor ou uma junta metálica.
Mas o mesmo se aplica no sentido figurado, porque são vários os que facilmente falam como se fossem parte da família, sejam eles o empregado número um, como é o caso de Pedro Alves, seja o caso de Paulo Primitivo, que integrou a empresa há quatro anos, mas que tinha vindo a trabalhar em parceria com o Grupo TPB e com a JRP há vários anos em diversos projetos: “sinto que também tenho estes 25 anos a correr-me nas veias”, diz.
Um quarto de século depois, o trabalho está lá, a família está lá e os próximos passos estão definidos: levar esta história a todo o mundo sob três letras, JRP, que nunca tiveram uma designação oficial, num poema onde tanto encaixou o fundador (Jaime Rebocos Projetados) como cabe agora o futuro: Jaime, Rui e Pedro. l
l Início da construção da nova unidade industrial, num investimento global superior a dois milhões e meio de euros, em Pedrome, frente à sede do Grupo TPB. Novo website com loja online, início da internacionalização.
2021
l Arranca o funcionamento da nova fábrica da JRP. Criação da marca FLOORIX, para a comercialização de endurecedores de superfície e aditivos/ líquidos.
2022
l Alteração da designação social para JRP Flooring Products
2023
l Abertura da loja em Vermoil, Pombal, com produtos, ferramentas e máquinas para pavimentos em, betão e construção no geral.
nosso objetivo é ser uma referencia internacional em produtos de valor acrescentado”
Numa mesa redonda com Rui Silva, presidente da JRP, Pedro Alves, CEO, e Paulo Primitivo, diretor-geral, vê-se uma empresa de olhos postos no futuro sem esquecer os ensinamentos do passado. Sem parar de se reinventar, a empresa especializada em produtos para pavimentos industriais quer continuar, com responsabilidade, a liderar o mercado com os olhos postos na internacionalização. 25 anos depois, a JRP quer ser ainda mais.
Por onde passa o futuro dos produtos da JRP?
Pedro Alves (PA): Os endurecedores foram, de facto, o início da atividade da empresa, e sobre o qual continuamos a inovar, por exemplo, dentro das argamassas estamos a desenvolver novos produtos na área dos pavimentos urbanísticos, a criar produtos para ir ao encontro das novas necessidades e das novas tendências ao nível de arquitetura paisagística, mas há cerca de 17 anos desenvolvemos uma outra área de negócio na JRP, a fabricação de juntas de construção, bastante importante na medida em que é a que tem maior potencial de exportação.
Ou seja, os endurecedores serão um produto essencialmente ibérico e as juntas um produto mais global...
PA: O endurecedor é mais limitado porque é um produto cujo custo de transporte inviabiliza o envio para
países além de Espanha. Para França, por exemplo, já é economicamente inviável. No caso das juntas metálicas, isso já não se aplica. São um produto de valor acrescentado em que são poucos os fabricantes a nível mundial e aí sim estamos a desenvolver uma estratégia internacional para ter representantes praticamente em todo o mundo.
É aqui que entra em ação o diretor-geral, certo?
Paulo Primitivo (PP): (risos) Há quatro anos, aquando da minha entrada na JRP, o desafio foi produzir os endurecedores e as juntas metálicas de forma mais eficiente, e complementar com a oferta de um leque alargado de máquinas e ferramentas. Foi nesse sentido que lançámos, em 2019, uma nova fábrica baseada na automatização, com uma aposta muito forte na qualidade e na certificação de todos os nossos produtos. Para isso fomos mais longe e criámos uma ETA, para certificar a junta
metálica. A inovação é o que nos tira da área de conforto, aquilo que é necessário fazer para alcançarmos produtos e estratégias diferentes.
Como, por exemplo, criar novos produtos?
PP: Inovar será também lançar novos produtos. Temos a Floorix que é um produto nosso, uma marca nossa, produzida por nós. O objetivo é crescer com um grupo de produtos desta marca.
PA: O nosso objetivo é ser uma referência internacional de produtos de valor acrescentado, desde a conceção à fabricação, essencialmente para o mercado global dos pavimentos industriais, complementado com uma gama de equipamentos e ferramentas.
A abertura de uma loja de venda ao público em Pombal integra essa estratégia?
“O
PP: Com a abertura da loja em Vermoil reforçamos aos profissionais da área de pavimentos industriais, e construção civil no geral, a oferta de uma gama de produtos de marca própria, complementada com máquinas e ferramentas. Assim como representamos e damos força a marcas ligadas a este sector. Tem sido um desafio criar esta estrutura, direcioná-la no sentido de aproveitar o know-how interno de 25 anos de existência. É também um desafio a internacionalização.
Sobretudo numa altura em que o mundo tem andado em contratempos. Uma pandemia, uma guerra…
PP: Foi um projeto que, para além de ter um investimento que rondou os 2,5 milhões de euros, permitiu um crescimento na capacidade produtiva da empresa. Na JRP, em 2023, pensamos atingir uma faturação próxima dos 20 milhões de euros, grande parte resultado da exportação. Portanto, andamos em contraci -
clo face à covid e à guerra…
Esta aposta na internacionalização tem sido fortalecida, mas pela história tanto da empresa como de Jaime Silva, não é nova. Pode-se dizer isso?
PA: Com a contratação do Paulo quisemos fazer crescer a JRP e torná-la aberta ao mercado externo. Para isso estamos a desenvolver uma nova estratégia, uma linha de produtos focada para o mercado externo, ao mesmo tempo que mantivemos dentro do grupo uma linha de produtos de marca própria. A parte internacional sempre esteve no ADN do fundador. O senhor Jaime Silva foi uma pessoa que emigrou e em que qualquer projeto industrial que desenvolveu teve sempre uma vocação internacional.
A área de negócio nunca foi apenas Portugal. Houve projetos no Djibuti, na Argélia, em Angola, na África do Sul, na Venezuela… Temos uma vocação muito internacional que vai sempre a reboque dos parceiros. Não acabámos a traba -
lhar no Djibuti porque fomos lá bater à porta de alguém, mas sim porque um parceiro nos lançou esse desafio. Temos capacidade para dizer que fazemos qualquer projeto em qualquer parte do mundo, desde que seja com o parceiro correto.
Essa é uma característica absoluta de um líder de mercado?
Rui Silva (RS): Na realidade somos líderes de mercado desde sempre e isso também obriga a que a JRP tenha de ser um exemplo para todos. Posso mesmo acrescentar que houve empresas, ao longo destes anos, não só na região, mas no país inteiro, que se envolveram e especializaram na área dos endurecedores e dos pavimentos industriais graças ao nosso know-how e à nossa organização.
Criaram com toda a história e trabalho no mercado essa bola de neve que ia para além das vossas paredes.
RS: Hoje em dia os nossos parceiros reconhecem a importância da passagem de conhecimento na área dos pavimentos industriais, sem dúvida que há sucesso e satisfação mútuos, e continuaremos a trabalhar para desenvolver e fortalecer boas parcerias.
É algo que vos motiva, também? Esta envolvência no ecossistema?
RS: Queremos puxar pelos clientes da JRP, pelos nossos parceiros, porque isto nos ajuda a marcar o passo. Criar uma bola de neve que nos obriga a mexer mais.
Paulo, neste ecossistema, lá fora, sente a perceção de que as empresas portuguesas ligadas à construção têm um know-how muito único na Europa?
PP: Existe, mas temos que o provar também. Com os procedimentos, com a ação e atitude. Portugal é conhecido
e reconhecido por ser forte na construção.
PA: A perceção que eu tenho é que continuamos a surpreender pela capacidade de fazermos, criarmos coisas novas. O povo português tem uma característica muito particular que é o facto de querer inventar, fugir aos processos rígidos e simplesmente inventar. Essa capacidade de criar algo muito rapidamente é também uma das grandes armas da JRP: a nossa flexibilidade. Temos a estrutura humana e de equipamento que nos permite criar um produto novo em prazos de tempo muito curtos.
Adaptar produtos a diferentes mercados?
PA: Por exemplo, no caso do projeto das juntas metálicas, desde o primeiro dia definimos que este era um produto que teria de se adaptar às necessidades do nosso revendedor, a nível da marca e da própria junta, seja em que região
do globo for. Hoje, num prazo muito curto, conseguimos a mesma junta em diferentes mercados com uma marca completamente diferente.
Essa capacidade de resposta tão rápida é uma exigência dos tempos que correm?
PA: No mundo em que estamos inseridos hoje, em que as alterações acontecem tão depressa, isso é uma vantagem muito grande. Temos sempre uma mente aberta e uma resiliência para aprender com os erros, porque como em todo o lado também cometemos alguns erros, mas saímos sempre mais fortes para o novo desafio.
RS: Isso é algo que nos marca enquanto empresa. Não desanimamos quando se afasta um cliente, quando alguém se vai embora porque somos pessoas dadas a boa paz. Queremos é estar no mercado, ter felicidade para todos, para o cliente, para nós. Estar na tal bola de neve. l
Comemorando 25 anos
Valores partilhados. Objetivos partilhados. Sucesso partilhado.
Parabéns por todas as grandes conquistas ao longo destes 25 anos!
Lembro-me bem do nosso primeiro encontro com o fundador, Sr. Jaime Dias da Silva, há cerca de 22 anos, quando demos os primeiros passos para uma parceria de sucesso que perdurou e se estendeu ao longo do tempo até hoje.
Uma parceria que tem sido mantida através da partilha de fortes valores e ambição, para garantir a excelência e o sucesso de cada cliente em cada projeto.
É admirável ver como o Grupo TPB cresceu, desenvolveu, diversificou e internacionalizou a sua atuação, mantendo a essência e o conjunto de valores inspirados pelo seu fundador. Parabéns ao Conselho de Administração e a toda a equipa por esta maravilhosa conquista.
Desejamos-lhe as maiores felicidades para o futuro e a continuidade do caminho que iniciamos consigo há quase 25 anos.
Feliz 25.º Aniversário!
José Ramón González Muruais Business Line Manager ArcelorMittal FibresObra: Centro Logístico em Valadares
Localidade: Valadares, Porto
Fibra Metálica: ArcelorMittal HE75/50
Área: 40.000m2
Pavimento: sem Juntas de retração
Aqui, produção rima com inovação, internacionalização e sustentabilidade
Com o fabrico de produtos, sejam eles juntas metálicas ou argamassas, a JRP assume-se como o início da cadeia do Grupo TPB e, agora, daquilo que serão os projetos de clientes externos, com o cumprimento de uma estratégia de internacionalização de uma gama desenhada para o efeito. É por isso, inevitável, que, para criar e adaptar produtos, se ausculte as dificuldades e as exigências do mercado, se faça um raio x às necessidades dos parceiros e que a própria empresa assuma a sua investigação. No fim, inovação é palavra do dia.
Numa visita à nova unidade industrial em Pedrome, Santa Catarina da Serra, tal salta imediatamente à vista, sobretudo no que diz respeito à maquinaria. “Quando recorremos aos fundos do Portugal 2020 fizemo-lo com o objetivo muito concreto de automatizar todos os processos.
No entanto, deparámo-nos com um problema: não existiam máquinas para os processos que queríamos. Resolvemos a situação em parceria com tecnologia e engenharia portuguesas que nos ajudaram a criar máquinas únicas para integrar a nossa fábrica”, explica Pedro Alves.
Paulo Primitivo, um dos principais responsáveis pelo salto qualitativo que a empresa deu ao nível da inovação, na mesma linha do CEO da empresa, descreve a nova unidade industrial como “única”. “É única, tem ferramentas únicas e tem máquinas únicas, instrumentos essenciais para responder a mercados desafiantes”.
O diretor-geral da JRP conhece o desafio que se avizinha e o quão fundamental é ter a inovação a marcar o passo. “Esta área dos pavimentos também é uma área com características únicas pelo crescimento logístico, pela necessidade de
evoluirmos, trazermos toda uma métrica de soluções para o mercado na área logística e, agora em crescendo, paisagística, desde um simples passeio à conceção de um projeto urbanístico”, diz.
Pedro Alves conta que os equipamentos já causaram inclusive surpresa a competidores a nível mundial na área das juntas. “Fizémos uma parceria pontual com o competidor que mais vende a nível mundial nesta área e, na altura, no âmbito desta parceria, eles visitaram as nossas instalações para aferir se tínhamos capacidade e qualidade e, efetivamente, reconheceram que nós tínhamos máquinas desenvolvidas muito mais avançadas do que eles próprios tinham nas unidades fabris deles”, relata.
Foi esta estratégia baseada na inovação e auto-exigência para estar à frente do mercado que levaram Samuel Alves,
saído da faculdade há poucos meses, a integrar, em 2021, a JRP como Técnico de I&D e Responsável pela Área de Produção.
“Vi que o Paulo Primitivo queria levar a JRP para outro nível e fiquei encantado por saber que podia ingressar numa empresa que tem 25 anos, mas que está desde 2020 a começar um processo de internacionalização. Entusiasmei-me com isso”, diz, explicando que valoriza muito esta capacidade de reinvenção e de adaptação. “A empresa está a entrar no fornecimento de outros mercados para além do Grupo TPB. Ou seja, mesmo este tempo todo depois conseguiu perceber que havia um grande potencial para entrar no mercado”.
Em apenas três anos, Samuel já teve um papel de destaque na criação de uma nova junta metálica, a PROJOINT PLUS S, “uma junta nova que acaba por dar a transição suave de um pavimento para outro, que acaba por dar mais vida útil aos pavimentos e contribui para o conforto dos operadores que andam de veículos tal como os empilhadores”.
Para o responsável de produção da JRP, elo essencial de comunicação entre as duas grandes unidades da empresa, serralharia dedicada às juntas metálicas, e fábrica dedicada às argamassas, neste
momento, estar atento à inovação no sector é olhar em grande parte para o crescimento de utilização dos veículos autónomos que exigem um pavimento exímio, sem obstáculos de forma a executar de forma simples as tarefas para as quais foram programados.
“Relativamente à parte da inovação e crescimento da JRP, acredito que na área dos pavimentos em betão há muita margem para se crescer tanto cá dentro como lá fora e que, da nossa parte, vamos fazer o possível para estarmos na vanguarda daquilo que é a indústria dos pavimentos”, garante.
Sustentabilidade, a preocupação inevitável
Um dos desafios que a JRP enfrenta ao nível da produção prende-se com a preocupação de fazer dos endurecedores um produto sustentável.
“É um desafio bastante grande, uma vez que as matérias-primas têm processos de fabrico e exploração dos quais será muito difícil alterar a natureza, porque o quartzo, uma das matérias-primas de excelência da nossa argamassa, por exemplo, é um produto natural que só existe na natureza e para extrair o quart-
zo é necessário recorrer a maquinaria pesada”, explica Pedro Alves.
O primeiro passo já foi dado: procurar a matéria-prima o mais próximo possível, reduzindo assim substancialmente a pegada carbónica. Mas a empresa quer ir mais longe e criar uma estratégia que possa ser desenvolvida com os fornecedores.
“Estamos a desenvolver estratégias com os nossos parceiros de forma a eles também minimizarem o impacto da sua atividade e, connosco, criaram sinergias para compensar as emissões de CO2. É um processo que ainda está numa fase inicial, mas é uma preocupação que temos em mente. Diria mesmo que esta área de atividade já está a olhar para a sustentabilidade como um bandeira. Por exemplo, o nosso fornecedor de cimento, que neste caso é a SECIL, tem assumido uma série de ações nesta área para compensar as emissões de CO2 que faz no seu processo”, explica Pedro Alves.
O CEO da JRP assume mesmo que “este é um caminho que a empresa vai seguir porque na qualidade de líderes do sector temos de estar focados e investir” na sustentabilidade dos ecossistemas de onde extraem as suas matérias-primas, prometendo ações concretas em breve junto da comunidade. l
O PRIMEIRO BETÃO NEUTRO EM CARBONO DE PORTUGAL
O lançamento do primeiro betão neutro em carbono de Portugal – O BETÃO VERDI ZERO – é um grande passo na construção de um futuro mais verde, com infraestruturas e edifícios mais duradouros e com menor impacto no meio ambiente.
Teve como base uma inovação SECIL ao nível do desenvolvimento de produto, complementando medidas internas de eficiência e de utilização de energia renovável, garantindo, logo desde o início, uma importante redução de emissões de CO₂.
Este lançamento foi mais um passo importante no caminho da Descarbonização no Grupo SECIL, com o objetivo de alcançarmos a neutralidade carbónica em 2050, em sintonia com os compromissos assumidos para reduzir as emissões de CO₂ da nossa atividade.
O BETÃO VERDI ZERO é certificado como um produto CarbonNeutral®, sendo a neutralidade de carbono alcançada através da compensação das emissões remanescentes, nomeadamente em projetos de florestação, energia eólica e solar, garantindo que, por cada tonelada de C0₂ emitida pelo BETÃO VERDI ZERO, exista uma tonelada a menos na atmosfera.
NEUTRO EM CARBONO
CERTIFICADO COMO PRODUTO CarbonNeutral®
UTILIZAÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS
QUE PROMOVEM A ECONOMIA CIRCULAR
secil.pt
BETÃOTestemunhos
A JRP iniciou a sua atividade em 1998. Fiz parte desta grande aventura durante nove anos, com grande motivação e prazer. Foi uma experiência muito positiva acompanhar a evolução da JRP. Nela todos crescemos e nos formámos profissionalmente.
Desenvolvemos novos produtos para a construção (argamassas, monomassas, juntas para pavimentos, etc…), construímos fábricas, desenvolvemos processos para atingir os objetivos nem sempre fáceis. Fui um elemento importante na obtenção da certificação de qualidade ISO 9000.
Embora esteja atualmente a abraçar novas funções numa das empresas de pavimentos industriais líder em França, conheço a grande maioria dos colaboradores com alguns dos quais a JRP ainda hoje trabalha, e é bom voltar a encontrá-los nas minhas idas a Portugal durante as férias.
Terei sempre uma ligação muito especial à JRP. O espírito JRP criou inevitavelmente laços de amizade que ficarão para sempre. A política de qualidade apoiada pelos seus responsáveis faz, e continuará a fazer, da JRP uma das empresas de sucesso e líder no seu ramo.
Embora esteja a abraçar novas funções no Grupo TPB, acompanho a JRP desde a sua criação, em 1998. Foi com ela que fui crescendo e me fui formando profissionalmente e, por isso, esta será sempre uma relação muito especial.
Além de ter feito parte da administração da empresa, durante vários anos desempenhei diversas funções, desde a gestão de compras de matérias-primas e outros produtos à gestão de vendas e de encomendas, e até à organização de transportes das mercadorias para as obras. Conheço a grande maioria dos fornecedores e clientes, com alguns dos quais a JRP ainda hoje trabalha, e é bom por vezes voltar a encontrá-los e recordar outros tempos. Inevitavelmente foram-se criando laços de amizade que ficarão para sempre.
Com a criação da nova fábrica de juntas e endurecedores, a JRP passou a dispor de uma maior capacidade de produção, conquistando novos clientes no mercado internacional. Com uma equipa coesa e forte, cujo lema é garantir a qualidade máxima dos seus produtos, não duvido de que a JRP continuará a ter cada vez mais sucesso. Pelo menos assim o desejo.
A minha entrada no Grupo TPB aconteceu através da JRP, empresa da qual fiz parte nos últimos sete anos.
Na JRP encontrei uma “grande” equipa, motivada, dinâmica, com grande espírito de colaboração e entreajuda, comprometida em enfrentar todos os desafios. Às pessoas que formavam e formam essa equipa, agradeço a forma como me ajudaram a integrar rapidamente.
Tendo desempenhado funções em diversas áreas, acompanhei o crescimento e evolução da empresa, em permanente adaptação às necessidades do mercado e respondendo às exigências dos clientes, com foco principal na qualidade dos seus produtos.
Os novos desafios eram diários, mas, entre todos, tenho de salientar a construção da nova unidade de produção, a qual representou um grande desafio e exigiu uma dedicação extra de toda a equipa.
Com a nova unidade de produção, a JRP ampliou a sua capacidade de resposta, conquistando novos mercados. O que, em conjugação com uma equipa focada, representa a continuidade do sucesso que tem tido nestes 25 anos.
Conheci o Sr. Jaime Silva, fundador da JRP, na edição de 1998 da Batimat, juntamente com o Rui, o seu filho, e Barrichello, o fundador da Barikell.
Daquele encontro nasceu uma profunda amizade e uma fervorosa e frutuosa colaboração profissional e humana que se estende até aos dias de hoje.
Na Bekaert temos orgulho em servir a JRP e o Grupo TPB através de soluções inovadoras de fibra de aço, que ajudam a melhorar a sustentabilidade ambiental dos seus pavimentos industriais. As nossas fibras de aço Dramix® são projetadas para reduzir as emissões de CO2, oferecendo soluções para pavimentos mais eficientes, seguros e duráveis, enquanto reduzem o uso de betão, aço e água.
José Soares Diretor-Geral Sika PortugalEndereço os meus parabéns à JRP pelos seus 25 anos. Durante uma grande parte deste quarto de século, tivemos o prazer de ser parceiros.
Em nome de toda a equipa Secil Betão, gostaríamos de dar os Parabéns à JRP por estes 25 anos de realizações. É uma honra também fazer parte desta história de sucesso e esperamos continuar por muitos anos a nossa colaboração frutífera baseada nos valores da confiança e transparência e focada em gerar soluções de elevado valor acrescentado para o cliente final.
As fibras de aço Dramix® são certificadas pela EPD, o que ajuda o Grupo TPB no alcance das suas metas de certificação em construção sustentável. Ao usar as nossas fibras avançadas Dramix®, como as da família 4D, podemos criar soluções à medida para atender aos mais exigentes requisitos de pavimentos industriais, incluindo racks de carga elevada, pavimentos sobre estacas, pavimentos monolíticos sem juntas de construção e o novo sistema patenteado, SIGMA-SLAB®, que combina as vantagens da pós-tensão e Dramix® 4D.
Estas soluções de engenharia diferenciam significativamente a JRP e o Grupo TPB no mercado dos pavimentos. Alta qualidade, segurança, durabilidade e redução de emissões de CO2 são os drivers comuns que ligam a Bekaert e a JRP.
A história do enorme crescimento da JRP nestes últimos 25 anos escreve-se em paralelo com a da Sika, desde as obras de especialidade nos pavimentos, passando pelas grandes obras, chave na mão, que a JRP gere, até à abertura, recente, da loja própria aberta ao público em Vermoil, Pombal.
O futuro será, com certeza, com novos desafios e novas etapas de desenvolvimento em conjunto. Por certo, a Sika continuará a ajudar e a contribuir para o crescimento desta empresa portuguesa de sucesso. l
“Temos vindo a ser solicitados por empresas que operam noutros sectores da construção”
Em maio de 2023, a abertura de uma loja de produtos para pavimentos, construção civil e ferramentas, acessível ao público em geral, em Vermoil, concelho de Pombal, junto ao IC2, uma das mais importantes ligações rodoviárias do país, estabeleceu um marco importante naquilo que a JRP quer ser.
“Enquanto organização a JRP procura participar ativamente na evolução de um sector cada vez mais exigente. O crescente acesso à informação do cliente final evidencia a necessidade de as empresas de pavimentos oferecerem soluções adaptadas à finalidade do pavimento. É nesse sentido que surge o processo da
loja, de forma a dar aos vários operadores do meio acesso a uma oferta integrada e diferenciada de produtos, facilitando assim à JRP a passagem do conhecimento que fomos adquirindo nestes 25 anos de existência”, explica Nuno Reis, responsável por esta unidade de venda.
A localização do estabelecimento é privilegiada, por estar rodeado de “muitas e boas empresas”, facto que permite “parcerias fortes” e “cooperação com a indústria dos pavimentos”.
Para já, o “balanço do primeiro mês é positivo”. “A loja tem tido uma excelente aceitação pela comunidade e o facto de termos vindo a ser solicitados por em -
presas que operam noutros sectores da construção, nomeadamente carpintarias, construção em geral, pintores, aplicadores de gesso cartonado, entre outras, também é algo que nos satisfaz bastante”, diz Nuno Reis.
Em que é que a loja é diferente das demais? Damos a palavra ao responsável:
“Diferenciamo-nos pelo serviço personalizado que prestamos e pelos profissionais que temos por detrás do balcão, que mais que a camisola da JRP, vestem a camisola dos nossos clientes por forma a ajudá-los a encontrar a melhor solução ao melhor preço para se tornarem mais competitivos num mercado feroz e exigente”. l
25 anos de colaboração
Partilha de conhecimento, competência técnica e experiência
Obra: Centro Logístico em Castanheira do Ribatejo
Localidade: Castanheira do Ribatejo, Lisboa
Fibra Metálica: ArcelorMittal HE+1/60
Área: 50.000m2
Pavimento: sem Juntas de retração apoiado sobre estacas
As minhas mais sinceras felicitações a todos os profissionais que formam a família JRP
25 anos ganhando credibilidade no mercado e transmitindo confiança aos seus clientes e fornecedores.
25 anos de trajetória conjunta JRP - ArcelorMittal, repletos de sucessos profissionais graças à estreita colaboração entre as pessoas de ambas as empresas.
Um orgulho e um prazer fazer parte desta equipa.
Vamos aos próximos 25 anos!
Aitor Osa
Head of Fibres Business Iberia, Africa & North America
ArcelorMittal Fibres